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FACULDADE FMU - LIBERDADE

Direito

RECURSO CIVIL - PEÇA PROCESSUAL

ATIVIDADE PRATICAS SUPERVISIONADA – APS

SÃO PAULO

2021
FACULDADE FMU - MANHÃ

Direito

RECURSO CIVIL - PEÇA PROCESSUAL

ATIVIDADE PRATICAS SUPERVISIONADA – APS

Atividade pratica Supervisionada –


APS – Caso concreto peça
processual recursal apresentado ao
Curso de Recurso Civil como
requisito de nota e avaliação da
Disciplina correspondente

Professor Leonardo Roberto Urioste

SÃO PAULO

2021
EXCELENTÍSSIMO SENHOR (a) DOUTOR (a) DESEMBARGADOR (a)
FEDERAL PRESIDENTE DO EGRÉGIO TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL
DA 3ª REGIÃO DO ESTADO DE SÃO PAULO

Autos do Processo Nº XXXXXXXXXXXXXX

JOÃO, brasileiro, estado civil XXX, profissão XXX, inscrito no CPF sob
o n.º XXX, residente e domiciliado em XXX,já devidamente qualificada, nos
autos da ação em epígrafe por sua Procuradora intra-assinada, comparece
mediante Vossa Excelência tendo em vista o disposto no Art.105, III, alínea
“a” e “c” da Constituição Federal e Art. 1029 do NCPC para apresentar o
predito:

RECURSO ESPECIAL

Em contrario a decisão deste Egrégio Tribunal de Justiça, requerendo


sua remessa ao Insigne Superior Tribunal de Justiça – STJ, para que seja
recebido, processado e, ao final, julgado, dando-se integral provimento aos
pleitos constantes no mesmo

Termos em que pede deferimento.

São Paulo, xx/xx/xxxx

Advogado
OAB/SP. XXX.XX

RECURSO ESPECIAL Página 1


EGRÉGIO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA

Recorrente: João

Recorrido: Sócio Y, Sócio Z e Ómega Transportes Rodoviários LTDA;

Processo n°:XXXXXXXXXXXXX

Origem: TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO

COLENDA TURMA

EMINENTES MINISTROS

RAZÕES DE RECURSO ESPECIAL

I. DO CABIMENTO DO RECURSO

Disciplina a Carta Maior de nosso ordenamento em seu dispositivo do


Art.105,III, a, da CF/88 preconiza o cabimento do Recurso Especial a frente
de analise do Superior Tribunal de Justiça (STJ) quando a matéria tratada
figura de acórdãos de Tribunais de Justiça que contrariam de forma direta a
Lei Federal.

A hipótese se expressa no caso supracitado, convergindo o cabimento


para o Tribunal Superior.

A) DO PREPARO

De todos os recolhimentos e guias foram juntados aos autos,


comprovemos a exigência necessárias, não cabendo o remessa apontando
peça de discussão em forma eletrónica.

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B) DA TEMPESTIVIDADE

A presente peça se encontra absolutamente tempestiva por decorreria


da data da decisão proferida em juízo a quo ter sua data de publicação em
06/05/2019, por ventura, detendo o recurso o prazo de 15 dias úteis contados
a partir da intimação da decisão, a peça interposta tem um prazo final para
ser oferecida na data de 27/05/2019.

Portanto, diante da interposição ainda em período de prazo, o recurso


é revestido de tempestividade.

II. DOS FATOS E DA DECISÃO EM CONTRARIO Á LEI FEDERAL E D

Matéria se trata de situação de fato do Recorrente, mediante


ajuizamento de uma AÇÃO DE INDENIZAÇÃO POR DANOS MATERIAIS
tendo em vista acidente em transporte da referida Ré, Ómega Transportes
Rodoviários LTDA, por ventura, negligência de um de seus Motoristas estar
em direção sob efeito de álcool.

O Magistrado deu provimento ao pedido de indenização voltados a


quantia de R$5.000,00 (Cinco mil reais) a título de danos matérias e
R$2.500,00 ( Dois Mil e Quinhentos Reais) em título de danos morais, porém,
a Pessoa Jurídica foi desconsiderada caindo a penhora na conta dos
referidos Sócios Y e Sócio Z, que apresentaram Agravo de Instrumento para
reformar a decisão, o Tribunal votou por Unanimidade.

O recorrente apresenta total discordância com a decisão


apresentando a seguinte peça para a reforma da decisão tendo em vista
afrontar leis federais e Códigos.

III. FUNDAMENTOS DE REFORMA DA DECISÃO - RELAÇÃO DE


CONSUMO

Em primeira analise, a relação entre as partes trata-se de uma


prestação de serviço, configurando o Recorrente como o consumidor atingido
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pela conduta da Empresa, tendo em vista ter adquirido o serviço e transporte
para se locomover, desta forma, a Empresa prestando o serviço veio a
ocorrer uma falha de seus transportes que ocasionou a colisão do veiculo,
entende-se que além de errónea a prestação, a conduta veio a expor o
Recorrente a um perigo, tendo facilmente sofrido alguma lesão desta colisão,
o que felizmente, não veio a ocorrer.

Por conseguinte, tendo o Recorrido figurado de forma direta polo de


consumidor, estabelecido em dispositivo do Art. 2, caput do Código de
Defesa do Consumidor:

Art. 2° Consumidor é toda pessoa


física ou jurídica que adquire ou utiliza
produto ou serviço como destinatário final.

Mediante tal, a decisão desconsiderou o vinculo estabelecido entre as


partes firmado pela Confiança do consumidor para a prestação de serviço
que não foi efetuada como o acordado, quebrando os pressupostos de
confiança e direito de receber o que veio a comprar sem perdas ou danos no
serviço, o que o caso do Recorrente denota ainda, que além da falha da
Empresa, a mesma expôs a total falta de fiscalização dos Funcionários e
previamente, expondo seus consumidores a possíveis perigos, segue
doutrina:
“A péssima qualidade dos serviços
prestados justifica a proliferação de
demandas e os crescentes pedidos de
indenização dos danos morais. O descaso
reiterado de certas empresas com os
consumidores extravasa a linha do mero
aborrecimento, desencadeando muitas
vezes o dever de indenizar os danos
extrapatrimoniais configurados”, op. cit., p.
60.

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De tal, não há o que se falar em deferimento em tamanho
descabimento frente a negligência e aos próprios direitos do Consumidor,
que de toda a legislação entende-se ser a parte mais vulnerável da relação
mediante a Pessoa Jurídica que oferece o serviço ou produto e que venha o
consumidor prestar disposição para utilização, de óbvio, não esperando
quaisquer condutas adversas que venham a lhe prejudicar, tendo em vista
que ninguém contrata um serviço esperando que este seja mal cumprido. A
decisão proferido pelo Tribunal de Justiça entrou em adverso em frente aos
direitos consolidados do Consumidor, dentre estes o Art.6, VI do Código do
Consumidor:

  Art. 6º São direitos básicos do consumidor:

VI - a efetiva prevenção e reparação


de danos patrimoniais e morais, individuais,
coletivos e difusos;

E como citado anteriormente, o referido Tribunal se absteve de


analisar a conduta de negligencia da Empresa ao fiscalizar de modo
adequado seus Funcionários, é inadmissível que a vida de um Consumidor
esteja exposta a um acidente por um Funcionário alcoolizado, tendo em vista,
fazer parte da figura de toda Empresa garantir a segurança de seus
consumidores, de tal forma questionamos, se em tamanha desconsideração
a um caso concreto de fiscalização não realizada, qual a brecha que
posteriormente há de abrir para a conduta de tolerância com tamanha
negligencia da Empresa ? Os Direitos de consumidor sequer foram discutidos
pois se de fato tivessem, tendo entendimentos pacíficos de estabelecer o
Consumidor o que lhe devido a um serviço que não lhe foi entregue como o
investido, tal decisão de forma alguma optaria pelo deferimento, além de
violar os direitos do Consumidor, deixa de exigir conduta de responsabilidade
do Fornecedor, violando gravemente o Art. 20, II do Código do Consumidor:

 Art. 20. O fornecedor de serviços responde pelos


vícios de qualidade que os tornem impróprios ao
consumo ou lhes diminuam o valor, assim como por

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aqueles decorrentes da disparidade com as indicações
constantes da oferta ou mensagem publicitária, podendo
o consumidor exigir, alternativamente e à sua escolha:

   II - a restituição imediata da quantia paga,


monetariamente atualizada, sem prejuízo de eventuais
perdas e dano

Pior ainda destacar, que o Tribunal deferiu demanda em


desconformidade de decisões de Órgãos interiores, de tal forma, que não
entra em questão a relação de culpa, não cabe entendimento em acarretar a
devida responsabilidade da Empresa que provado vicio e falha em seus
serviços, o que pior óbvio não foi relevado, a demanda for totalmente
contraria a dispositivos do Consumidor, deixando o Recorrente em situação
de dupla prejudicial de acontecimentos, o que se discorre é a conduta de
indelicadeza mediante os textos expressos e decididos de forma unânime
anteriormente ao ajuizamento da demanda, trata-se de uma decisão contraria
e ainda em desconformidade com o intuito de todo Judiciário, a busca e o
amor a Justiça, está fora de questão discutir a responsabilidade da Pessoa
Jurídica pois cita -se Art. 14, caput do CDC :

Art. 14. O fornecedor de serviços


responde, independentemente da existência
de culpa, pela reparação dos danos
causados aos consumidores...".

Entende-se ainda, Jurisprudência RECENTISSIMA do próprio tribunal


e ainda deste próprio provando a posição de fato incoerente com os
entendimentos gerais a luz dos direitos do Consumidor:

TRANSPORTE DE PESSOAS - Acidente em


coletivo urbano - Reflexo físico e psicológico induvidoso -
Responsabilidade objetiva da transportadora (artigo 37, §
6º da CF, artigo 14 do CDC, e artigo 734 do Código Civil)

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- Ausência de excludentes de responsabilidade - Dever
de indenizar - Dano moral caracterizado - Arbitramento
singular prestigiado – Majoração ou redução, inviável –
Correção monetária do arbitramento (STJ, Súmula 362) -
Juros de mora legais da citação (evento no âmbito do
contrato de transporte) – Inviabilidade de indenização
material do CC, art. 733, § 1º por não cuidar de
transporte cumulativo - Decaimento em maior extensão
da requerida, que arca integralmente com os ônus - Ação
parcialmente procedente - Sentença modificada em parte
- Recurso da requerida desprovido com majoração da
verba honorária recursal (art. 85, §11 do NCPC); e,
parcialmente provido o apelo da autora.(TJSP;  Apelação
Cível 1024177-76.2015.8.26.0554; Relator (a): José
Wagner de Oliveira Melatto Peixoto; Órgão Julgador: 15ª
Câmara de Direito Privado; Foro de Santo André - 1ª
Vara Cível; Data do Julgamento: 19/06/2018; Data de
Registro: 19/06/2018)

RECURSO ESPECIAL. RESPONSABILIDADE


CIVIL. AÇÃO DE INDENIZAÇÃO.MENOR. PESSOA
COM DEFICIÊNCIA. TRANSPORTE COLETIVO.
ACESSO.DIFICULDADE. PREPOSTO DA EMPRESA.
ATITUDE DESRESPEITOSA E INADEQUADA. FALHA
NA PRESTAÇÃO DO SERVIÇO. CONSTRANGIMENTO.
DANO MORAL. VALOR IRRISÓRIO. INEXISTÊNCIA 1.
Recurso especial interposto contra acórdão publicado na
vigência do Código de Processo Civil de 2015
(Enunciados Administrativos nºs 2 e 3/STJ).2. Cinge-se a
controvérsia a discutir o cabimento de indenização por
danos morais na hipótese em que preposto da empresa
de transporte causa constrangimentos para o acesso de
pessoa com deficiência ao coletivo.3. Na hipótese, alterar

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a conclusão da Corte de origem, que entendeu ter ficado
demonstrado o fato narrado na petição inicial,
demandaria o revolvimento de fatos e provas existentes
nos autos, providência inviável em virtude do óbice da
Súmula nº 7/STJ.4. Nos termos do artigo 14 do Código
de Defesa do Consumidor, o defeito no serviço prestado -
situação dos autos - gera a reparação dos danos
causados ao consumidor, independentemente da
existência de culpa.5. Não há como afastar a ocorrência
de dano de natureza moral na hipótese em que o
preposto da empresa agiu no sentido de limitar o acesso
ao coletivo da menor com deficiência e de sua
acompanhante, criando situação constrangedora para o
embarque e o transporte das duas no ônibus. 6. O
Superior Tribunal de Justiça admite a modificação do
montante arbitrado a título de indenização por danos
morais apenas excepcionalmente, nas hipóteses em que
configurada a insignificância ou eventual exorbitância do
valor arbitrado pelas instâncias de ampla cognição,
situação que não se verifica nos autos, pois o valor
arbitrado - R$ 5.000,00 (cinco mil reais) - não é excessivo
diante da situação de extremo desrespeito a que a menor
e sua acompanhante foram submetidas.7. Recurso
especial não provido.(REsp 1838791/CE, Rel. Ministro
RICARDO VILLAS BÔAS CUEVA, TERCEIRA TURMA,
julgado em 08/10/2019, DJe 11/10/2019)

Portanto, a decisão não cabe nada além de reforma por ser adversa a
Lei Federal em contrariedade de diversas decisões dos Tribunais, a decisão
do Juiz de primeiro grau merece ser apreciada tendo em vista seus
fundamentos sabiamente estabelecidos.

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IV. DECISÃO EM CONTRARIEDADE AO ART.28,§5 DA LEI 8.078/90

A decisão de Juiz a quo se mostra equivocada e de carência em


fundamentos perante a mera alegação que não existe provas para a
desconsideração da personalidade Jurídica pelo desvio de finalidade,
diretamente, a fundamentação do Magistrado de forma equivocada aflige
dispositivo em lei que deixa claro em seu texto:

Art. 28. O juiz poderá desconsiderar a personalidade


jurídica da sociedade quando, em detrimento do
consumidor, houver abuso de direito, excesso de poder,
infração da lei, fato ou ato ilícito ou violação dos estatutos
ou contrato social. A desconsideração também será
efetivada quando houver falência, estado de insolvência,
encerramento ou inatividade da pessoa jurídica
provocados por má administração.
§ 5°. Também poderá ser desconsiderada a pessoa
jurídica sempre que sua personalidade for, de alguma
forma, obstáculo ao ressarcimento de prejuízos
causados aos consumidores.

Provemos que de nada se baseia sua afirmação se não em contrario


com Lei Federal e ainda do consumidor, deixando de forma brusca a
responsabilização e injusta colocação de dispositivos essenciais
superveniente para conformidade da decisões monocromáticas.

Já comprovado a relação Consumerista entre as partes, não se fala


em deferimento de desconsideração de pessoa jurídica, cabe o Recorrente
ter o ressarcimento de danos materiais da prestação, não cabe a proferida
decisão ter embalsamento em dispositivo maior que do a Lei federal para
exclui a plena responsabilidade da empresa em tantos textos expressos que
discorrem de forma contraria.

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Portanto, a decisão do Juiz de primeira instância deve ser reapreciada
mantendo a desconsideração da personalidade Jurídica de modo a manter os
ressarcimentos em altura de prosseguimento, objetivando que os Sócios Y e
Sócio Z respondem pela insolvente.

V. DOS PEDIDOS

Ante todo o exposto, requer-se o cabimento do presente Recurso e


todos os argumentos trazidos em virtude dos dispositivos em Lei Federal do
Art. 14, Art.20 ambos do CDC e Art.28, §5 da Lei 8.078/90, a fim de manter,
naa decisão proferida pelo juízo de primeiro grau,dando provimento a
Desconsideração da pessoa Jurídica bem como todos os pontos decididos
pro Juiz de Primeira Instância

Nestes termos, pede deferimento.

São Paulo, xx/xx/xxxx

Advogado
OAB/SP. XXX.XXX

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