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DECISÕES DESFAVORÁVEIS: atuais e antigas (JURISPRUDÊNCIA MAJORITÁRIA)

ENSINO SUPERIOR. MATRÍCULA. SISTEMAS DE COTAS. UMA SÉRIE CURSADA EM INSTITUIÇÃO


DE ENSINO PRIVADA COMO BOLSISTA. IMPOSSIBILIDADE. 1. O apelante objetiva matrícula no
curso de Bacharelado em Ciências Sociais da Universidade Federal do Piauí - UFPI pelo sistema
de cotas, haja vista que cursou todo o ensino médio na rede pública e apenas a 1ª série do
ensino fundamental em escola particular, por meio de bolsa integral. 2. Já se decidiu que "a
jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça enuncia que as normas reguladoras do sistema
de reserva de vagas, as quais determinam a realização do ensino fundamental e médio
exclusivamente em escola pública, não podem ser interpretadas extensivamente para abarcar
instituições de ensino particulares. Precedentes: REsp 1.206.619/PR, Rel. Ministro Mauro
Campbell Marques, Segunda Turma, DJe 13/12/2011; AgRg no REsp 1.314.005/RS, Rel.
Ministro Mauro Campbell Marques, Segunda Turma, DJe 28/5/2013; AgRg no REsp
1443440/PB, Rel. Ministro Herman Benjamin, Segunda Turma, DJe 20/6/2014" (AgInt no REsp
1.589.435/SC, Rel. Ministro Herman Benjamin, 2T, DJe 11/10/2016). Igualmente: REsp
1.132.476/PR, REsp 1.328.192/RS, AgRg no REsp 1.443.440/PB, REsp 1.670.577/RS, AgRg no
REsp 1.521.053/PB, REsp 1.453.356/PB e AgRg no REsp 1.348.726/SE. 3. Nesse mesmo sentido,
conforme entendimento deste Tribunal, "a razão da existência do Sistema de Cotas é
possibilitar o nivelamento de oportunidade de acesso ao ensino superior contribuindo para a
entrada dos candidatos menos favorecidos, não apenas sob o aspecto econômico-financeiro,
mas do ponto de vista didático, às Universidades Federais. Logo, se a apelada teve acesso a
uma melhor qualidade de ensino no período correspondente ao ensino médio, ainda que
ministrada sob o amparo de bolsa de estudos, não estava legitimada a concorrer pelo sistema
de cotas, como o fez" (TRF1, AC 0006635-44.2015.4.01.3803/MG, Rel. Desembargador Federal
Daniel Paes Ribeiro, 6T, e-DJF1 20/02/2019). 4. Apelação a que se nega provimento.

(AC 0001176-62.2009.4.01.4000, JUIZ FEDERAL CÉSAR CINTRA JATAHY FONSECA (CONV.), TRF1
- SEXTA TURMA, e-DJF1 14/10/2019 PAG.)

ADMINISTRATIVO. AÇÕES AFIRMATIVAS. POLÍTICA DE COTAS.CRITÉRIOS OBJETIVOS E


RAZOÁVEIS PARA CONCORRER A VAGAS RESERVADAS. IMPOSSIBILIDADE DE O JUDICIÁRIO
CRIAR EXCEÇÕES SUBJETIVAS. ENSINO FUNDAMENTAL REALIZADO PARCIALEMNTE EM ESCOLA
PARTICULAR. BOLSA DE ESTUDOS PARCIAL. REMESSA OFICIAL PROVIDA. - Requerimento de
matrícula da autora no curso para o qual logrou aprovação foi indeferido uma vez que
concorria às vagas destinadas a cotistas, mas não demonstrou haver cursado o ensino
fundamental exclusivamente em escola pública. - O Edital nª 008/2011 - PROEN/IFMS previa
que, no ato da inscrição, os candidatos interessados em concorrer pelo sistema de cotas
deveriam comprovar que "cursaram e concluíram com êxito todas as séries do ensino
fundamental (1ª a 8ª séria ou 1º ao 9º ano) em escola pública e que não seriam considerados
como cotistas os candidatos que receberam bolsa de estudos em escolas privadas. - O sistema
de reserva de vagas é critério objetivo e que, portanto, não comporta exceções, sob pena de
inviabilizar o próprio sistema de reserva de vagas. - Presume-se que o reconhecimento do
direito à vaga importa, em última análise, em retirá-la de outro candidato que tenha cumprido
de modo integral os requisitos do edital e tenha suportado, ao longo de sua vida estudantil,
condições ainda mais vulneráveis. - Precedentes do STJ e desta Corte Regional. - Remessa
Oficial provida.
(REMESSA NECESSÁRIA CÍVEL - 341772 ..SIGLA_CLASSE: RemNecCiv 0000315-
19.2012.4.03.6004 ..PROCESSO_ANTIGO:
201260040003153 ..PROCESSO_ANTIGO_FORMATADO: 2012.60.04.000315-3, ..RELATORC:,
TRF3 - QUARTA TURMA, e-DJF3 Judicial 1
DATA:06/12/2017 ..FONTE_PUBLICACAO1: ..FONTE_PUBLICACAO2: ..FONTE_PUBLICACAO3:.)

PROCESSUAL CIVIL E ADMINISTRATIVO. AGRAVO INTERNO. COTAS SOCIAIS. ALUNOS DO


ENSINO PÚBLICO. BOLSA DE ESTUDOS EM ESCOLA PARTICULAR. IMPOSSIBILIDADE. 1. A
jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça enuncia que as normas reguladoras do sistema
de reserva de vagas, as quais determinam a realização do ensino fundamental e médio
exclusivamente em escola pública, não podem ser interpretadas extensivamente para abarcar
instituições de ensino particulares. Precedentes: REsp 1.206.619/PR, Rel. Ministro Mauro
Campbell Marques, Segunda Turma, DJe 13/12/2011; AgRg no REsp 1.314.005/RS, Rel.
Ministro Mauro Campbell Marques, Segunda Turma, DJe 28/5/2013; AgRg no REsp
1443440/PB, Rel. Ministro Herman Benjamin, Segunda Turma, DJe 20/6/2014. 2. Agravo
Interno não provido. ..EMEN:

(AIRESP - AGRAVO INTERNO NO RECURSO ESPECIAL - 1589435 2016.00.76106-4, HERMAN


BENJAMIN - SEGUNDA TURMA, DJE DATA:11/10/2016 ..DTPB:.)

PROCESSUAL CIVIL E ADMINISTRATIVO. AGRAVO INTERNO. COTAS SOCIAIS. ALUNOS DO


ENSINO PÚBLICO. BOLSA DE ESTUDOS EM ESCOLA PARTICULAR. IMPOSSIBILIDADE. 1. A
jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça enuncia que as normas reguladoras do sistema
de reserva de vagas, as quais determinam a realização do ensino fundamental e médio
exclusivamente em escola pública, não podem ser interpretadas extensivamente para abarcar
instituições de ensino particulares. Precedentes: REsp 1.206.619/PR, Rel. Ministro Mauro
Campbell Marques, Segunda Turma, DJe 13/12/2011; AgRg no REsp 1.314.005/RS, Rel.
Ministro Mauro Campbell Marques, Segunda Turma, DJe 28/5/2013; AgRg no REsp
1443440/PB, Rel. Ministro Herman Benjamin, Segunda Turma, DJe 20/6/2014. 2. Agravo
Interno não provido. ..EMEN:

(AIRESP - AGRAVO INTERNO NO RECURSO ESPECIAL - 1589435 2016.00.76106-4, HERMAN


BENJAMIN - SEGUNDA TURMA, DJE DATA:11/10/2016 ..DTPB:.)

ADMINISTRATIVO. RECURSO ESPECIAL. ENSINO SUPERIOR. COTAS PARA EGRESSOS DE


INSTITUIÇÃO PÚBLICA. IMPOSSIBILIDADE DE EQUIPARAÇÃO DOS ALUNOS BENEFICIÁRIOS DE
PROGRAMA EDUCACIONAL ASSISTENCIAL. 1. Cuida-se de ação civil pública em que se busca
afastar restrição de acesso ao sistema de cotas de inclusão social da Universidade Federal do
Paraná (UFPR), para ingresso nos cursos de graduação no vestibular do ano de 2008, aos
candidatos provenientes de escola particular e beneficiados com bolsa de estudos integral,
bem como aos discentes de escolas comunitárias, filantrópicas e confessionais, ainda que
mantidas por convênio com o Poder Público. 2. Conforme premissa fática fixada pela corte de
origem, os alunos conveniados (beneficiários de programa educacional assistencial)
desfrutaram das mesmas condições dos demais matriculados na escola particular (uso do
mesmo espaço físico e comparecimento a aulas ministradas por professores contratados com
remuneração correspondente ao vencimento do professor PA-1 ou PC-3 do Quadro Próprio do
Magistério acrescido de 36% relativos aos encargos sociais e despesas administrativas, tudo
ressarcido pelo Poder Público). 3. Esta Corte já consignou que não se pode interpretar
extensivamente norma que impõe como critério a realização do ensino fundamental e médio
exclusivamente em escola pública para abarcar instituições de ensino de outra espécie, sob
pena de inviabilizar o fim buscado por meio da ação afirmativa. 4. Recurso especial não
provido. ..EMEN:

(RESP - RECURSO ESPECIAL - 1206619 2010.01.48924-7, MAURO CAMPBELL MARQUES -


SEGUNDA TURMA, DJE DATA:13/12/2011 ..DTPB:.)

CONSTITUCIONAL E ADMINISTRATIVO. ENSINO SUPERIOR. MATRÍCULA. SISTEMA DE COTAS.


ALUNO EGRESSO DE ESCOLA PARTICULAR BENEFICIADO COM BOLSA DE ESTUDOS.
EQUIPARAÇÃO A ALUNO DE ESCOLA PÚBLICA. PEDIDO DE INSTAURAÇÃO DE INCIDENTE DE
UNIFORMIZAÇÃO DE JURISPRUDÊNCIA. INDEFERIMENTO. IMPOSSIBILIDADE DE EQUIPARAÇÃO
DE ALUNO BOLSISTA A ALUNO DE ESCOLA PÚBLICA. APELAÇÃO E REMESSA OFICIAL PROVIDAS.
1. Remessa oficial e apelação cível interposta pela UNIVASF contra sentença que, nos autos de
Mandado de Segurança, concedeu a segurança para determinar que as autoridades
impetradas procedam à matrícula do impetrante no curso pretendido (graduação em
Medicina), considerando válida, para fins de atendimento aos requisitos exigidos no edital, a
conclusão do ensino médio em instituição privada de ensino, mediante concessão de bolsa de
estudos. 2. A jurisprudência (STJ - REsp nº 745.363 e AgRg no EREsp nº 620.276) consolidou o
entendimento segundo o qual a admissão do incidente de uniformização de jurisprudência
constitui mera faculdade judicial baseada em critérios de conveniência e oportunidade, não
tendo a parte, portanto, o direito subjetivo à sua admissão. 3. Ausência de utilidade prática na
instauração do incidente. Conforme já decidiu o Pleno deste Tribunal, "no atual contexto,
diante das nuanças do sistema jurídico-processual em vigor, cada vez mais obediente à
uniformização proveniente dos tribunais superiores, o incidente de uniformização vem
perdendo a utilidade prática nos tribunais de passagem, sobretudo diante da ausência de força
vinculante em relação aos membros da própria corte de que é oriundo. Ademais, mostra-se
evidente a precariedade inerente às consolidações, por meio de súmulas, da jurisprudência
majoritária dos tribunais de circuito, cuja utilidade se perde por completo quando a matéria é
deliberada por meio dos instrumentos processuais vinculantes das cortes superiores." (IUJAC
494243, rel. Des. Federal José Maria Lucena, DJe de 15/05/12). 4. Pedido de instauração do
incidente de uniformização de jurisprudência indeferido. 5. A sentença deu interpretação
extensiva às disposições da Lei n.º 12.711/2012 para admitir a participação de estudante que
cursou o ensino médio em instituição privada de ensino no processo seletivo para
preenchimento de vagas reservadas a estudantes oriundos de escolas públicas, por considerar
atentatória aos princípios da isonomia, da proporcionalidade e da razoabilidade a negativa de
matrícula a estudante que se encontrava na mesma condição social e econômica dos alunos
vinculados ao ensino público, alcançados pelo regime de cotas instituído pela Lei n.º
2.711/2012. 6. Essa compreensão, no entanto, vai de encontro ao entendimento amplamente
adotado pela egrégia 4ª Turma, no sentido de que a qualidade do ensino é o verdadeiro fator
de discrime na implementação da política cotas para ingresso nas universidades públicas. 7. A
condição de bolsista, por não interferir na qualidade de ensino, não pode ser invocada como
critério de equiparação entre alunos de escolas públicas e de escolas privadas. Sendo assim,
revela-se imprecisa a noção de que os alunos de escolas privadas concorrem nas mesmas
condições que os estudantes de escolas públicas, até porque, vale frisar, a frequência ao
ensino fundamental em estabelecimento particular implica acesso a ensino de melhor
qualidade. 8. Apelação e remessa oficial providas para denegar a segurança.

(APELREEX - Apelação / Reexame Necessário - 28181 0000147-98.2013.4.05.8308,


Desembargador Federal Rogério Fialho Moreira, TRF5 - Quarta Turma, DJE - Data::15/08/2013
- Página::374.)

DECISÕES FAVORÁVEIS: poucas e anteriores a 2014, ano em que STJ assentou entendimento
sobre a matéria (JURISPRUDÊNCIA ULTRAPASSADA)

ADMINISTRATIVO E CONSTITUCIONAL. ENSINO TÉCNICO. SISTEMA DE COTAS. ALUNA QUE


CURSOU A 6ª. SÉRIE DO ENSINO FUNDAMENTAL EM ESCOLA PARTICULAR COMO BOLSISTA.
PREVISÃO EDITALÍCIA DESPROPORCIONALIDADE. MATRÍCULA ASSEGURADA. 1. Trata-se de
remessa oficial e apelação interposta pelo IFPE (Instituto Federal de Educação, Ciência e
Tecnologia) em face de sentença prolatada pelo ilustre Juízo Federal da 1ª. Vara da SJ/PE que
julgou procedente o pedido desafiado na exordial para determinar que o ora apelante efetue a
matrícula da ora apelada no curso de Técnico de Saneamento no Campus de Recife/PE, mesmo
tendo angariado aprovação em decorrência dos benefícios garantidos pelo sistema de cotas e
cursado a 6ª. série do ensino fundamental em colégio particular, mas com bolsa integral. 2.
Para tanto, entendeu o eminente Magistrado a quo que a regra prevista no edital
demonstrava-se desproporcional, pois é demasiadamente genérica e não considera aspectos
como a hipossuficiência de certos candidatos, critério que alicerça o sistema de cotas. 3. A
política de cotas para ingresso nas instituições de ensino públicas busca dar efetividade à
isonomia, mediante a adoção de medidas discriminatórias em favor das minorias e dos
socialmente desfavorecidos, atendendo à exigência constitucional de ações positivas do Estado
e da sociedade em direção à igualdade efetiva. Desse modo, a fixação de critérios para esse
acesso diferenciado deverá ser estabelecida observando-se os preceitos constitucionais, de
forma a permitir o acesso ao ensino superior/técnico de estudantes integrantes de minorias
sociais. 4. O fato da apelada haver cursado a 6ª. série do ensino fundamental em escola
privada, com total isenção das mensalidades escolares (bolsista integral), não descaracteriza a
sua condição social precária nem pode constituir óbice para disputar uma das vagas no IFPE
pelo sistema de cotas. 5. Tal circunstância não tem o condão de afastar o seu direito de buscar
o acesso ao ensino público técnico pelo sistema de cotas. Ao contrário, atesta, em tese, a sua
condição de menos favorecida economicamente, haja vista que é do conhecimento geral que a
concessão de bolsas de estudo, seja no ensino público, seja no particular, em regra, é dirigida
àqueles cuja economia não é bastante para custear os próprios estudos. 6. Além disso, as
normas que estabelecem o sistema de cotas devem ser interpretadas de forma sistêmica,
tentando proteger os socialmente desfavorecidos, e, consequentemente, atender ao espírito
que norteou a instituição do sistema. 7. Precedentes jurisprudenciais: TRF5, AG
00047360220114050000, Rel. Des. Federal FRANCISCO BARROS DIAS, DJU 09/06/2011; TRF4,
APELREEX 200870100002378, Rel. Des. Federal VALDEMAR CAPELETTI, DJU 27.10.08 e TRF1,
AC 200739000038279, Rel. Des. Federal SELENE MARIA DE ALMEIDA, DJU 28.10.10. 8.
Remessa oficial e apelação improvidas.
(APELREEX - Apelação / Reexame Necessário - 19101 0000841-62.2011.4.05.8300,
Desembargador Federal Manoel Erhardt, TRF5 - Primeira Turma, DJE - Data::27/10/2011 -
Página::162.)

CONSTITUCIONAL. ADMINISTRATIVO. REALIZAÇÃO DE MATRÍCULA EM CURSO SUPERIOR.


APROVAÇÃO NO VESTIBULAR DENTRO DO REGIME DE COTAS. ENSINO FUNDAMENTAL
CURSADO EM ESCOLA DA REDE PARTICULAR NA CONDIÇÃO DE BOLSISTA.
HIPOSSUFICIÊNCIA COMPROVADA. PROCEDÊNCIA. I - Excepcionalmente, admite-se a
possibilidade de incluir o impetrante/apelado como um dos beneficiários do sistema de
cotas para o acesso às vagas da Universidade apelante, a despeito de ter cursado quase a
totalidade do Ensino Fundamental em escola particular. II - O apelante é aluno
comprovadamente carente, que teve a oportunidade de estudar, durante alguns anos, em
escola particular com bolsa de estudos concedida pela escola onde trabalhava uma parente
sua. A isonomia estaria sendo quebrada caso não se reconhecesse o esforço de aluno de
escola pública que é aprovado em Medicina em Instituição de Ensino Superior pública e
bastante prestigiada, depois de ter concluído a integralidade do ensino médio em escola
pública. II - Precedentes deste Tribunal: TRF5. Segunda Turma. APELREEX 26261. Rel. Des.
Federal MARCO BRUNO DE MIRANDA CLEMENTINO (convocado). Julg. 26/02/2013. Publ.
DJe 08/03/2013; TRF5. Segunda Turma. APELREEX 25210/PB. Rel. Des. federal FRANCISCO
WILDO LACERDA DANTAS. Julg. 27/11/2012. Publ. DJe 14/12/2012. III - Apelação e remessa
oficial improvidas.

(APELREEX - Apelação / Reexame Necessário - 27557 0001687-54.2012.4.05.8200,


Desembargadora Federal Margarida Cantarelli, TRF5 - Quarta Turma, DJE -
Data::16/08/2013 - Página::190.)

DECISÕES FAVORÁVEIS RECENTES E EXCEPCIONAIS: quem concluiu o Ensino Médio por


supletivo (EJA) ou estudou curto período em escola conveniada/ discente que já cursou
grande parte da faculdade por força de liminar anterior a 2014 (teoria do fato consumado) –
(JURISPRUDÊNCIA DE EXCEÇÃO NÃO APLICÁVEL AO CASO)

ADMINISTRATIVO. ENSINO SUPERIOR. VESTIBULAR. SISTEMA DE COTAS. REQUISITOS.


ESTUDANTE QUE CURSOU ENSINO FUNDAMENTAL PARTE DO MÉDIO EM ESCOLA PÚBLICA E
ESTABELECIMENTO EQUIPARADO. SUPLETIVO. EJA. BOLSA INTEGRAL. DIREITO DO CANDIDATO
À MATRICULA NO CURSO EM QUE FOI APROVADO. SENTENÇA MANTIDA. 1. Apesar da
autonomia administrativa e didático-científica das instituições de ensino superior (art. 207 da
CF), os administrados devem assegurar os princípios da igualdade e isonomia jurídica,
coibindo-se atos normativos específicos, discriminatórios e que não atendem de forma
genérica e igualitária os objetivos da instituição. 2. A modalidade de educação básica
denominada Educação de Jovens e Adultos (EJA) tem como objetivo proporcionar ensino
gratuito àqueles que não tiveram acesso ou não concluíram seus estudos no ensino
fundamental e médio na idade própria e tem como objetivo possibilitar que os cidadãos
brasileiros concluam seus estudos em tempo abreviado, integrando-os à realidade em que
vivem. 3. Ainda que a instituição de ensino onde a parte autora completou o supletivo
enquadrar-se como instituição privada de ensino, há que se destacar que a finalidade da
norma da Instituição Pública de Ensino Superior que institui o sistema de cotas é mitigar as
desigualdades existentes entre a qualidade do ensino entre escolas públicas e particulares,
ampliando a oportunidade de acesso à Universidade aos estudantes considerados carentes. 4.
O ensino ofertado pela EJA não se distingue daquele oferecido pelo ensino público em matéria
de qualidade, o que permite concluir que os cidadãos que fazem uso do "supletivo"
equiparam-se aos alunos da rede pública (Precedentes: (AC 0002132-25.2016.4.01.4100/RO,
Rel. DESEMBARGADOR FEDERAL SOUZA PRUDENTE, QUINTA TURMA, e-DJF1 de 10.10.2018);
(AC 0009668-13.2013.4.01.3803/MG, Rel. DESEMBARGADOR FEDERAL SOUZA PRUDENTE,
QUINTA TURMA, e-DJF1 de 05/11/2014, p. 332); (APReeNec 0004756-27.2014.4.01.4000/PI,
Rel. DESEMBARGADORA FEDERAL DANIELE MARANHÃO, QUINTA TURMA, e-DJF1 14/05/2018 )
5. O Estado reconhece a conclusão dos ensinos, fundamental e médio, por meio de exames de
suplência ou cursos supletivos, com observância da carga horária ordinária, admitindo, assim,
ao aluno que cursou a EJA as mesmas condições de competir em igualdade com os alunos
provenientes da rede pública, não havendo, portanto, quebra de igualdade na concorrência a
uma vaga em Instituição de Ensino Superior. 6. Apelação e remessa oficial desprovidas.

(AC 0001206-10.2016.4.01.3303, DESEMBARGADOR FEDERAL CARLOS AUGUSTO PIRES


BRANDÃO, TRF1 - QUINTA TURMA, e-DJF1 06/05/2019 PAG.)

ENSINO SUPERIOR. MATRÍCULA. SISTEMAS DE COTAS. UMA SÉRIE CURSADA EM INSTITUIÇÃO


DE ENSINO PRIVADA COMO BOLSISTA. IMPOSSIBILIDADE. FATO, TODAVIA, CONSUMADA. 1.
Trata-se de mandado de segurança por meio do qual a parte impetrante objetiva matrícula no
curso de Geografia, Licenciatura, turno noturno, da Universidade Federal de Mato Grosso,
campus Rondonópolis, para o qual foi aprovada pela modalidade de cotas para estudantes
egressos de escolas públicas. 2. Já se decidiu que a jurisprudência do Superior Tribunal de
Justiça enuncia que as normas reguladoras do sistema de reserva de vagas, as quais
determinam a realização do ensino fundamental e médio exclusivamente em escola pública,
não podem ser interpretadas extensivamente para abarcar instituições de ensino particulares.
Precedentes: REsp 1.206.619/PR, Rel. Ministro Mauro Campbell Marques, Segunda Turma, DJe
13/12/2011; AgRg no REsp 1.314.005/RS, Rel. Ministro Mauro Campbell Marques, Segunda
Turma, DJe 28/5/2013; AgRg no REsp 1443440/PB, Rel. Ministro Herman Benjamin, Segunda
Turma, DJe 20/6/2014 (AgInt no REsp 1.589.435/SC, Rel. Ministro Herman Benjamin, 2T, DJe
11/10/2016). Igualmente: REsp 1.132.476/PR, REsp 1.328.192/RS, AgRg no REsp 1.443.440/PB,
REsp 1.670.577/RS, AgRg no REsp 1.521.053/PB, REsp 1.453.356/PB e AgRg no REsp
1.348.726/SE. 3. Nesse mesmo sentido, conforme entendimento deste Tribunal, a razão da
existência do Sistema de Cotas é possibilitar o nivelamento de oportunidade de acesso ao
ensino superior contribuindo para a entrada dos candidatos menos favorecidos, não apenas
sob o aspecto econômico-financeiro, mas do ponto de vista didático, às Universidades
Federais. Logo, se a apelada teve acesso a uma melhor qualidade de ensino no período
correspondente ao ensino médio, ainda que ministrada sob o amparo de bolsa de estudos, não
estava legitimada a concorrer pelo sistema de cotas, como o fez (TRF1, AC 0006635-
44.2015.4.01.3803/MG, Rel. Desembargador Federal Daniel Paes Ribeiro, 6T, e-DJF1
20/02/2019). 4. O Superior Tribunal de Justiça admite a preservação do fato consumado nos
casos em que a restauração da estrita legalidade implicaria mais danos sociais do que a
manutenção da situação consolidada pelo decurso do tempo. Precedentes: AgRg no REsp.
1.467.314/PR, AgRg no Ag 1.338.054/SC, AgInt no REsp 1.402.122/PB, AgRg no AREsp
460.157/PI, AgRg no REsp 1.467.032/RJ e AgRg no REsp 1.498.315/PB. 5. A jurisprudência
deste Tribunal está alinhada com a do STJ: AC 0007905-31.2013.4.01.3300, Rel.
Desembargador Federal Jirair Aram Meguerian, 6T, e-DJF1 23/01/2019; AC 0005851-
38.2013.4.01.3900, Rel. Desembargador Federal Daniel Paes Ribeiro, 6T, e-DJF1 04/12/2018; e
AMS 0029283-09.2014.4.01.3300, Rel. Desembargador Federal Souza Prudente, 5T, e-DJF1
06/11/2018. 6. Realizada matrícula no curso em 06/02/2018, por força de liminar confirmada
pela sentença, há que se considerar o prejuízo que a reforma da sentença causaria ao
estudante e, ao revés, a ausência de prejuízo para a instituição de ensino. 7. Negado
provimento à apelação e à remessa oficial, esta tida por interposta.

(AC 1000426-64.2018.4.01.3600, DESEMBARGADOR FEDERAL JOÃO BATISTA MOREIRA, TRF1 -


SEXTA TURMA, PJe 22/04/2020 PAG.)

ADMINISTRATIVO. ENSINO. MANDADO DE SEGURANÇA. MATRÍCULA. VESTIBULAR. SISTEMA


DE COTAS. ALUNO EGRESSO DE ESCOLA PÚBLICA QUE CURSOU POR CURTO PERÍODO O
ENSINO FUNDAMENTAL COMO BOLSISTA EM ESCOLA PARTICULAR. DIREITO À MATRÍCULA NO
CURSO PLEITEADO I. A reserva de vagas de ensino superior em favor de candidatos oriundos
de escolas públicas tem como objetivo a mitigação da desigualdade de ensino em desfavor de
alunos que, devido às suas condições econômicas, não puderam custear escola na rede
particular. II. O fato do impetrante haver cursado apenas a 1ª Série do ensino fundamental em
instituição privada conveniada com a rede pública, com bolsa de estudos integral, não é razão
suficiente para excluí-lo do sistema de cotas, pois é inequívoca a preponderância de sua vida
estudantil em escola pública. Precedentes desta Corte. III. Remessa oficial conhecida e não
provida.

(REOMS 0001223-28.2016.4.01.3600, DESEMBARGADOR FEDERAL KASSIO NUNES MARQUES,


TRF1 - SEXTA TURMA, e-DJF1 25/11/2016 PAG.)

DECISÃO FAVORÁVEL E RECENTE – posterior a 2014 (JURISPRUDÊNCIA MINORITÁRIA,


PRATICAMENTE ISOLADA)

ADMINISTRATIVO. ENSINO SUPERIOR. UNIVERSIDADE FEDERAL. SISTEMA DE COTAS.


MATRÍCULA. EXIGÊNCIA DE TER CURSADO INTEGRALMENTE O ENSINO FUNDAMENTAL E O
ENSINO MÉDIO NA REDE PÚBLICA. CANDIDATA QUE ESTUDOU EM ESCOLA PARTICULAR COM
BOLSA INTEGRAL. DIREITO À MATRÍCULA. 1. A orientação jurisprudencial desta Quinta Turma é
no sentido de que a reserva de vagas de ensino superior em favor de candidatos oriundos de
escolas públicas tem como objetivo a mitigação da desigualdade de ensino em desfavor de
alunos que, devido a suas condições econômicas, não puderam usufruir do ensino diferenciado
ofertado por instituições particulares. 2. O critério para ingresso de candidatos oriundos de
escolas públicas pelo sistema de cotas, todavia, tem sido flexibilizado quando se trata de aluno
que estudou em escola de caráter filantrópico ou, se em escola particular, com bolsa integral,
e portanto, sem custear nem mesmo parcialmente os estudos. Precedentes. 3. No caso dos
autos, a aluna cursou apenas três séries do ensino fundamental em escola particular, na
condição de bolsista, informação esta confirmada pela Fundação Universidade Federal de
Mato Grosso (FUFMT), sendo certo que os outros nove anos de sua vida escolar foram
cursados na rede pública de ensino. 4. O fato de ter estudado em escola particular não a
igualou aos demais alunos da rede privada de ensino, até porque os últimos anos do ensino
médio foram efetivamente cursados em escola da rede pública. 5. Esse entendimento não
implica intervenção judicial no mérito do ato administrativo, mas sim controle de sua
legitimidade, mediante interpretação razoável ao sistema de cotas em consonância com o
princípio do devido processo legal. 6. Apelação provida para determinar a matrícula da aluna
no curso de Medicina Veterinária na Fundação Universidade Federal do Mato Grosso (FUFMT),
pelo sistema de cotas para alunos negros oriundos da rede pública de ensino.

(AC 0002698-58.2012.4.01.3600, DESEMBARGADOR FEDERAL NÉVITON GUEDES, TRF1 -


QUINTA TURMA, e-DJF1 09/09/2016 PAG.)

Obs.: Este último caso refere-se à assistida da DPU – PAJ 2012/013-00241

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