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ARTETERAPIA E EXPRESSÃO CORPORAL - TEATRO E

DANÇA

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SumárioS

NOSSA HISTÓRIA .......................................................................................... 2

Introdução ........................................................................................................ 3

Teatro .............................................................................................................. 5

Teatro do Oprimido ...................................................................................... 6


Histórico ....................................................................................................... 7
Teatro Jornal ............................................................................................ 9

Teatro Imagem ......................................................................................... 9

Teatro Invisível ......................................................................................... 9

Teatro-Fórum.......................................................................................... 10

Arco-Íris do Desejo ................................................................................. 10

Teatro Legislativo ................................................................................... 11

Dança ............................................................................................................ 11

Histórico da Dança ..................................................................................... 12


A Dança e seus benefícios para a vida ...................................................... 16
Técnicas ..................................................................................................... 18
Linguagens................................................................................................. 18
Expressão .................................................................................................. 22
REFERÊNCIAS ............................................................................................. 24

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NOSSA HISTÓRIA

A nossa história inicia com a realização do sonho de um grupo de empresários,


em atender à crescente demanda de alunos para cursos de Graduação e Pós-
Graduação. Com isso foi criado a nossa instituição, como entidade oferecendo
serviços educacionais em nível superior.

A instituição tem por objetivo formar diplomados nas diferentes áreas de


conhecimento, aptos para a inserção em setores profissionais e para a participação
no desenvolvimento da sociedade brasileira, e colaborar na sua formação contínua.
Além de promover a divulgação de conhecimentos culturais, científicos e técnicos que
constituem patrimônio da humanidade e comunicar o saber através do ensino, de
publicação ou outras normas de comunicação.

A nossa missão é oferecer qualidade em conhecimento e cultura de forma


confiável e eficiente para que o aluno tenha oportunidade de construir uma base
profissional e ética. Dessa forma, conquistando o espaço de uma das instituições
modelo no país na oferta de cursos, primando sempre pela inovação tecnológica,
excelência no atendimento e valor do serviço oferecido.

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Arteterapia e Expressão Corporal - Teatro e Dança

Introdução

A expressão corporal desempenha um papel de suma importância no contexto


da Comunicação, pois é a capacidade de expressar emoções através do corpo. É um
acréscimo a linguagem verbal, mas muitas vezes pode funcionar sozinha. Podemos
dizer que o corpo “fala” (na verdade, devemos tomar muito cuidado, pois muitas vezes
a boca diz uma coisa, mas o corpo fala outra completamente diferente). Funciona ela,
algumas vezes, como meio de reforçar uma ideia que está sendo transmitida, e, em
outras ocasiões, chega até mesmo a confundir-se com o próprio argumento. Assim,
o estudo da expressão corporal tem como finalidade precípua não só perquirir os
meios de que se vale o orador para melhor estabelecer sua comunicação com o
auditório, como, ainda, persuadir este último por meio dos sinais corpóreos.

A linguagem corporal é uma ferramenta de comunicação. Se você consegue


entender o que o corpo tem a dizer, conseguirá entender melhor o que os outros estão
dizendo, e também transmitir melhor a sua mensagem. É, portando, um recurso
bastante utilizado no teatro.

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Mas não é só no teatro que a expressão corporal está contida, ela pode estar
também na dança, em discursos, nas artes marciais e em diversas outras atividades
humanas. Na expressão corporal é fundamental a capacidade de expressar emoções
com o corpo. Por isso é utilizada muito bem nas artes cênicas e na dança
principalmente dança contemporânea. Temas como ódio, amor, felicidade são os
mais utilizados em exercícios com esse fim.

E é pelo modo artístico de se expressar, contidos por exemplo nesses exemplos


de dança e no teatro, que os arteterapeutas podem buscar instrumentos para seu
trabalho, como, por exemplo, fazer encenações com o tema ódio, para que seus
pacientes exprimam a raiva reprimida, ou simplesmente fazer qualquer encenação
que permita que o paciente perca um pouco de sua inibição, se for o caso.

As atividades de Expressão Corporal trabalham a coordenação, a sensibilidade


auditiva, o tempo, a dimensão de espaço, harmonia, ritmo e flexibilidade. As crianças
interagem especialmente por meio de gestos e atos, assim, o trabalho de expressão
corporal na educação infantil é essencial para o desenvolvimento da percepção das
possibilidades e limitações do próprio corpo, além da satisfação da descoberta e do
alívio de tensões e ansiedades através da socialização da criança o mundo que a
cerca.

A dança por se tratar de uma forma de expressão corporal e muitas vezes por
não fazer parte de nosso cotidiano deve ser encarada como uma nova situação e
como tal deve ser analisada e executada com harmonia entre cérebro e corpo. Como
qualquer nova informação que exija o sincronismo destes dois agentes para ser
concluída, só será efetuada com exatidão quando o corpo estiver recebendo
corretamente os dados que lhe estiverem sendo enviados.

Devemos nos conscientizar que a expressão corporal é de fundamental


importância para o ser humano, fazendo com que aperfeiçoemos nossa coordenação
motora, trazendo ao nosso cotidiano uma grande paz de espírito e quando efetuada
em grupo proporciona a convivência social saudável, além de estarmos fazendo
exercícios físicos que com certeza beneficiarão nosso organismo.

Transcendemos facilmente o limite de nossa compreensão, sendo assim


podemos dizer que as danças de salão, através dos movimentos que as constituem,
nos causam uma sensação de alívio, de bem estar, de alegria, no entanto é complexo

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conseguirmos através de palavras explicar como a expressão corporal, através da
dança, pode nos trazer tantos benefícios. Cada passo efetuado transporta em seus
movimentos, por mais imperceptível que seja, todas as nossas sensações; nosso
estado de espírito pode determinar com maior ou menor intensidade a facilidade com
que transpomos certos obstáculos.

Enfim, observar os sinais transmitidos pelo corpo ou desenvolver esse tipo de


expressão de sentimentos é um item importante dentro de uma terapia, assim como
não deixa de ser para a Arte também. É importante frisar aqui essa importância da
expressão corporal, pois por ser algo bem específico, muitos arteteraupeutas ainda
não a utilizam como ferramenta para seu trabalho, desconsiderando-a em detrimento
de outras formas expressivas, mas não mais importantes. A consciência do
movimento corporal, assim como as outras formas de expressão, facilita a
assimilação do nosso mundo interior, provocando mudanças significativas em nossas
vidas.

Teatro

Teatro ou Arte Cênica é uma forma de arte apresentada em um palco ou lugar


destinado a espectadores. São gêneros de representações teatrais: Trágico, Drama,
Cômico, Musical e Dança.

Dentro da arteterapia se faz importante, o estudo e uso do teatro enquanto


mecanismo de conscientização psíquica e reorganização e ampliando o repertório de
comportamentos para lidar com situações conflituosas. Jacob Levy Moreno criou o
teatro da improvisação ou da espontaneidade, neste sentido fala-se de Psicodrama,
no qual os pacientes (atores amadores) recriam as situações do seu cotidiano,
facilitando a comunicação e melhorando a socialização dos pacientes.

Diariamente temos a necessidade de sermos "bons" e "aceitos" pela sociedade,


com isso temos que reprimir nossa intuição, nossa espontaneidade, criatividade e até
mesmo nossa agressividade. As regras sociais tendem a reprimir essas tendências
para evitar situações de desordem.

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Esses conteúdos não expressos permanecem dentro de nós, interiorizados. Se
o ser humano quiser gozar de saúde (física e mental), precisa confrontar-se com
esses recursos internos.

Por meio do autoconhecimento enfrentamos nossas "sombras" e tentamos nos


aproximar da compreensão, dissolvendo esses conteúdos complexos, permitindo
uma harmonia entre as diferenças que nos habitam.

Teatro do Oprimido

O Teatro do Oprimido (TO) é uma metodologia teatral genuinamente brasileira,


sistematizada pelo teatrólogo Augusto Boal, que estimula uma postura ativa e
protagônica em seus praticantes e espectadores.

Como linguagem, o TO pode estimular a discussão de qualquer tema, no qual


exista um conflito claro e objetivo e o desejo e a necessidade de mudança. Na maioria
absoluta dos conflitos, o diálogo é o primeiro passo para a resolução, pois aponta
caminhos e alternativas. Ele não oferece soluções mágicas para problemas
concretos, mas é um instrumento lúdico, criativo e eficaz de estímulo à reflexão, ao
diálogo e à elaboração de propostas. Também oferece condições para que as
alternativas sejam encontradas e estímulo para que extrapolem do teatro para a vida
real e se tornem fatos concretos, como no Teatro Legislativo, onde as propostas dos
espectadores se transformam em projetos de lei.

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A iniciativa visa à abertura de espaços de
DIÁLOGO entre os diferentes atores com a sociedade
civil. Ao teatralizarem o problema, as pessoas que
assistem e as envolvidas redimensionam a realidade
e percebem aspectos antes submersos pela
mecanização do cotidiano, o que os ajuda também a
reavaliarem seus papéis dentro desta estrutura e a se
reconhecerem como produtores de conhecimento e
detentores de saber. Ao verem a realidade de um
outro ângulo, ao se verem em ação, têm condições de
refletir sobre o que vivenciaram no passado, ensaiar
o que querem no presente, para inventarem o futuro
que desejam.

Histórico

No começo dos anos sessenta Boal era diretor do Teatro de Arena de São Paulo.
Um dia, durante uma viagem pelo nordeste, estavam apresentando para uma liga
camponesa um musical sobre a questão agrária que terminava exortando os sem
terras a lutarem e darem o sangue pela terra. Ao final do espetáculo um sem terra
convidou o grupo para ir enfrentar os jagunços que tinham desalojado um
companheiro deles. O grupo recusou e, neste momento, Boal percebeu que o teatro
que realizava dava conselhos que o próprio grupo não era capaz de seguir. A partir
de então começou a pensar que o teatro deveria ser um diálogo e não um monólogo.

Até este momento tudo não passava de uma idéia a ser desenvolvida. Somente
em 1971 no Brasil, nasceu a primeira técnica do Teatro do Oprimido: o Teatro Jornal.
Inicialmente com o objetivo específico de lidar com problemas locais, rapidamente
passou a ser usado em todo o país. O Teatro Fórum veio à luz no Peru, em 1973,
como parte de um Programa de Alfabetização; hoje é praticado em mais de 70 países.
Continuando a crescer, o TO desenvolveu o Teatro Invisível na Argentina, como
atividade política, e o Teatro Imagem, para estabelecer um diálogo entre as Nações
Indígenas e os descendentes de espanhóis na Colômbia, na Venezuela, no México...
Hoje essas formas são usadas em todos os tipos de diálogos.

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Na Europa, o TO se expandiu e veio à luz o Arco-Íris do Desejo — inicialmente
para entender problemas psicológicos, mais tarde para criar personagens em
quaisquer peças. De volta ao Brasil, nasceu o Teatro Legislativo, para ajudar a
transformar o desejo da população em Lei - o que chegou a acontecer 13 vezes.
Agora, o Teatro Subjuntivo está, pouco a pouco, vindo à luz.

O TO era usado por camponeses e operários; depois por professores e


estudantes e agora também por artistas, trabalhadores sociais, psicoterapeutas,
ONGs... Primeiro em lugares pequenos e quase clandestinos. Agora nas ruas,
escolas, igrejas, sindicatos, teatros regulares, prisões...

Além da arte cênica propriamente, também existe a finalidade política da


conscientização, onde o teatro torna-se o veículo para a organização, debate dos
problemas, além de possibilitar, com suas técnicas, a formação de sujeitos sociais
que possam fazer-se veículo multiplicador da defesa por direitos e cidadania para a
comunidade onde o Teatro do Oprimido está a ser aplicado.

Aplicado no Brasil, em parcerias diversas as técnicas de Boal ganharam mundo,


sendo suas obras traduzidas em mais de 20 idiomas, e ganhando aplicação por parte
de populações oprimidas nas mais diversas comunidades, como recentemente entre
os palestinos.

O Teatro do Oprimido é um método estético que sistematiza exercícios, jogos e


técnicas teatrais que objetivam a desmecanização física e intelectual de seus
praticantes e a democratização do teatro.

O TO parte do princípio de que a linguagem teatral é a linguagem humana que


é usada por todas as pessoas no cotidiano. Sendo assim, todos podem desenvovê-
la e fazer teatro. Desta forma, ele cria condições práticas para que o oprimido se
aproprie dos meios de produzir teatro e assim amplie suas possibilidades de
expressão. Além de estabelecer uma comunicação direta, ativa e propositiva entre
espectadores e atores.

Em suma, o Teatro do Oprimido tem características sociais, culturais,


terapêuticas e se destaca por fazer com que o espectador participe das cenas,
estimulando-o. É um espetáculo diferente que busca a paz, a “humanização da

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humanidade”, através da encenação (seja por um sistema de exercícios específicos,
jogos ou técnicas especiais) de grupos de oprimidos que, através desse método
terapêutico, conseguem exteriorizar suas frustrações e trabalhá-las, em si próprios ou
no público.

Dentro do sistema proposto por Boal, o treinamento do ator segue uma série de
proposições que podem ser aplicadas em conjunto ou mesmo separadamente.
Cumpre ressaltar que todas as técnicas pressupõem a criação de grupos, onde o
Teatro do Oprimido terá sua aplicação. Segue a descrição de cada técnica para uma
melhor compreensão:

Teatro Jornal

Consiste na escolha de uma determinada notícia, publicada no meio impresso,


que é discutida pelo grupo, procurando deste modo verificar quais os pontos que
eventualmente sofreram censura, quais os interesses por detrás da informação ali
contida, como as pessoas descreveriam o fato, etc.

As nove técnicas que integram este exercício foram preparadas como forma de
conscientização durante a ditadura militar na qual vivia o Brasil, em 1971 - ano de sua
elaboração.

Teatro Imagem

Técnica onde se procura transformar em imagens cênicas aquilo que interessa


ao grupo, tais como questões sociais (por exemplo: o preconceito racial), sentimentos
ou condições que, passando do abstrato ou imaginário para o concreto, pela
visualização da apresentação, torna-se real e, portanto, mais assimilável sua
compreensão, debate e questionamento.

Teatro Invisível

Teatro invisível é uma forma de encenação na qual apenas os atores sabem que
de fato há uma encenação. Aqueles que a presenciam devem considerá-la um
acontecimento real, seja ele banal ou extraordinário dentro da expectativa onde
ocorre, e por isso é impreciso chamá-los “espectador”, que indica o apreciador de um

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espetáculo que aceita a ficção como realidade sempre consciente desse jogo de faz-
de-conta. Para que seja realizável, o teatro invisível ocorre geralmente em espaços
públicos ou de ampla circulação, não em um edifício teatral. O “espectador” torna-se
participante inconsciente da representação imprevisível. Como os atores não devem
revelar a encenação mesmo após o fim da cena, os que a presenciam acabam por
julgar e significar o próprio acontecimento e não a performance de sua encenação, o
que nega radicalmente as categorias tradicionais do teatro e dificulta a apreciação
crítica, além de impossibilitar qualquer estimativa do número de encenações desse
tipo, pois várias ou nenhuma podem ocorrer diariamente conforme a interpretação
dos acontecimentos.

Por exemplo, o ator pode simular um mendigo numa rua, verificando as reações
dos transeuntes que, então, são levados a reagir espontânea e verdadeiramente ao
questionamento que se lhe apresenta.

Teatro-Fórum

É a principal técnica do Teatro do Oprimido. Um espetáculo baseado em fatos


reais, no qual personagens oprimidos e opressores entram em conflito, de forma clara
e objetiva, na defesa de seus desejos e interesses. Neste confronto, o oprimido
fracassa e o público é convidado a entrar em cena, substituir o protagonista (o
oprimido) e buscar alternativas para o problema encenado.

O Teatro-Fórum busca romper os rituais tradicionais do teatro que reduzem o


público ao imobilismo, à passividade. A idéia é o estabelecimento de um diálogo entre
palco e platéia, onde os espectadores se auto-ativariam ao entrar em cena para
transformar a peça. Em função disso, Boal sugere que no Teatro do Oprimido não há
espectadores, mas "espect-atores". Este diálogo é mediado por um "coringa", pessoa
que atua como interlocutor entre a peça e a platéia.

Arco-Íris do Desejo

“Método Boal de Teatro e Terapia” Um conjunto de técnicas terapêuticas e


teatrais, adequadas para a análise de questões interpessoais e/ou individuais.

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O teatro torna-se veículo da análise em grupo dos problemas relacionais e
pessoais, usado tanto para o conjunto do Teatro do Oprimido e seus propósitos como
terapia em instituições para tratamento psiquiátrico.

Inspirado, sobretudo no psicodrama, invenção do psicoterapeuta Jacob Lévy


Moreno, Boal opera essa sistematização de técnicas que tentam “ajudar a analisar-
lhe as cores para recombiná-las noutras proporções, noutras formas, noutros quadros
que se desejam.”.

Teatro Legislativo

No Teatro Legislativo, além das intervenções na ação dramática, os


espectadores também são estimulados a escreverem propostas de leis, que visem à
resolução do problema apresentado. Essas propostas são recolhidas e entregues à
Célula Metabolizadora: equipe formada por um especialista no tema encenado, um
assessor legislativo e um advogado com experiência na área, cuja função é fazer a
"metabolização" das propostas, ou seja, analisá-las e sistematizá-las, para que sejam
novamente encaminhadas à platéia para discussão e votação, ao final da
apresentação, quando se instaura a Sessão de Teatro Legislativo.

Através dessa iniciativa, até o momento, já foram produzidas doze leis


municipais, um decreto legislativo, uma resolução plenária, duas leis estaduais e dois
projetos de lei em tramitação, na cidade e no estado do Rio de Janeiro, todas oriundas
da interação de grupos populares com a população. Esses resultados demonstram a
viabilidade da democratização da política através do teatro, que estimula o exercício
da democracia direta e participativa.

Dança

Para Guedes (2008) a dança é considerada uma das mais antigas formas de
expressão corporal e artística do homem. Historicamente, os movimentos corporais
sempre estiveram presentes na evolução humana sendo uma necessidade cultural e
social do homem. A dança representa, ainda, uma forma instintiva de comunicar-se
usando o corpo por meio de padrões próprios de movimento.

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A dança ajuda a aumentar a resistência imunológica, a energia vital, a nossa
disposição, a confiança e a alegria de viver, sendo fundamental como arte e como
terapia. Várias modalidades de dança são hoje divulgadas e apreciadas por todos
que querem trabalhar o corpo e a mente, e ainda relaxar e sentir prazer. Assim, o
movimento, uma expressão natural e que por meio dele podemos manifestar nossos
sentimentos, emoções e assim construir nossa autoestima. A dança é uma das raras
atividades humanas em que o homem se encontra totalmente engajado: corpo,
espírito e coração. A dança é um esporte completo. A dança também é meditação,
um meio de conhecimento, a um só tempo introspectivo e do mundo exterior.

A dança é a arte de movimentar o corpo em determinado ritmo, ou seja, é a arte


de mover o corpo de forma harmônica, coordenada. Dançando você pode expressar
todos os seus sentimentos, emoções, alegrias e outros, por meio dos movimentos.

Algumas danças são muito conhecidas:


• Ballet
• Tango
• Samba
• Sapateado
• Bolero

Histórico da Dança

De todas as artes a dança é a única que dispensa materiais e ferramentas,


dependendo só do corpo. Por isso dizem-na a mais antiga, aquela que o ser humano
carrega dentro de si desde os tempos imemoriais. Antes de polir a pedra, construir
abrigo, produzir utensílios, instrumentos e armas, o homem batia os pés e as mãos
ritmicamente para se aquecer e se comunicar. Assim, das cavernas à era do
computador a dança fez e continua fazendo história.

Trata-se de uma história que abrange todas as grandes civilizações, do


mediterrâneo ao pacífico. Dançava-se por alegria e luto, para homenagear deuses e
chefes, para treinar guerreiros e educar cidadãos. Mitos e lendas contam a sua

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origem. Desde a cultura egípcia, asteca e bantu, passando pelos gregos até chegar
aos romanos que a prestigiaram em templos e arenas, impondo-lhes limites para
preservar a ordem pública.

Na Grécia Antiga e Clássica, as tragédias apresentavam à platéia a grandeza e


a miséria do ser humano. As comédias ridicularizavam os aspectos negativos da vida
cotidiana e política, não poupando deuses, heróis e políticos; essa liberdade de crítica
aos costumes sociais só era possível devido ao estabelecimento da democracia na
Grécia, garantindo a liberdade de expressão popular. A sátira representava uma
crítica aos vários temas mitológicos, surpreendendo e escandalizando a platéia com
gestos obscenos e representações do ato sexual. Passando pelo Império Romano,
encontra-se o exercício dos espetáculos conhecidos como “Pão e Circo”, onde um
representante do governo oferecia ao público pão e diversão, através da dança, por
exemplo, a fim de manter a população tranqüila e produtiva. Este exemplo caracteriza
o uso da dança como forma de dominação exercida pelo governo e não um manifesto
popular, como ocorre nas pantomimas. Estas representavam, além de outros temas,
críticas políticas de forma astuta, driblando a censura mais facilmente do que a
comédia falada. Os pantomimos levavam à cena as falcatruas e os mais sórdidos
vícios dos homens públicos, sendo apoiados e aclamados pela platéia.

Com a ascensão do cristianismo na Idade Média, a dança passou a representar


o medo que a Igreja pregava no homem. Ele era assustado com as insinuações a
respeito do inferno e dos pecados. O corpo e a alma passaram a ser tratados de forma
separada. Tudo isso foi levado para a dança. O cristianismo tolerou a dança sempre
que a proibição revelou-se ineficaz. Mesmo temendo os castigos anunciados, os
camponeses continuaram dançando nas suas festas que guardavam forte vestígio de
paganismo. Quando a peste negra fazia milhares de vítimas, dançava-se para
exorcizá-la ou simplesmente pela euforia de ainda estar vivo. Essa dança macabra
espelhava o lado sinistro da Idade Média. Mas nessa mesma época, a dança também
amenizava a rotina dos castelos feudais tanto para servos quanto para senhores.
Brincadeira rústica ou forma aceitável de cortejar uma dama, ela contribuía apara
liberar a sensualidade reprimida pela religião.

Durante os séculos medievais, as danças originam-se de manifestações


populares e posteriormente são levadas às classes dominantes, que as adaptam ao

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que seria um estilo mais refinado. Isso determina a necessidade de mestres para
ensinar à corte a dançar.

Depois do Renascimento, as cortes se transformam, devendo oferecer uma


imagem à altura da aristocracia endinheirada. Assim, a dança se faz presente para
exercer um papel de exuberância de sua respectiva corte, contando com elementos
cada vez mais suntuosos, simbolizando riqueza e poder. O absolutismo de Luís XIV,
que passou a ser chamado de Rei-Sol devido ao papel que desempenhou num
desses ballets, também estava presente nos ballets da corte, promovido a diversão-
mor por Catarina de Médicis. A ele se deve também a fundação da Académie Royale
da qual se originaram a escola e a companhia da ópera de Paris. O profissionalismo
nasceu assim apadrinhado pela monarquia absoluta. Suas regras de etiqueta
contribuíram para a codificação e profissionalização da dança. A nobreza
renascentista teve mestres de dança.

A Idade Moderna marcou a transição da dança de diversão aristocrática para


uma forma mais teatral, diversificando-se e recebendo normas. Assim, a dança deixou
de ser apenas uma forma de passatempo da corte e passou a ser tratada como um
espetáculo, que requer técnica e preparo dos intérpretes.

Após a Segunda Guerra Mundial, países como a China e a Holanda, até então
alheios ou quase ao ballet, por exemplo, formaram companhias profissionais que
rapidamente adquiriram prestígio. O caso do Japão é digno de nota: preserva-se ali
a dança tradicional dos antepassados, mas também há espaço cada vez mais amplo
para as sapatilhas de ponta e para a audaciosa proposta do Sankai Juku.

Assim como na sociedade, ocorrem profundas modificações na Dança do século


XVIII. As idéias de respeito à natureza e valorização da liberdade são englobadas ao
universo da dança, preconizadas por Jean Georges Noverre, que acredita na dança
como arte apenas se esta for expressiva. A vitória de suas idéias será marcada pela
estréia de La Fille Mal Gardée, que obteve grande sucesso graças à astúcia de seu
criador, Jean Dauberval, em retratar a burguesia ascendente. Às vésperas da
Revolução Francesa, La Fille conseguiu retratar a classe que estava prestes a
assumir o poder, e também representou com fidelidade a vida do camponês,
incorporando os ideais de liberdade, igualdade e fraternidade que viriam a ser a base

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filosófica do início da Idade Contemporânea na França. O liberalismo revolucionário
burguês deu origem aos ideais românticos, que marcaram um estilo de dança com a
valorização dos sentimentos sobre a razão, da mulher sobre o homem, do irreal e
etéreo sobre o terrestre.

A guerra franco-prussiana fechou as portas da Ópera de Paris e marcou a


decadência do ballet francês. Assim, o pólo da Dança transfere-se para a Rússia
Czarista. Nessa fase, o ballet será marcado pelas representações da aristocracia
promovidas pelo francês Marius Petipa, através de reverências e libretos que
retratavam a vida da corte e a submissão de servos e subordinados à classe
dominante. Como exemplos, encontramos Raymonda, A Bela Adormecida e Lago dos
Cisnes. Às vésperas da Revolução Socialista, as idéias russas sobre o sistema
czarista não eram mais as mesmas do que as da época do auge de Petipa. Agora,
tudo que lembrasse o antigo regime era abolido; não foi diferente com o ballet. Os
ballets aristocráticos foram substituídos por ballets que enfatizavam a cultura
nacional, como A Papoula Vermelha e Spartacus. A difusão das idéias modernistas
pela Europa foi acompanhada pela dança. Esta passa a ter características menos
acadêmicas, com movimentos mais livres, segundo afirmava Michael Fokine. Ao lado
do empresário Sergei Diaghilev, criou diversas obras modernas, sendo sucedido por
inúmeros coreógrafos e bailarinos brilhantes como Nijinsky, que souberam, como ele,
seguir os ideais modernos de total rompimento, que escandalizaram as platéias
européias. Conclui-se assim, que a dança sempre esteve ligada aos acontecimentos
vividos pelo homem e que ela terá as características pertencentes ao momento em
que se passa, não representando algo independente das transformações culturais e
políticas ocorridas ao longo da história da humanidade.

O Brasil, que tem no carnaval, ou seja, numa exploração dançante, a sua festa
máxima, aderiu ao ballet na década de 20, quando aqui se radicou Maria Oleneva,
oriunda da companhia de Anna Pavlova. O profissionalismo desenvolveu-se a partir
da escola que ela fundou no Theatro Municipal do Rio de Janeiro, originando a
segunda mais antiga companhia da América Latina. Outra russa Nina Verchinina,
trouxe os passos da dança moderna, conquistando legião de adeptos depois de um
inicio espinhoso.

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A Dança e seus benefícios para a vida

Dançar é o ato de mover o corpo em cadência. As pessoas parecem sentir a


necessidade natural de expressar seus sentimentos através do movimento rítmico. A
dança é tanto uma arte com uma forma de diversão. Como arte ela pode contar
história, determinar uma disposição de espírito ou expressar uma emoção.
Geralmente esses movimentos com cadência são realizados ao ritmo de uma música.
Para alguns indivíduos a dança constitui um meio de comunicação dos mais
pessoais e eficientes. Seus movimentos, que progressivamente vão se ordenando em
tempo e espaço, são válvula de liberação de uma tumultuosa vida interior que ainda
escapa à análise. Uma pessoa dançando pode expressar vários sentimentos:
desejos, alegrias, pesares, gratidão, respeito, poder, temor.

Dançar é a forma mais simples e saudável de exercitar o corpo e a mente. São


vários os benefícios da dança na formação e manutenção da personalidade e do físico
humano. Tais benefícios podem ser observados em diversos setores ou
especialidades médicas como a ortopedia, a cardiologia e psiquiatria entre outros.
Para citar alguns se pode notar o aumento da capacidade cardiorrespiratória, do
metabolismo aeróbico (com melhor oxidação de gorduras) e maior demanda de
nutrientes aos tecidos ativos; fortalecimento das estruturas esqueléticas, músculos e
articulações; melhora da aptidão física com conseqüente melhora da força, da
flexibilidade e da coordenação; melhora da postura.

Há também uma atuação benéfica sobre vários fatores de riscos coronarianos


como stress emocional, obesidade, hipertensão arterial e sedentarismo; bem-estar
físico, melhora da auto-estima, aumentando assim a auto confiança e a redução dos
níveis de ansiedade e depressão.

Facilita o desenvolvimento da expressão corporal; aumenta a qualidade de


comunicação e expressão em dupla, liberando tensões e realizando a superação da
timidez. Uma conseqüente melhora da qualidade de vida.

A dança também proporciona educação e integração social, estimulando a


sociabilização e o espírito de coletividade além de proporcionar maior prazer de vida
que é uma busca constante do ser humano.

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A expressão corporal propõe resgatar e desenvolver todas as possibilidades
humanas inerentes ao movimento corporal, como estimular o processo de auto
conhecimento, auto estima e expressão criativa. Para atingir tais objetivos são
desenvolvidos um conjunto de praticas que facilitam a captação de energia vital e sua
melhor circulação, liberação de tensões e o contato consigo e com o outro. Essas
práticas, que atuam a nível físico, emocional e mental, possibilitam o prazer de
perceber o corpo em movimento expressivo e pessoal. A música exerce função
primordial, a medida que facilita a entrega aos exercícios, estimula o movimento, a
distenção muscular e o relaxamento.

Não existe o sentido de fazer certo ou errado, de fazer “melhor que o outro”,
portanto não há modelos ou competitividades. É uma expressão própria, não
mecânica, de dentro para fora.

A capacidade que o individuo tem de expressar corporalmente através de


movimentos livres, sem estereótipos, não se discute. Porem diante de um mundo de
incertezas, no qual se vive, exigente nos processos de educação, essa
espontaneidade vai se perdendo em detrimento de questões morais e sociais,
preconceitos religiosos e sexuais e, por fim, recebendo punições que entram em cena
reprimindo o movimento.

Existe uma musculatura da emoção e todas as pessoas precisam se


conscientizar dela. Pode-se perguntar porque os animais na floresta não precisam de
ginástica, mas se algum desses bichos ficar preso entre quatro paredes em algum
tempo estará perdendo pêlos, gordo, flácido e doente. O mesmo ocorre com o ser
humano a partir do momento em que perde seus impulsos. Acaba por deixar seus
sentimentos amortecidos e ignora o mundo que o cerca, caindo assim no
automatismo.

A dança funcionaliza a linguagem do corpo em suas estruturações,


componentes e desenvolvimentos, sua prática leva a manifestação da
personalidade,a um conhecimento e uma consciência mais completa, para fora e para
dentro de si mesmo e, enfim, a comunicação fluida, capaz de promover uma profunda
transformação da atitude básica da personalidade .

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Técnicas

O valor da técnica na Dança está em seu sentido utilitário e não como um fim
em si mesmo. A técnica seria um meio eficaz para canalizar o movimento expressivo
a atingir os seus propósitos – plena sintonia entre dançarinos e o mundo pela sua
comunicação gestual.

A essência da técnica consiste em organizar e difundir um determinado


conhecimento sobre o próprio corpo e as possibilidades dos movimentos existentes
em potencial. A clareza e a objetividade dos movimentos permeados pela técnica
cristalina e transparente fazem à beleza do movimento. A limpeza do gesto e
movimento expressando o que se busca expressar; ganha a beleza e emoção, traz
como consequência, valor estético da dança. Manifestar sentimentos, emoções e
intenção em relação à realidade que cerceia o dançarino confere a expressão de um
movimento coreográfico uma natureza sequencial de verdades pela dimensão
autêntica do movimento executado.

Linguagens

A dança foi uma forma de arte muito valorizada na Antiguidade Clássica, já em


outras sociedades teve uma função muito pragmática associada a tradições de
fertilidade, cultos religiosos, etc. Caracteriza-se por movimentos corporais
coreografados ou espontâneos e improvisados, quase sempre acompanhados de
uma trilha musical que sugere a cadência, a intensidade e a expressividade dos

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movimentos em questão. Essa manifestação artística pode ainda ser vista como uma
das muitas formas de organização da linguagem corporal.
A dança, como acontece com muitas formas artísticas, pode ser vista de formas
muitos diferentes por distintas comunidades, de forma de entretenimento e
socialização estritamente, como é o caso dos passos de dança em carnavais de rua
como o de Olinda, a uma forma de transe coletivo motivado pelo movimento circular
e ritmado de fiéis de algumas religiões, como é o caso do ritual associado a
comunidades religiosas como o Santo Daime. Como expressão artística, a partir de
uma ótica não pragmática, a dança admite escolas específicas que produzem formas
diferentes de pensar os movimentos do corpo como forma de arte.
Há registros confiáveis de que o homem dança há milhares de anos.
Possivelmente, como forma de afastar ou pedir a chuva, de conseguir resultados
melhores para uma caçada ou mesmo de adorar algum deus. Nas cavernas de
Lascaux, na França, há pinturas rupestres que mostram nitidamente grupos de
humanos em situações que remetem a uma forma primitiva de dança. Como para
esses povos, aparentemente o que se pintava nas paredes das cavernas era de
crucial importância como situações de caça, pode-se inferir que a dança ocupava
posição importante na vida dessas comunidades.
Isso ocorre provavelmente desde as primeiras organizações sociais humanas
razoavelmente complexas, quando já era possível pensar na possibilidade de que o
homem era capaz de produzir simbologias abstratas, que fariam com que ele pudesse
associar uma forma de dança primitiva a maior possibilidade de que o inverno fosse
menos rigoroso, por exemplo.
A dança, por milhares de anos e em muitas locais do planeta, foi uma
possibilidade corporal exclusiva de homens. Só nos séculos XIX e XX, que as
mulheres emanciparam-se o bastante para poderem participar ativamente de danças
teatrais mais frequentemente. Em danças folclóricas, nos séculos anteriores, já havia
presença perceptível de mulheres nessas expressões artísticas. Ainda hoje, em
certas regiões da União Soviética, existem danças matrimoniais em que as mulheres
não tomam parte dos movimentos corporais, a não ser como referencial para os
homens dançarem em torno delas, principalmente da noiva.
A história da dança como forma artística, inscrita numa ideia mais formalista de
arte, demonstra as inúmeras mudanças pelas quais passou o entendimento da dança
não só por parte de seus criadores e dançarinos, mas também de seu público, que,

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metaforicamente, passou a exigir cada vez mais em diferentes níveis dos
espetáculos de dança.
As danças populares e folclóricas são um marco importante na história dessa
arte, pois foi certamente a partir de variantes rudimentares e antigas delas,
repassadas pelo exemplo e pela oralidade por milhares de anos, que a dança
desenvolveu-se como forma artística e como técnica corporal.
O Balé Clássico, bem mais tarde, baseado no preciosismo técnico, nas
narrativas surreais e nos espaços idílicos que norteavam a coreografia, foi um
contraponto a espontaneidade inicial.
Ao longo do século XIX, mas especialmente na aurora do XX, desenvolveram-
se entre bailarinos e bailarinas de formação clássica uma visão mais autônoma
esteticamente em relação às possibilidades de movimentação do corpo, muito
influenciada pelas muitas vanguardas estéticas, pelo questionamento dos rigores
teóricos e técnicos do balé clássico e pela ebulição nas artes que as ideias
modernistas propiciaram. São expoentes desse momento Isadora Duncan e Vaslav
Nijinski.
Como uma consequência das ideias modernistas no universo da dança, nasceu
a Dança Contemporânea que por vezes se concilia de alguma forma com modos mais
tradicionais de dançar, sem, contudo, interromper as propostas de inovação estética
da Dança Moderna. Nesse sentido, as formas contemporâneas de dança passam a
fazer uso de adventos tecnológicos como o vídeo, o cinema, os aparatos modernos
de iluminação, os movimentos do esporte, a referência de culturas marginais, etc.,
além de se deixar influenciar pelos ritmos e movimentos da sociedade da qual faz
parte, tais como: a urbanização ampla e acelerada, a importância crescente dos
meios de comunicação e informação, a crise moral, as questões ecológicas, etc. Além
disso, inauguram um tempo de intensas mixagens que ajudaram a tornar nebulosas
as fronteiras entre teatro, música, dança e artes visuais. São exemplos desse tipo
de experiência com a dança, grupos como Corpo, Quasar, Deborah Colker Cia de
Dança, etc.
A dança é uma das linguagens artísticas mais antigas até pela sua pouca
exigência quanto a aparatos tecnológicos e mesmo formação acadêmica para ser
realizada ainda que em um nível muitas vezes rudimentar. Entretanto, desde as
formas de dança mais eruditas como o Balé Clássico até as danças populares como
o Frevo e a Quadrilha, em todas há elementos que as constroem como manifestações

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artísticas e corporais. Segundo a pesquisadora Judith Lynne Hanna, os elementos da
linguagem da dança, que combinados permitiriam a compreensão da dança de
acordo com o estilo, a escola ou mesmo a função, são:
• Espaço: direção, nível, amplitude, foco, ordem e forma.
• Ritmo: tempo, duração, ênfase e compasso.
• Dinâmica: força, energia, tensão, relaxamento e fluxo.
• Forma: relação estabelecida entre quem dança com o outro, com o espaço e
com objetos.
• Locomoção: caminhar, pular, correr, saltar, rolar, estirar-se, rodopiar, etc.
• Gesto: movimentos como rotação, flexão, extensão e vibração.
• Frase corporal: movimentos em sequência capazes de denotar uma afirmação
específica.
• Motivo: parte do movimento apresentada de maneiras distintas: rápido ou
lento, forte ou suave, etc.
Dentre as muitas possibilidades de se abordar a classificação dessa forma de
arte tão dinâmica, quanto multifacetada, faz sentido pensá-la sob várias perspectivas
que alcancem vários elementos constituintes e conceituadores, eis alguns deles:
• Quanto aos envolvidos no processo da dança:
- dança solo (ex.: solista no balé, algumas coreografias do sapateado, break, o
passista do frevo e o da escola de samba, etc.).
- dança em dupla (ex.: tango, salsa, valsa, maxixe, lambada, o mestre-sala e a
porta- bandeira de escolas de samba, etc.).
- dança em grupo (ex.: danças de roda, maracatu, maculelê, etc.).
• Quanto à razão:
- dança folclórica (ex.: catira, carimbó, reisado, etc).
- dança cerimonial ou religiosa (ex.: danças indianas, dança sufi, etc.).
- dança étnica (ex.: dança árabe, danças indígenas, etc.).
- dança terapêutica (ex.: auxílio no tratamento de doentes psiquiátricos, etc.)
- dança erótica (ex.: can can, striptease, etc.).
- dança cênica ou performática (ex.: balé, Danças Contemporânea e Moderna,
etc.).
- dança social (ex.: dança de salão, axé, samba, etc.).

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Expressão

A dança é relacionada no senso comum


como um meio de comunicação, de
autoconhecimento, de educação do sensível,
mas principalmente uma forma de expressar
os sentimentos podendo estar em diversos
espaços e de diferentes formas como no lazer,
no trabalho, na formação, entre outros.

A Expressão Corporal desempenha e


amplia todas as possibilidades humanas. Este
movimento corporal é a possibilidade de conhecimento dessa linguagem individual.
Por imediato, o corpo tem a capacidade de se manifestar, o que, na expressão
corporal, se apresenta através do vivido corporal, da experiência do corpo seja em
situações do cotidiano ou da arte.

Mas, há uma diferença fundamental entre dança e expressão corporal. Na


dança, as academias estão preocupadas com a formação do profissional. Seus
cursos estão calcados nas metodologias, nos processos de ensino-aprendizagens,
discutem o campo crítico-reflexivo. Em outras palavras a dança está mais ligada a um
caráter sério e técnico pautado em fundamentos teórico e que não dá espaço para
a ludicidade.

Já na expressão corporal o que se vê é mais um “brincar” com o corpo de onde


não se descarta a linguagem, as sensações, os sentimentos e pensamentos
realizados com ele.

Segundo BRIKMAN (1989), a expressão corporal desempenha e amplia todas


as possibilidades humanas. Possibilidades que trazem o conhecimento pessoal e
individual, dando ao corpo a oportunidade de manifestar suas experiências e
vivências do cotidiano e da arte.

Podemos dizer que, nas danças do final do século XIX para os dias de hoje,
existe uma preocupação maior com a consciência do movimento. Para atingir esta

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consciência utiliza técnicas diferenciadas da dança clássica. Uma técnica onde a
expressão corporal descreve um resumo denso e breve do cotidiano, do cultural, das
necessidades e desejos humanos e bem menos do irreal e do imaginário.

As danças atuais já não privilegiam o bailarino por seu virtuosismo, mas iguala
a todos no mesmo patamar quando a dança é feita por um grupo. O ambiente em que
elas acontecem não são somente os palcos dos grandes e imponentes teatros, mas
acontecem também nas ruas, praças, galerias, shopping centers, estações de metrô
etc. Os movimentos não são os padronizados pelas danças clássicas, são mais leves
e soltos, pois estimulam a criação, as pesquisas sobre novos movimentos e novas
possibilidades de realização. Mas, tanto umas como as outras são estéticas, ou seja,
o belo sempre está presente.

Uma dança (clássica ou expressiva corporal) nunca está pronta. Sempre há


espaço para a criatividade, para uma expressão interior, para um novo sentimento ou
pensamento impresso num movimento. E este está repleto da contribuição pessoal.
Então, passa a ser único, original e criativo.

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