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EXCELENTÍSSIMO SENHOR, DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA VARA 13ª VARA CÍVEL DA

COMARCA DE BELO HORIZONTE – MINAS GERAIS.

Autos: 5015670-49.2021.8.13.0024.

JORGE HANNAS SALIM JUNIOR e ELEIÇÃO 2020 JORGE


HANNAS SALIM JUNIOR VEREADOR, devidamente qualificados nos autos em epígrafe,
vêm, respeitosamente, perante Vossa Excelência, por seus procuradores in fine
subscritos1, nos autos do AÇÃO DE COBRANÇA ajuizada por A EDITORA EIRELI - ME,
interpor APELAÇÃO com fundamento no artigo 1.009 e seguintes do Código de
Processo Civil, pelos fatos e fundamentos a seguir apontados.

Requer, desde já, o seu recebimento, com a imediata intimação


do Recorrido para, querendo, oferecer as contrarrazões e, ato contínuo, sejam os
autos, com as razões anexas, remetidas ao Egrégio Tribunal de Justiça de Minas Gerais,
para os fins aqui aduzidos.

Nesses termos,
Pede deferimento.
Belo Horizonte, 18 de agosto de 2022.

Aéliton Matos Caroline A de Freitas Maciel Pereira


OAB/MG 176.397 OAB/MG 183.202

Ariel Ferreira de Lacerda


OAB/MG 197.799

1
ANEXO 01. SUBSTABELECIMENTO.

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RAZÕES RECURSAIS

AUTOS ORIGINAIS: 5015670-49.2021.8.13.0024.


RECORRENTE: JORGE HANNAS SALIM JUNIOR e ELEIÇÃO 2020 JORGE HANNAS SALIM
JUNIOR VEREADOR.
RECORRIDO: A EDITORA EIRELI - ME.

Egrégio Tribunal,
Colenda Câmara,
Eminentes Desembargadores.

I. TEMPESTIVIDADE E PREPARO.

01. Nos termos dos artigos 219 e 1.003, do Código de Processo


Civil, o prazo para interposição de recurso é de 15 (quinze) dias úteis 2, contados da
data da intimação da decisão, excluindo-se o dia do começo e incluindo-se o dia do
vencimento, conforme previsão do art. 224 do CPC3.

02. Desse modo, considerando que a intimação da sentença


ocorreu em 18/07/2023 e que: i) O dia 15/08/2022 foi considerado feriado; ii) No dia
14/08/2022 não houve expediente forense em razão da Portaria Conjunta n.º
1.434/PR/2023, o prazo fatal para interposição de recurso se dará em 22/08/2023 4.
Registre-se:

2
Art. 1.003. O prazo para interposição de recurso conta-se da data em que os advogados, a sociedade
de advogados, a Advocacia Pública, a Defensoria Pública ou o Ministério Público são intimados da
decisão.
3
Art. 224. Salvo disposição em contrário, os prazos serão contados excluindo o dia do começo e
incluindo o dia do vencimento.
4
Portaria Conjunta n.º 1.434/PR/2023.
RESOLUÇÃO Nº 458/2004.
Art. 219. Na contagem de prazo em dias, estabelecido por lei ou pelo juiz, computar-se-ão somente os
dias úteis.
Art. 1.007. No ato de interposição do recurso, o recorrente comprovará, quando exigido pela legislação
pertinente, o respectivo preparo, inclusive porte de remessa e de retorno, sob pena de deserção.

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03. Entende-se assim, por ser o presente recurso tempestivo, sua
acolhida é a medida que se espera.

04. Por conseguinte, é necessário destacar que, nos termos do art.


1007 do Código de Processo Civil, o Recorrente, no ato de interposição do recurso,
deverá comprovar o respectivo preparo, sob pena de deserção.

05. Diante do exposto, uma vez comprovada a tempestividade do


presente recurso, segue anexa a guia e comprovante de pagamento do preparo
recursal.

II. SÍNTESE DA DEMANDA E DA SENTENÇA RECORRIDA.

06. Em suma, trata-se de Ação de Cobrança em que a Recorrida


alega que prestou serviços gráficos aos Recorrentes nas Eleições de 2020 e que estes,

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supostamente, teriam realizado o pagamento de apenas parte do débito, subsistindo a
seu ver um saldo devedor no valor de R$ 18.445,71 (dezoito mil, quatrocentos e
quarenta e cinco reais e setenta e um centavos).

07. A fim de tentar corroborar suas alegações, a Recorrida juntou


aos autos prints screens de tela do WhatsApp, mostrando uma suposta negociação
realizada com um terceiro que não possuía poderes para atuar em nome dos
Recorrentes, bem como hipotéticos recibos assinados pelo motorista de um veículo de
carga da campanha.

08. Intimados, os Recorrentes apresentaram defesa (ID.


4617853044) e, de forma fundamentada, negaram veementemente qualquer valor
“em aberto” com a Recorrida. Ademais, comprovaram que todos os serviços
contratados haviam sido quitados integralmente.

09. Ato contínuo, foram ouvidas testemunhas em audiência de


conciliação, bem como foi colhido o depoimento pessoal do primeiro Recorrente, os
quais ratificaram todo o alegado em sede de contestação.

10. Ocorre que, na contramão do que se esperava, ao proferir a


sentença ora combatida, o Juízo a quo aduziu que razão assistia ao pleito autoral. Veja-
se:

Pelo exposto, julgo procedente o pedido inicial para condenar o réu a


pagar ao autor a quantia de R$ 18.445,71, acrescida de juros
moratórios e correção monetária, pelos índices da Corregedoria
Geral de Justiça, ambos a partir da propositura da ação (data da
última atualização do crédito), considerando que ”o inadimplemento
da obrigação, positiva e líquida, no seu termo, constitui de pleno
direito em mora o devedor” (art. 397 do Código Civil) e o credor
tenha atualizado a dívida até o momento do ajuizamento da
demanda.

Condeno os réus ao pagamento das custas do processo e honorários


de sucumbência, que fixo em 10% sobre o valor da condenação, nos
termos do artigo 85, § 2º do Novo Código de Processo Civil.

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11. Inesperadamente, data venia, condenou, ainda, o segundo
Recorrente ao pagamento de multa no percentual de 1% (um porcento) fixado sobre o
valor da causa, uma vez que, diante da ausência à audiência de conciliação, entendeu
o D. Magistrado pela existência de ato atentatório à dignidade da justiça.

12. Traz-se à tela esquema a quaestio que permeia o presente


feito:

AÇÃO DE COBRANÇA

ARGUMENTOS DA
REALIDADE
RECORRIDA

Ausência de provas,
Débitos excedentes de tendo em vista que o
R$ 18.150,00 por serviços recorrido não logrou
gráficos de campanha comprovar o fato
solicitados por terceiros. constitutivo de seus
direitos.

Alegação de confiança e Ausência de nexo de


segurança Jurídica na causalidade, devido a não
realização de autorização do serviço
contratações por excedente pelos
terceiro. recorrentes.

Teoria dos atos próprios Falta de organização e


e boa fé objetiva e controle das ordens de
vedação do serviço e notas fiscais,
comportamento bem como ausência de
contraditório. autorização para terceiro.

13. Diante das especificidades da demanda, a respeitável sentença


exarada pelo MM. Juiz a quo merece reforma, uma vez que, conforme será
detalhadamente exposto a seguir, o entendimento nela assentado não condiz com a
realidade dos fatos.

III. RAZÕES PARA REFORMA DA SENTENÇA.

III. 1 - NEGOCIAÇÕES POR WHATSAPP.


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14. Pelo Juízo primevo foi proferida sentença com o entendimento
de que os serviços foram prestados, baseando-se nas supostas negociações realizadas
por aplicativo de mensagens instantâneas (WhatsApp). Observe-se:

Na forma relatada, como primeira matéria de defesa, os réus


defendem que o pagamento pelos serviços não poderiam ser
exigidos por inexistência de nexo causal, uma vez que não teriam
sido contratados pelo candidato ou por sua campanha.
A despeito da relevante tese apresentada, razão não lhes assiste.
Quanto aos fatos, têm-se inicialmente as conversas de aplicativos de
mensagens instantâneas (WhatsApp), de ID 2270431407 e ID
2270431408, as quais demonstram as negociações havidas entre a
parte autora e Emílio, preposto do réu.

15. Assim, depreende-se que as conversas realizadas por


WhatsApp foram cruciais para o julgamento do feito. Nesse sentido, a jurisprudência
do Tribunal de Justiça de Minas Gerais preceitua o seguinte:

APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO DE COBRANÇA. DÍVIDA EXISTENTE.


COMPROVAÇÃO. CONVERSAS DE WhatsApp TRANSCRITA EM ATA
NOTARIAL. PROVA LÍCITA. PAGAMENTO NÃO DEMONSTRADO.
Meio de Prova
PROCEDÊNCIA DA AÇÃO. SENTENÇA MANTIDA. I - O art. 369 do CPC
aponta que "as partes têm o direito de empregar todos os meios
Whatsapp.
legais, bem como os moralmente legítimos, ainda que não
especificados neste Código, para provar a verdade dos fatos em que
se funda o pedido ou a defesa e influir eficazmente na convicção do
juiz". II - Dessa forma, conversas de WhatsApp acostadas aos autos
Data do por um dos destinatários não podem ser consideradas provas
Julgamento: ilícitas, mormente quando transcritas em ata notarial, não havendo,
07/06/2023. portanto, demonstração de terem sido adulteradas III - Tendo sido a
obrigação contraída e não adimplida o provimento do pedido
deduzido na petição inicial da ação de cobrança é medida de rigor. II -
Recurso conhecido e não provido.  (TJMG - Apelação Cível
1.0000.21.255842-3/002, Relator(a): Des.(a) Vicente de Oliveira Silva,
20ª CÂMARA CÍVEL, julgamento em 07/06/2023, publicação da
súmula em 12/06/2023). (Grifa-se)

APELAÇÃO CÍVEL - AÇÃO DE DECLARAÇÃO DE EXISTÊNCIA DE


NEGÓCIO JURÍDICO - PRELIMINAR DE SENTENÇA EXTRA PETITA -
REJEIÇÃO - LUCROS CESSANTES - CLÁUSULA PENAL - CUMULAÇÃO
IMPOSSIBILIDADE - HONORÁRIOS - SUCUMBÊNCIA RECÍPROCA - BASE
DE CÁLCULO - VALOR DA CONDENAÇÃO - WHATSAPP WEB -
REGISTRO EM ATA NOTARIAL - MEIO DE PROVA LÍCITO.

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- Reconhecido o negócio jurídico entre as partes, aplicam-se as
condições nele avençadas, sendo descabido falar-se em sentença
extra petita.
- Havendo cláusula penal que prefixe indenização frente ao
descumprimento contratual, impõe-se a sua aplicação, não cabendo
Meio de Prova a cumulação posterior com danos emergentes ou lucros cessantes.
- É lícita a prova constituída por meio de reprodução de mensagens
Whatsapp
de texto de aplicativo de mensagem registrada por ata notarial,
tendo em vista que goza de fé pública em consonância com o artigo
384, parágrafo único do CPC.
- Se as conversas via aplicativo de mensagens, devidamente
Data do registradas em ata notarial, evidenciam que a rescisão contratual se
Julgamento: deu por culpa exclusiva de uma das partes, impõe-se a sua
14/19/2022. condenação às consequências advindas da rescisão contratual.
— Verificado que a fixação dos honorários de sucumbência observou
as diretrizes legais, não há que se falar em alteração. (TJMG -
Apelação Cível 1.0000.22.025316-5/001, Relator(a): Des.(a) Amauri
Pinto Ferreira, 17ª CÂMARA CÍVEL, julgamento em 14/09/2022,
publicação da súmula em 15/09/2022). (Grifa-se)

16. Dessarte, é consolidado o entendimento de que para as


conversas de Whatsapp serem usadas como meio de prova é necessário a realização
de uma ata notarial, a qual é o instrumento hábil dotado de fé pública.

17. Inclusive, mencionado documento é o único que garante que as


conversas não sejam alteradas ou tiradas de contexto.

18. Desta forma, data venia, não poderia ter o Juízo a quo ter
proferido sentença consubstanciando-se em documento que não serve como meio de
prova, razão esta que enseja na reforma do Decisum, a fim de julgarem, portanto,
improcedentes os pedidos inaugurais.

III. 2- TEORIA DA APARÊNCIA.

19. Por mais que tenha sido exaustivamente exposto nos autos que
o Sr. Emilio (terceira pessoa, supostamente responsável pelas solicitações de prestação
de serviço) não era responsável e não possuía autorização para a realização de
transações comerciais, sendo essa função exclusiva do chefe de campanha, Sr. Diego
Mamede, ao proferir a sentença o Douto Juiz entendeu que ao presente caso se aplica

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a teoria da aparência, pois, segundo o magistrado, a parte Recorrida teria sido levada a
erro, vez que inicialmente as transações ocorreram com intermédio do Sr. Emilio.

20. Ocorre, Excelência, que a referida teoria não se aplica ao


presente caso, uma vez que a autora tinha plena consciência que para a confecção de
materiais era necessária a autorização do primeiro recorrente. Prova cabal de tal
alegação reside na troca de mensagens (ID 2270431408) havida entre a parte recorrida
e o próprio Sr. Emilio, conforme print screen abaixo colacionado:

21. Observe-se que o primeiro Recorrente ligou para a gráfica


informando que não tinha conhecimento do pedido e, mesmo assim, a Recorrida
confeccionou os materiais, assumindo assim todo o risco negócio.

22. Ora, como uma empresa autoriza uma compra de material no


montante de R$ 18.445,71 (dezoito mil, quatrocentos e quarenta e cinco reais e
setenta e um centavos) sem exigir qualquer documento que comprovasse que o Sr.
Emilio era preposto do segundo recorrente? E ainda, como executa o serviço se o
próprio cliente afirmou expressamente que não tinha conhecimento da solicitação?

23. Dessa forma, entende-se que não há nexo causal entre a


conduta dos recorrentes e o suposto prejuízo da recorrida, pois mesmo que esta tenha
produzido os materiais gráficos no importe de R$ 18.445,71 (dezoito mil, quatrocentos
e quarenta e cinco reais e setenta e um centavos), não há nos autos qualquer prova de
que os recorrentes tenham autorizado a respectiva produção, ao revés, consoante
documento acima, houve a negativa de autorização!

III. 3- SUPOSTA PRESTAÇÃO DE SERVIÇO.

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24. Conforme exposto nos autos, a confecção do material que está
sendo cobrado não foi autorizada pelos recorrentes e nem entregue.

25. No entanto, ao proferir a sentença com base no depoimento


pessoal da testemunha Sergio Lemes da Silva, ao contrário do que se verifica da
narrativa realizada em AIJ, o Douto Juízo entendeu que os serviços foram prestados,
pois, além de receber os materiais, o Senhor Sergio, na qualidade de motorista os
conferia, supostamente contava-os e os deixava na sede da campanha.

26. Ocorre que, na realidade, ao ser inquirido em audiência, mais


especificamente no minuto 26 da audiência de instrução e julgamento que está
disponível no PJE Mídias, o Sr. Sergio disse que recebia os pacotes com os materiais da
Recorrida e que esta informava a ele a quantidade (link Pje Mídias disponível no ID
9746881920).

27. Portanto, é evidente que não existia uma conferência


minuciosa por este.

28. Ademais, conforme se percebe do depoimento pessoal do Sr.


Sergio Lemes da Silva, este é pessoa humilde, e que por mais bem-intencionado que
fosse, poderia ser facilmente ludibriado quanto a quantidade de materiais que estava
sendo entregue pela Recorrida.

29. Assim, não é razoável afirmar que os supostos materiais,


produzidos sem a autorização, teriam sido entregues aos Recorrentes levando em
consideração apenas tal depoimento, pois, conforme denotam as provas produzidas
nos autos, pode-se, inclusive, entender que os materiais talvez nem tenham sido
fabricados.

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30. Logo, mesmo que as assinaturas nas notas ficais sejam do Sr.
Sergio, isso não comprova que o serviço tenha sido prestado, pois como restou
demonstrado acima não havia uma conferência minuciosa dos materiais por ele.

III. 4 - MULTA POR AUSÊNCIA NA AUDIÊNCIA DE CONCILIAÇÃO.

31. Nos mesmos moldes que permeiam o mérito, a condenação


por ato atentatório à dignidade da justiça também não deve prosperar. O recorrente
não compareceu à audiência de conciliação pois não foi devidamente intimado.

32. Ao analisar o Aviso de Recebimento juntado nos autos


(ID4121218007), percebe-se que foi enviado ao endereço Rua Patagônia, n.º 1023,
apto 703, bloco 02, Sion, Belo Horizonte/MG.

32. Contudo, esse não era o endereço da sede da campanha do


segundo Recorrente, fato este comprovado inclusive pela testemunha Sergio Lemes da
Silva, que confirmou em seu depoimento que a sede de campanha era na Av. Francisco
Deslandes, sendo tal trecho ratificado na sentença combatida, veja-se:

A testemunha Sérgio Lemes da Silva confirmou que, na condição de


motorista, buscava os materiais gráficos, conferia-os, contando-os, e
após os deixava na sede da campanha, segundo ele, “na rua onde fica
a Polícia Federal”, que, como é de conhecimento geral, situava-se à
Avenida Francisco Deslandes, local onde os próprios réus, reiteradas
vezes, afirmaram ser o comitê.

33. Somando-se a isso, ao prestar o depoimento pessoal e ser


ouvido pelo advogado da parte autora, na audiência de instrução e julgamento, no
minuto 18 (audiência disponível no Pje Mídias), o Recorrente confirma que seu
endereço de campanha era na Rua Francisco Deslandes, n.º 780 e não na Rua
Patagonia (link Pje Mídias disponível no ID 9746881920).

34. Logo, não há que se falar que o Recorrente não compareceu


injustificadamente à audiência de conciliação, pois foi justificado na audiência de

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instrução que o endereço para o qual foi enviada a citação não era o endereço da sede
de campanha, não tendo este recebido a citação.

35. Vale destacar, ainda, que não há má-fé na conduta dos


Recorrentes. A prova cabal de que não compareceu à audiência de conciliação por não
ter recebido a citação, está no fato de terem respondido todos os demais prazos
processuais a tempo e a hora, contribuindo para o deslinde do feito com a maior
brevidade possível.

IV. PEDIDOS.

36. Diante o exposto, REQUER a esta Colenda Turma Julgadora


que seja a apelação recebida nos termos do art. 1.012 do CPC, conhecida e provida, a
fim de que seja reformada a retro sentença proferida pelo MM. Juízo “a quo”, no
sentido de:

a) ser julgada totalmente improcedente a Ação de Cobrança


oposta pela Recorrida, condenando-o a arcar integralmente com o ônus da
sucumbência;
b) que seja acatada a tese deste recurso, notadamente quanto
o afastamento da multa do art. 334, §8º do CPC, pois conforme restou demonstrado
o recorrente não compareceu à audiência de conciliação, pois a citação foi enviada
para endereço diverso ao da sede de campanha, bem como não houve má-fé.

Nesses termos,
Pede provimento.
Belo Horizonte, 18 de agosto de 2023.

Aéliton Matos Caroline A de Freitas Maciel Pereira


OAB/MG 176.397 OAB/MG 183.202

Ariel Ferreira de Lacerda


OAB/MG 197.799

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NDICE
ÍNDICE

ANEXO 01. SUBSTABELECIMENTO.


ANEXO 02. GUIA E COMPROVANTE DE PAGAMENTO DO PREPARO.
ANEXO 03. PORTARIA CONJUNTA N.º 1.434/PR/2023 e RESOLUÇÃO Nº 458/2004.

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