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Poder Judiciário
Justiça do Trabalho
Tribunal Regional do Trabalho da 23ª Região

Ação Trabalhista - Rito Ordinário


0000188-25.2021.5.23.0023

Tramitação Preferencial
- Pagamento de Salário

Processo Judicial Eletrônico

Data da Autuação: 15/06/2021


Valor da causa: R$ 47.718,36

Partes:
RECLAMANTE: MARIANE DE SOUZA SANTOS
ADVOGADO: MATEUS AUGUSTO CARDOSO DE ALMEIDA
RECLAMADO: CERVEJARIA PETROPOLIS DO CENTRO OESTE LTDA
ADVOGADO: PATRICIA DE OLIVEIRA BORGES
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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DA 3ª. VARA DO

TRABALHO DE RONDONÓPOLIS

Processo 0000188-25.2021.5.23.0023
RECLAMANTE : MARIANE DE SOUZA SANTOS
RECLAMADA : CERVEJARIA PETROPOLIS DO CENTRO-OESTE LTDA

CERVEJARIA PETROPOLIS S.A, pessoa jurídica de

direito privado, já qualificada nos autos do processo supra epigrafado, por

suas procuradoras que abaixo subscrevem, vem perante Vossa Excelência

para apresentar CONTESTAÇÃO nos autos da Reclamatória Trabalhista

que move MARIANE DE SOUZA SANTOS, nos termos de fato e direito a

seguir expostos:

I. DAS NOTIFICAÇÕES/INTIMAÇÕES

A reclamada requer, para todos os fins legais e processuais,

que todas as notificações/intimações sejam realizadas exclusivamente em

nome da advogada FRANCINE GERMANO MARTINS, OAB/SP nº

195.202, e-mail: jurtrab.corp@grupopetropolis.com.br com endereço

profissional na Estrada Municipal Batista Favoretti, nº 350, Água Branca,

Boituva/SP, sob pena de nulidade dos atos processuais.

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II. SÍNTESE DA INICIAL

A reclamante alega admitido em 05/10/2020, como

TÉCNICO DE CONTROLE DE QUALIDADE, trabalhando até 03/05/2021,

quando o seu contrato de trabalho seu contrato de trabalho foi rescindido

sem justa causa, quando recebia R$2.447,39 de remuneração.

Aduz que, na época da rescisão, gozava de estabilidade

provisória, pois na data de sua demissão já estava com aproximadamente

5 semanas de gestação.

Por tal razão requer (a) o reconhecimento da estabilidade

gestacional; (b) o pagamento dos salários referentes ao período da

estabilidade gestante; (c) reflexos (férias, 13º, FGTS e contribuição

previdenciária); (d) justiça gratuita e (f) honorários advocatícios.

Dessa feita, atribuiu à causa o valor superior a R$ 47.718,36,

pugnando pela produção de provas e pela procedência da ação.

Contudo, as alegações obreiras não devem prosperar, eis

que inverídicas e divorciadas dos preceitos jurídicos, conforme restará

comprovado diante das razões a seguir aduzidas.

III. PRELIMINARES

1. APLICAÇÃO IMEDIATA DA LEI Nº 13.467/17

De início, requer-se a imediata aplicação da Lei nº

13.467/2017 ao caso sub judice, uma vez que a presente demanda foi

ajuizada em momento posterior à data de entrada em vigor da referida

norma, e, portanto, plenamente aplicáveis todos os seus dispositivos.

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2. DA AUSÊNCIA DE INDICAÇÃO DOS VALORES. INÉPCIA DA

INICIAL.

A reclamante atribuiu à causa o valor de R$ 47.718,36,

contudo, afirmou não ser possível liquidar os pedidos, ou seja, a autora não

expõe de forma clara o que o levou a encontrar vultuoso valor. Não há no

processo sequer uma planilha que demonstre a composição de desse

montante.

Tal circunstância, torna o pedido inepto, na medida em que

a reforma introduzida pela Lei 13.467/17 acarretou mudanças significativas

na reclamação, em especial quanto à parte do pedido, agora com a

necessidade de indicação do valor pleiteado, como determina o artigo 840

da CLT, in verbis:

Art. 840 - A reclamação poderá ser escrita ou verbal.


§ 1º Sendo escrita, a reclamação deverá conter a designação do
juízo, a qualificação das partes, a breve exposição dos fatos de
que resulte o dissídio, o pedido, que deverá ser certo,
determinado e com indicação de seu valor, a data e a assinatura
do reclamante ou de seu representante. – destaque nosso

Assim, diante da ausência de requisito fundamental, mister se

faz a declaração da extinção do pedido do feito, sem julgamento do mérito,

ante a inobservância ao referido dispositivo.

Nesse sentido segue a jurisprudência:

AUSÊNCIA DE LIQUIDAÇÃO DOS PEDIDO TRAZIDOS NA


INICIAL. MANUTENÇÃO DO DECIDIDO. In casu, correta a
Sentença que extinguiu o pleito sem julgamento do mérito, por
inobservância ao que dispõe o §1º, do art. 840, da CLT, com a

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nova redação dada pela Lei 13.467/17, ausência de liquidação dos


pedidos trazidos na Exordial. Recurso Ordinário a que se nega
provimento. (TRT 20, 000205331201750200009, DEJT 14/05/2019).

Pelo exposto, a reclamada espera e requer a declaração de

inépcia da inicial, ante a ausência de liquidação dos pedidos.

3. DA IMPUGNAÇÃO AO BENEFÍCIO DA JUSTIÇA GRATUITA

O artigo 790, §4º da CLT determina que a parte deve

comprovar a insuficiência de recursos para que possa fazer jus a

gratuidade da justiça. Vejamos:

§ 4o O benefício da justiça gratuita será concedido à parte que


comprovar insuficiência de recursos para o pagamento das
custas do processo.

Destaca-se que, ao contrário do que pretende a reclamante,

não há que se falar em inconstitucionalidade do dispositivo legal acima

apontado, tendo em vista que este nada tem de inconstitucional e encontra-

se em vigor.

No presente caso, observa-se a reclamante não chegou a

comprovar documentalmente a sua insuficiência de recursos financeiros,

deixando de apresentar seus gastos, informe de imposto de renda, entre

outros documentos, de modo que não é possível afirmar que não possui

condições de arcar com as despesas do processo.

Sendo assim, de rigor o indeferimento do benefício de

justiça gratuita, por ser medida de direito e com o intuito de não banalizar

o instituto.

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Pela improcedência.

IV. DO MÉRITO

1. DO CONTRATO DE TRABALHO

A reclamante alega admitido em 05/10/2020, como

TÉCNICO DE CONTROLE DE QUALIDADE, trabalhando até 03/05/2021,

quando o seu contrato de trabalho seu contrato de trabalho foi rescindido

sem justa causa, quando recebia R$2.447,39 de remuneração.

Todas as informações relativas ao contrato de trabalho da

obreira, tais como, data de admissão, rescisão contratual, funções,

salários recebidos, jornada, são aquelas informações constantes na

CTPS, ficha de registro e demais documentos do registro laboral ora

anexados, ficando desde já impugnadas as informações divergentes.

Durante o pacto laboral a reclamante recebeu todos os

consectários legais que lhe eram devidos, nada mais tendo a receber, como

será demonstrado a seguir.

2. DA ESTABILIDADE PROVISÓRIA – DA INDENIZAÇÃO

SUBSTITUTIVA

Afirma a reclamante fazer jus a indenização da estabilidade

em razão de se encontrar grávida quando da dispensa. Informa no exordial

que se encontrava na 5ª semana de gravidez e que tomou conhecimento do

estado gravídico 02 semanas após a rescisão.

É certo que a confirmação da gravidez é pressuposto

constitucional para que se tenha o marco inicial da estabilidade de gestante

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conforme o art. 10, II, b, do Ato das Disposições Constitucionais

Transitórias da Constituição de 1988.

Contudo, a reclamante NO ATO DA DISPENSA NÃO

COMUNICOU A RECLAMADA, os documentos trazidos aos autos

indicam que a requerente teve conhecimento gestação, somente duas

semanas após a data da dispensa.

Apesar de todo escopo social que a norma encerra, a

ausência de ciência da gravidez pela própria empregada e,

consequentemente, a ausência de comunicação para a reclamada, faz com

que o período estabilitário nem sequer tenha início, motivo pelo qual é

possível a dispensa operada nesse tempo que medeia até a efetiva

confirmação.

Ademais, sequer há como precisar no presente caso que a

concepção se deu durante o curso do contrato de trabalho, pois é certo que

a empresa não foi comunicada da gravidez da reclamada na ocasião da

dispensa, ante a ausência de conhecimento da própria autora. Essa é a lição

da doutrina abalizada:
"O art. 10, II, ‘b’, do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias,
ao prever a garantia de emprego à gestante fixou como termo inicial
da aquisição desse direito a “confirmação da gravidez”. Segundo a
norma constitucional, a gestante só fará jus à estabilidade provisória a
partir da confirmação (ratificação) da gravidez, a qual deverá ocorrer
no curso do contrato de trabalho. Se à época em que o empregador a
dispensou, ainda que sem justa causa, exercendo um direito
potestativo, sequer a empregada tinha ciência da gravidez,
entendemos que o ato jurídico alusivo a resilição se tornou perfeito e
acabado, não se podendo atribuir responsabilidade ao empregador. É
que a garantia de emprego em exame surge com a confirmação da
gravidez, isto é, ratificação junto à própria empregada, o que ainda
não havia ocorrido quando ela foi dispensada". (BARROS, Alice
Monteiro de. Curso de Direito do Trabalho. São Paulo: LTr, 2006, p.
1068). Grifos nossos

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Portanto, ainda que a interpretação se faça de forma

objetiva, como prevê a Súmula 244, I, do TST, não se pode perder de vista

a norma constitucional que fixa como marco para o surgimento do direito

a confirmação da gravidez.

Neste contexto, o eg. Tribunal Regional do Trabalho da 2ª

Região consolidou jurisprudência no sentido de que o desconhecimento do

estado gravídico pela própria reclamante no ato da demissão afasta a

garantia ao emprego. Senão vejamos:

GESTANTE – ESTABILIDADE – O texto constitucional estabelece o


momento preciso a partir do qual - e só a partir dele - é assegurada a
garantia de emprego à gestante: confirmação da gravidez. Essa a
condição que retira do empregador o direito de despedir, que é
portanto única e objetiva, precisamente definida. E essa confirmação
há de ser por documento médico. Assim, se na data da dispensa não
estava ainda confirmada a gravidez, nada impedia o despedimento. A
confirmação posterior ao despedimento não tem efeito retroativo,
para anular um ato realizado validamente. TRT2. RO 20010289717 –
(20020031690) – 1ª T. – Rel. Juiz EDUARDO DE AZEVEDO SILVA –
DOESP 19.02.2002

ESTABILIDADE GESTANTE - DESCONHECIMENTO DA


GRAVIDEZ PELA PRÓPRIA EMPREGADA NO MOMENTO DA
RESCISÃO - O pleito reintegratório se deu pelo total desconhecimento
da própria empregada no momento da dispensa e não somente do
empregador, restando inaplicável a hipótese descrita na Súmula n°
244, I, do C. TST. (TRT/SP - 01231200605202002 - RO - Ac. 2aT
20090488487 - Rel. ODETTE SILVEIRA MORAES - DOE 07/07/2009)

CONFIRMAÇÃO APÓS A DISPENSA. O Ato das Disposições


Constitucionais Transitórias, em seu artigo 10, inciso II, b, consagra a
teoria da responsabilidade objetiva do empregador, garantindo a
estabilidade da empregada gestante desde a confirmação da gravidez
até cinco meses após o parto. Se na data da dispensa da empregada
não estava ainda confirmada a gravidez, o que ocorreu após um lapso
de dois meses aproximadamente, não havia óbice para o ato praticado

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pelo recorrido, pois sequer a empregada sabia do seu estado


gravídico. Recurso a que se nega provimento. (TRT/SP -
02894200742102000 - RS - Ac. 8aT 20090706700 - Rel. SILVIA
ALMEIDA PRADO - DOE 04/09/2009

Pelo exposto, a reclamada espera e requer a improcedência

do pedido autoral.

Ademais, com todo o respeito, ainda que esse r. Juízo não

entenda dessa forma, o que não se espera, é certo que após a confirmação

da gravidez, a reclamante não procurou a reclamada para comunicar a

gravidez.

Data vênia, mesmo após tomar conhecimento da gravidez,

a reclamante deixou de comunicar a reclamada, impedindo, portanto, que

o empregador pudesse reintegrar a empregada ao serviço.

Ora, o direito à estabilidade deve ser exercido dentro dos

limites impostos pelo seu fim econômico ou social, pela boa-fé ou pelos

bons costumes, consoante indica o art. 187 do Código Civil.

No caso concreto, O EXERCÍCIO DO DIREITO PELA

AUTORA EXTRAPOLA OS LIMITES DA BOA-FÉ. Igualmente, o direito à

estabilidade da empregada gestante, no caso concreto, não foi exercido

dentro dos limites impostos por seu fim social.

A autora não comunicou a empresa, logo que soube da

gravidez, mas sim vale-se do judiciário. Presume-se, assim, que o que

pretende a reclamante é a mera indenização e não o trabalho.

Certamente, não estava em seu âmbito de cogitação que a

disposição constitucional fosse utilizada para que uma empregada

ludibriasse seu ex-empregador, omitisse seu estado gravidico e

posteriormente buscasse o Poder Judiciário a fim de receber salários de

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todo um período sem trabalhar – pois, data vênia, é precisamente isso o

que pretende a reclamante, já que sequer postula a reintegração ao

trabalho.

Pelo exposto, a reclamada espera e requer a improcedência

do pedido de pagamento da indenização referente a estabilidade

provisória. Improcede o pedido A.

Ad cautelam, a quanto a base de cálculo, em caso de

condenação o que não se espera, requer-se a consideração do valor do

salário e não da remuneração, na medida em que a Súmula nº 244 do Col.

TST ao garantir o pagamento da indenização em decorrência da

estabilidade gestante, firma que “(...) a garantia restringe-se aos salários e

demais direitos (...)”.

Assim, não fala em remuneração que é a totalidade de

ganhos do empregado, acrescidos de horas extras, adicional noturno,

adicional de periculosidade, insalubridade, comissões, percentagens,

gratificações, diárias para viagem entre outras. Improcedem os pedidos D,

E, F e G.

Importa dizer que por ser verba indenizatória não há que se

falar em pagamento de contribuições previdenciárias, pois não se insere

entre as hipóteses elencadas no inciso I, do art. 28, da Lei n. 8.212/91. Além

disso, o artigo 214, § 12, do Decreto nº 3.048/1999 é claro ao dispor que tal

verba não integra o salário de contribuição nos casos de conversão em

indenização previstos nos arts. 496 e 497 da CLT. Improcede o pedido C.

Por fim, tendo em vista que o quadro gestacional ainda era

muito recente quando da dispensa, requer-se que a reclamante traga aos

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autos exame atual que comprove a gravidez, na medida em que a

requerente ainda não tinha alcançado a 12ª semana. Isso porque a

ocorrência de aborto extingue direito à estabilidade gestacional, não

cabendo, portanto, as alegações de violação artigo 10, inciso II, alínea 'b' do

ADTC, que concede a estabilidade de cinco meses.

V. DOS JUROS E CORREÇÃO MONETÁRIA

Também pelo princípio da eventualidade, requer esta

Reclamara que seja considerado a decisão vinculante do STF, nas ADCs nº

58 e 59, e ADIs nº 5867 e 6021, que determinaram a aplicação da taxa SELIC

para correção dos débitos judiciais trabalhistas em discussão no processo,

afastando, em consequência, a incidência da TR ou do IPCA-E, bem como

afasta a incidência dos juros de mora de 1% ao mês, previstos no §1º, da

Lei 8177/91, pois a SELIC já engloba tanto correção monetária como juros.

Assim, requer-se a aplicação do IPCA-e acrescido do juros

equivalentes à TR acumulada (Lei 8.177/91, art. 39) para o período pré-

processual, e Taxa SELIC (englobando juros e correção monetária) para o

período processual.

VI. HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS

Insta ressaltar que a lei nº 13.467/17 introduziu o artigo 791-

A na CLT, passando a prever a possibilidade de percepção, pelo advogado,

de honorários de sucumbência.

Aduz o mencionado artigo que:

Art. 791-A. Ao advogado, ainda que atue em causa própria,


serão devidos honorários de sucumbência, fixados entre o

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mínimo de 5% (cinco por cento) e o máximo de 15% (quinze por


cento) sobre o valor que resultar da liquidação da sentença, do
proveito econômico obtido ou, não sendo possível mensurá-lo,
sobre o valor atualizado da causa. (...)

§ 2º Ao fixar os honorários, o juízo observará:

I - o grau de zelo do profissional;

II - o lugar de prestação do serviço;

III - a natureza e a importância da causa;

IV - o trabalho realizado pelo advogado e o tempo exigido para


o seu serviço.

Portanto, caso sejam deferidos os honorários em favor do

Reclamante, esta Reclamada requer seja aplicado o artigo 791-A da CLT e

respeitados os critérios estabelecidos no parágrafo 2º quando da sua

fixação.

Já em caso de condenação recíproca, requer a reclamada a

retenção dos honorários do crédito a ser percebido pela reclamante.

Por outro lado, caso a presente Reclamatória Trabalhista

seja julgada totalmente improcedente, esta reclamada requer, desde já, que

o Reclamante seja condenado ao pagamento de honorários sucumbenciais

em seu favor à razão de 15% (quinze por cento) sobre o valor total da causa,

não devendo ser aplicada a hipótese de suspensão de exigibilidade

prevista no artigo 791-A, §4º da CLT, visto que o Reclamante não possui

condição de beneficiário da justiça gratuita.

Por fim, ressalta a impossibilidade de cumulação de

honorários advocatícios assistenciais e honorários advocatícios

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sucumbenciais, sob pena de ocorrência de bis in idem, nos termos do

art.791-A, §1º, da CLT.

VII. DOS DESCONTOS PREVIDENCIARIOS E DO IMPOSTO DE

RENDA

É do empregador a responsabilidade pelo recolhimento das

contribuições previdenciárias e fiscais, resultante de crédito do empregado

oriundo de condenação judicial. Eventual condenação do empregador pelo

inadimplemento das verbas remuneratórias não exime a responsabilidade

do empregado pelos pagamentos do imposto sobre a renda devido e da

contribuição previdenciária que recaia sobre sua quota-parte. Súmula nº

368 e Orientação Jurisprudencial nº 363 da SDI-I, ambas do C. TST.

VIII. DOS DOCUMENTOS

A reclamada traz aos autos todos os documentos

necessários para o deslinde da demanda.

IX. DA MULTA DO ART. 467, DA CLT

Não existem verbas incontroversas, razão pela qual não há

que se falar na incidência da multa do art. 467, da CLT.

X. DOS REQUERIMENTOS CAUTELARES

Em caso de eventual condenação, em observância ao

princípio da eventualidade, a reclamada requer:

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1º) sejam observados os períodos, cargos e salários respectivos,

devidamente provado nos autos, para apuração dos valores em

liquidação de sentença;

2º) sejam compensados os valores já pagos.

X. CONCLUSÃO

Pelos fatos acima expostos e nos melhores termos de direito,

requer, o acolhimento da preliminar arguida, e no mérito que todos os

pedidos sejam julgados TOTALMENTE IMPROCEDENTES, com a

consequente condenação da parte Reclamante no pagamento das custas

processuais.

A reclamada pretende demonstrar a procedência dos fatos

aqui declinados e a improcedência de tudo quanto alegado pelo reclamante

através de todos os meios de prova em direito admitidos, especialmente

pelo depoimento pessoal do autor, oitiva de testemunhas a serem

oportunamente arroladas, juntada de novos documentos, prova pericial,

sem exclusão de nenhum outro meio, o que fica desde já expressamente

requerido, nos termos da Súmula nº 74.

Requer, por fim, a total TOTAL IMPROCEDÊNCIA DA

AÇÃO.

P. deferimento.

Boituva, 20 de julho de 2021.

Patrícia de Oliveira Borges

OAB/SP 252.233

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Número do processo: 0000188-25.2021.5.23.0023 ID. 61f45c9 - Pág. 13
Número do documento: 21072015171444000000026198586

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