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Rio Claro-SP
Dezembro/2017
ALEXANDER KLEIN TAHARA
Rio Claro - SP
2017
796 Tahara, Alexander Klein
T128p Práticas corporais de aventura: construção coletiva de um
material didático digital / Alexander Klein Tahara. - Rio
Claro, 2017
189 f. : il., figs., quadros, fots.
O objetivo geral desta tese foi elaborar, implementar e avaliar um material didático
digital de acordo com as habilidades propostas na Base Nacional Comum Curricular,
para o ensino das Práticas Corporais de Aventura (PCA) urbanas em aulas de
Educação Física do Ensino Fundamental 6º e 7º anos. Para tanto, esta tese de
natureza qualitativa, com método do tipo pesquisa-ação, foi estruturada em três
etapas distintas. Na primeira etapa, foi realizado um diagnóstico junto a 18
professores de Educação Física da rede municipal e estadual de ensino de
Ilhéus/BA, a respeito da abordagem do conteúdo referente às PCA e ao uso do
Facebook em aulas. Constatou-que o conteúdo referente às PCA ainda é pouco
tratado em aulas de Educação Física nas escolas públicas desta cidade, assim
como o uso das tecnologias e especialmente do Facebook em geral não ocorre
nestas instituições. Na segunda etapa, o objetivo foi relatar o processo de
construção coletiva do material didático digital a respeito das PCA urbanas,
elaborado pelo pesquisador e um grupo composto por 6 professores participantes do
diagnóstico inicial. Pode-se dizer que o trabalho coletivo desenvolvido foi uma
experiência produtiva, no que se relaciona à elaboração de um material didático
digital a respeito de uma temática pouco discutida/experimentada em aulas de
Educação Física. Na terceira e última etapa, o intuito foi avaliar o processo de
implementação deste material didático digital elaborado na etapa anterior da
pesquisa. Cinco professores puderam implementar suas aulas com o conteúdo das
PCA urbanas. Mesmo ocorrendo determinadas dificuldades, como as instalações
físicas e materiais ruins das escolas, a insuficiência de recursos tecnológicos, entre
outros, foi possível verificar que os professores puderam utilizar o material didático
produzido, especialmente quando a ênfase era na parte teórica e em sala de aula.
Pode-se concluir que esta tese foi atingida, uma vez que em cada uma das três
etapas foi possível atingir os objetivos finais, havendo a produção de um material
didático digital que pode auxiliar os professores participantes da pesquisa no ensino
das PCA urbanas em aulas de Educação Física na escola.
The general objective of this thesis was to elaborate, implement and evaluate a
digital didactic material according to the abilities proposed in the National Curricular
Common Base for the teaching of urban Adventure Body Practices (PCA) in Physical
Education classes of Elementary School 6th and 7th years. Therefore, this qualitative
thesis was structured in three articles. In article I, a diagnosis was made to 18
teachers of Physical Education of the municipal and state educational network of
Ilhéus / BA, regarding the approach of the content related to PCA and the use of
Facebook in classes. He found that the content regarding PCA is still little treated in
Physical Education classes in public schools in this city, just as the use of technology
and especially of Facebook in general does not occur in these institutions. In article
II, the objective was to report the process of collective construction of the digital
didactic material regarding urban PCA, prepared by the researcher and a group
composed of 6 teachers participating in the initial diagnosis. It can be said that the
collective work developed was a very productive experience, in which it is related to
the elaboration of a didactic material with quality regarding a thematic little discussed
/ experienced in classes of Physical Education. In article III, the purpose was to
evaluate the process of implementation of this digital didactic material elaborated in
the previous stage of the research. Five teachers were able to implement their
classes with the content of urban PCA. Even when certain difficulties were
encountered, such as poor physical and material facilities of schools, insufficient
technological resources, among others, it was possible to verify that teachers could
use the didactic material produced, especially when the emphasis was on the
theoretical part and classroom of class. It can be concluded that this thesis was
reached, since in each of the three articles it was possible to reach the final
objectives, with the production of a digital didactic material that can help teachers in
the teaching of urban PCA in Physical Education classes at school.
EF – Educação Física
Página
APRESENTAÇÃO ............................................................................................................... 11
1 - INTRODUÇÃO ............................................................................................................... 14
1.1 – Objetivo Geral ......................................................................................................... 23
1.2 – Objetivos específicos............................................................................................... 23
2 - A RELAÇÃO ENTRE “EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR” X “CONTEÚDO AVENTURA” X
“BASE NACIONAL COMUM CURRICULAR” ....................................................................... 24
2.1 - Caracterização Geral das PCA e Definições Terminológicas ................................... 28
2.2 - Conteúdo “Aventura” na Educação Física escolar: “estado da arte” em onze
periódicos nacionais da área de Educação Física ............................................................ 35
2.3 – Por que ensinar na escola: objetivos e dificuldades acerca da inserção das PCA nas
aulas de Educação Física ................................................................................................ 44
2.3.1 - Objetivos relacionados à inserção das PCA nas aulas de Educação Física ...... 45
2.3.2 - Dificuldades relacionadas à inserção das PCA nas aulas de Educação Física .. 51
2.4 - O que é ensinado nas aulas de Educação Física escolar acerca das PCA .............. 54
2.5 - Base Nacional Comum Curricular (BNCC) e o conteúdo das PCA ........................... 60
3 - TECNOLOGIAS DA INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO (TIC), USO DO FACEBOOK EM
CONTEXTO EDUCACIONAL E MATERIAIS DIDÁTICOS EM EDUCAÇÃO FÍSICA ........... 65
3.1 - Tecnologias da Informação e Comunicação (TIC) na Educação e na Educação Física
escolar – possibilidades e dificuldades ............................................................................. 67
3.1.1 - Estudos que relacionam as TIC à Educação Física escolar ............................... 70
3.1.2 - Dificuldades quanto à inserção das TIC em aulas escolares ............................. 75
3.2 - Uso do Facebook em Contexto Educacional ............................................................ 79
3.3 - Materiais Didáticos – facilitadores do processo de ensino e aprendizagem ............. 83
3.3.1 - Materiais Didáticos na Educação Física escolar ................................................ 85
4 – MATERIAIS E MÉTODOS ............................................................................................. 91
4.1 – Natureza da Pesquisa ............................................................................................. 91
4.2 – Primeira etapa: diagnóstico inicial junto aos professores ......................................... 92
4.3 – Segunda etapa: encontros para elaboração do material didático digital .................. 95
4.4 – Terceira etapa: implementação e avaliação do material didático digital ................... 98
4.5 – Análise dos Dados ................................................................................................ 100
5 – RESULTADOS E DISCUSSÃO ................................................................................... 102
5.1 – Diagnóstico inicial junto aos professores ............................................................... 102
5.1.1 - Conhecimento sobre as PCA, BNCC e TIC ..................................................... 102
5.1.2 - Possibilidades acerca da implementação das PCA, TIC e Facebook na escola
................................................................................................................................... 104
5.1.3 - Dificuldades para a implementação das PCA, TIC e Facebook no contexto
escolar ........................................................................................................................ 107
5.2 - Encontros para elaboração do material didático digital ........................................... 110
5.2.1 – Os encontros coletivos entre pesquisador e professores ................................ 110
5.2.2 – A Base Nacional Comum Curricular (BNCC) e o conteúdo das PCA .............. 113
5.2.3 – Os materiais didáticos associados às tecnologias e a Educação Física escolar
................................................................................................................................... 116
5.2.4 – Os recursos e instalações das escolas públicas ............................................. 119
5.3 – Implementação e avaliação do material didático digital ......................................... 122
5.3.1 – O material didático digital ................................................................................ 122
5.3.2 - O conteúdo PCA x recursos e instalações das escolas ................................... 125
6 – CONSIDERAÇÕES FINAIS ......................................................................................... 134
7 – REFERÊNCIAS ........................................................................................................... 140
ANEXO A – PARECER DO COMITÊ DE ÉTICA ............................................................... 155
APÊNDICE A – PARTE DO MATERIAL DIDÁTICO NO FACEBOOK................................ 161
11
APRESENTAÇÃO
1 - INTRODUÇÃO
ser um bom caminho para que os professores pudessem (re) pensar sua prática
pedagógica.
Entretanto, como relata Darido et al. (2010), na área da Educação Física
escolar a produção deste tipo de material é ainda pouco significativa. Os autores
evidenciam que:
abordagem deste conteúdo nas aulas de Educação Física, quase sempre baseado
na competição, tende a contribuir para uma adaptação de relações individualistas e
competitivas entre os alunos e, principalmente, na exclusão de parte dos menos
habilidosos.
A esse respeito, Rodrigues e Darido (2008) evidenciam que não se deve
negar o ensino do esporte e das técnicas esportivas, uma vez que os mesmos são
elementos integrantes da Cultura Corporal e, assim, devem ser ensinados no
desenvolvimento das aulas de Educação Física na escola. A questão central é fazer
dos gestos técnicos e do esporte conteúdo principal ou único e, por ventura,
contribuir com a exclusão dos alunos que tenham maiores dificuldades com
determinadas modalidades.
Existe, como mencionado, uma predominância de determinados conteúdos
tratados na escola, preferencialmente aqueles ligados às modalidades esportivas
tradicionais. Desta forma, pressupõem-se que enfatizar algo relativamente “novo”
possa contribuir para uma diversificação dos conteúdos trabalhados pelos docentes
e estímulo aos alunos para vivência de novas experiências e aprendizagens.
A temática referente à “aventura” vem se consolidando junto à comunidade
acadêmica e científica nos últimos anos, e não poderia ser diferente em relação à
área da Educação Física, inclusive pensando cada vez mais em sua inserção no
âmbito das aulas escolares.
Pereira e Armbrust (2010) mencionam que as rápidas mudanças e
transformações da sociedade atual faz com que os professores de Educação Física
que trabalham na escola repensem formas de contextualizar os conteúdos da
referida área entre os alunos, tentando oportunizar sempre aulas prazerosas e
diversificadas em relação às vivências. Os autores acreditam que a inserção dos
esportes radicais em ambiente escolar possa ser uma boa maneira de abordagem
da temática do Meio Ambiente em uma aula de Educação Física, além do fato de
poder referenciar muitas modalidades de aventura como um novo conteúdo entre os
educandos.
Os conteúdos da Cultura Corporal de Movimento cumprem a tarefa de
transmitir uma tradição de práticas corporais construída historicamente na área de
conhecimento da Educação Física, permitindo também que os educandos se
apropriem e se enriqueçam com eles, ou seja, que os ensinamentos e valores
possam ser positivos para a sua vida enquanto cidadão além dos muros escolares.
26
Por outro lado, devem ser sempre renovados e contextualizados para que sejam
atuais e significativos aos alunos.
Franco (2011) indica que as atividades físicas de aventura são uma realidade
em nossos dias, ocupando um espaço considerável nos meios midiáticos, nos
passeios entre amigos e familiares, além das competições e reproduções lúdicas em
parques temáticos. Acrescenta que essa relação da aventura com os seres
humanos faz parte da nossa evolução histórica nas práticas corporais e, por isso, tal
temática poderia e deveria ser enfatizada dentro das aulas de Educação Física na
escola.
Nessa mesma linha de raciocínio, Alves e Cosino (2013) acreditam ser
necessária a inclusão nos currículos escolares de atividades contemporâneas e
desafiadoras, possibilitando uma maior diversificação dos conteúdos. Os esportes
de aventura podem oferecer novos e significativos desafios tanto para os alunos
quanto para os professores, podendo ser compreendidos como vivências capazes
de contemplar os princípios norteadores da Cultura Corporal de Movimento, se
apresentando como um tema de extrema relevância para o cotidiano da Educação
Física escolar.
Pensa-se que é possível (e necessário) contextualizar e tratar as PCA como
parte da Cultura Corporal de Movimento pelo fato de que tais práticas são
manifestações corporais que fazem parte da história da humanidade. É possível
assistirmos em filmes ou mesmo analisando imagens em revistas e livros que desde
os primórdios os indivíduos iam ao encontro da natureza para sua subsistência
básica, seja escalando montanhas para procura de alimentos e abrigo, descendo
corredeiras em embarcações feitas por tronco de árvores, mergulhando em rios para
pesca e banho, entre tantas outras possibilidades que às vezes nem se consegue
imaginar como pudesse ocorrer na época.
Diante disso, pelo fato de que todas as manifestações de PCA envolverem o
movimento como uma orientação e ação básicos, além do fato de tais práticas
fazerem parte da cultura de diferentes povos, é que se imagina que há de se
resgatar estas práticas e levá-las para a escola como um conteúdo a ser tratado e
problematizado pela área da Educação Física.
A respeito de quais conteúdos efetivamente devem compor os currículos, se
remete a Forquin (1993), o qual defende que a educação escolar não se limita a
fazer seleção entre os saberes de um dado momento. Ela deve também reorganizar
27
Periódico Movimento Motriz REF RBCE RBEFE RBCM Motrivivên- Pensar a Conexões Arquivos Mackenzie Total (por ano)
/Ano (UEM) (USP) cia Prática em
Movimento
2005 30 (1) (0) 25 (0) (0) 24 (1) (0) 33 (0) (0) 28 (0) (0) 57 (2) (0) 22 (0) (0) 17 (0) (0) 15 (0) (0) 20 (0) (0) 10 (0) (0) 281 (4) (0)
2006 29 (0) (0) 35 (3) (0) 24 (0) (0) 36 (1) (0) 28 (1) (0) 51 (0) (0) 21 (0) (0) 21 (2) (0) 17 (0) (0) 17 (0) (0) 33 (0) (0) 312 (7) (0)
2007 31 (0) (0) 38 (0) (0) 24 (0) (0) 40 (7) (1) 35 (0) (0) 57 (0) (0) 22 (0) (0) 22 (0) (0) 18 (0) (0) 20 (1) (0) 55 (1) (0) 362 (9) (1)
2008 33 (2) (0) 58 (0) (0) 60 (0) (0) 39 (0) (0) 28 (1) (0) 50 (2) (0) 40 (1) (0) 33 (1) (0) 24 (1) (0) 23 (0) (0) 55 (1) (0) 443 (9) (0)
2009 54 (3) (0) 110 (3) (0) 60 (0) (0) 42 (1) (0) 34 (2) (0) 55 (3) (0) 23 (0) (0) 39 (0) (0) 28 (0) (0) 20 (1) (0) 33 (0) (0) 498 (13) (0)
2010 66 (1) (0) 119 (7) (0) 60 (0) (0) 62 (3) (0) 48 (1) (0) 57 (4) (0) 36 (0) (0) 42 (1) (0) 42 (0) (0) 20 (0) (0) 32 (0) (0) 584 (17) (0)
2011 60 (0) (0) 84 (2) (0) 60 (1) (0) 70 (3) (0) 72 (3) (0) 52 (0) (0) 33 (0) (0) 46 (3) (0) 24 (1) (0) 16 (1) (1) 24 (0) (0) 541 (14) (1)
2012 60 (1) (1) 77 (0) (0) 60 (0) (0) 66 (1) (0) 63 (0) (0) 56 (1) (0) 39 (0) (0) 66 (0) (0) 54 (0) (0) 16 (2) (0) 25 (1) (0) 582 (6) (1)
2013 60 (0) (0) 97 (2) (0) 60 (3) (0) 69 (2) (0) 60 (0) (0) 80 (2) (0) 39 (1) (1) 79 (1) (0) 44 (1) (0) 14 (0) (0) 30 (0) (0) 632 (12) (1)
2014 88 (0) (0) 60 (0) (0) 60 (1) (0) 63 (0) (0) 60 (1) (0) 80 (1) (0) 43 (0) (1) 82 (1) (0) 38 (1) (0) 17 (0) (0) 30 (0) (0) 621 (5) (1)
2015 75 (2) (0) 54 (0) (0) 60 (2) (0) 57 (1) (0) 60 (1) (0) 80 (1) (0) 52 (0) (0) 78 (1) (0) 48 (0) (0) 12 (0) (0) 15 (1) (0) 591 (9) (0)
2016 100 (1) (0) 61 (0) (0) 60 (0) (0) 56 (1) (0) 63 (0) (0) 80 (0) (0) 55 (2) (1) 77 (1) (0) 28 (1) (2) 15 (0) (1) Nada consta 595 (6) (4)
2017 75 (3) (0) 47 (0) (0) 60 (1) (0) 44 (1) (0) 16 (0) (0) 60 (0) (0) 50 (0) (1) 53 (0) (0) 17 (0) (0) Nada consta Nada consta 422 (5) (1)
Total (por 761 (14) (1) 865 (17) (0) 672 (9) (0) 677 (21) (1) 595 (10) (0) 815 (16) (0) 475 (4) (4) 655 (11) (0) 397 (5) (2) 210 (5) (2) 342 (4) (0) 6464 (116) (10)
periódico)
Fonte: Dados coletados na pesquisa.
Legenda: Revista Movimento (ESEF - UFRGS); Revista Motriz (UNESP - Rio Claro); Revista da Educação Física (UEM); RBCE – Revista Brasileira de
Ciências do Esporte (CBCE); RBEFE - Revista Brasileira de Educação Física e Esporte (USP); RBCM - Revista Brasileira de Ciência e Movimento;
Motrivivência (UFSC); Pensar a Prática (UFG); Conexões (FEF – UNICAMP); Arquivos em Movimento (UFRJ); Revista Mackenzie de Educação Física e
Esporte.
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Sabe-se que as PCA apresentam uma grande variedade no que tange aos
diferentes tipos de modalidades ou práticas, podendo ocorrer diretamente junto à
natureza, como é o caso do surfe, trekking, mergulho, mountain bike, rafting, entre
outros, ou mesmo em meio urbano, como é o caso do skate, slackline, escalada em
parede artificial, parkour, entre outras práticas.
A própria Base Nacional (BNCC/BRASIL, 2017) retrata a importância de se
realizar adaptações no espaço escolar, no propósito de simular as práticas de
aventura, ou mesmo de forma real, tornando possível que o aluno experimente a
vivência e o aprendizado deste conteúdo.
Diante do amplo repertório de possibilidades de PCA, se abre espaço para
compreender que muitas destas manifestações corporais poderiam (e deveriam)
ocorrer em âmbito educacional nas aulas de Educação Física, a depender do
contexto em que se localiza a escola e das condições físicas, materiais e
capacitação docente para efetivar tal inserção.
42
O quadro 5 ilustra quais os conteúdos das PCA foram abordados nos 126
artigos analisados no “estado da arte” deste estudo, com superioridade das práticas
ligadas ao surfe, skate e canoagem.
Quadro 5 – Conteúdos enfocados das PCA nos artigos analisados no estado da arte
Trabalho e Consumo, assim como o Meio Ambiente, os quais deveriam ser tratados
por todas as disciplinas escolares, inclusive pela Educação Física.
Ao traçar relações com o tema transversal do Meio Ambiente, Galvão,
Rodrigues e Silva (2005) refletem sobre a importância da presença dos esportes de
aventura na escola, sendo que as discussões surgidas no decorrer das aulas,
motivadas muitas vezes pela mídia ou mesmo por vivências extra-escola, podem ser
abordadas pelos professores de diversas maneiras. A participação neste tipo de
prática, especialmente àquelas realizadas junto à natureza, podem representar uma
possibilidade de aproximação maior entre os alunos e questões acerca do Meio
Ambiente, sendo possível vivenciar, por exemplo, manifestações como o trekking,
mountain bike, escalada indoor, surfe, entre outros.
Franco, Cavasini e Darido (2014) salientam que nenhum dos conteúdos da
Educação Física se aproxima tanto das abordagens relacionadas à Educação
Ambiental quanto as PCA. Evidencia-se uma oportunidade da utilização desses
conteúdos para inserção neste campo, tornando possível relacionar as PCA com o
tema transversal Meio Ambiente. Estas práticas podem gerar discussões quanto à
sustentabilidade, reutilização de materiais, impactos ambientais, ações (in)
desejadas feitas pelo ser humano perante o meio, levando os alunos a refletirem e
debaterem sobre os preceitos da educação ambiental.
Um dos artigos encontrados no estado da arte deste capítulo também tece
comentários acerca da inserção destas práticas ao contexto das aulas escolares,
relacionando-as ao tema transversal Meio Ambiente.
Guimarães et al. (2007) comentam que as aulas de Educação Física escolar
em geral são centradas em propostas de práticas esportivas visando mais as
competições e o treinamento esportivo das modalidades. Tais práticas podem
acarretar, de um lado, a desmotivação para as aulas e, por outro, a exclusão, em
que só os mais aptos e técnicos participam. Os conteúdos da Educação Física
devem ser aplicados em atividades variadas, pautadas em propostas transversais,
sendo que assim os professores podem atender às expectativas dos alunos,
oferecendo um conhecimento que irá além do desenvolvimento de habilidades
motoras.
Os autores acrescentam a importância dos esportes da natureza como um
conteúdo a ser trabalhado pois “[...] são excelentes possibilidades de fundir os
47
2.4 - O que é ensinado nas aulas de Educação Física escolar acerca das PCA
educandos, mesmo que fora do ambiente escolar, mais amplo será o conhecimento
sobre a Cultura Corporal de Movimento a ser transmitida às crianças e jovens. Para
tanto, exemplifica uma corrida de orientação cooperativa, com utilização de mapas
(croqui) dos locais em que se processará a atividade e, também, a criação e uso de
bússolas e também de cartas topográficas.
Ademais, propõe algumas atividades sobre rodas, como skate, patinetes e
patins (havendo revezamento no uso dos equipamentos), além da improvisação nos
equipamentos de segurança, se utilizando de papelão para confecção de joelheiras,
cotoveleiras e caneleiras. No caso das modalidades aquáticas, pode conseguir
câmaras de ar usadas, de pneus de caminhão, por preços acessíveis e transformá-
las em material pedagógico para uso em corredeiras e/ou piscinas fazendo alusão,
por exemplo, ao boia cross e acqua-ride (FRANCO, 2011).
Pereira e Armbrust (2010), de uma forma bem clara e objetiva, enfatizam
sequências didáticas acerca de inúmeras modalidades, tais como montanhismo,
técnicas verticais, corridas de aventura, parkour, skate, patins, surfe, mergulho e
canoagem. Em cada uma das modalidades apresentam as três dimensões do
conhecimento (conceitual, procedimental e atitudinal) e o que o professor poderia
explorar em cada um deles no planejamento e desenvolvimento de suas aulas, se
utilizando de criatividade para adaptar e improvisar de acordo com o espaço para
ministrar as aulas.
Muitas modalidades necessitam de inúmeros materiais específicos para a
referida prática, o que pode dificultar sua execução durante as aulas de Educação
Física escolar. Em alguns casos, o próprio professor tem algum tipo de material (ou
empresta de conhecidos) por já possuir relativa experiência na modalidade, e aí
consegue adaptar uma situação que possibilite aos alunos experimentar algo novo e
diferente. Mas, claro, uma série de fatores pode influenciar em qual conteúdo vai ser
tratado junto aos alunos, vai depender em como o professor vai querer fazer tal
abordagem, o nível de conhecimento do docente acerca das diferentes modalidades
que compõem as PCA, as condições físicas e materiais da escola, o contexto em
que a instituição está localizada, entre outros aspectos.
Entretanto, como afirmam Tahara e Carnicelli Filho (2013), algumas
modalidades são bastante simples em sua essência, como é o caso do trekking, a
corrida de orientação, o sandboard, entre outros, o que facilita sua inserção entre os
educandos. Pode ser realizado em trekking (caminhada) próximo ao entorno escolar,
57
alguns conteúdos negligenciados na área. Nos dias atuais e com todo o advento
tecnológico, se torna importante conhecer e compreender como esses jogos podem
auxiliar tanto alunos como professores durante o desenvolvimento dos conteúdos
em aulas na escola. Mesmo porque, fora da escola, os diferentes tipos de recursos
tecnológicos, incluindo os jogos eletrônicos e videogames, estão cada vez mais
presentes na vida cotidiana das crianças e jovens.
Em outros estudos, tais como Pereira (2012), Morais e Mendes (2013), Cruz
Junior (2014), os jogos virtuais também estão presentes nos processos de ensino na
Educação Física escolar, especialmente no caso do futebol e aspectos relacionados
ao esporte.
No caso da produção de blogs educacionais, Silva (2012) desenvolveu um
blog educacional de capoeira, cujo objetivo foi favorecer o processo de ensino-
aprendizagem deste conhecimento da Cultura Corporal, ao passo que Diniz e Darido
(2015) propuseram a criação de outro blog educacional, desta vez para subsidiar o
ensino das danças folclóricas, analisando o currículo de Educação Física do estado
de São Paulo.
Em outro estudo que envolveu o conteúdo referente à dança, Germano (2015)
propôs o ensino do Street Dance e Hip Hop entre os alunos do Ensino Fundamental
utilizando as funções dos aparelhos celulares. Faganello-Gemente (2015) propôs em
Goiânia/GO a criação colaborativa, implementação e avaliação de um software para
o ensino do Atletismo nas aulas, enquanto Milani (2015) utilizou em sua pesquisa da
rede social Facebook no sentido de auxiliar no desenvolvimento da temática gênero
nas aulas de Educação Física em uma escola pública do interior paulista.
O quadro 8 evidencia como vem ocorrendo a inserção das TIC em aulas de
Educação Física escolar, referenciando os estudos e autores que se dispuseram a
tratar do tema.
74
geral, mas se espera que seu uso possa ser capaz de tornar o processo de ensino e
aprendizagem mais dinâmico, interativo e com uma maior participação e
envolvimento dos professores e alunos.
Em síntese, a relação entre o uso das tecnologias em âmbito educacional
pode ser pensada e refletida nas palavras usadas por Ramos (2012), sendo
necessário que se faça “[...] uma análise mais aprofundada, pois a tecnologia está
nas mãos dos alunos, nas salas de aula, sem, no entanto, ser ainda usada de forma
criativa para melhorar a educação e o aprendizado.” (RAMOS, 2012, p.15).
4 – MATERIAIS E MÉTODOS
5 – RESULTADOS E DISCUSSÃO
como conteúdo de outras, e constatam uma carência nesse sentido, enfocando que
“[...] é preciso sanar primeiro a lacuna da graduação para que o conteúdo passe a
ser efetivamente ensinado na Educação Básica.” (INÁCIO et al., 2016, p.180).
A formação em aventura é ainda incipiente nos cursos de Educação Física, e
diante de tal fato, é necessário que os professores devam buscar conhecimentos
além daqueles obtidos na graduação. Cabe à Universidade abrir mais espaço para
disciplinas que abordem o tema, não deixando o futuro professor fora desta
discussão. Também devem prover cursos de extensão, pós-graduação e congressos
que tematizem a aventura para ampliar o conhecimento na área (SEVERINO;
PEREIRA; SANTOS, 2016).
Esta questão referente à formação inicial e o desconhecimento dos próprios
professores de Educação Física em relação a uma possível inserção das PCA em
aulas, parece mesmo se tornar um dos principais fatores que tendem a inviabilizar e
dificultar o processo em conseguir oportunizar aos alunos a vivência e o aprendizado
deste conteúdo relacionado à aventura.
Nesse sentido, ao tomar como referência a pluralidade cultural que permeiam
a escola e as aulas de Educação Física, o professor em sua prática pedagógica
deve proporcionar aos alunos a possibilidade de acessar e ter conhecimento em
relação ao maior número possível de manifestações que compõem a Cultura
Corporal de Movimento e, neste caso, incluir também as práticas corporais que
remetem à aventura (BOCCHINI; MALDONADO, 2014).
Sobre a BNCC, 7 participantes dizem conhecer o documento da Base
Nacional e o restante salienta que ainda não tem tal conhecimento. Destes 7,
apenas 1 comenta saber sobre o conteúdo das PCA presente na BNCC.
Tomando como referência o documento da BNCC e a importância creditada
às PCA enquanto um conteúdo a ser tratado em aulas de Educação Física escolar,
Inácio et al. (2016) discorre neste sentido, quando “[...] asseveramos o mérito e a
positividade na proposta da Base em incluir as PCA como um conteúdo perene na
Educação Física brasileira e confluímos com a mesma [...]” (INÁCIO et al., 2016,
p.184).
No que tange às TIC, 11 indivíduos disseram que as conhecem e fazem uso
em seu cotidiano e outros 7 evidenciaram que pouco ou nada entendem de
tecnologias. No caso do Facebook, 10 indivíduos têm perfil nesta rede social, e o
104
[...] sem dúvida é bem possível, temos apenas que ter vontade e
saber adaptar algumas modalidades para o contexto escolar [...] não
dá para eu levar meus alunos em Itacaré ou mesmo pros arredores
de Ilhéus, mas dá pra simular e dar aulas dentro da escola com
determinadas práticas como o skate, slackline, e outras mais simples
[...] (PROFESSORA 9).
Nesse mesmo sentido, Tomio et al. (2016) realizaram uma pesquisa com
professores das escolas básicas municipais de Blumenau/SC, e no que diz respeito
à inserção dos Esportes Radicais, destaca-se sua possibilidade inovadora como
conteúdo e temática escolar, abrangendo diversos conhecimentos. Entretanto, foi
constatado que os mesmos infelizmente não vêm sendo utilizado como conteúdo
educacional, devido entre outros fatores, às estruturas e condições ruins da maioria
das escolas, além da necessidade de um maior conhecimento sobre a temática,
uma vez que alguns professores não sabem como abordá-la em suas aulas e se
desconhecem as possibilidades e benefícios que estas práticas podem acarretar ao
contexto escolar.
Em relação às TIC e ao Facebook, a maioria dos professores apontou
bastante empecilhos que dificultam o processo de utilização das tecnologias em
ambiente escolar, tais como a insuficiência de recursos materiais e deterioração das
salas de informática, pouco conhecimento de alguns docentes em saber utilizar-se
de fato algumas tecnologias, assim como restrições quanto ao uso das redes sociais
em várias instituições.
Sobre estas dificuldades colocadas pelos participantes, alguns estudos como
Bianchi (2009), Champangnatte e Nunes (2011), Baracho, Gripp e Lima (2012),
entre outros, são convergentes no que diz respeito às opiniões sobre os aspectos
que dificultam e permeiam este processo.
Fatores como a infraestrutura precária das escolas e mínima manutenção da
sala de informática, pouca utilização das TIC na escola, falta de estrutura física e
recursos adequados, assim como a (pouca) capacitação técnica dos docentes para
saber utilizar adequadamente as tecnologias, são elementos bastante citados pelos
trabalhos realizados na área.
O fala de dois participantes ilustram bem esta questão:
109
P12: “Não entendo nada de tecnologia, nem sei mexer direito neste
celular, e meu Facebook quem controla é minha filha [...] e na minha
escola nem funciona internet direito [...] (PROFESSORA 12).
Todos esses nossos encontros que tivemos, seis no total né, foram
bem positivos para nosso crescimento profissional, pois estamos
tendo a chance de participar de uma pesquisa que aborda um
111
Em alguns estudos, tais como Bracht et al. (2002), Betti (2006), González e
Borges (2015), também foram encontrados aspectos bastante positivos nos
encontros que foram propostos aos professores de Educação Física. No sentido de
que o debate e a troca de experiências propiciada no âmbito das reuniões em grupo
podem possibilitar oportunidades de reflexão sobre as práticas individuais,
acarretando condições necessárias para promoção de mudanças na prática
pedagógica docente.
No caso específico deste estudo, foi percebido que os professores ficaram
contentes e interessados pelos encontros realizados. Foi nítido o envolvimento e
interesse destes docentes durante as seis datas de encontros presenciais, além da
participação no grupo secreto no Facebook, envolvendo-se nas ações e tarefas
propostas, demonstrando vontade em expressar suas opiniões e ideias aos demais
integrantes.
Sobre o conteúdo das PCA em si, foi constatado que os seis professores
estiveram bem dispostos em conhecer mais a respeito de tal conteúdo, na tentativa
de inseri-lo em suas aulas. Menciona-se que somente um dos seis professores já
idealizou uma PCA aos alunos em seu tempo de docência na escola, no caso a
prática foi o slackline.
A fala de dois professores evidenciam que:
[...] nossa, são muitas práticas, uma quantidade tão grande que se
eu for dar todas elas na escola eu passo o ano só na aventura
(risos), mas é claro né, a gente tem que saber aquelas que são mais
fáceis, pra gente conseguir adaptar pra nossas condições na escola
[...] (PROFESSORA 4).
112
uma relativa carência em tal presença, e que tal fato tende a dificultar que seja
favorável a introdução de fato deste conteúdo nas aulas escolares.
Duas falas demonstram isso:
[...] são muitas práticas, não tinha ideia que eram tantas, e pra ser
sincero não conheço nem um terço de tudo isso [...] Imagina então o
professor que não teve isso na graduação. É claro que vai ter
dificuldade pra professores que não dominam estas práticas, tem que
conhecer pelo menos um pouco pra fazer o mínimo direito, conhecer
o básico de algumas modalidades pra poder dar o conteúdo de
aventura para os alunos [...] (PROFESSORA 2).
[...] e eu penso que se essa BNCC der mesmo certo, e ser aprovada
pelo governo, mas mais do que isso, se ela for levada a sério mesmo
pelas direções escolares e professores, ser seguida de verdade,
nossa Educação Física tem muito a melhorar no Brasil, porque tem
muito conteúdo e tudo muito bem explicado e detalhado [...]
(PROFESSORA 6).
Olha só, acho que dá sim pra gente trabalhar todas estas dimensões,
por exemplo, numa só discussão numa grande roda com os alunos
você pode relacionar a construção de valores, o uso e apropriação /
reflexão sobre a ação, a análise, e abrir um grande debate com todos
os alunos juntos, acho que o caminho é por aí, dá sim pra gente
imaginar situações que juntem algumas destas dimensões numa
mesma atividade [...] (PROFESSOR 3).
115
[...] não acho que a BNCC vai pegar não, já foram tantos documentos
que não foram seguidos a risca, como os PCN’s por exemplo, mas é
claro que eu gostaria que acontecesse, seria muito bom para a
Educação Básica [...] mas acreditar mesmo, só vendo pra crer, essa
é minha opinião. Vamos esperar e ver no que vai dar (PROFESSOR
1).
Acho ser possível sim, tem que concentrar em uma, duas ou três
práticas no ano letivo, e fazer bem feito, toda a parte conceitual,
procedimental e atitudinal, e tentando atingir todos esses 7 objetivos
que a BNCC coloca [...] (PROFESSOR 1).
[...] acho que só a BNCC em si não garanta nada, entende. Claro que
é o pontapé que faltava, um “ordem maior”, mas será que os
professores Brasil afora, com “aquelas” condições que todos nós
sabemos quais são, vão colocar mesmo a aventura nas aulas?
Tomara que sim, mas só o tempo vai dizer [...] (PROFESSOR 1).
Outra questão percebida acerca da BNCC deve ao fato da grande maioria dos
professores desconhecer o referido documento, sem antes dos encontros propostos
sequer terem tido contato com as normativas ligadas à Educação Física. Apenas um
professor disse já ter tido tal contato, inclusive lendo a parte referente às PCA.
A esse respeito, Inácio et al. (2016) realizaram uma busca no sítio da BNCC
pelas contribuições populares, já que houve uma etapa de consulta pública nas
etapas de elaboração do documento, sendo possível identificar a preocupação com
este distanciamento e/ou desconhecimento por parte dos professores de Educação
Física em relação às PCA. Os autores salientam um “[...] nível de preocupação dos
professores de Educação Física ao se deparar com as PCA como um conteúdo a
ser desenvolvido em suas aulas.” (INÁCIO et al., 2016, p.181).
Espera-se que haja um certo nível de otimismo no sentido de que a BNCC
possa mesmo ser “bem conhecida” pelas direções pedagógicas, coordenações e
professores. Em prol para que a Educação Física possa ser uma experiência
bastante rica e diversificada na escola, inclusive com a inserção das PCA como um
conteúdo pertencente à área e que, por isso, merece ser apresentado, vivenciado e
discutido junto aos alunos.
O material didático será muito importante para nós porque com este
material vai facilitar e muito pra gente poder dar a aventura urbana
nas nossas aulas. E isso deveria ser uma coisa que acontecesse
com todos os outros conteúdos né, imagina só ter outros materiais
didáticos com tecnologia pra nos ajudar [...] (PROFESSORA 4).
Nossa, tinha que ter mais materiais didáticos com tecnologias para
nós professores, como tem para os outros professores das outras
disciplinas [...] ia dá pra gente fazer um trabalho ainda melhor se a
gente tivesse um monte de materiais didáticos com todos os
conteúdos da nossa área [...] (PROFESSOR 3).
119
[...] com certeza não dá pra fazer tudo, ainda mais que tem muitas
que nem imagino como acontecem, os materiais específicos que
precisam. Mas tem muitas que são bem simples, e que dá sim pra
gente conseguir adaptar para nossas aulas na escola [...] e ainda
com chance de baixar antes os arquivos no nosso computador
pessoal e usar na hora da aula, tentar reservar com muita
antecedência o data show da escola [...] (PROFESSOR 3).
[...] e é bem prático fazer toda esta montagem, como você viram
agora, e pra questão de grana, não gastei nem 150 reais com todo
este equipamento [...] e eu tendo ele, posso fazer na minha aula
quando eu achar conveniente e quando eu quiser [...]
(PROFESSORA 4).
[...] no dia mesmo que fiz o slackline, olharam com olhos tortos,
reclamando querendo o “baba”, mas depois agora sempre pedem pra
eu montar o slack de novo. É isso, tem que sempre tentar, variar, pra
fazer um pouco diferente [...] e com o slack é simples e prático, basta
ter duas árvores ou postes qualquer no pátio e arredores da quadra
que lá está esticada a fita [...] (PROFESSORA 4).
Alguns estudos, tais como Pereira e Armbrust (2010), Franco et al. (2011),
Tahara e Darido (2016), entre outros, também comentam a respeito da facilidade (e
necessidade) em conseguir adaptar determinadas PCA para o contexto das aulas de
Educação Física escolar.
121
Eu acho que temos um bom material nas nossas mãos, deu pra
todos usarem de muitas maneiras nas aulas [...] tem muita coisa pra
gente usar lá dentro, tem vídeos, charges, fotos, muita coisa [...] e
claro que cada professor teve seu jeito de fazer e abordar um arquivo
do skate por exemplo [...] (PROFESSOR 3).
123
[...] pude usar bem o material que a gente criou. Nas aulas teóricas,
com Datashow. E ajudou muito, todos ali vendo juntos e eu
explicando para todo o grupo [...] (PROFESSOR 3).
[...] não tenho Datashow na escola, até tem um, mas difícil usar [...]
facilita pra poder usar na hora da aula [...] tive que passar em meu
notebook para os pequenos grupos formados na aula teórica [...]
(PROFESSORA 2).
seria muito importante para o trabalho docente nas escolas, no sentido de auxiliar na
abordagem dos diferentes conteúdos que a área apresenta.
Sobre o material em si elaborado de PCA urbanas, estes professores não
teceram qualquer tipo de crítica. Todas as opiniões críticas e construtivas foram
dadas durante os encontros presenciais e no grupo do Facebook, sendo que o
“produto final” que foi implementado nas aulas agradou a todos eles.
O depoimento de dois professores chama a atenção sobre a carência de
outros tipos de materiais didáticos:
[...] este material de PCA está muito bom e ajudou muito ter tudo ali
pronto pra você dar a aula, com o slide pronto, ilustrado, vídeo na
hora certa [...] depois vai dar pra gente usar de novo pra outras
turmas [...] mas a realidade é outra dos professores [...] como ter
bom material didático assim de outras modalidades? Futebol, vôlei,
basquete, sem falar de outros né, atletismo, judô, capoeira [...] isso
sim seria um sonho ter tudo isso pra nos ajudar [...] mas com que
tempo vou parar pra montar tudo isso pra minhas aulas, fica
complicado [...] (PROFESSORA 2).
Protagonismo comunitário” foi aquela em que menos houve ênfase, uma vez que
(P3) em uma das aulas práticas comentou rapidamente com os alunos para eles
procurarem locais próximos às suas casas e bairro que permitissem a prática das
modalidades trabalhadas. Mas depois disso nada mais comentou a respeito, nem
mesmo houve um retorno por parte dos alunos.
O outro professor observado (P4) teve a chance de ministrar duas aulas
teóricas e duas aulas práticas. Este professor teve que levar seu notebook pessoal
com arquivos baixados previamente, e organizou os alunos da turma em pequenos
grupos para visualizarem os arquivos na pequena tela. Isso foi realizado em duas
aulas teóricas. Mesmo com tal adversidade, houve a possibilidade em retratar parte
do material didático aos alunos. Posteriormente, aconteceram as duas aulas práticas
na quadra da escola. As modalidades escolhidas pelo professor foram o parkour
(uma aula) e o slackline (outra aula).
No parkour, o (P4) tinha à sua disposição uma quadra (não muito grande) e
um pequeno terreno plano ao lado com grama baixa e terra. Organizou os alunos da
classe (31) em 3 fileiras e fizeram saltos num circuito idealizado na quadra, sem
muitos materiais, mas com tudo marcado e desenhado no chão com giz. Foi até feita
depois uma competição entre os alunos numa das estações deste circuito, aquela
que eles julgavam “a mais difícil” de saltar. Depois foram conduzidos para o terreno
ao lado e lá o (P4) tinha colocado algumas cordas e barbantes para simular dois
percursos, um de nível mais fácil e outro mais difícil.
No caso do slackline o (P4) desenhou linhas retas e também curvas na
quadra para que os alunos andassem sob tais linhas se equilibrando. Repetiram
inúmeras vezes, indo de frente e voltando de costas. Logo após, foi feita a
amarração do slackline em duas árvores neste terreno ao lado da quadra (altura
baixa, 30/40 cm), e por baixo da fita era só a grama e mais terra, também sem
colchonetes disponíveis. Não existiu uma sequência lógica de atividades, os alunos
ficaram se equilibrando à vontade na fita, sendo que alguns tentaram poucas vezes
e acabaram desistindo.
Sobre as dimensões de conhecimento e habilidades propostas pela Base
(BNCC/BRASIL, 2017), ficou evidente que (P4) na “Compreensão / Análise”, ao
ministrar duas aulas teóricas, teve a chance de utilizar alguns arquivos e slides
contidos no material didático. Embora a organização em pequenos grupos de alunos
e a visualização em uma pequena tela de notebook tenha dificultado uma melhor
128
Achei muito bom contar com o Facebook nas minhas aulas [...]
pretendo continuar [...] é uma ferramenta riquíssima. Vídeos, textos,
fotos e “o mundo”, cabe nele [...] em um canal que os alunos se
identificam e usam com muita frequência [...] (PROFESSORA 4).
Eu não tenho dúvida que dá pra fazer melhor ainda que cada
professor já fez, mas a escola também tem que ajudar né [...]
tecnologia que funciona né, de verdade, não adianta só dizer que
tem e nunca funcionar [...] também tem que ter quadras boas, um
bom espaço físico, e também materiais bons e em quantidade
suficiente, pra todos, sem tudo isso aí o professor fica numa situação
difícil [...] (PROFESSORA 4).
6 – CONSIDERAÇÕES FINAIS
tecnológicos, pela proibição no uso das redes sociais pelas direções pedagógicas,
entre outros aspectos elencados pelos participantes nesta pesquisa.
Mesmo que se possa investigar e refletir sobre os possíveis benefícios quanto
à utilização das tecnologias em contextos educacionais, ou mesmo planejar
previamente as melhores estratégias e os recursos a serem empregados nas aulas
etc., é pertinente que possa haver mesmo estes empecilhos citados pelos
professores ao (tentar) fazer uso das tecnologias em escolas públicas brasileiras.
Em detrimento às TIC e ao Facebook, não se pode perder de vista que cabe
ao professor (tentar) inserir tais tecnologias na medida do possível, respeitando as
especificidades dos seus locais de docência e a existência de fatores adversos.
Tudo isso no propósito de favorecer e contribuir cada vez mais para que haja a
formação de um cidadão crítico e consciente da realidade que o cerca na sociedade
atual.
No segunda etapa, houve a construção colaborativa de um material didático
digital a respeito das PCA urbanas, elaborado pelo pesquisador e um grupo
composto por 6 destes professores participantes do diagnóstico inicial. Ter tido a
chance de conviver com estes professores, ouvindo suas experiências,
confeccionando em conjunto um recurso didático que eles puderam utilizar em
aulas, tudo isso foi bastante válido para este pesquisador, no sentido de que os
participantes envolvidos se permitissem a refletir sobre suas próprias práticas
pedagógicas, se predispondo a mudanças, além da possibilidade de aquisição de
novos conhecimentos atrelados à temática tratada nesta tese.
É passível imaginarmos que em um grupo de indivíduos debatendo e
refletindo sobre um tema central há de ocorrer situações com embates de opiniões,
divergências, mas ao mesmo tempo que ocorrem também sintonia e afinidade nas
ideias expressadas. Durante os encontros propostos e no “calor das discussões”,
pode ser encarado como um desafio saber gerenciar e lidar com a variedade de
opiniões divergentes (e convergentes) do grupo de professores. Em todo esse
processo o diálogo e o respeito foram fundamentais para que a realização do
trabalho fosse positivo.
Mesmo havendo alguns entraves durante o processo, como ausências de
alguns docentes em determinados encontros presenciais e também em situações
online no grupo do Facebook em que era necessário se expor, além da ocorrência
de conflitos de opiniões quanto à formatação do material digital, pode-se dizer que o
136
uma vez que neste presente estudo tenha se mostrado como uma importante
estratégia para todo o processo de elaboração, implementação e avaliação do
recurso didático digital.
Na terceira e última etapa, o objetivo principal foi avaliar o processo de
implementação deste material didático digital elaborado na pesquisa. Cinco
professores puderam implementar suas aulas de Educação Física com o conteúdo
das PCA urbanas, tomando como referência as dimensões e habilidades propostas
pela Base Nacional.
Especificamente no campo das PCA, e por quê não dizer dos outros
conteúdos da Educação Física, a produção de materiais didáticos voltados para a
escola parece ainda (muito) escassa. Pode-se imaginar que seja pela complexidade
em elaborar (com qualidade) esses recursos pedagógicos, ou talvez seja pelo pouco
espaço que alguns conteúdos ainda apresentam neste componente curricular.
Mesmo ocorrendo diversos problemas já mencionados neste trabalho (como
as instalações físicas e materiais - ruins - das escolas, a insuficiência de recursos
tecnológicos etc.), foi possível verificar que os professores puderam utilizar-se do
material didático produzido, especialmente quando a ênfase era na parte teórica e
em sala de aula (com uso dos slides em power point sobre aspectos referentes a
cada prática urbana, vídeos ilustrativos e imagens diversas). Embora seja importante
mencionar que somente um dos cinco docentes envolvidos no estudo pode fazer
uso do Datashow no momento específico da aula, os demais tiveram que utilizar
seus notebooks pessoais para retratar o material didático perante os alunos, sem
nenhum tipo de recurso para projeção das imagens/vídeos.
Tem-se a ideia de que o advento dos recursos tecnológicos digitais em aulas
de Educação Física ainda seja algo incipiente na área, e que merece cada vez mais
reflexões e intervenções nesse sentido. Tal advento acaba por demandar uma
completa reestruturação dos planos de ensino dos docentes, assim como uma
reorganização das aulas e estratégias metodológicas adotadas, respeitando-se as
peculiaridades de cada local de docência. Mas acredita-se que vale à pena tal
esforço, uma vez que as tecnologias podem favorecer o processo de ensino, as
experiências de aprendizagem dos estudantes e a (re)organização do trabalho do
professor.
Entretanto, foi possível constatar que, em âmbito geral, os recursos
físicos/materiais e tecnológicos que as escolas ofereceram foram reduzidos, o que
138
uma diversificação ainda maior nos conteúdos, sendo este o primeiro documento
federal a buscar sistematizar o ensino das práticas de aventura nas escolas
brasileiras.
Desta forma, torna-se justo e de direito que os alunos em suas aulas de
Educação Física tenham acesso a este conjunto de conhecimentos e aprendizagens
relacionadas às diferentes Práticas Corporais de Aventura, sejam elas urbanas e/ou
na natureza, para que assim os alunos possam ter outras maneiras de conhecer,
experimentar e refletir a respeito dos conteúdos a serem (devidamente) tratados e
contextualizados em suas aulas de Educação Física escolar.
Para finalizar nossas considerações, avalia-se esta proposta de estudo como
relevante e de certa forma inovadora para área da Educação Física escolar, pois
tornou possível compreender/visualizar como as PCA urbanas podem ser
tematizadas no Ensino Fundamental. De maneira colaborativa entre pesquisador e
professores, foi possível elaborar, implementar e avaliar um material didático digital
para auxiliar os docentes a inserir este conteúdo em aulas.
Desta forma, tem-se a devida responsabilidade e compromisso em permitir
que haja a divulgação do material didático digital produzido pelo grupo, para que
assim este material possa também auxiliar outros professores de Educação Física
da área escolar, os quais almejam desenvolver e tratar as PCA urbanas em aulas no
Ensino Fundamental.
140
7 – REFERÊNCIAS
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163
164
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166
167
- Sem obstáculos: desenhar algumas linhas próximas no chão para que os alunos
executem saltos de uma linha para outra, pensando nas técnicas utilizadas pelos
traceurs (praticantes de parkour). Depois de algumas tentativas, colocar alguns
desafios, como tentar ir para outra linha com saltos e giros ao mesmo tempo, saltos e
elevações de pernas, saltos e rolamentos, saltos e estrelas, apoiar nas linhas com
parada de mão, saltos e afastamentos de pernas, entre outros.
168
Dicas
Antes das vivências práticas, pode-se discutir sobre os tipos de práticas corporais
de aventura sobre rodas, incluindo práticas esportivas e recreativas como: patins, skate
e bike, além de patinetes e rolimã. Além de situar o aluno nas questões de prática
urbana e na natureza, pode-se abordar o uso desses equipamentos como meio de
transporte, para ir ao trabalho, escola ou para passear. Deve-se perguntar se já
observaram essas modalidades e quais os equipamentos de segurança que são
necessários para executar essas práticas e, também, sobre a importância de que sejam
utilizados.
- O primeiro dia de aula sobre rodas deve ser privilegiado para a exploração dos
espaços, organização da segurança, criação de obstáculos, entre outros. Os alunos
ficam deslumbrados em poder explorar os espaços escolares sobre rodas, normalmente
proibidos para isso. Lógico que antes disso, deve ser feita a preparação e construção de
regras de utilização dos equipamentos, do espaço físico existente e do conteúdo em si.
172
- Lei de Trânsito: desenhar ruas e alguns sinais de trânsito (que deverão ser
trabalhados em aula anterior) no chão e montar dois caminhos diferentes e serem
percorridos por duas equipes diferentes. Nos pontos sinalizados, deverá ter um guarda
de trânsito para anotar as infrações cometidas. Nessa atividade, a proposta é cumprir as
normas de trânsito – conceitual e atitudinal – e não quem fizer o percurso em menos
tempo.
Dicas
- Nivele sempre pelas habilidades mais básicas de seu público, para evitar os
riscos e o perigo na vivência.
173
Quais os valores que podem ser trabalhados nas práticas sobre rodas? Quais os
preconceitos que existem contra os grupos formados pelos praticantes do skate, por
exemplo?
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182
- Desenhar no chão alguns retângulos (faixas) com giz, para simular a fita do
slackline (7-10 m de comprimento e 6-10 cm de largura), para que seja organizada uma
atividade de “travessia”, ou seja, orientar os alunos para que se desloquem nesse
caminho em fila, sempre evitando pisar fora da fita “faixa” desenhada. Sugere-se iniciar
com faixas mais largas, para então passar para as mais estreitas. Se tiver banco sueco,
é uma boa forma de adquirir certo equilíbrio para se aventurar na fita verdadeira depois.
- Ainda em trios, um destes irá realizar a travessia da fita inteira, com as mãos
suspensas e procurando equilíbrio, podendo apoiar-se nos 2 colegas que estarão
caminhando, um de cada lado, quando houver perda deste equilíbrio. Repetir algumas
vezes até que todos tenham ido o suficiente para perceberem alguma melhora.
Dicas
- Caso não tenha mesmo a fita tubular e todo o material do slackline, pode ser
empregado uma corda grossa (bitola superior a 12mm) e nós de caminhoneiro ou
carioca (para tensionar a corda), em vez da catraca.
Em seguida, questionar a turma sobre onde o sol nasce (aurora) e onde se põe
(crepúsculo). Com estas questões simples, os alunos começam a perceber o quanto
utilizam de orientação e referências no seu dia a dia. Existem diversas formas de
orientação, uma delas é a dos pontos cardeais. Pontos cardeais correspondem aos
pontos básicos para determinar as direções, são concebidos a partir da posição na qual
o sol se encontro durante o dia.
Os quatro pontos são: Norte (N), denominado também de boreal; Sul (S)
denominado de austral; Oeste (O ou W), conhecido como ocidente; e Leste (L ou E),
intitulado de oriente. Para inserir todos os pontos apresentados foi criada a “rosa-dos-
ventos”.
Dicas