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EXCELENTÍSSIMO(A) SENHOR(A) JUIZ(A) DO TRABALHO DA 161ª


VARA DO TRABALHO DA 14ª REGIÃO, COMARCA DE MACHADINHO
DO OESTE-RONDONIA

Autos n°. 0000170-03.2016.5.14.0161

ILIZANDRA SUMECK CARMINATTI, brasileira,


casada, advogada, inscrita na OAB/RO 3977, CPF n° 035.7487.729-09,
RG n° 88273877 SSP/PR, com endereço profissional na Avenida Rio
Branco, 2185 – Centro, Jaru/RO – CEP n° 76.890-000, , neste ato em
causa própria nos termos do art. 106 do CPC, vem respeitosamente, à
presença de Vossa Excelência, irresignado com a decisão interlocutória
id. 061724f, que determinou a transferência dos valores levantados nos
autos, sem a devida retenção dos honorários advocatícios no prazo de 10
dias, bem como oficio a OAB/RO sobre o contrato de honorários
advocatícios e termo de encaminhamento acostados no id. f41ed99, vem,
tempestivamente, com fulcro no artigo 897, a, da CLT, interpor o presente
AGRAVO DE PETIÇÃO, requerendo seja recebido e, após instar a parte
contrária VALCIR JOSE PRESTES PEREIRA, já qualificado nos autos,
para contrarrazoar as anexas razoes do recurso e seja remetido para
julgamento na instância superior.

Nestes termos, pede deferimento.

Jaru/RO, 02 de fevereiro de 2022.

Ilizandra Sumeck Carminatti

Advogada OAB/RO 3977

Assinado eletronicamente por: ILIZANDRA SUMECK CARMINATTI - 02/02/2022 17:51:14 - ce77d75


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RAZÕES DE AGRAVO DE PETIÇÃO

Agravante: ILIZANDRA SUMECK CARMINATTI

Agravado: VALCIR JOSE PRESTES PEREIRA

Vara de Origem: 161ª Vara do Trabalho da Comarca de Machadinho do


Oeste/RO

Processo n. 0000170-03.2016.5.14.0161

EGRÉGIO TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA


14º REGIÃO-ESTADO DE RONDONIA.

COLENDA TURMA

I – SÍNTESE DOS FATOS

O presente feito se trata de Ação de Indenização por


Danos Materiais e Morais, decorrentes de Acidente de Trabalho, ocorrido
em 04/09/2015, sendo ajuizada a referida demanda por esta advogada
em 06/06/2016.

Onde resultou na condenação da Reclamada nos


termos da sentença id. b874ac5, a qual foi objeto de vários recursos e
agravos, até o trânsito em julgado, id. 8bbd406 em 22/05/2019,
iniciando assim a fase de execução, a qual foram interpostos novamente
vários, agravos, recursos, entretanto o Reclamado passou a realizar o
pagamento mensal referente ao pensionamento, porem continuou a
discutir a execução de sentença que também transitou em julgada id.
a3220cc, em 10/11/2021.

Com o retorno dos autos esta advogada, pugnou pela


continuidade da execução da sentença, com a liquidação da sentença

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atualizado e o levantamento dos valores depositados em juízo, o que foi


deferido e culminou com expedição dos alvarás n° 042 id. a0c89e9, e 043
id. e2975f8.

Com o levantamento dos valores, foi solicitado ao sr.


Valcir Jose Prestes Pereira que se dirigisse ao escritório desta advogada
para prestação de contas do andamento do processo, dos valores
levantados e dos valores pendentes de execução, bem como acerto
referente ao pagamento dos honorários advocatícios contratados,
acostado no id. f41ed99, bem com um segundo contrato de honorários
advocatícios, referente a acompanhamento e defesa em dois mandados
de segurança.

Assim foi feito no dia 30/12/2021, o Cliente se dirigiu


ao escritório desta advogada, onde foi informado o andamento do
processo e demonstrado o montante da auferido na demanda com a
condenação dos Executados, assim foi entregue a planilha de prestação
de contas ao Cliente, inclusive com a informação dos ids. das planilhas
de cálculos realizada pelo juízo id. d1ab58e, 05a28ae.

Frisa-se que foi destacado na planilha de cálculo da


prestação de contas id. 1f9a60d, juntado nos autos pelo próprio Cliente
o montante atualizado da condenação, bem como discriminado o valor
levantado em cada alvará, bem como os valores ainda pendentes de
recebimento, vejam:

Sendo frisado ao cliente inúmeras vezes que a planilha


de cálculo sobre as parcelas vencidas id. d1ab58e, havia sido impugnada

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e está pendente de realização de novos cálculos, conforme despacho id.


f15334b, motivo pelo qual a planilha apresentada era provisória.

Porém como a parte do pensionamento já esta


resolvida desde 01/2020, conforme ids. 5b5ec8f, 254a9af, era o momento
de realizar o pagamento dos honorários contratados, passando o Cliente
a receber a integralidade do pensionamento, como de fato esta advogada
passou a realizar, conforme comprovante anexo.

Sendo ainda explicado que diante do fato do processo


ainda estar em execução e pendente do recebimento de mais valores, foi
solicitado ao Cliente que se dirigisse até a Caixa Econômica Federal para
que tirar extrato da conta do FGTS, a fim de verificar se o valor informado
no cálculo de fato estava depositado.

Bem como, seria transferido ao Cliente o importe de


R$54.957,67(cinquenta e quatro mil novecentos e cinquenta e sete reais
e sessenta e sete centavos, entretanto o Cliente se recusou a receber e
alegou não concordar com a prestação de contas apresentada, alegando
que como o juízo não deferiu o pagamento a vista também não pagaria os
honorários contratados e buscaria seus direitos para discutir o contrato,
bem como acionaria a OAB.

Assim, o Cliente foi a juízo a pôr intermédio de sua


companheira e solicitou que fosse certificado nos autos id. 13d86f5,
distorcendo totalmente a verdade, visto que tudo que foi dito está
espelhado na planilha de prestação de contas juntada pelo próprio
cliente.

Inclusive voltou a nos autos e certificou a afirmação de


que esta advogada retém mensalmente 30% sobre o valor da pensão, id.
5903e04, o que é uma inverdade, conforme documentos anexos.

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Diante dos fatos falaciosos certificados nos autos, no


dia 11/01/2022, e esta advogada foi intimada pelo juízo a quo para
transferir ao Reclamante/Cliente os valores levantados nos alvarás, por
suposta irregularidade no contrato de honorários contratuais, nos termos
do despacho id. 061724f, conforme segue:

DESPACHO

Em que pese a existência do contrato de ID f41ed99,


esta ação deriva do atendimento realizado na secretaria deste Juízo, segundo
ordem cronológica de profissionais disponíveis e jurisdicionados interessados,
em que o Exequente foi direcionado à Advogada para patrocinar sua causa
conforme regras estabelecidas no Termo de Convênio celebrado entre este
TRT14 e a OAB/RO.

Dessa forma, em vista do princípio da boa-fé


objetiva, regra de conduta das partes em todas as fases da relação
contratual, bem ainda, em razão de que a retenção dos honorários
contratuais deve guardar a devida proporcionalidade em relação às
parcelas pagas, uma vez que as parcelas vincendas representam verdadeiro
evento futuro e incerto, pois depende do adimplemento voluntário do
devedor ou mesmo de eventual prosseguimento da execução, intime-se a
Patrona do exequente para, no prazo de 10 dias, juntar aos autos
comprovação do pagamento do montante relativo à cota parte do titular
do direito material, o exequente, no que diz respeito aos pagamentos já
efetuados nos autos, sem prejuízo da retenção futura do percentual que
cabe ao(à) profissional advogado(a) decorrente das parcelas ainda
vincendas, na ausência de cláusula expressa em sentido contrário.

In albis, oficie-se à OAB, seccional de Rondônia, com


cópia do contrato e Termo de Encaminhando de ID f41ed99; certidão de
ID 13d86f5 e documentos de ID 1f9a60d para a adoção das medidas que
entender pertinentes ao caso.

MACHADINHO D'OESTE/RO, 10 de janeiro de 2022.

RODRIGO GUARNIERI
Juiz(a) do Trabalho Substituto(a)

Tendo em vista o despacho do Ilustre magistrado, está


advogada que labutada arduamente no referido processo desde 2016, se
dirigiu a presidência da OAB/RO Seccional Rondônia, para intervenha

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nos autos, tendo em vista que se trata de uma discussão acerca de


contrato de honorários advocatícios, não sendo de competência da justiça
do trabalho a sua apreciação, ademais e totalmente inviável e que o
assunto seja tratado no presente autos.

Importante aclarar o juízo que o Reclamante/Cliente,


foi ao escritório de advocacia de fato encaminhado pelo convenio do TRT,
conforme juntados documentos nos autos, entretanto dada a
complexidade da causa, esta advogada informou ao Cliente que não
poderia fazer a ação pelo convenio, entretanto poderia convencionar o
valor inicial do convenio e em caso de recursos teria um aditivo de
5%(cinco)por cento, nos termos do contrato anexado nos autos.

Ato contínuo, o Reclamante/Cliente foi demandado em


dois mandados de segurança relacionados ao feito, sendo contratado
mais 5% (cinco por cento), sobre o valor liquidado da causa, conforme
contrato anexo.

FRISA-SE, que os esclarecimentos acima, se dão


apenas com o intuito de demonstrar a boa-fé e diligência desta advogada,
que sequer teve os seus poderes revogados formalmente pelo cliente, mas
diante da conduta demonstrada nos autos.

Cumpre salientar que a juntada de provas de


conversações entre esta advogada e seu cliente fica prejudicada por Lei
no que tange a informações acerca do processo. Entretanto, as
mensagens trocadas no que tange aos honorários não ficam esbarrados
em Lei, diante deste, devemos observar o que dispõe o Código de Ética e
Disciplina da OAB nos art. 25 e 26. In verbis:

Art. 25. O sigilo profissional é inerente à profissão, impondo-


se o seu respeito, SALVO grave ameaça ao direito à vida, à
honra, OU QUANDO O ADVOGADO SE VEJA AFRONTADO
PELO PRÓPRIO CLIENTE e, em defesa própria, tenha que
revelar segredo, PORÉM SEMPRE RESTRITO AO
INTERESSE DA CAUSA.

Art. 26. O advogado deve guardar sigilo, mesmo em


depoimento judicial, sobre o que saiba em razão de seu
ofício, cabendo-lhe recusar-se a depor como testemunha em

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processo no qual funcionou ou deva funcionar, ou sobre fato


relacionado com pessoa de quem seja ou tenha sido
advogado, mesmo que autorizado ou solicitado pelo
constituinte.

Destaca-se que a disponibilização dos áudios onde que


o próprio cliente informa que não tem interesse no valor uma vez que em
seu processo de dissolução do relacionamento com sua companheira, a
qual, foi a pessoa que se manifestou em nome do agravado/cliente,
evidenciando, portanto, a pertinência da divulgação dos áudios neste ato,
e, a clarividente demonstração da exceção a regra do art. 25 do código de
ética e disciplina da OAB uma vez que trata-se de honorários advocatícios
e não sobre o cerne do feito judicial.

(LINK PARA ACESSO AOS AUDIOS -


https://drive.google.com/drive/folders/1nbMFmHZu_TFAPLj_PnS6cwa
BvMD7S4MY?usp=sharing )

E a síntese dos fatos.

II – PRESUPOSTOS RECURSAIS

1. DO CABIMENTO E TEMPESTIVIDADE

A doutrina e a jurisprudência têm entendido ser


admissíveis o recurso de Agravo de Petição para atacar decisões que
envolvem matéria de ordem pública e também contra qualquer decisão
do juiz na execução, exatamente o caso dos autos.

Ressalte-se que o entendimento majoritário do TST


admite o Agravo de Petição para discutir questão incidental na fase de
execução – CONTRATO DE HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS
CONTRATUAIS, tendo em vista a incompetência da justiça do trabalho
para processar e julgar questão incidental decorrente de contrato de
honorários advocatícios contratuais, visto que tal entendimento já foi
pacificado pela jurisprudência do TST e sumulado pelo STJ.

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Vejam que o STJ, editou a sumula 363, onde questões


sobre honorários advocatícios contratuais é de competência da justiça
estadual.
“Compete à Justiça estadual processar e julgar a ação de
cobrança ajuizada por profissional liberal contra cliente.”
Vejam ainda entendimento do TST e situação idêntica em
questão:
I - AGRAVO DE INSTRUMENTO. RECURSO DE REVISTA
de terceiro interessado. LEI Nº 13.015/2014.
LEGITIMIDADE PARA A INTERPOSIÇÃO DE RECURSO.
Deve ser superada a decisão agravada, pois o advogado
tem legitimidade como terceiro interessado no caso dos
autos, pretendendo discutir a incompetência da Justiça
do Trabalho para decidir sobre honorários advocatícios
contratuais. Nos termos da OJ nº 282 da SBDI-1 do TST,
prossegue-se no exame dos demais pressupostos de
admissibilidade do recurso de revista. PRELIMINAR DE
IN COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA DO TRABALHO.
QUESTÃO INCIDENTAL NA FASE DE EXECUÇÃO.
HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS CONTRATUAIS.
Aconselhável o provimento do agravo de instrumento
para melhor exame da alegada violação do art. 114, I, da
CF/88. Agravo de instrumento a quer se dá provimento.
II - RECURSO DE REVISTA de terceiro interessado. LEI
Nº 13.015/2014. PRELIMINAR DE IN COMPETÊNCIA DA
JUSTIÇA DO TRABALHO. QUESTÃO INCIDENTAL NA
FASE DE EXECUÇÃO. HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS
CONTRATUAIS. 1. O caso dos autos não é de ação de
cobrança de honorários advocatícios ajuizada por
advogado contra cliente, mas, sim, de matéria incidental
na execução de sentença trabalhista. 2. O juízo da
execução consignou que o caso concreto é de assistência
sindical e determinou a reversão dos honorários
advocatícios em favor do sindicato, declarando que é
ilegal a cobrança de honorários advocatícios contratuais
do exequente. 3. O terceiro interessado, advogado,
interpôs agravo de petição para o TRT, sustentando que
a matéria inerente aos honorários advocatícios
contratuais não é da competência da Justiça do Trabalho,
a qual não pode decidir desde logo pela ilegalidade da
cobrança. 4. A Justiça do Trabalho não tem
competência para decidir a relação jurídica entre
cliente e advogado quanto a honorários advocatícios

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contratuais. De acordo com a jurisprudência do TST e a


Súmula nº 363 do STJ, essa matéria é da competência
da Justiça estadual. É que a relação entre o advogado
e seu cliente é regida pelo artigo 653 do Código Civil
e não configura relação de trabalho a ensejar a
competência da Justiça do Trabalho nos moldes do
art. 114, I, da Constituição Federal. 5. Recurso de
revista a que se dá provimento. (TST - RR:
16726420115090072, Relator: Kátia Magalhães Arruda,
Data de Julgamento: 08/06/2016, 6ª Turma, Data de
Publicação: DEJT 10/06/2016) (grifos nossos)

Assim, demonstrado o cabimento de Agravo de Petição


em face de decisões que indeferiram exceção de pré-executividade, cabe
analisar o cabimento do recurso no caso concreto.

Nos termos do artigo 897, a, da CLT, é cabível agravo


de petição de decisões do Juiz ou Presidente, em execuções trabalhistas,
hipótese dos autos. Portanto, demonstrado o cabimento do presente
recurso.

Ainda, nos moldes do artigo 897, § 1º, da CLT, é


requisito essencial para o Agravo de Petição a delimitação da matéria e
dos valores impugnados. Sobre a matéria, o presente recurso versa
exclusivamente sobre o contrato de honorários advocatícios contratuais
da agravante.

Ademais, demonstra-se a tempestividade do presente


recurso, uma vez que a ciência da decisão foi tomada no dia 21/01/2022
(sexta-feira), findando o prazo recursal de 8 (oito) dias úteis somente no
dia 02/02/2022, portanto tempestivo.

2. DA LEGITIMIDADE

De acordo com o art. 996 do CPC, é legitimo o terceiro


interessado, vejamos:

Art. 996. O recurso pode ser interposto pela parte vencida,


pelo terceiro prejudicado e pelo Ministério Público, como
parte ou como fiscal da ordem jurídica.

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No caso em tela esta advogada e parte legitima para


interpor Agravo de Petição, tendo em vista que a decisão agravada versa
sobre contrato de honorários advocatícios contratuais, tendo natureza
civil.

3. DA REGULARIDADE PROCESSUAL

O presente recurso merece ser também conhecido, já


que subscrito por profissional habilitado, em causa própria conforme
especificado no preambulo do presente recurso nos termos do art. 106
do CPC.

4. DO PREPARO E GARANTIA DO JUÍZO

De acordo com o art. 789-a da CLT, na fase de


execução custas serão pagas apenas ao final, pelo executado, no caso
em tela trata-se de terceiro interessado.

Vejamos:

SENTENÇA SEM CONDENAÇÃO EM PECÚNIA -


PAGAMENTO DE HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS.
RECURSO ORDINÁRIO. INEXIGÊNCIA DE DEPÓSITO
RECURSAL. Os honorários advocatícios sucumbenciais
consistem em verba direcionada ao advogado que atuou
na demanda, que detém a posição de terceiro interessado.
Por isso e se tratando de sentença sem condenação em
pecúnia e tendo sido interposto recurso ordinário em que
se discute apenas a verba honorária não há a exigência
de realização do depósito recursal, que visa à garantia do
Juízo e consequentemente a satisfação do crédito do
empregado. (TRT-3 - RO: 00101001420185030086
0010100-14.2018.5.03.0086, Relator: Convocado Vitor
Salino de Moura Eca, Decima Turma)

AGRAVO DE INSTRUMENTO. DESERÇÃO. INEXIGÊNCIA


DE DEPÓSITO RECURSAL. Os honorários advocatícios
não fazem parte dos valores do depósito recursal, uma
vez que a finalidade desse depósito é resguardar o
crédito reconhecido em juízo em favor da parte
adversa. Havendo condenação unicamente em verba
honorária, torna-se inexigível o prévio depósito para

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conhecimento do recurso ordinário. (TRT-4 - AIRO:


00211929320185040010, Data de Julgamento:
21/11/2019, 2ª Turma)

Sendo assim, desnecessário a juntada de preparo, por


parte desta advogada.

Com relação a garantia do juízo, menor sorte não


assiste, tendo em vista que o presente Agravo de Petição, se tratar
exclusivamente de questão incidental na fase de execução, versando
sobre honorários advocatícios contratuais, onde o referido objeto deve
ser discutindo em ação própria e em juízo competente de acordo com a
sumula 363 do STJ.

Salienta-se que no caso em tela deve ser a aplicado


analógica do artigo 6", § 1º, II da Instrução Normativa 39/2016, visto que
é imprescindível a fim de assegurar ao terceiro interessado, no caso esta
advogada que subscreve em causa própria o seu direito constitucional de
defesa, cujo cunho imperativo se sobrepõe aos interesses individuais
oriundos do crédito trabalhista.

Nesse diapasão, tem decidido a nossa jurisprudência:

EXCEÇÃO DE PRÉ-EXECUTIVIDADE. CABIMENTO.


GARANTIA DO JUÍZO. Exceção de pré-executividade é
medida não prevista no nosso ordenamento jurídico,
configurando fonte consuetudinária do direito, que visa à
correção de vícios formais da execução, cuja evidência
observa-se de plano e sem exigir-se dilação probatória ou
maiores reflexões sobre o questionamento jurídico da
matéria. Cabível no Processo do Trabalho em situações
verdadeiramente extraordinárias, independentemente de
embargos, e consequentemente, de garantia patrimonial do
Juízo, nas alegações de nulidade da execução, pagamento,
transação, prescrição (intercorrente), novação, nas quais a
exigência da garantia poderia representar gritante injustiça.
Ora, se a medida não exige garantia, tampouco o recurso
contra o seu julgamento. Incabível, portanto, a decisão que
denegou seguimento ao Agravo de Petição por ausência de
garantia do Juízo. (TRT SP n. 000027113201250200291 –
Agravo de Instrumento em Agravo de Petição. 4 Turma.)

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Daí que não apenas deverá ser reconhecida a


recorribilidade imediata do indeferimento singular da origem, como
também se entender que não é exigível qualquer tipo de preparo para
tanto.

Nota-se que esse entendimento prestigia a efetividade


e a celeridade da prestação jurisdicional, de forma a reduzir ou evitar a
ocorrência de danos graves e de difícil reparação.

Entretanto a fim de evitar maiores dissabores, bem


como demonstrar a boa-fé desta advogada, vem oferecer em garantia
do juízo, um imóvel Urbano, denominado Chácara/Lote nº 22, setor 09,
neste município de Jaru/RO, com área de 19.270,74m²(dezenove mil,
duzentos e setenta metros e setenta e quatro decímetros quadrados),
conforme cadastro municipal 0017710 inscrição 90000220000,
desmembrado da matricula 1625, ART CREA 8207447609, conforme
contrato de compra e venda anexo, o qual encontra-se em fase de
transferência, conforme documentos anexos, bem como a anuência do
esposo Anderson Carminatti, avaliado atualmente em
R$300.000,00(trezentos mil reais), valor bem superior ao discutido.

5. DEMAIS PRESSUPOSTOS

Da mesma forma, atende a todos os demais


pressupostos recursais, como os extrínsecos, previsão legal, cabimento;
bem como, os intrínsecos, como legitimidade, capacidade e interesse.

III - PRELIMINARMENTE

5.1. DA INCOMPETENCIA DO JUÍZO TRABALHISTA PARA


APRECIAR DISCUÇÃO SOBRE HONORARIOS
ADVOCATICIOS CONTRATUAIS

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Número do processo: 0000170-03.2016.5.14.0161 ID. ce77d75 - Pág. 12
Número do documento: 22020217384412700000016227963
Fls.: 13

Tendo em vista a reclamação certificada nos autos da


reclamatória trabalhista id. 13d86f5, a qual tem fatos infundados e
inverídicos, restando inequívoco objetivo do Agravado/Reclamante de
discutir os termos do contrato de honorários advocatícios contratuais,
firmados entre o Agravado/reclamante e a Agravante/Advogada.

Assim ao prolatar o despacho id. 061724f, extrapolou


a competência, haja vista que o contrato de honorários contratuais, tem
natureza civil, conforme art. 653 do código civil e não configura relação
de trabalho a justificar a competência da Justiça do trabalho nos moldes
do art. 114, inciso I da CF/88.

O referido tema já está pacificado pela TST, vejamos o


que decidiu a Sexta Turma Superior do Trabalho, nos autos RR-268200-
65.2009.5.08.0114, publicado no site do TST, http://www.tst.jus.br/-
/acao-sobre-honorarios-contratuais-de-advogado-deve-ser-julgada-pela-
justica-comum, in verbis:

A relação entre advogado e cliente é matéria de natureza


civil.
A Sexta Turma do Tribunal Superior do Trabalho declarou
a incompetência da Justiça do Trabalho para decidir
conflito relativo a honorários advocatícios contratuais
entre o advogado e o operador de equipamentos pesados
que o contratou para atuar em processo contra a Vale S.A.
Segundo a decisão, a matéria é da competência da Justiça
Comum (estadual).
Na fase de execução da reclamação trabalhista, o Tribunal
Regional do Trabalho da 8ª Região (PA/AP) considerou a
Justiça do Trabalho competente para decidir a questão por
se tratar de discussão que envolve os honorários
advocatícios contratualmente ajustados. Para o TRT, se o
crédito trabalhista foi recebido na íntegra pelo advogado
habilitado, “não resta dúvida de que os valores
questionados decorrem da ação trabalhista”.
Natureza civil
A relatora do recurso de revista do operador citou diversas
decisões de Turmas, do Órgão Especial e da Subseção I
Especializada em Dissídios Individuais (SDI-1) do TST em
que foi declarada a incompetência da Justiça do Trabalho

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Número do documento: 22020217384412700000016227963
Fls.: 14

em situações similares à examinada no recurso. Ela


destacou que a matéria se encontra pacificada também no
Superior Tribunal de Justiça (STJ), que detém atribuição
constitucional para julgar conflito de competência. Por
meio da Súmula 363, o STJ definiu que compete à
Justiça estadual processar e julgar a ação de cobrança
ajuizada por profissional liberal contra cliente.
“A relação entre o advogado e seu cliente é regida pelo
artigo 653 do Código Civil e não configura relação de
trabalho a justificar a competência da Justiça do Trabalho
nos moldes do artigo 114, inciso I, da Constituição da
República”, concluiu.
O processo está em fase de execução, e o tema dos
honorários advocatícios contratuais é apenas um dos
pontos a serem examinados. Por isso, após a declaração
de incompetência, a Turma determinou a remessa dos
autos ao juízo de primeiro grau para que prossiga na
execução somente em relação às questões da competência
da Justiça do Trabalho, excluindo do exame a questão dos
honorários contratuais.
Ainda, colaciona se a presente o que determina a sumula
363 do STJ, in verbis:
“Compete à Justiça estadual processar e julgar a ação de
cobrança ajuizada por profissional liberal contra cliente.”

Assim, pugna pelo reconhecimento da preliminar


suscitada de incompetência do juízo trabalhista para processar e julgar
questão incidental em Reclamatória Trabalhista, sobre honorários
advocatícios contratuais.

Superada as preliminares acima suscitadas, ao qual


se admite somente a título de argumentação, passamos ao mérito:

IV – DAS RAZÕES DE REFORMA

• DA DECISÃO AGRAVADA

“Em que pese a existência do contrato de ID


f41ed99, esta ação deriva do atendimento
realizado na secretaria deste Juízo, segundo ordem

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Número do documento: 22020217384412700000016227963
Fls.: 15

cronológica de profissionais disponíveis e


jurisdicionados interessados, em que o Exequente foi
direcionado à Advogada para patrocinar sua causa
conforme regras estabelecidas no Termo de Convênio
celebrado entre este TRT14 e a OAB/RO. Dessa
forma, em vista do princípio da boa-fé objetiva,
regra de conduta das partes em todas as fases da
relação contratual, bem ainda, em razão de que a
retenção dos honorários contratuais deve guardar
a devida proporcionalidade em relação às parcelas
pagas, uma vez que as parcelas vincendas
representam verdadeiro evento futuro e incerto,
pois depende do adimplemento voluntário do
devedor ou mesmo de eventual prosseguimento da
execução, intime-se a Patrona do exequente para,
no prazo de 10 dias, juntar aos autos comprovação
do pagamento do montante relativo à cota parte
do titular do direito material, o exequente, no que
diz respeito aos pagamentos já efetuados nos
autos, sem prejuízo da retenção futura do
percentual que cabe ao(à) profissional advogado(a)
decorrente das parcelas ainda vincendas, na
ausência de cláusula expressa em sentido
contrário. In albis, oficie-se à OAB, seccional de
Rondônia, com cópia do contrato e Termo de
Encaminhando de ID f41ed99; certidão de ID
13d86f5 e documentos de ID 1f9a60d para a adoção
das medidas que entender pertinentes ao caso.
MACHADINHO D'OESTE/RO, 10 de janeiro de 2022.
RODRIGO GUARNIERI. Juiz(a) do Trabalho
Substituto(a)”

Verifica-se que a referida decisão versa exclusivamente


sobre o contrato de honorários advocatícios contratuais acostado no id.
f41ed99, devidamente assinado pelas partes contratante e contratado,
firmado inclusive pela companheira do contratante.

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Fls.: 16

Com relação ao atendimento realizado por esta


advogada, pelo encaminhamento do TRT e inegável, visto que foi juntado
nos autos pela própria agravante/advogada, porém o contrato para a
execução do trabalho se deu de forma diferente diante da complexidade
da causa e o histórico do Reclamado de opor uma grande quantidade de
recursos o que era de conhecimento do Agravado/Cliente, e de fato se
concretizou, não apenas na fase de conhecimento, mas também da fase
executiva.

Por outro lado, o Agravado/cliente, ocultou do


presente juízo a existência de mais um contrato de honorários
advocatícios aditivos, para defesas em mandado de segurança, no
importe 5% (cinco por cento), conforme contrato anexo.

Ainda, a referida sentença é ambígua visto que não


respeita nem o contrato de honorários advocatícios, nem tão pouco o que
está definido no Convênio do TRT14 com a OAB/RO, id. 07d5222,
vejamos:

Importante destacar que a cópia do convenio id.


07d5222, foi juntado pelo juízo, porém vejam excelências, que o convenio
e claro “VALOR DA CONDENAÇÃO”, entretanto o magistrado diz: “..., em
razão de que a retenção dos honorários contratuais deve guardar a
devida proporcionalidade em relação às parcelas pagas, uma vez que
as parcelas vincendas representam verdadeiro evento futuro e
incerto, pois depende do adimplemento voluntário do devedor ou
mesmo de eventual prosseguimento da execução,”

Ora, o trabalho da Agravante/Advogada é contrato


meio e não fim, inclusive os honorários advocatícios, tem caráter
alimentar, conforme prevê o art. 85 § 14° do CPC.

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Número do documento: 22020217384412700000016227963
Fls.: 17

Art. 85. A sentença condenará o vencido a pagar honorários


ao advogado do vencedor.
[…] omissis
§14. Os honorários constituem direito do advogado e
têm natureza alimentar, com os mesmos privilégios dos
créditos oriundos da legislação do trabalho, sendo vedada
a compensação em caso de sucumbência parcial.

Em que pese o notório saber jurídico do magistrado,


este equivocou-se, e de certa forma desmerecendo todo o árduo trabalho
desempenhado por esta advogada, que tem idoneidade moral, sem nunca
ter respondido nem um processo disciplinar em toda a sua carreira
jurídica de mais de 13 anos.

Frisa-se também que a conduta inidônea imputada a


esta agravante/advogada, estão previstas no art. 139 e 140 ambos do
Código Penal, bem como no art. 80, II, III e VI do CPC. Vejamos em
sequência.

Art. 139 - Difamar alguém, imputando-lhe fato ofensivo à


sua reputação:
Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa.
Art. 140 - Injuriar alguém, ofendendo-lhe a dignidade ou
o decoro:
Pena - detenção, de um a seis meses, ou multa.

Art. 80. Considera-se litigante de má-fé aquele que:


II - alterar a verdade dos fatos;
III - usar do processo para conseguir objetivo ilegal;
IV - opuser resistência injustificada ao andamento do
processo;

Visto que as providencias relacionadas as questões


criminais no que tange aos crimes de difamação e injuria, serão adotadas
oportunamente em momento diverso deste em juízo competente.

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Número do documento: 22020217384412700000016227963
Fls.: 18

Quanto a litigância de má-fé, pugna-se pela aplicação


da multa nos termos do art. 81 parágrafos do CPC.

Art. 81. De ofício ou a requerimento, o juiz condenará o


litigante de má-fé a pagar multa, que deverá ser superior
a um por cento e inferior a dez por cento do valor corrigido
da causa, a indenizar a parte contrária pelos prejuízos que
esta sofreu e a arcar com os honorários advocatícios e com
todas as despesas que efetuou.
§ 1º Quando forem 2 (dois) ou mais os litigantes de má-fé,
o juiz condenará cada um na proporção de seu respectivo
interesse na causa ou solidariamente aqueles que se
coligaram para lesar a parte contrária.
§ 2º Quando o valor da causa for irrisório ou inestimável,
a multa poderá ser fixada em até 10 (dez) vezes o valor do
salário-mínimo.
§ 3º O valor da indenização será fixado pelo juiz ou, caso
não seja possível mensurá-lo, liquidado por arbitramento
ou pelo procedimento comum, nos próprios autos.

Vejam ainda que o valor total da condenação


provisoriamente liquidado através dos cálculos ids. 05a28ae, d1ab58e,
totaliza o importe de R$1.008.987,03(um milhão e oito mil, novecentos e
oitenta e sete reais e três centavos), onde os honorários contratados
equivalem a 25%(vinte e cinco por cento), conforme contratos,
importando no montante de R$252.246,75(duzentos e cinquenta e dois
mil, duzentos e quarenta e seis reais e setenta e cinco centavos), foi
levantado através dos alvarás 042 e 043, a importância de
R$244.100,76(duzentos e quarenta e quatro mil e cem reais, setenta e
seis centavos), a qual foi retida, devido pelo Agravado/cliente referente
aos honorários advocatícios contratados, restando ainda um debito de
R$8.145,99(oito mil cento e quarenta e cinco reais e noventa e nove
centavos).

Assim, a presente decisão deve ser reformada em sua


integralidade, medida está que se impõe, por justiça, ante a incoerência
da referida decisão agravada.

V. DO ACOMPANHAMENTO DA OAB/RO

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Número do documento: 22020217384412700000016227963
Fls.: 19

Cumpre informar que foi requerido pela


Agravante/advogada o acompanhamento do deslinde da referida questão
incidental pela OAB/RO, conforme documento anexo.

VI. DOS PEDIDOS

Diante do exposto, requer-se que seja provido o


presente agravo de petição, em virtude dos fatos devidamente delineados
na presente petição, para reconhecer a preliminar de incompetência da
justiça do trabalho, para processar e julgar questões incidental
relacionada a Contrato de Honorários Advocatícios Contratuais, e no
mérito revogar/suspender a decisão agravada pelos motivos de fato e de
direito expostos.

Ainda, diante da comprovação da litigância de má-fé,


requer a condenação, sobre o valor da causa.

Nesses Termos,
Pede Deferimento.
Jaru/RO, 02 de fevereiro de 2022.

Assinatura digitalmente

Ilizandra Sumeck Carminatti

Advogada OAB/RO 3977

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Número do processo: 0000170-03.2016.5.14.0161 ID. ce77d75 - Pág. 19
Número do documento: 22020217384412700000016227963

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