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HANDEBOL

CURSOS DE GRADUAÇÃO – EAD

Handebol – Profª. Ms. Larissa Beraldo Kawashima e Profª. Luciane de Almeida Gomes
Cod. 303

Olá! Meu nome é Larissa Beraldo Kawashima. Sou graduada em Licenciatura em


Educação Física pela Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (Unesp),
campus de Bauru, e especialista em Pedagogia do Esporte Escolar pela Universidade
Estadual de Campinas (Unicamp). Também sou especialista em Educação Física Escolar,
pelo Centro Universitário Claretiano de Batatais (Ceuclar), e mestre em Educação pela
Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT). Atualmente, sou professora do Instituto
Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Mato Grosso (IFMT), campus de São
Vicente, e atuo com o ensino da Educação Física no Ensino Médio integrado aos cursos
técnicos. Já trabalhei com a disciplina de Handebol em cursos superiores de licenciatura
em Educação Física em duas universidades diferentes. Espero que este material possa
contribuir com sua formação acadêmica.
E-mail: lalabeka@hotmail.com

Meu nome é Luciane de Almeida Gomes. Sou graduada em Licenciatura Plena em


Educação Física pela Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) e especialista em
Educação Infantil e Infância pelo Instituto Tangaraense de Educação e Cultura (Itec). Sou
mestre em Educação pela UFMT e atuei como professora de Educação Física na Educação
Básica do estado de Mato Grosso por mais de 12 anos. Atualmente, atuo como assessora
técnica pedagógica da Coordenadoria de Ensino Fundamental − Secretaria de Estadual
de Educação. Tenho experiência na área de Educação Física, com ênfase em Educação
Física escolar, principalmente nas seguintes áreas: educação física, educação básica,
conteúdos, escola e ciclos de formação humana.
E-mail: lualgomes@hotmail.com

Fazemos parte do Claretiano - Rede de Educação


Larissa Beraldo Kawashima
Luciane de Almeida Gomes

HANDEBOL

Batatais
Claretiano
2014
© Ação Educacional Claretiana, 2012 – Batatais (SP)
Versão: dez./2015

796.312 K32h

Kawashima, Larissa Beraldo


Handebol / Larissa Beraldo Kawashima, Luciane de Almeida Gomes – Batatais,
SP : Claretiano, 2015.
188 p.

ISBN: 978-85-8377-411-2

1. Educação física escolar. 2. Escola. 3. LDB. 4. PCN. 5. Cultura Corporal de Movimento.


6. Projeto Político Pedagógico. I. Handebol.

CDD 796.312

Corpo Técnico Editorial do Material Didático Mediacional


Coordenador de Material Didático Mediacional: J. Alves

Preparação Revisão
Aline de Fátima Guedes Cecília Beatriz Alves Teixeira
Camila Maria Nardi Matos Felipe Aleixo
Carolina de Andrade Baviera Filipi Andrade de Deus Silveira
Cátia Aparecida Ribeiro Paulo Roberto F. M. Sposati Ortiz
Dandara Louise Vieira Matavelli Rafael Antonio Morotti
Elaine Aparecida de Lima Moraes Rodrigo Ferreira Daverni
Josiane Marchiori Martins Sônia Galindo Melo
Lidiane Maria Magalini Talita Cristina Bartolomeu
Luciana A. Mani Adami Vanessa Vergani Machado
Luciana dos Santos Sançana de Melo
Luis Henrique de Souza Projeto gráfico, diagramação e capa
Patrícia Alves Veronez Montera Eduardo de Oliveira Azevedo
Raquel Baptista Meneses Frata Joice Cristina Micai
Rosemeire Cristina Astolphi Buzzelli Lúcia Maria de Sousa Ferrão
Simone Rodrigues de Oliveira Luis Antônio Guimarães Toloi
Raphael Fantacini de Oliveira
Bibliotecária Tamires Botta Murakami de Souza
Ana Carolina Guimarães – CRB7: 64/11 Wagner Segato dos Santos

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forma e/ou qualquer meio (eletrônico ou mecânico, incluindo fotocópia, gravação e distribuição na
web), ou o arquivamento em qualquer sistema de banco de dados sem a permissão por escrito do
autor e da Ação Educacional Claretiana.

Claretiano - Centro Universitário


Rua Dom Bosco, 466 - Bairro: Castelo – Batatais SP – CEP 14.300-000
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Fone: (16) 3660-1777 – Fax: (16) 3660-1780 – 0800 941 0006
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SUMÁRIO
caderno de referência de conteúdo
1 INTRODUÇÃO.................................................................................................... 7
2 ORIENTAÇÕES PARA ESTUDO........................................................................... 9
3 referências bibliográficas....................................................................... 24
4 e-referência................................................................................................... 24

Unidade 1 – Introdução ao Handebol: da História às regras


atuais
1 OBJETIVOS......................................................................................................... 25
2 CONTEÚDOS...................................................................................................... 25
3 ORIENTAÇÕES PARA O ESTUDO DA UNIDADE................................................ 26
4 INTRODUÇÃO À UNIDADE................................................................................ 26
5 O QUE É NECESSÁRIO PARA SER UM BOM PROFESSOR? SABER
ENSINAR OU
SABER JOGAR HANDEBOL?.............................................................................. 27
6 ELEMENTOS SóCIO-HISTÓRICOS DO ESPORTE: O CASO DO HANDEBOL...........33
7 POSSIBILIDADES PARA A PRÁTICA PEDAGÓGICA........................................... 43
8 AS REGRAS OFICIAIS DA MODALIDADE E SUAS TRANSFORMAÇÕES DIDÁTICO-
PEDAGÓGICAS................................................................................................... 44
9 POSSIBILIDADES PARA PRÁTICA PEDAGÓGICA.............................................. 71
10 H ANDEBOL: QUADRA, AREIA OU CAMPO? .................................................... 73
11 Q UESTÕES AUTOAVALIATIVAS......................................................................... 76
12 C ONSIDERAÇÕES............................................................................................... 76
13 E-REFERÊNCIAS................................................................................................. 77
14 R EFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS....................................................................... 78

Unidade 2 – Aprender a jogar... jogando! Fundamentos


técnicos do handebol
1 OBJETIVOS......................................................................................................... 79
2 CONTEÚDOS...................................................................................................... 79
3 ORIENTAÇÕES PARA O ESTUDO DA UNIDADE................................................ 80
4 INTRODUÇÃO À UNIDADE................................................................................ 80
5 A INICIAÇÃO AO HANDEBOL............................................................................ 81
6 FUNDAMENTOS TÉCNICOS DO HANDEBOL.................................................... 82
7 CONCEITOS BÁSICOS PARA A INICIAÇÃO AO HANDEBOL.............................. 93
8 POSSIBILIDADES PARA A PRÁTICA PEDAGÓGICA........................................... 97
9 QUESTÕES AUTOAVALIATIVAS......................................................................... 102
10 C ONSIDERAÇÕES............................................................................................... 103
11 E-REFERÊNCIAS................................................................................................. 103
12 R EFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS....................................................................... 104
Unidade 3 – Ensino do handebol: questões táticas
1 OBJETIVOS......................................................................................................... 105
2 CONTEÚDOS...................................................................................................... 106
3 ORIENTAÇÕES PARA O ESTUDO DA UNIDADE................................................ 106
4 INTRODUÇÃO À UNIDADE................................................................................ 106
5 MÉTODOS TRADICIONAIS DE ENSINO: ANÁLISE CRÍTICO-REFLEXIVA ......... 107
6 OS PROCESSOS METODOLÓGICOS DE ENSINO DO HANDEBOL com
base NAS ABORDAGENS TÁTICAS................................................................... 109
7 O ENSINO ESPECÍFICO DO HANDEBOL............................................................ 111
8 TÁTICAS DO HANDEBOL.................................................................................... 115
9 A ESPECIALIZAÇÃO PRECOCE........................................................................... 128
10 Q UESTÕES AUTOAVALIATIVAS......................................................................... 133
11 C ONSIDERAÇÕES............................................................................................... 134
12 E-REFERÊNCIAs................................................................................................. 135
13 R EFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS....................................................................... 136

Unidade 4 – O Handebol como Conteúdo da Educação Física


Escolar
1 OBJETIVOS......................................................................................................... 137
2 CONTEÚDOS...................................................................................................... 137
3 ORIENTAÇÕES PARA O ESTUDO DA UNIDADE................................................ 138
4 INTRODUÇÃO À UNIDADE................................................................................ 139
5 UM POUCO DE HISTÓRIA................................................................................. 139
6 A EDUCAÇÃO FÍSICA E A LDB (LEI nº 9.394/1996).......................................... 145
7 A EDUCAÇÃO FÍSICA E OS PARÂMETROS CURRICULARES NACIONAIS........ 149
8 O PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO NAS ESCOLAS....................................... 156
9 A EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR E A IDENTIDADE CONSTRUÍDA.................... 163
10 C ONCEPÇÃO DE CONTEÚDO............................................................................ 165
11 O HANDEBOL COMO CONTEÚDO DA EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR............. 173
12 P OSSIBILIDADES PARA A PRÁTICA PEDAGÓGICA........................................... 180
13 Q UESTÕES AUTOAVALIATIVAS......................................................................... 183
14 C ONSIDERAÇÕES FINAIS................................................................................... 184
15 E-REFERÊNCIAS................................................................................................. 185
16 R EFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS....................................................................... 186
EAD
Caderno de
Referência de
Conteúdo

CRC

Ementa––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
História e evolução do handebol até sua introdução no Brasil.
Fundamentos individuais básicos da modalidade, com ênfase nos
processos pedagógicos relacionados à sua iniciação desportiva, in-
serida nos conteúdos da educação formal associando seu ensino
aos objetivos inseridos nos Parâmetros Curriculares Nacionais.
––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––

1. INTRODUÇÃO
Sejam bem-vindos!
Este é o Caderno de Referência de Conteúdo (CRC) de Han-
debol.
O objetivo deste estudo é dar suporte pedagógico para a for-
mação de professores de Educação Física que atuarão no contexto
escolar, tendo-se assim o handebol como um conteúdo de ensino
8 © Handebol

inserido em um contexto maior que são as aulas de Educação Físi-


ca, que, por sua vez, é componente curricular integrante da escola.
Mais do que "saber fazer", é preciso pensar em uma discipli-
na que forme professores que saibam ensinar. Professores refle-
xivos, construtores de sua própria prática pedagógica, capazes de
planejar e refletir antes, durante e após a prática docente.
Durante a leitura e o estudo deste material, você será convi-
dado a pensar, construir e discutir o ensino do handebol na escola
o tempo todo. Este material foi elaborado e organizado em qua-
tro unidades que o auxiliará a compreender melhor a estrutura de
handebol proposta para o curso.
Na Unidade 1, você conhecerá os aspectos socioculturais
que tornam o handebol um conteúdo do esporte. Assim, você
conhecerá a origem e a história do handebol, suas influências
na atualidade, as principais regras oficiais da modalidade e suas
transformações e adaptações para o contexto escolar.
Na Unidade 2, serão apresentados os conceitos básicos para
a iniciação ao handebol e os fundamentos técnicos da modalidade.
Na Unidade 3, o destaque fica para a discussão sobre os mé-
todos de ensino tradicionais e as metodologias mais atuais para o
ensino dos esportes coletivos. Além disso, você poderá vislumbrar
os principais sistemas táticos ofensivos e defensivos. Os conheci-
mentos técnico e tático são importantes para que você consiga
associá-los aos métodos de ensino e utilizá-los como conteúdo da
Educação Física escolar.
Para finalizar, a Unidade 4 tem ênfase no handebol como um
conteúdo de ensino da Educação Física escolar. Para que isso seja
possível você precisará compreender um pouco o contexto da es-
cola, construído a partir dos documentos que orientam a organiza-
ção das práticas escolares formalizadas: a Lei de Diretrizes e Bases
da Educação (LDB − Lei nº 9.394/1996), os Parâmetros Curriculares
Nacionais (PCNs), que são orientadoras dos programas ou projetos
© Caderno de Referência de Conteúdo 9

de Educação, dos projetos pedagógicos das escolas e, por fim, os


projetos de trabalho ou planejamentos dos professores.
A definição do conceito do que se entende por conteúdos de
ensino e como o handebol é compreendido nas três dimensões do
conteúdo se constituem em saberes necessários para a organiza-
ção de sua prática pedagógica na escola e, consequentemente, a
sistematização dos conteúdos.
Maximize o tempo disponível para estudar, interagir com
seus colegas na Sala de Aula Virtual e tirar as dúvidas com seu
professor tutor.
Bom estudo!

2. ORIENTAÇÕES PARA ESTUDO

Abordagem geral
Aqui, você entrará em contato com os assuntos principais des-
te conteúdo de forma breve e geral e terá a oportunidade de apro-
fundar essas questões no estudo de cada unidade. Desse modo,
essa Abordagem Geral visa fornecer-lhe o conhecimento básico ne-
cessário a partir do qual você possa construir um referencial teórico
com base sólida – científica e cultural – para que, no futuro exercício
de sua profissão, você a exerça com competência cognitiva, ética e
responsabilidade social.
Você entrará em contato com os assuntos de Handebol de
forma geral. Os assuntos serão aprofundados em cada uma das
unidades apresentadas.
Nosso objetivo aqui é orientá-lo acerca dos estudos apre-
sentados neste Caderno de Referência de Conteúdo, que serão ne-
cessários a futuros profissionais de Educação Física, no tratamento
do handebol, principalmente como conteúdo da Educação Física
escolar.

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10 © Handebol

Antes de tratarmos especificamente de handebol, precisa-


mos pensar sobre o esporte e seus significados na sociedade atual,
retomando o processo histórico desta concepção.
Precisamos compreender o esporte como um fenômeno so-
cial, e como tal, é possível afirmar que as pessoas têm fácil acesso
a ele desde muito cedo, seja em seu formato prático ou como ex-
pectadores.
Apesar das vivências sociais do esporte em ruas, praças e em
outros espaços, ainda é a escola que possibilita o acesso à sistemati-
zação de conhecimentos relacionados a ele em todas as dimensões.
Você mesmo pode ter vivenciado o esporte em outros espa-
ços, ter aprimorado a técnica na escola e quem sabe ter participa-
do de competições escolares que fizessem com que você criasse
uma afinidade ainda maior com o esporte.
Precisamos compreender o fato de que a vivência do espor-
te não é suficiente para a construção de uma cultura profissional.
É preciso muito mais do que isso.
Portanto, os estudos de Handebol foram organizados para
propiciar a aquisição de conhecimentos necessários à atuação pro-
fissional, especialmente na escola. Nesse sentido, eles foram or-
ganizados para garantir uma formação sólida, permitindo a você,
como profissional de Educação Física, fazer uso do handebol com
muita propriedade.
Apresentaremos uma breve abordagem dos temas a serem
tratados em cada unidade. Reflita sobre as questões apresentadas
e procure sempre aprofundar seus estudos por meio da leitura e
da pesquisa.
A Unidade 1 apresentará a você os elementos básicos rela-
cionados ao handebol, no que diz respeito à sua história e evolução
e às suas regras. Antes de conhecê-los, porém, você será levado
a refletir sobre a importância deles na construção de sua cultura
profissional e sobre a diferença entre saber jogar e saber ensinar.
© Caderno de Referência de Conteúdo 11

Essa reflexão lhe permitirá concluir que, para ser um bom


profissional de Educação Física, é mais importante saber ensinar
− ou seja, fazer uso dos conhecimentos pertinentes ao handebol
para constituir identidades − do que saber jogar handebol. Refletir
sobre o ensino do handebol é necessário ao seu planejamento, à
execução das ações e à avaliação das ações.
Dessa forma, os conhecimentos específicos terão um signifi-
cado mais apropriado às ações educativas, pois permitirão contex-
tualizar e justificar as características e vivência atual desse esporte
na escola, bem como refletir sobre os aspectos sócio-históricos do
handebol e suas influências atuais e as regras e inter-relações com
outras manifestações da cultura corporal.
Os aspectos sócio-históricos da modalidade não servirão
apenas para saber como tudo começou no handebol, mas tam-
bém levantarão fatos e conceitos que podem (e devem) ser trata-
dos nas aulas de Educação Física na escola.
Após entrar em contato com os elementos da história do
handebol, você poderá pensar em possibilidades pedagógicas
para o tratamento desses conhecimentos na escola.
Além da origem e a evolução histórica do handebol, você irá
conhecer também as principais regras da modalidade aprovadas
pela Federação Internacional de Handebol (IFH).
Apreender as regras do handebol o levará, mais uma vez, a
refletir sobre possibilidades para o trato pedagógico desse caderno.
A Unidade 1 finalizará sugerindo outros formatos de hande-
bol a serem apresentados aos alunos na escola.
A Unidade 2 o conduzirá a reconhecer o jogo como uma fer-
ramenta pedagógica coletiva e individual, importante e bastante
versátil no processo de ensino-aprendizagem planejado partindo
do esporte.

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12 © Handebol

Mais especificamente, no caso de nosso estudo, reconhecer


o handebol como conteúdo, elaborando e aplicando atividades
adequadas às diferentes faixas etárias.
Esta unidade também levará você a conhecer e identificar as
particularidades estruturais, técnicas e táticas do handebol e suas
relações com outras manifestações da cultura corporal, bem como
analisar as formas sistematizadas dos movimentos do handebol
pela reflexão/ação, abordando os diferentes aspectos que o futuro
professor deve observar quando trabalha.
Os conhecimentos técnico e tático são importantes para que,
nas próximas unidades, você consiga associá-los aos métodos de en-
sino e a sua utilização enquanto conteúdo da Educação Física escolar.
O handebol é um esporte bastante ensinado e praticado nas
escolas por várias razões, entre elas, o fato de ser de fácil execução,
pois associa movimentos básicos, como andar, correr e saltar, e tam-
bém por possuir regras claras, facilitando a iniciação no esporte.
Embora o objetivo do handebol na escola seja diferente dos
objetivos do handebol em outros espaços, você irá conhecer os
fundamentos técnicos do handebol, que correspondem às ações
individuais que seus alunos precisam conhecer para iniciar a práti-
ca da modalidade.
Para tanto, serão apresentados os fundamentos básicos de
empunhadura, passes e recepção, drible, arremessos, fintas e a
progressão, necessários à prática formal do handebol.
Cabe salientar que não deverá ser exigido do aluno a execu-
ção correta dos fundamentos técnicos, mas sim a compreensão e
a construção do movimento adequado para utilização desses fun-
damentos em cada momento do jogo.
O tratamento dos conhecimentos relacionados aos funda-
mentos técnicos do handebol segue as sugestões de Knijnik (2004),
que propõe, em seu texto "Conceitos básicos para a iniciação" ao
handebol, o ensino por meio de jogos e exercícios, por serem efi-
© Caderno de Referência de Conteúdo 13

cientes para proporcionar a aprendizagem com clima lúdico e de


intensa socialização.
Os conceitos básicos de iniciação devem ser trabalhos con-
comitantemente, sendo eles: atividades de oposição, automatis-
mos inconscientes e jogar para aprender.
Seguindo os conceitos básicos para iniciação ao handebol, con-
soante Knijnik (2004), serão apresentadas algumas possibilidades prá-
ticas para pensar o ensino dos fundamentos técnicos aliados a estes
conceitos básicos do handebol. A partir dessas sugestões, você pode
adquirir autonomia para pensar em outras possibilidades.
Para ensinar handebol na escola, é necessário saber mais do
que realizar um gesto técnico, antes é preciso compreender cada
movimento, cada fundamento do esporte, e dialogar com as pos-
sibilidades para o processo de ensino-aprendizagem e com os co-
nhecimentos prévios trazidos pelos alunos.
Nesse sentido, a criatividade é uma característica necessária
ao professor de Educação Física, possibilitando criar e recriar outros
jogos, adaptar aqueles já presentes na cultura infantil e pensar estra-
tégias que devem ser incorporadas ao trabalho no contexto escolar.
A Unidade 3 trará outros elementos importantes relacionados
ao ensino do handebol na escola, compreendendo a escola como um
espaço de oportunidade para vivências e não para a especialização.
O estudo das questões táticas do handebol possibilitará o
reconhecimento da pedagogia do esporte como uma estratégia
que não se resume a mais um momento da iniciação esportiva,
mas sim a uma oportunidade para influenciar, positivamente, no
desenvolvimento cognitivo, físico e socioafetivo dos alunos que
frequentarão as suas aulas.
Você, como futuro profissional de Educação Física, será leva-
do a refletir, explorar, analisar e pesquisar os diferentes métodos
utilizados para o ensino do handebol, reconhecendo o jogo como

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14 © Handebol

uma ferramenta pedagógica coletiva e individual, elaborando e


aplicando atividades adequadas às diferentes faixas etárias.
Serão apresentados os métodos de ensino tradicionais e as
metodologias mais atuais para o ensino dos esportes coletivos.
Além disso, você poderá vislumbrar os principais sistemas táticos
ofensivos e defensivos, utilizados na prática formal do handebol.
Você verá como o ensino da técnica é privilegiado nas abor-
dagens tradicionais de ensino dos esportes coletivos, enquanto
nas abordagens mais atuais, fundamentadas na pedagogia do es-
porte, a técnica é aprendida em situações táticas, ou seja, o impor-
tante é a formação do aluno, que deve ser ensinado a lidar com as
situações reais de jogo, com inteligência tática e tomada de deci-
são para resolver os problemas que aparecem durante um jogo.
Durante muito tempo vigorou nas escolas o ensino do es-
porte pelo método tradicional, representado pelas longas filas de
espera até que chegasse a vez de realizar o exercício, ou ainda,
ficar repetindo exaustivamente os movimentos até que eles fos-
sem aperfeiçoados, por exemplo, trocar passes. Talvez esse seja
o retrato da vivência que você teve nas aulas de Educação Física.
O método parcial não é indicado para a iniciação esportiva
no handebol, mas sim para uma equipe de treinamento de alto
nível, que precise aperfeiçoar fundamentos técnicos para vencer
os campeonatos disputados.
O ensino por meio de jogos e brincadeiras é mais indicado para
as crianças, pois as brincadeiras fazem parte da sua natureza, elas sen-
tem prazer na brincadeira e nos jogos, propiciando situações reais vi-
venciadas em uma partida de handebol, como a presença de colegas,
adversários, uma meta (gol), entre outros, tudo com um clima lúdico.
Esse tipo de ensino é chamado abordagem tática, e se fun-
damenta na pedagogia do esporte.
Para superar as formas tradicionais de ensino-aprendizagem
do esporte, a pedagogia do esporte traz contribuições para o de-
© Caderno de Referência de Conteúdo 15

senvolvimento do esporte, tanto em contextos formais quanto


não formais de ensino.
O "saber fazer" das metodologias tecnicistas, como o méto-
do parcial, vai sendo ocupado por razões do "por que fazer", ou
seja, fazem com que os alunos tomem determinadas decisões nas
diversas situações colocadas pelo jogo.
Na pedagogia do esporte, o aluno é visto como um sujeito
ativo no processo de ensino-aprendizagem do esporte, manifes-
ta e concretiza soluções para resolver situações-problema que se
apresentam no jogo.
Os alunos são conduzidos a vivenciar atividades que os per-
mitam compreender a estrutura, a lógica e a dinâmica dos espor-
tes, evitando com isso, a ocorrência da especialização precoce e da
automatização recortada, próprios do modelo tecnicista.
Essa perspectiva pode ser utilizada para o ensino do hande-
bol iniciação em escolinhas ou escolar, assim como em todos os
outros esportes coletivos.
O handebol é um esporte de constantes movimentações e,
ainda na Unidade 3, você poderá observar seus sistemas táticos
defensivos e ofensivos, necessários para que a equipe saiba se
movimentar harmoniosamente dentro da quadra e para que cada
jogador saiba sua função ofensiva e defensiva.
Os conhecimentos relacionados às possíveis formas de orga-
nizar taticamente a equipe em quadra são necessários aos profis-
sionais de Educação Física, no entanto, quando se trata do ensino
do handebol para crianças, deve-se ter o cuidado para que todas
as crianças vivenciem as diferentes funções em quadra, isso em
qualquer modalidade esportiva e não apenas no handebol. Essas
afirmações conduzirão à reflexão sobre os cuidados para se evitar
a especialização precoce.
Deve-se considerar a iniciação esportiva universal, no maior
número de modalidades individuais e coletivas possível.

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16 © Handebol

Somente após os 13-14 anos, depois de vivenciar as mais


diferentes posições nas mais distintas modalidades esportivas, o
aluno poderá ser capaz de escolher aquela modalidade que mais
lhe atrai e se aperfeiçoar na posição desejada, seja pivô ou goleiro.
A Unidade 3 será finalizada alertando para a responsabilida-
de que os profissionais de Educação Física têm em relação a tornar
o ensino atraente aos seus alunos.
A Unidade 4 levará você a refletir sobre o handebol como
conteúdo das aulas de Educação Física.
Para essa reflexão, você irá compreender a dinâmica da es-
cola, partindo da construção histórica da Educação Física escolar
na consolidação do binômio "Educação Física × Esporte", permi-
tindo compreender os momentos que fizeram com que o esporte
assumisse a força que ele tem no contexto escolar.
A dinâmica escolar será apresentada a partir dos documen-
tos que orientam a organização das práticas escolares formaliza-
das e delimitam uma identidade para este contexto, sendo eles: a
Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB), Lei nº 9.394/1996, os
Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs), que são orientadores
dos programas ou projetos de educação, dos projetos pedagógicos
das escolas e, finalmente, os projetos de trabalho ou planejamen-
tos dos professores – autores da prática pedagógica.
Esses documentos foram considerados, para que se compre-
enda que é por meio dos conteúdos de ensino, integrantes do cur-
rículo que a construção se legitima e é nas aulas de cada disciplina
que essas orientações se transformam em práticas.
A Unidade 4 seguirá buscando revelar a você, futuro profis-
sional de Educação Física, a dinâmica do contexto escolar, alertan-
do para o fato de que ensinar esporte, handebol, ou qualquer ou-
tro conteúdo da Educação Física em outros espaços não é a mesma
coisa do que ensinar Educação Física na escola.
© Caderno de Referência de Conteúdo 17

Só o domínio do conhecimento específico do handebol não


é suficiente para que as suas aulas sejam proveitosas, é necessário
que você saiba como utilizar esse conhecimento na escola.
A escola possui leis, diretrizes, normatizações, orientações,
entre outros elementos, que são específicos do seu contexto e que
fazem com que ele seja diferente de todos os outros espaços.
O conceito de conteúdo é outra discussão trazida pela Uni-
dade 4.
As definições de conteúdo apresentadas são seguidas das
possibilidades de pensá-lo em três dimensões: conceitual (o que
se deve saber), procedimental (o que se deve saber fazer) e atitu-
dinal (o que se deve ser).
A reflexão sobre a necessidade de sistematizar os conteúdos
da Educação Física escolar também será abordada. Para isso, res-
gatamos o surgimento da ideia principal sobre o assunto, ou seja,
retomamos o autor e a obra que iniciou os debates sobre a siste-
matização dos conteúdos esportivos para a escola.
Podemos dar este crédito a Roberto Paes (2001), que apre-
senta a primeira proposta de sistematização de conteúdos da Edu-
cação Física escolar com base na pedagogia do esporte.
Essa proposta sistematiza apenas o conteúdo "esporte" e em
sua dimensão procedimental, mas é um avanço em relação a ou-
tras propostas de ensino do esporte como conteúdo da Educação
Física na escola.
Você, como professor de Educação Física na escola, poderá,
fundamentado nas ideias de Roberto Paes (2001), ampliar a pro-
posta de sistematização de conteúdos para os demais elementos
da cultura corporal de movimento e, ainda, pensar nessa sistema-
tização de conteúdos nas três dimensões.
Nossa expectativa é que você, ao longo deste estudo, ad-
quira condições de usufruir, com propriedade, os conhecimentos

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18 © Handebol

relacionados ao handebol em todas as suas dimensões, demons-


trando conhecimento teórico-prático e reflexivo.

Glossário de Conceitos
O Glossário de Conceitos permite a você uma consulta rá-
pida e precisa das definições conceituais, possibilitando-lhe um
bom domínio dos termos técnico-científicos utilizados na área de
conhecimento dos temas tratados em Handebol. Veja, a seguir, a
definição dos principais conceitos:
1) Conteúdo: seleção de formas ou saberes culturais, con-
ceitos, explicações, raciocínios, habilidades, linguagens,
valores, crenças, sentimentos, atitudes, interesses, mo-
delos de conduta etc. cuja assimilação é considerada es-
sencial para que se produza um desenvolvimento e uma
socialização adequada do aluno.
2) Cultura corporal de movimento: foi escolhida como re-
ferência para o objeto do qual trata a Educação Física.
Deve ser entendida a partir do processo de ruptura com
visão biologicista-mecanicista do corpo e do movimento
do corpo e do movimento.
3) Educação Física escolar: educação corporal sistematiza-
da para o contexto da escola, consolidada historicamen-
te pela cultura corporal de movimento.
4) Esporte: "ação social institucionalizada, composta por
regras, que se desenvolve com base lúdica, em forma
de competição entre dois ou mais oponentes ou contra
natureza, cujo objetivo é, por meio de comparação de
desempenhos, determinar o vencedor ou registrar o re-
corde" (BETTI, 1991, [s/p]).
5) Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB): lei que de-
fine e regulariza os sistema de Educação brasileiro, com
base nos princípios presentes na Constituição Federal.
6) Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs): os PCNs são
referências para os Ensinos Fundamental e Médio de todo
o país. Seu objetivo é garantir a todas as crianças e jovens
brasileiros, mesmo em locais com condições socioeconô-
micas desfavoráveis, o direito de usufruir do conjunto de
© Caderno de Referência de Conteúdo 19

conhecimentos reconhecidos como necessários para o


exercício da cidadania. Não possuem caráter de obriga-
toriedade e, portanto, pressupõe-se que serão adaptados
às peculiaridades locais. A própria comunidade escolar de
todo o país já está ciente de que os PCNs não são uma co-
leção de regras que pretendem ditar o que os professores
devem ou não fazer. São, isso sim, uma referência para a
transformação de objetivos, conteúdos e didática do ensi-
no (EDUCACIONAL, 2012).
7) Projeto Político Pedagógico: pode ser entendido como
a sistematização de um processo de planejamento par-
ticipativo e como um instrumento teórico-metodológico
que define o tipo de ação educativa que se quer realizar.

Esquema dos Conceitos-chave


Para que você tenha uma visão geral dos conceitos mais im-
portantes deste estudo, apresentamos, a seguir (Figura 1), um Es-
quema dos Conceitos-chave. O mais aconselhável é que você mes-
mo faça seu esquema de conceitos-chave ou até mesmo seu mapa
mental. Esse exercício é uma forma de você construir o seu conhe-
cimento, ressignificando as informações a partir de suas próprias
percepções.
É importante ressaltar que o propósito desse Esquema dos
Conceitos-chave é representar, de maneira gráfica, as relações entre
os conceitos por meio de palavras-chave, partindo dos mais comple-
xos para os mais simples. Esse recurso pode auxiliá-lo na ordenação
e na sequenciação hierarquizada dos conteúdos de ensino.
Com base na teoria de aprendizagem significativa, entende-
-se que, por meio da organização das ideias e dos princípios em
esquemas e mapas mentais, o indivíduo pode construir seu conhe-
cimento de maneira mais produtiva e obter, assim, ganhos peda-
gógicos significativos no seu processo de ensino e aprendizagem.
Aplicado a diversas áreas do ensino e da aprendizagem es-
colar (tais como planejamentos de currículo, sistemas e pesquisas

Claretiano - Centro Universitário


20 © Handebol

em Educação), o Esquema dos Conceitos-chave baseia-se, ainda,


na ideia fundamental da Psicologia Cognitiva de Ausubel, que es-
tabelece que a aprendizagem ocorre pela assimilação de novos
conceitos e de proposições na estrutura cognitiva do aluno. Assim,
novas ideias e informações são aprendidas, uma vez que existem
pontos de ancoragem.
Tem-se de destacar que "aprendizagem" não significa, ape-
nas, realizar acréscimos na estrutura cognitiva do aluno; é preci-
so, sobretudo, estabelecer modificações para que ela se configure
como uma aprendizagem significativa. Para isso, é importante con-
siderar as entradas de conhecimento e organizar bem os materiais
de aprendizagem. Além disso, as novas ideias e os novos concei-
tos devem ser potencialmente significativos para o aluno, uma vez
que, ao fixar esses conceitos nas suas já existentes estruturas cog-
nitivas, outros serão também relembrados.
Nessa perspectiva, partindo-se do pressuposto de que é você
o principal agente da construção do próprio conhecimento, por
meio de sua predisposição afetiva e de suas motivações internas
e externas, o Esquema dos Conceitos-chave tem por objetivo tor-
nar significativa a sua aprendizagem, transformando o seu conhe-
cimento sistematizado em conteúdo curricular, ou seja, estabele-
cendo uma relação entre aquilo que você acabou de conhecer com
o que já fazia parte do seu conhecimento de mundo (adaptado do
site disponível em: <http://penta2.ufrgs.br/edutools/mapascon-
ceituais/utilizamapasconceituais.html>. Acesso em: 11 mar. 2010).
© Caderno de Referência de Conteúdo 21

Educação Física

Escola

Cultura Corporal de Educação Física


Movimento Escolar
Lei de Diretrizes e
Base da Educação

Esporte Conteúdo Parâmetros Curriculares


Nacionais

Handebol Projeto Político


Pedagógico

Figura 1 Esquema dos Conceitos-chave do Caderno de Referência de Conteúdo Handebol.

Como pode observar, esse Esquema oferece a você, como


dissemos anteriormente, uma visão geral dos conceitos mais im-
portantes deste estudo. Ao segui-lo, será possível transitar entre
os principais conceitos e descobrir o caminho para construir o seu
processo de ensino-aprendizagem. Por exemplo, para compreen-
der o conceito de conteúdo é necessário conhecer o conceito de
Educação Física escolar, que está diretamente ligado ao Projeto
Político Pedagógico da escola (PPP), ou seja, para selecionar o
handebol como um conteúdo da Educação Física em sua escola, é
preciso que ele atenda os objetivos propostos do PPP.
O Esquema dos Conceitos-chave é mais um dos recursos de
aprendizagem que vem se somar àqueles disponíveis no ambiente
virtual, por meio de suas ferramentas interativas, bem como àqueles
relacionados às atividades didático-pedagógicas realizadas presen-
cialmente no polo. Lembre-se de que você, aluno EaD, deve valer-se
da sua autonomia na construção de seu próprio conhecimento.

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22 © Handebol

Questões Autoavaliativas
No final de cada unidade, você encontrará algumas questões
autoavaliativas sobre os conteúdos ali tratados, as quais podem ser
de múltipla escolha, abertas objetivas ou abertas dissertativas.
Responder, discutir e comentar essas questões, bem como
relacioná-las com a prática do ensino de Handebol pode ser uma
forma de você avaliar o seu conhecimento. Assim, mediante a re-
solução de questões pertinentes ao assunto tratado, você estará
se preparando para a avaliação final, que será dissertativa. Além
disso, essa é uma maneira privilegiada de você testar seus conhe-
cimentos e adquirir uma formação sólida para a sua prática profis-
sional.

As questões de múltipla escolha são as que têm como resposta


apenas uma alternativa correta. Por sua vez, entende-se por ques-
tões abertas objetivas as que se referem aos conteúdos matemá-
ticos ou àqueles que exigem uma resposta determinada, inalterada.
Já as questões abertas dissertativas obtêm por resposta uma
interpretação pessoal sobre o tema tratado; por isso, normalmente,
não há nada relacionado a elas no item Gabarito. Você pode comen-
tar suas respostas com o seu tutor ou com seus colegas de turma.

Bibliografia Básica
É fundamental que você use a Bibliografia Básica em seus
estudos, mas não se prenda só a ela. Consulte, também, as biblio-
grafias complementares.

Figuras (ilustrações, quadros...)


Neste material instrucional, as ilustrações fazem parte inte-
grante dos conteúdos, ou seja, elas não são meramente ilustra-
tivas, pois esquematizam e resumem conteúdos explicitados no
texto. Não deixe de observar a relação dessas figuras com os con-
teúdos, pois relacionar aquilo que está no campo visual com o con-
ceitual faz parte de uma boa formação intelectual.
© Caderno de Referência de Conteúdo 23

Dicas (motivacionais)
Este estudo convida você a olhar, de forma mais apurada,
a Educação como processo de emancipação do ser humano. É
importante que você se atente às explicações teóricas, práticas e
científicas que estão presentes nos meios de comunicação, bem
como partilhe suas descobertas com seus colegas, pois, ao com-
partilhar com outras pessoas aquilo que você observa, permite-se
descobrir algo que ainda não se conhece, aprendendo a ver e a
notar o que não havia sido percebido antes. Observar é, portanto,
uma capacidade que nos impele à maturidade.
Você, como aluno dos Cursos de Gradução na modalidade
EaD, necessita de uma formação conceitual sólida e consistente.
Para isso, você contará com a ajuda do tutor a distância, do tutor
presencial e, sobretudo, da interação com seus colegas. Sugeri-
mos, pois, que organize bem o seu tempo e realize as atividades
nas datas estipuladas.
É importante, ainda, que você anote as suas reflexões em seu
caderno ou no Bloco de Anotações, pois, no futuro, elas poderão ser
utilizadas na elaboração de sua monografia ou de produções científicas.
Leia os livros da bibliografia indicada, para que você amplie
seus horizontes teóricos. Coteje-os com o material didático, discuta
a unidade com seus colegas e com o tutor e assista às videoaulas.
No final de cada unidade, você encontrará algumas questões au-
toavaliativas, que são importantes para a sua análise sobre os conteúdos
desenvolvidos e para saber se estes foram significativos para sua forma-
ção. Indague, reflita, conteste e construa resenhas, pois esses procedi-
mentos serão importantes para o seu amadurecimento intelectual.
Lembre-se de que o segredo do sucesso em um curso na
modalidade a distância é participar, ou seja, interagir, procurando
sempre cooperar e colaborar com seus colegas e tutores.
Caso precise de auxílio sobre algum assunto relacionado a
este Caderno de Referência de Conteúdo, entre em contato com
seu tutor. Ele estará pronto para ajudar você.

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24 © Handebol

3. referências bibliográficas
BETTI, M. Educação Física e sociedade. São Paulo: Movimento, 1991.
KNIJNIK, J. D. Conceitos básicos para a elaboração de estratégias de ensino e aprendizagem na
iniciação à prática do handebol. Revista Ludens – Ciências do Desporto, Lisboa, 2004, p. 75-81.
PAES, R. R. Educação física escolar: esporte como conteúdo pedagógico do Ensino
Fundamental. Canoas: Ulbra, 2001.

4. e-referência
Site pesquisado
EDUCACIONAL. Legislação educacional: PCN. Disponível em: <http://www.educacional.
com.br/legislacao/leg_vi.asp>. Acesso em: 23 maio 2012.
EAD
Introdução ao Handebol:
da História às regras
atuais
1
1. OBJETIVOS
• Identificar e compreender a diferença entre saber jogar e
saber ensinar.
• Conhecer a origem do handebol para ser capaz de
contextualizar e justificar sua característica e vivência
atual na escola.
• Refletir sobre os aspectos sócio-históricos do handebol
e suas influências atuais, bem como suas regras e inter-
relações com outras manifestações da cultura corporal.

2. CONTEÚDOS
• Histórico do handebol e suas influências na atualidade.
• Elementos sócio-históricos do esporte: o caso do
handebol.
• As regras oficiais da modalidade e suas transformações.
26 © Handebol

3. ORIENTAÇÕES PARA O ESTUDO DA UNIDADE


Antes de iniciar o estudo desta unidade, é importante que
você leia as orientações a seguir:
1) Leia os livros e textos indicados na bibliografia para am-
pliar seus conhecimentos teóricos sobre o assunto abor-
dado. Compare com o material didático e discuta a uni-
dade com seus colegas e com o tutor.
2) Tenha sempre à mão o significado dos conceitos explici-
tados no Glossário e suas ligações pelo Mapa Conceitual
para o estudo de todas as unidades deste CRC. Isso po-
derá facilitar sua aprendizagem e seu desempenho.
3) Caso você queira mais detalhes sobre as regras oficiais
de handebol, sugerimos que consulte o site disponível
em: < http://www.educacao.go.gov.br/educacao/servi-
cos/desportoescolar/pdf/Regras%20Handebol.pdf >.

4. INTRODUÇÃO À UNIDADE
Animado para começar a estudar nossa primeira unidade?
Informação e interação não faltarão, basta ter disposição e
sede de conhecimento!
Nesta unidade você conhecerá a origem e história do hande-
bol, além de suas influências na atualidade. Mas, afinal, você sabe
conhece o handebol? Então, dê uma olhadinha no trecho a seguir
que foi retirado do livro O que é handebol:

Mão na bola––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
Nem só de craques que rolam a bola com os pés se faz um país. A terra que ido-
latra o futebol já sabe reconhecer o potencial do handebol. A modalidade prima-
-irmã do nobre esporte bretão, que evoluiu rapidamente no Brasil, mostra não só
que tem vez no coração do torcedor mas que também tem um belo elenco de
craques.
O nome do esporte (forma aportuguesada do inglês handball (hand – mão; ball
– bola) já indica um de seus fundamentos-chave: enquanto no futebol a bola é
levada pelo campo com os pés, no handebol a pelota é sempre conduzida com
uma das mãos ou com as duas.
© U1 - Introdução ao Handebol: da História às regras atuais 27

O ponto alto do jogo, fator que define o vencedor de uma peleja, é o gol. A equipe
que faz mais gols durante os sessenta minutos da disputa vence a partida (VIEI-
RA; FREITAS, 2007).
––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
O trecho antes mencionado foi apenas para você, que não
conhece o handebol, se familiarizar um pouco mais com a modali-
dade, que é a mais praticada nas escolas, seja em aulas de Educa-
ção Física ou turmas extracurriculares de treinamento.
Pena que a modalidade não recebe muito investimento e é
pouco divulgada pela mídia, o que acaba fazendo com que a maio-
ria de seus praticantes a abandonem cedo.
Você ainda conhecerá as principais regras oficiais da modali-
dade e suas transformações e adaptações para o contexto escolar.
Bom estudo!

5. O QUE É NECESSÁRIO PARA SER UM BOM PROFES-


SOR? SABER ENSINAR OU SABER JOGAR HANDEBOL?
Ao se deparar com disciplinas da área esportiva, como o
handebol, uma questão pode subitamente surgir no seu imaginá-
rio: "Será que preciso saber jogar handebol ou apenas saber ensi-
nar handebol?".
Bem, então perguntamos a você: "Que curso você está fa-
zendo?". A resposta, claro, será Licenciatura em Educação Física.
Em geral, depois de formado, a atuação dos licenciados em Edu-
cação Física se dará em escolas com crianças, adolescentes e até mes-
mo adultos (se pensarmos em Educação de Jovens e Adultos – EJA).
O educador na Educação Básica tem a tarefa de ensinar Edu-
cação Física e, consequentemente, ensinar o handebol.
Para serem professor, não precisa necessariamente saber rea-
lizar o gesto técnico do handebol, e de nenhum outro esporte cole-
tivo, lutas ou danças, entre outros, antes, precisa saber ensinar!

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28 © Handebol

Para realizar um gesto técnico específico do handebol exis-


tem recursos tecnológicos e humanos que podem auxiliar nesta
tarefa, como a exibição de vídeos, fotos, internet ou convidar al-
gum especialista no assunto para falar com seus alunos e fazer de-
monstrações práticas.
Mas, então, o que é preciso saber para ser um bom professor?
Observe o que o professor Wilton Carlos de Santana, espe-
cialista em Pedagogia do Esporte, nos recomenda e reflita se só o
conhecimento prático é suficiente:

Ensinar e aprender––––––––––––––––––––––––––––––––––––
Professores de esporte são eminentemente "práticos". No final das contas, te-
mos mesmo é de dar aulas. Ao dá-las manifestamos o que sabemos. Intervimos.
Em alguns casos, não temos consciência do que fazemos; não compreendemos
o nosso fazer. Isso não é bom. Denota fragilidade.
Ninguém será bom professor de esporte sem uma prática consistente. O que
daria consistência para as nossas aulas? Penso que, entre outras coisas, ex-
periência prática, conhecimento teórico, sensibilidade e compromisso social. É
por isso que professor, além de dar aulas, deve estudar. É por isso que além de
estudar e dar aulas deve humanizar-se. É por isso que além de estudar, dar aulas
e humanizar-se, deve humanizar.
Estudar é dever e não concessão de professor. O conhecimento é necessário
na medida em que fortalece e alimenta a prática; volta-se para ela; organiza-
-a; livra-a das suas imperfeições; acrescenta-lhe uma bem-vinda jovialidade. O
conhecimento é a nossa "lente de aumento". Com ela enxergamos melhor o que
praticamos; corrigimos nossa miopia, ainda que não a erradiquemos. Seremos
sempre, em dada medida, míopes.
[...]. Preso apenas à sua prática, ainda que muito aprenda, o professor se enfra-
quecerá; tornar-se-á refém do pouco que sabe. Extenuado, sem imaginação, não
dará boas aulas. [...].
[...]
O ritmo de aprendizado dos alunos é distinto. Cada qual tem uma história de vida
e menos ou mais motivos para agir diante das propostas do professor. Todos têm
um tempo de aprender. Não é preciso acelerar respostas ao ensinar, mas isso
inclui atentar para o que se propõe ao aluno. O aprendizado tem a ver com a
complexidade do desafio, pois este mobiliza ou paralisa o aluno.
Por último, diria que os professores deveriam ser gratos aos alunos por os co-
locarem sob desafios, pois um professor sem aflições, sem problemas e inquie-
tudes, não amadurece, não estuda, não aprende, não se sensibiliza e não se
compromete (SANTANA, 2012).
––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
© U1 - Introdução ao Handebol: da História às regras atuais 29

Partindo da ideia principal dos fragmentos do texto do autor


podemos responder à pergunta inicial desta unidade. Agora você
já sabe que o mais importante é "saber ensinar", e isso implica ter
sensibilidade para enxergar os seus alunos, suas dificuldades, suas
potencialidades.
Para ser um bom professor é necessário se comprometer
com a formação por meio do esporte e suas possibilidades, e não
apenas saber executar fundamentos técnicos das modalidades es-
portivas ou ser um atleta. Para isso é preciso compreender que a
Educação Física escolar exige habilidades específicas, e uma delas
é planejar.
Refletindo sobre a Educação Física na escola que, por lei,
constitui um componente curricular obrigatório, Neira (2006, p.
37) afirma que a disciplina só adquirirá o mesmo patamar dos ou-
tros componentes curriculares "quando sua prática se apresentar
contribuinte à formação do cidadão, enquanto persistirem discur-
sos magoados e práticas desprovidas de coerência, nos distancia-
remos cada vez mais".
Sobre a função da Educação Física, Neira (2006, p. 53) com-
plementa que:
[...] a Educação Física não deve abrir mão de sua função constituin-
te da formação ética do indivíduo. Uma vez que sua forma de agir
nas aulas se dá, sobretudo, em contato com as demais, estaremos
todos imersos e submetidos ao emprego de comportamentos so-
ciais, ressaltando nessa mobilização o desenvolvimento de nossas
dimensões competentes no lidar cotidiano com o ambiente. No
caso específico do componente estariam envolvidos os conflitos
éticos gerados pela cultura corporal de movimento: a competição
e cooperação, ao conhecimento dos limites e possibilidades do
próprio corpo e sua aceitação, à autodisciplina, ao aprendizado e
respeito às regras, a utilização ou não de substâncias estranhas à
prática esportiva, o comportamento antiesportivo, etc.

Kawasima (2010, p. 22) comenta o seguinte:


O cenário atual da Educação Física escolar aponta que a disciplina
ainda não consegue cumprir seu papel na formação dos alunos,
como preconizou Neira anteriormente, pois ainda é comum nos
depararmos com práticas descontextualizadas ou retrógradas, uti-

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30 © Handebol

lizando métodos e técnicas comuns a outros momentos históricos


da Educação Física, como aulas de características esportivistas ou
militaristas, nas quais o "saber se movimentar" é preponderante.
Porém, as discussões sobre a Educação Física escolar foram amplia-
das na última década, surgindo diversas tendências que tentam le-
gitimar a disciplina na escola, por meio da proposição de conteúdos
significativos e metodologias de ensino que levam o aluno a pensar,
criticar, discutir, construir e repensar sua própria ação no contexto
da cultura corporal.

Também é necessário considerar que além dos conheci-


mentos teóricos, práticos, exigidos do professor, há outros conhe-
cimentos necessários à exigência de gerenciamento do contexto
escolar, que é permeado por diversas ações e decisões ao mesmo
tempo. Por exemplo: o tempo de aula, o espaço, o número de alu-
nos, as brigas, o barulho, os pequenos acidentes que podem acon-
tecer, a falta de material, a necessidade de improvisação, a seleção
de conteúdos, o processo ensino-aprendizagem, os outros alunos
que já estão esperando a próxima aula etc.
Com tantas informações, o trabalho do professor pode se
tornar mecânico, seja pela quantidade de aulas que precisa pla-
nejar e administrar, ou pelas condições de trabalho que enfrenta.
Percebemos, portanto, que ensinar não é uma tarefa tão sim-
ples quanto parece ser, é essencial que o aluno esteja aprendendo
algo ou ampliando seu conhecimento, todavia como fazê-lo?
Sugerimos que você conheça e aplique a perspectiva do en-
sino reflexivo, em que a ampliação das relações entre o conhe-
cimento científico e prático (teoria e prática) se dá por meio da
investigação, da experimentação, da reflexão crítica entre a prática
e a reflexão sobre a prática, com o objetivo de mobilizar os diver-
sos tipos de saberes: de uma teoria especializada, de uma prática
reflexiva e uma militância pedagógica (RAMOS, 2002).
Nesse sentido, o professor deve atentar para a importância
de refletir em sua prática diária. A reflexão também possibilita
aprender que ensinar é uma competência que aprendemos e me-
lhoramos durante toda a nossa carreira docente, sendo mais de-
© U1 - Introdução ao Handebol: da História às regras atuais 31

terminante que nossa formação inicial. Isso porque um professor


pode ser apenas preparado para o início da sua carreira, tentando
antecipar elementos do processo de ensino e aprendizagem du-
rante sua formação (DARIDO; RANGEL, 2005).
O professor que atua na escola deve ser um professor re-
flexivo, ou melhor, deve refletir o tempo todo a respeito de suas
ações, construindo e comparando novas estratégias de ação, novas
formas de pesquisa, novas teorias e categorias de compreensão.
O professor de Educação Física reflexivo é aquele que reflete
antes (conhecimento na ação), durante (reflexão na ação) e após
a aula (reflexão sobre a ação), tendo, por meio dessas reflexões,
a possibilidade de redimensionar a sua prática, a fim de torná-la
mais significativa.
Podemos compreender, conforme a proposta do autor Schön
(1992, apud DARIDO; RANGEL, 2005), esses três momentos descri-
tos da seguinte forma:
• o conhecimento na ação que ocorre antes do professor
iniciar sua aula. Nesse momento, ele reflete sobre as pos-
sibilidades humanas e materiais que possui;
• a reflexão na ação: ocorre no decorrer da aula, possibi-
litando a tomada de decisões diante dos problemas que
vão surgindo; e
• a reflexão sobre a ação: após a aula e certo tempo depois, o
professor analisa os acontecimentos ocorridos, as decisões
tomadas, o que faltou para que a aula fosse melhor, enfim, o
que deu certo ou errado, e garantir que esses não se repitam.
A ideia desse modelo é a de que o professor reflita o tempo
todo sobre suas ações, construindo, dessa forma, novas estraté-
gias, teorias e modos de enfrentar e definir os problemas, tornan-
do-se um investigador e pesquisador de sua própria prática.
Por esse motivo, não é difícil encontrar professores que di-
rão que determinadas propostas não darão certo, alegando algo

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32 © Handebol

como: "Esses teóricos não conhecem a realidade da escola e que-


rem impor como devemos trabalhar".
Na realidade, não dá certo mesmo! Porque algumas propos-
tas são construídas com base em estudos para determinadas rea-
lidades, e é improvável que o professor conseguirá reproduzi-la na
realidade com a qual convive. Ele deve, portanto, tentar ajustá-la à
sua realidade, questionando os conceitos, reproduzindo o que for
possível e construindo assim seu próprio saber.
Logo, a produção de saberes tem uma dimensão bilateral,
ou melhor, a produção do conhecimento não deve vir apenas de
"cima para baixo", da universidade para a escola, mas também de
"baixo para cima", do professor para a universidade.
O professor reflexivo é capaz de assimilar os conhecimentos
produzidos na universidade, aproveitar em sua prática docente o
que acredita ser aplicável, questionando esses novos saberes e,
com base neles, produzir novos conhecimentos, os quais devem
ser devolvidos à universidade, na forma de apresentação em even-
tos científicos da área, no formato de relato de experiência.
Assevera Neira (2009, p. 73):
Ensinar Educação Física é um ato dinâmico e permanente de conheci-
mento centrado na descoberta, análise e transformação da realidade
por aqueles que a vivenciam. Com isso, pretende-se não só a valoriza-
ção identitária como também a ampliação cultural e o reconhecimento
das diferenças. Tamanho diálogo cultural contribuirá para a construção
do autoconceito positivo e respeito com o outro, elementos indispen-
sáveis a uma relação verdadeiramente democrática.

Você, futuro professor de Educação Física, ensinará o hande-


bol como um conteúdo da Educação Física escolar e, consequen-
temente, produzirá conhecimentos sobre sua prática pedagógica
(por exemplo; construirá atividades novas e diferentes para o en-
sino da "história do handebol" ou "sistemas defensivos"). Por isso,
convidamos você a socializar esses conhecimentos conosco, como
todos os profissionais da área, por meio da publicação e participa-
ção em eventos científicos.
© U1 - Introdução ao Handebol: da História às regras atuais 33

6. ELEMENTOS SóCIO-HISTÓRICOS DO ESPORTE: O


CASO DO HANDEBOL
Caro aluno, agora que você já sabe a importância de ser um
bom professor e os aspectos que compõem essa prática, iremos
começar a estudar mais detalhadamente sobre o handebol.
Iniciaremos pelos aspectos sócio-históricos da modalidade,
lembrando que estas informações servirão não apenas para saber
como tudo começou no handebol, mas também por se tratar de
fatos e conceitos que podem (e devem) ser tratados nas aulas de
Educação Física na escola.
O handebol é um esporte que não foi inventado, e advém de
jogos que foram transformados ao longo dos tempos até chegar à
forma que conhecemos hoje.
Vamos conhecer melhor esta história?

A origem do handebol e sua história pelo mundo


O handebol é um dos esportes mais antigos de que se tem
notícia e já apresentou uma grande variedade de formas até a pra-
ticada atualmente. Um jogo com bola, por exemplo, foi descrito
por Homero em A Odisseia, onde a bola era jogada com as mãos
e o objetivo era ultrapassar o oponente, por meio de passes, isto
está gravado em uma pedra na cidade de Atenas (Grécia) e data de
600 a. C. Este jogo se chamava "Urânia".
De acordo com as escritas do médico romano Claudius Gale-
nus (130-200 d.C.), os romanos possuíam um jogo praticado com
as mãos chamado harpastum, como você poderá identificar na Fi-
gura 1, a seguir.

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34 © Handebol

Figura 1 Haspartum.

Na Idade Média, as legiões de cavaleiros praticavam um jogo


de bola, que era fundamentado em passes e metas, isso foi descrito
por Walther von der Vogelwide (1170-1230), que o chamou "jogo
de pegar bola", que é precursor do atual jogo de handebol. Na Fran-
ça, Rabelais (1494-1533) cita um jogo parecido com o handebol, em
que as pessoas "jogam bola, usando a palma da mão".
Na cidade de Ortrup, em 1848, o supervisor de Educação
Física alemão Holger Nielsen adaptou o haanbold-spiel (jogo de
handebol) para ser jogado em quadras, remodelando as regras e
o método como o jogo deveria ser praticado. Na mesma época, os
tchecos conheciam jogo semelhante denominado hazena. Fala-se
também de um jogo similar na Irlanda e do el balon, do uruguaio
Gualberto Valetta, como precursores do handebol.
Eventualmente, os alemães desenvolveram o esporte e fi-
nalizaram as regras em 1897, em que atualmente é baseado o
handebol de quadra (indoor) e o handebol olímpico. Era uma
forma de 7 jogadores por time, em uma quadra pouco maior do
© U1 - Introdução ao Handebol: da História às regras atuais 35

que a de basquete, com gols de futebol de 2 m de altura por 2,5


m de comprimento.
No entanto, o handebol, como é jogado hoje, foi introduzi-
do na Alemanha, denominado raftball. Em 1912, o alemão Hirs-
chmann, então secretário da Federação lnternacional de Futebol,
levou o handebol para o campo. O período da I Grande Guerra
(1915-1918) foi decisivo para o desenvolvimento do jogo, o berli-
nense Max Heiser, professor de ginástica, criou um jogo ao ar livre
para as operárias da fábrica Siemens, originado do torball, e quan-
do os homens começaram a praticá-lo, o campo foi aumentado
para as medidas do futebol.
Em 1919, o professor alemão Karl Schelenz reformulou o
torball, modificando o nome para handball com as regras publicadas
pela Federação Alemã de Ginástica para o jogo com 11 jogadores,
levando o jogo de forma competitiva para a Áustria, Suíça, além
da Alemanha. Em 1920, o diretor da Escola de Educação Física da
Alemanha tornou o jogo desporto oficial.
A divulgação na Europa deste novo desporto não foi difícil,
uma vez que Karl Schelenz era professor na Universidade de Ber-
lim onde seus alunos, em especial os estrangeiros, difundiram as
regras então propostas para vários países.
Na Tchecoslováquia, desde 1892, existia um jogo (hazena)
praticado num campo de 45 m × 30 m e com 7 jogadores que tam-
bém era jogado com as mãos e o gol era feito em balizas de 3 m ×
2 m. Ele foi regulamentado pelo professor Kristof Antonin, e, em
1921 suas regras foram publicadas e divulgadas por toda a Europa.
Porém, foi o handebol jogado no campo de futebol, que chamamos
"handebol de campo", que teve maior popularização, tanto que foi
incluído nos Jogos Olímpicos realizados em Berlim em 1936.
Nas Figuras 2 e 3, você poderá fazer uma viagem no tempo
e conhecer, respectivamente, um jogo de hazena (campo) e uma
equipe feminina da Sérvia de 1924, já que as mulheres eram quem
mais praticavam este esporte.

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36 © Handebol

Figura 2 Hazena.

Figura 3 Hazena BSK, em Beograd, Sérvia, 1924.


© U1 - Introdução ao Handebol: da História às regras atuais 37

O diretor da Escola Superior de Educação Física Alemã, Carl


Diem, em 13 de setembro de 1920, reconheceu o handebol oficial-
mente como esporte. O jogo era praticado em campos de futebol
com traves do mesmo tamanho. O primeiro jogo internacional foi
disputado em 3 de setembro de 1925, com vitória da Alemanha
sobre a Áustria pelo placar de 6 a 3.
Em virtude do grande crescimento do futebol, com quem di-
vidia o espaço de jogo, com as dificuldades do rigoroso inverno,
muitos meses de frio e neve, o handebol de campo foi pouco a
pouco substituído pelo handebol a 7, chamado "handebol de sa-
lão", que se mostrou mais veloz e atrativo.
Em 1972, nos Jogos Olímpicos realizados em Munique, na
Alemanha, o handebol foi incluído na categoria masculina, não
precisando mais ser chamado com seu complemento "de salão".
Em 1976, reafirmou-se em Montreal, no Canadá, nas categorias
masculina e feminina, e não mais parou de crescer.

A era pioneira do handebol


O jogo de handebol durante seu desenvolvimento não era
reconhecido como um esporte independente. Da mesma maneira
que as modalidades basquete e voleibol, o handebol era represen-
tado pelas Associações de Educação Física e Associações Atléticas
Nacionais.
Em 1928, em Amsterdã, na Holanda, foi criada a Federação
Internacional de Handebol Amador (FIHA).
Merece destaque um Comitê Especial que foi formado no
VII Congresso da FAAI, na Holanda, em 1926, a fim de organizar
os países que praticavam handebol para definirem regras básicas
para os eventos internacionais.
O objetivo da FAAI era preparar e organizar a formação de uma
associação internacional independente e exclusiva ao handebol.

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38 © Handebol

Em 1928, em Amsterdã, na Holanda, foi criada a Federação


Internacional de Handebol Amador (FIHA). O handebol se tornou
um esporte internacional em 1934, sendo jogado por 25 mem-
bros da FIHA, porquanto o primeiro grande evento internacional
de handebol ocorreu em 1936, nos Jogos Olímpicos de Berlim, na
Alemanha. E, em 1938, foi realizado o primeiro Campeonato Mun-
dial de Handebol, na comemoração do 10º aniversário da FIHA.
Após o término da II Guerra Mundial, o jogo cresceu rapidamente
no âmbito internacional e em 1946, após a FIHA ser considerada
extinta, foi fundada a atual Federação Internacional de Handebol
(FIH), na Dinamarca. A partir de 1952, o handebol de campo era
dominante nas nações participantes. O handebol de quadra (in-
door) era mais praticado por países do Norte Europeu. No entanto,
devido a condições climáticas e o fato de que após o "hóckey no
gelo", o handebol de quadra era o esporte mais rápido existente,
este começou a ganhar muita popularidade pelo mundo.
Com regras de outros esportes introduzidas e maiores punições a
faltas violentas, o jogo se tornou mais seguro, simples de se jogar e
mais emocionante de se observar. O handebol se tornou um espor-
te de inverno, levando o espectador a sair do frio e se emocionar
com mais ação e maiores placares do que o futebol. A partir de
1960 o handebol de campo perdeu rapidamente sua popularidade
e o último Campeonato Mundial foi disputado em 1966.
O handebol sempre foi dominado por nações europeias. Nos anos
em que ainda se praticava o handebol de campo, Alemanha, Áus-
tria e Dinamarca dominavam o cenário mundial, também pelo fato
de não ter muitas nações fora da Europa que praticassem o esporte
(PORTAL SÃO FRANCISCO, 2012, s/p).

A era amadora do handebol


Veja a seguir texto que trata da era amadora do handebol:
Durante a 64ª Sessão do Comitê Olímpico Internacional (COI) em
Madri, os membros do COI decidiram incluir novamente o hande-
bol no programa dos Jogos Olímpicos, mas desta vez o handebol de
quadra (indoor) foi o escolhido. Este foi o primeiro "grande" evento
do handebol de quadra, os Jogos Olímpicos de Munique, em 1972,
apenas para homens, as competições femininas foram introduzidas
em 1976, nos Jogos Olímpicos de Montreal. O Campeonato Mun-
dial foi reintroduzido em 1949 para homens e mulheres, as compe-
tições juniores para ambos os sexos foram introduzidas em 1977. O
handebol foi praticado por jogadores amadores durante as décadas
© U1 - Introdução ao Handebol: da História às regras atuais 39

de 1950 a 1970, porém alguns jogadores mais destacados eram pa-


trocinados pelos governos ou por companhias.
Os países do leste europeu se tornaram competitivos e passaram
a dominar o esporte, com destaque para a União Soviética (Rús-
sia), Romênia, Iugoslávia e Hungria que geralmente apareciam en-
tre os três melhores países em competições internacionais, tanto
para homens quanto para mulheres. Apenas a Suécia e a Alemanha
apresentavam resistência a esses países (PORTAL SÃO FRANCISCO,
2012, s/p).

A era profissional do handebol


Veja a seguir texto que trata da era profissional do handebol:
Com o término da Guerra Fria e o colapso dos países do leste eu-
ropeu, muitas dessas nações sofreram um temporário problema
econômico, refletindo em alguns times nacionais que perderam o
topo da liderança e um grande número de bons técnicos migraram
para outras nações. Países como França, Espanha e Alemanha co-
meçaram a dominar o cenário mundial. Juntamente, alguns países
africanos (Argélia e Egito) e asiáticos (Coreia do Sul e Japão) come-
çaram a se destacar nas competições internacionais (especialmen-
te nos Jogos Olímpicos) durante os últimos anos da década de 1980
e durante os anos 1990.
A condição amadora do handebol no cenário internacional foi
transformada por jogadores sob contrato com clubes ou organiza-
ções. O handebol de quadra é hoje o mais popular tipo de han-
debol. A variedade de campo é raramente praticada atualmente,
apenas em algumas ocasiões por antigos admiradores. Portanto,
hoje, não se usa mais o termo "handebol de quadra" e apenas
"handebol" para designar o esporte. Durante os últimos anos da
década de 1990, está se popularizando uma versão de "handebol
de areia" (ou de praia) conhecida como hand beach, com torneios
e pequenos campeonatos espalhados por diversos países (PORTAL
SÃO FRANCISCO, 2012, s/p.).

História olímpica
Quanto à trajetória olímpica do handebol, leia o trecho a seguir:
O handebol fez sua estreia nos Jogos Olímpicos de Berlim, em 1936.
Na época era mais popular e mais divulgado o handebol de campo.
Este era praticado em campos de grama com dimensões e gols si-
milares aos do futebol, com 11 jogadores por equipe. Houve ape-
nas competições masculinas e esta foi a única vez que este tipo
de handebol participou das Olimpíadas (atualmente não se pratica

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40 © Handebol

mais esta variável do handebol, ocorrem ocasionalmente apenas


alguns jogos em eventos ou por antigos admiradores).
Sendo reintroduzido nos Jogos Olímpicos de Munique, em 1972,
o handebol voltou ao cronograma olímpico, mas com outra mo-
dalidade, o handebol de quadra (conhecido atualmente apenas
por handebol). Este possui times com 7 jogadores, é praticado em
quadras de 40 m por 20 m e gols de 2 m por 3 m. Em 1972 ape-
nas ocorreram competições masculinas. As competições femininas
foram introduzidas nos Jogos Olímpicos de Montreal, em 1976. A
partir desta data não houve mudanças significativas do handebol
nas Olimpíadas (PORTAL SÃO FRANCISCO, 2012, s/p.).

No Brasil
Veja a seguir texto que trata da evolução do handebol no
Brasil:
O handebol no Brasil após a I Grande Guerra Mundial, um grande
número de imigrantes alemães vieram para o Brasil estabelecendo-
-se na região sul por conta das semelhanças climáticas.
Dessa forma, os brasileiros passaram a ter um maior contato com a
cultura, tradição folclórica e por extensão as atividades recreativas
e desportivas por eles praticadas, dentre os quais o então hande-
bol de campo. Foi em São Paulo que ele teve seu maior desenvol-
vimento, principalmente quando em 26 de fevereiro de 1940 foi
fundada a Federação Paulista de Handebol (FPHb), tendo como seu
primeiro presidente Otto Schemelling.
O handebol de salão somente foi oficializado em 1954 quando a
FPHb instituiu o I Torneio Aberto de Handebol que foi jogado em
campo improvisado ao lado do campo de futebol do Esporte Clube
Pinheiros, campo esse demarcado com cal (40 × 20 m e balizas com
caibros de madeira 3 × 2 m).
Este handebol praticado com 7 jogadores e em um espaço menor
agradou de tal maneira que a Confederação Brasileira de Desportos
(CBD), órgão que congregava os desportos amadores em nível na-
cional, criou um departamento de handebol, possibilitando assim a
organização de torneios e campeonatos brasileiros nas várias cate-
gorias masculina e feminina.
Contudo, a grande difusão do handebol em todos os estados ad-
veio com a sua inclusão nos III Jogos Estudantis Brasileiros realizado
em Belo Horizonte, Minas Gerais, em julho de 1971 como também
nos Jogos Universitários Brasileiros realizado em Fortaleza, Ceará,
em julho de 1972. Como ilustração, nos JEBs/1972 o handebol teve
a participação de, aproximadamente, 10 equipes femininas e 12
© U1 - Introdução ao Handebol: da História às regras atuais 41

masculinas, já em 1973 nos IV JEBs em Maceió, Alagoas, tivemos


cerca de 16 equipes femininas e 20 masculinas.
A atual Confederação Brasileira de Handebol (CBHb) foi fundada
em 1º de junho de 1979, tendo como primeira sede São Paulo e
o primeiro presidente foi o professor Jamil André (PORTAL SÃO
FRANCISCO, 2012, s/p).

Após conhecer a história do handebol, você sabe como ensi-


ná-la enquanto um conteúdo da Educação Física escolar?
A seguir, apresentaremos o texto elaborado pela acadêmica
Gisele Souza Moraes, da turma 2006/2011 do curso de Licenciatu-
ra em Educação Física da Universidade do Estado do Mato Grosso
(Unemat), em Cáceres, Mato Grosso. Trata-se de uma forma de
trabalhar a história do handebol por meio do teatro de fantoches
com alunos do Ensino Fundamental:

Teatro de fantoche–––––––––––––––––––––––––––––––––––––
Assunto: História do handebol
Personagens: Mané, Tico, Beto, Nina e Roger Mix.
Mané é um menino que ganhou uma bola de handebol do irmão e quer aprender
a jogar.
Tico é um menino mais velho que joga handebol e tem muita paciência com
Mané.
Beto também joga handebol, mas totalmente sem paciência.
Nina joga handebol e vai levar os meninos até o Roger Mix pra saber a história
do handebol.
Roger Mix é um treinador de handebol e sabe tudo sobre o esporte.

CENA I: Tico e Beto estão conversando.


Beto: − Ô Tico! Hoje tem treino?
Tico: − Não só amanhã!
Beto: − Nossa! Não tem nada pra fazer hoje, né?
Tico: − Pois é!
Beto: − Hiiii!! Lá vem o Mané!! Vamos fingir que a gente não tá vendo ele!!
Então, os dois começam a assoviar e olhar pra cima.
Chega Mané empolgadíssimo segurando uma bola de handebol e fica rodeando
Beto e Tico, querendo que eles perguntem sobre a bola.
Beto: − E aí o que acha? Ele já está me irritando!!
Tico: − Calma! Vamos perguntar logo!! Oi Mané! O que está fazendo com essa
bola de handebol!!

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42 © Handebol

Mané: − Nossa achei que não iam perguntar nunca! – meu irmão me deu essa
bola de handebol, agora eu vim aqui pedir pra vocês me ensinarem a jogar han-
debol, porque eu gosto muito de handebol, porque handebol é um esporte muito
legal, porque no handebol a gente pega a bola passa pelo primeiro passa pelo
segundo e arremessa bem forte e é goooolllllll!! Handebol é super legal, né?
Beto: − Bom! Pelo menos ele sabe falar a palavra handebol né!
Tico: − Calma, Manezinho! Calma! Respira um pouco! Vamos começar pelo co-
meço! Você sabe como surgiu o handebol no mundo?
Mané: − Não! Como foi?
Tico: − Pois então, o Beto, eu e mais a Nina, uma amiga nossa, vamos te contar
a história.
Beto: − Será que ele vai entender?
Tico: − Vamos chamar a Nina! Um, dois, três: Ninaaaa!!
Nina: − Oiê! – Alguém me chamou?
Beto: − O Mané quer saber a história do handebol...
Nina: − Hãaam!!
Tico: − Calma que eu explico... Nós queremos contar a história do handebol pro
Mané! Lembra que você nos contou aquele dia lá na casa do Beto?
Nina: − Interessante... Primeiro eu tenho que consultar a minha agenda pra ver
se eu não tenho nada marcado pra agora!
Beto: − Ai, para com frescura!!
Nina: − Tudo bem! Tô dentro!! Mas pra ficar mais legal, nós vamos até a casa
de um grande amigo nosso que sabe tudo de handebol e vai adorar nos ajudar
a contar a história.
Nina: − Mas tem um jeito especial de chamá-lo. Prestem atenção! Mix, Mix, Mix
para lá lá lá, Mix, Mix, Mix para lá lá lá...
Roger (sem aparecer): − Hum! Acho que estou ouvindo alguma coisa, mas está
tão baixo que não consigo entender.
Nina: Vamos lá gente, mais alto! Mix, Mix, Mix para lá lá lá, Mix, Mix, Mix para lá
lá lá...
Roger: − Estão solicitando a minha presença?
Nina: − Aqui está gente! Um dos maiores e melhores técnicos de handebol do
bairroooo.
Roger: − Pô, Nina!
Nina: − Tá bom! Um dos maiores e melhores técnicos de handebol da cidade.
Roger: − Ô Nina.
Nina: − A gente não pode mentir pra criança, professor!
Nina: − Mix, nós queremos que nos ajude a contar a história do handebol pro
nosso amiguinho Mané.
Roger: − Tá bom, vou contar, mas quem souber pode me ajudar também.
Roger pega uma maçã.
Mané: − Mas o que a história do handebol tem a ver com uma maçã?
Roger: − Calma, rapazinho! Não vamos colocar a carroça na frente dos bois... A
história do handebol começou na Grécia antiga, os gregos praticavam o esporte
© U1 - Introdução ao Handebol: da História às regras atuais 43

com uma bola do tamanho de uma maçã e o jogo se chamava urânia. Também
os romanos conheciam o jogo como hasparton.
Nina: − Esta parte eu sei. Posso contar?
Roger: − Pode Nina! Mas conta direito.
Nina: − Durante a Primeira Guerra Mundial o professor alemão Karl Schelenz
inventou o handebol que era jogado no campo de futebol com 11 jogadores. Em
1920, o handebol de campo foi reconhecido como desporto oficial e cinco anos
depois foi realizado o primeiro jogo internacional entre Alemanha e Áustria com
vitória da Áustria por 6 a 3.
Tico: − Bom, em 1848, Holger Nielsen adaptou o handebol para ser jogado em
quadra. Era uma forma de sete jogadores por time em uma quadra um pouco
maior do que a do basquete, com gols de futebol.
Beto: − Em 1946 foi fundada na Dinamarca a Federação Internacional de hande-
bol. Atualmente com sede na Basileia, na Suíça.
Roger: − E em 1934 o Comitê Olímpico Internacional inclui o handebol de campo
com esporte olímpico. E nas Olimpíadas de Berlim, em 1936, seis países dispu-
taram a medalha de ouro. Mas foi a Alemanha que se tornou campeã.
Nina: − Em 1966, os jogos de handebol de campo acabaram, porque na Europa
era muito frio e ficava quase impossível praticar o esporte, além de o handebol
ocupar o campo do futebol, que era mais popular.
Tico: − Após um período sem participação, o esporte voltou a fazer parte das
olimpíadas nos jogos olímpicos de Montreal em 1976, com regras reformuladas
e partidas disputadas em quadra.
Beto: − O handebol sempre foi dominado por nações europeias. Na era do han-
debol de campo, Alemanha, Áustria e Dinamarca dominaram o cenário mundial.
Atualmente quem domina são: França, Espanha, Alemanha, Croácia e Rússia.
Roger: − Durante os últimos anos da década de 1990 está se popularizando uma
versão de handebol de areia conhecida com hand beach ou beach handebol.
Mané: − Nossa! E como é?
Beto: − Hãm !! Na areiaaaaa...
Roger: − Calma gente, essa é uma outra história.
Nina: − Depois de ouvir falar tanto de handebol, deu até vontade de jogar!
Tico: − É mesmo! Vamos chamar o pessoal pra uma partidinha!
Todos: − Vamoooossss!!
Mané: − Opa! Quase esqueci.
Fim!
––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––

7. POSSIBILIDADES PARA A PRÁTICA PEDAGÓGICA


O teatro de fantoches é indicado para crianças da Educação
Infantil até o 2º ano do Ensino Fundamental, mais ou menos até 8
anos de idade. Por quê?

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Nesta fase, o simbolismo está presente na criança, ou seja,


ela ainda mistura o mundo real com o imaginário, o que facilita a
aprendizagem por meio de aulas historiadas e muita imaginação.
O teatro de fantoche pode ser apresentado nesta fase, em que
elas terão um primeiro contato com a modalidade esportiva.
Para crianças maiores, do final do Ensino Fundamental I e
Fundamental II, a história do handebol pode ser apresentada por
intermédio de pesquisas realizadas por elas, leitura de textos ou
apostilas, seminários, além da encenação da própria história.
Para turmas do Ensino Médio, a sugestão é a vivência do hande-
bol como era praticado no início de sua história. E como era praticado
mesmo? Muito bem! Era no campo, sendo 11 contra 11 jogadores.
Se você pesquisar na internet, poderá encontrar vídeos que mostram
como era praticado este handebol de campo e também filmes de jo-
gos atuais, amadores, praticados principalmente por estudantes.
As possibilidades são muitas, basta o professor ser criativo!

8. AS REGRAS OFICIAIS DA MODALIDADE E SUAS


TRANSFORMAÇÕES DIDÁTICO-PEDAGÓGICAS
Após a explanação da origem e da evolução histórica do han-
debol, vamos entender como jogá-lo. Para isso, é importante você
conhecer as principais regras da modalidade aprovadas pela Fede-
ração Internacional de Handebol (IHF), em vigor a partir de agosto
de 2010.
A seguir, você observará as regras com base em texto da
Confederação Brasileira de Handebol (2012).

Quadra de jogo
A quadra de jogo (Figura 4) é um retângulo com 40 metros
de comprimento e 20 metros de largura, com duas áreas de gol e
uma área de jogo. Os lados maiores são chamados linhas laterais e
© U1 - Introdução ao Handebol: da História às regras atuais 45

os lados menores são chamados linhas de gol (entre os postes da


baliza) ou linhas de fundo (em ambos os lados da baliza).

Figura 4 Quadra de jogo.

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Ao redor da quadra de jogo, deve haver uma zona de segu-


rança, com a largura de, no mínimo, 1 metro ao longo das linhas
laterais e 2 metros atrás das linhas de fundo. As características da
quadra de jogo não devem ser alteradas durante o jogo, de tal for-
ma que traga vantagem somente para uma equipe.
A baliza (Figura 5) corresponde às traves do gol no futebol
e é colocada no centro de cada linha de fundo. As balizas devem
estar firmemente fixadas ao solo ou nas paredes atrás delas. Suas
medidas: 2 metros de altura e 3 metros de largura em seu interior.

Centro do quarto de círculo

Linha de
fundo
Linha de gol

Direção da área de jogo

Figura 5 A baliza vista de frente.


© U1 - Introdução ao Handebol: da História às regras atuais 47

As balizas devem ter uma rede fixada de modo que a bola ar-
remessada para dentro da baliza fique dentro dela naturalmente.
As balizas também diferem das traves do futebol por serem
quadradas e não redondas, além de nas três faces que são visíveis
da quadra, devem ser pintadas com faixas de duas cores contras-
tantes, que, por sua vez, contrastem claramente com o fundo.
Todas as linhas da quadra fazem parte da superfície que elas
delimitam. As linhas entre duas áreas adjacentes podem ser trocadas
por uma pintura completa no piso, entre elas, com cores diferentes.
Em frente a cada baliza, há a área de gol. A área de gol é
definida por uma linha de área de gol (linha de 6 metros), que é
marcada desse modo:
• uma linha de 3 metros diretamente em frente da baliza:
essa linha é paralela à linha de gol e a 6 metros de distân-
cia (medidos desde a face posterior da linha de gol até a
face anterior da linha da área de gol);
• por dois quartos de círculo cada qual com raio de 6 me-
tros (medidos desde o ângulo interno posterior de cada
poste da baliza), ligando aquela linha de 3 metros de com-
primento com a linha de fundo. Observe as Figuras 4 e 5.
A linha de tiro livre (linha de 9 metros onde são cobradas
todas as faltas) é uma linha tracejada a 3 metros de distância da
linha da área de gol. Ambos os segmentos da linha e os espaços
entre eles medem 15 cm (Figura 4).
A linha de 7 metros (de onde é cobrado o tiro de 7 metros,
na linguagem popular "pênalti") é uma linha com 1 metro de com-
primento, marcada diretamente em frente de cada baliza. Ela é
paralela à linha de gol, a uma distância de 7 metros (medidos des-
de a face posterior da linha de gol até a face anterior da linha de 7
metros). Observe a Figura 4.
A linha de limitação do goleiro (linha de 4 metros) é uma
linha de 15 cm de comprimento marcada diretamente em frente

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de cada baliza. Ela é paralela à linha de gol, a uma distância de 4


metros (medidos desde a face posterior da linha de gol até a face
anterior da linha de 4 metros). Ver Figura 4.
A zona de substituição (um segmento da linha lateral) se es-
tende a uma distância de 4,5 metros da linha central para cada
equipe. O ponto final da zona de substituição é prolongado por
uma linha paralela à linha central, que se estende 15 cm dentro da
quadra e 15 cm fora da quadra (Figuras 4 e 5).

Duração da partida, sinal de término e time-out


Observe, a seguir a explicação de: duração da partida, sinal
de término e time-out; itens importantes na partida de handebol.

Duração da partida
A duração normal da partida de handebol para todas as equipes
com jogadores de idade igual ou acima de 16 anos é de dois tempos
de 30 minutos. O intervalo de jogo é normalmente de 10 minutos.
Para equipes jovens, a duração normal da partida é dois
tempos de 25 minutos, no grupo de idade entre 12-16 anos, e de
dois tempos de 20 minutos no grupo de idade entre 8-12 anos. Em
ambos os casos o intervalo de jogo é, em geral, de 10 minutos.
O handebol é um jogo de muitos gols e dificilmente uma
partida termina empatada. Porém, caso isso ocorra, haverá uma
prorrogação, que será jogada após 5 minutos de intervalo, sendo
assim determinado um vencedor. A prorrogação consiste de dois
períodos de 5 minutos, com um intervalo de 1 minuto.

Sinal de término
Para finalizar a partida do jogo de handebol, deve ser dado
um sinal de término automático do placar ou do cronometrista.
Diferente do sinal de início em que o tempo de jogo começa com o
apito do árbitro para o tiro de saída inicial.
© U1 - Introdução ao Handebol: da História às regras atuais 49

Caso o sinal de término automático não seja dado, os árbi-


tros apitam para indicar que o tempo de jogo acabou.
Caso não se disponha de um placar com sinal automático, o
cronometrista deverá usar um cronômetro de mesa ou manual e
finalizar o jogo com o sinal de término.
Se o sinal de término (para o intervalo, final de jogo e tam-
bém no período extra) soar precisamente quando um tiro livre ou
tiro de 7 metros está sendo executado ou quando a bola já está no
ar, o tiro deve ser recobrado.

Time-out
Um time-out é a interrupção do jogo pelo árbitro em alguns
momentos da partida, sendo obrigatório quando houver:
1) Exclusão de 2 minutos, desqualificação ou expulsão.
2) Solicitação de tempo técnico.
3) Apito vindo do cronometrista ou delegado técnico.
Em princípio, os árbitros decidem quando o cronômetro será
parado e iniciado em conexão com o time-out. A interrupção do
tempo de jogo é indicada ao cronometrista por meio de três apitos
curtos e o gesto manual.
Entretanto, no caso de time-out obrigatório, no qual o jogo
foi interrompido por um apito do cronometrista ou delegado, o
cronometrista deve parar o cronômetro oficial imediatamente,
sem esperar a confirmação dos árbitros. O apito sempre deve soar
para indicar o reinício do jogo, após um time-out.
Um sinal do apito vindo do cronometrista/delegado efetiva-
mente deve parar o jogo. Mesmo que os árbitros (e os jogadores)
não percebam imediatamente que o jogo foi parado, qualquer
ação na quadra depois do sinal do apito será nula.
O que quer dizer que se um gol foi marcado depois do apito
vindo da mesa, o gol deve ser anulado. De maneira semelhante, a
decisão em conceder um tiro para a equipe (tiro de 7 metros, tiro

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livre, tiro lateral, tiro de saída ou tiro de meta) também será anu-
lado. O jogo deve ser, então, recomeçado do modo que correspon-
dia à situação existente quando o cronometrista/delegado apitou.
O que se deve ter em mente é que a razão típica dessa intervenção
é um tempo técnico ou uma falta na substituição.
Todavia, qualquer punição pessoal dada pelos árbitros entre
o momento do apito vindo da mesa e o momento que os árbitros
param a ação deve ser válida, e também aplica em relação ao tipo
da violação e à severidade da punição.
Em cada período de tempo de jogo regular, as equipes têm
o direito de receber um tempo técnico de 1 minuto, o que não
ocorre nos períodos extras.

Bola
A bola de handebol é feita de couro ou material sintético.
Ela deve ser esférica e sua superfície não pode ser brilhante nem
escorregadia.
As medidas da bola, ou seja, a circunferência e o peso, a serem
usadas pelas diferentes categorias de equipes são as seguintes:
• 58-60 cm e 425-475 g (tamanho 3 da IHF) para homens e
equipes masculinas jovens (acima de 16 anos);
• 54-56 cm e 325-375 g (tamanho 2 da IHF) para mulheres,
equipes femininas jovens (acima de 14 anos) e equipes
masculinas jovens (entre 12 e 16 anos);
• 50-52 cm e 290-330 g (tamanho 1 da IHF) para equipes
femininas jovens (entre 8 e 14 anos) e equipes masculinas
jovens (entre 8 e 12 anos).
As bolas são popularmente chamadas de H3, H2 e H1, res-
pectivamente. Para cada jogo, deve haver pelo menos duas bolas
disponíveis. As bolas reservas devem estar disponíveis para uso
imediato na mesa de controle durante o jogo.
© U1 - Introdução ao Handebol: da História às regras atuais 51

É importante salientar que em jogos amadores os atletas


costumam utilizar uma espécie de cola nas bolas para aderirem
melhor às mãos e não escorregar. Tal prática pode pegar de sur-
presa os jogadores menos experientes, atrapalhando-os no início
da partida.

Equipe
Uma equipe de handebol é composta de 14 jogadores, e não
mais do que 7 jogadores podem estar presentes na quadra de jogo
ao mesmo tempo. Os demais jogadores são substitutos.
Durante todo o tempo do jogo, a equipe deve ter um dos jo-
gadores na quadra designado como goleiro. Um jogador que está
jogando na posição de goleiro pode se tornar um jogador de qua-
dra a qualquer momento. Do mesmo modo, um jogador de quadra
pode se tornar um goleiro a qualquer momento.
O jogo pode continuar mesmo se uma equipe ficar reduzida
a menos de 5 jogadores na quadra. Depende dos árbitros julgarem
se e quando o jogo deveria ser suspenso permanentemente.
O jogador está autorizado a participar se ele está presente
no início do jogo e está inscrito na súmula do jogo.

Substituições de jogadores
Os reservas podem entrar na quadra, a qualquer momento
e repetidamente, sem comunicar o secretário/cronometrista, des-
de que os jogadores que serão substituídos já tenham deixado a
quadra.
Os jogadores envolvidos na substituição devem sempre sair
e entrar na quadra pela própria zona de substituição. A mesma
regra vale para a substituição dos goleiros.
O propósito do conceito da "linha de substituição" é asse-
gurar substituições ordenadas e justas, a fim de não causar puni-
ções em outras situações. Por exemplo: um jogador pisar sobre a

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52 © Handebol

linha lateral ou fora da linha de gol de maneira não prejudicial e


sem nenhuma intenção de ganhar uma vantagem ao pegar água
para beber ou pegar uma toalha no banco, logo após a linha de
substituição, ou sair da quadra de uma maneira esportiva quando
receber uma exclusão e cruzar a linha lateral para o banco por fora
da linha de 15 cm.
Uma falta ocorrida durante a substituição deverá ser penali-
zada com uma exclusão de 2 minutos para o jogador faltoso.
Se mais de um jogador da mesma equipe comete falta de
substituição na mesma situação, somente o primeiro jogador que
cometeu a infração será penalizado. O jogo deve ser reiniciado
com um tiro livre para os adversários.
Caso um jogador entre na quadra enquanto está cumprindo
uma exclusão de 2 minutos, a ele deverá ser dada uma exclusão de
2 minutos adicional. Essa exclusão deve começar imediatamente e
a equipe ainda deve ser reduzida na quadra em mais um jogador, a
fim de cumprir o tempo que faltava da primeira exclusão.

Equipamentos
Equipamentos são acessórios e adereços utilizados durante
o jogo.
Todos os jogadores de quadra de uma equipe devem usar
uniformes idênticos. Todos os jogadores usados na posição de go-
leiro em uma equipe devem usar as mesmas cores, cores que os
diferenciem dos jogadores de quadra de ambas as equipes, bem
como dos goleiros da equipe adversária.
Os números das camisas usadas devem ser de 1 até 20. Um
jogador que está trocando entre posições de jogador de quadra
e goleiro, deve usar o mesmo número em ambas as posições. Os
jogadores devem usar calçados esportivos.
Não é permitido o uso de objetos que representem perigo
para os jogadores. Por exemplo: proteção para a cabeça, másca-
© U1 - Introdução ao Handebol: da História às regras atuais 53

ras no rosto, braceletes, relógios, anéis, piercings visíveis, colares


ou gargantilhas, brincos, óculos sem tiras de sustentação ou com
armação sólida, ou qualquer outro objeto que possam apresentar
algum tipo de perigo na execução do jogo.
Podem ser autorizados: anéis achatados, brincos pequenos
e piercings visíveis, desde que sejam cobertos de maneira que eles
não sejam julgados perigosos para os outros jogadores. Faixas de
cabeça são permitidas, desde que elas sejam feitas de material
elástico e macio.
Um jogador que está sangrando ou tem sangue no corpo
ou uniforme deve sair da quadra sem a mínima demora e volun-
tariamente (por meio de uma substituição normal), a fim de ter
o sangramento contido, a ferida coberta e o corpo e o uniforme
limpados. O jogador não deve retornar para a quadra até que isso
tenha sido feito. Um jogador que não obedecer as instruções dos
árbitros de acordo com esta medida é julgado faltoso de conduta
antidesportiva.

Funções do goleiro durante o jogo


Você observará, a seguir, as funções do goleiro durante uma
partida de handebol, ou seja, o que é e não é permitido.

O que é permitido
Ao goleiro é permitido tocar a bola com qualquer parte do
seu corpo na qualidade de tentativa de defesa, dentro da sua área
de gol.
Ele pode se mover com posse de bola dentro da área de gol,
sem estar sujeito às restrições aplicadas aos jogadores de quadra.
O goleiro pode sair da área de gol sem a bola e participar do
jogo na área de jogo, se tornando um jogador de linha como os
demais. Ele se sujeita às mesmas regras aplicadas aos jogadores
na área de jogo.

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O que não é permitido


Ao goleiro não é permitido atrasar a execução do tiro de
meta.
Mesmo em uma tentativa de defesa, o goleiro não pode co-
locar em perigo o adversário.
O goleiro não pode sair da área de gol com a bola sob contro-
le. Se isso ocorrer, a equipe adversária poderá cobrar um tiro livre
(se os árbitros tinham apitado para a execução do tiro de meta), ou
senão, simplesmente se repete o tiro de meta.
O goleiro também não pode tocar a bola quando ela está pa-
rada ou rolando no solo do lado de fora da área de gol, enquanto
ele estiver dentro da área de gol. Não é permitido levar a bola para
dentro da área de gol quando ela está parada ou rolando no solo
no lado de fora da área de gol, nem reentrar na área de gol vindo
do terreno de jogo com posse de bola.

Área do gol
Somente ao goleiro é permitido entrar na área de gol. A área
de gol, que inclui a linha da área de gol, é considerada invadida
quando um jogador de quadra a toca com qualquer parte de seu
corpo.
Quando um jogador de quadra entra na área de gol, as deci-
sões devem ser as seguintes:
1) tiro de meta: quando um jogador de quadra da equipe
que está em posse de bola entra na área de gol com a
bola ou entra sem a bola, mas ganha vantagem fazendo
isso;
2) tiro livre: quando um jogador de quadra da equipe de-
fensora entra na área de gol e ganha vantagem, mas sem
impedir uma chance de marcar um gol;
3) tiro de 7 metros: quando um jogador de quadra da equi-
pe defensora entra na área de gol e por causa disso im-
pede uma clara chance de marcar um gol.
© U1 - Introdução ao Handebol: da História às regras atuais 55

Situações em que não há penalização no caso de entrar na


área do gol:
1) Quando um jogador entra na área de gol depois de jogar
a bola, desde que isso não crie uma desvantagem para
os adversários.
2) Quando um jogador de uma das equipes entra na área
de gol sem a bola e não ganha vantagem fazendo isso.
Se um jogador jogar a bola dentro de sua própria área de gol,
as decisões devem ser as seguintes:
1) Gol: se a bola entrar na baliza.
2) Tiro livre: se a bola vier a permanecer dentro da área
de gol, ou se o goleiro tocar a bola e ela não entrar na
baliza.
3) Tiro lateral: se a bola sair pela linha de fundo.
4) O jogo continua: se a bola passar pela área de gol e vol-
tar para a área de jogo, sem ser tocada pelo goleiro.

Manejo da bola
Manejar a bola é o domínio dos movimentos possíveis que
um jogador pode realizar com a bola, desde que tenha segurado a
bola, até que ela haja se desprendido da sua mão.
Por ocasião de posse de bola é permitido:
1) Atirar, agarrar, parar, empurrar ou bater a bola, usando
mãos (abertas ou fechadas), braços, cabeça, tronco, co-
xas e joelhos.
2) Segurar a bola por um máximo de 3 segundos, também
quando ela estiver em contato com o solo.
3) Dar um máximo de três passos com a bola.
Ressalte-se que "um passo" é considerado no handebol,
quando:
a) um jogador que está parado com ambos os pés no
solo levanta um pé e o apoia de novo, ou move um
pé de um lugar para outro;

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b) um jogador está tocando o solo somente com um pé,


agarra a bola e então toca o solo com o outro pé;
c) um jogador depois de um salto toca o solo somente
com um pé e, então, salta sobre o mesmo pé ou
toca o solo com o outro pé;
d) um jogador depois de um salto toca o solo com am-
bos os pés simultaneamente e, depois, levanta um
pé e o apoia de novo, ou move um pé de um lugar
para outro.
Conta-se somente um passo se um pé é movido de
um lugar para outro e, então, o outro pé é arrastado
para próximo do primeiro.
4) Mover a bola de uma mão para a outra.
5) Enquanto o jogador estiver parado ou correndo, poderá:
a) quicar a bola uma vez e agarrá-la de novo com uma
ou duas mãos;
b) quicar a bola repetidamente com uma mão (drible),
e então agarrá-la ou pegá-la de novo com uma ou
ambas mãos;
c) rolar a bola sobre o solo repetidamente com uma
mão e então agarrá-la ou pegá-la de novo com uma
ou ambas as mãos.
Quando a bola, depois disso, é dominada com uma ou am-
bas as mãos, ela deve ser jogada dentro de 3 segundos ou depois
de não mais do que três passos.
O quique ou drible é considerado iniciado quando o jogador toca
a bola com qualquer parte de seu corpo e a lança em direção ao solo.
Depois que a bola tocou outro jogador ou a baliza, ao jogador
é permitido dar um toque na bola ou quicá-la e agarrá-la de novo.
O que não é permitido realizar durante o manejo de bola:
1) Depois que a bola foi controlada, não se pode tocá-la
mais de uma vez, a menos que ela tenha tocado o solo,
outro jogador, ou a baliza neste meio tempo. Tal falta é
chamada "saída dupla", ou seja, quicar a bola, segurá-la
e voltou a quicá-la novamente.
© U1 - Introdução ao Handebol: da História às regras atuais 57

2) Tocar a bola com um pé ou perna abaixo do joelho, ex-


ceto quando a bola foi atirada no jogador por um adver-
sário.
3) Se um jogador com a bola se movimenta para fora da
quadra de jogo com um ou ambos os pés (e a bola ainda
está dentro da quadra). Por exemplo: para passar ao re-
dor de um jogador defensor.
Diante de tal ação deverá ser dado um tiro livre para o
adversário.
4) Se um jogador da equipe em posse se posiciona no lado
de fora da quadra sem a bola, os árbitros devem indicar ao
jogador que ele deve voltar para dentro da quadra. Caso o
jogador não atenda, ou se mais tarde a ação for repetida
pela mesma equipe, deve-se conceder um tiro livre para
os adversários sem qualquer outro pré-aviso. Tais ações
não deveriam conduzir a uma punição pessoal.

Jogo passivo
Jogo passivo é o jogo de passes excessivos, sem objetivida-
de, a fim de gastar o tempo de jogo.
Não é permitido manter a bola em posse da equipe sem fa-
zer uma tentativa reconhecível de ataque ou arremesso à baliza.
Do mesmo modo, não é permitido atrasar repetidamente a exe-
cução de um tiro de saída, tiro livre, tiro lateral ou tiro de meta de
sua própria equipe.
O jogo passivo será penalizado com um tiro livre contra a
equipe em posse da bola, a não ser que a tendência ao passivo
cesse.
O tiro livre é cobrado do lugar onde a bola estava quando o
jogo foi interrompido.
Quando uma possível tendência para o jogo passivo é reco-
nhecida, o sinal de advertência é mostrado, o que dará à equipe
em posse de bola a oportunidade de mudar sua maneira de atacar,
a fim de evitar a perda da posse de bola.

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Caso a maneira de atacar não mude depois que o sinal de ad-


vertência for mostrado, ou nenhum arremesso à baliza seja feito, é
ordenado um tiro livre contra a equipe em posse de bola.
Em certas situações os árbitros também podem ordenar um
tiro livre contra a equipe em posse de bola sem nenhum sinal de
advertência, ou seja, quando um jogador de modo intencional evi-
ta tentar utilizar uma clara chance de marcar um gol.

Faltas e conduta antidesportiva


Quem não conhece ou tenha vivenciado o handebol costu-
ma alegar que é um esporte violento, por causa do contato físico
intenso. Contudo, esse contato é regulado e punido conforme as
regras do handebol, o que o desmistifica o preconceito.
É permitido no jogo de handebol:
1) Usar braços e mãos para bloquear ou ganhar posse da
bola.
2) Usar uma mão aberta para tirar a bola do adversário de
qualquer direção.
3) Usar o corpo para obstruir um adversário, mesmo quan-
do o adversário não está em posse da bola.
4) Fazer contato corporal com um adversário, quando de
frente a ele e com os braços flexionados, e manter este
contato de modo que controle e acompanhe o adversário.
Não é permitido fazer durante um jogo de handebol:
1) Arrancar ou bater na bola que está na mão do adversário.
2) Bloquear ou empurrar o adversário com braços, mãos
ou pernas.
3) Deter ou segurar (corpo ou uniforme), empurrar, bater
ou pular sobre um adversário.
4) Colocar em perigo um adversário (com ou sem a bola).
É claro que violações nas regras descritas anteriormente po-
dem ocorrer na luta pela posse de bola. Todavia, violações em que
a ação é principal ou exclusivamente direcionada ao adversário e
© U1 - Introdução ao Handebol: da História às regras atuais 59

não à bola, serão punidas "progressivamente". O que significa que,


além de um tiro livre ou tiro de 7 metros, também há a necessi-
dade de uma punição pessoal, começando com uma advertência,
seguindo com um aumento para punições mais severas, como ex-
clusões e desqualificações.
Condutas antidesportivas também serão punidas progressi-
vamente, contudo, os árbitros têm o direito de determinar quando
uma violação em particular conduz a uma exclusão de 2 minutos
imediata, mesmo se o jogador não possuía uma advertência prévia.
Um jogador que coloca em perigo a saúde do adversário en-
quanto o ataca deverá ser desqualificado, particularmente se ele:
1) Pelo lado ou por trás, ou golpear ou puxar para trás o
braço de arremesso do jogador que está em processo de
arremesso ou passando a bola.
2) Executar qualquer ação que resulte num golpe na cabe-
ça ou pescoço do adversário.
3) Bater deliberadamente no corpo do adversário com seu
pé ou joelho ou de outro jeito qualquer, inclusive provo-
cando tropeços.
4) Empurrar o adversário que está correndo ou saltando,
ou atacá-lo de tal modo que o adversário perde controle
do seu corpo; isso também se aplica quando o goleiro sai
de sua área de gol em virtude de um contra-ataque dos
adversários.
5) Atingir um jogador de defesa na cabeça em um tiro livre
arremessado diretamente à baliza, desde que o jogador
de defesa não esteja se movendo; ou da mesma manei-
ra, atingir o goleiro na cabeça num tiro de 7 metros, des-
de que o goleiro não esteja se movendo.
Mesmo uma falta com um impacto físico pequeno pode ser
muito perigoso e ter consequências potencialmente muito perigo-
sas, quando a falta ocorre em um momento em que o adversário
está indefeso ou é pego inesperadamente. É o risco ao jogador
e não a aparentemente menor natureza do contato corporal que
deveria guiar e determinar a propriedade de uma desqualificação.

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Uma conduta antidesportiva grave feita por um jogador ou


oficial (capitão) de equipe dentro ou fora da quadra de jogo deverá
ser punida com desqualificação.
Veremos mais adiante no texto o que significam cada uma
das punições.
Um jogador que é culpado de agressão durante o tempo de
jogo deve ser expulso. A agressão fora do tempo de jogo conduz a
uma desqualificação.
Agressão é, para os propósitos desta regra, definida como
um ataque forte e deliberado contra o corpo de outra pessoa (jo-
gador, árbitro, secretário/cronometrista, oficial de equipe, delega-
do, espectador etc.). Em outras palavras, não é somente uma ação
reflexa ou o resultado de descuidados ou excessivos métodos.
As violações das regras antes mencionadas conduzem a um
tiro de 7 metros para os adversários, se a violação está direta ou in-
diretamente relacionada com uma interrupção do jogo, que impe-
diu uma clara chance de se marcar um gol para os adversários. De
outro modo, a violação conduz a um tiro livre para os adversários.

O gol
Um gol é marcado quando toda a bola ultrapassa comple-
tamente a largura da linha de gol (Figura 6), desde que nenhuma
violação às regras tenha sido cometida pelo arremessador, compa-
nheiro ou oficial de equipe antes ou durante o arremesso.
O árbitro de fundo confirma com dois apitos curtos e gesto
manual que o gol foi marcado.
© U1 - Introdução ao Handebol: da História às regras atuais 61

Figura 6 Vista lateral da baliza.

Algumas regras básicas devem ser observadas:


1) Um gol deve ser validado, se há uma violação das regras
por um defensor, mas a bola ainda entra na baliza.
2) Um gol não pode ser validado, se um árbitro ou o cro-
nometrista interrompeu o jogo antes que a bola tenha
cruzado completamente a linha de gol.
3) Um gol deve ser validado para os adversários, se o jogador
joga a bola dentro de sua própria baliza, exceto na situa-
ção em que o goleiro está executando um tiro de meta.
4) Um gol que tenha sido validado não pode mais ser anu-
lado, se o árbitro apitou para o subsequente tiro de saí-
da ser executado.
A equipe que marcou mais gols do que o adversário é a ven-
cedora.
O jogo é considerado empatado se ambas as equipes mar-
caram o mesmo número de gols ou não converteram gol nenhum.

Tiro de saída
Para iniciar o jogo, é executado o tiro de saída pela equipe
que vencer o sorteio e escolher começar com a posse de bola. Os
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adversários, então, têm o direito de escolher o lado da quadra. Al-


ternativamente, se a equipe que vencer o sorteio preferir escolher
o lado da quadra, então os adversários executam o tiro de saída.
As equipes mudam de lado de quadra no segundo período
do jogo.
O tiro de saída para início do segundo período é executado
pela equipe que não teve o tiro de saída no início do jogo.
Um novo sorteio é feito antes de cada período extra.
A cada gol marcado, o jogo é reiniciado com um tiro de saída
executado pela equipe que sofreu o gol.
O tiro de saída é executado em qualquer direção do centro
da quadra (com uma tolerância lateral de cerca de 1,5 metro). O
tiro é precedido por um apito, e na continuidade deve ser executa-
do dentro de 3 segundos.
O jogador executante do tiro de saída deve ocupar uma posi-
ção com pelo menos um pé sobre a linha central, e o outro pé em
cima ou atrás desta linha, e permanecer nesta posição até que a
bola tenha saído de sua mão. Os companheiros de equipe do execu-
tante não estão autorizados a cruzar a linha central antes do apito.
Para o tiro de saída do início de cada período (inclusive qual-
quer período extra), todos os jogadores devem estar nos seus pró-
prios lados de quadra.
Contudo, para o tiro de saída depois que um gol foi marcado,
os adversários do executante estão autorizados a estarem em am-
bos os lados da quadra. Em ambos os casos, porém, os adversários
devem estar a, pelo menos, 3 metros de distância do jogador exe-
cutante do tiro de saída.

Tiro lateral
Ocorre o tiro de lateral quando a bola ultrapassar a linha la-
teral em um dos lados da quadra. É executado pela equipe contrá-
ria a do jogador que tenha tocado a bola por último.
© U1 - Introdução ao Handebol: da História às regras atuais 63

O handebol se diferencia de outros esportes coletivos tam-


bém na cobrança do tiro lateral (cobrança de lateral), em que o
executante deve permanecer com um pé sobre a linha lateral e
permanecer na posição correta até que a bola tenha saído de sua
mão. Não há limites para o posicionamento do segundo pé.
O tiro lateral é executado sem o apito do árbitro, pelo adver-
sário da equipe cujo jogador tocou por último na bola antes que
ela cruzou a linha ou tocou o teto ou objeto fixado.
O tiro lateral é executado do ponto onde a bola cruzou a li-
nha lateral ou, se ela cruzou a linha de fundo, da intersecção entre
a linha lateral e a linha de fundo daquele lado. Enquanto o tiro
lateral está sendo executado, os adversários não podem estar a
menos de 3 metros do executante.

Tiro de meta
O tiro de meta é executado pelo goleiro quando a bola ar-
remessada por um oponente passar para fora pela linha de fundo
ou por sobre o travessão superior da trave sem ter sido tocada por
nenhum jogador de defesa, exceção feita ao goleiro.
O tiro de meta é executado pelo goleiro, sem o apito do árbi-
tro, para fora e por sobre a linha da área de gol.
O tiro de meta é concedido quando:
1) Um jogador da equipe adversária entrou na área de gol
violando a regra.
2) O goleiro controlou a bola na área de gol, ou quando a
bola ficar parada no solo dentro da área de gol.
3) Um jogador da equipe adversária tocou a bola quando ela
estava rolando ou parada no solo dentro da área de gol.
4) A bola cruzou a linha de fundo, depois de ter sido tocada
por último pelo goleiro ou pelo jogador da equipe ad-
versária.
Isso significa que em todas as situações anteriormente cita-
das, a bola é considerada fora de jogo, e que o jogo será reiniciado

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64 © Handebol

com um tiro de meta se houver uma violação depois que um tiro


de meta foi concedido e antes que ele tenha sido executado.

Tiro livre
O tiro livre nada mais do que a cobrança de uma falta no
handebol e é normalmente executado sem nenhum apito do ár-
bitro e, a princípio, do lugar onde a infração ocorreu. O que vem a
seguir são exceções deste princípio:
Os jogadores da equipe executante não devem tocar ou cru-
zar a linha de tiro livre dos adversários antes que o tiro livre seja
executado.
Os árbitros devem corrigir as posições dos jogadores da
equipe executante que estão entre a linha de tiro livre e a linha da
área de gol antes da execução do tiro livre, se as posições incorre-
tas tiverem influência no jogo.
O tiro livre deve, então, ser executado na sequência de um
apito.
O mesmo procedimento se aplica se os jogadores da equipe
executante entram na área restrita durante a execução do tiro livre
(antes que a bola tenha saído da mão do executante), se a execu-
ção do tiro não foi precedida por um apito.
Quando um tiro livre está sendo executado, os adversários
devem manter uma distância de, pelo menos, 3 metros do exe-
cutante. Eles estão, contudo, autorizados a permanecer imedia-
tamente no lado de fora da sua linha da área de gol, se o tiro livre
está sendo executado na sua linha de tiro livre. Interferência na
execução do tiro livre será penalizada.

Decisões para um tiro livre


Em princípio, os árbitros interrompem o jogo e o reiniciam
com um tiro livre para os adversários quando:
© U1 - Introdução ao Handebol: da História às regras atuais 65

1) A equipe em posse de bola comete uma violação das re-


gras que devem conduzir à perda de posse.
2) Os adversários cometem uma violação das regras que
cause para a equipe em posse de bola a sua perda.
Somando-se às circunstâncias anteriormente indicadas, um
tiro livre também é aplicado para reiniciar o jogo em certas situa-
ções em que o jogo for interrompido (ou seja, quando a bola está
em jogo), mesmo se nenhuma violação das regras tiver ocorrido:
1) Se uma equipe está em posse de bola no momento da
interrupção, esta equipe deve manter a posse.
2) Se nenhuma equipe está com posse de bola, então a
equipe que a detinha por último deverá tê-la em posse
novamente.

Tiro de 7 metros
O tiro de 7 metros é a "penalidade máxima" no handebol,
como se fosse o pênalti do futsal. É sempre executado com um
arremesso ao gol.
O jogador que o está executando deve se posicionar atrás da
linha de 7 metros, não mais distante do que 1 metro desta linha.
Depois do apito do árbitro, o executante não deve tocar ou cruzar
a linha de 7 metros antes que a bola tenha saído da sua mão.
Quando um tiro de 7 metros está sendo executado, os com-
panheiros do executante e os adversários devem se posicionar
fora da linha de tiro livre e permanecer nesta posição, até que a
bola tenha saído da mão do executante.
Não é mais permitido trocar goleiros, uma vez que o exe-
cutante está pronto para executar o tiro de 7 metros, parado na
posição correta com a bola na mão. Qualquer tentativa de fazer
uma substituição nessa situação será penalizada como atitude an-
tidesportiva.

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Decisões para um tiro de 7 metros


Um tiro de 7 metros é assinalado quando:
1) Uma clara chance de marcar um gol for impedida ilegal-
mente em qualquer lugar da quadra, por um jogador ou
oficial da equipe adversária.
2) Houver um apito não autorizado no momento de uma
clara chance de marcar um gol.
3) Uma clara chance de marcar um gol é impedida pela
interferência de alguém não participante do jogo. Por
exemplo: um espectador entra na quadra ou para os jo-
gadores com um apito.
Por analogia, também se aplica no caso de "força maior",
como uma repentina falha elétrica, que pare o jogo pre-
cisamente durante uma clara chance de marcar um gol.

Instruções gerais para a execução dos tiros: tiro de saída, tiro


lateral, tiro de meta, tiro livre e tiro de 7 metros

O executante
Observe os procedimentos do executante para a realização
dos tiros:
1) Antes da execução, o executante deve estar na posição
correta descrita para o tiro.
2) A bola deve estar na mão do executante.
3) Durante a execução, exceto no caso de tiro de meta, o
executante deve ter uma parte de um pé em constante
contato com o solo até que a bola seja liberada. O outro
pé pode ser levantado e apoiado repetidamente.
4) O executante deve permanecer na posição correta até
que o tiro tenha sido executado.
5) O executante não pode tocar a bola novamente até que
ela tenha tocado um outro jogador ou a baliza.
Ressalte-se que:
1) Um tiro será considerado executado quando a bola sair
da mão do executante.
© U1 - Introdução ao Handebol: da História às regras atuais 67

2) Um gol pode ser marcado diretamente de qualquer tiro.


Exceto um "gol contra" direto por meio de um tiro de meta
(ou seja, deixando a bola cair dentro de sua própria baliza).

Os companheiros do executante
Observe os procedimentos dos companheiros do executante
para a realização dos tiros:
1) Os companheiros devem tomar a posição descrita para
o tiro em questão.
2) Os jogadores devem permanecer nas posições corretas
até que a bola tenha saído da mão do executante.
3) A bola não pode ser tocada ou escondida por um com-
panheiro durante a execução.

Os jogadores defensores
Observe os procedimentos dos jogadores defensores para a
realização dos tiros:
1) Os jogadores defensores devem tomar a posição descri-
ta para o tiro e permanecer na posição correta até que a
bola tenha saído da mão do executante.
2) Posições incorretas por parte dos jogadores defensores
relacionadas com a execução do tiro de saída, tiro lateral
ou tiro livre, não devem ser corrigidas pelos árbitros se
os jogadores atacantes não estão em desvantagem por
cobrarem o tiro imediatamente. Se houver uma desvan-
tagem, então as posições serão corrigidas.

Punições

Advertência (cartão amarelo)


Uma advertência é a punição adequada para:
1) Ações que devam ser sancionadas progressivamente.
2) Atitudes antidesportivas que devam ser sancionadas
progressivamente.

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Atente que:
• Para um único jogador não deveria ser dada mais do que
uma advertência, e à equipe não deveria ser dada mais
do que três advertências; após isso, a punição deveria ser,
no mínimo, uma exclusão de 2 minutos.
• Para o jogador que já teve uma exclusão de 2 minutos,
não deveria ser subsequentemente dada uma advertên-
cia. Não mais do que uma advertência no total deveria ser
dada para os oficiais de equipe.

Exclusão (2 minutos)
Uma exclusão (2 minutos) deve ser dada:
1) Por uma falta de substituição, se um jogador a mais en-
tra na quadra, ou se um jogador ilegalmente interfere no
jogo na área de substituição.
2) Por faltas repetidas do tipo que devem ser punidas pro-
gressivamente.
3) Por conduta antidesportiva repetida de um jogador,
dentro ou fora da quadra.
4) Por conduta antidesportiva cometida por qualquer um
dos oficiais de uma equipe, depois que um deles tenha
recebido previamente uma advertência.
5) Por conduta antidesportiva do tipo que é julgado certo
como exclusão de 2 minutos em cada ocasião.
6) Como consequência de uma desqualificação de um joga-
dor ou oficial de equipe.
Atente que:
• Uma exclusão é sempre por um tempo de jogo de 2 minutos.
• A terceira exclusão para o mesmo jogador também con-
duz a uma desqualificação.
• O jogador excluído não está autorizado a participar do
jogo durante o seu tempo de exclusão, e a equipe não
está autorizada a substituí-lo na quadra.
© U1 - Introdução ao Handebol: da História às regras atuais 69

• O período de exclusão começa quando o jogo é reiniciado


por um apito.
• Uma exclusão de 2 minutos é transferida para o segundo
período de jogo se ela não foi completada até o final do
primeiro período de jogo. O mesmo se aplica do tempo
regulamentar para o período extra e durante o período
extra. Uma exclusão de 2 minutos não expirada no final
do período extra significa que o jogador não está auto-
rizado a participar no desempate subsequente, tal como
tiros de 7 metros.

Desqualificação (cartão vermelho)


Uma desqualificação deve ser dada:
1) Por conduta antidesportiva por um dos oficiais de equi-
pe, depois que eles tenham previamente recebido, am-
bos, uma advertência e uma exclusão de 2 minutos.
2) Por faltas que coloquem em perigo a saúde do adversá-
rio.
3) Por conduta antidesportiva grosseira de um jogador ou
oficial de equipe, dentro ou fora da quadra, e no caso
especial de significante ou repetida conduta antidespor-
tiva durante um desempate, tal como tiros de 7 metros.
4) Por uma agressão de um jogador antes do jogo ou du-
rante um procedimento de desempate.
5) Por uma agressão de um oficial de equipe.
6) Por causa da terceira exclusão para o mesmo jogador.
Atente que:
• Depois de assinalar um time-out, os árbitros devem clara-
mente indicar a desqualificação para o jogador faltoso ou
oficial de equipe e para o secretário/cronometrista, segu-
rando ao alto um cartão vermelho.
• A desqualificação de um jogador ou oficial de equipe é
sempre para todo o restante do tempo de jogo. O jogador
ou oficial deve sair da quadra e da área de substituição ime-

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diatamente. Depois de sair, o jogador ou oficial não está


autorizado a ter nenhuma forma de contato com a equipe.
• A desqualificação de um jogador ou oficial de equipe, den-
tro ou fora da quadra, durante o tempo de jogo, sempre
acarreta uma exclusão de 2 minutos para a equipe, o que
significa que a equipe é reduzida na quadra por um jogador.
• A desqualificação reduz o número de jogadores, ou oficiais,
que estão disponíveis para a equipe. A equipe pode, con-
tudo, permitir o complemento do número de jogadores na
quadra de novo, após a expiração da exclusão de 2 minutos.
• Uma desqualificação se aplica, em princípio, somente
para o restante do jogo no qual ela foi assinalada. Ela é
considerada como uma decisão dos árbitros com base
nas suas observações dos fatos. Não deve haver maiores
consequências desta desqualificação além do jogo, exce-
to no caso de desqualificação por causa de uma agressão
ou quando uma conduta antidesportiva grosseira de um
jogador ou oficial de equipe.

Expulsão
Uma expulsão deve ser dada quando um jogador é culpado
de uma agressão durante o tempo de jogo, dentro ou fora da qua-
dra de jogo.
O jogador expulso não pode ser substituído e deve sair da
quadra e da área de substituição imediatamente. Depois de sair,
o jogador não tem permissão de ter qualquer forma de contato
com a equipe. Uma expulsão deve ser explanada pelos árbitros no
relatório de jogo para as autoridades competentes.

Os árbitros
Em um jogo de handebol, dois árbitros com igual autoridade
deverão ser encarregados de cada jogo. Eles são assistidos por um
cronometrista e um secretário.
© U1 - Introdução ao Handebol: da História às regras atuais 71

São funções dos árbitros:


1) Monitorar a conduta dos jogadores e dos oficiais de
equipe do momento em que eles entram nas imedia-
ções da quadra até que eles saiam.
2) Conferir a presença de ambas as equipes com uniformes
apropriados.
3) Checar a súmula e o equipamento dos jogadores.
4) Assegurar que o número de jogadores e oficiais na área
de substituição esteja dentro dos limites.
5) Conferir a presença e a identidade dos "oficiais respon-
sáveis de equipe", de cada equipe. Qualquer irregulari-
dade deve ser corrigida.

9. POSSIBILIDADES PARA PRÁTICA PEDAGÓGICA


Agora que você já conhece as principais regras do handebol,
o que seus alunos precisarão saber? Será que deveríamos trazer um
caderno de regras e apresentá-las aos alunos? Será que eles preci-
sam saber todas estas regras para aprender sobre o handebol?
De acordo com Knijnik (2004), os alunos precisam conhecer
apenas as regras básicas do handebol, para poderem compreen-
der como o jogo se desenvolve.
O professor de Educação Física precisa encontrar meios para
fazer os alunos conhecerem essas regras, mas não é necessário
trazer o caderno de regras da Federação e pedir que leiam e discu-
tam, porque as informações, em nossa sociedade atual, chegam às
pessoas em uma velocidade quase instantânea e, provavelmente,
seus alunos já tenham ouvido falar ou assistido pela internet al-
gum vídeo sobre o handebol.
A sugestão é um jogo em que as crianças, a partir de 7 anos,
possam conhecer as dimensões da quadra de handebol e as linhas
que a circundam. Observe a descrição a seguir de duas atividades
que podem ser utilizadas.

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72 © Handebol

Pega-pega sobre as linhas


O objetivo deste jogo é conhecer as linhas da quadra de han-
debol, sendo indicado para crianças maiores de 7 anos.
Peça para os alunos caminharem sobre as linhas da quadra
para seu reconhecimento. Delimite quais são as linhas da quadra
de handebol e peça para andarem apenas sobre essas linhas. Es-
colha um pegador. Todos deverão se movimentar apenas sobre as
linhas, inclusive o pegador.
Conforme o pegador encostar em outra criança, esta deverá
se sentar sobre a linha da quadra no local onde foi pega, interrom-
pendo assim a passagem dos colegas. Quando todos forem pegos,
troca-se o pegador.
• Variação 1: em vez de a criança se sentar quando pega,
ela pode ajudar a pegar.
• Variação 2: pegador com bola utilizando (ou não) o drible
para se deslocar. Quem for pego fica com a bola.
• Variação 3: todos os alunos com bola utilizando o drible
para se deslocar.
Outra atividade interessante para os alunos se familiarizem
com as regras do handebol é a adaptação da brincadeira infantil
"mãe da rua" ou o "dono da rua". Nesse jogo, as crianças com-
preendem sobre a finalidade da área do goleiro e que nessa área
só se pode entrar saltando antes da linha da área para executar um
arremesso. Vejamos.

Mãe da rua
Neste jogo, o objetivo é compreender que não se pode pisar
na linha da área do goleiro, a não ser que se salte antes de entrar
durante um arremesso.
Os alunos deverão se posicionar dentro das áreas do goleiro,
locais onde serão os piques.
© U1 - Introdução ao Handebol: da História às regras atuais 73

Um aluno será o pegador e ficará no meio da quadra.


Os alunos deverão atravessar de um pique ao outro tentan-
do fugir do pegador. Mas, para entrarem na área, deverão saltar
antes da linha (pode-se colocar cordas próximas à área para au-
mentar a dificuldade).
Para crianças menores, pode-se simbolizar esse jogo, dizen-
do que é preciso saltar um rio antes de entrar na casinha (pique). O
pegador pode ser o lobo mau ou qualquer outro vilão das histórias
infantis.
Todos aqueles que forem pegos, ajudam a pegar.
Essas são apenas algumas sugestões para você introduzir as
regras do handebol em suas aulas de Educação Física na escola. É
muito interessante a utilização de vídeos para que os alunos visua-
lizem o que você está querendo ensinar.
Tente agora pensar em outras atividades para os alunos co-
nhecerem as regras do handebol. Bom trabalho!

10. HANDEBOL: QUADRA, AREIA OU CAMPO?


Vimos até o momento que o handebol evoluiu do cam-
po para a quadra, e também conhecemos suas regras praticadas
atualmente.
O handebol ainda é praticado na grama? E na areia, pode ser
jogado também?
O esporte ainda é praticado em campos gramados, como era
antigamente, mas não é um esporte oficial, sendo jogado por gru-
pos de estudantes universitários apenas como lazer.
Já na areia a história é bem diferente. É um esporte oficial.
Conhece o hand beach ou handebol de praia?
Então, leia a introdução do artigo "Análise das ações moto-
ras no handebol de areia", a seguir.

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74 © Handebol

Handebol de areia–––––––––––––––––––––––––––––––––––––
O handebol de areia é um jogo muito dinâmico, atrativo ao espectador e pautado
no fair play. As jogadas espetaculares são muito frequentes e o contato físico
é menos acentuado que no handebol de quadra (GEHRER, 2004). De acordo
com Duarte (2000), o handebol de areia é um jogo de muitas movimentações
que desperta muitas emoções nos seus praticantes e espectadores. Da mesma
forma que o futebol e o voleibol, o handebol é mais uma modalidade que sai
das quadras e ganha as praias de todo o mundo. De fato, a modalidade cresceu
rapidamente, pois nas últimas edições do Campeonato Mundial participaram 12
equipes masculinas e 12 femininas, contando com seleções nacionais de todos
os continentes. Isso demonstra que o handebol de areia é uma modalidade com
ampla aceitação no contexto dos esportes contemporâneos.
O handebol de areia teve origem no início da década de 90, na Itália, com adap-
tações de regras do handebol de quadra, com a finalidade de tornar o jogo na
areia mais dinâmico. Porém, essas não foram publicadas oficialmente. Já em
1992 as primeiras partidas e torneios foram disputados também na Itália obede-
cendo a essas regras não oficiais. Entretanto, no mesmo ano, esse jogo também
era praticado nas praias francesas sob a denominação de sandball e na Holanda
como handball on the beach. No XXV Congresso da Federação Internacional
de Handebol (IHF), em Noordwijik, Holanda, em 1994 ocorreu a apresentação
do handebol de areia para os participantes de todo o mundo e foi realizada uma
partida de demonstração entre Holanda e Itália (RIBEIRO & RIBEIRO, 2007).
O presidente da Confederação Brasileira de Handebol (CBHb), o professor Ma-
noel Luiz de Oliveira, participou desse XXV Congresso da IHF, interessou-se
pela modalidade e angariou recursos junto ao Comitê Olímpico Brasileiro (COB)
para, em 1995, no Brasil, realizar o I Torneio Internacional de Handebol de Areia
entre seleções masculinas, com a participação de Brasil (campeão), Argentina,
Itália e Portugal (RIBEIRO & RIBEIRO, 2007). No mesmo ano, uma resolução
do Conselho da IHF adota oficialmente o handebol de areia. As primeiras regras
oficiais foram apresentadas em 1996, no XXVII Congresso da IHF, em Hilton
Head, Estados Unidos da América, e divulgadas através de uma publicação da
IHF Beach Handball – Rules of the Game.
Em 2001, o handebol de areia foi incluído no World Games de Akita, Japão, com-
petição organizada pelo Comitê Olímpico Internacional (COI). Os campeões foram
a Bielorrússia no masculino e a Ucrânia no feminino. O primeiro Campeonato Mun-
dial de Handebol de Areia, organizado pela IHF, foi realizado no Egito, em 2004,
sendo vencido por Egito e Rússia, no masculino e feminino, respectivamente.
A característica do handebol de areia se difere em vários pontos das característi-
cas do handebol de quadra, sendo uma delas, o fato de existirem menos jogado-
res se confrontando em cada equipe (1 goleiro + 3 jogadores de linha), facilitando
as jogadas individuais, já que a relação espaço/jogador é maior dando mais liber-
dade de ação. Isso proporciona mais espaço, consequentemente haverá maior
mobilidade para os deslocamentos, além de um esforço físico considerável para
o desmarque.
Várias ações motoras ocorrem durante uma partida de handebol de areia, porém
com intensidades diferentes. O handebol de areia assim como o handebol de
quadra se caracteriza com alternâncias de esforço e pausa se caracterizando as-
sim uma atividade física intermitente, e o fato de a areia provocar maior resistên-
cia nos deslocamentos, o esforço pode ser maior para um jogador se movimentar
de um lado a outro da quadra.
© U1 - Introdução ao Handebol: da História às regras atuais 75

A técnica no handebol é a unidade das partes que irão compor o jogo, e possui
como suporte a preparação física. Nesse sentido, a técnica está subordinada
diretamente à teoria e ao regulamento do jogo (MARTINS, [s.d]). Assim, como o
arremesso é um dos fundamentos com maior variação no jogo, vários tipos são
executados durante o jogo, dentre eles o arremesso com giro e as aéreas, com
apoio e em suspensão, sendo imprescindível à realização de saltos para que
haja uma execução eficiente de alguns.
Como o handebol de areia possui um solo irregular, o fundamento "drible", não
acontece com muita freqüência, priorizando a troca de passes entre os jogado-
res como forma de agilizar o jogo. Com o intuito de interceptar os arremessos,
os jogadores utilizam dois tipos de bloqueios, sendo classificado como bloqueio
vertical, onde o salto para bloquear o arremesso acontece mais para o alto; e
o bloqueio inclinado, onde o corpo se projeta para dentro da área e para trás
(MONTEIRO, [s.d]).
Quanto a tática de jogo, como o handebol de areia contém bastante espaço em
quadra, é necessário a criação de estratégias para se opor ao adversário com
alguma vantagem, nesse sentido é comum durante o jogo, a participação de um
"goleiro atacante", buscando a superioridade numérica (4 contra 3), aumentando
as chances de arremesso ao gol, exigindo também da defesa maior movimen-
tação para impedir a progressão do ataque e conseqüentemente a tomada de
bola. Isso exige rapidez nas ações para que haja um aproveitamento das con-
dições criadas pelo ataque e contra-ataque, ocorrendo diversas movimentações
individuais, como deslocamentos de curta média e longa distância, com inten-
sidades baixa, moderada e alta, além da execução de saltos, passes longos e
curtos, e a melhor forma de arremesso, desde os simples, como o apoiado ou em
suspensão, chegando aos mais complexos como aéreas ou com giro (CRISPIM
JÚNIOR et al., 2010).
––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
Como você deve ter percebido ao longo do artigo anterior, o
handebol de areia é um esporte muito dinâmico e que exige gran-
de preparo físico. Uma regra interessante deste esporte é que os
gols "espetaculares" (de ponte aérea, com giro de 360o etc.) e gol
de goleiro valem 2 pontos e gols simples apenas um ponto.
Você acha que seria possível praticar esse esporte na esco-
la? Embora em algumas escolas não haja sequer uma quadra co-
mum, muito menos uma de areia, nem por isso se deve deixar de
apresentar aos alunos essa modalidade, a fim de que eles tenham
oportunidade de praticá-la.
Você pode apresentar a modalidade por intermédio de figu-
ras e vídeos e adaptá-la para o espaço que você tem em sua escola
(quadra, gramado ou pátio). Faça adaptações no espaço, no número
de jogadores e na forma de fazer gols. Cada gol "bonito" que seus

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76 © Handebol

alunos fizerem, valorize com dois pontos. Assim, você os incentivará


a serem criativos e desenvolverem novas habilidades motoras.

11. QUESTÕES AUTOAVALIATIVAS


Confira, a seguir, as questões propostas para verificar seu de-
sempenho no estudo desta unidade:
1) No início da unidade, foi enfatizada a diferença entre saber jogar handebol
e saber ensinar handebol. Explique a diferença entre essas duas formações,
destacando e explicando qual delas é a mais importante para um professor
de Educação Física escolar.

2) Observamos nesta unidade que a origem e a história do handebol se dife-


renciam das demais modalidades coletivas. Faça uma comparação com ou-
tra modalidade coletiva que você já tenha estudado durante o curso, com-
parando seus aspectos históricos e a evolução ao longo dos anos. Destaque
as principais diferenças entre elas.

3) As regras do handebol podem ser transformadas didática e pedagogicamen-


te para a iniciação ao esporte. Faça uma síntese das regras básicas do hande-
bol incluindo os seguintes itens: quadra (desenhe a quadra de jogo com suas
respectivas linhas e balizas), tempo de jogo, bolas, equipes, substituição dos
jogadores, goleiros, tiros (livre, de 7 metros e lateral), sanções disciplinares
e desenvolvimento do jogo de handebol.

4) Elabore uma atividade com objetivo de ensinar uma das regras do handebol.
Indique a regra que pretende ensinar, nome da atividade e seu desenvolvi-
mento.

5) O handebol de areia é uma evolução e adaptação do handebol de quadra


para diferentes espaços e realidades. Agora é sua vez de sugerir uma nova
forma de se jogar o handebol de areia na escola, mais especificamente na
quadra poliesportiva. Como seria este jogo? Desenhe o espaço, descreva as
regras e como será jogado.

12. CONSIDERAÇÕES
Nesta unidade você pôde se familiarizar com os aspectos
históricos e com as regras básicas do handebol. Se você não teve
nenhum contato com o handebol antes de conhecer este material,
agora já tem conhecimentos suficientes para assistir a partidas de
handebol e compreender o jogo com facilidade.
© U1 - Introdução ao Handebol: da História às regras atuais 77

Lembre-se de que o objetivo não é que você se torne um


jogador ou técnico de handebol, e sim um professor de Educa-
ção Física que tenha conhecimentos básicos sobre o handebol que
possam ser trocados com seus alunos durante as aulas, sendo um
facilitador do processo de aprendizagem de seus futuros alunos.
Na próxima unidade, você conhecerá os aspectos técnicos
do handebol e aprenderá como transformá-los em conteúdos de
suas aulas de Educação Física escolar, sabendo como ensiná-los.

13. E-REFERÊNCIAS
Lista de figuras
Figura 1 Haspartum. Disponível em: <http://museudosbrinquedos.wordpress.com/>.
Acesso em: 03 jul. 2012.
Figura 2 Hazena. Disponível em: <http://www.hazena-uvaly.cz/galerie/
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Figura 3 Hazena BSK, em Beograd, Sérvia, 1924. Disponível em: <http://www.flickr.com/
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Figura 4 Quadra de jogo. Disponível em: <http://www.ebah.com.br/content/
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Figura 5 A baliza vista de frente. Disponível em: <http://www.google.com/imgres
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channel=fflb&biw=1360&bih=575&tbm=isch&tbnid=d9RO3OUUpad4uM:&imgref
url=http://arnaldo.esporteblog.com.br/9894/HANDEBOL-QUADRA-REGRAS/&doc
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page=1&tbnh=123&tbnw=89&start=0&ndsp=24&ved=1t:429,r:2,s:0,i:82>. Acesso em:
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Figura 6 Vista lateral da baliza. Disponível em: <http://www.fphand.com.br/images/
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Sites pesquisados
CONFEDERAÇÃO BRASILEIRA DE HANDEBOL. Homepage. Disponível em: <http://www.
brasilhandebol.com.br/>. Acesso em: 02 jul. 2012.
FEDERAÇÃO PAULISTA DE HANDEBOL. Regras do Handebol. Disponível em: <http://www.
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Acesso em: 15 maio 2012.

Claretiano - Centro Universitário


78 © Handebol

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portalsaofrancisco.com.br/alfa/handebol/historia-do-handebol.php>. Acesso em: 15
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SANTANA, W. C. Aprender e ensinar. Disponível em: <http://pedagogiadofutsal.com.br/
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KAWASHIMA, L. B. Conteúdos de Educação Física para o Ensino Fundamental da Rede
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25 jun. 2012.

14. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS


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handebol de areia. Revista Hórus, Ourinhos, v. 4, n. 1, p. 113-114, 2010.
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pedagógica. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2005.
KNIJNIK, J. D. Conceitos básicos para a elaboração de estratégias de ensino e aprendizagem
na iniciação à prática do Handebol. Revista Ludens – Ciências do Desporto, Lisboa, p. 75-
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NEIRA, M. G. Educação Física: desenvolvendo competências. 2. ed. São Paulo: Phorte,
2006.
______. O ensino da Educação Física na Educação Básica: o currículo na perspectiva
cultural. In: MOREIRA, E. C. (Org.). Educação Física escolar: desafios e propostas 1. 2. ed.
Jundiaí: Fontoura, 2009. p. 65-94.
RAMOS, G. N. S. Preparação profissional em Educação Física: a questão dos estágios.
Campinas: Unicamp, 2002. (Tese de Doutorado)
VIEIRA, S.; FREITAS, A. O que é Handebol. Rio de Janeiro: Casa da Palavra, 2007.

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