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ATIVIDADES AQUÁTICAS
Caderno de Referência de Conteúdo
Batatais
Claretiano
2013
© Ação Educacional Claretiana, 2010 – Batatais (SP)
Versão: dez./2013
797 B73a
ISBN: 978-85-67425-22-1
CDD 797
Preparação Revisão
Aline de Fátima Guedes Cecília Beatriz Alves Teixeira
Camila Maria Nardi Matos Felipe Aleixo
Carolina de Andrade Baviera Filipi Andrade de Deus Silveira
Cátia Aparecida Ribeiro Paulo Roberto F. M. Sposati Ortiz
Dandara Louise Vieira Matavelli Rodrigo Ferreira Daverni
Elaine Aparecida de Lima Moraes Sônia Galindo Melo
Josiane Marchiori Martins
Talita Cristina Bartolomeu
Lidiane Maria Magalini
Vanessa Vergani Machado
Luciana A. Mani Adami
Luciana dos Santos Sançana de Melo
Luis Henrique de Souza Projeto gráfico, diagramação e capa
Patrícia Alves Veronez Montera Eduardo de Oliveira Azevedo
Rita Cristina Bartolomeu Joice Cristina Micai
Rosemeire Cristina Astolphi Buzzelli Lúcia Maria de Sousa Ferrão
Simone Rodrigues de Oliveira Luis Antônio Guimarães Toloi
Raphael Fantacini de Oliveira
Bibliotecária Tamires Botta Murakami de Souza
Ana Carolina Guimarães – CRB7: 64/11 Wagner Segato dos Santos
Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução, a transmissão total ou parcial por qualquer
forma e/ou qualquer meio (eletrônico ou mecânico, incluindo fotocópia, gravação e distribuição na
web), ou o arquivamento em qualquer sistema de banco de dados sem a permissão por escrito do
autor e da Ação Educacional Claretiana.
CRC
Ementa––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
Conceitos, evolução e histórico das atividades aquáticas. Metodologia e técnicas
das diversas manifestações e possibilidades de movimento do ser humano no
meio aquático. Atividades educativas e lúdicas na água.
––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
1. INTRODUÇÃO
As atividades aquáticas fazem parte do conteúdo da Educa-
ção Física, mas não são comumente abordadas nos meios escola-
res, pois grande parte das escolas, principalmente de redes públi-
cas, não possui instalações “adequadas” para tais práticas.
É importante lembrar que as instituições de ensino têm a
possibilidade de criar projetos que contemplem passeios em clu-
bes, centros comunitários, acampamentos, sítios, chácaras ou fa-
zendas que possuem piscinas, lagos ou rios. Desse modo, o de-
senvolvimento de ações relacionadas com as atividades aquáticas
pode ser facilitado.
8 © Atividades Aquáticas
Abordagem Geral
Neste tópico, apresenta-se uma visão geral do que será estu-
dado neste Caderno de Referência de Conteúdo. Aqui, você entrará
em contato com os assuntos principais deste conteúdo de forma
breve e terá a oportunidade de aprofundar essas questões no es-
tudo de cada unidade. No entanto, essa abordagem geral visa for-
necer-lhe o conhecimento básico necessário a partir do qual você
possa construir um referencial teórico com base sólida – científica
e cultural – para que, no futuro exercício de sua profissão, você a
exerça com competência cognitiva, ética e responsabilidade social.
Não é de hoje que o ser humano tem uma relação estreita
com o meio líquido. Desde os primórdios, os indivíduos já utiliza-
vam com muita frequência este ambiente, seja para recolher um
alimento seja para fugir de um perigo, atirando-se na água e nela
se deslocando.
Estava constituído ali o ato de nadar, ou seja, de mover-se na
água ou sustentar-se sobre ela, usando recursos do próprio corpo.
Em relação à ação de nadar, entre outros eventos, a história
nos revela que os fenícios utilizaram os benefícios do nado como
estratégia de guerra para as conquistas territoriais, pois levavam
enorme vantagem sobre os adversários. Na Grécia e Roma antigas
o nado se popularizou e fazia parte do treinamento dos soldados
do Império.
O filósofo grego Platão afirmava que os que não sabiam na-
dar não podiam ser considerados educados, embora o ato de na-
Glossário de Conceitos
O Glossário permite a você uma consulta rápida e precisa
das definições conceituais, possibilitando-lhe um bom domínio
dos termos técnico-científicos utilizados na área de conhecimen-
to dos temas tratados neste Caderno de Referência de Conteúdo.
Veja, a seguir, a definição dos principais conceitos:
1) Atividades aquáticas e educação básica: as atividades
aquáticas, por si só, podem ser desenvolvidas em dife-
rentes contextos, com objetivos e estratégias diversifica-
dos. Todavia, a associação das atividades aquáticas com
a Educação Básica atribui a essas o caráter educacional
que deve estar presente em todas as ações escolares.
Assim, os parâmetros a serem utilizados para o ensino
envolvendo as atividades aquáticas não devem, simples-
mente, pautar-se pela reprodução de modelos esportivos
sistematizados, mas pela busca de aprendizagens crítico-
-reflexivas, utilizando as atividades aquáticas como meio.
2) Ensino crítico e reflexivo: as bases de compreensão para
um ensino crítico e reflexivo são: na relação ensino e
aprendizagem, a primeira exigência são as pessoas, de-
pois vêm as técnicas; o ensino escolar é para a formação
técnica, mas também para a formação para a vida, para
a humanidade, reconhecendo-se o valor das emoções,
da sensibilidade, da afetividade, da intuição ou adivinha-
ção; ensinar não é transferir conhecimentos, conteúdos;
os educadores não são, de modo algum, os senhores
exclusivos do conhecimento; quem ensina aprende ao
ensinar e quem aprende ensina ao aprender, e, nessa re-
lação, a reflexão e a crítica (desconfiança) sobre as ideias
são fundamentais para que não se acredite sem refletir,
para que o educando seja sujeito do processo, favore-
© Caderno de Referência de Conteúdo 19
Questões Autoavaliativas
No final de cada unidade, você encontrará algumas questões
autoavaliativas sobre os conteúdos ali tratados.
Responder, discutir e comentar essas questões, bem como
relacioná-las com a prática do ensino de Educação Física, pode ser
uma forma de você avaliar o seu conhecimento. Assim, mediante a
resolução de questões pertinentes ao assunto tratado, você estará
se preparando para a avaliação final, que será dissertativa. Além dis-
so, essa é uma maneira privilegiada de você testar seus conhecimen-
tos e adquirir uma formação sólida para a sua prática profissional.
© Caderno de Referência de Conteúdo 23
Bibliografia Básica
É fundamental que você use a Bibliografia Básica em seus
estudos, mas não se prenda só a ela. Consulte, também, as biblio-
grafias complementares.
Dicas (motivacionais)
Este estudo convida você a olhar, de forma mais apurada, a Edu-
cação como processo de emancipação do ser humano. É importante
que você esteja atento às explicações teóricas, práticas e científicas
que estão presentes nos meios de comunicação, bem como partilhe
suas descobertas com seus colegas, pois, ao compartilhar com outras
pessoas aquilo que você observa, permite-se descobrir algo que ainda
não se conhece, aprendendo a ver e a notar o que não havia sido per-
cebido antes. Observar é, portanto, uma capacidade que nos impele
à maturidade.
Você, como aluno dos cursos de Graduação na modalidade
EAD e futuro profissional da Educação, necessita de uma formação
conceitual sólida e consistente. Para isso, você contará com a ajuda
do tutor a distância, do tutor presencial e, sobretudo, da interação
com seus colegas. Sugerimos, pois, que organize bem o seu tempo e
realize as atividades nas datas estipuladas.
É importante, ainda, que você anote as suas reflexões em
seu caderno ou no Bloco de Anotações, pois, no futuro, elas pode-
rão ser utilizadas na elaboração de sua monografia ou de produ-
ções científicas.
1. OBJETIVOS
• Conhecer e discutir as diferenças conceituais entre nadar,
natação e atividades aquáticas.
• Apresentar as relações históricas do ser humano com o
meio líquido.
• Compreender e expor concepções fundamentais adota-
das para o ensino da natação.
• Descrever benefícios advindos com o desenvolvimento
de atividades aquáticas.
• Elucidar unidades de ensino da adaptação aquática.
• Discorrer sobre a classificação e manobras de salvamento
de afogamentos.
26 © Atividades Aquáticas
2. CONTEÚDOS
• Nadar, natação e atividades aquáticas.
• Histórico do ser humano no meio líquido.
• Concepções da pedagogia da natação.
• Benefícios advindos das atividades aquáticas.
• Unidades de ensino da adaptação aquática.
• Noções sobre afogamentos.
4. INTRODUÇÃO À UNIDADE
Ao iniciar o desenvolvimento do Caderno de Referência de
Conteúdo Atividades Aquáticas, você será apresentado ao con-
texto introdutório desta área. A primeira ação empregada nesse
© U1 - Introdução às Atividades Aquáticas 27
Concepção Global
A Concepção Global é certamente a mais antiga e caracteri-
za-se por situações de aprendizagem nas quais a intervenção do
professor está totalmente ausente ou muito discreta, e os com-
portamentos do aluno não se transformam de maneira ordenada,
previsível ou desejada pelo professor. Trata-se de uma concepção
“primitiva” ou pré-científica da natação, sem preocupação de mé-
todo ou de organização da aprendizagem. A corrente global expli-
ca as transformações pelo instinto, pelo inato, pelo espontâneo
(CATTEAU; GAROFF, 1990).
Essencialmente empírica, a corrente global prende-se aos fatos.
A observação minuciosa de tais fatos culmina com os resultados
de procedimentos fundamentais postos em prática pelo indivíduo
confrontado com uma atividade, e não com os procedimentos em
si mesmos (CATTEAU; GAROFF, 1990, p. 31).
Concepção Analítica
Oposta à concepção global, representa a tentativa pedagógi-
ca de racionalizar a aprendizagem. Nessa concepção os movimen-
tos são fracionados e conduzidos passo a passo pelo professor, até
que o todo seja assimilado e compreendido, para depois ser fixa-
do e mecanizado, a partir de uma sequência progressiva de redu-
ções que transformam em abstração os atos do nadador: redução
apenas aos “movimentos”, considerando o movimento em si, sem
levar em conta o meio e o indivíduo que definem sua natureza
e suas características, justificando-se a lógica do sistema da nata-
ção a seco, com sua singular redução do movimento na água ao
movimento fora da água com o auxílio de máquinas (Figuras 2 e
3); redução dos movimentos às “posições”, estabelecidas com a
sinalização de movimentos dos membros em relação aos outros,
marcados em exatos espaços e tempos; redução da personalidade,
pois há a despersonalização do gesto, do movimento, não levando
em conta o tamanho, a idade, o sexo ou outras características indi-
viduais (CATTEAU; GAROFF, 1990).
Nessa concepção, os exercícios eram praticados fora da água
para depois serem executados dentro d’água, como mostram as
Figuras 2 e 3:
© U1 - Introdução às Atividades Aquáticas 35
Concepção Moderna
Esta concepção se baseia no sintetismo (conjunto dos proces-
sos necessários para a síntese) e representa a corrente pedagógica
mais recente e mais racional, pois pretende superar as insuficiên-
cias da corrente global e as contradições da analítica (CATTEAU;
GAROFF, 1990).
Caracteriza-se pela definição objetiva e relativa da natação;
concepção unitária e evolutiva da natação; consideração das ciên-
cias e técnicas, assim como da experimentação, para evolução da
teoria e da prática; determinação das superfícies, das formas, das
profundidades apropriadas à ação pedagógica; busca do acesso
permanente às instalações materiais; prática buscando satisfazer
às necessidades ilimitadas dos alunos, a partir da realização dos
circuitos de aprendizagem e da organização de grupos de profes-
sores; estruturação e programação da matéria a ensinar (CATTE-
AU; GAROFF, 1990).
Na concepção moderna encontra-se a ponderação de que
tomando consciência do seu baixo rendimento e constatando seus
próprios insucessos, o professor percebe as imperfeições do seu
sistema e de sua teoria e arquiteta uma nova concepção de nata-
ção, reestruturando a anterior. O professor confronta sua teoria
© U1 - Introdução às Atividades Aquáticas 37
12. CONSIDERAÇÕES
O principal objetivo desta unidade foi o de apresentar o con-
texto introdutório das Atividades Aquáticas. Assim, esperamos
que os estudos de aspectos conceituais, históricos e procedimen-
tais das atividades aquáticas tenham colaborado para as primei-
ras informações acerca dessa área, bem como para as associações
iniciais entre conhecimentos constituídos e suas relações com o
ensino escolar.
13. E - REFERÊNCIA
RESGATE TREINAMENTOS – informações sobre afogamento: disponível em: <http://
www.resgate.org/index.php?op=NEArticle&sid=312>. Acesso em: 5 ago. 2010.
2
1. OBJETIVOS
• Conhecer e identificar aspectos fundamentais de espor-
tes aquáticos olímpicos.
• Compreender e apresentar aspectos fundamentais de es-
portes aquáticos não olímpicos.
2. CONTEÚDOS
• Esportes aquáticos olímpicos.
• Esportes aquáticos não olímpicos.
4. INTRODUÇÃO À UNIDADE
Após os estudos introdutórios a respeito do contexto em que
estão inseridas as atividades aquáticas, a proposta desta unidade é
a de ampliar as possibilidades de desenvolvimento deste conteú-
do, para além do ensino relacionado com a natação.
Para isso, aspectos fundamentais de outras atividades aquá-
ticas são apresentados, iniciando pela natação, passando por ou-
tros esportes aquáticos olímpicos, como a canoagem; a maratona
aquática; o nado sincronizado; o pentatlo moderno; o polo aquá-
tico; o remo; os saltos ornamentais; o triatlo e a vela, encerrando
com os esportes aquáticos não olímpicos: o esqui aquático; o surf;
o bodyboard; o kitesurf e o biribol.
"Mergulhe" nas possibilidades dessas atividades aquáticas!
Natação
Registros históricos indicam o início das competições de na-
tação no século 19, na Europa, em torneios isolados e campeona-
© U2 - Aspectos Fundamentais de Atividades Aquáticas 57
Nado Crawl:
O nado crawl se desenvolveu para ser o mais rápido dos qua-
tro estilos de competição. Seu movimento consiste de uma braça-
da direita e uma esquerda e de um número variável de pernadas.
Posição do corpo: o corpo deve se encontrar o mais parale-
lo possível à superfície da água e deverá permanecer na posição
horizontal, ou seja, em decúbito ventral (barriga para baixo), como
ilustram as Figuras 1 e 2.
Nado Costas
O nado costas é muito parecido com o nado crawl. Este nado
evoluiu do nado peito invertido e é executado com o nadador as-
sumindo uma posição supina (deitado sobre o dorso).
Posição do corpo: o corpo se encontra o mais paralelo pos-
sível à superfície da água, permanecendo na posição horizontal
(decúbito dorsal), realizando movimentos de rolamentos laterais,
em seu eixo longitudinal. O quadril pode permanecer ligeiramen-
te abaixo da superfície. A tendência de afundar o quadril mais do
que o necessário deverá ser evitada, como podemos observar na
Figura 5.
Posição da cabeça: a cabeça deverá estar alinhada com o
corpo e o olhar voltado para cima visualizando os pés. A flexão
excessiva da cabeça leva o aluno a assumir uma posição sentada.
© U2 - Aspectos Fundamentais de Atividades Aquáticas 65
deverá ser girada para baixo e para fora, mantendo as pontas dos
dedos voltadas para o lado durante todo o movimento e a palma
da mão deverá estar voltada para o fundo da piscina. Para melhor
compreensão da propulsão, veja a Figura 6:
Vista lateral
Vista frontal
1 - 2 Recuperação
2 - 3 Varredura para fora até o agarre
3 - 4 Varredura para dentro
4 - 5 Sustentação e deslizamento
Vista inferior
Vista inferior
Vista lateral
Vista frontal
Vista inferior
Canoagem
A canoagem consiste na disputa de dois tipos de barco (ca-
noa e caiaque) em ambientes diferentes: águas calmas para a mo-
dalidade de velocidade, e turbulentas para a slalom.
Canoas são barcos abertos, guiados por competidores apoia-
dos em um joelho, com remos que têm lâmina em apenas um
lado. Já os caiaques são barcos fechados, guiados por competido-
res sentados, com remos de lâminas nas duas pontas. Nas com-
petições de velocidade, os barcos conduzidos por uma, duas ou
quatro pessoas são separados por raias e percorrem distâncias de
500 m e 1.000 m. No slalom, canoas e caiaques, com no máximo
dois competidores, têm de passar obrigatoriamente por trechos
demarcados (“portas”) em um percurso de 300 m, no menor tem-
po possível, como ilustram as Figuras 11, 12, 13 e 14.
Maratona aquática
A maratona aquática é constituída por competições de nata-
ção consideradas de longa distância, que se realizam em oceanos,
rios, lagos, lagos artificiais, com cinco ou dez quilômetros de ex-
tensão. As provas são executadas em estilo livre e devem começar
e terminar dentro da água. Existe ainda uma prova de 25 quilôme-
tros, chamada de águas abertas.
© U2 - Aspectos Fundamentais de Atividades Aquáticas 73
Nado sincronizado
Na natação sincronizada, que tem a participação limitada
às mulheres, estas podem competir sozinhas, em duplas ou em
equipes com oito integrantes, fazendo figuras obrigatórias e livres
numa piscina. A avaliação dos movimentos se dá pela técnica e
criatividade apresentadas, como nos mostra a Figura 16.
A natação sincronizada era coisa de cinema antes de virar modalida-
de olímpica a partir dos shows aquáticos com acrobacias apresen-
tados nos EUA no começo do século 20 pela nadadora australiana
Annette Kellerman. A modalidade foi desenvolvida por Katherine
Curtis, ao associar figuras feitas na água com música, e chegou aos
filmes musicais do estúdio MGM nas décadas de 1940 e 1950, es-
trelados por Esther Williams. Após uma apresentação dos alunos
de Katherine na Feira Século do Progresso, realizada em Chicago na
década de 1930, o nadador olímpico Norman Ross criou o termo
“nado sincronizado”. Seu formato atual foi desenvolvido na mesma
época pelo estudante americano Frank Havlicek. É um dos poucos
esportes em que apenas as mulheres participam. Elas podem com-
petir sozinhas, em duplas ou em times de oito – fazendo figuras
obrigatórias e livres numa piscina –, e são avaliadas por técnica e
criatividade pelos jurados (COB, 2010).
SUSTENTAÇÃO
REMADA PLANA
MOVIMENTO
REMADA PADRÃO
MOVIMENTO
REMADA INVERTIDA
Fonte: PALMER (1990, p. 277).
Figura 17 Tipos de remada
Pentatlo Moderno
No pentatlo moderno, são realizadas cinco provas: natação,
corrida, tiro, esgrima e hipismo, como podemos observar nas Figu-
ras 19, 20, 21, 22 e 23. Ao longo de um dia, nas provas de natação,
tiro, esgrima e hipismo, os atletas somam pontos, de acordo com
o desempenho. Com base nessa pontuação, é definida a ordem
de largada da corrida de três mil metros. Na corrida, cada atleta
larga separadamente, com intervalos que variam de acordo com
os pontos somados nos eventos anteriores. O vencedor da corrida
ganha a prova.
Criado na Grécia Antiga, o pentatlo moderno atravessou os séculos,
mas manteve a característica de ser o mais completo dos esportes.
Nos Jogos Modernos, foi idealizado pelo Barão de Coubertin. Rece-
beu esse nome para se diferenciar do pentatlo dos gregos antigos.
Em suas cinco provas, exige esforço pelo lado físico em natação e
corrida; controle e precisão técnica pelo lado emocional no tiro;
inteligência pelo lado mental na esgrima; adaptabilidade, autocon-
trole e coragem no hipismo (saltos), modalidade em que o atleta
monta um cavalo desconhecido (COB, 2010).
Polo Aquático
No polo aquático, duas equipes com sete jogadores, sendo
um goleiro, se enfrentam em uma piscina por quatro tempos de
sete minutos e disputam a posse da bola, visando ao gol adversá-
rio. No polo aquático, não é permitido tocar os pés no chão ou a
mão na borda da piscina. A Figura 24 representa um jogo de polo
aquático.
O esporte foi desenvolvido paralelamente na América do Norte e
na Europa no século 19. Segundo as regras formuladas pelo ame-
ricano Harold Reeder, os competidores jogavam flutuando sobre
barris e acertavam a bola com tacos como no polo. Na Inglater-
ra, oficiais que serviam na Índia levaram uma bola chamada pulu
para casa. E foi com ela que criaram um jogo que lembrava o rúgbi,
mas com uma diferença fundamental: era praticado em rios e lagos
(COB, 2010).
Remo
No remo, os barcos são divididos por raias e competem lado
a lado em águas calmas para ver quem é o mais rápido. Atualmen-
te, a distância oficial do percurso, em linha reta, para Jogos Olímpi-
cos, é de dois mil metros. As embarcações com ou sem timoneiro,
que é o integrante que não rema e é responsável por orientar e
incentivar os remadores e não entra na conta dos componentes,
podem ter um, dois, quatro ou oito componentes, como podemos
observar na Figura 25.
Barcos a remo foram usados como meio de transporte no Império
Romano, na Grécia e no Egito Antigos. Como esporte, sua origem
mais provável é a Inglaterra vitoriana dos séculos 17 e 18I. No fim
da Idade Média, há notícias de festivais de regatas em Veneza, na
Itália. A popularização, no entanto, ocorreu no século 19, quando
o remo moderno apareceu com as disputas entre equipes das uni-
versidades de Oxford e Cambridge, em 1828, na Inglaterra. Essas
disputas eram muito apreciadas por torcedores e, desde então,
conquistaram o mundo (COB, 2010).
© U2 - Aspectos Fundamentais de Atividades Aquáticas 83
Figura 25 Remo
Saltos ornamentais
Nos saltos ornamentais, os atletas saltam de plataformas de
dez metros ou trampolins de três metros, realizando acrobacias no
ar e entram na água de forma suave e elegante. Nos saltos orna-
mentais, duplas de homens e mulheres saltam simultaneamente
e são julgadas não apenas pela qualidade técnica, estilo e grau de
dificuldade do salto, mas também pelo sincronismo entre os par-
ceiros, como mostra a Figura 26:
Triatlo
No triatlo, três provas de diferentes esportes são disputadas
consecutivamente: natação, ciclismo e corrida. No triatlo olímpico,
o atleta nada 1.500 metros, pedala 40 km e corre 10 km. Veja nas
Figuras 27, 28 e 29 um exemplo de triatlo:
Vela
Na vela, os atletas utilizam embarcações à vela e não podem
queimar a largada ou atrapalhar a navegação de um concorrente
sob risco de punição. O vencedor é quem soma os melhores resul-
tados no conjunto de regatas. As competições acontecem em raias
delimitadas por boias e têm dois formatos básicos: no primeiro de-
les, os competidores competem todos contra todos e, no segundo,
dois barcos competem por vez (Figura 30).
Figura 30 Vela.
Esqui Aquático
No esqui aquático, o atleta possui um ou dois esquis presos
aos seus pés e é puxado por meio de cabos, por uma embarcação.
As modalidades competitivas do esqui aquático são: slalom, salto
de rampa e truques. No slalom, o esquiador utiliza um único esqui,
o qual é atado aos dois pés, um atrás do outro. O slalom (Figura
© U2 - Aspectos Fundamentais de Atividades Aquáticas 87
Surf
No surf, existem duas modalidades que variam de acordo
com a prancha utilizada pelo atleta. A prancha maior e mais larga
proporciona ao atleta manobras mais artísticas em ondas menores
e mais lentas. Já a prancha menor proporciona manobras mais rá-
pidas e velozes, ilustradas nas Figuras 35 e 36.
© U2 - Aspectos Fundamentais de Atividades Aquáticas 89
Figura 35 Longboad
Figura 36 Shortboard
Bodyboard
O bodyboard é parecido com o surf, porém o atleta fica dei-
tado, em decúbito ventral, sobre a prancha. É considerado mais fá-
cil que o surf, no entanto também apresenta manobras difíceis de
serem realizadas. Veja um exemplo de bodyboard na Figura 37:
Figura 37 Bodyboard
Kitesurf
No kitesurf o atleta realiza manobras com uma prancha pre-
sa aos seus pés e se desloca com o auxílio de cordas atadas em
uma grande pipa (Figura 38).
Figura 38 Kitesurf
Biribol
O biribol, esporte criado na cidade de Birigui, estado de São
Paulo, é uma espécie de voleibol dentro da água. O biribol é rea-
lizado em uma piscina pequena, com quatro integrantes em cada
equipe. As disputas são realizadas em três ou cinco sets, de 21
pontos. Em caso de empate em 20 a 20, o set continua até haver
uma diferença de dois pontos. O set decisivo, em caso de igualda-
de de sets, é jogado até os 20 pontos, com uma diferença mínima
de dois pontos (Figura 39).
Figura 39 Biribol
7. QUESTÕES AUTOAVALIATIVAS
Sugerimos que você procure responder, discutir e comentar
as questões a seguir, que tratam da temática desenvolvida nesta
unidade.
8. CONSIDERAÇÕES
Com os estudos desta unidade contamos que você tenha
aprendido aspectos fundamentais das atividades aquáticas: na-
tação, canoagem, maratona aquática, nado sincronizado, pen-
tatlo moderno, polo aquático, remo, saltos ornamentais, triatlo,
vela, esqui aquático, surf, bodyboard, kitesurf e biribol. Todavia,
é importante que inter-relações entre os esportes tenham sido
realizadas, com o destaque de elementos essenciais destes, para
associações com o ensino da cultura corporal de movimento das
atividades aquáticas no contexto educativo escolar.
9. E – REFERÊNCIAS
Lista de figuras
Figura 11 - Canoa. Dispnível em: <http://img02.beijing2008.cn/20080822/Img214574735.
jpg>. Acesso em: 6 ago. 2010.
Figura 12 – Caiaque. Dispnível em: <http://img01.beijing2008.cn/20080802/
Img214497259.jpg>. Acesso em: 6 ago. 2010.
Sites pesquisados
ABK. Associação Brasileira de Kitesurf. Disponível em: <http://www.abk.com.br>. Acesso
em: 6 ago. 2010.
ABWS. Associação Brasileira de Windsurf. Disponível em: <http://www.abws.com.br/>.
Acesso em: 6 ago. 2010.
COB. Comitê Olímpico Brasileiro. Disponível em: <http://www.cob.org.br>. Acesso em:
6 ago. 2010.
CBRASB. Confederação Brasileira de Bodyboard. Disponível em: <http://www.cbrasb.
com.br/>. Acesso em: 6 ago. 2010.
CBCA. Confederação Brasileira de Canoagem. Disponível em: <http://cbca.org.br/
newcbca/>. Acesso em: 6 ago. 2010.
CBDA. Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos. Disponível em: <http://www.
cbda.org.br>. Acesso em: 6 ago. 2010.
CBEA. Confederação Brasileira de Esqui-Aquático. Disponível em: <http://www.cbea.
com.br/portal/>. Acesso em: 6 ago. 2010.
CBPM. Confederação Brasileira de Pentatlo Moderno. Disponível em: <http://www.
pentatlo.org.br/>. Acesso em: 6 ago. 2010.
CBR. Confederação Brasileira de Remo. Disponível em: <http://www.cbr-remo.com.br/
>. Acesso em: 6 ago. 2010.
CBSURF. Confederação Brasileira de Surf. Disponível em: <http://www.cbsurf.com.br/ >.
Acesso em: 6 ago. 2010.
CBTRI. Confederação Brasileira de Triathlon. Disponível em: <http://www.cbtri.org.br/
HOME.ASP>. Acesso em: 6 ago. 2010.
CBVM. Confederação Brasileira de Vela e Motor. Disponível em: <http://www.cbvm.org.
br>. Acesso em: 6 ago. 2010.
FGDA. FEDERAÇÃO GAÚCHA DE DESPORTOS AQUÁTICOS. Regras dos estilos de natação:
de acordo com o livro de regras da FINA – agosto/2002. Disponível em: <http://www.
fgda.com.br/arbitragem/regrasinftecnicasarbitragem.htm>. Acesso em: 6 ago. 2010.
LIGA NACIONAL DE BIRIBOL. Disponível em: <http://www.biribol.com/>. Acesso em: 6
ago. 2010.
1. OBJETIVOS
• Evidenciar orientações, em documentos da Educação Bá-
sica brasileira, sobre o ensino de atividades aquáticas.
• Relacionar o desenvolvimento do esporte com o ensino
escolar.
• Compreender e revelar aspectos da formação de profes-
sores.
• Atribuir ao desenvolvimento das atividades aquáticas a
reflexão e a crítica.
• Indicar e sugerir a construção de ações relacionadas com
atividades aquáticas.
98 © Atividades Aquáticas
2. CONTEÚDOS
• As atividades aquáticas nos documentos da Educação Bá-
sica.
• Esporte e escola.
• Aspectos da formação de professores.
• Reflexão e crítica em atividades aquáticas.
• Sugestões de ações com as atividades aquáticas.
4. INTRODUÇÃO À UNIDADE
Para encerrar o Caderno de Referência de Conteúdo Ativida-
des Aquáticas, o exercício de busca de essência das atividades e
do que elas podem provocar em prol do ensino da Educação Físi-
ca Escolar, sugerido anteriormente, será retomado nesta unidade,
inserindo nesse exercício, elementos justificadores pautados em
evidências de orientações, em documentos da Educação Básica
brasileira, sobre o ensino de atividades aquáticas; na relação ne-
cessária entre esporte e ensino escolar; na inserção desta discipli-
na e do curso de Licenciatura em Educação Física no ambiente da
formação de professores.
© U3 - Educação e Atividades Aquáticas 99
9. QUESTÕES AUTOAVALIATIVAS
Sugerimos que você procure responder, discutir e comentar
as questões a seguir, que tratam da temática desenvolvida nesta
unidade.
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10. CONSIDERAÇÕES
Nesta unidade, apresentamos elementos que auxiliam na
compreensão da associação das atividades aquáticas com o ensino
escolar crítico e reflexivo. Para isso, destacamos alguns pontos de
documentos oficiais da Educação Básica brasileira e do campo de
estudos sobre a formação de professores, bem como a necessida-
de de olhar o desenvolvimento e a construção de ações relaciona-
das com as atividades aquáticas sob outras perspectivas.
Dessa maneira, chegamos ao final dos estudos do Caderno
de Referência de Conteúdo Atividades Aquáticas; todavia, como já
destacamos anteriormente, acreditamos que foi cumprida apenas
uma primeira etapa de um continuum necessário do processo de
formar-se educador e educadora.
Esperamos, assim, que a inquietude da busca sempre esteja
com você!
11. E – REFERÊNCIAS
BRASIL. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros curriculares nacionais:
Educação Física – ensino de primeira a quarta série. Brasília: MEC/SEF, 1997. Disponível
em: <http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/livro07.pdf>. Acesso em: 27 abr. 2010.
BRASIL. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros curriculares nacionais:
Educação Física – ensino de quinta a oitava série. Brasília: MEC/SEF, 1998. Disponível em:
<http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/fisica.pdf>. Acesso em: 27 abr. 2010.