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Poder Judiciário

Justiça do Trabalho
Tribunal Superior do Trabalho

PROCESSO Nº TST-RR-1001709-81.2016.5.02.0464

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ACÓRDÃO
(1.ª Turma)
GMDS/r2/nrf/msr/ls

AGRAVO INTERNO EM AGRAVO DE


INSTRUMENTO EM RECURSO DE REVISTA.
INTERPOSIÇÃO NA VIGÊNCIA DA LEI N.º
13.467/2017. DOENÇA OCUPACIONAL.
INCAPACIDADE PARCIAL E PERMANENTE.
NEXO CONCAUSAL RECONHECIDO PELO
LAUDO PERICIAL. CULPA PRESUMIDA DO
EMPREGADOR. INDENIZAÇÃO POR DANOS
MORAIS E MATERIAIS. TRANSCENDÊNCIA DA
CAUSA. Constatada a viabilidade de trânsito do
recurso trancado por meio de decisão
monocrática, o Agravo Interno deve ser
acolhido. Agravo conhecido e provido.
AGRAVO DE INSTRUMENTO EM RECURSO DE
REVISTA. DOENÇA OCUPACIONAL.
INCAPACIDADE PARCIAL E PERMANENTE.
NEXO CONCAUSAL RECONHECIDO PELO
LAUDO PERICIAL. CULPA PRESUMIDA DO
EMPREGADOR. INDENIZAÇÃO POR DANOS
MORAIS E MATERIAIS. Demonstrada a possível
violação do art. 7.º, XXVIII, da Constituição
Federal, dá-se provimento ao Agravo de
Instrumento, determinando-se o regular
seguimento do Recurso de Revista. Agravo de
Instrumento conhecido e provido. RECURSO
DE REVISTA. INTERPOSIÇÃO NA VIGÊNCIA DA
LEI N.º 13.467/2017. DOENÇA OCUPACIONAL.
INCAPACIDADE PARCIAL E PERMANENTE.
NEXO CONCAUSAL RECONHECIDO PELO
LAUDO PERICIAL. CULPA PRESUMIDA DO
EMPREGADOR. INDENIZAÇÃO POR DANOS
MORAIS E MATERIAIS. TRANSCENDÊNCIA DA
CAUSA. Em conformidade com a

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jurisprudência desta Corte, em sendo


evidenciado o nexo causal ou concausal entre a
atividade profissional e a doença ocupacional
acometida pelo trabalhador, deve ser
presumida a culpa patronal, sendo, portanto,
devida a reparação civil. No caso, consoante a
premissa fática delineada pela instância de
origem, verifica-se que: a) o reclamante
apresenta protusão discal em coluna lombar,
sendo sua incapacidade laborativa parcial e
permanente; b) o laudo pericial constatou que
“a doença foi agravada pelo empenho de força
com movimentos repetitivos e posturas
antiergonômicas”, sendo evidenciada “a relação
concausal entre a doença e as atividades do
autor”. Apesar da referida premissa fática,
entendeu a Corte de origem que não estaria
evidenciada a culpa da empresa pelo fato de
“nada indicar que o trabalho poderia ser efetuado
de outra forma ou que houvesse, para essa
hipótese, qualquer outro equipamento de
proteção, coletivo ou individual, suficiente e
eficiente para neutralizar os agentes agressivos”.
Tal entendimento não se coaduna seja com a
legislação pátria, seja com a jurisprudência
desta Corte, visto que acaba por transferir ao
trabalhador o ônus pelo desempenho de
atividade sabidamente nociva à sua saúde,
isentando o empregador de toda e qualquer
responsabilidade. Não há falar-se em ausência
de ato ilícito praticado pelo empregador, e sim
na sua responsabilização decorrente do risco
do negócio, que não pode ser transferido ao
empregado. Assim, sendo inconteste que o
reclamante, quando do desempenho de sua
atividade profissional, estava sujeito ao
empenho de força com movimentos repetitivos
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e posturas antiergonômicas, e que foi


evidenciado pelo laudo pericial o nexo
concausal entre a atividade laborativa e a
doença a que se encontra acometido -
protusão discal em coluna lombar -, tem-se que
é de se admitir a culpa presumida do
empregador que, no caso, não foi ilidida por
qualquer aspecto fático constante no acórdão
regional. Diante desse contexto, tem-se que a
Corte de origem, ao afastar a responsabilidade
do empregador e indeferir as indenizações por
danos morais e materiais decorrentes da
doença ocupacional, acabou por vulnerar o art.
7.º, XXVIII, da Constituição Federal. Recurso de
Revista conhecido e provido.

Vistos, relatados e discutidos estes autos de Recurso de Revista


n.º TST-RR-1001709-81.2016.5.02.0464, em que é Recorrente ROGER ANDERSON
SANTOS e Recorrida MERCEDES-BENZ DO BRASIL LTDA.

RELATÓRIO

Inconformado com a decisão monocrática (doc. seq. 192), pela


qual foi denegado seguimento ao seu Agravo de Instrumento, por ausência de
transcendência, o reclamante interpõe o presente Agravo Interno (doc. seq. 194),
pretendendo a reforma do julgado.
Devidamente intimada, a reclamada não apresentou
contrarrazões (doc. seq. 198).
É o relatório.

VOTO

AGRAVO INTERNO

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ADMISSIBILIDADE

Satisfeitos os pressupostos legais de admissibilidade, conheço do


apelo.

MÉRITO

DOENÇA OCUPACIONAL - INCAPACIDADE PARCIAL E


PERMANENTE - NEXO CONCAUSAL RECONHECIDO PELO LAUDO PERICIAL - CULPA
PRESUMIDA DO EMPREGADOR - INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS E MATERIAIS –
INTERVALO INTRAJORNADA – ADICIONAL DE PERICULOSIDADE
A decisão agravada foi vazada nos seguintes termos:

“Trata-se de Agravo de Instrumento em que se pretende ver admitido o


trânsito do Recurso de Revista interposto em face de decisão publicada na
vigência da Lei n.º 13.467/2017.
Consigna-se, desde logo, que com a entrada em vigor da referida lei, os
parâmetros para o exame da transcendência foram definidos com o
acréscimo do § 1.º ao art. 896-A da CLT. E esta Corte Superior, visando
regulamentar a aplicação do novo instituto, inseriu em seu Regimento Interno
os arts. 246 e 247.
Assim, tendo como norte esses dispositivos, passo ao exame prévio da
transcendência do recurso.
O Regional, ao exercer o juízo de admissibilidade recursal, decidiu
denegar seguimento ao Recurso de Revista pelos seguintes fundamentos:

‘Duração do Trabalho / Intervalo Intrajornada.


Para chegar-se à certeza de que havia prestação habitual de
horas extras seria imprescindível o reexame de fatos e provas, o
que não se compadece com a natureza extraordinária do Recurso
de Revista, nos termos da Súmula 126, da Corte Superior.
Nesse contexto, ilesos o art. 71, § 3.º, da CLT e a Súmula
437, do C. TST, pois a Subseção I Especializada em Dissídios
Individuais - SBDI-1, do C. TST, já deliberou no sentido de que
somente a prestação habitual de horas extras - não é a hipótese
dos autos - torna inválida a autorização ministerial para a redução
do intervalo intrajornada (Precedentes:
E-ED-RR-115400-70.2001.5.15.0071, Relator Ministro Renato de
Lacerda Paiva, DEJT 2/8/2013; E-RR - 141500-12.2006.5.17.0013
Data de Julgamento: 23/09/2010, Relator Ministro Aloysio Corrêa
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da Veiga, DEJT 01/10/2010; E-RR-706.082/2000.5, Relatora Ministra


Maria Cristina I. Peduzzi, DJU de 2/2/2007).
Os arestos paradigmas são inespecíficos ao caso vertente,
contrariando o teor da Súmula 296, I, do C. TST, pois não abrigam
premissa fática idêntica à contida no acórdão recorrido,
consistente na inexistência de horas extras habituais.
DENEGO seguimento.

Remuneração, Verbas Indenizatórias e Benefícios /


Adicional / Adicional de Periculosidade.
Responsabilidade Civil do Empregador / Indenização por
Dano Moral / Doença Ocupacional.
Responsabilidade Civil do Empregador / Indenização por
Dano Material.
As razões recursais revelam a nítida intenção de revolver o
conjunto fático-probatório apresentado, o que não se concebe em
sede extraordinária de Recurso de Revista, conforme o disposto
na Súmula 126, da Corte Superior.
Ficam afastadas, portanto, as violações apontadas, bem
como o dissenso pretoriano.
DENEGO seguimento.
CONCLUSÃO
DENEGO seguimento ao Recurso de Revista.’

Pontue-se que a análise do presente recurso está restrita às matérias


articuladas nas razões de Agravo de Instrumento, visto que, nos termos do
art. 254 do RITST, é ônus da parte impugnar o capítulo denegatório da decisão
agravada, sob pena de preclusão.
Depreende-se das alegações articuladas neste Agravo de Instrumento
que o Recurso de Revista não alcança conhecimento, pois a parte não
demonstrou o desacerto da decisão agravada.
Com efeito, os óbices processuais apontados na decisão denegatória
subsistem de forma a contaminar a transcendência da causa.
De fato, o Recurso de Revista não atende aos requisitos previstos no art.
896-A, § 1.º, da CLT, na medida em que não se justifica a atuação desta Corte
Superior, pois as matérias articuladas e renovadas nas razões do Agravo de
Instrumento não são novas no TST, logo não estão aptas a exigir fixação de
tese jurídica e uniformização de jurisprudência (transcendência jurídica). Tais
matérias também não foram decididas em confronto com a jurisprudência
sumulada do TST ou do STF (transcendência política); tampouco se pode
considerar elevados os valores objeto da controvérsia do recurso
(transcendência econômica) ou falar em transcendência social, visto que
inexiste afronta a direito social assegurado constitucionalmente.

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Portanto, os temas trazidos à discussão não ultrapassam os interesses


subjetivos do processo, desnudando a falta de transcendência.

CONCLUSÃO
Diante do exposto, com fundamento nos arts. 118, X, do RITST, art.
896-A, caput e § 1.º, da CLT, nego seguimento ao Agravo de Instrumento.”

O reclamante defende, a princípio, estar devidamente


configurada a transcendência da causa. Afirma, ainda, que a sua pretensão não
demanda o revolvimento de fatos e provas, mas apenas um novo enquadramento aos
fatos delineados no acórdão regional. Em seguida, pugna pela reforma, in totum, da
decisão monocrática.
Ao exame.
Conforme pontuado na decisão agravada, o Recurso de Revista
foi interposto contra acórdão regional publicado na vigência da Lei n.º 13.467/2017,
razão pela qual se torna necessário o prévio exame da transcendência da matéria
articulada no apelo.
Cotejando o teor do acórdão regional com o pedido de reforma,
o que se verifica é que o agravante, em relação à responsabilidade do empregador
decorrente da doença ocupacional, tem razão no aspecto suscitado, na medida em
que, do exame do acórdão regional, constata-se que todos os elementos necessários ao
exame do direito do trabalhador à indenização por danos morais e materiais
encontram-se nele delineados, não sendo o caso de incidência da Súmula n.º 126 do
TST.
Nesta senda, superado o óbice processual detectado na decisão
agravada, é de se reconhecer o trânsito do recurso trancado pela decisão monocrática.
Logo, dou provimento ao Agravo Interno, para examinar as
razões expostas no Agravo de Instrumento.

AGRAVO DE INSTRUMENTO

ADMISSIBILIDADE

Satisfeitos os pressupostos legais de admissibilidade, conheço do


apelo.
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MÉRITO

DOENÇA OCUPACIONAL - INCAPACIDADE PARCIAL E


PERMANENTE - NEXO CONCAUSAL RECONHECIDO PELO LAUDO PERICIAL - CULPA
PRESUMIDA DO EMPREGADOR - INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS E MATERIAIS
Consoante mencionado alhures, restam devidamente delineadas
no acórdão regional as premissas fáticas necessárias ao exame do direito do
trabalhador à indenização por danos morais e materiais decorrente da doença a que foi
acometido no curso do seu contrato de trabalho, não sendo, portanto, hipótese de
aplicação da Súmula n.º 126 do TST. Ademais, considerando a possibilidade de a
decisão Recorrida ter contrariado o entendimento deste Tribunal - quanto à
responsabilidade atribuída ao empregador decorrente de doença do trabalho -, há de
se reconhecer a transcendência política, nos termos do art. 896-A, § 1.º, II, da CLT.
Assim, dou provimento ao Agravo de Instrumento para
determinar o seguimento do Recurso de Revista, na forma regimental.

RECURSO DE REVISTA

Satisfeitos os pressupostos legais de admissibilidade recursal,


fica autorizada a incursão nos pressupostos específicos da Revista.

CONHECIMENTO

DOENÇA OCUPACIONAL - INCAPACIDADE PARCIAL E


PERMANENTE - NEXO CONCAUSAL RECONHECIDO PELO LAUDO PERICIAL - CULPA
PRESUMIDA DO EMPREGADOR - INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS E MATERIAIS
O Regional deu provimento ao Recurso Ordinário da reclamada,
a fim de excluir da condenação a indenização por danos morais e materiais. Para tanto,
valeu-se dos seguintes fundamentos:

“(...)
O autor foi admitido em 17 de maio de 2004 para exercer a função de
operador de produção e, posteriormente, operador de máquinas especiais

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CNC e operador de logística (Registro de Empregado, id f3ed7a9). Sua


alegação é a de que adquiriu problemas na coluna em decorrência do
trabalho prestado para a ré, que demandava esforço físico e posições
antiergonômicas.
Determinada a realização de perícia (id a747920), o perito concluiu que
o autor apresenta protusão discal em coluna lombar. Explicou que a
doença foi agravada pelo empenho de força com movimentos repetitivos
e posturas antiergonômicas. Constatou então a relação concausal entre
a doença e as atividades do autor. Esclareceu ainda que a incapacidade
do autor é parcial e permanente.
Porém, dou razão à ré. Em que pesem os fundamentos adotados na
sentença - em que se acolheu a conclusão do perito no que toca ao nexo
concausal e deferiu ao autor indenizações de danos materiais e morais -, o
fato é que não há prova de ato ilícito da empregadora.
De fato, o perito justificou que o trabalho do autor exigia o
empenho de posturas antiergonômicas e movimentos repetitivos de
flexo extensão, rotação e vibração do tronco, que contribuíram para a
eclosão da moléstia (esclarecimentos, id a81af16). Porém, nada indica
que o trabalho poderia ser efetuado de outra forma ou que houvesse,
para essa hipótese, qualquer outro equipamento de proteção, coletivo
ou individual, suficiente e eficiente para neutralizar os agentes
agressivos.
Temos que considerar sempre aquelas situações em que o trabalho, em
si só considerado, é naturalmente adverso. Mais adverso para uns, menos
para outros, cada qual com a sua estrutura física e mental. Mas pense-se no
trabalho da faxineira, por exemplo, que precisa varrer, que precisa esfregar
panos com as mãos, esticar e recolher os braços, atividade que envolve
necessariamente movimentos repetitivos, e para os quais não há outra forma
de ser feito. Também o motorista de ônibus, por exemplo, que pode ter banco
perfeitamente ergonômico etc., mas que sempre vai acelerar, frear, sinalizar
etc., ou seja, é atividade que tem movimentos repetitivos, mas que não
podem ser evitados. Ao empregador cabe diligenciar, sim, para fazer tudo o
que estiver ao seu alcance e possibilidade, a fim de evitar outros danos. Mas a
depender da situação pessoal de cada trabalhador, nada se lhe pode ser
exigido.
Então, o trabalho, por si só, ainda que considerado potencialmente
adverso, e assim concorra para o agravamento de doença ou
predisposição a ela, só poderá ensejar reparação quando provado que
poderia ser evitado pelo empregador, através de medidas específicas de
proteção. O que não é o caso, inclusive porque não se indica no laudo
quais as medidas de proteção adequadas especificamente para a
atividade.
A não ser assim, aliás, todos os empregadores, cedo ou tarde, terão a
obrigação de indenizar, já que todo e qualquer trabalho provoca alguma

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forma de desgaste e leva, a depender da condição pessoal de cada


trabalhador, a menor ou maior grau de invalidez.
O que se deve sempre avaliar é se para aquela determinada e específica
atividade o empregador pode alterar a forma de trabalho ou adotar medidas
específicas de proteção, a fim de evitar a eclosão de doença. Em outras
palavras, a investigação da culpa não pode se limitar à atividade em si, já que
todas são adversas ou desgastantes em maior ou menor medida, mas sim
levar em conta a existência de mecanismos que estejam à disposição do
empregador - e que não foram utilizados.
Sabe-se por diversos outros julgamentos já realizados em casos
similares que os empregados da ré fazem exames médicos periodicamente,
além de a empresa possuir equipe especializada em medicina e segurança do
trabalho e CIPA. Tanto é assim que, após constatada a doença, em 2007, o
autor foi duas vezes realocado em posto compatível e afastado das atividades
anteriormente realizadas, por determinação do setor médico da ré. E o autor
relatou ao perito que começou a sentir dores em 2006, ou seja, pouco mais de
um ano após ser admitido pela ré. É dizer, não há prova de negligência da
empregadora. E assim, sem ilícito, não há lugar para a reparação.
Dou provimento ao recurso, portanto, para excluir da condenação as
indenizações de danos materiais e morais, além do custeio do plano de saúde.
Honorários do perito em reversão, dos quais, todavia, o autor está isento, jé
que e beneficiário da justiça gratuita. Aplica-se a hipótese a Súmula 457 do
Tribunal Superior do Trabalho. Rearbitro o valor dos honorários periciais em
R$ 800,00, a vista do que dispõe o art. 3.º da Resolução 66/2010 do Conselho
Superior da Justiça do Trabalho.” (grifos nossos.)

De início, impende assinalar que a reclamante, quando da


interposição do Recurso de Revista, observou as diretrizes insertas no art. 896, § 1.º-A, I,
II e III, da CLT.
Pois bem.
Consoante se infere da premissa fática delineada pela instância
de origem, verifica-se que: a) o reclamante apresenta protusão discal em coluna
lombar, sendo sua incapacidade laborativa parcial e permanente; b) o laudo pericial
constatou que “a doença foi agravada pelo empenho de força com movimentos repetitivos e
posturas antiergonômicas”, sendo evidenciada a “a relação concausal entre a doença e as
atividades do autor”.
Nos termos do art. 7.º, XXVIII, da Constituição Federal, configura
direito do trabalho o “seguro contra acidentes de trabalho, a cargo do empregador, sem
excluir a indenização a que este está obrigado, quando incorrer em dolo ou culpa”, ou seja,

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a regra é a de que a responsabilidade do empregador demande a comprovação do


dano, do nexo causal e da culpa/dolo.
Ademais, cabe enfatizar que é firme a jurisprudência desta Corte,
no sentido de que, em sendo evidenciado o nexo causal ou concausal entre a atividade
profissional e a doença ocupacional, deve ser presumida a culpa patronal, sendo,
portanto, devida a reparação civil. A propósito:

“AGRAVO DO RECLAMADO. RECURSO DE REVISTA DO RECLAMANTE.


TRANSCENDÊNCIA RECONHECIDA. INDENIZAÇÃO POR DANO MORAL
DECORRENTE DE DOENÇA OCUPACIONAL. NEXO DE CONCAUSALIDADE
CONSTATADO. CULPA PRESUMIDA DA EMPREGADORA. Impõe-se confirmar a
decisão monocrática proferida, mediante a qual se conheceu do Recurso de
Revista do reclamante, por divergência jurisprudencial e, no mérito, se deu
provimento para ‘condenar a reclamada ao pagamento de indenização por
dano moral decorrente de doença ocupacional no montante de R$25.000,00.’,
uma vez que as razões apresentadas pelo agravante não logram demonstrar
o apontado equívoco em relação a tal conclusão. Agravo conhecido e não
provido.” (Ag-RR-863-94.2017.5.12.0035, 1.ª Turma, Relator: Ministro Hugo
Carlos Scheuermann, DEJT 8/4/2022.)

“(...) II - RECURSO DE REVISTA. DA LEI N.º 13.015/2014. DANOS MORAIS.


DOENÇA DEGENERATIVA. LESÃO DE MENISCO EM JOELHO. NEXO CONCAUSAL
COMPROVADO. LAUDO PERICIAL. 1. Hipótese em que o Tribunal Regional
reformou a sentença para excluir o pagamento de indenização por danos
morais, sob o fundamento de que não restou comprovada a culpa do
empregador. Extrai-se do acórdão que o laudo pericial atestou o nexo de
concausalidade entre a doença degenerativa (lesão de menisco no joelho) e o
trabalho realizado na reclamada, porquanto o reclamante estava exposto ao
risco ergonômico, uma vez que carregava peso, trabalhava agachado e não
recebia treinamentos sobre ergonomia, o que teria contribuído para o
surgimento da lesão no joelho esquerdo. Além do risco ergonômico, a perícia
constatou a implantação e fiscalização parcial do PPRA (Programa de
Prevenção de Riscos Ambientais) e do PCMSO (Programa de Controle Médico
e Saúde Ocupacional). 2. Com efeito, a existência de nexo causal/concausal
entre a doença ocupacional que acometeu o reclamante e suas
atividades realizadas na reclamada enseja o dever de reparação,
independentemente da aferição de culpa. Considerando que o
empregador tem o controle sobre toda a estrutura, direção e dinâmica
do estabelecimento empresarial, tem-se por aplicável a culpa presumida,
pois é do empregador a responsabilidade pela reparação por danos
sofridos pelos empregados (moral, material e estético) decorrentes de
lesões vinculadas ao exercício laboral em seu favor. Ainda que assim não
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fosse, a culpa da reclamada restou configurada no caso concreto, pois se


omitiu quanto ao dever de manter um ambiente de trabalho saudável,
na medida em que a prova pericial comprovou que o empregado estava
exposto ao risco ergonômico sem qualquer treinamento, assim como
não houve a implantação e fiscalização integral do PPRA e do PCMSO . 3.
Por outro lado, a legislação previdenciária equipara a doença profissional a
acidente do trabalho, ainda que o trabalho não tenha sido causa única, mas
desde que contribua, diretamente, para o surgimento ou agravamento da
lesão, conforme dispõe o art. 21, I, da Lei n.º 8.213/1991. Pontue-se que, para
a configuração da concausa, não importa se a doença tem caráter congênito
ou degenerativo, bastando que o trabalho em condições inadequadas tenha
concorrido para o infortúnio. Nesse aspecto, esta Corte Superior tem
entendimento no sentido de que, para a responsabilização do empregador
nos casos envolvendo danos morais e materiais em razão de doença
ocupacional agravada pelo desempenho da atividade laboral, o nexo
concausal é suficiente para configurar o dever de indenizar. O dano moral,
nesse caso, decorrente de ato ilícito que ensejou diminuição da capacidade
laboral do reclamante é in re ipsa , pelo que prescinde de prova do dano,
bastando a constatação da ofensa ao bem jurídico para que seja configurado.
Precedentes. Recurso de revista conhecido e provido.”
(RR-1060-92.2014.5.02.0371, 2.ª Turma, Relatora: Ministra Maria Helena
Mallmann, DEJT 19/12/2022.)

“RECURSO DE REVISTA COM AGRAVO. I - AGRAVO DE INSTRUMENTO EM


RECURSO DE REVISTA. ACÓRDÃO DO REGIONAL PUBLICADO ANTES DA
VIGÊNCIA DA LEI 13.467/2017. DANOS EXTRAPATRIMONIAL E PATRIMONIAL
DECORRENTES DE DOENÇA OCUPACIONAL. CONCAUSA. RESPONSABILIDADE
CIVIL DO EMPREGADOR. Em face de possível violação do art. 7.º, XXII, da CF,
deve-se dar provimento ao Agravo de Instrumento, para melhor exame do
Recurso de Revista. Agravo de instrumento conhecido e provido. II - RECURSO
DE REVISTA. DANOS EXTRAPATRIMONIAL E PATRIMONIAL DECORRENTES DE
DOENÇA OCUPACIONAL. CONCAUSA. RESPONSABILIDADE CIVIL DO
EMPREGADOR. O Tribunal Regional, muito embora o perito tivesse constatado
o nexo de causalidade entre a função desempenhada (montador de móveis) e
a patologia adquirida, excluiu da condenação o pagamento da indenização
por danos extrapatrimonial e patrimonial decorrentes de doença profissional
por entender que, ‘considerando o exercício de atividade externa (ajudante e
montador de móveis) e realizada na residência de terceiros (consumidores)
sem a fiscalização da reclamada, não há como implantar medidas necessárias
para evitar ou minimizar o surgimento de patologias ou agravamento do
estado de saúde dos empregados’. No entanto, no que se refere à
culpabilidade, tem reiteradamente decidido que ‘Embora não se possa
presumir a culpa em diversos casos de dano moral - em que a culpa tem de
ser provada pelo autor da ação -, tratando-se de doença ocupacional,

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profissional ou de acidente do trabalho, essa culpa é presumida, em virtude


de o empregador ter o controle e a direção sobre a estrutura, a dinâmica, a
gestão e a operação do estabelecimento em que ocorreu o malefício’. (
RR-10897-77.2015.5.03.0091, Relator: Ministro Mauricio Godinho Delgado,
DEJT 6/6/2014). Dessa forma, é possível extrair do acórdão regional que a
culpa da empresa decorreu da falta de comprovação da adoção de ‘medidas
de segurança e medicina do trabalho hábeis a minimizar o desgaste físico
causado pelos movimentos executados durante a jornada’. Diante desse
quadro, em que se fazem presentes o dano, o nexo causal e a culpa
presumida da empresa, não há como deixar de reconhecer a
responsabilidade civil da empresa, restabelecendo-se a sentença no
particular, com a manutenção dos valores das indenizações pelos danos
patrimoniais e extrapatrimoniais atribuídos pelo juízo monocrático, uma vez
que não foram objeto de insurgência por parte da reclamada em suas
contrarrazões. Recurso de revista conhecido, por violação do art. 7.º, XXII, da
CF e provido para reconhecer a responsabilidade civil subjetiva da reclamada,
restabelecendo-se a sentença, no particular. (...)”
(RR-24934-03.2015.5.24.0002, 8.ª Turma, Relator: Ministro Alexandre de Souza
Agra Belmonte, DEJT 9/8/2022.)

Na hipótese em apreço, a Corte de origem entendeu que não


estaria evidenciada a culpa da empresa pelo fato de “nada indicar que o trabalho poderia
ser efetuado de outra forma ou que houvesse, para essa hipótese, qualquer outro
equipamento de proteção, coletivo ou individual, suficiente e eficiente para neutralizar os
agentes agressivos”.
Ora, tal entendimento não se coaduna seja com a legislação
pátria, seja com a jurisprudência desta Corte, visto que acaba por transferir ao
trabalhador o ônus pelo desempenho de atividade sabidamente nociva à sua saúde,
isentando o empregador de toda e qualquer responsabilidade. Não há falar-se em
ausência de ato ilícito praticado pelo empregador, e sim na sua responsabilização
decorrente do risco do negócio, que não pode ser transferido ao empregado.
Assim, sendo inconteste que o reclamante, quando do
desempenho de sua atividade profissional, estava sujeito ao empenho de força com
movimentos repetitivos e posturas antiergonômicas, e que foi evidenciado pelo laudo
pericial o nexo concausal entre a atividade laborativa e a doença a que se encontra
acometido - protusão discal em coluna lombar -, tem-se que é de se admitir a culpa
presumida do empregador que, no caso, não foi ilidida por qualquer aspecto fático
constante no acórdão regional.
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Nessa senda, a Corte de origem, ao afastar a responsabilidade


do empregador e, por conseguinte, excluir da condenação as indenizações por danos
morais e materiais decorrentes da doença ocupacional, acabou por vulnerar o art. 7.º,
XXVIII, da Constituição Federal.
Pelo exposto, conheço do Recurso de Revista, por violação do
art. 7.º, XXVIII, da Constituição Federal.

MÉRITO

DOENÇA OCUPACIONAL - INCAPACIDADE PARCIAL E


PERMANENTE - NEXO CONCAUSAL RECONHECIDO PELO LAUDO PERICIAL - CULPA
PRESUMIDA DO EMPREGADOR - INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS E MATERIAIS
Conhecido o Recurso de Revista, por violação do art. 7.º, XXVIII,
da Constituição Federal, a consequência lógica é o seu provimento para, reformando o
acórdão regional, reputar preenchidos os requisitos para a responsabilização do
empregador pela doença a que foi acometido o reclamante, entendendo devidas as
indenizações por danos morais e materiais. Determina-se, ainda, o retorno dos autos ao
Regional, a fim de que aprecie os demais capítulos recursais veiculados nos Recursos
Ordinários do trabalhador e da empresa que foram reputados prejudicados devido ao
afastamento da responsabilidade do empregador pela doença ocupacional. No que
tange aos honorários periciais, inverte-se do ônus da sucumbência, imputando a
responsabilidade pelo seu pagamento ao empregador. Prejudicado o exame dos
demais capítulos recursais veiculados no Recurso de Revista obreiro.

ISTO POSTO

ACORDAM os Ministros da Primeira Turma do Tribunal Superior


do Trabalho, à unanimidade: I – conhecer do Agravo Interno e, no mérito, dar-lhe
provimento para prosseguir na apreciação do Agravo de Instrumento; II – conhecer do
Agravo de Instrumento e, no mérito, dar-lhe provimento para determinar o seguimento
do Recurso de Revista; III – conhecer do Recurso de Revista, por violação do art. 7.º,
XXVIII, da Constituição Federal, e, no mérito, dar-lhe provimento para, reformando o
acórdão regional, reputar preenchidos os requisitos para a responsabilização do

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empregador pela doença a que foi acometido o reclamante, entendendo devidas as


indenizações por danos morais e materiais. Determina-se, ainda, o retorno dos autos ao
Regional, a fim de que aprecie os demais capítulos recursais veiculados nos Recursos
Ordinários do trabalhador e da empresa que foram reputados prejudicados devido ao
afastamento da responsabilidade do empregador pela doença ocupacional. No que
tange aos honorários periciais, inverte-se o ônus da sucumbência, imputando a
responsabilidade pelo seu pagamento ao empregador. Prejudicado o exame dos
demais capítulos recursais veiculados no Recurso de Revista obreiro.
Brasília, 3 de abril de 2024.

Firmado por assinatura digital (MP 2.200-2/2001)


LUIZ JOSÉ DEZENA DA SILVA
Ministro Relator

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