Você está na página 1de 6

MM.

JUÍZO DA 1ª UNIDADE JURISDICIONAL – JESP – 1ª JD DA COMARCA


DE CONTAGEM/MG

AUTOS NÚMERO: 5055498-47.2022.8.13.0079

AUTORA: JOÃO BARBOSA DE AQUINA

RÉUS: BANCO PAN S.A

JOÃO BARBOSA DE AQUINA, já qualificado nos autos em epígrafe, através

de seus advogados in fine assinados, vem, respeitosamente, perante V.


Exa., apresentar IMPUGNAÇÃO À CONTESTAÇÃO apresentada pelos
réus, pelos fundamentos a seguir expostos:

I- SÍNTESE DA CONSTESTAÇÃO

Primeiramente, cabe destacar que a contestação apresentada pelo


Réu nada mais é que uma tentativa de burlar a realidade dos fatos,
conforme será demonstrado a seguir.

Em sede preliminar, o Réu alega que a controvérsia depende de


verificação de provas complexas, assim, o feito deve ser extinto sem
resolução do mérito, sendo o Juizado Especial incompetente para julgar
o processo.

No mérito, aduz que todas as informações do contrato foram


transmitidas ao contratante no momento da celebração do negócio.

Que ao aceitar todas as condições da contratação, ao seguir o passo-


a-passo orientado pelo Banco, foram disponibilizadas todas as
condições do contrato e a via do instrumento foi enviada ao cliente em
Rua França, 153 - Glória - Contagem/MG - CEP 32.340-020
(31) 3565-5449 / 98664-9646 | contato@gmotaiadvocacia.com.br
www.gmotaiadvocacia.com.br
seu celular, contendo todas os detalhes da contratação, inclusive o
número de parcelas, valores e prazo.

Que o Autor assinou o contrato por meio de Assinatura Digital –


Biometria Facial (selfie).

Que por não haver defeitos na prestação do serviço, a ação deve ser
julgada inteiramente improcedente, não havendo o que se falar em
indenização.

II – PRELIMINARMENTE

a) DA COMPETÊNCIA DO JUIZADO ESPECIAL

Em que pese a alegação trazida pela Ré, de que o feito é complexo


para ser julgado nesse Juízo, razão não lhe assiste.

Isso porque, o caso se encaixa perfeitamente no que dispõe o artigo 3º,


da Lei 9.099/95 e, além disso, não se molda ao que dispõe o §2º do
mesmo artigo.

Quanto às provas que o Réu deseja produzir, de plano é possível


observar que, o único fundamento utilizado pelo Requerido, para
justificar a assinatura do contrato, é uma suposta “foto” do Autor, que
será debatida em momento oportuno, pois este sequer sabe o que é
uma “selfie”, inclusive, por ser pessoa idosa.

Outrossim, as provas documentais poderão ser amplamente analisadas


por V. Exa., sem maiores complexidades.

Rua França, 153 - Glória - Contagem/MG - CEP 32.340-020


(31) 3565-5449 / 98664-9646 | contato@gmotaiadvocacia.com.br
www.gmotaiadvocacia.com.br
Pelo o exposto, pleiteia pelo indeferimento da preliminar suscitada pelo
Réu.

III - DO MÉRITO

a) DA NÃO CONTRATAÇÃO DO EMPRÉSTIMO PELO AUTOR

Conforme se verifica na peça de contestação, o Réu utiliza de má-fé


para tentar ludibriar este juízo, de modo que pareça que o Autor
realmente contratou o empréstimo consignado objeto da lide, ainda
que NUNCA TENHA CONTRATADO.

Ora, os documentos juntados pelo Réu somente reforçam a tese do


Autor, de que FOI ENGANADO, pois o atendente lhe informou se tratar
de “prova de vida” para coletar seus dados pessoais, quando na
verdade realizou empréstimo consignado em seu nome, sem qualquer
autorização.

O mais absurdo, validação através de SELFIE, sem constar qualquer


assinatura da parte Autora, restando claro se tratar de uma pessoa
idosa, com baixa instrução virtual, que mal sabe manusear um aparelho
eletrônico!!

Rua França, 153 - Glória - Contagem/MG - CEP 32.340-020


(31) 3565-5449 / 98664-9646 | contato@gmotaiadvocacia.com.br
www.gmotaiadvocacia.com.br
Não faria qualquer sentido o Autor solicitar um empréstimo e depois
devolvê-lo, o que demonstra, mais uma vez, ter sido enganado em
razão de ser pessoa idosa e baixa instrução.

Além disso, informa que NUNCA foi disponibilizado qualquer contrato,


sequer proposta de adesão do referido empréstimo, não tendo o Autor
conhecimento dos documentos anexados na defesa.

O Autor sequer é cliente do Banco Réu!!

Pois bem Exa., o Autor ressalta a tese da exordial, de que o Réu lhe
contatou para confirmar seus dados pessoais, alegando ser tratar da
prova de vida junto ao INSS e tais informações foram utilizadas para
contratação do referido empréstimo, SEM SUA AUTORIZAÇÃO, o que
fere veemente o princípio constitucional da inviolabilidade do sigilo de
dados, que é um direito fundamental do Requerente.

A má-fé da Instituição Financeira é notória, haja vista que o Autor é


pessoa idosa, humilde, de baixa escolaridade e de baixa renda, não
possuindo conhecimento técnico para a contratação do empréstimo,
ainda mais por SELFIE.

Quanto ao pedido contraposto formulado pelo Réu, verifica-se que não


é o caso dos autos, aliás, o valor já foi devolvido em juízo quando da
distribuição da ação.

Por todo o exposto, reitera o pleito formulado em sede inicial, para que
seja declarado nulo o contrato de empréstimo consignado nunca
contratado pelo Autor, bem como para que haja a restituição em dobro
dos valores já debitados de sua aposentadoria.
Rua França, 153 - Glória - Contagem/MG - CEP 32.340-020
(31) 3565-5449 / 98664-9646 | contato@gmotaiadvocacia.com.br
www.gmotaiadvocacia.com.br
b) DA EXISTÊNCIA DE DANOS MORAIS

Por todo explanado acima, bem como pela própria contestação


apresentada pelo Réu, resta demonstrado o nexo causal entre o ato
ilícito e o dano suportado pelo Autor, pessoa idosa, humilde e
hipossuficiente técnico.

Assim, resta cabalmente comprovado nos autos os requisitos da


responsabilidade objetiva no presente feito, considerando que o dano
sofrido pelo Autor decorreu do ato ilícito causado pelo Réu,
respondendo estes últimos, independente de culpa, nos termos do
artigo 14, do CDC.

Portanto, reitera o pedido de dano moral já elencado em sede inicial.

IV – DOS PEDIDOS

Por todo o exposto, Requer:

a) Seja rejeitada a frágil argumentação apresentada pelo Réu em


sede de Contestação, reiterando sejam os pedidos formulados na
inicial julgados totalmente procedentes, haja vista ter restado
demonstrada a fraude perpetrada e falha na prestação de
serviços.

b) Por fim, impugna TODA MATÉRIA DEFENSIVA, especialmente por


não provar a contratação, pelo contrário, ficou demonstrada a
falha na prestação de serviço, bem como impugna os
documentos anexadas com a contestação, especialmente o
suposto contrato, pois sequer há assinatura do Autor.
Rua França, 153 - Glória - Contagem/MG - CEP 32.340-020
(31) 3565-5449 / 98664-9646 | contato@gmotaiadvocacia.com.br
www.gmotaiadvocacia.com.br
Termos em que,
Pede e espera deferimento.

Contagem, 07 de março de 2023.

Guilherme Katsuhiko Motai


OAB/MG 153.806

Karoline Mota Passos


OAB/MG 205.582

Rua França, 153 - Glória - Contagem/MG - CEP 32.340-020


(31) 3565-5449 / 98664-9646 | contato@gmotaiadvocacia.com.br
www.gmotaiadvocacia.com.br

Você também pode gostar