1. Ação
A presente ação é uma ação cívil na área de família, com um pedido de expedição do
2. Nome do Autor
5. Pedidos do reclamante
Pediu a Impetrante a concessão de medida liminar, inaudita altera parte, nos termos do art. 7º, III
da Lei nº 12.016/09, para determinar às Autoridades Coatoras, por si ou por seus subordinados,
que se abstenham de exigir, inscrever em dívida ativa, ou executar o suposto crédito tributário
consubstanciado no AI nº 01.000245254.71 (doc. nº 03, cit.), bem como de lhe impor qualquer
restrição direta ou indireta relacionada a este lançamento, tais como: denegação de certidão com
efeitos negativos, inscrição no CADIN Estadual, negativa de regimes especiais que dependem da
prova de regularidade fiscal;
a concessão da ordem, para que se determine às Autoridades Coatoras, em definitivo, que se
abstenham de exigir, inscrever em dívida ativa, ou executar o suposto crédito tributário, e a
extinção do crédito tributário consolidado no PTA nº 01.000245254.71.
Após isso, os documentos ,com fim de comprovar o direito do impetrante, foram anexados.
6. Recurso Especial
7. Manifestação do impetrado
Diante da concessão de liminar ao impetrante manifestou da seguinte forma:
1° - Que não houve autuação relativamente à prestação de serviços de telecomunicações mediante
uso de cartões físicos, mas tão somente de recargas virtuais, bem como as diferenças entre uma e
outra modalidade; 2° - Que a decisão prolatada no Acórdão/Resp. 1.119.517, tratada como caso
análogo pela Impetrante, não serve como paradigma para o presente caso; 3° - Que o sujeito ativo
da obrigação tributária não está sob a égide da Lei Complementar, devendo esta ser interpretada
conforme a Constituição da República e partindo de uma visão sistemática; 4° - Que a Lei
Complementar 87/96 não ampara a Impetrante em sua pretensão, bem como a legislação estadual
que rege a espécie; 5° - Que a Impetrante mudou o seu comportamento a partir do ano de 2013;
6° - Que as multas são devidas, em razão de descumprimento das duas obrigações: principal e
acessória, desprovidas de confiscatoriedade; 7° - Que a decisão liminar deve ser modificada, haja
vista que ausentes os requisitos que ensejaram o seu deferimento.
8. Manifestação da promotoria
Em decisão, deu-se a promotoria : DIANTE DO EXPOSTO, e o mais que dos autos consta,
DENEGO A SEGURANÇA, resolvendo o mérito, nos termos do art. 269, inciso I, do CPC. Sem
condenação em honorários advocatícios, com apoio nas Súmulas 512 do STF e 105 do STJ e art.
25 da Lei 12.016/2009.
9. Apelação
Após essa decisão, sobreveio sentença denegando a segurança, fundamentada, precipuamente,
na diferença existente entre os cartões indutivos para uso em terminais públicos (“orelhões”) e
os créditos virtuais disponibilizados eletronicamente, o que, segundo a decisão, alteraria a regra
de tributação. O recebimento da apelação epigrafada em seu duplo efeito (devolutivo e
suspensivo-ativo), revigorando os efeitos da liminar inicialmente concedida, e, a reforma da
sentença recorrida para que seja concedida a segurança, de modo a determinar às Autoridades
Impetradas, em definitivo, que se abstenham de exigir, inscrever em dívida ativa, ou executar o
suposto crédito tributário consubstanciado no AI nº 01.000245254.71, bem como de lhe impor
qualquer restrição direta ao indireta relacionada a este lançamento, decretando-se, nessa
oportunidade, a extinção do crédito tributário consolidado no PTA nº 01.000245254.71.
Os impetrados, recorreram aos embargos de declaração alegando que “Tais punições, para
cumprirem o seu papel inibitório e pedagógico, hão de ser severas e em valores compatíveis com
o seu propósito, pois de nada adiantaria uma branda penalidade, que não oferecesse ao
contribuinte qualquer receio de vir a atentar contra a legislação tributária. De qualquer forma,
tais penalidades devem estar previstas na legislação da entidade federativa competente para a
instituição do tributo e, somente, por lei, do mesmo ente, pode a respectiva penalidade ser
excluída, na conformidade do que está disposto na Constituição da República (art. 150, §6º) e
Código Tributário Nacional (art. 97, inc. V)”
Esclarece-se que a pretensão da Recorrente de ver reduzida a multa confunde-se com um pleito
de verdadeira ANISTIA, introduzida no CTN como uma das hipóteses de exclusão do crédito
tributário (art. 175, inc. II), cuja redução somente pode ser feita por lei, na conformidade do
previsto nos supracitados dispositivos da CRFB (art. 150, §6º) e CTN (art. 97), não podendo o
Poder Judiciário adentrar a essa seara, pois, do contrário, atentaria contra a Separação dos
Poderes, cláusula pétrea constitucional (art. 60, §4º, inc. III). Por todo o exposto, requerem os
Recorridos que seja negado provimento ao recurso, mantendo-se a denegação da segurança, em
lídimo atendimento ao Direito e à Justiça.
12. Decisão
Tratando-se de mandado de segurança em que foi denegada a segurança, o recurso de apelação
interposto em face de sentença tem, em regra, efeito meramente devolutivo. Todavia, admite-se
o recebimento em ambos os efeitos, em casos excepcionais de flagrante ilegalidade ou
abusividade, ou de dano irreparável ou de difícil reparação
No compulsar dos autos, o perigo está comprovado no fato em verificar que a exigência de
recolhimento do tributo poderá acarretar danos a recorrente, posto que ficará a mesma
impossibilitada em obter a CND, e assim, firmar contratos com o poder público ou
impossibilidade em obter créditos. Na nova sistemática no Novo Código de Processo Civil, a
tutela provisória há de ser concedida quando verificado o perigo de dano, sendo a sua concessão
medida que se impõe. Forte nesses fundamentos, CONCEDO A TUTELA ANTECIPADA
PROVISÓRIA para manter os efeitos da liminar anteriormente deferida pelo Juiz.
Formulado por Oi Móvel S.A. (em recuperação judicial), em sede de recurso especial interposto
contra acórdão deste Tribunal, que negou provimento à apelação, nos autos de mandado de
segurança em que se discute a sujeição passiva do ICMS relativo à prestação de serviços de
comunicação mediante pagamento em ficha, cartão ou assemelhados.
16. Recurso Especial
Trata-se de recurso especial interposto por Oi Móvel S.A., com fundamento no art. 105, III, “a”,
“b” e “c”, da Constituição da República, contra acórdão deste Tribunal que, por maioria de
votos, negou provimento à apelação nos autos de mandado de segurança em que se discute a
sujeição passiva do ICMS relativo à prestação de serviços de comunicação mediante pagamento
em ficha, cartão ou assemelhados.
A ascensão do recurso é viável, pois se reconhece como configurado o dissídio jurisprudencial
suscitado pela recorrente, haja vista que a divergência se encontra devidamente comprovada
porque trazido à colação o julgado proferido no REsp nº 1.119.517/MG, no qual, em caso
semelhante ao dos autos, a controvérsia foi dirimida de forma contrária à da presente demanda,
concluindo-se que o ICMS-comunicação deve ser recolhido no estado onde se localiza a sede da
concessionária de telefonia que fornece fichas, cartões ou assemelhados, sendo irrelevante o
local da efetiva utilização do serviço pré-pago. Admiteu-se o recurso.
17. Agravo Interno
Trata-se de agravo interno apresentado por Oi Móvel S.A. contra decisão desta VicePresidência
que determinou o sobrestamento do seu recurso extraordinário até pronunciamento do Supremo
Tribunal Federal quanto aos Temas nºs 487 (RE nº 640.452/RO) e 816 (RE nº 882.461/MG). Em
suas razões, a agravante suscita a impossibilidade de sobrestamento do recurso em relação aos
temas indicados, que se aplicariam apenas ao pedido sucessivo formulado em suas razões
recursais. Argumenta, em síntese, que as teses a serem fixadas podem não ser úteis à solução da
demanda caso seja acolhido o pedido principal. Sustenta, ainda, que o entendimento
eventualmente firmado em relação àqueles temas não poderá ser aplicado por este Tribunal antes
da apreciação, pelo STF, do pedido principal. Sucessivamente, aduz a inaplicabilidade do Tema
nº 487 à situação dos autos, assegurando que as multas fiscais aplicadas decorreram do não
recolhimento de ICMS ao Estado de Minas Gerais, não se tratando, pois, como no paradigma, de
multas aplicadas quando a infração praticada não gera débito tributário. Pede, ao final, o regular
prosseguimento do recurso extraordinário ou, ao menos, a exclusão da referência ao Tema nº
487.
Ante o exposto, mantém-se a decisão agravada, e, nos termos do artigo 517, § 10, do RITJMG,
nega-se seguimento ao agravo.
18. Acórdão
Em face das razões lançadas no agravo interno, determina-se a intimação do agravado, Estado
de Minas Gerais, para se manifestar sobre o recurso no prazo legal. Intimem-se
21. Acórdão
Arquivou-se o processo por desistência do direito, pela baixa da quitação dos débitos.