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ENSAIOS DE CARACTERIZAÇÃO DO SOLO

OBJETIVO
 Apresentar os procedimentos para a realização dos ensaios de
caracterização de solos de uma região e posterior produção de
relatório para unidade 1.
ANÁLISE GRANULOMÉTRICA
1. Coleta da amostra
1. Coleta da amostra
Localização da amostra:

Especificar o local a ser estudado.


2. Preparação da amostra
 NBR 6457 – Amostras de solo – Preparação para ensaios de
compactação e ensaios de caracterização
• Amostras Representativas Deformadas(ou Amolgadas)
 Essa amostra se presta aos ensaios que não exigem a preservação da
estrutura, mas que exigem a preservação da textura e constituição mineral,
como por exemplo:
 na identificação tátil-visual;
 nos ensaios de classificação (granulometria, umidade, massa específica dos
sólidos, limites de consistência, índices de vazios inicial, mínimo e máximo,
entre outros);
 no ensaio de compactação,
 na preparação de corpos de prova para ensaios de permeabilidade,
compressibilidade e resistência ao cisalhamento.
2. Preparação da amostra
Cuidados a serem tomados:

• Toda e qualquer matéria, orgânica ou não,


estranha ao solo deverá ser excluída da
amostra.
• Se esta operação for difícil de ser realizada
no campo deve-se informar sobre a existência
dessa matéria, para que no laboratório sejam
tomadas as providências necessárias.
2. Preparação da amostra
NBR 6457

1. Secar a amostra ao ar, até próximo da umidade


higroscópica.

2. Desmanchar os torrões, evitando-se a quebra de


grãos, e homogeneizar a amostra.

3. Quartear: Com o auxílio do repartidor de amostra,


ou pelo quarteamento, reduzir a quantidade de
material até se obter uma amostra representativa em
quantidade suficiente para a realização dos ensaios
requeridos.
2. Preparação da amostra
• Tomar uma fração da amostra e passar na
peneira de 76 mm, desprezando-se o
material eventualmente retido.

• Do material passante tomar uma quantidade,


função da dimensão estimada dos grãos
maiores, conforme indicado na Tabela 3 da
ABNT NBR 6457/2016.

ABNT NBR 6457


Amostra
3. Ensaio de
granulometria #10 (2 mm)

conjunta Material Material


Passante Retido

Peneiramento
#200 (0,075mm)
grosso

Material
Material Retido
Passante

ABNT NBR 7181


Peneiramento
Sedimentação
fino
3. 1 Peneiramento
NBR 7181
3. 1. 1 Peneiramento
Separação do material para o peneiramento grosso e peneiramento fino.

a) Passar o material preparado previamente na peneira #10 (2 mm);


b) Com o material retido na peneira (#10) é feito o peneiramento grosso;
c) Do que passar, é retirada a quantidade necessária para:

 o peneiramento fino, pois é destinado às partículas menores que 2mm (#10) - (120 g);
 o ensaio de sedimentação; e
 a determinação do peso específico dos grãos.
3. 1. 1 Peneiramento grosso
a) Lavar a parte retida na peneira #10 (2 mm) e secar em estufa, até constância de massa;

Obs. 1: Este procedimento leva a resultados mais


corretos do que fazer o peneiramento direto, da amostra
seca ao ar. Pois, através dele, é retirado o pó aderido às
partículas.

Obs. 2: O pó ainda presente deve ser pouco, caso haja a


presença de muito material fino, será observada uma
dificuldade de se atingir o término da lavagem do
material, que seria o momento em que a água residual
sairia límpida. Isso pode acontecer se o destorroamento Obs. 3: Não colocar o material
for insuficiente. na estufa juntamente com as
peneiras, podendo inutilizá-las.
ABNT NBR 7181
3. 1. 1 Peneiramento grosso Nº 2’’
50 mm
b) Pesar o material retido na peneira #10 (2 mm) que foi seco em
estufa; Nº 11/2’’
38 mm

c) As peneiras 50; 38; 25; 19; 9,5; 4,8 e 2 mm são então colocadas Nº 1’’
umas sobre as outras com as aberturas das malhas crescendo de baixo 25 mm
pra cima;
Nº 3/4’’
19 mm
d) O material seco e pesado é colocado na peneira de maior abertura
da série. Nº 3/8’’
9,5 mm

Nº 4
4,8 mm

Nº 10
ABNT NBR 7181 2 mm
3. 1. 1 Peneiramento grosso Nº 2’’
50 mm
e) O conjunto de peneiras é agitado a fim de produzir um movimento
vertical e horizontal simultaneamente, de preferência por mesa Nº 11/2’’
38 mm
vibratória e permanecerá pelo tempo necessário à separação das
frações; Nº 1’’
25 mm
f) Anotam-se os pesos retidos em cada peneira.
Nº 3/4’’
19 mm

Obs.: Deve ser colocado o fundo em baixo da peneira de menor Nº 3/8’’


9,5 mm
abertura para recolher os grãos que talvez passarão nela e uma tampa
na peneira de maior abertura, para que se evite a perda de partículas Nº 4
no início do processo de vibração. 4,8 mm

Nº 10
ABNT NBR 7181 2 mm
3. 1. 2 Peneiramento fino
 Para o solo passante da peneira #10 (2 mm):

1° Opção - Peneira-se todo o solo passante da peneira #10 (2 mm) na peneira #200 (0,075
mm), pesa-se o solo passante nesta peneira e anota-se a massa obtida.

2° Opção - Peneira-se 120 g do solo que passou da peneira #10 (2 mm) na peneira #200
(0,075 mm), pesa-se o solo passante nesta peneira, anota-se a massa obtida e multiplica essa
massa passante por R (razão entre o material passante na peneira #10 (2 mm) e os 120 g
retirados para o peneiramento fino).

Obs. 1.: A primeira opção, embora de execução mais trabalhosa, é a mais indicada.

Obs. 2.: Se não for realizar o processo de sedimentação, é importante pelo menos ter
conhecimento da quantidade e porcentagem de finos na amostra de solo, para o seu
reconhecimento e classificação.
3. 1. 2 Peneiramento fino Nº 16
 Para solo retido na peneira #200 (0,075 mm): 1,2 mm

Nº 30
a) lava-se o solo retido na peneira #200 (0,075 mm) e coloca o 0,6 mm
material em estufa;
Nº 40
0,42 mm
b) Juntam-se e empilham-se as peneiras de aberturas 1,2; 0,6;
0,42; 0,25; 0,15 e 0,075 mm (#200), coloca-se o material seco no Nº 60
conjunto como descrito para o caso de peneiramento grosso e 0,25 mm
agita-se o conjunto manual ou mecanicamente. Nº 100
0,15 mm
c) Anotam-se os pesos retidos em cada peneira.
Nº 200
0,075 mm
3. 1. 3 Cálculo da composição granulométrica

MRac (ou MRA) (g) * *


% Rac 1
(MRC1/MRA14) (MRA1/MRA14)

MRA2 (MRC2/MRA14) (MRA2/MRA14) 100 % - % Rac 2

MRA3 (MRC3/MRA14) (MRA3/MRA14) 100 % - % Rac 3

MRA4 (MRC4/MRA14) (MRA4/MRA14) 100 % - % Rac 4

MRA5 (MRC5/MRA14) (MRA5/MRA14) 100 % - % Rac 5

MRA6 (MRC6/MRA14) (MRA6/MRA14) 100 % - % Rac 6

MRA7 (MRC7/MRA14) (MRA7/MRA14) 100 % - % Rac 7


MRC8 = (MRP8 x R) MRA8 (MRC8/MRA14) (MRA8/MRA14) 100 % - % Rac 8
MRC9 = (MRP9 x R) (MRC9/MRA14) (MRA9/MRA14) 100 % - % Rac 9
MRA9
MRC10 = (MRP10 x R) (MRC10/MRA14) (MRA10/MRA14) 100 % - % Rac 10
MRA10
MRC11 = (MRP11 x R) MRA11 (MRC11/MRA14) (MRA11/MRA14)100 % - % Rac 11
MRC12 = (MRP12 x R) MRA12 (MRC12/MRA14) (MRA12/MRA14) 100 % - % Rac 12
MRC13 = (MRP13 x R) MRA13 (MRC13/MRA14) (MRA13/MRA14) 100 % - % Rac 13

MRC14 = (MRP14 x R) MRA14 (MRC14/MRA14) (MRA14/MRA14) 100 % - % Rac 14

* Multiplicar por 100 para obter em porcentagem


Exemplo de preenchimento da tabela:
3. 2 Sedimentação
Para os solos finos, siltes e argilas, com partículas menores que 0,075mm (#200), o cálculo dos
diâmetros equivalentes será feito a partir dos resultados obtidos durante a sedimentação de certa
quantidade de sólidos em um meio líquido
3. 2 Sedimentação
As densidades e profundidades são medidos por um densímetro;

Os densímetros são projetados para fornecer a quantidade de solo, em gramas, que ainda
está em suspensão;
3. 2 Sedimentação
• Solo (% passando na # 200 ≥ 5%)

• Do material passado na peneira 2 mm separar para o peneiro fino e a sedimentação:

 Amostra – 120g (areia) ou 70g (Argila ou Silte), anotar essa massa;


 3 amostras de 100 g para determinação da umidade higroscópica (h);
 Transferir o material para um Béquer de 250 cm³ e juntar, com auxílio de proveta, com
o defloculante, 125 cm³ de solução de hexametafosfato de sódio com a concentração de
45,7 g do sal por 1000 cm³ de solução.
 Agitar o Béquer até que todo o material fique imerso.
 Usa-se defloculantes (hexametafosfato de sódio) para separar as partículas agregadas ou
floculadas.
 Deixa-se a amostra imersa em água de por no mínimo de 12 horas.
3. 2 Sedimentação
 Verter, a mistura no Copo dispersor, removendo-se com água destilada, com auxílio de
bisnaga, o material aderido ao béquer;

 Adicionar água destilada até que seu nível fique 5 cm abaixo das bordas do copo e
submeter à ação do aparelho dispersor por 15 minutos.
3. 2 Sedimentação
 Transferir a dispersão para a proveta graduada e remover com água destilada, com
auxílio de bisnaga, todo o material aderido ao copo.

 Completar a solução com água até atingir o traço correspondente a 1000 cm³.

 Colocar a proveta no tanque para banho ou em local com temperatura aproximadamente


constante;
3. 2 Sedimentação
 Agitar constantemente com baqueta de vidro, para manter as partículas em suspensão;
 Quando a temperatura atingir o equilíbrio, executar movimentos enérgicos de rotação
durante 1 minuto;
 Colocar a proveta sobre uma mesa, anotar a hora exata do início da sedimentação e
mergulhar cuidadosamente o densímetro
3. 2 Sedimentação
 Realizar leituras do densímetro nos tempos de sedimentação de 0,5, 1 e 2 minutos;
 Retirar lenta e cuidadosamente o densímetro da dispersão;
 Recomenda-se repetir as 3 primeiras leituras, para isso deve-se agitar novamente a
proveta como descrito anteriormente;
 Se o ensaio não estiver sendo realizado em local de temperatura constante, colocar a
proveta no banho onde permanecerá até a última leitura;
 Realizar leituras do densímetro nos tempos de sedimentação de 4, 8, 15 e 30 minutos e
1, 2, 4, 8 e 24 horas, a contar do início da sedimentação;
 Realizada a última leitura do densímetro, verter o material da proveta na peneira de
0,075 mm, proceder à remoção com água de todo o material que tenha aderido às suas
paredes e efetuar a lavagem do material na peneira mencionada, empregando-se água
potável à baixa pressão;
 Secar o material em estufa para a realização do peneiramento fino.
4. Expressão dos resultados
 É plotado em um gráfico, dispondo-se na abscissa os diâmetros das partículas, em escala
logarítmica, e na ordenada, a porcentagem de material que passa, referente aos
diâmetros considerados, em escala aritmética, dando origem à CURVA DE
DISTRIBUIÇÃO GRANULOMÉTRICA.
• Exemplo:
Referências
• ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. ABNT NBR 6457/2016: Amostras
de solo – Preparação para ensaio de compactação e ensaios de caracterização. Rio de Janeiro,
2016. 12 p.

• ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. ABNT NBR 7181/2016: Solo -


Análise granulométrica. Rio de Janeiro, 2016. 16 p.

• OLIVEIRA, D. A. Notas de aula: Mecânica dos Solos. Universidade Federal Rural do Semi-
Árido. Caraúbas-RN, 2018.

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