Você está na página 1de 53

Copyright © 2019 by Editora Clube dos Recreadores

editora@clubedosrecreadores.com

Capa, Projeto Gráfico e Diagramação:


Cleber Mena Leão Junior / Editora Clube dos Recreadores

DISTRIBUIÇÃO GRATUITA

Este livro está de acordo com as mudanças propostas pelo novo acordo Ortográfico,
que entrou em vigor em 2009.

A revisão do texto é de responsabilidade do autore.

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)


M322 Nunes, Marcus Vinícius da Silva
Sequência didática : educação física no ensino
fundamental I / Marcus Vinícius da Silva Nunes. –
Maringá : Clube dos Recreadores, 2019. [recurso
eletrônico .pdf]
53p.

Inclui bibliografica
ISBN 978-85-54259-07-5

1. Didática 2. Educação Física 3. Ensino


Fundamental I. Nunes, Marcus Vinícius da Silva
II. Título

CDD: 07.372 CDU: 37/49


Apresentação ....................................................................... 03

Capítulo 1 – Educação Física no ensino fundamental I ....... 04

Capítulo 2 – Princípios que norteiam a Educação Física no


ensino fundamental .............................................................. 09

Capítulo 3 – Um trato com os blocos de conteúdos ............. 11

Capítulo 4 – Educação Física e a BNCC ............................. 24

Capítulo 5 – Competências específicas da Educação Física


para o ensino fundamental – BNCC ..................................... 33

Capítulo 6: Sequência didática da Educação Física (aulas,


objetos de conhecimento e habilidades) .............................. 35

Considerações Finais ........................................................... 50

Referências .......................................................................... 52
APRESENTAÇÃO

Este livro digital foi elaborado com o objetivo de fornecer uma proposta
de práticas corporais na educação física por meio de tecnologias digitais com
uso de materiais inovadores, como livro digital, nas aulas de educação física e
criar um canal de troca entre profissionais e estudantes de maneira gratuita,
através do youtube, que associem os conteúdos e habilidades da educação
física do primeiro ao quinto ano do ensino fundamental descritos na BNCC
2017. Este material faz parte do Programa de mestrado Profissional em Novas
Tecnologias Digitais na Educação pelo Centro Universitário Unicarioca, com o
seguinte título: sequência didática para práticas corporais na educação física
por meio de tecnologias digitais. O estudo em questão foi orientado pelos
professores Marcos Antonio Silva e Antônio Carlos d Abreu Mol.
Será Utilizada a Base Nacional Comum Curricular – BNCC (BRASIL,
2017, 3ª versão) como documento orientador deste e-book, tendo como
referência os objetivos de aprendizagem preconizados para o componente
curricular Educação Física. A BNCC é um documento curricular de âmbito
nacional cujo objetivo é determinar os conhecimentos essenciais a que os
alunos devam ter acesso e se apropriar durante todo o período da Educação
Básica nos diversos componentes curriculares. A BNCC orienta a elaboração
dos currículos nas esferas federal, estadual e municipal, bem como promove
maior coesão entre eles. É a primeira vez na história que temos um documento
que propõe uma organização curricular nacional para a Educação Física, o
que, do nosso ponto de vista, representa um avanço para a área à medida que
favorece melhor compreensão do que devemos ensinar em cada momento do
percurso formativo, viabilizando a formulação de expectativas de aprendizagem
ao longo dos diferentes ciclos da Educação Básica. Ademais, podemos ter uma
diminuição do abismo que separa as aulas de Educação Física em todo país,
garantindo aos alunos e à comunidade um conhecimento maior sobre o papel
desse componente na escola.
A educação Física está inserida na área de Linguagens, pois as práticas
corporais presentes na cultura corporal de movimento se apresentam como
textos culturais, permitindo produção, reprodução, leitura e interpretação. Os
gestos constituem a linguagem corporal que possuímos e transformamos nos
seios culturais, eles são responsáveis por expressar desejos, emoções,
sentimentos e pela emissão e tradução de mensagens diversas.

CAPÍTULO 1 – EDUCAÇÃO FÍSICA NO ENSINO FUNDAMENTAL I

Ao falar sobre a Educação Física Escolar, no que tange as séries iniciais


do ensino fundamental, deve-se entender que as aulas podem e devem
contribuir para melhoria das habilidades motoras, para a formação do caráter e
da cidadania além de propiciar o desenvolvimento cognitivo, afetivo, social,
cultural e favorecer a autoestima das crianças, tornando-as pessoas criativas e
autônomas.
A Educação Física não pode ser vista apenas como atividades extras e
de passatempo neste processo, e nem algo mecânico e técnico, buscando
padrões de movimentos perfeitos. Deve-se fazer uma análise sobre o que as
abordagens críticas da Educação Física podem contribuir, fundamentadas no
desenvolvimento da cultura corporal, e que preconizam os blocos de conteúdos
a seguir: conhecimento sobre o corpo, lutas, ginásticas, jogos, esporte e
atividades rítmicas e expressivas. Tais manifestações devem ser desenvolvidas
no âmbito da Educação Física Escolar norteando o trabalho do professor.
Trataremos de tais blocos mais a diante, de forma detalhada, de acordo com os
parâmetros curriculares nacionais. Mesmo não sendo o objetivo principal deste
material, os PCN´S contribuíram durante muitos anos para a categorização de
tais conteúdos na prática da educação física escolar. Portanto, passaremos
pelos blocos de conteúdos dos PCN´S até chegar nos conteúdos da BNCC.
Segundo a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional – LDB -
9394/96 (BRASIL, 1996) “A Educação Física, integrada à proposta
pedagógica da escola é um componente curricular obrigatório na
Educação Básica, ajustando-se às faixas etárias e às condições da
população escolar”. Ao torná-la componente curricular obrigatório, percebeu-
se que a educação física tem seu objeto de estudo e conhecimento próprios,
presentes nos jogos, esportes, ginásticas, lutas, atividades rítmicas e
expressivas e conhecimento sobre o corpo, constituindo então como umas das
bases do planejamento na escola.
Entendemos que a Educação Física nos Anos Iniciais do Ensino
Fundamental é, nos dias de hoje, um desafio muito grande devido à
necessidade de abordarmos a sua ligação, a “ponte” com os outros níveis de
ensino (Educação Infantil e Anos Finais do Ensino Fundamental e
consequentemente, o ensino médio), para estreitar os laços da Educação
Básica e, simultaneamente, respeitar as características e necessidades de
cada etapa da vida escolar do educando.
Além da BNCC, que servirá de base para a compreensão das sugestões
práticas que virão nesta obra, as características e especificidades da infância
também deverão nortear a prática pedagógica da Educação Física nos Anos
Iniciais do Ensino Fundamental e, para isto, propomos os seguintes eixos de
acordo com (GARANHANI, 2004):

1. Aprendizagens que envolvem movimentações corporais para o


desenvolvimento físico e motor, proporcionando assim o
conhecimento, o domínio e a consciência do corpo, condições
necessárias para a autonomia e identidade corporal infantil;

2. Aprendizagens que levem a compreensão dos movimentos do


corpo como uma linguagem utilizada na interação com o meio
através da socialização;

3. Aprendizagens que levem a ampliação do conhecimento de práticas


corporais historicamente produzidas na e pela cultura em que a
criança se encontra.

Os eixos citados pelo autor deverão se apresentar integrados no fazer


pedagógico da Educação Física dos Anos Iniciais do Ensino Fundamental,
embora saibamos que na elaboração das atividades semanais pode ocorrer a
predominância de um sobre o outro conforme as características e
necessidades, presentes em cada fase da infância.

Entende-se nesta figura que na busca constante da autonomia de


movimentação do seu corpo, o aluno constrói sua identidade corporal. Mas
este processo só ocorre na relação com o outro, nos aspectos relacionais, que
se encontra em um determinado contexto, inserido em uma cultura, ou seja,
ocorre na socialização, no contato com o outro. A partir destas ideias, as
crianças se aproximam e detém elementos da cultura que se traduzem em
conhecimentos, atitudes, práticas, valores e normas. Não esquecendo que ao
frequentar a escola, independente da fase que se encontra, a criança traz
consigo conhecimentos sobre sua cultura corporal de movimento, apropriados
e construídos nos diferentes espaços e relações em que vive.

De que forma o professor de educação física poderá trabalhar para que


tais eixos se façam presentes em suas aulas? Sem dúvida alguma se faz pelo
brincar, que se apresenta na educação da infância como um princípio
pedagógico, uma característica primordial para que o prazer pelo movimento se
torne lúdico. Segundo Leontiev (1988) é no brincar que a criança adapta as
suas condições a do objeto e/ou às condições exigidas pela ação, com a
preservação do próprio conteúdo da ação. É neste processo que ela consegue
experimentar, explorar e compreender os significados culturais presentes no
meio, consequentemente, elaborar e/ou ressignificar o seu pensamento.
Portanto, brincando e jogando em atividades de intensa movimentação
corporal, a criança desenvolverá os seus diferentes aspectos, sendo eles
motores, cognitivos, afetivos, sociais e culturais e, ao mesmo tempo, poderá
ser levada a entender que esses movimentos têm significados. Poderá
compreender que os movimentos corporais se manifestam em diversas
práticas, como: os jogos e as brincadeiras, as ginásticas, as danças, as lutas,
atividades rítmicas e expressivas, conhecimento sobre o corpo e os esportes, e
no contexto da Educação Física Escolar tais práticas corporais se apresentam
como conteúdos que irão organizar a disciplina Educação Física nos Anos
Iniciais do Ensino Fundamental. Estes conteúdos devem ser abordados de
maneira crescente, levando em conta os objetivos propostos para cada turma
que estaremos atuando, em consonância com as características e
necessidades de cada idade.

Lembrete importante:

“Apontamos que na educação física nas séries iniciais do ensino


fundamental não é necessário trabalhar com os blocos esportes e as lutas,
propriamente ditos, porém, com elementos que configuram estas práticas,
como por exemplos, os nomes dos esportes (coletivos, individuais, presentes
na natureza, adaptados entre outros), os materiais (bolas, roupas,
equipamentos), espaços físicos (quadras, salas, tatames), as possibilidades de
movimentação, seus ídolos etc. Estes elementos poderão ser abordados em
jogos adequados ao desenvolvimento do conteúdo e principalmente do aluno,
de tal forma que diversos elementos dos esportes poderão ser tratados por
meio de grandes jogos adequados às características e necessidades de cada
idade e alguns elementos das lutas por meio de jogos de oposição, assim
como o “queimado”, no controle positivo da agressividade no momento de
atingir o oponente. De forma geral, elementos dos esportes e das lutas serão
abordados nos mais diversos jogos e práticas corporais, para que os alunos
compreendam, se apropriem e ressignifiquem, de uma maneira recreativa, os
elementos que configuram estas práticas.

De acordo com tudo que foi apresentado até o momento, o professor


poderá iniciar sua prática pedagógica organizando os objetivos a serem
desenvolvidos em cada eixo de ensino proposto por Garanhani (2004) e os
conteúdos a serem abordados, com base no contexto sociocultural em que a
escola se encontra. Segue tabela para melhor análise, destacando que a
apresentação a seguir, em forma de quadro, foi uma opção metodológica, pois
os mesmos deverão ser construídos de acordo com a proposta pedagógica da
escola.
Quadro 1: Sugestões de objetivos a serem tratados nos eixos de ensino
da Educação Física (GARANHANI, 2004)

Os objetivos e os conteúdos citados em cada eixo deverão ser


escolhidos conforme a idade de cada turma dos anos iniciais do ensino
fundamental e, é importante ressaltar que um eixo não exclui o outro durante a
prática pedagógica, eles se complementam, servindo de base para o outro. Um
exemplo claro desta afirmação se dá quando o professor estiver trabalhando o
conteúdo relacionado ao CONHECIMENTO de uma determinada dança
regional, indiretamente estará trabalhando com a AUTONOMIA corporal, ao
ensinar os movimentos específicos de tal dança.

CAPÍTULO 2: Princípios que norteiam a educação física


no ensino fundamental

Os parâmetros curriculares nacionais para a área da educação física


escolar trazem uma discussão muito interessante sobre tais princípios que
resolvemos discutir com mais detalhes. Ao falarmos de inclusão e diversidade,
entendemos que o professor ao planejar suas aulas, deverá apontar no seu
plano de curso atividades que possam atender as mais variadas características
e necessidades de seus educandos. Defendemos que todo e qualquer
profissional deverá entregar seu planejamento somente após o primeiro contato
com seus alunos, uma vez que tal plano será destinado para a inclusão de
todos na prática corporal de movimento. Então, vamos imaginar uma situação
corriqueira da educação:

Situação 1 – o professor durante as férias de janeiro montou seu


planejamento, baseado nas melhores referências da área e entregou para a
coordenadora de segmento na primeira reunião do ano letivo (antes do início
das aulas). E quando as aulas começam este mesmo professor se depara com
uma turma com desejos e vontades completamente diferentes, um aluno
cadeirante, um pequeno grupo de alunos com dificuldade de concentração e
outras diferenças comportamentais.

Diante desta situação, lançamos uma pergunta para você leitor: será que
aquele plano de curso entregue na primeira reunião pedagógica estará
atendendo as principais necessidades daquela turma? Sem sombras de
dúvidas que será um plano incompleto! Portanto, plano de curso se faz diante
do conhecimento inicial de cada turma, na avaliação constante que o docente
realiza diariamente, pois cada um possui suas características e o professor
deverá estar atento a isso e tornar a educação comprometida com o
desenvolvimento pleno de seus educandos. Defendemos que a educação física
como componente curricular obrigatório, se compara a uma colcha de retalhos,
das mais variadas cores e de retalhos completamente diferentes. Mas que num
todo, com toda sua diversidade, se torna única e agradável.
Segundo os parâmetros curriculares nacionais, tais princípios se definem
da seguinte maneira:

Princípio da inclusão – a sistematização de objetivos, conteúdos,


processos de ensino e aprendizagem e avaliação tem como meta a inclusão do
aluno na cultura corporal de movimento, por meio da participação e reflexão
concretas e efetivas. Busca-se reverter o quadro histórico da área de seleção
entre indivíduos aptos e inaptos para as práticas corporais, resultante da
valorização exacerbada do desempenho e da eficiência.

Princípio da diversidade - o princípio da diversidade aplica-se na


construção dos processos de ensino e aprendizagem e orienta a escolha de
objetivos e conteúdos, visando a ampliar as relações entre os conhecimentos
da cultura corporal de movimento e os sujeitos da aprendizagem. Busca-se
legitimar as diversas possibilidades de aprendizagem que se estabelecem com
a consideração das dimensões afetivas, cognitivas, motoras e socioculturais
dos alunos.

Categorias de conteúdos - os conteúdos são apresentados segundo


sua categoria conceitual (fatos, conceitos e princípios), procedimental (ligados
ao fazer) e atitudinal (normas, valores e atitudes). Os conteúdos conceituais e
procedimentais mantêm uma grande proximidade, na medida em que o objeto
central da cultura corporal de movimento gira em torno do fazer, do
compreender e do sentir com o corpo. Incluem-se nessas categorias os
próprios processos de aprendizagem, organização e avaliação. Os conteúdos
atitudinais apresentam-se como objetos de ensino e aprendizagem, e apontam
para a necessidade de o aluno vivenciá-los de modo concreto no cotidiano
escolar, buscando minimizar a construção de valores e atitudes por meio do
currículo oculto.
CAPÍTULO 3: Um trato com os blocos de conteúdos

Antes de propormos a sequência didática utilizando a BNCC como mola


propulsora desta obra, faremos uma breve reflexão sobre os blocos de
conteúdos dos Parâmetros Curriculares Nacionais, que tanto serviu de base
para planejamentos na educação física escolar. E o que percebemos hoje foi a
transição dos PCN´S para a BNCC, com conteúdos bem próximos, acrescidos
das competências e habilidades.
Segundo os Parâmetros Curriculares Nacionais (1997), os conteúdos da
educação física estão organizados em três blocos, que deverão ser
desenvolvidos ao longo de todo o ensino fundamental, embora no presente
documento sejam especificados apenas os conteúdos dos dois primeiros
ciclos.
Essa organização tem a função de evidenciar quais são os objetos de
ensino e aprendizagem que estão sendo priorizados, servindo como subsídio
ao trabalho do professor, que deverá distribuir os conteúdos a serem
trabalhados de maneira equilibrada e adequada. De acordo com os PCN’s,
tentar definir critérios para delimitar cada uma destas práticas corporais é tarefa
arriscada, pois as sutis interseções, semelhanças e diferenças entre uma e
outra estão vinculadas ao contexto em que são exercidas. Existem inúmeras
tentativas de circunscrever conceitualmente cada uma delas, a partir de
diferentes pressupostos teóricos, mas até hoje não existe consenso. As
delimitações utilizadas no presente documento têm o intuito de tornar viável ao
professor e à escola operacionalizar e sistematizar os conteúdos de forma mais
abrangente, diversificada e articulada possível. Assim, não se trata de uma
estrutura estática ou inflexível, mas sim de uma forma de organizar o conjunto
de conhecimentos abordados, segundo os diferentes enfoques que podem ser
dados:
A partir de agora, iremos tratar de cada bloco, de acordo com os
Parâmetros Curriculares Nacionais tecendo pequenos comentários sobre eles
a fim de ajustar uma linguagem mais prática e contextualizada sobre tal
organização.

Conhecimento sobre o corpo

Este bloco diz respeito aos conhecimentos e conquistas individuais que


subsidiam as práticas corporais expressas nos outros dois blocos e dão
recursos para o indivíduo gerenciar sua atividade corporal de forma autônoma.
O corpo é compreendido como um organismo integrado e não como um
amontoado de “partes” e “aparelhos”, deve ser visto como um corpo vivo, que
interage com o meio físico e cultural, que sente dor, prazer, alegria, medo, etc.
Para se conhecer o corpo abordam-se os conhecimentos anatômicos,
fisiológicos, biomecânicos e bioquímicos que capacitam a análise crítica dos
programas de atividade física e o estabelecimento de critérios para julgamento,
escolha e realização que regulem as próprias atividades corporais saudáveis,
seja no trabalho ou no lazer. São tratados de maneira simplificada, abordando-
se apenas os conhecimentos básicos. É importante ressaltar que os conteúdos
deste bloco estão contextualizados nas atividades corporais desenvolvidas.
As habilidades motoras deverão ser aprendidas durante toda a
escolaridade, e deverão sempre estar contextualizadas nos conteúdos dos
outros blocos. Podem ser observadas e apreciadas principalmente dentro dos
esportes, jogos, lutas, ginásticas e atividades rítmicas e expressivas. Também
fazem parte deste bloco os conhecimentos sobre os hábitos posturais e
atitudes corporais. A ênfase deste item está na relação entre as possibilidades
e as necessidades biomecânicas e a construção sociocultural da atitude
corporal, dos gestos, da postura. Além da análise dos diferentes hábitos, pode-
se incluir a questão da postura dos alunos em classe: as posturas mais
adequadas para realizar determinadas tarefas, para diferentes situações e por
quê.

COMENTÁRIO DESTE BLOCO:

Uma criança com possibilidades lúdicas variadas terá mais riqueza


de criatividade, relacionamentos, capacidade crítica de opinar. O contato,
a exploração do meio ambiente, os brinquedos, a expressão musical, as
artes, a dança, o teatro e as vivências corporais, por mais simples que
sejam, ampliam sua visão de mundo na medida em que ela interage.
Desta forma, ela própria vai instituindo seus limites, desafios e criando
novas percepções. As crianças brincam por brincar. Seu interesse vem de
uma motivação interna de curiosidade, divertimento e experimentação,
podendo as crianças se sujeitar às regras externas, mas jamais vão
brincar sem desejo e, se não for pelo desejo, então, não será brincadeira.
Nesta perspectiva, compreendemos que a essência deste bloco, se
tratando de práticas corporais que enfatizam o conhecimento sobre o
corpo, sejam elas simples ou sofisticadas, é fundamental para o
aprendizado, e a variedade de estímulos proporcionará uma dinamicidade
nos conhecimentos adquiridos.

Esporte

Consideram-se esporte as práticas em que são adotadas regras de


caráter oficial e competitivo, organizadas em federações regionais, nacionais e
internacionais que regulamentam a atuação amadora e a profissional.
Envolvem condições espaciais e de equipamentos sofisticados como campos,
piscinas, bicicletas, pistas, ringues, ginásios, etc. A divulgação pela mídia
favorece a sua apreciação por um diverso contingente de grupos sociais e
culturais. Por exemplo, os Jogos Olímpicos, a Copa do Mundo de Futebol ou
determinadas lutas de boxe profissional são vistos e discutidos por um grande
número de apreciadores e torcedores.
COMENTÁRIO DESTE BLOCO:
Este é um bloco de conteúdo que, antes de tecer qualquer
comentário sobre seu desenvolvimento na Educação Física Escolar,
merece um posicionamento de suas particularidades com relação ao
próximo bloco, Jogos, no qual você, professor, notará semelhanças e
diferenças entre os dois blocos.
O esporte possui federações, como já mencionado, o que faz dele
uma prática corporal, um elemento da cultura corporal que segue normas
gerais em qualquer parte do mundo. Por exemplo, o Futsal é formado por
duas equipes com cinco jogadores cada. No Handebol a formação é de 7
jogadores. O Tênis pode ser jogado em duplas ou individualmente. E
assim por diante.
Com essas condições o esporte é considerado uma prática
unificada mundialmente. Contudo, o esporte quando adentra o universo
escolar deve ser visto como uma prática que segue a natureza cultural de
cada local e pode (e deve) possibilitar a participação de todos os alunos.
Significa dizer que aquilo que for necessário alterar em seus aspectos
técnicos e estruturais para facilitar a interação deve ser considerado.
Podemos citar uma quadra que não tem as medidas oficiais, e neste caso
é adequado diminuir o número de jogadores. Mudar a forma de jogar e
algumas regras não irá prejudicar a essência do esporte, é apenas uma
atitude que o professor precisa tomar para incluir seus alunos e na
medida em que o aprendizado for ocorrendo ou se a estrutura física do
local melhorar o esporte retoma sua forma original.
A prática esportiva na escola vai muito além de simplesmente jogar
o jogo. Jogar na escola significa movimentar-se para além do movimento,
rompendo barreiras físicas, sociais, afetivas e cognitivas. Quando uma
criança joga com o outro ela expressa seus desejos, aprende a
compartilhar o tempo, o espaço e os equipamentos, compreende a
necessidade de se entender e respeitar as regras, mas também o
momento em que as mesmas precisam ser reformuladas, seja pela
quantidade de participantes, seja pelas condições do ambiente(espaço
e/ou material, já comentado neste bloco) ou pelo interesse de quem o
pratica. Neste ponto chegamos a uma discussão que vem sendo
difundida na Educação Física Escolar: Qual é a melhor maneira de
ensinar o esporte, sendo o Esporte “na” escola ou o Esporte “da” escola?
Poderia se dizer que ambas as formas tem o mesmo sentido? Essa é uma
questão que ultrapassa a aplicação gramática de uma palavra. Vamos
contextualizar com um exemplo prático:

“O voleibol é um esporte disputado por duas equipes com seis


jogadores de cada lado da quadra e que mede 18 metros de comprimento
por 9 metros de largura, sendo que cada equipe ocupa um espaço de 9x9.
Seguir esse padrão e levá-lo para a escola com esses moldes é fazer o
esporte na escola”.
Se em uma determinada escola o espaço para as aulas de
Educação Física não comporta a dimensão oficial desta modalidade,
deve-se então realizar uma adaptação para que as medidas fiquem de tal
forma que a prática deste esporte aconteça pedagogicamente. Se o
voleibol que é jogado nas quadras em categorias femininas ou
masculinas despertar um interesse nos alunos para se jogar com equipes
mistas podemos também adaptá-lo. Esses são exemplos de como
transformar uma prática institucionalizada em um jogo (aqui queremos
adotar o nome de esporte-jogo) que atenda a determinadas situações e,
assim como foi dado o exemplo do voleibol é possível fazer adaptações
em outras modalidades. E os alunos devem ser convocados a participar
desta construção, mostrando-lhes que são capazes de elaborar uma linha
de raciocínio e que podem apresentar resultados positivos e que pelo fato
de tentarem contribuir, estarão fazendo parte do processo. Este é o
esporte da escola, ou seja, aquele que é construído por alunos e
professores e que possui a essência do jogo original, porém, modificado
às condições de um determinado grupo.
Com essa atitude de bom senso, o professor pode resgatar alunos
que não estejam motivados a fazer a aula, certificando que também nas
aulas de Educação Física existe espaço para “o pensar” e,
principalmente, para “o agir” de forma reflexiva e construtiva.
Jogos

Os jogos podem ter uma flexibilidade maior nas regulamentações, que


são adaptadas em função das condições de espaço e material disponíveis, do
número de participantes, entre outros. São exercidos com um caráter
competitivo, cooperativo ou recreativo em situações festivas, comemorativas,
de confraternização ou ainda no cotidiano, como simples passatempo e
diversão. Assim, incluem-se entre os jogos as brincadeiras regionais, os jogos
de salão, de mesa, de tabuleiro, de rua e as brincadeiras infantis de modo
geral.

COMENTÁRIO DESTE BLOCO:

No tempo dos nossos pais ou avós, a vida das crianças era


brincando nas calçadas, nas ruas, nas praças, nos muitos terrenos
descampados da cidade e nos sítios e nas fazendas do interior. As
brincadeiras eram mais simples, porém, muito divertidas. Existiam
brincadeiras de meninos e brincadeiras de meninas. Mas tinham também
as brincadeiras para ambos os sexos. As brincadeiras de meninos
estimulavam competições e atividades físicas, enquanto as brincadeiras
das meninas eram geralmente relacionadas à vida doméstica e às
relações afetivas. Ilustrando essa reflexão citamos a bola de futebol que o
menino ganha quando ainda bem novinho, levando-o a entender desde
cedo que seu ofício será a prática esportiva. Já a menina ganha uma
boneca, o que lhe dá uma ideia de cuidado doméstico, de maternidade. De
qualquer forma, essas mesmas brincadeiras fazem parte do patrimônio
lúdico-cultural, traduzindo valores, costumes, forma de pensamentos e
aprendizagem. E, assim, os jogos e as brincadeiras podem ser capazes de
fornecer à criança a possibilidade de ser um sujeito ativo, construtor do
seu próprio conhecimento, alcançando progressivos graus de autonomia
diante das estimulações do seu ambiente. As brincadeiras de fundo de
quintal foram substituídas e reduzidas a um quarto, a uma tela de
televisor, aos computadores, à tecnologia avançada e, quando não é
reduzida por esses motivos, a sua liberdade é tolida pela violência
instalada na maioria dos grandes centros urbanos.
O momento do jogo é um espaço que visa estimular crianças e
jovens a brincarem de forma prazerosa, pondo em prática sua própria
criatividade e aprendendo a valorizar as atividades lúdicas. Por meio do
jogo, do brinquedo e da brincadeira, a criança se desenvolve
espontaneamente, formando seus pontos de vista, aprendendo a aceitar
regras do jogo, aceitando a opinião dos parceiros, tomando iniciativa e
decisões, habilidades necessárias ao adulto criativo, crítico, competitivo.
Desta forma, o aprendizado pode se tornar cada vez mais significativo.
Quer no jogo individual, quer no coletivo, as características da personalidade
infantil evidenciam-se bastante: há crianças que se isolam, há outras que
assumem a liderança, as tímidas, as inibidas, as agressivas, as dominadoras,
as competitivas ao extremo e etc. A observação da criança quando participa do
jogo e de suma importância, porque através dela podemos obter elementos
que servirão de orientação para o conhecimento das reações emocionais, bem
como para o melhor planejamento das aulas de educação física.
Jogar na aula de Educação Física significa se apropriar da matemática
pedagógica do jogo, ou seja, dividir o espaço e o material, somar as
habilidades individuais ao coletivo, diminuir as dificuldades advindas das
estruturas dominantes e multiplicar a boa vontade e o espírito de grupo.

Lutas

As lutas são disputas em que o(s) oponente(s) deve(m) ser


subjugado(s), mediante técnicas e estratégias de desequilíbrio, contusão,
imobilização ou exclusão de um determinado espaço na combinação de ações
de ataque e defesa. Caracterizam-se por uma regulamentação específica, a fim
de punir atitudes de violência e de deslealdade. Podem ser citados como
exemplo de lutas desde as brincadeiras de cabo-de-guerra e braço-de-ferro até
as práticas mais complexas da capoeira, do judô e do caratê.

COMENTÁRIO DESTE BLOCO:

O homem é um ser que precisa de orientação e informação. Esses


conhecimentos são adquiridos na escola, e ela, juntamente com os pais,
deve despertar nos alunos a curiosidade e a capacidade para entender o
mundo que os cerca, e de ensiná-los os conceitos empregados pela
sociedade. A educação é função de todos, pois aprendemos até mesmo
em uma conversa com uma pessoa de outra cultura, que recebeu
educação diferente da nossa, etc. Isto é, nosso aprendizado depende não
só da escola, mas também de nossos familiares e das pessoas que
convivemos, seja na escola, em casa ou no trabalho. A educação é algo
que cabe em qualquer lugar. Para este bloco especificamente,
consideramos de suma importância os seguintes itens:

- Interiorização de uma nova postura perante a dinâmica da competição,


apresentando mais uma opção, a cooperação;

- Valorização de momentos de reflexão;

- Reflexão sobre valores como autonomia, cooperação, limite e


participação social;

- Reconhecimento da responsabilidade e do compartilhamento com a


intenção de afastar ao máximo a probabilidade de ocorrerem acidentes e
atender as necessidades dos participantes;

- Reconhecimento da responsabilidade com a sua saúde e a dos outros;

- Desenvolvimento de uma atitude crítico- reflexiva em relação a padrões


impostos pela cultura;
- Exercício do “ganhar” e do “perder”.

- Adoção de atitudes de respeito mútuo, dignidade e solidariedade em


situações competitivas, repudiando qualquer espécie de violência;

- Respeito na utilização dos espaços comuns.

Ginásticas

As ginásticas são técnicas de trabalho corporal que, de modo geral,


assumem um caráter individualizado com finalidades diversas. Por exemplo,
pode ser feita como preparação para outras modalidades, como relaxamento,
para manutenção ou recuperação da saúde ou ainda de forma recreativa,
competitiva e de convívio social. Envolvem ou não a utilização de materiais e
aparelhos, podendo ocorrer em espaços fechados, ao ar livre e na água. Cabe
ressaltar que são um conteúdo que tem uma relação privilegiada com
“Conhecimentos sobre o corpo”, pois, nas atividades de ginásticas, esses
conhecimentos se explicitam com bastante clareza. Atualmente, existem várias
técnicas de ginástica que trabalham o corpo de modo diferente das ginásticas
tradicionais (de exercícios rígidos, mecânicos e repetitivos), visando à
percepção do próprio corpo: ter consciência da respiração, perceber
relaxamento e tensão dos músculos, sentir as articulações da coluna vertebral.

COMENTÁRIO DESTE BLOCO:

Este bloco de conteúdo, embora necessário e importante para a


disciplina educação física, pouco se vê dos profissionais no sentido de
praticá-lo e torná-lo contextualizado nas séries iniciais do ensino
fundamental. Defendemos que a ginástica poderá ter um enfoque
recreativo, de maneira que as atividades lúdicas se apresentem como
uma necessidade do Ser Humano em qualquer idade e não podem ser
vistas apenas como diversão. O desenvolvimento do aspecto lúdico
aliado aos movimentos da ginástica (aqui tratamos a ginástica como
atividades psicomotoras de base) facilita a aprendizagem e o
desenvolvimento pessoal, social e cultural, colabora para uma boa saúde
mental, prepara para um estado interior fértil e facilita os processos de
socialização, comunicação, expressão e construção do conhecimento, e é
claro, ao aprendizado motor. Temos, também, a possibilidade de
experimentação de tudo o que foi dito por intermédio da Ginástica para
Todos, uma modalidade que para CONFEDERAÇÃO BRASILEIRA DE
GINÁSTICA (CBG) alia fundamentos das diversas formas de ginástica
com outras manifestações, como jogos e danças. Segundo a CBG, até
Dezembro de 2008 a Ginástica para Todos era chamada de Ginástica
Geral.
Analisando esses fatores, podemos concluir que não só crianças,
mas, também adolescentes e jovens são facilmente “seduzidos” pelos
encantamentos da recreação, já que este, possivelmente, proporcionará
diversão, alegria e encontro entre os pares.

Atividades rítmicas e expressivas

Este bloco de conteúdos inclui as manifestações da cultura corporal que


têm como características comuns à intenção de expressão e comunicação
mediante gestos e a presença de estímulos sonoros como referência para o
movimento corporal. Trata-se das danças e brincadeiras cantadas. Num país
em que pulsam o samba, o bumba meu boi, o maracatu, o frevo, o afoxé, a
catira, o baião, o xote, o xaxado entre muitas outras manifestações, é
surpreendente o fato de a Educação Física ter promovido apenas a prática de
técnicas de ginástica e (eventualmente) danças europeias e americanas. A
diversidade cultural que caracteriza o país tem na dança uma de suas
expressões mais significativas, constituindo um amplo leque de possibilidades
de aprendizagem.
Todas as culturas têm algum tipo de manifestação rítmica e/ou
expressiva. No Brasil existe uma riqueza muito grande dessas manifestações.
Danças trazidas pelos africanos na colonização, danças relativas aos mais
diversos rituais, danças que os imigrantes trouxeram em sua bagagem, danças
que foram aprendidas com os vizinhos de fronteira, danças que se veem pela
televisão. As danças foram e são criadas a todo tempo: inúmeras influências
são incorporadas e as danças transformam-se, multiplicam-se. Algumas
preservaram suas características e pouco se transformaram com o passar do
tempo, como os forrós que acontecem no interior de Minas Gerais, sob a luz de
um lampião, ao som de uma sanfona. Outras recebem múltiplas influências,
incorporam-nas, transformando-as em novas manifestações, como os forrós do
Nordeste, que incorporaram os ritmos caribenhos, resultando na lambada.
Nas cidades existem danças como o funk, o rap, o hip-hop, as danças
de salão, entre outras, que se caracterizam por acontecerem em festas, clubes,
ou mesmo nas praças e ruas. Existem também as danças eruditas como a
clássica, a contemporânea, a moderna e o jazz, que podem às vezes ser
apreciadas na televisão, em apresentações teatrais e são geralmente
ensinadas em escolas e academias. Nas cidades do Nordeste e Norte do país,
existem danças e coreografias associadas às manifestações musicais, como a
timbalada ou o olodum, por exemplo.
Por meio das danças e brincadeiras os alunos poderão conhecer as
qualidades do movimento expressivo como leve/pesado, forte/fraco,
rápido/lento, fluido/interrompido, intensidade, duração, direção, sendo capaz de
analisá-los a partir destes referenciais; conhecer algumas técnicas de
execução de movimentos e utilizar-se delas; ser capazes de improvisar, de
construir coreografias, e, por fim, de adotar atitudes de valorização e
apreciação dessas manifestações expressivas.
A lista a seguir é uma sugestão de danças e outras atividades rítmicas
e/ou expressivas que podem ser abordadas e deverão ser adaptadas a cada
contexto:

• danças brasileiras: samba, baião, valsa, quadrilha, afoxé, catira, bumba


meu boi, maracatu, xaxado, etc.;

• danças urbanas: rap, funk, break, pagode, danças de salão;


• danças eruditas: clássicas, modernas, contemporâneas, jazz;

• danças e coreografias associadas a manifestações musicais: blocos de


afoxé, olodum, timbalada, trios elétricos, escolas de samba;

• lengalengas;

• brincadeiras de roda, cirandas;


• escravos-de-jó.

COMENTÁRIO DESTE BLOCO:

Qualquer ser humano ou grupo de pessoas tem sua preferência


musical, e isso pode ser pensado como uma intervenção pelos
profissionais da educação. Apesar de existir essa preferência musical, o
que é totalmente notório é o gosto pela música. A música contagia,
diverte, emociona, envolve, externaliza sentimentos e caracteriza culturas
diferentes. Partindo desse princípio, se educadores, de uma forma geral,
levarem a música para suas aulas, podemos pensar que esta estratégia
seria capaz de “tocar” os alunos de uma forma, no mínimo, diferente do
que é visto na normalidade das atividades escolares.
Os jogos cantados são uma importante ferramenta para os
profissionais que trabalham com o movimento, principalmente por
possuírem um componente essencialmente estimulador, a música. E,
assim como a música, os diferentes sons e os ritmos propriamente ditos,
provocam na criança a necessidade de se movimentar. E é essa
necessidade que configura uma gama de movimentos que, inicialmente,
são aleatórios e dispersos, mas que com a utilização constante e
oportuna deste recurso pedagógico, através do jogo cantado, é possível
se observar movimentos cada vez mais rítmicos e coordenados.
As crianças mais novas (podem ser usadas como exemplo, as
crianças da educação infantil e dos anos iniciais do ensino fundamental)
são, na maioria das vezes, os maiores adeptos dos jogos cantados, pois
essas atividades, geralmente, possuem ritmos e melodias que atraem a
atenção dos mesmos. A partir disso, o professor lança mão de mais esse
instrumento com o objetivo de promover uma educação muito além do
movimento, haja vista que vários jogos cantados trabalham com aspectos
como, esquema corporal, lateralidade, socialização, direcionalidade, entre
outros.

Segundo os Parâmetros Curriculares, a gama de esportes, jogos, lutas e


ginásticas existentes no Brasil é imensa. Cada região, cada cidade, cada
escola tem uma realidade e uma conjuntura que possibilitam a prática de uma
parcela dessa gama. A lista a seguir contempla uma parcela de possibilidades
e pode ser ampliada ou reduzida:

- jogos pré-desportivos: queimada, pique-bandeira, guerra das bolas, jogos pré-


desportivos do futebol (gol-a-gol, controle, chute-em-gol-rebatida-drible,
bobinho, dois toques);

- jogos populares: bocha, malha, taco, boliche;

- brincadeiras: amarelinha, pular corda, elástico, bambolê, bolinha de gude,


pião, pipas, lenço-atrás, corre-cutia, esconde-esconde, pega-pega, coelho sai-
da-toca, duro-ou-mole, agacha-agacha, mãe-da-rua, carrinhos de rolimã, cabo-
de-guerra, etc.;

- atletismo: corridas de velocidade, de resistência, com obstáculos, de


revezamento; saltos em distância, em altura, triplo, com vara; arremessos de
peso, de martelo, de dardo e de disco;

- esportes coletivos: futebol de campo, futsal, basquete, vôlei, vôlei de praia,


handebol, futvôlei, etc.;

- esportes com bastões e raquetes: beisebol, tênis de mesa, tênis de campo,


pingue-pongue;
- esportes sobre rodas: hóquei, hóquei in-line, ciclismo;

- lutas: judô, capoeira, caratê;

- ginásticas: de manutenção de saúde (aeróbica e musculação); de preparação


e aperfeiçoamento para a dança; de preparação e aperfeiçoamento para os
esportes, jogos e lutas; olímpica e rítmica desportiva.

CAPÍTULO 4: EDUCAÇÃO FÍSICA E A BNCC

É fundamental frisar que a Educação Física oferece uma série de


possibilidades para enriquecer a experiência das crianças, jovens e adultos na
Educação Básica, permitindo o acesso a um vasto universo cultural. Esse
universo compreende saberes corporais, experiências estéticas, emotivas,
lúdicas e agonistas, que se inscrevem, mas não se restringem, à racionalidade
típica dos saberes científicos que, comumente, orienta as práticas pedagógicas
na escola. Experimentar e analisar as diferentes formas de expressão que não
se alicerçam apenas nessa racionalidade é uma das potencialidades desse
componente na Educação Básica. Para além da vivência, a experiência efetiva
das práticas corporais oportuniza aos alunos participar, de forma autônoma, em
contextos de lazer e saúde (BNCC, 2017).
Segundo a BNCC, há três elementos fundamentais comuns às práticas
corporais: movimento corporal como elemento essencial; organização
interna (de maior ou menor grau), pautada por uma lógica específica; e
produto cultural vinculado com o lazer/entretenimento e/ou o cuidado com o
corpo e a saúde. Cada prática corporal propicia ao sujeito o acesso a uma
dimensão de conhecimentos e de experiências aos quais ele não teria de outro
modo. A vivência da prática é uma forma de gerar um tipo de conhecimento
muito particular e insubstituível e, para que ela seja significativa, é preciso
problematizar, desnaturalizar e evidenciar a multiplicidade de sentidos e
significados que os grupos sociais conferem às diferentes manifestações da
cultura corporal de movimento. Logo, as práticas corporais são textos culturais
passíveis de leitura e produção.
Na BNCC, cada uma das práticas corporais tematizadas compõe uma
das seis unidades temáticas abordadas ao longo do Ensino Fundamental.
Cabe destacar que a categorização apresentada não tem pretensões de
universalidade, pois se trata de um entendimento possível, entre outros, sobre
as denominações das manifestações culturais tematizadas na Educação Física
escolar. Vamos acompanhar abaixo o que a BNCC preconiza para cada eixo
temático.
A unidade temática Brincadeiras e jogos explora aquelas atividades
voluntárias exercidas dentro de determinados limites de tempo e espaço,
caracterizadas pela criação e alteração de regras, pela obediência de cada
participante ao que foi combinado coletivamente, bem como pela apreciação do
ato de brincar em si. Essas práticas não possuem um conjunto estável de
regras e, portanto, ainda que possam ser reconhecidos jogos similares em
diferentes épocas e partes do mundo, esses são recriados, constantemente,
pelos diversos grupos culturais. Mesmo assim, é possível reconhecer que um
conjunto grande dessas brincadeiras e jogos é difundido por meio de redes de
sociabilidade informais, o que permite denominá-los populares.

Por sua vez, a unidade temática Esportes reúne tanto as manifestações


mais formais dessa prática quanto as derivadas. O esporte como uma das
práticas mais conhecidas da contemporaneidade, por sua grande presença nos
meios de comunicação, caracteriza-se por ser orientado pela comparação de
um determinado desempenho entre indivíduos ou grupos (adversários), regido
por um conjunto de regras formais, institucionalizadas por organizações
(associações, federações e confederações esportivas), as quais definem as
normas de disputa e promovem o desenvolvimento das modalidades em todos
os níveis de competição. No entanto, essas características não possuem um
único sentido ou somente um significado entre aqueles que o praticam,
especialmente quando o esporte é realizado no contexto do lazer, da educação
e da saúde. Como toda prática social, o esporte é passível de recriação por
quem se envolve com ele. As práticas derivadas dos esportes mantêm,
essencialmente, suas características formais de regulação das ações, mas
adaptam as demais normas institucionais aos interesses dos participantes, às
características do espaço, ao número de jogadores, ao material disponível etc.
Isso permite afirmar, por exemplo, que, em um jogo de dois contra dois em
uma cesta de basquetebol, os participantes estão jogando basquetebol, mesmo
não sendo obedecidos os 50 artigos que integram o regulamento oficial da
modalidade.
Para a estruturação dessa unidade temática, é utilizado um modelo de
classificação baseado na lógica interna, tendo como referência os critérios de
cooperação, interação com o adversário, desempenho motor e objetivos táticos
da ação. Esse modelo possibilita a distribuição das modalidades esportivas em
categorias, privilegiando as ações motoras intrínsecas, reunindo esportes que
apresentam exigências motrizes semelhantes no desenvolvimento de suas
práticas. Assim, são apresentadas sete categorias de esportes (note-se que
as modalidades citadas na descrição das categorias servem apenas para
facilitar a compreensão do que caracteriza cada uma das categorias. Portanto,
não são prescrições das modalidades a ser obrigatoriamente tematizadas na
escola):

• Marca: conjunto de modalidades que se caracterizam por comparar os


resultados registrados em segundos, metros ou quilos (patinação de
velocidade, todas as provas do atletismo, remo, ciclismo, levantamento
de peso etc.).

• Precisão: conjunto de modalidades que se caracterizam por


arremessar/lançar um objeto, procurando acertar um alvo específico,
estático ou em movimento, comparando-se o número de tentativas
empreendidas, a pontuação estabelecida em cada tentativa (maior ou
menor do que a do adversário) ou a proximidade do objeto arremessado
ao alvo (mais perto ou mais longe do que o adversário conseguiu
deixar), como nos seguintes casos: bocha, curling, golfe, tiro com arco,
tiro esportivo etc.

• Técnico-combinatório: reúne modalidades nas quais o resultado da


ação motora comparado é a qualidade do movimento segundo padrões
técnico-combinatórios (ginástica artística, ginástica rítmica, nado
sincronizado, patinação artística, saltos ornamentais etc.).

• Rede/quadra dividida ou parede de rebote: reúne modalidades que se


caracterizam por arremessar, lançar ou rebater a bola em direção a
setores da quadra adversária nos quais o rival seja incapaz de devolvê-
la da mesma forma ou que leve o adversário a cometer um erro dentro
do período de tempo em que o objeto do jogo está em movimento.
Alguns exemplos de esportes de rede são voleibol, vôlei de praia, tênis
de campo, tênis de mesa, badminton e peteca. Já os esportes de parede
incluem pelota basca, raquetebol, squash etc.

• Campo e taco: categoria que reúne as modalidades que se


caracterizam por rebater a bola lançada pelo adversário o mais longe
possível, para tentar percorrer o maior número de vezes as bases ou a
maior distância possível entre as bases, enquanto os defensores não
recuperam o controle da bola, e, assim, somar pontos (beisebol,
críquete, softbol etc.).

• Invasão ou territorial: conjunto de modalidades que se caracterizam


por comparar a capacidade de uma equipe introduzir ou levar uma bola
(ou outro objeto) a uma meta ou setor da quadra/ campo defendida
pelos adversários (gol, cesta, touchdown etc.), protegendo,
simultaneamente, o próprio alvo, meta ou setor do campo (basquetebol,
frisbee, futebol, futsal, futebol americano, handebol, hóquei sobre grama,
polo aquático, rúgbi etc.).

• Combate: reúne modalidades caracterizadas como disputas nas quais o


oponente deve ser subjugado, com técnicas, táticas e estratégias de
desequilíbrio, contusão, imobilização ou exclusão de um determinado
espaço, por meio de combinações de ações de ataque e defesa (judô,
boxe, esgrima, tae kwon do etc.).
Na unidade temática Ginásticas, são propostas práticas com formas de
organização e significados muito diferentes, o que leva à necessidade de
explicitar a classificação adotada: (a) ginástica geral; (b) ginásticas de
condicionamento físico; e (c) ginásticas de conscientização corporal.

A ginástica geral, também conhecida como ginástica para todos, reúne as


práticas corporais que têm como elemento organizador a exploração das
possibilidades acrobáticas e expressivas do corpo, a interação social, o
compartilhamento do aprendizado e a não competitividade. Podem ser
constituídas de exercícios no solo, no ar (saltos), em aparelhos (trapézio,
corda, fita elástica), de maneira individual ou coletiva, e combinam um conjunto
bem variado de piruetas, rolamentos, paradas de mão, pontes, pirâmides
humanas etc. Integram também essa prática os denominados jogos de malabar
ou malabarismo.
As ginásticas de condicionamento físico se caracterizam pela exercitação
corporal orientada à melhoria do rendimento, à aquisição e à manutenção da
condição física individual ou à modificação da composição corporal.
Geralmente, são organizadas em sessões planejadas de movimentos
repetidos, com frequência e intensidade definidas. Podem ser orientadas de
acordo com uma população específica, como a ginástica para gestantes, ou
atreladas a situações ambientais determinadas, como a ginástica laboral.
As ginásticas de conscientização corporal reúnem práticas que
empregam movimentos suaves e lentos, tal como a recorrência a posturas ou à
conscientização de exercícios respiratórios, voltados para a obtenção de uma
melhor percepção sobre o próprio corpo. Algumas dessas práticas que
constituem esse grupo têm origem em práticas corporais milenares da cultura
oriental.
Por sua vez, a unidade temática Danças explora o conjunto das práticas
corporais caracterizadas por movimentos rítmicos, organizados em passos e
evoluções específicas, muitas vezes também integradas a coreografias. As
danças podem ser realizadas de forma individual, em duplas ou em grupos,
sendo essas duas últimas as formas mais comuns. Diferentes de outras
práticas corporais rítmico-expressivas, elas se desenvolvem em codificações
particulares, historicamente constituídas, que permitem identificar movimentos
e ritmos musicais peculiares associados a cada uma delas.
A unidade temática Lutas focaliza as disputas corporais, nas quais os
participantes empregam técnicas, táticas e estratégias específicas para
imobilizar, desequilibrar, atingir ou excluir o oponente de um determinado
espaço, combinando ações de ataque e defesa dirigidas ao corpo do
adversário. Dessa forma, além das lutas presentes no contexto comunitário e
regional, podem ser tratadas lutas brasileiras (capoeira, huka-huka, luta
marajoara etc.), bem como lutas de diversos países do mundo (judô, aikido, jiu-
jítsu, muay thai, boxe, chinese boxing, esgrima, kendo etc.).

Por fim, na unidade temática Práticas corporais de aventura, exploram-se


expressões e formas de experimentação corporal centradas nas perícias e
proezas provocadas pelas situações de imprevisibilidade que se apresentam
quando o praticante interage com um ambiente desafiador. Algumas dessas
práticas costumam receber outras denominações, como esportes de risco,
esportes alternativos e esportes extremos. Assim como as demais práticas,
elas são objeto também de diferentes classificações, conforme o critério que se
utilize. Neste documento, optou-se por diferenciá-las com base no ambiente de
que necessitam para ser realizadas: na natureza e urbanas. As práticas de
aventura na natureza se caracterizam por explorar as incertezas que o
ambiente físico cria para o praticante na geração da vertigem e do risco
controlado, como em corrida orientada, corrida de aventura, corridas de
mountain bike, rapel, tirolesa, arborismo etc. Já as práticas de aventura
urbanas exploram a “paisagem de cimento” para produzir essas condições
(vertigem e risco controlado) durante a prática de parkour, skate, patins, bike
etc.

É importante salientar que a organização das unidades temáticas se baseia


na compreensão de que o caráter lúdico está presente em todas as práticas
corporais, ainda que essa não seja a finalidade da Educação Física na escola.
Ao brincar, dançar, jogar, praticar esportes, ginásticas ou atividades de
aventura, para além da ludicidade, os estudantes se apropriam das lógicas
intrínsecas (regras, códigos, rituais, sistemáticas de funcionamento,
organização, táticas etc.) a essas manifestações, assim como trocam entre si e
com a sociedade as representações e os significados que lhes são atribuídos.
Por essa razão, a delimitação das habilidades privilegia oito dimensões de
conhecimento:

! Experimentação: refere-se à dimensão do conhecimento que se origina


pela vivência das práticas corporais, pelo envolvimento corporal na
realização das mesmas. São conhecimentos que não podem ser
acessados sem passar pela vivência corporal, sem que sejam
efetivamente experimentados. Trata-se de uma possibilidade única de
apreender as manifestações culturais tematizadas pela Educação Física
e do estudante se perceber como sujeito “de carne e osso”. Faz parte
dessa dimensão, além do imprescindível acesso à experiência, cuidar
para que as sensações geradas no momento da realização de uma
determinada vivência sejam positivas ou, pelo menos, não sejam
desagradáveis a ponto de gerar rejeição à prática em si.

! Uso e apropriação: refere-se ao conhecimento que possibilita ao


estudante ter condições de realizar de forma autônoma uma
determinada prática corporal. Trata-se do mesmo tipo de conhecimento
gerado pela experimentação (saber fazer), mas dele se diferencia por
possibilitar ao estudante a competência necessária para potencializar o
seu envolvimento com práticas corporais no lazer ou para a saúde. Diz
respeito àquele rol de conhecimentos que viabilizam a prática efetiva
das manifestações da cultura corporal de movimento não só durante as
aulas, como também para além delas.

! Fruição: implica a apreciação estética das experiências sensíveis


geradas pelas vivências corporais, bem como das diferentes práticas
corporais oriundas das mais diversas épocas, lugares e grupos. Essa
dimensão está vinculada com a apropriação de um conjunto de
conhecimentos que permita ao estudante desfrutar da realização de uma
determinada prática corporal e/ou apreciar essa e outras tantas quando
realizadas por outros.
! Reflexão sobre a ação: refere-se aos conhecimentos originados na
observação e na análise das próprias vivências corporais e daquelas
realizadas por outros. Vai além da reflexão espontânea, gerada em toda
experiência corporal. Trata-se de um ato intencional, orientado a
formular e empregar estratégias de observação e análise para: (a)
resolver desafios peculiares à prática realizada; (b) apreender novas
modalidades; e (c) adequar as práticas aos interesses e às
possibilidades próprios e aos das pessoas com quem compartilha a sua
realização.

! Construção de valores: vincula-se aos conhecimentos originados em


discussões e vivências no contexto da tematização das práticas
corporais, que possibilitam a aprendizagem de valores e normas
voltadas ao exercício da cidadania em prol de uma sociedade
democrática. A produção e partilha de atitudes, normas e valores
(positivos e negativos) são inerentes a qualquer processo de
socialização. No entanto, essa dimensão está diretamente associada ao
ato intencional de ensino e de aprendizagem e, portanto, demanda
intervenção pedagógica orientada para tal fim. Por esse motivo, a BNCC
se concentra mais especificamente na construção de valores relativos
ao respeito às diferenças e no combate aos preconceitos de qualquer
natureza. Ainda assim, não se pretende propor o tratamento apenas
desses valores, ou fazê-lo só em determinadas etapas do componente,
mas assegurar a superação de estereótipos e preconceitos expressos
nas práticas corporais.

! Análise: está associada aos conceitos necessários para entender as


características e o funcionamento das práticas corporais (saber sobre).
Essa dimensão reúne conhecimentos como a classificação dos
esportes, os sistemas táticos de uma modalidade, o efeito de
determinado exercício físico no desenvolvimento de uma capacidade
física, entre outros.
! Compreensão: está também associada ao conhecimento conceitual,
mas, diferentemente da dimensão anterior, refere-se ao esclarecimento
do processo de inserção das práticas corporais no contexto
sociocultural, reunindo saberes que possibilitam compreender o lugar
das práticas corporais no mundo. Em linhas gerais, essa dimensão está
relacionada a temas que permitem aos estudantes interpretar as
manifestações da cultura corporal de movimento em relação às
dimensões éticas e estéticas, à época e à sociedade que as gerou e as
modificou, às razões da sua produção e transformação e à vinculação
local, nacional e global. Por exemplo, pelo estudo das condições que
permitem o surgimento de uma determinada prática corporal em uma
dada região e época ou os motivos pelos quais os esportes praticados
por homens têm uma visibilidade e um tratamento midiático diferente
dos esportes praticados por mulheres.

! Protagonismo comunitário: refere-se às atitudes/ações e


conhecimentos necessários para os estudantes participarem de forma
confiante e autoral em decisões e ações orientadas a democratizar o
acesso das pessoas às práticas corporais, tomando como referência
valores favoráveis à convivência social. Contempla a reflexão sobre as
possibilidades que eles e a comunidade têm (ou não) de acessar uma
determinada prática no lugar em que moram, os recursos disponíveis
(públicos e privados) para tal, os agentes envolvidos nessa
configuração, entre outros, bem como as iniciativas que se dirigem para
ambientes além da sala de aula, orientadas a interferir no contexto em
busca da materialização dos direitos sociais vinculados a esse universo.

Considerando as características dos conhecimentos e das experiências


próprias da Educação Física, é importante que cada dimensão seja sempre
abordada de modo integrado com as outras, levando-se em conta sua natureza
vivencial, experiencial e subjetiva. Assim, não é possível operar como se as
dimensões pudessem ser tratadas de forma isolada ou sobreposta.
Considerando esses pressupostos, e em articulação com as competências
gerais da Educação Básica e as competências específicas da área de
Linguagens, o componente curricular de Educação Física deve garantir aos
alunos o desenvolvimento de competências específicas, que são:

CAPÍTULO 5 - Competências específicas da educação física


para o ensino fundamental - BNCC

1. Compreender a origem da cultura corporal de movimento e seus


vínculos com a organização da vida coletiva e individual.
2. Planejar e empregar estratégias para resolver desafios e aumentar as
possibilidades de aprendizagem das práticas corporais, além de se envolver no
processo de ampliação do acervo cultural nesse campo.
3. Refletir, criticamente, sobre as relações entre a realização das práticas
corporais e os processos de saúde/doença, inclusive no contexto das
atividades laborais.
4. Identificar a multiplicidade de padrões de desempenho, saúde, beleza e
estética corporal, analisando, criticamente, os modelos disseminados na mídia
e discutir posturas consumistas e preconceituosas.
5. Identificar as formas de produção dos preconceitos, compreender seus
efeitos e combater posicionamentos discriminatórios em relação às práticas
corporais e aos seus participantes.
6. Interpretar e recriar os valores, os sentidos e os significados atribuídos
às diferentes práticas corporais, bem como aos sujeitos que delas participam.
7. Reconhecer as práticas corporais como elementos constitutivos da
identidade cultural dos povos e grupos.
8. Usufruir das práticas corporais de forma autônoma para potencializar o
envolvimento em contextos de lazer, ampliar as redes de sociabilidade e a
promoção da saúde.
9. Reconhecer o acesso às práticas corporais como direito do cidadão,
propondo e produzindo alternativas para sua realização no contexto
comunitário.
10. Experimentar, desfrutar, apreciar e criar diferentes brincadeiras,
jogos, danças, ginásticas, esportes, lutas e práticas corporais de aventura,
valorizando o trabalho coletivo e o protagonismo.

Para aumentar a flexibilidade na delimitação dos currículos e propostas


curriculares, tendo em vista a adequação às realidades locais, as habilidades
de Educação Física para o Ensino Fundamental – Anos Iniciais estão sendo
propostas na BNCC organizadas em dois blocos (1º e 2º anos; 3º ao 5º ano) e
se referem aos seguintes objetos de conhecimento em cada unidade temática:

(Fonte: BNCC, 2017)


CAPÍTULO 6: Sequência didática da educação física (aulas,
objetos de conhecimento e habilidades)

EDUCAÇÃO FÍSICA 1º E 2º ANOS


Sequência Objetos de Habilidades da
didática: conhecimentos BNCC
aulas
(EF12EF01) Experimentar e fruir diferentes
brincadeiras e jogos da cultura popular presentes no
contexto comunitário e regional, reconhecendo e
respeitando as diferenças individuais e de
SD1: Brincadeiras e desempenho dos colegas.
Movimentar-se jogos da cultura (EF12EF03) Planejar e utilizar estratégias para
na escola popular presentes resolver desafios de brincadeiras e jogos populares
no contexto do contexto comunitário e regional, com base no
comunitário e reconhecimento das características dessas práticas.
regional (EF12EF04) Colaborar na proposição e na produção
de alternativas para a prática, em outros momentos e
espaços, de brincadeiras e jogos e demais práticas
corporais tematizadas na escola, produzindo textos
(orais, escritos, audiovisuais) para divulgá-las na
escola e na comunidade.

SD2: O brincar Brincadeiras e (EF12EF01) Experimentar e fruir diferentes


na escola jogos da cultura brincadeiras e jogos da cultura popular presentes no
popular presentes contexto comunitário e regional, reconhecendo e
no contexto respeitando as diferenças individuais e de
comunitário e desempenho dos colegas.
regional (EF12EF02) Explicar, por meio de múltiplas
linguagens (corporal, visual, oral e escrita), as
brincadeiras e jogos populares do contexto
comunitário e regional, reconhecendo e valorizando a
importância desses jogos e brincadeiras para suas
culturas de origem.
(EF12EF03) Planejar e utilizar estratégias para
resolver desafios de brincadeiras e jogos populares
do contexto comunitário e regional, com base no
reconhecimento das características dessas práticas.
(EF12EF04) Colaborar na proposição e na produção
de alternativas para a prática, em outros momentos e
espaços, de brincadeiras e jogos e demais práticas
corporais tematizadas na escola, produzindo textos
(orais, escritos, audiovisuais) para divulgá-las na
escola e na comunidade.

(EF12EF01) Experimentar e fruir diferentes


brincadeiras e jogos da cultura popular presentes no
SD3: O jogar na Brincadeiras e contexto comunitário e regional, reconhecendo e
escola jogos da cultura respeitando as diferenças individuais e de
popular presentes desempenho dos colegas.
no contexto (EF12EF02) Explicar, por meio de múltiplas
comunitário e linguagens (corporal, visual, oral e escrita), as
regional brincadeiras e jogos populares do contexto
comunitário e regional, reconhecendo e valorizando a
importância desses jogos e brincadeiras para suas
culturas de origem.
(EF12EF03) Planejar e utilizar estratégias para
resolver desafios de brincadeiras e jogos populares
do contexto comunitário e regional, com base no
reconhecimento das características dessas práticas.
(EF12EF04) Colaborar na proposição e na produção
de alternativas para a prática, em outros momentos e
espaços, de brincadeiras e jogos e demais práticas
corporais tematizadas na escola, produzindo textos
(orais, escritos, audiovisuais) para divulgá-las na
escola e na comunidade.

(EF12EF01) Experimentar e fruir diferentes


brincadeiras e jogos da cultura popular presentes no
SD4: O brincar Brincadeiras e contexto comunitário e regional, reconhecendo e
no dia a dia. jogos da cultura respeitando as diferenças individuais e de
popular presentes desempenho dos colegas.
no contexto (EF12EF02) Explicar, por meio de múltiplas
comunitário e linguagens (corporal, visual, oral e escrita), as
regional brincadeiras e jogos populares do contexto
comunitário e regional, reconhecendo e valorizando a
importância desses jogos e brincadeiras para suas
culturas de origem.
(EF12EF03) Planejar e utilizar estratégias para
resolver desafios de brincadeiras e jogos populares
do contexto comunitário e regional, com base no
reconhecimento das características dessas práticas.
(EF12EF04) Colaborar na proposição e na produção
de alternativas para a prática, em outros momentos e
espaços, de brincadeiras e jogos e demais práticas
corporais tematizadas na escola, produzindo textos
(orais, escritos, audiovisuais) para divulgá-las na
escola e na comunidade.

(EF12EF01) Experimentar e fruir diferentes


brincadeiras e jogos da cultura popular presentes no
SD5: O jogar no Brincadeiras e contexto comunitário e regional, reconhecendo e
dia a dia jogos da cultura respeitando as diferenças individuais e de
popular presentes desempenho dos colegas.
no contexto (EF12EF02) Explicar, por meio de múltiplas
comunitário e linguagens (corporal, visual, oral e escrita), as
regional brincadeiras e jogos populares do contexto
comunitário e regional, reconhecendo e valorizando a
importância desses jogos e brincadeiras para suas
culturas de origem.
(EF12EF03) Planejar e utilizar estratégias para
resolver desafios de brincadeiras e jogos populares
do contexto comunitário e regional, com base no
reconhecimento das características dessas práticas.
(EF12EF04) Colaborar na proposição e na produção
de alternativas para a prática, em outros momentos e
espaços, de brincadeiras e jogos e demais práticas
corporais tematizadas na escola, produzindo textos
(orais, escritos, audiovisuais) para divulgá-las na
escola e na comunidade.

(EF12EF05) Experimentar e fruir, prezando pelo


SD6: Os Esportes de marca. trabalho coletivo e pelo protagonismo, a prática de
fundamentos Esportes de esportes de marca e de precisão, identificando os
dos esportes de precisão. elementos comuns a esses esportes.
marca (EF12EF06) Discutir a importância da observação
individuais das normas e regras dos esportes de marca e de
precisão para assegurar a integridade própria e as
dos demais participantes.
(EF12EF05) Experimentar e fruir, prezando pelo
SD7: Os Esportes de marca. trabalho coletivo e pelo protagonismo, a prática de
fundamentos Esportes de esportes de marca e de precisão, identificando os
dos esportes de precisão. elementos comuns a esses esportes.
marca coletivos. (EF12EF06) Discutir a importância da observação
das normas e regras dos esportes de marca e de
precisão para assegurar a integridade própria e as
dos demais participantes.
(EF12EF05) Experimentar e fruir, prezando pelo
SD8: Os Esportes de marca. trabalho coletivo e pelo protagonismo, a prática de
fundamentos Esportes de esportes de marca e de precisão, identificando os
dos esportes de precisão. elementos comuns a esses esportes.
precisão (EF12EF06) Discutir a importância da observação
das normas e regras dos esportes de marca e de
precisão para assegurar a integridade própria e as
dos demais participantes.
(EF12EF07) Experimentar, fruir e identificar
SD9: Ginástica geral diferentes elementos básicos da ginástica (equilíbrio,
Conhecendo a saltos, giros, rotações, acrobacias, com e sem
ginástica materiais) e da ginástica geral, de forma individual e
em pequenos grupos, adotando procedimentos de
segurança.
(EF12EF08) Planejar e utilizar estratégias para a
execução de diferentes elementos básicos da
ginástica e da ginástica geral.
(EF12EF09) Participar da ginástica geral,
identificando as potencialidades e os limites do
corpo, e respeitando as diferenças individuais e de
desempenho corporal.
(EF12EF10) Descrever, por meio de múltiplas
linguagens (corporal, oral, escrita e audiovisual), as
características dos elementos básicos da ginástica e
da ginástica geral, identificando a presença desses
elementos em distintas práticas corporais.
SD10: A Ginástica geral (EF12EF07) Experimentar, fruir e identificar
ginástica e as diferentes elementos básicos da ginástica (equilíbrio,
diferenças saltos, giros, rotações, acrobacias, com e sem
individuais. materiais) e da ginástica geral, de forma individual e
em pequenos grupos, adotando procedimentos de
segurança.
(EF12EF08) Planejar e utilizar estratégias para a
execução de diferentes elementos básicos da
ginástica e da ginástica geral.
(EF12EF09) Participar da ginástica geral,
identificando as potencialidades e os limites do
corpo, e respeitando as diferenças individuais e de
desempenho corporal.
(EF12EF10) Descrever, por meio de múltiplas
linguagens (corporal, oral, escrita e audiovisual), as
características dos elementos básicos da ginástica e
da ginástica geral, identificando a presença desses
elementos em distintas práticas corporais.
(EF12EF07) Experimentar, fruir e identificar
SD11: O circo Ginástica geral diferentes elementos básicos da ginástica (equilíbrio,
na escola. saltos, giros, rotações, acrobacias, com e sem
materiais) e da ginástica geral, de forma individual e
em pequenos grupos, adotando procedimentos de
segurança.
(EF12EF08) Planejar e utilizar estratégias para a
execução de diferentes elementos básicos da
ginástica e da ginástica geral.
(EF12EF09) Participar da ginástica geral,
identificando as potencialidades e os limites do
corpo, e respeitando as diferenças individuais e de
desempenho corporal.
(EF12EF10) Descrever, por meio de múltiplas
linguagens (corporal, oral, escrita e audiovisual), as
características dos elementos básicos da ginástica e
da ginástica geral, identificando a presença desses
elementos em distintas práticas corporais.
SD12: Danças do contexto (EF12EF11) Experimentar e fruir diferentes danças
Elementos da comunitário e do contexto comunitário regional (rodas cantadas,
dança – ritmos regional. brincadeiras rítmicas e expressivas), e recriá-las,
e gestos. respeitando as diferenças individuais e de
desempenho corporal.
(EF12EF12) Identificar os elementos constitutivos
(ritmo, espaço, gestos) das danças do contexto
comunitário e regional, valorizando-as, sem
preconceitos de qualquer natureza.
(EF12EF11) Experimentar e fruir diferentes danças
SD13: Danças do contexto do contexto comunitário regional (rodas cantadas,
Elementos da comunitário e brincadeiras rítmicas e expressivas), e recriá-las,
dança – o regional. respeitando as diferenças individuais e de
espaço. desempenho corporal.
(EF12EF12) Identificar os elementos constitutivos
(ritmo, espaço, gestos) das danças do contexto
comunitário e regional, valorizando-as, sem
preconceitos de qualquer natureza.
(EF12EF11) Experimentar e fruir diferentes danças
SD14: A dança Danças do contexto do contexto comunitário regional (rodas cantadas,
em nossa vida. comunitário e brincadeiras rítmicas e expressivas), e recriá-las,
regional. respeitando as diferenças individuais e de
desempenho corporal.
(EF12EF12) Identificar os elementos constitutivos
(ritmo, espaço, gestos) das danças do contexto
comunitário e regional, valorizando-as, sem
preconceitos de qualquer natureza.

EDUCAÇÃO FÍSICA 3º/4º/5º ANOS

SD1: Brincadeiras e (EF35EF01) Experimentar e fruir brincadeiras e jogos


Brincadeiras e jogos populares do populares do Brasil e do mundo, incluindo aqueles de
jogos de matriz Brasil e do mundo. matriz africana e indígena, e recria-los, valorizando a
indígena Brincadeiras e importância desse patrimônio histórico cultural.
jogos de matriz (EF35EF02) Planejar e utilizar estratégias para
africana e indígena possibilitar a participação segura de todos os alunos
em brincadeiras e jogos populares do Brasil e de
matriz africana e indígena.
(EF35EF03) Descrever, por meio de múltiplas
linguagens (corporal, oral, escrita, audiovisual), as
brincadeiras e jogos do Brasil e de matriz africana e
indígena, explicando suas características e a
importância desse patrimônio histórico cultural na
preservação das diferentes culturas.
(EF35EF04) Recriar, individual e coletivamente, e
experimentar, na escola e fora dela, brincadeiras e
jogos populares do Brasil e do mundo, incluindo
aqueles de matriz africana e indígena, e demais
práticas corporais tematizadas na escola, adequando-
as aos espaços públicos disponíveis.

SD2: Brincadeiras e (EF35EF01) Experimentar e fruir brincadeiras e jogos


Brincadeiras e jogos populares do populares do Brasil e do mundo, incluindo aqueles de
jogos de matriz Brasil e do mundo. matriz africana e indígena, e recria-los, valorizando a
africana Brincadeiras e importância desse patrimônio histórico cultural.
jogos de matriz (EF35EF02) Planejar e utilizar estratégias para
africana e indígena possibilitar a participação segura de todos os alunos
em brincadeiras e jogos populares do Brasil e de
matriz africana e indígena.
(EF35EF03) Descrever, por meio de múltiplas
linguagens (corporal, oral, escrita, audiovisual), as
brincadeiras e jogos do Brasil e de matriz africana e
indígena, explicando suas características e a
importância desse patrimônio histórico cultural na
preservação das diferentes culturas.
(EF35EF04) Recriar, individual e coletivamente, e
experimentar, na escola e fora dela, brincadeiras e
jogos populares do Brasil e do mundo, incluindo
aqueles de matriz africana e indígena, e demais
práticas corporais tematizadas na escola, adequando-
as aos espaços públicos disponíveis.

SD3: Brincadeiras e (EF35EF01) Experimentar e fruir brincadeiras e jogos


Brincadeiras e jogos populares do populares do Brasil e do mundo, incluindo aqueles de
jogos da região Brasil e do mundo. matriz africana e indígena, e recria-los, valorizando a
norte Brincadeiras e importância desse patrimônio histórico cultural.
jogos de matriz (EF35EF02) Planejar e utilizar estratégias para
africana e indígena possibilitar a participação segura de todos os alunos
em brincadeiras e jogos populares do Brasil e de
matriz africana e indígena.
(EF35EF03) Descrever, por meio de múltiplas
linguagens (corporal, oral, escrita, audiovisual), as
brincadeiras e jogos do Brasil e de matriz africana e
indígena, explicando suas características e a
importância desse patrimônio histórico cultural na
preservação das diferentes culturas.
(EF35EF04) Recriar, individual e coletivamente, e
experimentar, na escola e fora dela, brincadeiras e
jogos populares do Brasil e do mundo, incluindo
aqueles de matriz africana e indígena, e demais
práticas corporais tematizadas na escola, adequando-
as aos espaços públicos disponíveis.

SD4: Brincadeiras e (EF35EF01) Experimentar e fruir brincadeiras e jogos


Brincadeiras e jogos populares do populares do Brasil e do mundo, incluindo aqueles de
jogos da região Brasil e do mundo. matriz africana e indígena, e recria-los, valorizando a
sudeste Brincadeiras e importância desse patrimônio histórico cultural.
jogos de matriz (EF35EF02) Planejar e utilizar estratégias para
africana e indígena possibilitar a participação segura de todos os alunos
em brincadeiras e jogos populares do Brasil e de
matriz africana e indígena.
(EF35EF03) Descrever, por meio de múltiplas
linguagens (corporal, oral, escrita, audiovisual), as
brincadeiras e jogos do Brasil e de matriz africana e
indígena, explicando suas características e a
importância desse patrimônio histórico cultural na
preservação das diferentes culturas.
(EF35EF04) Recriar, individual e coletivamente, e
experimentar, na escola e fora dela, brincadeiras e
jogos populares do Brasil e do mundo, incluindo
aqueles de matriz africana e indígena, e demais
práticas corporais tematizadas na escola, adequando-
as aos espaços públicos disponíveis.

SD5: Brincadeiras e (EF35EF01) Experimentar e fruir brincadeiras e jogos


Brincadeiras e jogos populares do populares do Brasil e do mundo, incluindo aqueles de
jogos da região Brasil e do mundo. matriz africana e indígena, e recria-los, valorizando a
centro-oeste Brincadeiras e importância desse patrimônio histórico cultural.
jogos de matriz (EF35EF02) Planejar e utilizar estratégias para
africana e indígena possibilitar a participação segura de todos os alunos
em brincadeiras e jogos populares do Brasil e de
matriz africana e indígena.
(EF35EF03) Descrever, por meio de múltiplas
linguagens (corporal, oral, escrita, audiovisual), as
brincadeiras e jogos do Brasil e de matriz africana e
indígena, explicando suas características e a
importância desse patrimônio histórico cultural na
preservação das diferentes culturas.
(EF35EF04) Recriar, individual e coletivamente, e
experimentar, na escola e fora dela, brincadeiras e
jogos populares do Brasil e do mundo, incluindo
aqueles de matriz africana e indígena, e demais
práticas corporais tematizadas na escola, adequando-
as aos espaços públicos disponíveis.

SD6: Brincadeiras e (EF35EF01) Experimentar e fruir brincadeiras e jogos


Brincadeiras e jogos populares do populares do Brasil e do mundo, incluindo aqueles de
jogos da região Brasil e do mundo. matriz africana e indígena, e recria-los, valorizando a
sul Brincadeiras e importância desse patrimônio histórico cultural.
jogos de matriz (EF35EF02) Planejar e utilizar estratégias para
africana e indígena possibilitar a participação segura de todos os alunos
em brincadeiras e jogos populares do Brasil e de
matriz africana e indígena.
(EF35EF03) Descrever, por meio de múltiplas
linguagens (corporal, oral, escrita, audiovisual), as
brincadeiras e jogos do Brasil e de matriz africana e
indígena, explicando suas características e a
importância desse patrimônio histórico cultural na
preservação das diferentes culturas.
(EF35EF04) Recriar, individual e coletivamente, e
experimentar, na escola e fora dela, brincadeiras e
jogos populares do Brasil e do mundo, incluindo
aqueles de matriz africana e indígena, e demais
práticas corporais tematizadas na escola, adequando-
as aos espaços públicos disponíveis.

SD7: Brincadeiras e (EF35EF01) Experimentar e fruir brincadeiras e jogos


Brincadeiras e jogos populares do populares do Brasil e do mundo, incluindo aqueles de
jogos da região Brasil e do mundo. matriz africana e indígena, e recria-los, valorizando a
nordeste Brincadeiras e importância desse patrimônio histórico cultural.
jogos de matriz (EF35EF02) Planejar e utilizar estratégias para
africana e indígena possibilitar a participação segura de todos os alunos
em brincadeiras e jogos populares do Brasil e de
matriz africana e indígena.
(EF35EF03) Descrever, por meio de múltiplas
linguagens (corporal, oral, escrita, audiovisual), as
brincadeiras e jogos do Brasil e de matriz africana e
indígena, explicando suas características e a
importância desse patrimônio histórico cultural na
preservação das diferentes culturas.
(EF35EF04) Recriar, individual e coletivamente, e
experimentar, na escola e fora dela, brincadeiras e
jogos populares do Brasil e do mundo, incluindo
aqueles de matriz africana e indígena, e demais
práticas corporais tematizadas na escola, adequando-
as aos espaços públicos disponíveis.

SD8: Os Esportes de campo (EF35EF05) Experimentar e fruir diversos tipos de


conceitos de e taco. esportes de campo e taco, rede/parede e invasão,
jogos e Esportes de identificando seus elementos comuns e criando
esportes rede/parede. estratégias individuais e coletivas básicas para sua
Esportes de execução, prezando pelo trabalho coletivo e pelo
invasão. protagonismo.
(EF35EF06) Diferenciar os conceitos de jogo e
esporte, identificando as características que os
constituem na contemporaneidade e suas
manifestações (profissional e comunitária/lazer).
SD 9: Esportes Esportes de campo (EF35EF05) Experimentar e fruir diversos tipos de
de campo e e taco. esportes de campo e taco, rede/parede e invasão,
taco Esportes de identificando seus elementos comuns e criando
rede/parede. estratégias individuais e coletivas básicas para sua
Esportes de execução, prezando pelo trabalho coletivo e pelo
invasão. protagonismo.

SD 10: Esportes de campo (EF35EF05) Experimentar e fruir diversos tipos de


Esportes de e taco. esportes de campo e taco, rede/parede e invasão,
rede/parede Esportes de identificando seus elementos comuns e criando
rede/parede. estratégias individuais e coletivas básicas para sua
Esportes de execução, prezando pelo trabalho coletivo e pelo
invasão. protagonismo.

SD11: Esportes Esportes de campo (EF35EF05) Experimentar e fruir diversos tipos de


de invasão e taco. esportes de campo e taco, rede/parede e invasão,
Esportes de identificando seus elementos comuns e criando
rede/parede. estratégias individuais e coletivas básicas para sua
Esportes de execução, prezando pelo trabalho coletivo e pelo
invasão. protagonismo.
SD12: Ginástica geral (EF35EF07) Experimentar e fruir, de forma coletiva,
Conhecendo a combinações de diferentes elementos da ginástica
ginástica geral geral (equilíbrios, saltos, giros, rotações, acrobacias,
com e sem materiais), propondo coreografias com
diferentes temas do cotidiano.
(EF35EF08) Planejar e utilizar estratégias para
resolver desafios na execução de elementos básicos
de apresentações coletivas de ginástica geral,
reconhecendo as potencialidades e os limites do
corpo e adotando procedimentos de segurança.
SD13: Ginástica geral (EF35EF07) Experimentar e fruir, de forma coletiva,
Ginástica geral combinações de diferentes elementos da ginástica
e geral (equilíbrios, saltos, giros, rotações, acrobacias,
potencialidades com e sem materiais), propondo coreografias com
do corpo diferentes temas do cotidiano.
(EF35EF08) Planejar e utilizar estratégias para
resolver desafios na execução de elementos básicos
de apresentações coletivas de ginástica geral,
reconhecendo as potencialidades e os limites do
corpo e adotando procedimentos de segurança
SD14: Ginástica geral (EF35EF07) Experimentar e fruir, de forma coletiva,
Ginástica geral combinações de diferentes elementos da ginástica
e ambiente geral (equilíbrios, saltos, giros, rotações, acrobacias,
sociocultural com e sem materiais), propondo coreografias com
diferentes temas do cotidiano.
(EF35EF08) Planejar e utilizar estratégias para
resolver desafios na execução de elementos básicos
de apresentações coletivas de ginástica geral,
reconhecendo as potencialidades e os limites do
corpo e adotando procedimentos de segurança
SD15: As Danças do Brasil e (EF35EF09) Experimentar, recriar e fruir danças
danças da do mundo. populares do Brasil e do mundo e danças de matriz
região norte do Danças de matriz africana e indígena, valorizando e respeitando os
Brasil africana e indígena. diferentes sentidos e significados dessas danças em
suas culturas de origem.
(EF35EF10) Comparar e identificar os elementos
constitutivos comuns e diferentes (ritmo, espaço,
gestos) em danças populares do Brasil e do mundo e
danças de matriz africana e indígena.
(EF35EF11) Formular e utilizar estratégias para a
execução de elementos constitutivos das danças
populares do Brasil e do mundo, e das danças de
matriz africana e indígena.
(EF35EF12) Identificar situações de injustiça e
preconceito geradas e/ou presentes no contexto das
danças e demais práticas corporais e discutir
alternativas para superá-las.
SD16: As Danças do Brasil e (EF35EF09) Experimentar, recriar e fruir danças
danças da do mundo. populares do Brasil e do mundo e danças de matriz
região Sul do Danças de matriz africana e indígena, valorizando e respeitando os
Brasil. africana e indígena. diferentes sentidos e significados dessas danças em
suas culturas de origem.
(EF35EF10) Comparar e identificar os elementos
constitutivos comuns e diferentes (ritmo, espaço,
gestos) em danças populares do Brasil e do mundo e
danças de matriz africana e indígena.
(EF35EF11) Formular e utilizar estratégias para a
execução de elementos constitutivos das danças
populares do Brasil e do mundo, e das danças de
matriz africana e indígena.
(EF35EF12) Identificar situações de injustiça e
preconceito geradas e/ou presentes no contexto das
danças e demais práticas corporais e discutir
alternativas para superá-las.
SD17: As Danças do Brasil e (EF35EF09) Experimentar, recriar e fruir danças
danças da do mundo. populares do Brasil e do mundo e danças de matriz
região Danças de matriz africana e indígena, valorizando e respeitando os
Nordeste do africana e indígena. diferentes sentidos e significados dessas danças em
Brasil. suas culturas de origem.
(EF35EF10) Comparar e identificar os elementos
constitutivos comuns e diferentes (ritmo, espaço,
gestos) em danças populares do Brasil e do mundo e
danças de matriz africana e indígena.
(EF35EF11) Formular e utilizar estratégias para a
execução de elementos constitutivos das danças
populares do Brasil e do mundo, e das danças de
matriz africana e indígena.
(EF35EF12) Identificar situações de injustiça e
preconceito geradas e/ou presentes no contexto das
danças e demais práticas corporais e discutir
alternativas para superá-las.
SD18: As Danças do Brasil e (EF35EF09) Experimentar, recriar e fruir danças
danças da do mundo. populares do Brasil e do mundo e danças de matriz
região Centro- Danças de matriz africana e indígena, valorizando e respeitando os
Oeste do Brasil africana e indígena. diferentes sentidos e significados dessas danças em
suas culturas de origem.
(EF35EF10) Comparar e identificar os elementos
constitutivos comuns e diferentes (ritmo, espaço,
gestos) em danças populares do Brasil e do mundo e
danças de matriz africana e indígena.
(EF35EF11) Formular e utilizar estratégias para a
execução de elementos constitutivos das danças
populares do Brasil e do mundo, e das danças de
matriz africana e indígena.
(EF35EF12) Identificar situações de injustiça e
preconceito geradas e/ou presentes no contexto das
danças e demais práticas corporais e discutir
alternativas para superá-las.
SD19: As Danças do Brasil e (EF35EF09) Experimentar, recriar e fruir danças
danças da do mundo. populares do Brasil e do mundo e danças de matriz
região Sudeste Danças de matriz africana e indígena, valorizando e respeitando os
do Brasil. africana e indígena. diferentes sentidos e significados dessas danças em
suas culturas de origem.
(EF35EF10) Comparar e identificar os elementos
constitutivos comuns e diferentes (ritmo, espaço,
gestos) em danças populares do Brasil e do mundo e
danças de matriz africana e indígena.
(EF35EF11) Formular e utilizar estratégias para a
execução de elementos constitutivos das danças
populares do Brasil e do mundo, e das danças de
matriz africana e indígena.
(EF35EF12) Identificar situações de injustiça e
preconceito geradas e/ou presentes no contexto das
danças e demais práticas corporais e discutir
alternativas para superá-las.
SD20: Danças Danças do Brasil e (EF35EF09) Experimentar, recriar e fruir danças
de matriz do mundo. populares do Brasil e do mundo e danças de matriz
africana. Danças de matriz africana e indígena, valorizando e respeitando os
africana e indígena. diferentes sentidos e significados dessas danças em
suas culturas de origem.
(EF35EF10) Comparar e identificar os elementos
constitutivos comuns e diferentes (ritmo, espaço,
gestos) em danças populares do Brasil e do mundo e
danças de matriz africana e indígena.
(EF35EF11) Formular e utilizar estratégias para a
execução de elementos constitutivos das danças
populares do Brasil e do mundo, e das danças de
matriz africana e indígena.
(EF35EF12) Identificar situações de injustiça e
preconceito geradas e/ou presentes no contexto das
danças e demais práticas corporais e discutir
alternativas para superá-las.
SD21: Danças Danças do Brasil e (EF35EF09) Experimentar, recriar e fruir danças
de matriz do mundo. populares do Brasil e do mundo e danças de matriz
indígena. Danças de matriz africana e indígena, valorizando e respeitando os
africana e indígena. diferentes sentidos e significados dessas danças em
suas culturas de origem.
(EF35EF10) Comparar e identificar os elementos
constitutivos comuns e diferentes (ritmo, espaço,
gestos) em danças populares do Brasil e do mundo e
danças de matriz africana e indígena.
(EF35EF11) Formular e utilizar estratégias para a
execução de elementos constitutivos das danças
populares do Brasil e do mundo, e das danças de
matriz africana e indígena.
(EF35EF12) Identificar situações de injustiça e
preconceito geradas e/ou presentes no contexto das
danças e demais práticas corporais e discutir
alternativas para superá-las.
SD22: Os Lutas no contexto (EF35EF13) Experimentar e fruir diferentes lutas
fundamentos comunitário e presentes no contexto comunitário e regional.
das lutas. regional. (EF35EF15) Identificar as características das lutas do
contexto comunitário e regional, reconhecendo as
diferenças entre as lutas e brigas e entre lutas e as
demais práticas corporais.
SD23: Lutas de Lutas no contexto (EF35EF13) Experimentar e fruir diferentes lutas
domínio e comunitário e presentes no contexto comunitário e regional.
percussão. regional. (EF35EF14) Planejar e utilizar estratégias básicas de
lutas do contexto comunitário e regional
experimentadas, respeitando o colega como
oponente e as normas de segurança.
(EF35EF15) Identificar as características das lutas do
contexto comunitário e regional, reconhecendo as
diferenças entre as lutas e brigas e entre lutas e as
demais práticas corporais.
SD24: Lutas de Lutas no contexto (EF35EF13) Experimentar e fruir diferentes lutas
distância. comunitário e presentes no contexto comunitário e regional.
regional. (EF35EF14) Planejar e utilizar estratégias básicas de
lutas do contexto comunitário e regional
experimentadas, respeitando o colega como
oponente e as normas de segurança.
(EF35EF15) Identificar as características das lutas do
contexto comunitário e regional, reconhecendo as
diferenças entre as lutas e brigas e entre lutas e as
demais práticas corporais.
Considerações finais

A compreensão que se tem hoje de aprendizagem supera a


fragmentação cabeça-corpo e cognição-afeto socialmente elaborada e
incorporada por muitos educadores. Outras definições de aprendizagem
formuladas no passado também se mostram inadequadas para explicar o que
se passa com as crianças. Entendemos a aprendizagem como uma construção
social que envolve a pessoa como um todo e se fundamenta nas múltiplas
interações entre os parceiros, infantis e adultas, nos contextos educativos. As
experiências vividas no espaço da escola devem possibilitar à criança o
encontro de explicações sobre o que ocorre à sua volta e consigo mesma,
enquanto desenvolvem formas de sentir, pensar e solucionar problemas. Nesse
processo é preciso considerar que as crianças necessitam envolver-se com
diferentes linguagens e valorizar o lúdico, as brincadeiras, bem como, as
culturas infantis. Devemos considerar também que, quando interagem com
companheiros de infância, elas aprendem coisas que lhe são muito
significativas e que são diversas das coisas que elas se apropriam no contato
com os adultos ou com crianças já mais velhas. Para isso, faz-se necessário
uma educação que vai além do movimento, e entendo também que estas
crianças precisam de uma educação psicomotora significativa, de forma que
possa suprir as carências dos alunos!
A Base Nacional Comum Curricular (BNCC) destaca, em seu contexto
introdutório, a importância de se observar a formação multicultural do Brasil. A
diversidade é um componente marcante de nossa sociedade, influenciando a
aprendizagem e as experiências dos alunos. Por isso, é fundamental que o
professor proporcione em sua prática, oportunidades equivalentes de acesso à
aprendizagem a todos, independentemente de religião, sexo, etnia ou outras
diferenças.
Quando toda criança, indiscriminadamente, puder brincar em espaços
alternativos, nas escolas, em casa junto com a família e os amigos, com os
equipamentos diversificados, jogar com outras crianças de várias faixas etárias,
descobrirem o novo, manipular e construir brinquedos, desafiar seus limites,
criar regras, estará apta a enfrentar os desafios da vida. Mas é claro que um
espaço preparado para estimular a criança a brincar, possibilitando o acesso a
uma grande variedade de brinquedos (objeto) e o brincar (ação), dentro de um
ambiente especialmente lúdico, se torna um lugar onde tudo convida a
explorar, a sentir, a experimentar e a estar junto. Ao mesmo tempo em que ela
percebe o outro, aprende que não está sozinha no mundo: ali é o espaço da
partilha, da cooperação e também da competição, atitudes que surgem e são
negociadas naturalmente durante a atividade lúdica.
Espero que este livro digital possa auxiliar na construção das aulas de
educação física priorizando suas principais competências e habilidades, nos
tratos de seus conteúdos listados. A sequência didática disponibilizada neste
livro é totalmente flexível e adaptável, devendo ser respeitada a realidade e
interesse de cada público e de cada região.
REFERÊNCIAS

BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Básica. Base


Nacional Comum Curricular: educação é a base. Terceira versão. Brasília, DF,
2016.

BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Fundamental.


Parâmetros Curriculares Nacionais: Educação Física. Brasília, 1997.

____. Lei n.9394, de 20 de dezembro de 1996. Estabelece as Diretrizes e


Bases da Educação Nacional. Diário Oficial da União, ano 134, n. 248, p.
27.833-27.841,23 dez.1996.

BUCZEK, Maria do Rocio Marinho. Movimento, expressão e criatividade pela


educação física: metodologia, ensino fundamental, 1º ao 5º ano. 2ª Ed.
Curitiba: Base Editorial, 2010.

GARANHANI, Marynelma Camargo; MORO, Vera Luiza. A escolarização do


corpo infantil: uma compreensão histórica do discurso pedagógico a partir do
século XVII. Educar em Revista, Curitiba, n.16, p.109-119, 2000.

CONFEDERAÇÃO BRASILEIRA DE GINÁSTICA. Ginástica para Todos.


Disponível em: www. http://cbginastica.com.br

LEONTIEV, Aléxis N. Os princípios psicológicos da brincadeira pré-escolar. In:


VYGOTSKY, Le Semenovich; LURIA, Alexander Romanovich; LEONTIEV,
Aléxis N. Linguagem, desenvolvimento e aprendizagem. São Paulo: Ícone,
1988.

MACHADO, José Ricardo Martins; NUNES, Marcus Vinícius da Silva. 245


Jogos Lúdicos: para brincar como nossos pais brincavam. Rio de Janeiro:
WAK, 2011.

Você também pode gostar