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Danç
Escolar
Um NOVO RITMO
paraa Educação Física
SPRINT
Dança
Escolar
Um NOVO RITMO
paraa Educação Física
Vanja Ferreira
2a edição
W. ZID
Direitos exclusivospara a língua portuguesa
Copyright 0 2005 by EDITORA SPRINT LTDA.
Rua Guapiara, 28 - Tijuca
CEP 20521-180 - Rio de Janeiro -IU
Telefax:OXX-21-2264-8080/ OXX-21-2567-0295/ OXX21-2284-9340
e-mail: sprint@sprint.com.br home page: www.sprint.com.br
inclui bibliografia
ISBN 85-7332-232-2
1. Dança - Estudo e ensino (Ensino fundamental)
2. Educação fisica para crinaças - Estudo e ensino
3. Dança na educação
1. Título
Impresso no Brasil
Printed in Brazil
Este livro foi elaborado pela Professora Vanja
Leila da Conceição Ferreira (conhecida no seu meio
por Vanja Ferreira), Mestre em Educação
(UNINCOR), Psicopedagoga (UFRJ), Pedagoga
(UNIS), Licenciada em Educação Física (FDBDF),
aplicadora de PEI (Israel), professora de Dança e
Recreação; autora dos livros Educação Física, recre-
açáo, jogos e desportos; Atividade Física na Terceira
Idade —o segredo da longevidade (Sprint); Educação
Física e interdisciplinaridade —aprendizagem e inclu-
são, com objetivo de fundamentar o trabalho da
Dança Escolar e dar um novo ritmo às aulas de Edu-
cação Física; e ainda demonstrar como a dança, in-
cluída no conteúdo ministrado nas aulas de Educa-
ção Física, pode contribuir para a melhoria da apren-
dizagem do educando, uma vez que desenvolve com-
petências primordiais para o convívio em sociedade
e para a organização do trabalho, além desenvolver
a percepção do próprio corpo e o domínio do es-
quema corporal, responsável por toda a aprendiza-
gem da criança.
Boa leitura.
V.L.C.F
Dedico à direção, professores,funcionários e aos
meus alunos da Escola Municipal Professora Cân-
dida Junqueira/ CAIC de Três Corações/MG, e aos
alunos do Projeto "Dançando para não dançar na
vida", pelo carinho e dedicação.
Introdução 11
1. A Dança Escolar. 15
2. Ritmo e Movimento 19
2.1 0 Ritmo na Dança Escolar 22
2,2. O Movimento na Dança Escolar 23
4. A Tematização da aula .. 29
4.1. Sugestão de temas 31
5. Sugestão de atividades 33
5.1. Ciclo básico ou 12 à 3 2 série
do Ensino Fundamental 35
5.2. Ciclo intermediário ou 42 à 62 série
do Ensino Fundamental 41
5.3. Ciclo avançado ou 72 à 82 série
do Ensino Fundamental 48
6. Procedimentos didáticos 55
6.1. Como aplicar a dança na escola 57
6.2. Benefícios da prática da dança escolar 60
6.3. Coreografia —criação e comunicação do saber 61
7. Danças Folclóricas 63
7.1. Danças regionais brasileiras 65
7.2. Passosbásicos para o ensino da dança folclórica 66
Considerações finais 79
Referências bibliográficas 80
"Projetar o belo e criar o novo. " (Hélio Barbosa Prof.
de Recreação e Psicomotricidade —SP)
l
"Exprimir o inexprimível através do movimento. ' (Lilá
Sant'anna —Prof. de Ballet Clássico.)
12
c. Por meio da dança, a escola pode conttibuit para o resga-
tc da cultura brasileira corno forma dc despertar a identida•
de social do aluno no projeto de construção da cidadania,
além de promover uma maior interação social e fazê-lo par-
ticipar do processo de ensino/aprendizagem.
14
Dança é arte e movimento; aprender arte envolve, além
do desenvolvimento das atividades artísticas e estéticas,
apreciar o belo, situar a produção artístico-social de todas as épo-
cas nas diversas culturas, estabelecer relações entre trabalhos ar-
tísticos individuais e grupais, assimilare perceber correlações en-
tre o que se faz na escola e o que se faz na sociedade local, regio-
nal, nacional e internacional.
Considera-se a Dança uma expressãorepresentativa de diver-
sos aspectos da vida do homem (Coletivo de autores, p. 82); por-
tanto, uma aula de Dança na escola permite ao professorconhe-
cer melhor o seu aluno, ou seja, saber suas preferências sobre o
que gosta de brincar, de cantar, de ouvir; discutir suas experiênci-
as; fazer fluir sua imaginação e verificar a influência dela na reali-
dade e nas atitudes da criança.
Isto quer dizer que a prática da Dança na Educação Física tem
que estar voltada não só para a recreação, ou simplesmente para o
treino de habilidades motoras, mas para o equilíbrio psíquico, para
criativa e espontânea, a fim de assegurar aos alunos a
possibilidade de reconhecimento e compreensão do universo sim-
bólico.
Na Dança Escolar,devem-se valorizaras possibilidadesexpres-
sivas de cada aluno; permitir a expressão espontânea e favorecer o
surgimento dela, abandonando a formação técnica formal, que
pode vir a esvaziaro aspectover a eiramentee ucacionalda
dança. Neste sentido, o que defendo aqui é o desenvolvimento de
diferentes tipos de dança sem ênfase em técnicas formais do ballet
clássico, do jazz, da dança contemporânea etc., possibilitandova-
QCA d-o—
riada experimentação corporal que desenvolva habilidades diver-
sas de execução/ expressão/ interpretação.
Quando se fala em desenvolvimento técnico formal, sugere-se
o não-desenvolvimento de fundamentos, necessário para um
bai-
larino profissional, como por exemplo:
a. Posição dos pés (1a 2a 3 2, arabesque, écarté etc.).
b. Adágio (pliés,develoPPes,battementsetc.).
Isto não quer dizer que as técnicas formais não sejam conheci-
mentos importantes, que sejam dispensáveis; porém, a visão
que
tenho sobre o trabalho da Dança na escola parte do princípiode
que o aluno deve conhecer o significadoque essesfundamentos
possuem para sua vida e não a execução da alta qualidade técnica.
Se algum aluno vier a se interessar e quiser desenvolver-seaté
atingir esses níveis elevados, o professor deverá orientá-lo dentro
de suas possibilidades,sem negar conhecimentos amplos e pro-
fundos, e encaminhá-lo para treino diferenciado.
A capacidade de expressão corporal desenvolve-se num pro-
cesso contínuo de experiências que se iniciam na interpretação
espontânea ou livre, evoluindo para a interpretação formalizada
em que, conscientemente,o corpo é o suporte da comunicação.
Compete à escola iniciar tal processo oferecendo, além da dança,
elementos como a mímica, o canto e as diversas atividades rítmi-
cas que contribuam para o desenvolvimento da expressão comu-
nicativa nos alunos.
A Dança Escolar deve possibilitar o regaste da cultura brasilei-
ra por meio da tematização das origens culturais, sejam do índio,
do branco ou do negro, como forma de despertar a identidade
social do aluno no projeto de construção da cidadania.
Os conteúdos selecionados para uma aula de Dança Escolar
devem promover uma concepção científica do mundo, a forma-
ção de interesse, e devem emergir da realidade dinâmica e con-
creta do aluno. Assim, quando se fala em valorizar a capacidade
expressiva espontânea do aluno, sugere-se trabalhar com danças
de livre interpretação, com interpretação de temas figurados,com
conteúdos relacionados a realidades e com expressão corporal ge-
ral. Por exemplo, você pode trabalhar com temas relacionados com:
16
- as ações cotidianas (dormir, escovar os dentes, almoçar
etc.).
- os estados afetivos (amor, ódio, tristeza etc.).
- as sensações corporais (fome, frio, calor etc.).
- os seres e fenômenos da natureza (animal, vegetal, mine-
ral, furacão, terremoto etc.).
- o mundo do trabalho e do esporte (profissõesdiversas,
esportes diversos).
- o mundo escolar.
- os problemas sociopolíticos atuais ou antigos (corrupção,
violência, saúde, mídia, paz etc.).
E necessário, todavia, considerar os aspectos da
psicomotricidade quanto ao ritmo (cadência), espaço (forma, di-
reções e organizações) , equilíbrio, freio inibitório ou parada brus-
ca, energia (tensão, relaxamento, explosão),lateralidade (direita
e esquerda), identificando as relaçõesespaço- temporais,promo-
vendo o reconhecimento das inter-relaçõespessoaise a compre-
ensão da corporeidade e estimulando a criação, a organização e a
responsabilidade.
A partir daí o trabalho da Dança na escola passa a ser significa-
tivo, apontando para o incremento da atividade criadora e de um
sistema de relações sociais.
corporeidade
cadência
lateralidade
energia
tempo
espaço
egundo Cagical (apud MORATO, 1986,p. IO), a antropo-
S logia identifica a cultura física em duas realidades: o corpo
e o movimento, fatores primordiais da vida do ser humano.
E no esquema corporal que o ser humano gera todos seus mo-
vimentos e estes atendem aos mais variados fins que vão desde as
formas primárias de expressão, às lúdicas, às competitivas, à laboral,
até a simples necessidade de movimentar-se.
Esquema corporal é a representaçãomental, global, científica
e diferenciada que o ser humano possuide seu próprio corpo. Ele
se percebe e percebe os seres e as coisas que o cercam, em função
de sua pessoa (LE BOULCH, 1987).
A personalidade da criança se desenvolverá graças a uma pro-
gressiva tomada de consciência de seu corpo, de seu ser, de suas
possibilidadesde agir e transformar o mundo a sua volta.
Chave de toda a educação e aprendizagem,o esquema corpo-
ral corresponde à organização psicomotora global, compreenden-
do todos os mecanismos e processos nos níveis motores, tónicos,
perceptivos, sensoriaise expressivos,processos dos quais e pelos
quais o nível afetivo está constantemente investido (Le Boulch
apud FERREIRA, 2003, p.26).
A Dança Escolar deve priorizar os movimentos naturais, os
aspectos lúdicos do movimento e a expressãocriadora do movi-
mento como fatores de comunicação e de domínio do esquema
corporal.
Na Dança Escolar podemos desenvolver os quatro impulsos
primários que o ser humano possui, que são o sentimento, o ritmo,
o movimento e a expressão, os quais, ligados, irãÔ desenvolver o
impulso da dança, e que segundo MORATO (1986, p. 11),
esquematiza-se da seguinte forma;
Emocão
Ritmo Expressão + Cultura — Danca
Movimento
20
verbalizados,entrelaçando objetividadee subjetividadeno con-
texto de aprender, pois o corpo, em seus movimentos, transmite e
capta mensagens o tempo todo.
Quando se tem uma união harmoniosa de movimento e ritmo
que permita combinar a ação de diversos grupos musculares com
eficiência, economia de tempo e rapidez de ação, diz-se que estamos
coordenados. Esta coordenação está intimamente ligada ao pen-
samento; assim, a coordenação é trabalho psicomotor e é respon-
sável pelo aprendizado (FERREIRA, 2003, p. 37).
Em função do exposto, acredita-se que a Educação Física, por
meio de suas especificidades e aqui, por meio da Dança Escolar,
pode vir a ser uma ferramenta facilitadorado processo ensino-
aprendizagem, uma vez que desenvolve sua prática baseada no
trabalho psicomotor.
2.1 0 RITMO NA DANÇA ESCOLAR
22
2.2. O MOVIMENTO NA DANÇA ESCOLAR
26
d. Atividades folclóricas: são brinquedos cantados, danças
folclóricas que contribuam para despertar o interesse pela cultura,
tradição e hábitos sociais.
Danca
ducacã
30
SUGESTÃO DE 'ITMAS:
Bloco Quadrado
Fila Círculo
ooooooooo
Alinhamento ou direção:
Atrás Diagonal/atrás
Diagonal/frente Em frente
(professor)
34
5.1. CICLO BÁSICO OU P à SÉRIE DO ENSINO
FUNDAMENTAL
36
1-2-3
1-2-3
4
b. Desenvolvendo a coordenação motora, a lateralidade
e a direcionalidade
1- Alunos numa quadra ou sala organizados em fila (um atrás
do outro). Deslocar, formando um círculo, um quadrado, na
diagonal (atrás e frente) , cobrinha, sem atropelar o colega da frente.
Fazer marcação com palmas tipo marcha. Trocar o instrumento de
marcação e depois utilizar músicas em vários ritmos.
O
O
2- Exercícios isolados: ombros, ca-
beça, quadril, pernas, mãos, braços etc.
Destacar os movimentos para frente/
para trás, para cima/para baixo, para
direita/para esquerda e movimentos cir-
culares. Utilizar músicas de ritmo mo-
derado.
30
—Balancear cabeça e braços —Alternar movimentos de
para a direita e esquerda. tornozelo e punhos para cima
e para baixo, para a direita e
para esquerda. Transferência.
39
4- Cada aluno com um arco, organizadosem bloco. Utilizar
músicas de vários ritmos: lenta, moderada, acelerada. Balancear o
arco para frente/para trás; trocar o arco de mão; levar para a direi-
ta e para a esquerda; girar com o arco acima da cabeça; colocar o
arco no chão e com um saltito pular dentro e fora do arco, sendo
pé direito para entrar e esquerdo para sair. Pegar o arco e reiniciar
os movimentos. Contagem em 4 tempos para cada exercício. Esta
atividade já é uma iniciação à coreografia, desenvolve a memória,
o trabalho de equipe e a orientação espaço-temporal, também.
40
5.2. CICLO INTERMEDIÁRIO OU 4a à 6a SÉRIE DO
ENSINO FUNDAMENTAL
2-3
b. Desenvolvendo o ritmo
1- Alunos organizados em bloco, com número par de elemen-
tos em cada fileira. Cada aluno segurando dois bastões de madeira
(cabo de vassoura cortado em 25 cm). Determinar antes, com
qual colega mais próximo será formada uma dupla durante o exer-
cício.
Inicialmente, a execução será em quatro tempos, sendo que
nos 3 primeiros tempos deve-se bater seu próprio bastão um no
outro e no 42 tempo, bater no bastão do colega com quem formou
dupla. Depois, realizar o exercício em 3 tempos e em 2 tempos, e
com música.
Variação: Bater o bastão no bastão do colega da frente; do
colega de trás; do lado esquerdo; da diagonal. Em cima da cabeça;
embaixo, próxirno ao chão; do lado do corpo etc.
1-2-3
31
ii
44
3- Alunos organizados em bloco; cada um com uma bola de
borracha (que pule) na mão direita. Em três tempos, realizar um
círculo com o braço/ bola na frente do corpo e jogar a bola para
cima. No 4? tempo, pegar a bola com as duas mãos. Realizar o
mesmo exercício com a mão esquerda.
2-3
46
5- Alunos dispersosna quadra. Usar variados ritmos (rock,
bolero, funk, axé, sapateado etc.) e, se possível, fazer uma monta-
gem unindo pequenos trechos de cada música ou ritmo. Misture
músicas lentas, moderadas e aceleradas.
Os alunos deverão realizar movimentos livres, espontâneos e
naturais a cada ritmo executado.
Variação: Consiga músicas que sugiram movimentos variados,
tais como marcha, galope, saltos, giros e que o aluno possa percebê-
10ssem orientação.
Utilize também músicas regionais (gaúchas, mineiras, nordesti-
nas, indígenas ou quadrilha, frevo, boi-bumbá, vanerão, samba etc.).
5.3. CICLO AVANÇADO OU 7? à 8a SÉRIE DO ENSI-
NO FUNDAMENTAL
Q€GR/4
10
49
Dominadosos movimentosda corda, colocar uma música e
executar movimentos com a corda, balanceando, contorcendo e
alongando o corpo, simultaneamente.
1-2
—Executar dois passos no lugar com o pé di-
reito e dois com o pé esquerdo, batendo um coco
no outro, simultaneamente (à frente do corpo,
acima da cabeça, na lateral direita e esquerda).
1-2
—Girar em 4 tempos,ba-
tendo um coco no outro.
1-2¯-3-4
50
4- Organização em bloco. Alunos abaixados, de cócoras. Subir
o corpo em quatro tempos, sendo que no 40 tempo deve-se reali-
zar um movimento de "explosão" e elevar os braços acima da ca-
beça.
4
31
21
1
4
2 3
—Realizar tudo com marcação verbal e, depois, com música
moderada.
52
c. Desenvolvendo a coordenação
—Andar e girar.
—Correr e girar.
—Andar e saltar/ correr e saltar.
—Saltar e amortecer a queda.
—Estender e flexionar.
—Contrair e relaxar.
—Dois passos para trás e duas palmas.
—Dois passos para trás, uma palma e um salto.
—Dois passos para a lateral e giro para trás.
—Dois passos para a frente, uma palma e um giro.
ara que a Dança Escolar seja realmente uma ferramenta
P significativa no processo de aprendizagem e construção do
conhecimento do aluno, é necessário que o professor de Educa-
ção Física siga algumas recomendações importantes:
56
6.1. COMO APLICAR A DANÇA NA ESCOLA.
50
Primeiratncntc, utilizando o próprio corpo; depois, introduzin-
do materiais diversos, iniciar com marcação com instrumentos
(vide Cap. 2) e, em seguida, com músicas diversas.
(+) Movimentos isolados.
72) Movimentos combinados.
82) Movimentos espontâneos/ naturais.
9?) Expressão corporal/ mímica/ imitações/ folclore.
102) Coreografias e seqüências.
59
6.3. COREOGRAFIA - CRIAÇÃO E COMUNICAÇÃO
DO SABER
60
—monta seqüências rítmicas, cadenciadas e combinadas
(adaptação, orientação espacial e temporal) ;
—executa os movimentos e treina (memória, ação, percep-
ção de si, domínio corporal, conhecimento de seus limites e
possibilidades) ;
—apresentação (desinibição, expressão corporal e comuni-
cação do saber).
Assim sendo, a coreografia na Dança Escolar pode ser direcionada
para uma criatividade com liberdade total, em grupos, em pares ou
individualmente, visando uma melhor improvisação de temas. Mas
também nada impede que o professor direcione a criatividade limi-
tando as formas, e exigindo maior capacidade de síntese, o que tam-
bém estará desenvolvendo competências.
egundo Aurélio (1993), "folclore é o conjunto ou estudo
das tradições, conhecimentos ou crenças de um povo, ex-
pressasem suas lendas, canções, danças e costumes".
é
A Dança Folclórica, inserida no contexto da Dança Escolar,
desen-
atividade física, formativa e de socialização, uma vez que
grupo e
volve os aspectos da personalidade, da valorização de um
de preservação de raízes culturais.
E um trabalho importante dentro da área da Educação Física,
porque mostra aos alunos a necessidade de se ter um patrimônio
cultural e histórico, uma vida social integrada e saudável, além de
despertar e promover outros interesses centrados na música, na
dança, no ritmo e na memória. Com isso, melhora a auto-estima
da criança e promove, assim, a inclusão escolar, pois valoriza os
costumes e o ambiente da comunidade onde a criança está inserida.
Para se ministrar uma aula de Dança Folclórica, não é necessá-
rio ser um expert em folclore; basta uma música adequada à dança
escolhida, um passo básico e criatividade.
Não é preciso utilizar os passos originais da Dança Folclórica
escolhida; até porque se tornaria inviável e também requer muita
pesquisa.O professor ou os próprios alunos podem criar movi-
mentos dentro do ritmo folclórico escolhido; o importante é de-
senvolver no aluno o gosto por ritmos de raiz e a curiosidade por
culturas diversificadas.
2
Para iniciar este trabalho com crianças do Ciclo Básico (ou 1
à 3a série) do Ensino Fundamental, você pode utilizar, como su-
gestão, os CDs da Editora Abril: Músicas FolclóricasBrasileiras—
Fundação Victor Civita, 2000/2001. São cantigas de roda tradici-
onais, porém com ritmos diversificados e bem atuais, que irão fa-
zer com que a criança dance e cante, desenvolvendo nelas o inte-
resse e o gostar da Dança Folclórica, pois algumas músicas já são
conhecidas delas e como o ritmo é bem "gostosinho e envolvente",
a criança sente-se motivada.
64
7.1. DANÇAS REGIONAIS BRASILEIRAS
66
1 2 3
E dcl)0is/ não vai dizer /
(dar os braços, girar para o lado direito e bater duas palmas),
1 2 3
Que seu par / se arrependeu /
(dar as mãos no alto da cabeça, girar para o lado esquerdo e bater
as mãos nas coxas duas vezes).
1 2
Balaio meu bem / balaio sinhá
(caminhar no sentido horário, sendo dois passos com o pé direito
e dois com o esquerdo; levar o balaio de um lado para o outro;
também, em dois tempos simultaneamente com os passos).
Balaio do coração
(girar em quatro tempos com o balaio acima da cabeça).
60
1 2
"Bota" a costura / no chão
(girar o corpo para fora do círculo com o pé esquerdo à frente e em
quatro tempos, sendo que no 42 tempo colocar o balaio no chão,
ficando de costas para o centro do círculo).
1 2
Eu queria ser / balaio
(levar o corpo ora para a direita e bater duas palmas; ora para a
esquerda e bater duas palmas).
1 2
Balaio eu queria / ser
(dar um pulinho para a frente balançando as mãos acima da cabe-
ça e dar um pulinho para trás balançado as mãos atrás).
1 2 3 4
Pra / viver/ "depen/ durado"
(girar em sentido horário em 4 tempos; uma das mãos na cintura e
a outra, braço aberto para o lado).
3
1 4 5
Na / cintu/ ra / de vo/ cê
(segurarna cintura um do outro, girar o círculo todo no sentido
horário em quatro passos largos e pegar o balaio mais próximo).
1 2
Como pode / um peixe vivo
(girar o círculo no sentido horário, bater duas palmas para o cerv
tro do círculo e duas para fora do círculo).
70
1 2
Viver fora / d'água fria
(virar o corpo para fora do círculo realizando um movimento de
"onda" com as mãos; elevar os braços e balançar as mãos acima da
cabeça).
1 2
COInopoderei viver / como poderei viver
(caminhar até fazer a formação em bloco, dando dois passinhos
com o pé direito e dois com o esquerdo, sucessivamente).
1 2
Sem a tua / sem a tua
(um passo para a direita e o braço direito estendido para a direita;
um passo para a esquerda e estender o braço para a esquerda).
1
Sem a tua companhia
(girar dando uma volta completa em 4 tempos, elevando as mãos
acima da cabeça).
1
Cai cai balão
(dar um passo para o lado direito, elevando o balão).
72
1
Cai cai balão
(dar um passo à frente e ficar na base 4 (ajoelhado), elevando o
balão acima da cabeça).
12 3 4
Aqui / na minha / mão
(segurar o balão somente com uma das mãos; apoiar a outra mão
no chão; estender a perna para a lateral e fazer um movimento
com o balão até chegar acima da cabeça).
Não cai não, / não cai não,/ não cai não
(ficar na base 3 segurando o balão com as duas mãos; depois, na
base 4, e finalmente em pé com um pulinho).
1 2
Vou partir para bem longe, / Prenda minha,
(a dama dá a volta em torno do cavalheiro, segurando na mão
dele, e este deve estar na base 4).
1
Atrás do meu bem-querer
(os dois devem encostar ombro no ombro e
fazer um giro comple-
to em 6 tempos).
F. CARIMBO: (organização em dois círculos, um dentro do ou-
tro, formação em pares).
1 2
Vou ensinar, / Sinhá Pureza
(cada um de costas para o seu par. Bater o pé direito duas vezes no
chão e, depois, o esquerdo).
1
A dançar o meu sirimbó
(mãos nos joelhos, pernas afastadas, abaixar em 4 tempos jogando
o quadril de um lado para o outro).
1
Carimbó, sirimbó é gostoso,
(virar um de frente para o outro, dar as mãos e ir com o corpo para
frente e para trás, balançando).
76
E gostosoem Belém do Pará
(dar o braço para o parceiro e girar em 4 tempos).
G. FREVO: (organização em bloco).