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Justiça do Trabalho
Tribunal Superior do Trabalho
PROCESSO Nº TST-Ag-AIRR-11907-80.2017.5.03.0029
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ACÓRDÃO
(6ª Turma)
GDCJPC/cc
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É o relatório.
VOTO
I - CONHECIMENTO
II - MÉRITO
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Decido.
O recurso de revista foi obstado sob os seguintes fundamentos:
“PRESSUPOSTOS EXTRÍNSECOS
Tempestivo o recurso (decisão publicada em 01/06/2021; recurso
apresentado em 14/06/2021). Registro que não houve funcionamento desta
Justiça do Trabalho em 03/06/2021 - feriado de Corpus Christi - conforme a
Resolução Administrativa nº 86, de 08 de outubro de 2020 do TRT da 3ª
Região.
Regular a representação processual, ID. 3221a75.
Satisfeito o preparo (ID. 005c21d), isento do depósito recursal, nos
termos do §10 do artigo 899 da CLT.
PRESSUPOSTOS INTRÍNSECOS
TRANSCENDÊNCIA
Nos termos do artigo 896-A, § 6º da CLT, cabe ao Tribunal Superior do
Trabalho analisar se a causa oferece transcendência em relação aos reflexos
gerais de natureza econômica, política, social ou jurídica.
DIREITO PROCESSUAL CIVIL E DO TRABALHO / ATOS PROCESSUAIS /
NULIDADE / NEGATIVA DE PRESTAÇÃO JURISDICIONAL.
Não há nulidade por negativa de prestação jurisdicional (Súmula 459 do
TST). A Turma valorou livremente a prova, atenta aos fatos e circunstâncias da
lide, apreciando todas as questões que lhe foram submetidas,
fundamentando-as conforme exige a lei (artigos 131 do CPC c/c 832 da CLT),
não havendo as violações sustentadas no recurso.
RESPONSABILIDADE CIVIL DO EMPREGADOR / INDENIZAÇÃO POR DANO
MORAL / ACIDENTE DE TRABALHO.
RESPONSABILIDADE CIVIL DO EMPREGADOR / INDENIZAÇÃO POR
DANO MATERIAL / ACIDENTE DE TRABALHO.
RESPONSABILIDADE CIVIL DO EMPREGADOR / INDENIZAÇÃO POR
DANO ESTÉTICO.
RESPONSABILIDADE CIVIL DO EMPREGADOR / INDENIZAÇÃO POR
DANO MORAL / VALOR ARBITRADO.
Examinados os fundamentos do acórdão, constato que o recurso, em
seus temas e desdobramentos, não demonstra divergência jurisprudencial
válida e específica, nem contrariedade com Súmula de jurisprudência
uniforme do TST ou Súmula Vinculante do STF, tampouco violação literal e
direta de qualquer dispositivo de lei federal e/ou da Constituição da
República, como exigem as alíneas "a" e "c" do art. 896 da CLT.
Inviável o seguimento do recurso, diante da conclusão da Turma no
sentido de que:
RESPONSABILIDADE CIVIL - ACIDENTE DO TRABALHO - INDENIZAÇÃO
POR DANOS MATERIAIS, MORAIS E ESTÉTICOS. O art. 7º, XXVIII, da Constituição
Federal garante, como direito fundamental dos trabalhadores, seguro contra
acidentes do trabalho, a cargo do empregador, sem excluir a indenização a
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que este está obrigado, quando incorrer em dolo ou culpa. Nesse cenário, e
na forma do art. 157 da CLT, ao celebrar o contrato, o empregador se obriga a
cumprir e a fazer cumprir as normas de segurança e medicina do trabalho,
sob pena de responsabilizar-se pelos danos decorrentes da inobservância
desse dever legal. No caso, restou comprovado o nexo de causalidade entre o
acidente de trabalho sofrido pelo autor, do qual resultou a amputação
traumática de 4 dedos da mão direita, e as atividades desenvolvidas na
função de mecânico de manutenção, restando demonstrada, ainda, a culpa da
reclamada na ocorrência do infortúnio. Assim, o deferimento de indenização
por danos morais, estéticos e, ainda, danos materiais a título de lucros
cessantes é mero consectário legal, com amparo nos arts. 186, 927 e 950 do
Código Civil.
Observa-se que o entendimento manifestado pela Turma está
assentado no substrato fático-probatório existente nos autos. Para se concluir
de forma diversa seria necessário revolver fatos e provas, propósito
insuscetível de ser alcançado nesta fase processual, à luz da Súmula nº 126 do
TST. As assertivas recursais no sentido de que o reclamante não seguiu as
determinações de segurança não encontram respaldo na moldura fática
retratada na decisão recorrida, o que afasta a tese de violação aos preceitos
da legislação federal e de divergência jurisprudencial.
Não há falar em violações aos incisos LIV e LV do art. 5º da CR,
porquanto os princípios do devido processo legal, do contraditório e da ampla
defesa foram assegurados à recorrente, que vem se utilizando dos meios e
recursos hábeis para discutir a questão.
Não se constata possível ofensa aos dispositivos constitucionais
apontados pela parte recorrente. Violação, se houvesse, seria meramente
reflexa, o que é insuficiente para autorizar o seguimento do recurso de
revista, de acordo com as reiteradas decisões da SBDI-I do TST (AIRR -
1000615-14.2015.5.02.0471, Relatora Ministra: Maria Helena Mallmann, Data
de Julgamento: 25/10/2017, 2ª Turma, Data de Publicação: DEJT 27/10/2017,
AIRR - 55641-78.2004.5.09.0091, julgado em 24.2.2010, Relatora Ministra
Maria de Assis Calsing, 4ª Turma, DEJT de 5.3.2010; RR -
17800-25.2006.5.02.0301, julgado em 14.10.2009, Relatora Ministra Rosa
Maria Weber, 3ª Turma, DEJT de 13.11.2009).
Os arestos trazidos à colação, provenientes de Turmas do TST, deste
Tribunal ou de órgãos não mencionados na alínea "a" do art. 896 da CLT, não
se prestam ao confronto de teses.
A respeito do quantum arbitrado a título de indenização por dano
moral e estético, o TST tem entendido que não é possível rever, em sede
extraordinária, os valores fixados nas instâncias ordinárias, exceto nos casos
em que o valor seja ínfimo ou excessivamente elevado, a exemplo dos
seguintes julgados, dentre vários: AgR-E-ED-ARR-1467-31.2010.5.10.0011,
Relator: Ministro José Roberto Freire Pimenta, SBDI-I, DEJT: 11/10/2019;
AgR-E-ED-RR-1467-06.2010.5.09.0093, Relator: Ministro Breno Medeiros,
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126 do TST e que teriam demonstrado violação ao art. 7º, XXVIII, da Constituição
Federal, visto que não houve culpa ou dolo da agravante no infortúnio, o qual teria
Ao exame.
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E acrescentou:
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operando e que, por conta disso, provocou o acidente. Caso o funcionário não
tivesse ligado a máquina, o obreiro não teria sofrido o infortúnio. Além disso,
o perito - engenheiro em segurança do trabalho, cabe frisar - é claro em
apontar a existência de abertura em zona de perigo, na máquina em que
ocorreu o acidente obreiro, EM DESCONFORMIDADE COM O ANEXO I DA
NORMA REGULAMENTADORA NR12 DA PORTARIA Nº 3.214/78. Inclusive, à f.
300 do laudo, colaciona foto da máquina em comento com a referida
abertura. É cediço que compete ao empregador orientar seus funcionários na
correta e adequada execução de suas tarefas laborativas, inclusive no
funcionamento com segurança de máquinas e equipamentos, além de
fiscalizar o cumprimento das normas de segurança, garantindo a integridade
dos empregados. Por conseguinte, a culpa da reclamada diante de toda essa
situação é patente, pois, a teor do art. 932, caput e inciso III, do CCB, o
empregador responde pelos autos praticados por seus empregados "no
exercício do trabalho que lhes competir, ou em razão dele". Sendo tal situação
o caso dos autos, eis que o acidente sofrido pelo demandante decorreu de
conduta imprudente de seu colega de trabalho. Ademais, permitiu que o
obreiro manuseasse máquina que estava em desconformidade com a norma
regulamentadora NR 12 da portaria nº 3.214/78, conforme bem ressaltou a
perícia. Encontram-se, portanto, presentes todos os requisitos necessários
para que surja o dever de indenizar: a ação ou omissão do agente, o nexo de
causalidade entre o trabalho e o dano e, como visto, a culpa da empregadora.
Presentes os requisitos do dano indenizável, cabe fixar o valor da indenização
- ID 60300b9, p. 05/06, grifos acrescentados.
[...]
de prestação jurisdicional.
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sentido de que incide o óbice da Súmula nº 126 do TST à pretensão recursal deduzida
sentido:
[...] restou comprovado nos autos, a partir da prova pericial, o nexo de
causalidade entre as atividades desempenhadas pelo autor como mecânico e
o acidente de trabalho que provocou a amputação traumática dos dedos,
bem assim a responsabilidade exclusiva da reclamada pela ocorrência do
infortúnio.
das portas laterais e posicionamento do calço de segurança. Pontuou, ainda, que além
interno, impõe-se aplicar a multa prevista no art. 1.021, § 4º, do CPC, no percentual de
ISTO POSTO
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