Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Handebol – Profª. Ms. Larissa Beraldo Kawashima e Profª. Luciane de Almeida Gomes
Cod. 303
HANDEBOL
Batatais
Claretiano
2014
© Ação Educacional Claretiana, 2012 – Batatais (SP)
Versão: dez./2015
796.312 K32h
ISBN: 978-85-8377-411-2
CDD 796.312
Preparação Revisão
Aline de Fátima Guedes Cecília Beatriz Alves Teixeira
Camila Maria Nardi Matos Felipe Aleixo
Carolina de Andrade Baviera Filipi Andrade de Deus Silveira
Cátia Aparecida Ribeiro Paulo Roberto F. M. Sposati Ortiz
Dandara Louise Vieira Matavelli Rafael Antonio Morotti
Elaine Aparecida de Lima Moraes Rodrigo Ferreira Daverni
Josiane Marchiori Martins Sônia Galindo Melo
Lidiane Maria Magalini Talita Cristina Bartolomeu
Luciana A. Mani Adami Vanessa Vergani Machado
Luciana dos Santos Sançana de Melo
Luis Henrique de Souza Projeto gráfico, diagramação e capa
Patrícia Alves Veronez Montera Eduardo de Oliveira Azevedo
Raquel Baptista Meneses Frata Joice Cristina Micai
Rosemeire Cristina Astolphi Buzzelli Lúcia Maria de Sousa Ferrão
Simone Rodrigues de Oliveira Luis Antônio Guimarães Toloi
Raphael Fantacini de Oliveira
Bibliotecária Tamires Botta Murakami de Souza
Ana Carolina Guimarães – CRB7: 64/11 Wagner Segato dos Santos
Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução, a transmissão total ou parcial por qualquer
forma e/ou qualquer meio (eletrônico ou mecânico, incluindo fotocópia, gravação e distribuição na
web), ou o arquivamento em qualquer sistema de banco de dados sem a permissão por escrito do
autor e da Ação Educacional Claretiana.
CRC
Ementa––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
História e evolução do handebol até sua introdução no Brasil.
Fundamentos individuais básicos da modalidade, com ênfase nos
processos pedagógicos relacionados à sua iniciação desportiva, in-
serida nos conteúdos da educação formal associando seu ensino
aos objetivos inseridos nos Parâmetros Curriculares Nacionais.
––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
1. INTRODUÇÃO
Sejam bem-vindos!
Este é o Caderno de Referência de Conteúdo (CRC) de Han-
debol.
O objetivo deste estudo é dar suporte pedagógico para a for-
mação de professores de Educação Física que atuarão no contexto
escolar, tendo-se assim o handebol como um conteúdo de ensino
8 © Handebol
Abordagem geral
Aqui, você entrará em contato com os assuntos principais des-
te conteúdo de forma breve e geral e terá a oportunidade de apro-
fundar essas questões no estudo de cada unidade. Desse modo,
essa Abordagem Geral visa fornecer-lhe o conhecimento básico ne-
cessário a partir do qual você possa construir um referencial teórico
com base sólida – científica e cultural – para que, no futuro exercício
de sua profissão, você a exerça com competência cognitiva, ética e
responsabilidade social.
Você entrará em contato com os assuntos de Handebol de
forma geral. Os assuntos serão aprofundados em cada uma das
unidades apresentadas.
Nosso objetivo aqui é orientá-lo acerca dos estudos apre-
sentados neste Caderno de Referência de Conteúdo, que serão ne-
cessários a futuros profissionais de Educação Física, no tratamento
do handebol, principalmente como conteúdo da Educação Física
escolar.
Glossário de Conceitos
O Glossário de Conceitos permite a você uma consulta rá-
pida e precisa das definições conceituais, possibilitando-lhe um
bom domínio dos termos técnico-científicos utilizados na área de
conhecimento dos temas tratados em Handebol. Veja, a seguir, a
definição dos principais conceitos:
1) Conteúdo: seleção de formas ou saberes culturais, con-
ceitos, explicações, raciocínios, habilidades, linguagens,
valores, crenças, sentimentos, atitudes, interesses, mo-
delos de conduta etc. cuja assimilação é considerada es-
sencial para que se produza um desenvolvimento e uma
socialização adequada do aluno.
2) Cultura corporal de movimento: foi escolhida como re-
ferência para o objeto do qual trata a Educação Física.
Deve ser entendida a partir do processo de ruptura com
visão biologicista-mecanicista do corpo e do movimento
do corpo e do movimento.
3) Educação Física escolar: educação corporal sistematiza-
da para o contexto da escola, consolidada historicamen-
te pela cultura corporal de movimento.
4) Esporte: "ação social institucionalizada, composta por
regras, que se desenvolve com base lúdica, em forma
de competição entre dois ou mais oponentes ou contra
natureza, cujo objetivo é, por meio de comparação de
desempenhos, determinar o vencedor ou registrar o re-
corde" (BETTI, 1991, [s/p]).
5) Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB): lei que de-
fine e regulariza os sistema de Educação brasileiro, com
base nos princípios presentes na Constituição Federal.
6) Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs): os PCNs são
referências para os Ensinos Fundamental e Médio de todo
o país. Seu objetivo é garantir a todas as crianças e jovens
brasileiros, mesmo em locais com condições socioeconô-
micas desfavoráveis, o direito de usufruir do conjunto de
© Caderno de Referência de Conteúdo 19
Educação Física
Escola
Questões Autoavaliativas
No final de cada unidade, você encontrará algumas questões
autoavaliativas sobre os conteúdos ali tratados, as quais podem ser
de múltipla escolha, abertas objetivas ou abertas dissertativas.
Responder, discutir e comentar essas questões, bem como
relacioná-las com a prática do ensino de Handebol pode ser uma
forma de você avaliar o seu conhecimento. Assim, mediante a re-
solução de questões pertinentes ao assunto tratado, você estará
se preparando para a avaliação final, que será dissertativa. Além
disso, essa é uma maneira privilegiada de você testar seus conhe-
cimentos e adquirir uma formação sólida para a sua prática profis-
sional.
Bibliografia Básica
É fundamental que você use a Bibliografia Básica em seus
estudos, mas não se prenda só a ela. Consulte, também, as biblio-
grafias complementares.
Dicas (motivacionais)
Este estudo convida você a olhar, de forma mais apurada,
a Educação como processo de emancipação do ser humano. É
importante que você se atente às explicações teóricas, práticas e
científicas que estão presentes nos meios de comunicação, bem
como partilhe suas descobertas com seus colegas, pois, ao com-
partilhar com outras pessoas aquilo que você observa, permite-se
descobrir algo que ainda não se conhece, aprendendo a ver e a
notar o que não havia sido percebido antes. Observar é, portanto,
uma capacidade que nos impele à maturidade.
Você, como aluno dos Cursos de Gradução na modalidade
EaD, necessita de uma formação conceitual sólida e consistente.
Para isso, você contará com a ajuda do tutor a distância, do tutor
presencial e, sobretudo, da interação com seus colegas. Sugeri-
mos, pois, que organize bem o seu tempo e realize as atividades
nas datas estipuladas.
É importante, ainda, que você anote as suas reflexões em seu
caderno ou no Bloco de Anotações, pois, no futuro, elas poderão ser
utilizadas na elaboração de sua monografia ou de produções científicas.
Leia os livros da bibliografia indicada, para que você amplie
seus horizontes teóricos. Coteje-os com o material didático, discuta
a unidade com seus colegas e com o tutor e assista às videoaulas.
No final de cada unidade, você encontrará algumas questões au-
toavaliativas, que são importantes para a sua análise sobre os conteúdos
desenvolvidos e para saber se estes foram significativos para sua forma-
ção. Indague, reflita, conteste e construa resenhas, pois esses procedi-
mentos serão importantes para o seu amadurecimento intelectual.
Lembre-se de que o segredo do sucesso em um curso na
modalidade a distância é participar, ou seja, interagir, procurando
sempre cooperar e colaborar com seus colegas e tutores.
Caso precise de auxílio sobre algum assunto relacionado a
este Caderno de Referência de Conteúdo, entre em contato com
seu tutor. Ele estará pronto para ajudar você.
3. referências bibliográficas
BETTI, M. Educação Física e sociedade. São Paulo: Movimento, 1991.
KNIJNIK, J. D. Conceitos básicos para a elaboração de estratégias de ensino e aprendizagem na
iniciação à prática do handebol. Revista Ludens – Ciências do Desporto, Lisboa, 2004, p. 75-81.
PAES, R. R. Educação física escolar: esporte como conteúdo pedagógico do Ensino
Fundamental. Canoas: Ulbra, 2001.
4. e-referência
Site pesquisado
EDUCACIONAL. Legislação educacional: PCN. Disponível em: <http://www.educacional.
com.br/legislacao/leg_vi.asp>. Acesso em: 23 maio 2012.
EAD
Introdução ao Handebol:
da História às regras
atuais
1
1. OBJETIVOS
• Identificar e compreender a diferença entre saber jogar e
saber ensinar.
• Conhecer a origem do handebol para ser capaz de
contextualizar e justificar sua característica e vivência
atual na escola.
• Refletir sobre os aspectos sócio-históricos do handebol
e suas influências atuais, bem como suas regras e inter-
relações com outras manifestações da cultura corporal.
2. CONTEÚDOS
• Histórico do handebol e suas influências na atualidade.
• Elementos sócio-históricos do esporte: o caso do
handebol.
• As regras oficiais da modalidade e suas transformações.
26 © Handebol
4. INTRODUÇÃO À UNIDADE
Animado para começar a estudar nossa primeira unidade?
Informação e interação não faltarão, basta ter disposição e
sede de conhecimento!
Nesta unidade você conhecerá a origem e história do hande-
bol, além de suas influências na atualidade. Mas, afinal, você sabe
conhece o handebol? Então, dê uma olhadinha no trecho a seguir
que foi retirado do livro O que é handebol:
Mão na bola––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
Nem só de craques que rolam a bola com os pés se faz um país. A terra que ido-
latra o futebol já sabe reconhecer o potencial do handebol. A modalidade prima-
-irmã do nobre esporte bretão, que evoluiu rapidamente no Brasil, mostra não só
que tem vez no coração do torcedor mas que também tem um belo elenco de
craques.
O nome do esporte (forma aportuguesada do inglês handball (hand – mão; ball
– bola) já indica um de seus fundamentos-chave: enquanto no futebol a bola é
levada pelo campo com os pés, no handebol a pelota é sempre conduzida com
uma das mãos ou com as duas.
© U1 - Introdução ao Handebol: da História às regras atuais 27
O ponto alto do jogo, fator que define o vencedor de uma peleja, é o gol. A equipe
que faz mais gols durante os sessenta minutos da disputa vence a partida (VIEI-
RA; FREITAS, 2007).
––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
O trecho antes mencionado foi apenas para você, que não
conhece o handebol, se familiarizar um pouco mais com a modali-
dade, que é a mais praticada nas escolas, seja em aulas de Educa-
ção Física ou turmas extracurriculares de treinamento.
Pena que a modalidade não recebe muito investimento e é
pouco divulgada pela mídia, o que acaba fazendo com que a maio-
ria de seus praticantes a abandonem cedo.
Você ainda conhecerá as principais regras oficiais da modali-
dade e suas transformações e adaptações para o contexto escolar.
Bom estudo!
Ensinar e aprender––––––––––––––––––––––––––––––––––––
Professores de esporte são eminentemente "práticos". No final das contas, te-
mos mesmo é de dar aulas. Ao dá-las manifestamos o que sabemos. Intervimos.
Em alguns casos, não temos consciência do que fazemos; não compreendemos
o nosso fazer. Isso não é bom. Denota fragilidade.
Ninguém será bom professor de esporte sem uma prática consistente. O que
daria consistência para as nossas aulas? Penso que, entre outras coisas, ex-
periência prática, conhecimento teórico, sensibilidade e compromisso social. É
por isso que professor, além de dar aulas, deve estudar. É por isso que além de
estudar e dar aulas deve humanizar-se. É por isso que além de estudar, dar aulas
e humanizar-se, deve humanizar.
Estudar é dever e não concessão de professor. O conhecimento é necessário
na medida em que fortalece e alimenta a prática; volta-se para ela; organiza-
-a; livra-a das suas imperfeições; acrescenta-lhe uma bem-vinda jovialidade. O
conhecimento é a nossa "lente de aumento". Com ela enxergamos melhor o que
praticamos; corrigimos nossa miopia, ainda que não a erradiquemos. Seremos
sempre, em dada medida, míopes.
[...]. Preso apenas à sua prática, ainda que muito aprenda, o professor se enfra-
quecerá; tornar-se-á refém do pouco que sabe. Extenuado, sem imaginação, não
dará boas aulas. [...].
[...]
O ritmo de aprendizado dos alunos é distinto. Cada qual tem uma história de vida
e menos ou mais motivos para agir diante das propostas do professor. Todos têm
um tempo de aprender. Não é preciso acelerar respostas ao ensinar, mas isso
inclui atentar para o que se propõe ao aluno. O aprendizado tem a ver com a
complexidade do desafio, pois este mobiliza ou paralisa o aluno.
Por último, diria que os professores deveriam ser gratos aos alunos por os co-
locarem sob desafios, pois um professor sem aflições, sem problemas e inquie-
tudes, não amadurece, não estuda, não aprende, não se sensibiliza e não se
compromete (SANTANA, 2012).
––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
© U1 - Introdução ao Handebol: da História às regras atuais 29
Figura 1 Haspartum.
Figura 2 Hazena.
História olímpica
Quanto à trajetória olímpica do handebol, leia o trecho a seguir:
O handebol fez sua estreia nos Jogos Olímpicos de Berlim, em 1936.
Na época era mais popular e mais divulgado o handebol de campo.
Este era praticado em campos de grama com dimensões e gols si-
milares aos do futebol, com 11 jogadores por equipe. Houve ape-
nas competições masculinas e esta foi a única vez que este tipo
de handebol participou das Olimpíadas (atualmente não se pratica
No Brasil
Veja a seguir texto que trata da evolução do handebol no
Brasil:
O handebol no Brasil após a I Grande Guerra Mundial, um grande
número de imigrantes alemães vieram para o Brasil estabelecendo-
-se na região sul por conta das semelhanças climáticas.
Dessa forma, os brasileiros passaram a ter um maior contato com a
cultura, tradição folclórica e por extensão as atividades recreativas
e desportivas por eles praticadas, dentre os quais o então hande-
bol de campo. Foi em São Paulo que ele teve seu maior desenvol-
vimento, principalmente quando em 26 de fevereiro de 1940 foi
fundada a Federação Paulista de Handebol (FPHb), tendo como seu
primeiro presidente Otto Schemelling.
O handebol de salão somente foi oficializado em 1954 quando a
FPHb instituiu o I Torneio Aberto de Handebol que foi jogado em
campo improvisado ao lado do campo de futebol do Esporte Clube
Pinheiros, campo esse demarcado com cal (40 × 20 m e balizas com
caibros de madeira 3 × 2 m).
Este handebol praticado com 7 jogadores e em um espaço menor
agradou de tal maneira que a Confederação Brasileira de Desportos
(CBD), órgão que congregava os desportos amadores em nível na-
cional, criou um departamento de handebol, possibilitando assim a
organização de torneios e campeonatos brasileiros nas várias cate-
gorias masculina e feminina.
Contudo, a grande difusão do handebol em todos os estados ad-
veio com a sua inclusão nos III Jogos Estudantis Brasileiros realizado
em Belo Horizonte, Minas Gerais, em julho de 1971 como também
nos Jogos Universitários Brasileiros realizado em Fortaleza, Ceará,
em julho de 1972. Como ilustração, nos JEBs/1972 o handebol teve
a participação de, aproximadamente, 10 equipes femininas e 12
© U1 - Introdução ao Handebol: da História às regras atuais 41
Teatro de fantoche–––––––––––––––––––––––––––––––––––––
Assunto: História do handebol
Personagens: Mané, Tico, Beto, Nina e Roger Mix.
Mané é um menino que ganhou uma bola de handebol do irmão e quer aprender
a jogar.
Tico é um menino mais velho que joga handebol e tem muita paciência com
Mané.
Beto também joga handebol, mas totalmente sem paciência.
Nina joga handebol e vai levar os meninos até o Roger Mix pra saber a história
do handebol.
Roger Mix é um treinador de handebol e sabe tudo sobre o esporte.
Mané: − Nossa achei que não iam perguntar nunca! – meu irmão me deu essa
bola de handebol, agora eu vim aqui pedir pra vocês me ensinarem a jogar han-
debol, porque eu gosto muito de handebol, porque handebol é um esporte muito
legal, porque no handebol a gente pega a bola passa pelo primeiro passa pelo
segundo e arremessa bem forte e é goooolllllll!! Handebol é super legal, né?
Beto: − Bom! Pelo menos ele sabe falar a palavra handebol né!
Tico: − Calma, Manezinho! Calma! Respira um pouco! Vamos começar pelo co-
meço! Você sabe como surgiu o handebol no mundo?
Mané: − Não! Como foi?
Tico: − Pois então, o Beto, eu e mais a Nina, uma amiga nossa, vamos te contar
a história.
Beto: − Será que ele vai entender?
Tico: − Vamos chamar a Nina! Um, dois, três: Ninaaaa!!
Nina: − Oiê! – Alguém me chamou?
Beto: − O Mané quer saber a história do handebol...
Nina: − Hãaam!!
Tico: − Calma que eu explico... Nós queremos contar a história do handebol pro
Mané! Lembra que você nos contou aquele dia lá na casa do Beto?
Nina: − Interessante... Primeiro eu tenho que consultar a minha agenda pra ver
se eu não tenho nada marcado pra agora!
Beto: − Ai, para com frescura!!
Nina: − Tudo bem! Tô dentro!! Mas pra ficar mais legal, nós vamos até a casa
de um grande amigo nosso que sabe tudo de handebol e vai adorar nos ajudar
a contar a história.
Nina: − Mas tem um jeito especial de chamá-lo. Prestem atenção! Mix, Mix, Mix
para lá lá lá, Mix, Mix, Mix para lá lá lá...
Roger (sem aparecer): − Hum! Acho que estou ouvindo alguma coisa, mas está
tão baixo que não consigo entender.
Nina: Vamos lá gente, mais alto! Mix, Mix, Mix para lá lá lá, Mix, Mix, Mix para lá
lá lá...
Roger: − Estão solicitando a minha presença?
Nina: − Aqui está gente! Um dos maiores e melhores técnicos de handebol do
bairroooo.
Roger: − Pô, Nina!
Nina: − Tá bom! Um dos maiores e melhores técnicos de handebol da cidade.
Roger: − Ô Nina.
Nina: − A gente não pode mentir pra criança, professor!
Nina: − Mix, nós queremos que nos ajude a contar a história do handebol pro
nosso amiguinho Mané.
Roger: − Tá bom, vou contar, mas quem souber pode me ajudar também.
Roger pega uma maçã.
Mané: − Mas o que a história do handebol tem a ver com uma maçã?
Roger: − Calma, rapazinho! Não vamos colocar a carroça na frente dos bois... A
história do handebol começou na Grécia antiga, os gregos praticavam o esporte
© U1 - Introdução ao Handebol: da História às regras atuais 43
com uma bola do tamanho de uma maçã e o jogo se chamava urânia. Também
os romanos conheciam o jogo como hasparton.
Nina: − Esta parte eu sei. Posso contar?
Roger: − Pode Nina! Mas conta direito.
Nina: − Durante a Primeira Guerra Mundial o professor alemão Karl Schelenz
inventou o handebol que era jogado no campo de futebol com 11 jogadores. Em
1920, o handebol de campo foi reconhecido como desporto oficial e cinco anos
depois foi realizado o primeiro jogo internacional entre Alemanha e Áustria com
vitória da Áustria por 6 a 3.
Tico: − Bom, em 1848, Holger Nielsen adaptou o handebol para ser jogado em
quadra. Era uma forma de sete jogadores por time em uma quadra um pouco
maior do que a do basquete, com gols de futebol.
Beto: − Em 1946 foi fundada na Dinamarca a Federação Internacional de hande-
bol. Atualmente com sede na Basileia, na Suíça.
Roger: − E em 1934 o Comitê Olímpico Internacional inclui o handebol de campo
com esporte olímpico. E nas Olimpíadas de Berlim, em 1936, seis países dispu-
taram a medalha de ouro. Mas foi a Alemanha que se tornou campeã.
Nina: − Em 1966, os jogos de handebol de campo acabaram, porque na Europa
era muito frio e ficava quase impossível praticar o esporte, além de o handebol
ocupar o campo do futebol, que era mais popular.
Tico: − Após um período sem participação, o esporte voltou a fazer parte das
olimpíadas nos jogos olímpicos de Montreal em 1976, com regras reformuladas
e partidas disputadas em quadra.
Beto: − O handebol sempre foi dominado por nações europeias. Na era do han-
debol de campo, Alemanha, Áustria e Dinamarca dominaram o cenário mundial.
Atualmente quem domina são: França, Espanha, Alemanha, Croácia e Rússia.
Roger: − Durante os últimos anos da década de 1990 está se popularizando uma
versão de handebol de areia conhecida com hand beach ou beach handebol.
Mané: − Nossa! E como é?
Beto: − Hãm !! Na areiaaaaa...
Roger: − Calma gente, essa é uma outra história.
Nina: − Depois de ouvir falar tanto de handebol, deu até vontade de jogar!
Tico: − É mesmo! Vamos chamar o pessoal pra uma partidinha!
Todos: − Vamoooossss!!
Mané: − Opa! Quase esqueci.
Fim!
––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
Quadra de jogo
A quadra de jogo (Figura 4) é um retângulo com 40 metros
de comprimento e 20 metros de largura, com duas áreas de gol e
uma área de jogo. Os lados maiores são chamados linhas laterais e
© U1 - Introdução ao Handebol: da História às regras atuais 45
Linha de
fundo
Linha de gol
As balizas devem ter uma rede fixada de modo que a bola ar-
remessada para dentro da baliza fique dentro dela naturalmente.
As balizas também diferem das traves do futebol por serem
quadradas e não redondas, além de nas três faces que são visíveis
da quadra, devem ser pintadas com faixas de duas cores contras-
tantes, que, por sua vez, contrastem claramente com o fundo.
Todas as linhas da quadra fazem parte da superfície que elas
delimitam. As linhas entre duas áreas adjacentes podem ser trocadas
por uma pintura completa no piso, entre elas, com cores diferentes.
Em frente a cada baliza, há a área de gol. A área de gol é
definida por uma linha de área de gol (linha de 6 metros), que é
marcada desse modo:
• uma linha de 3 metros diretamente em frente da baliza:
essa linha é paralela à linha de gol e a 6 metros de distân-
cia (medidos desde a face posterior da linha de gol até a
face anterior da linha da área de gol);
• por dois quartos de círculo cada qual com raio de 6 me-
tros (medidos desde o ângulo interno posterior de cada
poste da baliza), ligando aquela linha de 3 metros de com-
primento com a linha de fundo. Observe as Figuras 4 e 5.
A linha de tiro livre (linha de 9 metros onde são cobradas
todas as faltas) é uma linha tracejada a 3 metros de distância da
linha da área de gol. Ambos os segmentos da linha e os espaços
entre eles medem 15 cm (Figura 4).
A linha de 7 metros (de onde é cobrado o tiro de 7 metros,
na linguagem popular "pênalti") é uma linha com 1 metro de com-
primento, marcada diretamente em frente de cada baliza. Ela é
paralela à linha de gol, a uma distância de 7 metros (medidos des-
de a face posterior da linha de gol até a face anterior da linha de 7
metros). Observe a Figura 4.
A linha de limitação do goleiro (linha de 4 metros) é uma
linha de 15 cm de comprimento marcada diretamente em frente
Duração da partida
A duração normal da partida de handebol para todas as equipes
com jogadores de idade igual ou acima de 16 anos é de dois tempos
de 30 minutos. O intervalo de jogo é normalmente de 10 minutos.
Para equipes jovens, a duração normal da partida é dois
tempos de 25 minutos, no grupo de idade entre 12-16 anos, e de
dois tempos de 20 minutos no grupo de idade entre 8-12 anos. Em
ambos os casos o intervalo de jogo é, em geral, de 10 minutos.
O handebol é um jogo de muitos gols e dificilmente uma
partida termina empatada. Porém, caso isso ocorra, haverá uma
prorrogação, que será jogada após 5 minutos de intervalo, sendo
assim determinado um vencedor. A prorrogação consiste de dois
períodos de 5 minutos, com um intervalo de 1 minuto.
Sinal de término
Para finalizar a partida do jogo de handebol, deve ser dado
um sinal de término automático do placar ou do cronometrista.
Diferente do sinal de início em que o tempo de jogo começa com o
apito do árbitro para o tiro de saída inicial.
© U1 - Introdução ao Handebol: da História às regras atuais 49
Time-out
Um time-out é a interrupção do jogo pelo árbitro em alguns
momentos da partida, sendo obrigatório quando houver:
1) Exclusão de 2 minutos, desqualificação ou expulsão.
2) Solicitação de tempo técnico.
3) Apito vindo do cronometrista ou delegado técnico.
Em princípio, os árbitros decidem quando o cronômetro será
parado e iniciado em conexão com o time-out. A interrupção do
tempo de jogo é indicada ao cronometrista por meio de três apitos
curtos e o gesto manual.
Entretanto, no caso de time-out obrigatório, no qual o jogo
foi interrompido por um apito do cronometrista ou delegado, o
cronometrista deve parar o cronômetro oficial imediatamente,
sem esperar a confirmação dos árbitros. O apito sempre deve soar
para indicar o reinício do jogo, após um time-out.
Um sinal do apito vindo do cronometrista/delegado efetiva-
mente deve parar o jogo. Mesmo que os árbitros (e os jogadores)
não percebam imediatamente que o jogo foi parado, qualquer
ação na quadra depois do sinal do apito será nula.
O que quer dizer que se um gol foi marcado depois do apito
vindo da mesa, o gol deve ser anulado. De maneira semelhante, a
decisão em conceder um tiro para a equipe (tiro de 7 metros, tiro
livre, tiro lateral, tiro de saída ou tiro de meta) também será anu-
lado. O jogo deve ser, então, recomeçado do modo que correspon-
dia à situação existente quando o cronometrista/delegado apitou.
O que se deve ter em mente é que a razão típica dessa intervenção
é um tempo técnico ou uma falta na substituição.
Todavia, qualquer punição pessoal dada pelos árbitros entre
o momento do apito vindo da mesa e o momento que os árbitros
param a ação deve ser válida, e também aplica em relação ao tipo
da violação e à severidade da punição.
Em cada período de tempo de jogo regular, as equipes têm
o direito de receber um tempo técnico de 1 minuto, o que não
ocorre nos períodos extras.
Bola
A bola de handebol é feita de couro ou material sintético.
Ela deve ser esférica e sua superfície não pode ser brilhante nem
escorregadia.
As medidas da bola, ou seja, a circunferência e o peso, a serem
usadas pelas diferentes categorias de equipes são as seguintes:
• 58-60 cm e 425-475 g (tamanho 3 da IHF) para homens e
equipes masculinas jovens (acima de 16 anos);
• 54-56 cm e 325-375 g (tamanho 2 da IHF) para mulheres,
equipes femininas jovens (acima de 14 anos) e equipes
masculinas jovens (entre 12 e 16 anos);
• 50-52 cm e 290-330 g (tamanho 1 da IHF) para equipes
femininas jovens (entre 8 e 14 anos) e equipes masculinas
jovens (entre 8 e 12 anos).
As bolas são popularmente chamadas de H3, H2 e H1, res-
pectivamente. Para cada jogo, deve haver pelo menos duas bolas
disponíveis. As bolas reservas devem estar disponíveis para uso
imediato na mesa de controle durante o jogo.
© U1 - Introdução ao Handebol: da História às regras atuais 51
Equipe
Uma equipe de handebol é composta de 14 jogadores, e não
mais do que 7 jogadores podem estar presentes na quadra de jogo
ao mesmo tempo. Os demais jogadores são substitutos.
Durante todo o tempo do jogo, a equipe deve ter um dos jo-
gadores na quadra designado como goleiro. Um jogador que está
jogando na posição de goleiro pode se tornar um jogador de qua-
dra a qualquer momento. Do mesmo modo, um jogador de quadra
pode se tornar um goleiro a qualquer momento.
O jogo pode continuar mesmo se uma equipe ficar reduzida
a menos de 5 jogadores na quadra. Depende dos árbitros julgarem
se e quando o jogo deveria ser suspenso permanentemente.
O jogador está autorizado a participar se ele está presente
no início do jogo e está inscrito na súmula do jogo.
Substituições de jogadores
Os reservas podem entrar na quadra, a qualquer momento
e repetidamente, sem comunicar o secretário/cronometrista, des-
de que os jogadores que serão substituídos já tenham deixado a
quadra.
Os jogadores envolvidos na substituição devem sempre sair
e entrar na quadra pela própria zona de substituição. A mesma
regra vale para a substituição dos goleiros.
O propósito do conceito da "linha de substituição" é asse-
gurar substituições ordenadas e justas, a fim de não causar puni-
ções em outras situações. Por exemplo: um jogador pisar sobre a
Equipamentos
Equipamentos são acessórios e adereços utilizados durante
o jogo.
Todos os jogadores de quadra de uma equipe devem usar
uniformes idênticos. Todos os jogadores usados na posição de go-
leiro em uma equipe devem usar as mesmas cores, cores que os
diferenciem dos jogadores de quadra de ambas as equipes, bem
como dos goleiros da equipe adversária.
Os números das camisas usadas devem ser de 1 até 20. Um
jogador que está trocando entre posições de jogador de quadra
e goleiro, deve usar o mesmo número em ambas as posições. Os
jogadores devem usar calçados esportivos.
Não é permitido o uso de objetos que representem perigo
para os jogadores. Por exemplo: proteção para a cabeça, másca-
© U1 - Introdução ao Handebol: da História às regras atuais 53
O que é permitido
Ao goleiro é permitido tocar a bola com qualquer parte do
seu corpo na qualidade de tentativa de defesa, dentro da sua área
de gol.
Ele pode se mover com posse de bola dentro da área de gol,
sem estar sujeito às restrições aplicadas aos jogadores de quadra.
O goleiro pode sair da área de gol sem a bola e participar do
jogo na área de jogo, se tornando um jogador de linha como os
demais. Ele se sujeita às mesmas regras aplicadas aos jogadores
na área de jogo.
Área do gol
Somente ao goleiro é permitido entrar na área de gol. A área
de gol, que inclui a linha da área de gol, é considerada invadida
quando um jogador de quadra a toca com qualquer parte de seu
corpo.
Quando um jogador de quadra entra na área de gol, as deci-
sões devem ser as seguintes:
1) tiro de meta: quando um jogador de quadra da equipe
que está em posse de bola entra na área de gol com a
bola ou entra sem a bola, mas ganha vantagem fazendo
isso;
2) tiro livre: quando um jogador de quadra da equipe de-
fensora entra na área de gol e ganha vantagem, mas sem
impedir uma chance de marcar um gol;
3) tiro de 7 metros: quando um jogador de quadra da equi-
pe defensora entra na área de gol e por causa disso im-
pede uma clara chance de marcar um gol.
© U1 - Introdução ao Handebol: da História às regras atuais 55
Manejo da bola
Manejar a bola é o domínio dos movimentos possíveis que
um jogador pode realizar com a bola, desde que tenha segurado a
bola, até que ela haja se desprendido da sua mão.
Por ocasião de posse de bola é permitido:
1) Atirar, agarrar, parar, empurrar ou bater a bola, usando
mãos (abertas ou fechadas), braços, cabeça, tronco, co-
xas e joelhos.
2) Segurar a bola por um máximo de 3 segundos, também
quando ela estiver em contato com o solo.
3) Dar um máximo de três passos com a bola.
Ressalte-se que "um passo" é considerado no handebol,
quando:
a) um jogador que está parado com ambos os pés no
solo levanta um pé e o apoia de novo, ou move um
pé de um lugar para outro;
Jogo passivo
Jogo passivo é o jogo de passes excessivos, sem objetivida-
de, a fim de gastar o tempo de jogo.
Não é permitido manter a bola em posse da equipe sem fa-
zer uma tentativa reconhecível de ataque ou arremesso à baliza.
Do mesmo modo, não é permitido atrasar repetidamente a exe-
cução de um tiro de saída, tiro livre, tiro lateral ou tiro de meta de
sua própria equipe.
O jogo passivo será penalizado com um tiro livre contra a
equipe em posse da bola, a não ser que a tendência ao passivo
cesse.
O tiro livre é cobrado do lugar onde a bola estava quando o
jogo foi interrompido.
Quando uma possível tendência para o jogo passivo é reco-
nhecida, o sinal de advertência é mostrado, o que dará à equipe
em posse de bola a oportunidade de mudar sua maneira de atacar,
a fim de evitar a perda da posse de bola.
O gol
Um gol é marcado quando toda a bola ultrapassa comple-
tamente a largura da linha de gol (Figura 6), desde que nenhuma
violação às regras tenha sido cometida pelo arremessador, compa-
nheiro ou oficial de equipe antes ou durante o arremesso.
O árbitro de fundo confirma com dois apitos curtos e gesto
manual que o gol foi marcado.
© U1 - Introdução ao Handebol: da História às regras atuais 61
Tiro de saída
Para iniciar o jogo, é executado o tiro de saída pela equipe
que vencer o sorteio e escolher começar com a posse de bola. Os
Claretiano - Centro Universitário
62 © Handebol
Tiro lateral
Ocorre o tiro de lateral quando a bola ultrapassar a linha la-
teral em um dos lados da quadra. É executado pela equipe contrá-
ria a do jogador que tenha tocado a bola por último.
© U1 - Introdução ao Handebol: da História às regras atuais 63
Tiro de meta
O tiro de meta é executado pelo goleiro quando a bola ar-
remessada por um oponente passar para fora pela linha de fundo
ou por sobre o travessão superior da trave sem ter sido tocada por
nenhum jogador de defesa, exceção feita ao goleiro.
O tiro de meta é executado pelo goleiro, sem o apito do árbi-
tro, para fora e por sobre a linha da área de gol.
O tiro de meta é concedido quando:
1) Um jogador da equipe adversária entrou na área de gol
violando a regra.
2) O goleiro controlou a bola na área de gol, ou quando a
bola ficar parada no solo dentro da área de gol.
3) Um jogador da equipe adversária tocou a bola quando ela
estava rolando ou parada no solo dentro da área de gol.
4) A bola cruzou a linha de fundo, depois de ter sido tocada
por último pelo goleiro ou pelo jogador da equipe ad-
versária.
Isso significa que em todas as situações anteriormente cita-
das, a bola é considerada fora de jogo, e que o jogo será reiniciado
Tiro livre
O tiro livre nada mais do que a cobrança de uma falta no
handebol e é normalmente executado sem nenhum apito do ár-
bitro e, a princípio, do lugar onde a infração ocorreu. O que vem a
seguir são exceções deste princípio:
Os jogadores da equipe executante não devem tocar ou cru-
zar a linha de tiro livre dos adversários antes que o tiro livre seja
executado.
Os árbitros devem corrigir as posições dos jogadores da
equipe executante que estão entre a linha de tiro livre e a linha da
área de gol antes da execução do tiro livre, se as posições incorre-
tas tiverem influência no jogo.
O tiro livre deve, então, ser executado na sequência de um
apito.
O mesmo procedimento se aplica se os jogadores da equipe
executante entram na área restrita durante a execução do tiro livre
(antes que a bola tenha saído da mão do executante), se a execu-
ção do tiro não foi precedida por um apito.
Quando um tiro livre está sendo executado, os adversários
devem manter uma distância de, pelo menos, 3 metros do exe-
cutante. Eles estão, contudo, autorizados a permanecer imedia-
tamente no lado de fora da sua linha da área de gol, se o tiro livre
está sendo executado na sua linha de tiro livre. Interferência na
execução do tiro livre será penalizada.
Tiro de 7 metros
O tiro de 7 metros é a "penalidade máxima" no handebol,
como se fosse o pênalti do futsal. É sempre executado com um
arremesso ao gol.
O jogador que o está executando deve se posicionar atrás da
linha de 7 metros, não mais distante do que 1 metro desta linha.
Depois do apito do árbitro, o executante não deve tocar ou cruzar
a linha de 7 metros antes que a bola tenha saído da sua mão.
Quando um tiro de 7 metros está sendo executado, os com-
panheiros do executante e os adversários devem se posicionar
fora da linha de tiro livre e permanecer nesta posição, até que a
bola tenha saído da mão do executante.
Não é mais permitido trocar goleiros, uma vez que o exe-
cutante está pronto para executar o tiro de 7 metros, parado na
posição correta com a bola na mão. Qualquer tentativa de fazer
uma substituição nessa situação será penalizada como atitude an-
tidesportiva.
O executante
Observe os procedimentos do executante para a realização
dos tiros:
1) Antes da execução, o executante deve estar na posição
correta descrita para o tiro.
2) A bola deve estar na mão do executante.
3) Durante a execução, exceto no caso de tiro de meta, o
executante deve ter uma parte de um pé em constante
contato com o solo até que a bola seja liberada. O outro
pé pode ser levantado e apoiado repetidamente.
4) O executante deve permanecer na posição correta até
que o tiro tenha sido executado.
5) O executante não pode tocar a bola novamente até que
ela tenha tocado um outro jogador ou a baliza.
Ressalte-se que:
1) Um tiro será considerado executado quando a bola sair
da mão do executante.
© U1 - Introdução ao Handebol: da História às regras atuais 67
Os companheiros do executante
Observe os procedimentos dos companheiros do executante
para a realização dos tiros:
1) Os companheiros devem tomar a posição descrita para
o tiro em questão.
2) Os jogadores devem permanecer nas posições corretas
até que a bola tenha saído da mão do executante.
3) A bola não pode ser tocada ou escondida por um com-
panheiro durante a execução.
Os jogadores defensores
Observe os procedimentos dos jogadores defensores para a
realização dos tiros:
1) Os jogadores defensores devem tomar a posição descri-
ta para o tiro e permanecer na posição correta até que a
bola tenha saído da mão do executante.
2) Posições incorretas por parte dos jogadores defensores
relacionadas com a execução do tiro de saída, tiro lateral
ou tiro livre, não devem ser corrigidas pelos árbitros se
os jogadores atacantes não estão em desvantagem por
cobrarem o tiro imediatamente. Se houver uma desvan-
tagem, então as posições serão corrigidas.
Punições
Atente que:
• Para um único jogador não deveria ser dada mais do que
uma advertência, e à equipe não deveria ser dada mais
do que três advertências; após isso, a punição deveria ser,
no mínimo, uma exclusão de 2 minutos.
• Para o jogador que já teve uma exclusão de 2 minutos,
não deveria ser subsequentemente dada uma advertên-
cia. Não mais do que uma advertência no total deveria ser
dada para os oficiais de equipe.
Exclusão (2 minutos)
Uma exclusão (2 minutos) deve ser dada:
1) Por uma falta de substituição, se um jogador a mais en-
tra na quadra, ou se um jogador ilegalmente interfere no
jogo na área de substituição.
2) Por faltas repetidas do tipo que devem ser punidas pro-
gressivamente.
3) Por conduta antidesportiva repetida de um jogador,
dentro ou fora da quadra.
4) Por conduta antidesportiva cometida por qualquer um
dos oficiais de uma equipe, depois que um deles tenha
recebido previamente uma advertência.
5) Por conduta antidesportiva do tipo que é julgado certo
como exclusão de 2 minutos em cada ocasião.
6) Como consequência de uma desqualificação de um joga-
dor ou oficial de equipe.
Atente que:
• Uma exclusão é sempre por um tempo de jogo de 2 minutos.
• A terceira exclusão para o mesmo jogador também con-
duz a uma desqualificação.
• O jogador excluído não está autorizado a participar do
jogo durante o seu tempo de exclusão, e a equipe não
está autorizada a substituí-lo na quadra.
© U1 - Introdução ao Handebol: da História às regras atuais 69
Expulsão
Uma expulsão deve ser dada quando um jogador é culpado
de uma agressão durante o tempo de jogo, dentro ou fora da qua-
dra de jogo.
O jogador expulso não pode ser substituído e deve sair da
quadra e da área de substituição imediatamente. Depois de sair,
o jogador não tem permissão de ter qualquer forma de contato
com a equipe. Uma expulsão deve ser explanada pelos árbitros no
relatório de jogo para as autoridades competentes.
Os árbitros
Em um jogo de handebol, dois árbitros com igual autoridade
deverão ser encarregados de cada jogo. Eles são assistidos por um
cronometrista e um secretário.
© U1 - Introdução ao Handebol: da História às regras atuais 71
Mãe da rua
Neste jogo, o objetivo é compreender que não se pode pisar
na linha da área do goleiro, a não ser que se salte antes de entrar
durante um arremesso.
Os alunos deverão se posicionar dentro das áreas do goleiro,
locais onde serão os piques.
© U1 - Introdução ao Handebol: da História às regras atuais 73
Handebol de areia–––––––––––––––––––––––––––––––––––––
O handebol de areia é um jogo muito dinâmico, atrativo ao espectador e pautado
no fair play. As jogadas espetaculares são muito frequentes e o contato físico
é menos acentuado que no handebol de quadra (GEHRER, 2004). De acordo
com Duarte (2000), o handebol de areia é um jogo de muitas movimentações
que desperta muitas emoções nos seus praticantes e espectadores. Da mesma
forma que o futebol e o voleibol, o handebol é mais uma modalidade que sai
das quadras e ganha as praias de todo o mundo. De fato, a modalidade cresceu
rapidamente, pois nas últimas edições do Campeonato Mundial participaram 12
equipes masculinas e 12 femininas, contando com seleções nacionais de todos
os continentes. Isso demonstra que o handebol de areia é uma modalidade com
ampla aceitação no contexto dos esportes contemporâneos.
O handebol de areia teve origem no início da década de 90, na Itália, com adap-
tações de regras do handebol de quadra, com a finalidade de tornar o jogo na
areia mais dinâmico. Porém, essas não foram publicadas oficialmente. Já em
1992 as primeiras partidas e torneios foram disputados também na Itália obede-
cendo a essas regras não oficiais. Entretanto, no mesmo ano, esse jogo também
era praticado nas praias francesas sob a denominação de sandball e na Holanda
como handball on the beach. No XXV Congresso da Federação Internacional
de Handebol (IHF), em Noordwijik, Holanda, em 1994 ocorreu a apresentação
do handebol de areia para os participantes de todo o mundo e foi realizada uma
partida de demonstração entre Holanda e Itália (RIBEIRO & RIBEIRO, 2007).
O presidente da Confederação Brasileira de Handebol (CBHb), o professor Ma-
noel Luiz de Oliveira, participou desse XXV Congresso da IHF, interessou-se
pela modalidade e angariou recursos junto ao Comitê Olímpico Brasileiro (COB)
para, em 1995, no Brasil, realizar o I Torneio Internacional de Handebol de Areia
entre seleções masculinas, com a participação de Brasil (campeão), Argentina,
Itália e Portugal (RIBEIRO & RIBEIRO, 2007). No mesmo ano, uma resolução
do Conselho da IHF adota oficialmente o handebol de areia. As primeiras regras
oficiais foram apresentadas em 1996, no XXVII Congresso da IHF, em Hilton
Head, Estados Unidos da América, e divulgadas através de uma publicação da
IHF Beach Handball – Rules of the Game.
Em 2001, o handebol de areia foi incluído no World Games de Akita, Japão, com-
petição organizada pelo Comitê Olímpico Internacional (COI). Os campeões foram
a Bielorrússia no masculino e a Ucrânia no feminino. O primeiro Campeonato Mun-
dial de Handebol de Areia, organizado pela IHF, foi realizado no Egito, em 2004,
sendo vencido por Egito e Rússia, no masculino e feminino, respectivamente.
A característica do handebol de areia se difere em vários pontos das característi-
cas do handebol de quadra, sendo uma delas, o fato de existirem menos jogado-
res se confrontando em cada equipe (1 goleiro + 3 jogadores de linha), facilitando
as jogadas individuais, já que a relação espaço/jogador é maior dando mais liber-
dade de ação. Isso proporciona mais espaço, consequentemente haverá maior
mobilidade para os deslocamentos, além de um esforço físico considerável para
o desmarque.
Várias ações motoras ocorrem durante uma partida de handebol de areia, porém
com intensidades diferentes. O handebol de areia assim como o handebol de
quadra se caracteriza com alternâncias de esforço e pausa se caracterizando as-
sim uma atividade física intermitente, e o fato de a areia provocar maior resistên-
cia nos deslocamentos, o esforço pode ser maior para um jogador se movimentar
de um lado a outro da quadra.
© U1 - Introdução ao Handebol: da História às regras atuais 75
A técnica no handebol é a unidade das partes que irão compor o jogo, e possui
como suporte a preparação física. Nesse sentido, a técnica está subordinada
diretamente à teoria e ao regulamento do jogo (MARTINS, [s.d]). Assim, como o
arremesso é um dos fundamentos com maior variação no jogo, vários tipos são
executados durante o jogo, dentre eles o arremesso com giro e as aéreas, com
apoio e em suspensão, sendo imprescindível à realização de saltos para que
haja uma execução eficiente de alguns.
Como o handebol de areia possui um solo irregular, o fundamento "drible", não
acontece com muita freqüência, priorizando a troca de passes entre os jogado-
res como forma de agilizar o jogo. Com o intuito de interceptar os arremessos,
os jogadores utilizam dois tipos de bloqueios, sendo classificado como bloqueio
vertical, onde o salto para bloquear o arremesso acontece mais para o alto; e
o bloqueio inclinado, onde o corpo se projeta para dentro da área e para trás
(MONTEIRO, [s.d]).
Quanto a tática de jogo, como o handebol de areia contém bastante espaço em
quadra, é necessário a criação de estratégias para se opor ao adversário com
alguma vantagem, nesse sentido é comum durante o jogo, a participação de um
"goleiro atacante", buscando a superioridade numérica (4 contra 3), aumentando
as chances de arremesso ao gol, exigindo também da defesa maior movimen-
tação para impedir a progressão do ataque e conseqüentemente a tomada de
bola. Isso exige rapidez nas ações para que haja um aproveitamento das con-
dições criadas pelo ataque e contra-ataque, ocorrendo diversas movimentações
individuais, como deslocamentos de curta média e longa distância, com inten-
sidades baixa, moderada e alta, além da execução de saltos, passes longos e
curtos, e a melhor forma de arremesso, desde os simples, como o apoiado ou em
suspensão, chegando aos mais complexos como aéreas ou com giro (CRISPIM
JÚNIOR et al., 2010).
––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
Como você deve ter percebido ao longo do artigo anterior, o
handebol de areia é um esporte muito dinâmico e que exige gran-
de preparo físico. Uma regra interessante deste esporte é que os
gols "espetaculares" (de ponte aérea, com giro de 360o etc.) e gol
de goleiro valem 2 pontos e gols simples apenas um ponto.
Você acha que seria possível praticar esse esporte na esco-
la? Embora em algumas escolas não haja sequer uma quadra co-
mum, muito menos uma de areia, nem por isso se deve deixar de
apresentar aos alunos essa modalidade, a fim de que eles tenham
oportunidade de praticá-la.
Você pode apresentar a modalidade por intermédio de figu-
ras e vídeos e adaptá-la para o espaço que você tem em sua escola
(quadra, gramado ou pátio). Faça adaptações no espaço, no número
de jogadores e na forma de fazer gols. Cada gol "bonito" que seus
4) Elabore uma atividade com objetivo de ensinar uma das regras do handebol.
Indique a regra que pretende ensinar, nome da atividade e seu desenvolvi-
mento.
12. CONSIDERAÇÕES
Nesta unidade você pôde se familiarizar com os aspectos
históricos e com as regras básicas do handebol. Se você não teve
nenhum contato com o handebol antes de conhecer este material,
agora já tem conhecimentos suficientes para assistir a partidas de
handebol e compreender o jogo com facilidade.
© U1 - Introdução ao Handebol: da História às regras atuais 77
13. E-REFERÊNCIAS
Lista de figuras
Figura 1 Haspartum. Disponível em: <http://museudosbrinquedos.wordpress.com/>.
Acesso em: 03 jul. 2012.
Figura 2 Hazena. Disponível em: <http://www.hazena-uvaly.cz/galerie/
historie/60_70/60-70_02.jpg>. Acesso em: 11 maio 2012.
Figura 3 Hazena BSK, em Beograd, Sérvia, 1924. Disponível em: <http://www.flickr.com/
photos/44704978@N04/4699824008/in/photostream/>. Acesso em: 11 maio 2012.
Figura 4 Quadra de jogo. Disponível em: <http://www.ebah.com.br/content/
ABAAABhY8AI/handebol>. Acesso em: 16 maio 2012.
Figura 5 A baliza vista de frente. Disponível em: <http://www.google.com/imgres
?um=1&hl=en&safe=active&client=firefox-a&sa=N&rls=org.mozilla:pt-BR:official&
channel=fflb&biw=1360&bih=575&tbm=isch&tbnid=d9RO3OUUpad4uM:&imgref
url=http://arnaldo.esporteblog.com.br/9894/HANDEBOL-QUADRA-REGRAS/&doc
id=SHwisA9qGMJ8ZM&imgurl=http://www.ligahand.com.br/confe/images/baliza.
jpg&w=494&h=679&ei=kpPxT-2GHKbq6gHrysSYBg&zoom=1&iact=hc&vpx=373&vpy=1
17&dur=953&hovh=247&hovw=179&tx=86&ty=107&sig=102895823356377181627&
page=1&tbnh=123&tbnw=89&start=0&ndsp=24&ved=1t:429,r:2,s:0,i:82>. Acesso em:
02 jul. 2012.
Figura 6 Vista lateral da baliza. Disponível em: <http://www.fphand.com.br/images/
stories/documentos/Regras_2010_Revisada_10-06-2011.pdf>. Acesso em: 11 maio 2012.
Sites pesquisados
CONFEDERAÇÃO BRASILEIRA DE HANDEBOL. Homepage. Disponível em: <http://www.
brasilhandebol.com.br/>. Acesso em: 02 jul. 2012.
FEDERAÇÃO PAULISTA DE HANDEBOL. Regras do Handebol. Disponível em: <http://www.
fphand.com.br/images/stories/documentos/Regras_2010_Revisada_10-06-2011.pdf>.
Acesso em: 15 maio 2012.