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Justiça do Trabalho
Tribunal Superior do Trabalho
PROCESSO Nº TST-AIRR-1113-48.2010.5.03.0060
Este documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.tst.jus.br/validador sob código 1000AFD1E874039681.
A C Ó R D Ã O
4ª Turma
GMFEO/SMR/CLJ/iap
É o relatório.
V O T O
1. CONHECIMENTO
Firmado por assinatura eletrônica em 13/06/2014 pelo Sistema de Informações Judiciárias do Tribunal Superior
do Trabalho, nos termos da Lei nº 11.419/2006.
Poder Judiciário
Justiça do Trabalho
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PROCESSO Nº TST-AIRR-1113-48.2010.5.03.0060
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Atendidos os pressupostos legais de admissibilidade
do agravo de instrumento, dele conheço.
2. MÉRITO
PROCESSO Nº TST-AIRR-1113-48.2010.5.03.0060
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o empreiteiro principal, fonte da qual partiram a doutrina e a jurisprudência
para construir a chamada responsabilidade subsidiária da empresa
contratante, que tem por escopo facilitar a aplicação dos preceitos do
direito tutelar, ante a comprovação de eventual culpa in eligendo e in
vigilando, sendo certo que tal pressuposto para a declaração de
responsabilidade subsidiária não foi comprovada .
[...]
a responsabilidade subsidiária somente produz efeito quando
demonstrada a existência de fraude trabalhista, isto é, a intenção objetiva do
empregador em mascarar uma relação jurídica, com o fito precípuo de lesar
o trabalhador, o que não ocorreu in casu.
[...]
Há também de ser excluída da condenação subsidiária as verbas
deferidas de responsabilidade personalíssima do real empregador, quais
sejam, as indenizações e multas” (fls. 198/200).
“RESPONSABILIDADE SUBSIDIÁRIA
O recorrente alega que não pode ser condenado subsidiariamente
pelos direitos deferidos ao reclamante na r. sentença, uma vez que a
primeira reclamada é a real empregadora do autor. Eventualmente, aduz
que não pode ser condenado às multas do artigo 467 da CLT e 40% do FGTS
por serem obrigações personalíssimas. Requer, ainda, a desconsideração da
personalidade jurídica da primeira reclamada pra que eventual condenação
recaia primeiramente sobre os bens de seus sócios.
Ao exame.
Extrai-se dos autos, pela própria narrativa da inicial e pelo contrato
de fls. 21/37, que o recorrente subempreitou para a primeira reclamada
parte da construção do Centro Administrativo do Estado de Minas Gerais,
para a qual fora contratado pela Companhia de Desenvolvimento
Econômico de Minas Gerais - CODEMIG.
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O contrato de subempreitada de fls. 21/37 não deixa dúvidas de que o
recorrente foi o efetivo beneficiário dos serviços prestados pelo reclamante
ao longo de todo o contrato de trabalho.
A teor do que estabelece o art. 455 da CLT, o empreiteiro principal
responde pelo inadimplemento de verbas trabalhistas das empresas com as
quais mantiver contrato de subempreitada. A responsabilidade decorre aqui
de expressa disposição de lei. No caso, é desnecessário até mesmo cogitar de
culpa do recorrente, dados os termos do referido artigo, o qual estabelece
responsabilidade objetiva para o empreiteiro principal.
A responsabilidade subsidiária imputada ao recorrente, com base na
Súmula 331 do TST não destoa do que a lei autoriza e abrange todos os
créditos trabalhistas inadimplidos pelo empregador, inclusive eventuais
multas, consoante a jurisprudência pacífica do TST.
Nem tem razão a recorrente ao invocar direcionamento da execução,
se frustrada contra a primeira reclamada, a seus sócios para só depois
contra ela se dirigir. A pretendida desconsideração da personalidade
jurídica da primeira reclamada, de modo a possibilitar a execução prévia de
seus sócios, colocaria a recorrente na condição de responsável de terceiro
grau, olvidando que não existe gradação e, portanto, descabe falar em
benefício de ordem, entre responsáveis de igual ordem.
Nada a prover” (fls. 182/183).
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Quanto à divergência jurisprudencial alegada,
constata-se que os arestos transcritos no apelo não se prestam a
demonstrar o confronto de teses, porquanto não abordam situação idêntica
à definida pela decisão regional, revelando sua inespecificidade, a teor
da Súmula nº 296 do TST. O primeiro aresto (fl. 199) trata de "contratação
de serviços de vigilância", enquanto o caso em tela diz respeito à
contratação de subempreitada. O segundo aresto (fl. 200) também é
inespecífico, porque não trata da mesma hipótese dos autos
(responsabilidade subsidiária em caso de contrato de subempreitada).
Diante do exposto, nego provimento ao agravo de
instrumento.
ISTO POSTO
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