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Aula # 3

Capitulo 1: Materiais pétreos.

Temas:
Áridos Naturais. Classificação. Propriedades dos áridos naturais
para a fabricação de betões.
Granulometria
OBJETIVOS Y HABILIDADES

Objetivos:

1. Identificar as propriedades dos agregados para o betão.


2. Determinar a curva de granulometria e módulo de finura dos
agregados para fabricação de betão.
3. Classificar os agregados segundo sua granulometria.

Habilidades.
 Determinar as propriedades fundamentais do árido fino e do árido
groso. (Laboratório)
Agregados para Construção Civil são materiais granulares, sem forma
e volume definidos, de dimensões e propriedades estabelecidas para
uso em obras de engenharia civil, tais como, a pedra britada, o cascalho
e as areias naturais ou obtidas por moagem de rocha, além das argilas e
dos substitutivos como resíduos inertes reciclados, escórias, produtos
industriais, entre outros.

Naturais: Os que se encontram de forma particulada na natureza


(areia, cascalho ou pedregulho)

Artificiais: São aqueles produzidos que por algum processo


industrial, como as pedras britadas, areias artificiais, escórias de alto-
forno e argilas expandidas, entre outros.
Utilizações dos agregados
PROPRIEDADES DOS AGREGADOS PARA BETÃO

 Agregados para a fabrica de betão


 70% do peso
 20% do custo

 Motivação econômica

 Material “inerte”

 Influencia nas propriedades do betão


Análise Granulométrica

A granulometria é provavelmente a propriedade mais importante dos


agregados, à seguir a sua resistência. Pois, é ela que condiciona a
compacidade do betão.

Definição:

Chama-se granulometria à distribuição das percentagens das partículas


de determinadas dimensões que compõem o agregado.

Sob ponto de vista granulométrico a dimensão de uma partícula é


definida pela abertura de uma malha, com forma determinada através da
qual ela passa, ficando retida numa malha idêntica de menor abertura.
ENSAYO GRANULOMÉTRICO.

 O ensaio granulométrico realiza-se para determinar a granulometría do


agregado e consiste em passar uma amostra do mesmo por um conjunto de
peneiros normalizados, pesando posteriormente a quantidade retida em cada
um deles.

 Os peneiros utilizados no ensaio correspondem a ASTM. A abertura de


peneiros consecutivos são dadas por uma relação constante, onde cada
peneiro tem o dobro da abertura que o seguinte de abertura menor.
Expressa em termos de percentagem em massa:

 do material que passa pela peneira


ou
 do material retido na peneira
Peneiros e suas características

A malha dos peneiros que normalmente se usam pode ser quadrada ou


redonda, sendo, geralmente, aplicados os de malha redonda para inertes
mais grossos.

Uma dada abertura quadrada (d), multiplicada por 1,25 equivale ao


diâmetro da abertura redonda: dØ = 1,25 d.

As aberturas das malhas dos peneiros são normalizadas em diferentes


países. A série que se especifica entre nós é a série americana da ASTM
(American Society for Testing and Materials).

Para efeitos da análise granulométrica dos agregados destinados ao


betão, apenas se usam os peneiros cujas aberturas formam uma série
geométrica de razão 2, começando em 0,075 mm – Série Principal.
Peneiros e suas características

Para maior precisão na análise de inertes grossos, por vezes, intercalam-


se peneiros que se consideram da Série Secundária.

O peneiro nº 4 (com 4,76 mm de abertura) é o peneiro que,


convencionalmente, separa o inerte grosso (pedra) do fino (areia).
PENEIROS NORMADOS E NÃO NORMADOS

Abertura dos peneiros normados da serie ASTM.


Peneiro 3” 1 ½” ¾” 3/8” No No 8 No No 30 No 50 No 100 No 200
4 16

Abertura da
malha
(mm) 76,2 38,1 19,1 9,52 4,76 2,38 1,19 0,59 0,297 0,149 0,073

Tamanho
meio 10 9 8 7 6 5 4 3 2 1 0

Alem destes peneiros normados utilizam-se para a granulometría dos


áridos os de ½” (12,7mm), 1” (25,4mm), 2” (50,8mm), 2 ½” (65,5mm) y 3
½” (88mm).
Peneiras:

Denominamos pelas dimensões nominais das aberturas


formadas pela malha, cujos valores são expressados em
milímetros o Polegadas.
Técnica de obtenção de uma análise granulométrica

Os seguintes passos devem ser seguidos para obtenção de uma análise


granulométrica:

1º) A amostra deve ser seca (ao ar ou em entufa) para evitar a agregação
das partículas finas e a obturação fácil dos peneiros cuja malha é mais
apertada.

2º) Para se obterem resultados satisfatórios, comparáveis e fidedignos, é


preciso que a amostra seja representativa do conjunto, usando-se o
método de esquartelamento ou até mesmo, para a areia, o separador que
diminui a dimensão da amostra.

3º) A peneiração pode ser feita por meio de um peneirador mecânico ou


à mão, sendo agitado cada peneiro, em separado, até que não passe mais
de 1% da massa nele retida ao fim de um (1) minuto. Os movimentos
devem ser dados em todas as direções imprimindo um movimento
circular no sentido horário e anti-horário.
4º) Numa tabela são registadas as massas retidas em cada peneiro. A
soma dos resíduos nos peneiros deve ser igual, com 1% de tolerância, à
massa inicial da amostra.

5º) A partir da tabela determina-se:

•percentagem retida em cada peneiro (% retida);


•percentagem total que fica retida no peneiro (% acumulada);
•percentagem total que passa em cada peneiro (% passada).

Abertura da malha Peso Retido Peso Retido % Retido


% Passado
(mm) (g) acumulado (g) acumulado

19,0
9,51
4,76
2,38
1,19
0,595
0,297
0,149

Refugo (0,074)

Total
TABULAÇÃO DE UM ENSAIO GRANULOMÉTRICO.

Peso
retido no Peso retido % retido
% passado
Peneiro peneiro acumulado acumulado no
no peneiro
(g) no peneiro (g) peneiro

3/8” (9,52 mm) 0 0 0 100


No 4(4,76 mm) 35 35 7 93
No 8(2,38 mm) 50 85 17 83
No 16 (1,19 mm) 125 210 42 58
No 30 (0,59 mm) 120 330 66 34
No 50 (0,295 mm) 105 435 87 13
No100 (0,149 mm) 45 480 96 4
Fondo 20 500
Curva granulométrica

A curva granulométrica é um elemento fundamental para um certo


cálculo da composição do betão e é também muito cómodo para apreciar
rapidamente a granulometria do inerte e as deficiências que possa ter de
partículas de determinada dimensão.

Nas ordenadas ficam marcadas as percentagens passadas através de cada


peneiro, graduando-se o eixo de 0 a 100 de baixo para cima em escala
aritmética.

Nas abcissas são marcadas as aberturas dos peneiros, geralmente, em


escala logarítmica, o que dá no caso de progressão geométrica de razão
2, distâncias iguais de abertura em abertura.

As aberturas dos peneiros intermédios estão distanciadas dos principais


pela relação de diferenças dos logaritmos.
Os pontos que representam o resultado da análise são ligados entre si por
uma linha contínua, formando a chamada curva granulométrica.
REPRESENTAÇÃO GRÁFICA DO ENSAIO
GRANULOMÉTRICO OU CURVA GRANULOMÉTRICA.
TAMAÑO MÁXIMO

 O tamanho máximo se define como o peneiro imediato superior ao de


maior abertura que apresenta um valor de porcento retido acumulado
igual o maior a 15.

 Para determinar o tamanho máximo se utilizam os peneiros normados e os


peneiros adicionais.

 Para o exemplo anterior como o porcento retido acumulado no peneiro # 8


é de 17% o tamanho máximo será la abertura do peneiro imediato superior
ao peneiro # 8 ou seja o # 4. (4,76mm).
— Cálculo do módulo de finura

O módulo de finura é a soma das percentagens totais que ficam retidas


em cada peneiro, da série normal, dividida por 100.

A série normal é a que começa no peneiro de 0,149 mm de abertura (nº


100) e se estende, segundo uma progressão aritmética de razão 2, até a
máxima dimensão do inerte.

O módulo de finura representa dimensão média ponderada do peneiro do


grupo no qual é retido o material, sendo os peneiros contados a partir do
mais fino. 315
Para o exemplo, o mf   3,15  3
100
, significa que a dimensão média é correspondente ao 3º peneiro da série
normal (com abertura da malha igual a 0,59 mm).
CURVAS DE GRANULOMETRIAS DIFERENTES
MISTURA DE ÁRIDO UTILIZANDO O MÓDULO
FINURA

A  MFA  B  MFB
 e MFM 
A B

MFM = módulo de finura da mistura de áridos


MFB = módulo de finura do árido B
B = % del árido B.
MFA = módulo de finura do árido A
A = % do árido A
Como A + B = 100
Com esta equação se podem determinar os % de A os %
de B para obter a finura desejada
MÉTODO DE RUTHEFORD

 Método de Rutheford

 Este método serve para misturar vários materiais para obter


una granulometria especificada.

 Quando as especificações tem um rango se deve tomar o


centro do rango.

 É um método aproximado e o erro cometido vá a depender de


quanto se afasta a reta de ajuste da curva granulométrica dos
áridos utilizados na mistura.
PASSOS A SEGUIR

1. Se desenha um retângulo que nas aristas verticais tenha uma escala de 0 a 100, esta será a
escala de por cento passado. Na arista inferior será a escala da abertura dos peneiros.
2. A este retângulo se face uma diagonal, iniciando no 100 % passado, da escala situada a
esquerda até ao cero da escala da direita. Esta diagonal é a curva granulométrica das
especificações que se desejam obter.
3. Se colocam as aberturas dos peneiros para que cumpram que esta diagonal seja a curva
granulométrica das especificações.
4. Se desenham as curvas granulométricas de cada um dos áridos que serão misturados e despois a
cada uma destas curvas se desenha uma reta de melhor ajuste.
5. Iniciando pela reta do extremo esquerdo, se desenha a linha que liga o inicio de esta reta com o
final da reta seguinte e obtém-se o ponto de intersecção com a diagonal que se leva a escala de
por cento do passado, se marca esse ponto e se repete esta operação de unir o inicio da reta com
o final da seguinte reta, encontrar a intersecção com a diagonal e marca-lo na escala de por
cento passado.
6. Uma vez completadas todas as intersecções, os por cento a misturar leem-se de baixo para sima
e corresponde aos materiais que aparecem de esquerda a direita.
MÉTODO DE RUTHFORD

Por cento passado


Especificações por
Peneiro
Árido A Árido B Árido C cento passado.

1 ½” (38,1 mm) 100 100 100 100


1” (25,4 mm) 70 100 100 85 – 100
3/4” (19,1 mm) 35 100 100 60 – 85
1/2” (12,7 mm) 5 70 100 40 – 55
3/8” (9,52 mm) 0 20 80 20 – 30
MÉTODO DE RUTHFORD
MÉTODO DE RUTHFORD
MÉTODO DE RUTHFORD
MÉTODO DE RUTHEFORD
TIPOS DE GRANULOMETRIA
Classificação em quanto ao tamanho dos grãos

Agregado miúdo - ø Maximo < 4,8mm (Nº 4)


Agregado graúdo - ø Maximo > 4,8mm (Nº 4)
Agregado de enchimento ou filler passado na peneira Nº 200
Agregado miúdo - ø máximo < 4,8mm (Nº 4)

Areias para construção civil:

- a melhor é a silicosa (quartzosa);


- deve ser limpa;
- deve ser angulosa e áspera, tanto quanto
possível;
- deve ter granulometria corrida, a mais próxima
possível da normal;
- deve ser entregue seca (razões econômicas).
Agregado miúdo - ø máximo < 4,8mm (Nº 4)
Classificação segundo o módulo de finura:
Agregado miúdo - ø máximo < 4,8mm (Nº 4)

Propriedades Físicas
Peso específico: - real: entre 2,40 e 2,65
g/cm3;
- aparente: entre 1,25 e
1,70. g/cm3
Humidade (h):
h = Pu – Ps x 100 Ps = peso da areia seca (g)

Ps Pu = peso da areia húmida (g)

A areia é muito higroscópica; sua superfície sendo grande em relação


ao volume, retém muita água de aderência.
Propriedades Físicas

Inchamento (I):

I= Vu - Vs x 100 Vu = volume de areia húmida (cm3)


Vs Vs = volume de areia seca (cm3)

Ocorre quando o agregado miúdo, entra em contacto


com a agua onde esta umidade superficial,
envolve os grãos da areia, afastando uns dos
outros, provocando o aumento do volume de
vazios e, portanto, do volume total.

A areia fina incha mais


que a areia grossa,
enquanto a brita não tem
inchamento.
Propriedades Físicas

Coeficiente de vazios (Cv):

Cv = Av Av = volume de vazio
Aa Aa = volume total aparente

A areia é um material granular e como tal apresenta um grande


volume de vazios.

Impurezas:
As impurezas prejudiciais na construção são: argila, materiais
pulverulentos, matéria orgânica e partículas minerais fracas.
Agregado graúdo - ø máximo > 4,8mm (Nº 4)
 Pedregulho ou a brita proveniente de rochas estáveis, ou a mistura de ambas, cujos grãos passam pela
peneira 152 mm e ficam retidos na peneira 4,8 mm;
 Rochas utilizadas na produção de agregado graúdo:
 Granito
 Basalto
 Gnaisse
 Diorito
 Gabro
 Diabasio
 Calcário
 Quartizito
 Arenito
Agregado graúdo - ø máximo > 4,8mm (Nº 4)

Classificação pela granulometria:


TB – 16 Malha em mm
Brita nº Mínim Máxim
a a
1 4,8 12,5
2 12,5 25
3 25 50
4 50 76
5 76 100
Agregado graúdo - ø máximo > 4,8mm (Nº 4)

Brita para construção:

- Deve ser limpa, inerte, isenta de materiais orgânicos, forma esférica


ou cúbica e, tanto quanto possível, de arestas vivas.
As Normas permitem:

Ø máx ≤ menor dimensão da peça


4
Agregado graúdo - ø máximo > 4,8mm (Nº 4)

As propriedades e características exigíveis dos agregados para


atender às especificações técnicas do betão são:

 Resistência mecânica
 Resistência ao choque
 Resistência ao desgaste
 Resistência química (inertes)
 Forma dos grãos cubica
 Dureza
 Durabilidade
 Adesividade
 Limpeza
Resistência mecânica
Resistência ao choque
Resistência ao desgaste

Ensaio de Abrasão Los Angeles


Resistência quimica e durabilidade (intemperismo)

rochas como feldspatos e


xistos podem se decompor
sob a ação da água ou do ar
Forma dos grãos

É avaliada por um índice, denominado Índice de Forma, cuja


determinação se faz por meio de um ensaio específico. É importante
que a maioria dos agregados tenha forma cúbica
Processo de britagem
OBTENÇÃO DOS AGREGADOS

Complexo de britagem
 Britadores
 Primários
 Secundários
 Terciários
 Correias transportadoras
 Peneiras selecionadoras
TRABALHO PARA CASA

Determine em que proporções devem misturar-se os áridos seguintes


para que cumpram com as especificações recomendadas

Por cento passado Especificações por


Peneiro Árido A Árido B cento passado.

1 ½” (38,1) 100 100 100


1” (25,4) 80 100 90 – 100
¾” (19,1) 45 100 60 – 80
½” (12,7) 15 70 25 – 50
3/8” (9,52) 0 30 10 – 20
# 4 (4,76) 0 10 0-7
TAREFA

Exercicio 1: Complete a tabela, determine o tamanho maximo, modulo


de finura, calssifique o agregado e esboce a curva granulometrica.

Peneiras Peneiras Peso Retido % retido


% Retido % Passado
No (g) Acumulado
3/8” 9,51 mm 0
4 4,76 mm 70
8 2,38 mm 420
16 1,19 mm 315
30 0,595 mm 285
50 0,297 mm 230
100 0,149 mm 110
Fundo 70
Total 1500
Exercício 2: Na seguinte análises granulométrica de um árido groso
determine o tamanho máximo e o módulo de finura

% passado
% retido
Peneiro
acumulado
1 ½” (38,1 mm) 0 100
1” (25,4 mm) 38 62
¾” (19,1 mm) 69 31
½” (12,7 mm) 90 10
3/8” (9,52 mm) 98 2
FIM DA AULA

Obrigada

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