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PODER JUDICIÁRIO
JUSTIÇA DO TRABALHO
PROCESSO JUDICIAL ELETRÔNICO
1ª VARA DO TRABALHO DE SÃO BERNARDO DO CAMPO
ATSum 1001079-58.2021.5.02.0461
RECLAMANTE: GERALDO BATISTA DE LANA
RECLAMADO: ATENTO BRASIL S/A
SENTENÇA
II - FUNDAMENTAÇÃO
Do adicional de insalubridade
Além disso, constatou o expert que o autor utilizava produtos químicos diluídos,
sempre com o uso dos equipamentos de proteção, cuja utilização foi confirmada por todos os entrevistados e
os recibos de entrega exibidos na realização da perícia.
Embora tenha impugnado o laudo pericial, não trouxe o autor nenhum fundamento
técnico capaz de afastar as conclusões da perita.
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Realizada a perícia pelo Sra. José Carlos Santos Machado fixo os honorários
periciais no importe de R$ 1.000,00, tendo em vista a complexidade da matéria, o grau de zelo profissional,
o lugar e tempo exigidos para a prestação dos serviços, a cargo da reclamante, sucumbente no objeto da
perícia (art. 790-B da CLT; Resolução 115/2012 CSJT e Resolução CSJT nº 247, de 25 de outubro de 2019).
Da rescisão contratual
Desse modo e visto que o próprio reclamante declarou o seu interesse em não mais
permanecer em serviço, reconheço a rescisão do contrato de trabalho por pedido de demissão na data
referente ao último dia efetivamente trabalhado pelo autor no dia 31/08/2021.
Da gratuidade da justiça
Cabe ressaltar aqui que o direito fundamental do acesso à justiça está previsto no
artigo 5°, XXXV, da CF e no artigo 8° da Convenção Americana de Direitos Humanos (Pacto de São José da
Costa Rica), Lei com status de supralegal conforme declaração da Suprema Corte.
O direito em análise significa dizer que nenhuma condição pessoal (raça, cor,
sexo, situação econômica, entre outras – artigo 1° da Convenção Americana de Direitos Humanos) pode ser
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posta como obstáculo para o usufruto do direito de acesso ao Judiciário. Como já asseverou o STF, “justiça é
bem de primeira necessidade” (RE 603.583).
Assim, a condição de pobre e não poder arcar com os custos do processo, não
pode ser fator impeditivo para se obter pronunciamento jurisdicional. Essa é a premissa básica que não
comporta exceção.
Da leitura dos artigos 98 a 102 do Novo Código de Processo Civil, constata-se, até
com certa facilidade, que não há nenhuma ressalva legal àquela premissa fixada alhures: o pobre – enquanto
permanecer essa condição – nada pagará de custos do processo, sejam honorários periciais e/ou advocatícios,
sejam as custas do processo. Também não há previsão legal de compensação de crédito da parte com as
referidas despesas, quer no processo em que se concedeu o benefício, quer em outro. O que há é a
estipulação de uma “condição suspensiva de exigibilidade”, com prazo de 5 anos, em que deverá ficar
comprovada a suficiência de recursos do credor para pagamento da dívida.
Os artigos 790-B, §4°, 791-A, §4°, e 844, §2°, todos da CLT, estabelecem que,
ainda que beneficiário da justiça gratuita, o pobre trabalhista será responsável pelo pagamento de honorários
de perito, de advogado e de custas decorrentes de arquivamento. Há, ainda, possibilidade de compensação de
créditos alimentares seus para o pagamento das referidas despesas processuais.
Ora, ao assim dispor, o novo Texto Celetista simplesmente diz que o pobre
trabalhista não é tão pobre assim e tem que pagar pelas despesas de sucumbência (entendidas como custas e
honorários). Estabelece, desse modo, barreira de critério econômico para o gozo do direito fundamental do
acesso à justiça. Afronta, diretamente, o artigo 5, XXXV, da Carta de 1988.
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trabalhista. Mas estas (verbas alimentares de credor trabalhistas) podem servir para pagamento de custas e
honorários (periciais e advocatícios).
Maior quebra de isonomia não há. O artigo 5°, caput, da CF/88, também restou
desrespeitado pela nova sistemática trabalhista.
Desse modo, sendo o reclamante beneficiário da justiça gratuita, fica este isento
do pagamento dos honorários periciais.
II - DISPOSITIVO
1) verbas rescisórias;
2) honorários sucumbenciais.
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Correção monetária na forma da Súmula 381 do TST e do art. 459, § 1º, da CLT,
inclusive os valores relativos ao FGTS (OJ 302 da SBDI-1/TST). Correção monetária dos honorários
advocatícios, na forma do artigo 1º, § 2º, da Lei 6.899/81, incidente a partir do ajuizamento da ação, quando
o trabalho foi realizado.
Conforme decisão do STF de efeito geral e vinculante, nos autos da ADC 58, foi
conferida interpretação conforme a Constituição ao art. 879, § 7º, e ao art. 899, § 4º, da CLT, na redação dada
pela Lei 13.467 de 2017, no sentido de considerar que à atualização dos créditos decorrentes de condenação
judicial e à correção dos depósitos recursais em contas judiciais na Justiça do Trabalho deverão ser aplicados,
até que sobrevenha solução legislativa, os mesmos índices de correção monetária e de juros que vigentes
para as condenações cíveis em geral, quais sejam a incidência do IPCA-E na fase pré-judicial e, a partir do
ajuizamento da ação, a incidência da taxa SELIC (art. 406 do Código Civil).
Não incidem juros de mora sobre os honorários advocatícios arbitrados, pois estes
somente são devidos a partir da prolação da sentença (artigo 407 do Código Civil).
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Nos termos do art. 495 do CPC, a sentença condenatória vale como título
constitutivo de hipoteca judiciária sobre imóveis.
Intimem-se as partes.
Nada mais.
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