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EXMO (A).

SENHOR (A) DOUTOR (A) JUIZ (A) DE DIREITO DA ___ª VARA


DO JUIZADO ESPECIAL CIVEL DA COMARCA DE BETIM/MG

PEDIDO DE TUTELA ANTECIPADA

JAIME NASCENTE DA ROCHA, brasileiro, casado, aposentado, inscrito no CPF


sob o n° 013.372.606-14 e RG MG-11.468.689, residente e domiciliado na Rua Carlos
Chagas, n° 431, CA A, Bairro Betim Industrial, Betim/MG, CEP 32.670-434, por seu
procurador infra assinado com endereço profissional na praça Tiradentes, n° 97, sala
302, 3° andar, centro de Betim/MG, onde recebe intimações, vem respeitosamente
perante Vossa Excelência propor

AÇÃO DECLARATÓRIA DE NULIDADE ABSOLUTA DE CONTRATO


C/C INEXISTÊNCIA DE OBRIGAÇÃO DE PAGAMENTO C/C RESTITUIÇÃO
DE QUANTIAS PAGAS

Em face de BANCO ITAÚ S/A, CNPJ nº 60.701.190/0001-04, com endereço na Praça


Alfredo Egídio de Souza Aranha, nº 100, Torre ITAUSA, Bairro Pq. Jabaquara, São
Paulo/SP, CEP: 04.344-902 e LUIZACRED S.A, CNPJ nº 02.206.577/0001-80,
endereço eletrônico desconhecido, com sede na Rua Amazonas da Silva, nº27, bairro
Vila Guilherme, na cidade de São Paulo/SP, CEP: 02.051-000, pelos fatos e razões a
seguir:

Rua Ouro Preto, n° 340 – Sala 203, Barro Preto, Belo Horizonte, Minas Gerais, CEP: 30.170-040
Tel. (031) 2520-4420 – E-mail: fernandocortezzi@yahoo.com.br
DOS FATOS
O Autor, pessoa aposentada pelo LOAS/BPC devido a sua visão e
epilepsia (sentença em anexo), sendo instruído e induzido por INSITÊNCIA,
acabou realizando a contração de cartão de crédito com a financeira 2º
Requerido, no qual o 1º Requerido é quem faz a administração.
O Autor, pagou de forma parcela a fatura do mês de julho do ano
corrente (em anexo fatura e comprovante de pagamento).
O referido cartão (em anexo), foi bloqueado.
Ocorre que o Autor está sendo cobrando pela fatura que pagou.
Sendo que o mesmo, já chegou até procurar o PROCON (em anexo),
porém sem êxito, persistindo a cobrança do que já foi pago.
Ademais, o beneficio assistencial de amparo ao deficiente frisa-se,
beneficio de espécie que veda concessão de empréstimo consignado, logo, o
fornecimento de cartão de crédito, por se tratar também de operação financeira
É VEDADO.
Ressalta-se que as obrigações foram contraídas de forma misteriosa,
sem qualquer contrato, tão pouco informações da mesma sobre a suposta
contratação.
Além de não explicar para o Autor como funciona cartão de crédito, não
explicou também como funciona a questão do parcelamento de fatura, que ao
pagar todo mês a fatura, acaba parcelando e aumenta ainda mais os juros e a
dívida nunca é quitada.
O suposto negócio jurídico não houve qualquer tipo de contrato
fornecido para o Autor, como também, pessoas como o Autor, é vedado pela
LEI Nº 8.742, DE 7 DE DEZEMBRO DE 1993, a concessão de empréstimo
consignado, logo, por interpretação extensiva, o fornecimento de cartão de
crédito, por se tratar também de operação financeira É VEDADO.
Tal vedação para pessoas como o Autor é até noticiário de jornais,
vejamos:
- Recebo o benefício da Loas, posso fazer empréstimo?
https://noticias.r7.com/prisma/o-que-e-que-eu-faco-sophia/recebo-o-beneficio-

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da-loas-posso-fazer-emprestimo-14022019 Acesso em 07 de ago de 2019 às
14h05

- Benefício LOAS pode fazer empréstimo consignado?


https://www.jornalcontabil.com.br/beneficio-loas-pode-fazer-emprestimo-
consignado/ Acesso em 07 de ago de 2019 às 14h26

Vale ainda ressaltar que:


1) Trata-se de uma cobrança de um boleto já pago;
2) O LOAS/BPC não permite empréstimos consignados, com uma
interpretação extensiva, o negócio jurídico de cartão de crédito
também torna-se vedado;
3) O Autor não teve qualquer acesso a contratação;
4) A tarifa de juros são extremamente abusivas, ainda mais quando o
Autor vai efetuar o pagamento de forma parcelada e acaba sendo
prejudicado;
5) Estamos diante da do art. 1º CDC (ordem pública), art. 54 do CDC,
totalmente violado, bem como descumprimento da Resolução 2.025
de 1993 do Conselho Monetário Nacional.

Resta clara, no mínimo a falta de cuidados Rés que tratar negócio


jurídico nessas condições, o que a torna responsável pelos prejuízos causados
o Autor.
Desta feita, não restando outra, senão esta para ver seu direito satisfeita
e a correta medida de justiça aplicada.

DA TUTELA ANTECIPADA
O Autor requer nos termos dos artigos 294, 300, 303 e seguintes do
CPC, sejam ANTECIPADOS OS EFEITOS DA TUTELA PLEITEADA,
determinando a suspensão imediata das cobranças indevidas e futuras até o
julgamento final do litígio, uma vez que preenche os requisitos autorizados de
tal instituto.

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A credibilidade das alegações do Autor é inquestionável, uma vez o
Autor tem dificuldades de pagar as faturas, bem como ao parcelar a fatura todo
mês torna ainda mais prejudicial ao mesmo, tendo em vista o cálculo de novos
juros abusivos e a extensão da “suposta” dívida que pode tornar sem fim,
colocando em risco eminente sua subsistência e de sua família, sustentando
desta forma demonstrada a verossimilhança exigida.
Oportuno que se ressalte não há perigo de irreversibilidade no
deferimento do que ora se pleiteia o que demonstra o cabimento do pedido.

DO DIREITO
Tendo em vista os fatos mencionados, é evidente que o Autor foi
dolosamente ludibriado, tratando-se, pois, de defeito do negócio jurídico.
O Código Civil, em seu artigo 145, traz a possibilidade de anulação em
casos como este:
Art. 145. São os negócios jurídicos anuláveis por dolo, quando este
for a sua causa.

O artigo 171 do mesmo diploma legal, também respalda a demanda da


Autor:
Art. 171. Além dos casos expressamente declarados na lei, é anulável
o negócio jurídico:
I - por incapacidade relativa do agente;
II - por vício resultante de erro, dolo, coação, estado de perigo, lesão
ou fraude contra credores.

O doutrinador Gustavo Cabral informa os requisitos necessários para


invalidar o negócio jurídico por dolo:
(...) não é qualquer conduta dolosa que torna inválido o negócio
jurídico. Há certos requisitos que devem ter sido observados para que
se anule o negócio. Inicialmente, deve haver relação de causalidade
entre a conduta dolosa do agente e a prática do negócio, o que
implica a necessidade de o dolo ser essencial; ainda mais, mesmo
que seja essencial, deve ser grave, pois só as enganações graves
são repelidas legalmente. Por fim, exige-se a unilateralidade do dolo,
já que, conforme situação acima descrita, não seria viável a anulação
de ato praticado dolosamente pelas duas partes, já que o Direito entra
nas relações privadas para regular situações em que uma das partes
esteja em desvantagem visível e injusta, como no dolo. (CABRAL,
2008, p. 1)

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Ora excelência, todos os requisitos são cumpridos, sendo evidente o
dolo, ao enganar o Autor pessoa com problemas de visão e epilepsia, conforme
se comprova por toda documentação acostada aos autos.
Ademais, comprovados os fatos, dever-se-á ser aplicado o artigo 182 do
Código Civil, que nos traz a seguinte redação:
Art. 182. Anulado o negócio jurídico, restituir-se-ão as partes ao
estado em que antes dele se achavam, e, não sendo possível restituí-
las, serão indenizadas com o equivalente.

No presente caso, o retorno ao “status quo ante” é possível, sendo


necessário apenas que, além da anulação do negócio jurídico, seja
determinado pelo juízo a restituição ao Autor dos valores pagos assim
dispostos:

Pagamento de fatura parcelada dez/2018: R$280,00


Pagamento de fatura parcelada fev/2019: R$600,00
Pagamento de fatura parcelada abr/2019: R$600,07
Pagamento de fatura parcelada mai/2019: R$560,00
Pagamento de fatura parcelada jun/2019: R$700,00
Pagamento de fatura parcelada jul/2019: R$550,00

Total de R$3.290,07 dos meses pagos, e em dobro geram o total final


indevido de R$6.580,14.

Ate a presente data o Autor pagou no montante total de R$3.290,07,


em dobro geram o total final indevido de R$6.580,14.

Em caso semelhante eis o posicionamento de nossos tribunais:


PROCESSUAL CIVIL E CONSUMIDOR. AÇÃO DE ANULAÇÃO DE
DÉBITO C/C PEDIDO DE INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS.
CONTRATO DE ABERTURA DE CRÉDITO. COOPERATIVA COM
ATUAÇÃO NO SISTEMA FINANCEIRO NACIONAL. APLICAÇÃO
DAS DISPOSIÇÕES CONSTANTES DO CÓDIGO DE DEFESA DO
CONSUMIDOR. PRECEDENTES DO STJ E DESTA CORTE. NÃO
DEMONSTRAÇÃO, POR PARTE DA COOPERATIVA APELANTE,
DA RENEGOCIAÇÃO DA DÍVIDA ATRIBUÍDA AO RECORRIDO, A
ENSEJAR OS DESCONTOS MENSAIS INDEVIDOS EM SUA

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FOLHA DE PAGAMENTO. RELAÇÃO DE CRÉDITO NÃO
COMPROVADA. ÔNUS DA PROVA CABÍVEL À PRESTADORA DE
SERVIÇOS DE ORDEM FINANCEIRA. INTELIGÊNCIA DO ARTIGO
6, INCISO VIII, DO CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR.
NECESSÁRIA RESTITUIÇÃO ANTE À ABUSIVIDADE DA
COBRANÇA. REPETIÇÃO DO INDÉBITO DE FORMA DOBRADA.
AUSÊNCIA DE RELAÇÃO CONTRATUAL. INCIDÊNCIA DO ARTIGO
42 DO CDC. HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS QUE OBSERVAM O
DISPOSTO NO ARTIGO 21 DO CPC. APELAÇÃO CONHECIDA E
DESPROVIDA. SENTENÇA MANTIDA. CIVIL E PROCESSUAL
CIVIL. AÇÃO DE INDENIZAÇÃO POR PERDAS E DANOS.
APELAÇÃO. INSTITUIÇÃO FINANCEIRA. EMPRÉSTIMO
BANCÁRIO CONSIGNADO. DESCONTOS INDEVIDOS EM
PROVENTOS DE IDOSO APOSENTADO. SENTENÇA QUE
DETERMINOU A DEVOLUÇÃO DOS VALORES DESCONTADOS,
BEM COMO A CONDENAÇÃO DO BANCO APELANTE POR
DANOS MORAIS. IRRESIGNAÇÃO. ALEGAÇÃO NO SENTIDO DE
QUE FOI EFETIVAMENTE FIRMADO O CONTRATO COM O
AUTOR. AUSÊNCIA DE COMPROVAÇÃO NESSE SENTIDO.
APLICAÇÃO DA LEI Nº 8.078/90. CÓDIGO DE DEFESA DO
CONSUMIDOR. RESPONSABILIDADE OBJETIVA DO
FORNECEDOR. PRESTAÇÃO DE SERVIÇO DEFICIENTE.
INVERSÃO DO ÔNUS DA PROVA. RESTITUIÇÃO DEVIDA. DANO
MORAL CONFIGURADO. QUANTUM INDENIZATÓRIO. FIXAÇÃO
EM PATAMAR RAZOÁVEL. MANUTENÇÃO DO DECISUM.
PRECEDENTES JURISPRUDENCIAIS. RECURSO CONHECIDO E
DESPROVIDO. O desconto consignado em pagamento de
aposentado junto ao INSS, levado a efeito por instituição bancária,
sem a autorização daquele, e ausente a devida pactuação contratual
que lhe dê o devido suporte, justifica a fixação da reparação por
danos morais. (TJ-RN - AC: 89880 RN 2011.008988-0, Relator: Des.
Amaury Moura Sobrinho, Data de Julgamento: 08/08/2011,3ª Câmara
Cível, )

Apelação Cível. Ação de rescisão contratual cumulada com


indenização por danos morais – Valores descontados do benefício
previdenciário do autor, relativos a supostos contratos de empréstimo
firmados com o banco réu – Sentença de parcial procedência da
ação, com declaração de ineficácia dos supostos contratos firmados
entre as partes – Apelo do autor, postulando a condenação do banco
réu ao pagamento de indenização por danos morais e à devolução
dos valores descontados indevidamente – Arguição de nulidade do
processo por falta de manifestação do Ministério Público em primeiro
grau – Inocorrência – Irregularidade sanada com a manifestação do
Parquet em segundo grau – Configuração de dano moral indenizável
– "Quantum" indenizatório arbitrado em R$ 20.000,00, observadas a
extensão do dano e a condição econômica do requerido – Dever de
restituição dos valores indevidamente descontados do benefício
previdenciário do autor – Recurso provido para julgar totalmente
procedente a ação. Dá-se provimento ao recurso de apelação.(TJ-SP
- APL: 00240343820118260007 SP 0024034-38.2011.8.26.0007,

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Relator: Christine Santini, Data de Julgamento: 16/02/2016, 1ª
Câmara de Direito Privado, Data de Publicação: 17/02/2016)

Ademais, os Requeridos deverão demonstrar a assinatura do Autor no


contrato de cartão de crédito e também que CUMPRIU as determinações do
artigo 54 do CDC, vejamos abaixo:
Art. 54. Contrato de adesão é aquele cujas cláusulas tenham sido
aprovadas pela autoridade competente ou estabelecidas
unilateralmente pelo fornecedor de produtos ou serviços, sem que o
consumidor possa discutir ou modificar substancialmente seu
conteúdo. 
§ 1° A inserção de cláusula no formulário não desfigura a natureza de
adesão do contrato.
§ 2° Nos contratos de adesão admite-se cláusula resolutória, desde
que a alternativa, cabendo a escolha ao consumidor, ressalvando-se
o disposto no § 2° do artigo anterior.
 § 3° Os contratos de adesão escritos serão redigidos em termos
claros e com caracteres ostensivos e legíveis, de modo a facilitar sua
compreensão pelo consumidor.
§ 3o  Os contratos de adesão escritos serão redigidos em termos
claros e com caracteres ostensivos e legíveis, cujo tamanho da
fonte não será inferior ao corpo doze, de modo a facilitar sua
compreensão pelo consumidor.            (Redação dada pela nº
11.785, de 2008)
§ 4° As cláusulas que implicarem limitação de direito do
consumidor deverão ser redigidas com destaque, permitindo sua
imediata e fácil compreensão. (Grifos nosso)
§ 5° (Vetado)

Cabe aos Requeridos ainda demonstrarem que CUMPRIU com as


determinações constantes nos artigos 1º a 4º da Resolução 2.025/93 do
Conselho Monetário Nacional para a contratação do cartão de crédito.

Vejamos o que diz a Resolução mencionada:


Art. 1º Para abertura de conta de depósitos é obrigatória a completa
identificação do depositante, mediante preenchimento de ficha-
proposta contendo, no mínimo, as seguintes informações, que
deverão ser mantidas atualizadas pela instituição financeira:
(Redação dada pela Resolução nº 2.747, de 28/6/2000.)
I - qualificação do depositante: a) pessoas físicas: nome completo,
filiação, nacionalidade, data e local do nascimento, sexo, estado civil,
nome do cônjuge, se casado, profissão, documento de identificação
(tipo, número, data de emissão e órgão expedidor) e número de
inscrição no Cadastro de Pessoas Físicas - CPF; (Redação dada pela
Resolução nº 2.747, de 28/6/2000.)
b) pessoas jurídicas: razão social, atividade principal, forma e data de
constituição, documentos, contendo as informações referidas na
alínea anterior, que qualifiquem e autorizem os representantes,

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mandatários ou prepostos a movimentar a conta, número de inscrição
no Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica – CNPJ e atos constitutivos,
devidamente registrados, na forma da lei, na autoridade competente;
(Redação dada pela Resolução nº 2.747, de 28/6/2000.)
II - endereços residencial e comercial completos; (Redação dada
pela Resolução nº 2.747, de 28/6/2000.)
III - número do telefone e código DDD;
IV - fontes de referência consultadas;
V - data da abertura da conta e respectivo número;
VI - assinatura do depositante. (Grifos nosso)
Parágrafo 1º Se a conta de depósitos for titulada por menor ou por
pessoa incapaz, além de sua qualificação, também deverá ser
identificado o responsável que o assistir ou o representar. Resolução
n° 2.025, de 24 de novembro de 1993 2 Parágrafo 2º Nos casos de
isenção de CPF e de CNPJ previstos na legislação em vigor, deverá
esse fato ser registrado no campo da ficha-proposta destinado a
essas informações. (Redação dada pela Resolução nº 2.747, de
28/6/2000.)
Art. 2º A ficha-proposta relativa a conta de depósitos à vista deverá
conter, ainda, cláusulas tratando, entre outros, dos seguintes
assuntos:
I - saldo exigido para manutenção da conta; (Redação dada pela
Resolução nº 2.747, de 28/6/2000.)
II - condições estipuladas para fornecimento de talonário de cheques;
III - (Revogado pela Resolução nº 2.303, de 25/7/1996.)
IV - obrigatoriedade de comunicação, devidamente formalizada pelo
depositante, sobre qualquer alteração nos dados cadastrais e nos
documentos referidos no art. 1º desta Resolução; (Redação dada
pela Resolução nº 2.747, de 28/6/2000.)
V - inclusão do nome do depositante no Cadastro de Emitentes de
Cheques sem Fundos (CCF), nos termos da regulamentação em
vigor, no caso de emissão de cheques sem fundos, com a devolução
dos cheques em poder do depositante à instituição financeira;
(Redação dada pela Resolução nº 2.747, de 28/6/2000.)
VI - informação de que os cheques liquidados, uma vez
microfilmados, poderão ser destruídos; (Redação dada pela
Resolução nº 2.747, de 28/6/2000.)
VII - procedimentos a serem observados com vistas ao encerramento
da conta de depósitos, respeitado o disposto no art. 12 desta
Resolução. (Incluído pela Resolução nº 2.747, de 28/6/2000.)
Parágrafo único. (Revogado pela Resolução nº 2.303, de 25/7/1996.)
Art. 3º As informações constantes da ficha-proposta, bem como os
elementos de identificação e localização do proponente, devem ser
conferidos à vista de documentação competente, observada a
responsabilidade da instituição pela verificação acerca da exatidão
das informações prestadas. (Redação dada pela Resolução nº 2.953,
de 25/4/2002.)
Parágrafo 1º A execução dos procedimentos de que trata este artigo
pode ser atribuída a correspondentes contratados nos termos da
Resolução 2.707, de 30 de março de 2000, e regulamentação
posterior, não desonerando o gerente responsável pela abertura da
conta de depósito e o diretor designado nos termos do art. 15 desta
resolução da responsabilidade pelo cumprimento das disposições
previstas na legislação e na regulamentação em vigor. (Redação
dada pela Resolução nº 2.953, de 25/4/2002.) Parágrafo 2º A
instituição deve adequar seus sistemas de controles internos voltados
para as atividades de abertura e acompanhamento de contas de
depósitos, implantados nos termos da Resolução 2.554, de 24 de
setembro de 1998, com vistas a prever o monitoramento das

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atribuições conferidas na forma do parágrafo 1º, bem como adotar
políticas e Resolução n° 2.025, de 24 de novembro de 1993 3
procedimentos, incluindo regras rígidas do tipo "conheça seu cliente",
que previnam a utilização das respectivas instituições,
intencionalmente ou não, para fins de práticas ilícitas ou fraudulentas.
(Redação dada pela Resolução nº 2.953, de 25/4/2002.)
Parágrafo 3º A prerrogativa de atribuir a execução dos procedimentos
pertinentes à abertura de contas de depósitos a correspondentes, na
forma prevista no parágrafo 1º, dependerá da prévia adequação dos
sistemas de controles internos referida no parágrafo 2º. (Incluído pela
Resolução nº 2.953, de 25/4/2002.)
Parágrafo 4º A instituição deve manter arquivadas, junto à ficha-
proposta de abertura da conta de depósitos, cópias legíveis e em
bom estado da documentação referida neste artigo. (Incluído
pela Resolução nº 2.953, de 25/4/2002.) (Grifos nosso)
Art. 4º As fichas-proposta, bem como as cópias da documentação
referida no artigo anterior, poderão ser microfilmadas, decorrido o
prazo mínimo de 5 (cinco) anos, observada a regulamentação
vigente.

Também deverão demonstrar o envio da entrega do cartão mediante a


apresentação de AR mão própria, expedido pelos Correios, com identificação
do recebedor do cartão, e, se ainda fosse contrato através de chamada
telefônica, deverá também, apresentar gravação da voz do Autor, requerendo o
desbloqueio do cartão.
Assim, podemos perceber que os Requeridos não cumpriram as
determinações mencionadas, portanto pelos motivos supramencionados,
melhor atitude não há, senão a procedência do pedido formulado, com a
respectiva DECLARAÇÃO DE NULIDADE do suposto negócio jurídico
realizado entre a Requerente e os Requeridos.

Dos Danos Morais


O Autor, por tratar-se de pessoa idônea, cumpridora de suas obrigações
e deveres se viu humilhada e desrespeitada pelo ilícito praticado pelas Rés.
A Constituição Federal de 1988 reconhece o cabimento do dano moral
em seu art. 5°, incisos V e X, nos respectivos termos:
(...)“V - É assegurado o direito de resposta, proporcional ao agravo,
além da indenização por dano material, moral ou à imagem”.
(...)“X - São invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a
imagem das pessoas, assegurado o direito à indenização pelo dano
material ou moral decorrente de sua violação.” (...)

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No que se refere ao quantum referente à indenização ressaltasse o grau
da lesão e a capacidade financeira do ofensor, devendo esta cumprir também
sua função punitiva evitando a reincidência dos fatos ocorridos.

Diante dos requisitos da obrigação de indenizar presentes no caso em


tela, diga-se, o ato ilícito da reclamada, o dano moral experimentado pela
autora e o nexo de causalidade entre a conduta e o dano, e com fundamento
no artigo 5º, inciso V e X, da CF/88, deverá os Réus serem condenados a
repararem o dano moral causado, em montante de R$ 5.000,00.

DOS PEDIDOS
Por todo o exposto, reclama:

I - Requer o Benefício da Assistência Judiciária Gratuita, por não ter


condições de arcar com as despesas do processo;

II - A notificação das Rés para comparecimento a audiência, e querendo


contestar os termos da presente, sob pena de revelia e confissão, até o final,
quando deverá ser JULGADA PROCEDENTE a presente com a condenação
ao pagamento do principal, acrescido de juros, correção monetária, custas e
demais cominações legais;

III - O deferimento de LIMINAR em tutela antecipada para o fim de


determinar as instituição Rés que suspendam, até julgamento final da lide a
emissão de novos boletos, até sentença neste processo;

IV - A procedência do pedido de anulação do “suposto” contrato


celebrado entre as partes, com retorno ao “status quo ante” mediante
restituição do valor pago pela Autora em dobro de R$6.580,14;

VII - Indenização pelos danos morais causados, em montante de R$


5.000,00.

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VIII - Que se conceda a inversão do ônus da prova, de acordo com o
artigo 6º, inciso VIII do CDC;

IX - Pagamento dos honorários de sucumbência.

DAS PROVAS
Protesta e requer provar o alegado por todos os meios de provas
admitidos em direito, juntada de novos documentos, depoimentos pessoais e
inquirição de testemunhas (oportunamente arroladas), tudo desde já requerido.

DA GRATUIDADE DA JUSTIÇA
A Autor não possui condições de arcar com as custas processuais sem
prejuízo de sua subsistência e de sua família, assim requerendo lhe seja
deferido o Benefício da Gratuidade da Justiça, declarando para os devidos fins
ser pobre, não tendo como arcar com o pagamento de custas processuais e
demais despesas.

DO VALOR DA CAUSA
Para fins de alçada dá-se a presente o valor de R$11.580,14.

Nestes termos;
Pede deferimento.

Betim, 07 de agosto de 2019.

Fernando de Paula Cortezzi Filho


OAB/MG 146.829

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