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DE RÍTMICA
E DANÇA
PROF. DANIELLE FREITAS
FACULDADE CATÓLICA PAULISTA
FUNDAMENTOS
DE RITMICA
E DANÇA
Marília/SP
2022
Diretor Geral | Valdir Carrenho Junior
“
A Faculdade Católica Paulista tem por missão exercer uma
ação integrada de suas atividades educacionais, visando à
geração, sistematização e disseminação do conhecimento,
para formar profissionais empreendedores que promovam
a transformação e o desenvolvimento social, econômico e
cultural da comunidade em que está inserida.
Av. Cristo Rei, 305 - Banzato, CEP 17515-200 Marília - São Paulo.
www.uca.edu.br
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emissão de conceitos.
FUNDAMENTOS DE
RÍTMICA E DANÇA
PROF. DANIELLE FREITAS
SUMÁRIO
CAPÍTULO 01 POR QUE DANÇAR? 06
CAPITULO 1
POR QUE DANÇAR?
Figura 1 - Dança
Fonte: https://7waves.me/mexa-se-7-beneficios-da-danca-para-sua-saude-fisica-e-mental/
Olá alunos e alunas, estamos iniciando agora uma disciplina que poderá deixar
marcas essenciais na vida de vocês, já que ela discute um assunto que envolve e
desperta nossa liberdade individual, provoca reações, paixões e sentimentos que muitas
vezes nem sabemos que moram dentro de nós, vamos falar sobre a dança.
Em primeiro lugar precisamos levar em consideração que a dança está envolvida
nos momentos mais animados do nosso dia a dia, dançamos desde muito pequenos
em festas de escola, em shows, em cerimônias. Quando adultos, algumas pessoas
desejam aprimorar os movimentos em cursos específicos ou simplesmente se mexem
por diversão.
Quem aqui nunca percebeu seu corpo dançando quase que involuntariamente em
algum momento da vida? Muitas vezes gostamos de uma música e começamos a
nos movimentar sob seu ritmo.
Se você ainda não viveu essa experiência, agora é uma boa hora. Coloque uma
música que você gosta para tocar e tente se mexer, da forma que conseguir, vai se
surpreender com o resultado!!!!
É notório que as crianças dançam antes de dar os primeiros passos. Isso ocorre
porque os bebês se expressam primeiro pelo corpo para depois dominarem a linguagem,
o que é surpreendente é que o ato de estimular a dança oferece diversos benefícios
para o desenvolvimento de habilidades necessárias na infância.
Autoconfiança: A consciência corporal é desenvolvida pelos movimentos e posturas
da dança, e quem dança está em contato constante com o próprio corpo, quando
oferecemos para uma criança a oportunidade de “se conhecerem” estamos contribuindo
com um crescimento mais seguro com relação a própria percepção de si, a própria
aparência e consequentemente para a organização dos próprios sentimentos.
Expressão: Vamos reforçar diversas vezes no decorrer da disciplina que a dança é uma
forma de expressão do corpo, esse estímulo age beneficamente no desenvolvimento de
crianças, inclusive nas crianças deficientes e com distúrbios psicológicos e emocionais
significativos, que aproveitam esse momento para transmitir mensagens com o corpo.
Socialização: A dança é uma ótima aliada ao processo de interação entre as crianças.
Sabemos que para o desenvolvimento infantil é necessário o estimulo das relações
interpessoais que são habituais nos momentos que as crianças dançam.
Desenvolvimento motor: A exploração do próprio corpo, a sensação dos movimentos,
a utilização do equilíbrio e o descobrimento de novas possibilidades são fatores
estimulados através dos passos de uma dança.
Melhora da saúde: Não podemos deixar de relacionar a dança com um exercício físico,
e como qualquer outra modalidade ele trabalha efetivamente no sistema cardiovascular
das crianças, o que nessa idade é primordial já que auxilia no desenvolvimento da
capacidade respiratória, ritmo cardíaco e combate ao sedentarismo.
Para essa idade de transição entre a infância e a vida adulta o estimulo da dança pode
ser um forte aliado na formação psicológica dos envolvidos. Muitas vezes eles estão com
dificuldade de organizar sua relação intrapessoal (relação consigo mesmo), e a dança
oferece oportunidade de expressão, onde poderão, através dos movimentos, transmitir
mensagens que gostariam de falar, mas não conseguem por meio de palavras.
Descoberta de um hobbie: Com o estímulo da dança, ficará evidente aqueles que tem
mais habilidade com os movimentos, mais senso de ritmo e controle corporal. Essa idade
pode se tornar um ponto inicial para que essa atividade se torne um hobbie, fazendo com
que os jovens passem a se dedicar mais aos ensaios de coreografias e desenvolvam sua
capacidade de dançarinos.
Autoconfiança e coragem: dançar é expressão de sentimentos, dançar para um público
é superação individual, pois não é fácil se expor e ser destaque de uma situação. Quando
o adolescente se dá conta de que não há problema nenhum em dançar e que vai ser
aplaudido por isso, eles passam a confiar em si mesmos. Esse sentimento é uma peça
importante no desenvolvimento da personalidade dessa faixa etária. Um adolescente
que ultrapassa os limites da vergonha e apresentam uma coreografia para um público,
certamente vai ser uma pessoa mais segura e capaz de superar muitas coisas.
Elevar a autoestima: Vocês devem ser capazes de imaginar a alegria dos idosos em
participar dos momentos de baile comuns da juventude que viveram. Naquela época
eles escolhiam as melhores roupas, sapatos, acessórios e perfumes e se dirigiam aos
salões na esperança de encontrar um par ideal para dançar a noite toda. As damas se
sentavam e aguardavam os cavalheiros. As danças eram circulares, em pares e abrangiam
ritmos de toda cultura brasileira. Se naquela época a autoestima era elevada nesses
momentos, fica fácil de imaginar que quando um senhor ou uma senhora vivenciam o
mesmo processo para participarem dos bailes da terceira idade, as boas sensações são
retomadas e revividas, fator que potencializa o amor próprio.
Afastar a depressão: A sensação de impotência, de incapacidade física, de estar se
tornando um “peso” para família, entre outros sintomas, são comuns nessa fase da vida.
Erick Ericson, psicanalista norte-americano, afirmava que a vida era composta por oito
ciclos, o último ciclo ele denominava Integridade x desespero. Segundo o autor essa
fase poderia ser experimentada de forma serena ou carregada de ansiedade, e dependia
crucialmente da forma como foram vividas as fases anteriores, sendo comum aos idosos
apresentarem sensação de profundo medo de doenças, de sofrimento e da morte. A dança
pode ser a atividade que fará com que os idosos perpassem por essa fase de forma mais
agradável, dentre os inúmeros benefícios já apresentados da aula, aqui especificamente
podemos citar a liberação dos hormônios da felicidade (serotonina e endorfina) que agem
de forma significativa no aumento da energia e vontade de viver.
Autoconfiança: Os praticantes de dança dessa idade passam por uma mudança
significativa de comportamento, pois observando outras pessoas dançando, percebem
que é possível realizar os movimentos e se encorajam a se aventurarem. Os idosos que
ficam muito tempo ociosos dentro de casa acabam perdendo a coragem de se movimentar,
o que piora o quadro de incapacidade física comum da idade, já quando se exercitam,
percebem que são capazes de diversas coisas, ocasionando o aumento da autoconfiança
e autoestima.
Encerrando nossa aula, concluímos que a dança é uma atividade física completa, pois
trabalha o corpo, a mente e a alma. Ela age positivamente nos nossos relacionamentos
intrapessoais e interpessoais, já que decorar coreografias, nos mover no ritmo da
música, controlar a respiração, exercitar o corpo, perder a vergonha da exposição,
lidar com as limitações e diferenças e a superação de limites são fatores constantes
nos momentos em que dançamos.
“[...] quando surgimos no espaço e nele nos movimentamos, temos que dar passos.
A escola de dança é a escola do caminhar. O fluxo contínuo da corrente do tempo
recebe através do contato do pé um compasso. Através dos passos determinamos
uma medida de tempo e ao mesmo tempo uma medida no espaço. O passo torna
mensurável, de acordo com a música, o ato da dança no espaço e no tempo,
vivenciável e possível de ser repetido. O nosso pensamento aprende com o pé a
acertar o passo, e assim construímos uma coluna entre o céu e a terra”. (WOSIEN,
2000, p. 40)
As danças circulares sagradas, também conhecidas como danças de roda,
foram criadas por Bernhard Wosien e sintetizam danças de diferentes culturas
pesquisadas por ele. A dança circular sagrada, ou dança de roda, é uma prática
que reúne vários tipos de danças tradicionais ou folclóricas de diferentes locais do
planeta.
Conheça mais sobre as danças circulares sagradas através do vídeo: Danças
Circulares - Aquarela do Brasil, disponível em:
https://www.youtube.com/watch?v=tS7Mcz-i-_E, acesso em 8 de abril de 2022.
CAPITULO 2
RITMO, MOVIMENTO,
EXPRESSÃO E DANÇA
Ritmo
Os ritmos dos seres humanos podem ser subdivididos em alguns tipos, como segue:
• Ritmo vital – ritmo biológico que rege a vida
• Ritmo Ultradiano – cérebro, coração, pulmões
• Ritmo Circadiano – metabolismo, sono, fome, temperatura, sede
• Ritmo Infradiano – modificações que ocorrem no organismo
• Ritmo psicológico – atenção para mover o corpo conscientemente como
instrumento de ritmo
Movimento
Figura 2: movimento
Fonte: https://nxtcomunicacao.com.br/index.php/2017/10/30/como-obter-fotos-com-movimento-congelado-ou-borrado/
• Agitação
“Estou percebendo um movimento na rua de casa e estou com medo de ir ver o
que é”.
• Física
Se referem aos movimentos da dinâmica (estudo do movimento e das causas desse
movimento) e cinemática (estuda como o movimento se comporta, independente das
causas). Os movimentos também podem ser definidos utilizando unidades de medidas
como os quilômetros (Km), utilizados pelos automóveis.
• Movimento de imagens
Percebemos esse tipo de movimento nos vídeos, que são produzidos a partir de
uma sucessão de fotos.
• Música
O movimento musical se refere ao contraste de tempo entre a velocidade de um
compasso, ou aos fragmentos de uma sinfonia.
• Dança
Na dança os movimentos são extremamente importantes para a montagem de uma
coreografia e consequentemente para gerar a expressão da música escolhida. Também
é por meio do movimento que podemos distinguir os estilos de dança, afinal, somos
capazes de reconhecer um ritmo ou o estilo de uma dança apenas pela observação
dos movimentos.
Rudolf Laban (1879-1958), classificou os movimentos em duas categorias:
Movimentos funcionais – são os que realizamos no dia a dia, como andar, subir
escadas, amarrar o tênis.
Movimentos expressivos – utilizamos para nos expressar, transmite uma ideia ou
uma sensação, como sorrir, dançar, gesticular.
Expressão
Figura 4: Expressão
Fonte:https://www.gazetadopovo.com.br/opiniao/nossas-conviccoes/liberdade-de-expressao-4pusb0uaks2uav8dwp6kc4w7o/
PENSE NISSO
oralmente, e percebemos que existe diferença entre as duas. Quando lemos um aviso
ou observamos um outdoor estamos diante de uma expressão escrita.
Nosso corpo se expressa constantemente, intencionalmente ou espontaneamente,
seja por meio de uma junção de movimentos do corpo ou com uma simples expressão
facial.
A expressão facial é capaz de transmitir a ideia de sentimentos como tristeza,
felicidade, desatenção, raiva, nojo, confusão e etc., esse tipo de ação é imprescindível
na vida dos seres humanos, pois é através dela que somos capazes de demonstrar
alguns sentimentos e de compreender os momentos que o outro está passando.
Vamos refletir:
Pense em uma música que transmite a ideia de descontentamento com as questões
sociais.
Você tem uma música que se identifica? Aquela que parece que o compositor se
espelhou na sua história para escreve-la?
É evidente que a música reflete nossa vida. Ao som de uma música, fechamos os
olhos e imaginamos coisas, relembramos momentos, nos emocionamos, choramos,
cantamos alto, e tudo isso remete a formas de expressão.
O conceito de expressão também se relaciona ao fato de demonstrar algo, presentear
alguém é uma demonstração de afeto e demonstramos insatisfação quando algo nos
desagrada.
A dança é uma expressão baseada no movimento do corpo, pode ser artística
(quando acontece em palcos) e social (quando acontece no dia a dia). Desde os
primórdios os homens dançavam para adorar seus deuses, e podemos afirmar que
naquela época já utilizavam a dança para se comunicar com o corpo.
Dança
Figura 7: Dança
Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/Dan%C3%A7a
Vamos encerrar nossa aula reiterando que, por mais que possuam conceitos
diferentes, esses quatro elementos não se separam, não há como falarmos de ritmo sem
pensarmos em movimento e sem imaginarmos a expressão que eles proporcionam. E
nada melhor do que a dança para envolver todas essas características com maestria.
CAPITULO 3
EVOLUÇÃO HISTÓRICA DA
DANÇA: DO PRIMITIVO À
CONTEMPORANEIDADE
Olá alunos e alunas, sejam bem-vindos a mais uma aula dessa disciplina considerada
extremamente importante para a formação do professor.
Para essa aula, trouxe para vocês uma evolução da história da dança, considerando
que ela existe desde os tempos primitivos e se desenvolveu extraordinariamente até
a contemporaneidade.
Sabemos que é importante estudar a história do passado de um fenômeno para
que o presente seja compreendido e para nos ajudar a construir o futuro.
Vocês, futuros profissionais, a partir da compreensão de como a dança se desenvolveu,
ao final dessa aula serão capazes de se sentirem mais seguros para trabalhar atividades
relacionadas com esse tema em sala de aula.
Então lápis e papel na mão para anotarem o que acharem necessário.
Bora lá...
Vimos que a dança é uma arte desenvolvida com a movimentação do corpo, quem
dança pode demonstrar diversos elementos, entre eles os valores de sua cultura. Além
disso encontramos na dança entretenimento, atividade física e interação social, que
são elementos necessários para uma vida saudável.
Existem rastros de dança na pré-história, imagina-se que ela era uma das formas
de comunicação entre os homens da caverna.
Sol, pois em uma apresentação no Ballet de La Nuit, ele vestiu uma roupa brilhante e
chamativa, que lembrava bastante o sol.
No século XVII surgiu o chamado drama-balé-pantomina, que passou a ser executado
nos palcos dos teatros por profissionais de ambos os sexos, nessa época a dança
atingiu o pico de seu glamour e esplendor sendo enriquecida com ricos e belos cenários
e figurinos.
No final do século XVIII, identificamos o surgimento da tão conhecida valsa, na
Áustria e no Império Alemão. Essa dança é praticada até hoje em grandes eventos
tradicionais, como casamentos e festas de debutantes.
No Romantismo o ballet se tornou uma das manifestações com expressões artísticas
mais utilizadas da época e definitivamente saiu dos salões para os grandes palcos
para as apresentações. O termo relacionado à época foi interiorizado pela dança,
que passou de retratar histórias de bruxas, feiticeiras e fadas para apresentar uma
tentativa de recuperação da harmonia entre o homem e o mundo.
A revolução do Balé se completou no século XVIII, quando os bailarinos passaram
a usar sapatilhas.
Figura 4: Balé
Fonte: https://www.junioroliveiraluz.com/blog/2011/11/11/breve-historia-do-balle/
Um nome importante que deve ser lembrado é Isadora Duncan, que renovou os
estilos de dança apresentando uma provocação com danças mais livres, soltas e
ligadas a vida real.
Estávamos diante da chamada dança moderna.
Esse estilo de dança vaio negar a formalidade do balé. Nela os bailarinos trabalhavam
mais livres, mas ainda sem cortar totalmente os laços com o antigo formato. Os
movimentos corporais passaram a ser mais explorados e os estudos da dança se
voltaram para as possibilidades motoras do corpo humano. Nessa época se tornaram
comuns os solos de improvisação nos palcos.
ANOTE ISSO
O corpo é mais livre porque lhe é dada maior autonomia. A dança moderna é um
ciclo de energia: ora estoura, ora se concentra. Temos nela a respiração, a alternância
de tensão e o relaxamento, o corpo em desequilíbrio e o jogo da gravidade, ela põe
em jogo o diálogo da pele e do espaço, retornando às origens do movimento. A dança
contemporânea não possui uma técnica estabelecida, isso permite que ela possa ser
praticada por todos os tipos de pessoas.
E quem não se rende a dar uma olhadinha em uma roda de capoeira se apresentando?
Sem contar a quantidade de turistas que admiram o Maracatu. E você conhece a
Congada?
Realmente essa cultura se instalou no nosso país e temos muito prazer em dizer
isso.
Toda dança africana contém implícito um conteúdo forte relacionado a emoção, a
arte, e em muitos casos a conotação espiritual.
Observem a letra dessa música e vejam o poder de emoção que ela consegue trazer:
Que navio é esse que chegou agora?
É o navio negreiro com os escravos de Angola.
Vem gente de Cambinda Benguela e Luanda, eles vinham acorrentados para trabalhar
nessas bandas.
Que navio é esse que chegou agora?
É o navio negreiro com os escravos de Angola.
Aqui chegando não perderam a sua fé criaram o samba a capoeira e o candomblé.
Que navio é esse que chegou agora?
É o navio negreiro com os escravos de Angola.
Acorrentados no porão do navio muitos morreram de banzo e de frio.
Castro Alves (1869), disponível em: https://www.letras.mus.br/abada-
capoeira/72937/, acesso em 14 de abril de 2022.
CAPÍTULO 4
DIVERSIDADE CULTURAL E
MANIFESTAÇÕES FOLCLÓRICAS
Influência Indígena
Influência Africana
Essa cultura chegou até nós por meio dos escravos trazidos ao país durante o
período do tráfico negreiro transatlântico.
Com eles nos deparamos com as religiões afro-brasileiras e atualmente percebemos
forte influência dessa cultura nos estados da Bahia, Maranhão, Pernambuco, alagoas,
Minas Gerais, rio de Janeiro, São Paulo e Rio Grande do Sul.
Além da forte influência religiosa como a difusão do candomblé e da umbanda, a
culinária foi um aspecto cultural potente trazido pelos africanos. Dentre os principais
pratos podemos citar o vatapá, o cururu e o acarajé, e, vale dizer que o azeite-de-dendê
é extraído de uma palmeira africana.
Influência Francesa
Mesmo não sendo a principal potência colonizadora do Brasil, a Franca é
responsabilizada por difundir uma forte cultura e influência de comportamento no
nosso país. Primeiramente influenciou o comportamento da elite, trazendo um modelo
Influência Holandesa
A literatura de cordel é advinda do processo de colonização dos holandeses, além
das blasfêmias no folclore do açúcar, da confeitaria e dos laticínios. Também são
responsáveis por melhoras urbanas através da arquitetura não religiosa, pinturas e
desenhos refletindo a paisagem, retratos, figuras humanas, animais e natureza morta.
Bumba-meu-boi: São pessoas que conduzem uma fantasia de boi, se tornou uma
festa turística em diversas cidades. Origem: Maranhão.
Festa Junina: Festividade que acontece em todas as regiões do país, no mês de
junho, trazida pelos Portugueses. Inicialmente possua conotação religiosa em que
homenageava os santos: São João e Santo Antônio. Durante a festa são realizadas
danças típicas, como a quadrilha, e há produção gastronômica à base de milho,
amendoim e bebidas como quentão e vinho quente. As roupas utilizadas nas festas
remetem ao povo caipira.
Folia de Reis: Manifestação religiosa, cultural e festiva, se caracteriza por lembrar
no nascimento de Jesus (os três reis magos). Nas festas encontramos elementos
musicais com diversos instrumentos, e os participantes visitam casas, tocando e
cantando, lembrando a viagem dos reis levando presentes ao menino jesus.
Carnaval: É caracterizada por ser uma festa em que as pessoas se permitem perder
sua individualidade cotidiana e experimentam outro sentido social, por meio das
máscaras e fantasias. É de origem católica pois ocorre antes do período da quaresma.
Nessa festa os participantes abusavam do consumo de carne e álcool, pois entrariam
em liturgia logo em seguida.
Figura 5: Carnaval
Fonte: https://www.contabeis.com.br/noticias/50504/carnaval-entenda-quem-pode-folgar-e-se-o-seu-salario-pode-ser-descontado/
Samba de roda: Uma das danças folclóricas brasileiras mais conhecidas, influenciada
por africanos com ritmos portugueses cujo objetivo maior era o culto a orixás e caboclos.
VOCÊ SABIA
Encerramos aqui nossa aula, espero que tenham compreendido o conteúdo e que
a partir de hoje sejam capazes de analisar com outras lentes a riqueza cultural do
nosso país.
Obrigada e até a próxima aula.
CAPITULO 5
DANÇA – UMA VIAGEM
AO REDOR DO MUNDO
Olá alunos e alunas, nesta aula convido vocês a embarcarem comigo nessa
sensacional viagem ao redor do mundo pegando carona na diversidade dessa maravilha
que é a dança.
Veremos no decorrer da aula, a vasta e magnífica possibilidade de danças existentes
no planeta. Infelizmente é impraticável abranger o assunto na totalidade, portanto,
selecionamos alguns estilos para apresentarmos a vocês.
Já vimos nas primeiras aulas que a dança é expressão de sentimentos através do
corpo, e isso é algo comum em todas as culturas. Todos os países desenvolveram danças
em suas comunidades, desde vilas, tribos e templos como forma de comunicação,
celebração e culto.
Quando discutimos a história da dança, vimos que essa manifestação diz muito
sobre a história de um povo, pois além de retratar seu cotidiano, reforça suas crenças
e apresenta seus desejos.
Isso justifica a importância de viajarmos nessa imensidão de culturas, para que
além de adquirirmos conhecimento, aprendamos a respeita-las e valorizadas para
posteriormente trabalharmos em sala de aula com domínio e segurança.
Figura 1: Adumu
Fonte: https://www.pinterest.pt/pin/95138610851427832/?amp_client_id=CLIENT_ID(_)&mweb_unauth_id={{default.session}}&_url=https%3A%2F%2Fwww.
pinterest.pt%2Famp%2Fpin%2F95138610851427832%2F&open_share=t
Consiste em uma dança com pulos. A ideia central era medir qual homem pula mais
alto. Essa dança também faz parte de um rito de passagem para a vida adulta, já que
os jovens reproduziam sons de batuque com a boca e saltavam até conseguirem os
melhores pulos, assim já estavam prontos para os casamentos.
Bharatanatyam – Índia
Figura 2: Bharatanatyam
Fonte: https://stringfixer.com/pt/Bharat_Natyam
Cumbia – Colômbia
Figura 3: Cumbia
Fonte:http://gshow.globo.com/TV-Gazeta-ES/Em-Movimento/noticia/2016/08/conheca-cumbia-ritmo-que-agita-os-latinos-em-vitoria.html
Essa dança é muito importante para o folclore colombiano, seus elementos misturam
as raízes africanas e indígenas. A prática é realizada com tambores e flautas.
Essa dança existe desde a dinastia Han. Os chineses têm diversos festivais simbólicos
e um deles é a festa do Dragão. Atualmente essa festa é considerada um espetáculo
muito admirado por turistas.
O dragão tem aproximadamente três metros, no seu interior possuem varas de
bambu que o conduzem na dança. É uma dança que exige força física dos participantes.
A cabeça do dragão deve se movimentar o tempo todo para mostrar poder.
Fazem parte das danças folclóricas Paraguaias a yuki, pericón, a polca paraguaia
e chiperita, dentre outras. A polca é uma dança bastante popular, consiste em uma
dança de casal, com giros. As mulheres usam vestidos rodados e os homens fazem
barulhos com o sapato.
Flamenco – Espanha
Figura 8: Flamenco
Fonte: https://revistafrontal.com/saude-bem-estar/corpo-e-alma-a-arte-do-flamenco/
Footwork – EUA
Figura 9 - Footwork
Fonte: https://oglobo.globo.com/cultura/footwork-misto-de-danca-estilo-musical-ganha-compilacao-3509654
Frevo – Brasil
O Frevo teve sua origem em Recife no século XIX, iniciou-se com a rivalidade entre
bandas formadas por militares e escravos livres. A palavra frevo vem de “frenético”,
porque seus movimentos são muito acelerados.
Hopak – Ucrânia
A dança Ucraniana Hopak tem esse nome pois remete ao verbo “hopati”, que significa
“saltar”. A dança consiste em um grupo de bailarinos homens que saltam e realizam
acrobacias.
Kabuki – Japão
Kathakali – Índia
Salsa – Cuba
Nasceu na ilha de Cuba, em Havana, é uma dança que envolve vários estilos musicais,
incluindo o samba brasileiro. É inspirado pelo merengue da Republica dominicana e
pelo calipso de Trinidad e Tobago, além de outros estilos.
Tango – Argentina
O tango é uma dança de pares, com coreografia complexa que necessita de uma
certa carga dramática, expressividade, expressão de sentimentos e capacidade de
improvisação.
Muito parecida com a valsa que conhecemos atualmente, é uma dança composta
de movimentos circulares pelo salão.
A dança tradicional do povo Guru, é realizada por pessoas usando uma máscara
inspirada em uma menina chamada “Djela Lou Zaouli. Essa dança é uma manifestação
comum em celebrações e funerais.
Como foi dito no início da aula, esse assunto é extremamente amplo, existem
diversos estilos de danças que retratam culturas de países e regiões que merecem
ser conhecidas, por isso convido vocês a ampliarem suas pesquisas para aumentarem
seu repertorio de conhecimento acerca do assunto.
Na próxima aula vamos realizar um passeio pelo nosso país.
Obrigada pela atenção de todos, até mais.
Vimos nessa aula que a música é uma linguagem universal. Através dela podemos
conhecer um pouco sobre a cultura de um país, ao ouvirmos uma música, é
como se estivéssemos conhecendo mais de perto seu país de origem, e quando
assistimos uma dança típica, essa emoção aumenta potencialmente.
Esse vídeo apresenta algumas danças que não discutimos nessa aula, mas que
merecem sua atenção.
Vídeo: Os estilos musicais mais tradicionais ao redor do mundo. Disponível em:
https://www.skill.com.br/noticias/musica/os-estilos-musicais-mais-tradicionais-ao-
redor-do-mundo, acesso em 18 de abril de 2022.
CAPITULO 6
DANÇA – UMA
VIAGEM PELO BRASIL
Olá pessoal, tudo bem com vocês? Espero que estejam dispostos a embarcar em
mais essa aventura no mundo da dança. Conforme combinamos na aula anterior,
agora partiremos para uma nova viagem, dessa vez no aconchego do nosso país
tropical. O objetivo dessa aula é proporcionar muito conhecimento acerca de nossa
própria cultura, que muitas vezes é pouco valorizada, mas sempre deve ser respeitada.
Aproveitem nossa aula para pensarem em estratégias e métodos que os auxiliem
no desenvolvimento de atividades que trabalhem a questão cultural de nosso país. A
partir desse conteúdo aprendido você se sentirá seguro em planejar eventos e projetos
riquíssimos para sua escola.
Prontos para chacoalhar o corpo?
Sejam bem-vindos às danças brasileiras!!!
As danças no Brasil são algumas de nossas maiores riquezas culturais, pois por
meio de ritmos e movimentos nossa cultura é expressada conseguindo contar parte
de nossa história.
A literatura separa as manifestações de danças do Brasil por regiões, pois elas
realmente marcam seus estados de origem, e acabam se tornando símbolos populares
que muitas vezes são peças chave para a movimentação do turismo.
Você já participou de alguma grande festa tradicional no Brasil?
O Brasil carrega a fama de ser um território carregado de pessoas que gostam de
festa, então não se assustem se suas perninhas sentirem vontade de balançar quando
começarmos a discutir os ritmos envolventes de nosso país.
Os pandeiros estão para os cariocas assim como as cores do frevo estão para os
pernambucanos, independentemente do local do país, as representações das danças
populares possuem grande relevância na formação do povo.
É muito importante que nossos alunos sejam formados com a mentalidade de que
a dança sobressai ao lazer e a descontração, pois ela oferece uma ferramenta de fácil
acesso para a compreensão do passado de um povo, e do processo de miscigenação
que marca a identidade de todo brasileiro.
Cada instrumento carrega uma história, cada movimento foi construído e modificado
por uma condição de vida. Muitas de nossas danças trazem herança do sofrimento
dos negros e de uma cultura indígena que não pode ser esquecida.
Baião
Figura 1: Baião
Fonte: https://www.visiteobrasil.com.br/nordeste/pernambuco/folclore/conheca/baiao
Bumba-meu-boi
Figura 2: Bumba-meu-boi
Fonte: https://escolaeducacao.com.br/cultura-popular/
ANOTE ISSO
Essas festas que homenageiam um boi são inspiradas em um conto que dizia o
seguinte:
“Mãe Catirina e Pai Francisco é um casal de escravizados que vive em uma fazenda no
sertão. Grávida, Catirina sente o desejo de comer a língua do boi mais bonito do dono da
fazenda. Para satisfazer o desejo de sua mulher, Pai Francisco rouba o boi preferido do
dono da fazenda, mata o animal e retira a língua para que sua esposa possa comê-la.
O vaqueiro fica sabendo do roubo e da morte do boi e avisa seu patrão. Enfurecido,
o dono das terras jura vingança e parte em busca do casal. No fim do auto, os
personagens conseguem ressuscitar o boi, e, como agradecimento, o dono da fazenda
promove uma festa.
O auto do boi retrata as diferentes visões sobre o boi e a sua imponência. Para os
escravizados e trabalhadores rurais, o animal era companheiro de trabalho e sinônimo
de força. Para os proprietários de fazendas, investimento seguro e uma fonte de renda.”
Veja mais em: https://brasilescola.uol.com.br/folclore/bumbameuboi.htm, acesso em 19
de abril de 2022.
Carimbó
Figura 3: Carimbó
Fonte: https://vermelho.org.br/2014/09/11/carimbo-paraense-torna-se-patrimonio-cultural-imaterial-do-brasil/
Essa dança tem origem na região Norte, especialmente no Pará e se baseia nas danças
indígenas. Uma curiosidade é que o nome da dança é inspirado em um instrumento
musical dos índios parecido com um tambor artesanal utilizado nas representações
religiosas e artísticas. O significado da palavra é: pau que produz som.
A dança é giratória, e as mulheres usam diversos acessórios, saias floridas e rodadas,
já as blusas possuem uma única cor, o que causa um efeito bonito durante a dança. Os
homens utilizam calças curtas, claras, com a barra enrolada. A coreografia é composta
por movimentos iniciados pelos homens que convidam suas esposas para dançar
batendo palmas, as mulheres giram as saias tentando escondê-los.
Cateretê ou Catira
Figura 4: Catira
Fonte: https://br.pinterest.com/pin/164099980159139672/
Coco
Figura 5: Coco
Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/Coco_(dan%C3%A7a)
Forró
Figura 6: Forró
Fonte: https://www.acritica.net/editorias/geral/iphan-declara-o-forro-como-patrimonio-cultural-do-brasil/567914/
A palavra forró vem do baile Forrobodó, do século XIX com Luiz Gonzaga. Esses
bailes fizeram sucesso e se espalharam por todo o Nordeste e depois todo país. O
forró, por mais difundido que tenha sido, não diz respeito ao mesmo tipo de música.
Durante décadas esse estilo foi se transformando e deixou de ser somente regional
(tocado por uma sanfona, zabumba e triângulo) e passou a acompanhar a tecnologia
e modernidade incorporando elementos do axé, do tecnobrega e do pop.
A partir de 1975, músicos populares da época como Alceu Valença, Zé Ramalho,
Geraldo Azevedo e Elba Ramalho adaptaram o forró à época e criaram o forró
Universitário, pois esse nome agradava o público jovem.
Quanto a dança, acredito que não seja novidade para ninguém, normalmente
acontece em pares que realizam passos e giros.
ANOTE ISSO
Frevo
Figura 7: Frevo
Fonte: https://www1.folha.uol.com.br/webstories/cultura/2020/09/a-historia-do-frevo/
O GALO DA MADRUGADA
“Vários blocos de frevo saem pelas ruas de Pernambuco na época do carnaval,
com concentração maior em Recife e Olinda. Um dos blocos carnavalescos mais
expressivos e conhecidos é o Galo da Madrugada, com 41 anos de existência. O
bloco saiu às ruas da cidade pernambucana pela primeira vez em 4 de fevereiro
de 1978, com 75 pessoas fantasiadas, acompanhadas por uma orquestra com
22 músicos. Nos anos seguintes, o bloco foi ficando famoso e ganhando adesão
de milhares de foliões a cada carnaval. Em 1994, o Galo da Madrugada viu o
reconhecimento internacional: o Guiness Book consagrou a agremiação como
“o maior bloco de carnaval do planeta”, quando 1,5 milhão de foliões desfilaram
pelas ruas do centro da cidade. Já em 2018, o desfile arrastou um público médio
de 2,3 milhões pessoas às ruas do centro do Recife. ” Fonte: FREVO, PATRIMÔNIO
CULTURAL IMATERIAL DA HUMANINDADE, disponível em: https://www.neoenergia.
com/pt-br/te-interessa/cultura/Paginas/frevo.aspx, acesso em 19 de abril de 2022.
Jongo
Figura 8: Jongo
Fonte: https://br.pinterest.com/claudiaiaracamp/jongo/
Maracatu
Figura 9: Maracatu
Fonte: https://www.itu.com.br/eventos/noticia/festival-de-artes-leva-cortejo-do-maracatu-ao-eixo-historico-de-itu-20150706
Xote
Consideramos essa dança brasileira, porque, apesar do ritmo original ter vindo
da Alemanha, tornou-se muito apreciado pela elite brasileira no período do Segundo
Reinado. Com isso, muitas transformações aconteceram nos movimentos, e o
Schottisch caiu no gosto popular passando a ser chamado de “xótis”, e com o tempo
“xote”. Os gingados dos escravos modelaram os passos da música e terminaram de
abrasileirar o estilo musical. Os instrumentos que embalam o xote são a sanfona, a
zabumba, o triângulo, o ganzá e o agogô, fator que torna o ritmo muito parecido com
o forró, inclusive nos movimentos da dança.
Vamos encerrar nossa aula sabendo que você leitor deve estar se perguntando:
Onde está o carnaval?
Onde está o samba?
Pois é queridos alunos... o país do futebol também é o país do samba e do carnaval!!!
Mas isso pede uma aula especial somente para esse tema!!!
Nos encontraremos em breve... até lá!
CAPÍTULO 7
BRASIL – O PAÍS DO
SAMBA E CARNAVAL
Figura 1 - Carnaval
Fonte: https://www.contabeis.com.br/noticias/50504/carnaval-entenda-quem-pode-folgar-e-se-o-seu-salario-pode-ser-descontado/
Apesar do nosso país ser considerado um país musical pela multiplicidade de estilos
e ritmos, o carnaval veio com a força da convivência plural das raças soltando uma
voz que celebra a vida, as tradições e a memória dos envolvidos.
ANOTE ISSO
Com o passar dos anos, a voz do povo passou a fazer parte das melodias
carnavalescas que incorporaram um caráter irônico carregado de críticas sociais.
Esse desabafo coletivo perdura até hoje desde os desfiles das escolas de Samba do
Rio de Janeiro e São Paulo até os bonecos de Olinda ou os abadás de Salvador.
Veja só um exemplo de um trecho de enredo de escola de samba que utilizou
como temática críticas às reformas trabalhistas e da Previdência propostas pelo ex-
presidente Michel Temer:
“ (...) Lá vai em cada isopor
O sonho, o suor, feijão e arroz do camelô
Que tá cansado de vender
Pra quem não cansa de comprar
E camelô representa todo mundo que não vai se aposentar
A gente é o rato que roeu a roupa do rei de Roma
Supremo é ter o povo no poder
Dá cá o nosso, se não der a gente toma (...)”
Alisson Martins, Belle Lopes, Bil-Rait “Buchecha’, Guilherme Sá, Letícia, LG, Nina
Rosa, Tiago Sales e Thiago Kobe. Cadê o futuro que estava aqui? (2018).
Portanto, por meio do carnaval o povo mostra toda sua vibração, e num momento
de alegria ao Brasil grita implorando por mudança. Hoje, podemos afirmar que temos
uma indústria do Carnaval, e que ela movimenta milhões de reais, emprega centenas
de pessoas e é um dos cartões postais do Brasil. Visitantes vindos de todo o mundo
FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 65
FUNDAMENTOS DE
RÍTMICA E DANÇA
PROF. DANIELLE FREITAS
chegam ao nosso país para assistir aos desfiles, sair atrás de algum trio elétrico ou
simplesmente acompanhar um bloco de rua. Ainda que não tenhamos inventado o
Carnaval, usamos esse momento de folia para ser um refrigério para o povo brasileiro,
que adotou o Carnaval e colocou o seu tempero.
A origem do Samba
(...) Mas pra fazer um samba com beleza
É preciso um bocado de tristeza
É preciso um bocado de tristeza
Senão, não se faz um samba não (...)
Vinicius de Moraes – Samba da benção (1988)
Já discutimos nas aulas anteriores sobre a influência africana nos instrumentos
musicais que levam o samba. Os batuques chegaram ao Brasil com os africanos, e
estavam intimamente relacionados com o viés religioso na comunicação dos negros
com rituais que utilizavam dança, percussão e música.
Esses batuques foram aos poucos se misturando com ritmos europeus como a
valsa e a polca e aos poucos nosso samba foi se formando.
A literatura considera o samba um gênero musical tipicamente brasileiro, e realmente
podemos afirmar que sua história é um misto de tradições que atravessam a história
do nosso país.
Apesar de alguns historiadores considerarem que o samba nasceu na Bahia, o Rio
de Janeiro é considerado a capital do Samba. No século XIX essa cidade passou a
receber uma grande quantidade de negros que vinham de todo país, e com isso eles
começaram a se aglomerar principalmente na região da Praça Onze, para os rituais
religiosos chamados Iorubás. Estávamos diante das primeiras rodas de samba no
Brasil.
O samba daquela época possuía um caráter coletivo, contendo em sua letra
improvisos e versos cantados em grupo. Não demorou muito para o estilo musical se
popularizar nos subúrbios e posteriormente nos morros cariocas. Entre os sambistas
famosos da época estão João da Baiana (1887-1974) que gravou o samba “Batuque
na cozinha” e Joaquim Maria dos Santos (1890-1974), que registrou o primeiro samba
em uma gravadora, chamado “Pelo telefone”.
CAPÍTULO 8
FUNDAMENTOS
TÉCNICOS DA DANÇA
Olá alunos e alunas, a partir de agora vamos direcionar nosso conteúdo para vocês,
futuros professores.
Até agora conhecemos pontos importantes da dança, principalmente no contexto
cultural do nosso país. Além disso, fomos apresentados aos diversos estilos de dança
do Brasil e do mundo para compreendermos melhor sua origem e respeitarmos a
história do povo que a criou.
A partir daqui vamos elucidar maneiras de se trabalhar com dança na sala de aula,
pois esse é nosso maior objetivo com essa disciplina.
Você sabia que para trabalhar o ensino de ritmos e danças no ambiente escolar
não é preciso saber dançar?
Pois é, acreditem que as possibilidades de trabalho são diversas.
Fiquem tranquilos, porque algumas de nossas aulas serão dedicadas especialmente
no preparo de planos de aula para que vocês futuros professores possam utilizar no
dia a dia em sala de aula.
Primeiramente vamos partir do princípio de que, embora a dança possa acontecer de
forma livre e solta e sem técnica alguma, existem alguns artifícios que foram criados
por especialistas e que embasam a formação de uma coreografia.
Para cada estilo de dança existe um tipo de movimentação típica, que respeita sua
origem (movimentos, figurino e etc.). Mas em qualquer situação, alguns elementos
são comuns na criação, montagem e desenvolvimento de uma coreografia, esses
elementos são:
• Espaço
• Tempo
• Forma
• Movimento
TEMPO DA DANÇA
FORMA DA DANÇA
MOVIMENTO DA DANÇA
Esse elemento se refere aos movimentos básicos que o corpo pode realizar, são
as chamadas translações e rotações e todas as combinações que isso pode gerar.
Esse elemento pode ser subdividido:
Movimento potencial: se referem ao tempo que o corpo não se movimenta, seria
a pausa nos movimentos.
Movimento liberado: se referem a todos os movimentos que o corpo é capaz de
realizar no espaço. Passos frontais, laterais, para trás, giros, movimentos com braços,
cabeça, mãos e etc.
Família de movimentos: são as combinações que diferentes movimentos podem
gerar: transferências, locomoções, saltos, voltas, quedas e elevações.
OUTROS ELEMENTOS IMPORTANTES QUE FAZEM PARTE DA DANÇA
É importante dizer que, embora a dança seja carregada de técnicas, existem fatores
extremamente importantes para sua realização:
Criatividade: em uma dança a criatividade é essencial, seja na criação e formação
da coreografia ou na ousadia de novos movimentos.
Improvisação: como em tudo na vida, na dança também podem ocorrer falhas,
e a improvisação do dançarino é capaz de tornar esses momentos imperceptíveis.
Sentimentos e expressões faciais: eu diria que esse é o elemento mais importante
em uma dança. Você já reparou nos programas televisivos de auditório que as
dançarinas sempre estão com um sorriso estampado no rosto? Isso ocorre porque
as expressões faciais transmitem sentimentos enquanto um dançarino realiza seus
movimentos. Essas expressões faciais não deixam de ser movimentos complexos,
afinal, são produzidos a partir da contração da musculatura facial, voluntariamente,
transmitindo ao público a veracidade de informações que aquela dança pretende passar.
Portanto, se conseguirmos fazer uma análise de todos esses pontos, teremos mais
segurança para realizar a tentativa da montagem de uma coreografia com nossos
alunos. Mesmo que os professores não sejam especialistas em dança, essa proposta
de atividade é um desafio muito bem aceito no ambiente escolar, e é bem provável
que os alunos se envolvam e auxiliem a construção de danças muito bem elaboradas.
Existe uma proposta interessante que pontua o passo a passo de uma montagem
de coreografia de dança, acessem ao link e façam suas anotações para logo colocarem
em prática.
Finalizamos aqui nossa aula, e espero que tenham se sentido estimulados o suficiente
para tentarem experimentar essa proposta futuramente.
Obrigada a todos.
Até a próxima aula.
CAPITULO 9
FORMAÇÃO PROFISSIONAL
PARA O ENSINO DA DANÇA
Figura 1: Arte
Fonte: https://comunidadeculturaearte.com/a-arte-como-meio-de-comunicacao/
Olá alunos e alunas vamos iniciar nossos estudos pensando em um ponto importante
para a educação brasileira.
Nas aulas anteriores, pontuei que os professores podem se sentir inseguros em
trabalhar assuntos relacionados com a música no ambiente escolar. Isso ocorre
porque a formação do professor pode não oferecer subsídios suficientes para garantir
a formulação de um planejamento que contemple esse conteúdo.
É importante mencionar que a Lei n° 11.769/2008 tornou o ensino da música uma
disciplina obrigatória nas instituições de ensino de educação básica do Brasil. Em
contrapartida, a porcentagem de escolas que atende essa norma é bem baixa, e a
justificativa está na baixa quantidade de professores especialistas na modalidade.
Atualmente, os professores da disciplina de Arte ficaram “responsáveis” por introduzir
esse tema na escola, mesmo assim fica claro a dificuldade que possuem para cumprir
essa orientação da Base Nacional Comum Curricular (BNCC).
Sabemos que o ensino da arte em sala de aula corresponde a uma área necessária
para a formação humana, e a disciplina “Arte” está relacionada a diversas vertentes,
dentre elas, a disseminação de valores da linguagem visual e corporal.
Então por que será que as Artes Visuais predominam nas escolas?
As leis que regem a educação brasileira determinam alguns fatores importantes
que respondem essa questão, de acordo com Strazzacappa (2011):
“1) A formação da maioria dos professores de arte que não abrangeu as demais
linguagens artísticas (licenciados na então denominada Educação Artística);
2) O fato de que a maioria das escolas não estava equipada para acolher outras
formas de ensino-aprendizagem a não ser a convencional, isto é, em sala de aula
com carteiras e lousa;
3) A ausência de concursos públicos para professor especialista que permitisse a
inscrição de licenciados em dança. ” (STRAZZACAPPA, 2011a, p. 28)
Portanto, a predominância das Artes Visuais ainda é percebida nas escolas e, diante
disso, se torna necessário a oferta de cursos universitários mais específicos para os
futuros professores, voltados para diferentes linguagens artísticas, e isso acarretaria
não somente no cumprimento das determinações das leis, mas também garantiria
um ensino mais abrangente.
Como dissemos em nossa aula, o ensino de música nas escolas brasileiras é uma
política pública regulamentada por lei, embora ainda não tenha “pegado” de todo.
Leia o texto de Roberto de Oliveira: ENSINO DE MÚSICA: É LEI, MAS AINDA NÃO
“PEGOU” Publicado em 30/08/2018, no portal eletrônico da União Brasileira de
Compositores. Disponível em:
http://www.ubc.org.br/publicacoes/noticia/10482/ensino-de-musica-e-lei-mas-
ainda-nao-pegou#:~:text=O%20ensino%20de%20m%C3%BAsica%20nas,pela%20
ent%C3%A3o%20presidenta%20Dilma%20Rousseff.
Acesso em 02 de maio de 2022.
CAPÍTULO 10
RITMO E DANÇA NA
EDUCAÇÃO INCLUSIVA
com deficiência, já que a formação dos professores nem sempre garante a segurança
necessária para a atuação em sala de aula.
A infraestrutura muitas vezes não está de acordo com as necessidades dos alunos,
as barreiras arquitetônicas, urbanísticas, de transporte, da comunicação e tecnológicas
atrapalham potencialmente o processo do ensino inclusivo, vejam os exemplos:
Barreiras arquitetônicas: portas estreitas e banheiros não adaptados.
Barreiras urbanísticas: calçada sem nível correto, falta de piso tátil, sinais sonoros
ou semáforos.
Barreiras no transporte: ausência de rampas e corrimão.
Barreiras na comunicação: falta de conhecimento dos professores e funcionários
sobre Libras, falta de legendas ou textos alternativos.
Barreiras tecnológicas: empecilhos ao acesso à tecnologia
Por mais que exista a insegurança de trabalhar nesse contexto, os professores são
os grandes responsáveis por quebrar essas barreiras, pois uma criança não pode se
quer imaginar que está sendo um estorvo ao ambiente escolar, e que atrapalham o
processo de ensino dos outros estudantes.
Portanto, no âmbito educacional precisa existir o acolhimento das diferenças
humanas, pois isso irá desconstruir o argumento:
“A escola está de portas abertas para atender alunos com deficiência, desde que
ele se adapte ao modelo que a escola trabalha. ”
ANOTE ISSO
Escolas especiais são centros de recursos especializados para receber alunos com
deficiência, com professores especialistas e materiais pedagógicos. A Associação
de Pais e Amigos dos Excepcionais (APAE) é uma instituição sem fins lucrativos que
oferece atendimento educacional especializado, portanto é considerada uma escola
especial.
Fonte: a própria autora
Vimos que a música nos influencia no âmbito cultural e social, mas você sabia que
ela era tão importante para nossa saúde?
A música está totalmente envolvida com nossas estruturas psicofísicas.
O que ocorre é que quando nos envolvemos com a música, acontece uma interação
das funções do nosso corpo, o que resulta em um desenvolvimento emocional, físico
e na melhora das interações sociais.
É nítido que a música proporciona momentos de lazer, pois em qualquer encontro,
comemoração ou evento a música está presente, mas nas pessoas com deficiência,
acima disso, a música exerce outras influencias, pois ela pode ser usada como
instrumento auxiliar da medicina.
Segundo a organização mundial da saúde (OMS), a música estimula a expansão
cognitiva, psicomotora, afetiva e educacional. Inclusive a musicoterapia está incluída
na lista das terapias alternativas reconhecidas pela OMS.
Nosso sensorial é ativado quando ouvimos uma música, pois ela permite que além
de ouvi-la, possamos senti-la. E quando associamos movimentos à música (dança),
CAPITULO 11
A IMPORTÂNCIA DA
APLICABILIDADE DAS
ATIVIDADES RÍTMICAS
PARA AS CRIANÇAS
Outro ponto que deve ser discutido é com relação ao pensamento abstrato. Você
sabe o que é pensamento abstrato?
Pensamento abstrato, em resumo, é a capacidade de pensar em coisas que não
podemos ver. Como podemos pensar no amor ou no futuro se não podemos toca-los?
Quando o pensamento abstrato é desenvolvido, concomitantemente desenvolvemos
nossa imaginação, e assim vamos criando a habilidade de prever e planejar. A música
age nesse aspecto com bastante eficácia, pois quando a criança entra em contato
com esse estímulo diversas partes do cérebro são envolvidas, e o raciocínio espaço-
temporal é consequentemente melhorado.
ANOTE ISSO
Efeito Mozart é uma teoria de que tocar tipos específicos de música aumenta a
inteligência das crianças.
Fonte: a própria autora
Existe um outro fator importante referente a alfabetização que pode ser bastante
explorado com a música, é a chamada consciência fonológica. A consciência fonológica
é um conjunto de habilidades que vão desde a capacidade que a criança tem de perceber
Portanto concluímos que a utilização da música, bem como o uso de outros meios
artísticos, está disponível para incentivar a participação, a cooperação, socialização dos
alunos, e assim, contribuir no rompimento das barreiras que atrasam o desenvolvimento
curricular do ensino.
Para que isso aconteça, é importante que haja revisão de métodos e das bases que
orientam atitudes didático-pedagógicas dos conteúdos disciplinares.
CAPITULO 12
PROPOSTA DE ATIVIDADES
RÍTMICAS PARA CRIANÇAS
DE 0 A 6 ANOS
Olá alunos e alunas, conforme o prometido vamos passar as últimas aulas da nossa
disciplina discutindo propostas de atividades rítmicas para todas as idades.
Estamos entrando em um momento importante para a vida profissional de vocês,
portanto eu aconselho que tentem registrar o maior número de informações possível,
pois essas dicas poderão servir de ferramenta de trabalho logo, logo.
Lápis e papel na mão e bora lá!
Na aula anterior pontuamos a influência da música e do ritmo na aprendizagem
das crianças, detalhamos alguns aspectos que relacionam o trabalho da música
Livros musicais:
Os livros que contém sons e músicas permitem que a criança cante suas músicas
favoritas enquanto imagina a história através das imagens. A cada página o professor pode
estimular que o aluno dance aquela cantiga imitando o personagem. Figurinos podem ser
criados para potencializar a imaginação dos pequenos. Essa atividade pode ser realizada
na escola, nas aulas de dança ou em casa com os pais.
Outro benefício desse tipo de atividade é que novas palavras estão sendo aprendidas,
e com isso, o vocabulário da criança está sendo enriquecido enquanto ela canta e dança.
Vídeos musicais
Da mesma forma que o livro com imagens prende a atenção das crianças, os vídeos
infantis, atualmente, são os grandes companheiros desse público.
Caso vocês tenham uma criança em casa, já devem ter vivenciado a experiência
de encontra-lo dançando diante da TV. Por mais que alguns pediatras condenem essa
atitude quando realizada de forma exagerada, muitos benefícios trabalhados nesses
vídeos podem ser pontuados.
Alguns yotubers mirins ensinam normas de convivência, higiene pessoal, boa
alimentação, alfabeto, números, cores, regras do transito e etc. E além dessas cantigas
serem bastante didáticas, estimulam a criança a se mexer dançando enquanto assistem.
Essa atividade é considerada multissensorial.
Nessa fase do desenvolvimento da criança, estão começando a desenvolver a
lateralidade, os vídeos auxiliam bastante nessa questão, até na noção espacial como:
abaixar, levantar, passos para o lado e etc.
O esquema corporal também é bastante desenvolvido pelos vídeos, já que muitas
músicas incentivam gestos como: mãos no nariz, mãos no joelho e etc.
É importante para o professor dessa faixa etária estabelecer uma rotina com os
pequenos. O fato de cantarem sempre a mesma música ao chegarem pode parecer
enjoativo, mas para eles é estimulante perceberem que aprenderam.
ANOTE ISSO
• A barata diz que tem sete saias de filó/ É mentira da barata, ela tem é uma só/
Ah ra ra, iá ro ró, ela tem é uma só. A Barata diz que tem um sapato de veludo/
É mentira da barata, o pé dela é peludo/ Ah ra ra, Iu ru ru, o pé dela é peludo!
A Barata diz que tem uma cama de marfim/ É mentira da barata, ela tem é de
capim/ Ah ra ra, rim rim rim, ela tem é de capim....
• A canoa virou/ Por deixá-la virar, foi por causa da Maria/ Que não soube remar.
Siriri pra cá, Siriri pra lá, Maria é velha/ E quer casar. Se eu fosse um peixinho/ E
soubesse nadar, eu tirava a Maria/ Lá do fundo do mar....
• Alecrim, alecrim dourado/ Que nasceu no campo/ Sem ser semeado. Oi, meu
amor, Quem te disse assim, Que a flor do campo/ É o alecrim? Alecrim, alecrim
aos molhos, Por causa de ti/ Choram os meus olhos. Alecrim do meu coração/
Que nasceu no campo/ Com esta canção....
• Atirei o pau no gato tô tô/ Mas o gato tô tô/ Não morreu reu reu/ Dona Chica cá/
Admirou-se se/ Do berro, do berro que o gato deu/ Miau!...
Fonte: própria autora.
• Parlendas
As parlendas são textos recitados com algum ritmo, e isso faz com que a
memorização seja mais eficiente e que o conteúdo seja melhor absorvido pelo leitor.
São as parlendas que deixam conteúdos mais atrativos, por isso muitos professores
utilizam essa ferramenta nas fórmulas das disciplinas, principalmente nos cursos
preparatórios para o vestibular.
Como características principais, as parlendas devem conter textos curtos, ser
divertidas e conter rimas. Exemplos:
“Quem cochicha o rabo espicha, como pão com lagartixa”.
“Corre cotia, na casa da tia. Corre cipó, na casa da avó. Lencinho na mão, caiu no
chão. Moça bonita do meu coração”.
“Batatinha quando nasce, espalha a rama pelo chão, mamãezinha quando dorme,
põe a mão no coração”.
As parlendas também oferecem diversas possibilidades de brincadeiras rítmicas.
Por exemplo, a parlenda “corre cotia”, pode se transformar na brincadeira em que, as
crianças sentam em círculo e fecham os olhos, uma criança gira em torno do círculo
e durante a cantiga deixa um lencinho atrás de um colega. Quando acaba a cantiga
todos olham para trás, e o “escolhido” é o próximo a correr na roda.
Teatro musical
Uma atividade em que os alunos provavelmente vão se envolver potencialmente é
o teatro com música, ou com fantoches. Nessa atividade os alunos devem “encenar”
as situações das músicas produzindo um grande estimulo de expressão corporal.
A faixa etária que estamos trabalhando nessa aula vive uma fase de grande
intimidade com bonecos, por isso a opção de transformar os bonecos em bailarinos
é bastante benvinda.
Percussão Corporal
Parece estranho propor esse tipo de atividade para crianças tão pequenas, mas
acreditem que o simples fato deles baterem palmas nas festas de aniversário no ritmo
dos “parabéns” exerce forte influência na consciência rítmica e musical de cada um.
Movimentos com as mãos e pés nos ritmos das músicas são importantes para
que esse aspecto seja estimulado. Exemplo de atividade:
O professor propõe uma música e estipula um momento para a palma:
Um dois (palma), feijão com arroz (palma). Três, quatro (palma), feijão no prato
(palma).
Bom pessoal, finalizamos aqui nossa aula, espero que o conteúdo seja de grande
valia para a elaboração das futuras atividades que irão preparar na vida profissional.
Nas próximas aulas vamos dar continuidade aos exemplos, desenvolvendo propostas
para as demais idades.
Obrigada pela atenção de todos.
Até a próxima aula.
CAPITULO 13
PROPOSTA DE ATIVIDADES
RÍTMICAS PARA CRIANÇAS
DE 7 A 14 ANOS
Não vamos nos aprofundar nesse assunto, já que algumas disciplinas são
direcionadas exatamente para esse assunto, mas é bom que esse conhecimento
venha à tona antes de pensarmos nas propostas de atividades para esse público,
pois caso contrário, na prática, os professores podem se sentir confusos e desafiados
pelas atitudes e personalidades dos alunos.
todos dançam livremente. Quando o professor para a música ele grita: “estátua”, e
todos devem ficar paralisados na exata posição que estavam no momento que a
música parou, sem poder se mexer, nem rir. Após a fiscalização do professor para ver
se ninguém se mexe, a música é retomada e todos voltam a dançar.
Dança da cadeira
A dança da cadeira é outra brincadeira bastante conhecida, e que é bem recebida
por todas as idades. Consiste em organizar um círculo de cadeiras e cada aluno fica
em pé ao lado de uma. Deve existir um participante a mais do que a quantidade de
cadeiras. Quando começa a música os alunos devem dançar em volta delas, e quando
o professor parar a música todos devem se sentar. Um dos alunos não terá cadeira
disponível, portanto ele não se senta e perde essa rodada, retirando uma cadeira e
saindo da brincadeira. A atividade continua até reste um único aluno no jogo, e ele
será o campeão.
Dança dos animais
Essa brincadeira consiste em dançar imitando os animais que o professor propuser.
Exempli: se o professor fala que todos devem imitar um sapo, todos os alunos dançam
as músicas imitando os movimentos dos animais. Dentre todos os benefícios que os
movimentos corporais desenvolvem, essa brincadeira favorece a imaginação.
Dança da bexiga
Essa atividade estimula o trabalho em equipe de forma lúdica.
Os alunos, em duplas, devem segurar uma bexiga entre determinadas partes do
corpo. Exemplo: o professor fala: cabeça. Os alunos devem dançar segurando uma
bexiga com as cabeças.
A brincadeira segue mudando as partes do corpo: mãos, coxas, bumbum, braços,
costas e etc.
Dançar seguindo o ritmo
Essa atividade é uma proposta sem música, onde o professor emite um som, que
pode ser em um tambor (balde) ou até mesmo com palmas.
Os alunos devem se mexer seguindo a batida, que vai se alternando (rápida, devagar,
com pausas).
Uma variação é mudar o tipo de movimento. Exemplo: os alunos seguem a batida:
• Batendo palmas
• Batendo o pé no chão
• Realizando movimentos com os braços
• Rodando o quadril
Essa brincadeira vai auxiliar a execução de atividades que exigem a percussão
corporal.
Coreografias
Figura 6: Escravos de Jó
Fonte: https://prezi.com/ueyodsaqzgiv/escravos-de-jo/
Já que também estamos falando de ritmo, esses jogos cantados são muito bem
recebidos por essa faixa etária, porque eles acabam se tornando um desafio, já que
se alguém errar, o jogo é paralisado e deve ser recomeçado.
Essa atividade será melhor sucedida se for aplicada para os mais velhos, porque
exige bastante senso de ritmo e coordenação motora. Pode ser realizada com objetos
e com o próprio corpo.
A cantiga de roda “Escravos de Jó”, é bastante conhecida, pode acontecer com o
manuseio de pedras, copos e com o próprio corpo:
Escravos de Jó
Jogavam Caxangá
Tira,
Põe
Deixa ficar
Guerreiros com guerreiros fazem
Zigue-zigue-zá
A opção de trabalhar a música com o corpo consiste em dispor todos os alunos
em círculo, onde brincam cantando, saltando e rodando: quando os alunos cantam
a palavra “tira”, os alunos se retiram do círculo, e quando dizem a palavra “põe” os
alunos retornam para o círculo. Quando cantam “zigue-zigue-zá” realizam saltos para
a direita e para a esquerda.
Uma variação dessa atividade é o “bate lata” com uma música chamada “Fome
come”. Conheçam essa proposta assistindo ao vídeo: Palavra Cantada | Fome
Come, disponível em: https://youtu.be/RWEp0UD21NU, acesso em 10 de maio de
2022.
Percussão corporal
Continuando a discussão sobre ritmos, essa atividade é excelente para que as
crianças desenvolvam a noção de ritmo, além do trabalho em equipe e do esquema
corporal.
Sugestão:
• Divida a turma em grupos
• Cada grupo faz um movimento com o corpo (palma, estalar de dedos, batidas
dos pés no chão, batidas das mãos nas partes do corpo)
• O professor define um ritmo para cada grupo
• Todos devem realizar os movimentos juntos regidos pelo professor
Banda de sucata
Seguindo a ideia da atividade anterior, os grupos podem potencializar o resultado
fazendo uso de objetos que produzem som, como: copos, panelas, colheres, latas,
baldes.
Essa atividade parece uma bagunça, mas leva a resultados muito positivos, pois
trabalha, além do ritmo, o cuidado com o meio ambiente (reciclagem), a arte e a
coordenação motora fina dos alunos.
Finalizamos aqui nossa aula lembrando que as opções são diversas. Reiteramos
que não é necessário que o professor seja especialista em dança para se arriscar
nessas propostas de atividade. Todas as práticas serão bem aceitas pelos alunos e
certamente haverá um grande envolvimento da turma.
Nossa próxima aula será uma continuidade do assunto, com propostas de aulas
de dança para jovens, adultos, dança adaptada e dança para a melhor idade.
Até a próxima aula.
CAPITULO 14
PROPOSTA DE
ATIVIDADES RÍTMICAS
PARA JOVENS, ADULTOS
E PARA A MELHOR IDADE
pela mídia e sociedade), por isso sentem vergonha de utiliza-lo como instrumento de
expressão, o que pode dificultar a aplicação de certas propostas de atividade.
Para vocês, futuros profissionais, ao iniciarem o trabalho com essa faixa etária, é
necessário que primeiramente realizem uma sondagem dos reais interesses de cada
um, pois, nada impede de que um aluno com mais habilidade auxilie os iniciantes nas
práticas corporais, essa atitude será bastante benéfica na obtenção de resultados,
pois os jovens gostam de se sentir uteis e necessários e também gostam de aprender
com quem é mais experiente. Essa é uma boa dica para unir o útil ao agradável.
Nesse trecho da aula vou me dirigir aos professores que trabalham nas escolas,
mas claro que muitas dicas serão valiosas para os profissionais de outros espaços
que envolvam dança.
Vale dizer que, nas práticas escolares, muitos alunos vão ficar receosos com esse
tipo de proposta, mas normalmente eles se rendem à essa aventura conforme vão
percebendo que o que parecia impossível está ao alcance de todos.
Como parte do currículo de Educação Física, a proposta é que os alunos pesquisem
e apresentem em forma de seminários, rodas de conversas e atividades práticas,
diversos temas relacionados a ritmos e a dança.
Vejamos alguns exemplos:
Temas que envolvem a dança
• História da dança no Brasil
• História da dança no mundo
• Elementos técnicos da dança
• Benefícios da dança para a saúde
A última fase desse projeto, quando diversas salas de envolvem, é a ideia da criação
de um festival, que pode ocorrer no pátio ou anfiteatro da própria escola, na praça do
bairro ou até no teatro do município.
Para concretizar esse evento algumas questões devem ser bem pensadas, como:
• Reserva de data
• Organização de alguns meses de ensaio e aperfeiçoamento
• Organização de Figurino
• Organização do local – cuidados com quantidade máxima de pessoas, saída
de emergência, segurança e etc.
• Divulgação do evento e convites
• Organização de uma comissão para auxiliar no projeto
Lembramos que esse projeto pode ser organizado para todas as faixas etárias, o
que muda é que no caso dos jovens a autonomia age a favor do professor, que ao
invés de alunos, passa a ter parceiros trabalhando com o mesmo objetivo.
Essa é uma das danças que foi apresentada no Festival de Danças da ETEC Jacinto
Ferreira de Sá de Ourinhos. Vale dizer que, antes da organização desse projeto,
nenhum dos alunos que se apresentaram nessa música haviam sequer vivenciado
uma aula de dança. Por isso percebam que não há profissionalismo, e sim,
envolvimento e muita dedicação.
Problem Dance Cover, disponível em:
https://youtu.be/Dr2kpmRGVwg, acesso em 06 de maio de 2022.
Essa faixa etária pode aproveitar bastante as aulas de dança como uma forma de
realizar a prática de exercícios físicos, pois a dança é uma excelente atividade que
beneficia não só a saúde física, mas a saúde mental e espiritual, além disso, através
das práticas corporais, os adultos se reconectam com o próprio corpo, muitas vezes
esquecido pela correria do dia a dia.
A procura por essa atividade nas academias e outros espaços, está em crescimento
no Brasil, um dos exemplos são as famosas aulas da dança latina Zumba, que foram
muito bem aceitas pelo público adulto, já que o que vale nessa atividade é soltar o
corpo e se mexer, sem exigência técnica específica.
Outro aspecto importante que deve ser lembrado, é que a dança para adultos é
capaz desenvolver autoconhecimento, equilíbrio e bem-estar.
Além disso, os movimentos da dança são peças chave na ativação da memória,
na melhora do tônus muscular, no aprimoramento das habilidades físicas e no
desenvolvimento da função cardiovascular.
Vimos nas primeiras aulas da disciplina os benefícios da dança na vida de todos,
e o quanto ela é capaz de trazer alegria, estimular a criatividade e a relação com o
próprio corpo. Para os adultos que possuem uma rotina intensa de trabalho e cuidados
com a casa, podemos afirmar que a dança é uma ótima opção para rejuvenescer a
alma e o espírito.
Outros benefícios da prática da dança que devem ser lembrados são:
• Prevenção de diversas doenças
• Contribuição com o bem-estar da mente
• Estimulo da socialização
Com relação às atividades que podem ser trabalhadas com o público adulto,
é evidente que o professor deverá dedicar um tempo maior para preparação das
coreografias, pois ele poderá estar diante de alunos que possuem algum envolvimento
anterior com essa prática corporal. Uma proposta é a dança em formato de exercícios
aeróbicos, onde toda turma segue os passos do professor. Além disso, o professor
pode mesclar os diversos gêneros musicais, como Balé, dança contemporânea, jazz,
sapateado, danças urbanas, danças de salão, e etc.
Ademais, outras brincadeiras rítmicas que sugerimos nas aulas anteriores serão
bem aceitas, uma prova disso é a utilização dessa ferramenta (praticas corporais)
em momentos de recreação e socialização oferecidos por empresas, nas palestras
ou em outros eventos.
ANOTE ISSO
Sabia que você pode proporcionar a prática da dança até para os idosos que
utilizam andador?
Esse acessório vai garantir segurança e confiança no idoso com mobilidade
reduzida.
A proposta é que ele se levante ao som de uma música e que se movimente
da maneira que quiser. Um companheiro pode realizar movimentos ao redor,
transmitindo a impressão de uma dança de casal.
Fonte: a própria autora
Proposta de atividades:
O público da terceira idade aceita muito bem qualquer uma das propostas das fases
anteriores. Eles podem participar de brincadeiras infantis até festivais de dança. Além
disso é bastante comum os clubes da terceira idade apresentarem coreografias em
eventos da comunidade, como exemplo temos as quadrilhas de festas junina.
• Zumba - é uma dança divertida que vai proporcionar momentos de leveza e
bem-estar aos idosos.
• Balé adaptado – movimentos básicos do balé são ótimas alternativas para o
fortalecimento dos músculos.
• Dança de salão – com certeza é a queridinha dos “velhinhos”, como já dissemos
no início da disciplina, essa atividade relembra os tempos de baile da época da
juventude dos participantes.
• Diversos gêneros musicais – desenvolver vivencias com gêneros como o jazz,
o tango, a valsa vai gerar bastante envolvimento do público.
Vale dizer que atualmente existe uma modalidade chamada “Dança sênior”, que é
uma dança desenvolvida especialmente para esse grupo. Essa dança mistura diversos
gêneros além de exercícios físicos e de interação social.
Vamos finalizar aqui nossa aula lembrando que apresentamos algumas possibilidades
de atividades, mas existe uma diversidade de opções para cada faixa etária. O mais
importante é que o professor se sinta seguro em se arriscar, pois o erro é um elemento
necessário de uma tentativa, e somente com ele iremos aprender na prática a solução
de diversas situações.
Na próxima aula iremos apresentar diversas opções de confecção de instrumentos
de sucata que serão bastante úteis nas aulas de ritmo e musicalização.
CAPÍTULO 15
OFICINA DE INSTRUMENTOS
DE SUCATA – BANDA RÍTMICA
Olá alunos e alunas, chegamos ao fim de nossa disciplina. E é com imenso prazer
que encerro nossas discussões trazendo ideias de confecção de instrumentos musicais
que podem ser muito bem aproveitados nas aulas de dança, independente da faixa
etária.
Para essa atividade, os materiais necessários são de fácil acesso, por isso a ideia é
que o professor coloque seus alunos para o desenvolvimento na prática, afinal, além
do trabalho com ritmo, estarão desenvolvendo a consciência ecológica, a coordenação
motora fina, o artesanato e a criatividade dos envolvidos.
Então lápis e papel na mão e bora lá!!!!
Para o desenvolvimento das propostas desta aula vocês vão precisar de:
• Arame (20cm)
• Garrafas pet
• Tampinhas de garrafa pet
• Tampinhas de garrafa de vidro
• Grãos
• 5 Vidros iguais
• Agua
• Colher de pau
• Lata
• Bexiga
• Caneta
• Fita adesiva
• Corante
• Funil
Instrumento: Tambor
Para fazer um Tambor de sucata você vai precisar de latas de alumínio e bexiga,
basta envolver a “boca” da lata com uma bexiga cortada e prender com um elástico
ou com fita adesiva.
O resultado vai proporcionar um som bem parecido com o tambor original, e você
pode bater com um cabo de colher de pau.
O tambor de sucata ficará como na imagem abaixo:
Instrumento: Guizo
O guizo de sucata poderá ser feito com arame, tubo de caneta e tampinhas de
garrafa. Você irá precisar furar todas as tampinhas e passar pelo arame, que deverá
ser preso formando um semicírculo. O tubo de caneta serve para apoio da mão.
Na imagem abaixo a confecção está mais elaborada, pois foi fixado um cabo de
madeira nas extremidades do arame.
O som do instrumento pode variar de acordo com o tipo de material que você usar
como “guizo”, pois poderá ser utilizado por exemplo, tampas de plástico e de metal.
É importante dizer que as crianças, e até os idosos, gostam de trabalhar com arte
e decorações em geral, e esse tipo de atividade pode proporcionar momentos
prazerosos dessas atividades. Uma sugestão é pintar as garrafas, colar tecidos
nas latas, colar rendas e assim transformar os instrumentos em belas produções
artísticas.
Instrumento: Chocalho
Quer saber como transformar uma garrafa de cerveja em flauta? Leia esse artigo
que explica o passo a passo e o que ocorre para que haja mudança no tom
produzido.
Transformando uma garrafa de cerveja em flauta. Disponível em:
https://ciensacao.org/experimento_mao_na_massa/e5089p_beerBottleFlute.html,
acesso em 10 de maio de 2022.