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AO JUÍZO DO____ JUIZADO ESPECIAL CÍVEL E DAS RELAÇÕES DE CONSUMO

DA COMARCA DE XXXXX/XX

XXXXXXXXXXXXXXXXXXX, brasileiro, casado, policial militar, RG nº


XX.XXX SDS/PMPE e inscrito no CPF/MF sob o nº XXX.XXX.XXX-XX, residente e
domiciliado na xxxxxxxxxx/XX, CEP: xx.xxx-xxx, por seu advogado infra-
assinada, já devidamente constituído e qualificado em instrumento de
mandato procuratório em anexo, com endereço profissional endereço na
XXXXXXXXXXX, nº XX, XXXXXXX, XXXXX-XX - CEP XX.XXX-XXX, onde recebe
notificações e intimações (CPC, art.39, I), vem respeitosamente a presença de
Vossa Excelência com fulcro nos arts. 186 e 927 do Código Civil, bem como no
art. 5°, V, CRFB/88 e demais dispositivos legais previstos no Código de Defesa
do Consumidor propor:

AÇÃO DECLARATÓRIA DE NULIDADE DE CONTRATO COM PEDIDO


SUBSIDIÁRIO C/C REPETIÇÃO DE INDÉBITO E INDENIZATÓRIA POR DANOS
MORAIS COM ANTECIPAÇÃO DE TUTELA

Contra o BANCO BMG S.A., pessoa jurídica de direito privado, inscrita no


CNPJ sob o n. 61.186.680/0001-74, estabelecida com endereço na AV
BRIGADEIRO FARIA LIMA, 3477, 9º ANDAR, ITAIM BIBI, SÃO PAULO - SP - CEP:
04538-133, pelos motivos de fato e de direito a seguir expostos:

I – PRELIMINARES

I.I - DA GRATUIDADE DA JUSTIÇA

No que concerne ao pedido de gratuidade de justiça, a Lei 9099/95, em


seu art. 541, garante que o acesso ao Juizado Especial independerá do
pagamento de custas, garantindo, portanto, a todos os jurisdicionados a isenção
de custas em primeiro grau, sendo pertinente a apreciação deste requerimento
em eventual sede de recurso.

I.II - DESINTERESSE NA DESIGNAÇÃO DE AUDIÊNCIA DE CONCILIAÇÃO E


MEDIAÇÃO

1
Art. 54. O acesso ao Juizado Especial independerá, em primeiro grau de jurisdição, do
pagamento de custas, taxas ou despesas.
A parte autora manifesta, expressamente, o seu desinteresse na
designação da audiência de conciliação e mediação, nos termos do art. 334, §5º
do CPC2. Assim, em homenagem aos Princípios da Razoável Duração do Processo,
Celeridade e Economia Processual, requer a imediata instrução e julgamento do
feito.

I.III - DO JULGAMENTO ANTECIPADO DA LIDE

A presente demanda versa sobre matéria reproduzida exclusivamente


em documentos, razão pela qual é desnecessária a produção de qualquer outra
prova, conforme previsão contida no art. 355, I do CPC.

Considerando que a apreciação da ação Sub Judice é suficiente a partir da


análise dos documentos acostados aos autos, requer que, caso Vossa Excelência
entenda por bem, conheça diretamente do pedido, antecipando o julgamento da
lide, conhecendo-o diretamente e proferindo a consequente sentença, sem a
necessidade de dilação probatória, ou mesmo em caso de Revelia da Parte
Demandada, tudo nos termos do art. 355, I e II do CPC3.

II – DOS FATOS

O Autor/A Autora é servidor(a) público(a) de âmbito


estadual/municipal/federal/ aposentado(a), de acordo com os seus
contracheques/benefícios previdenciários anexados aos autos, percebendo
mensalmente os seus proventos mensais, por meio de sua fonte pagadora que é
o XXXXXXXXX.

Ato contínuo, as partes processuais possuem um vínculo jurídico e


contratual, haja vista a parte Autora ter solicitado junto ao Banco um
2
§ 5º O autor deverá indicar, na petição inicial, seu desinteresse na autocomposição, e o réu
deverá fazê-lo, por petição, apresentada com 10 (dez) dias de antecedência, contados da data da
audiência.
3
Art. 355. O juiz julgará antecipadamente o pedido, proferindo sentença com resolução de
mérito, quando: I - não houver necessidade de produção de outras provas; II - o réu for revel,
ocorrer o efeito previsto no art. 344 e não houver requerimento de prova, na forma do art. 349 .
Seção III Do Julgamento Antecipado Parcial do Mérito
empréstimo consignado. Ocorre que, em verdade, sem a sua ciência expressa e,
tampouco tácita, fora ofertado um produto diferente do solicitado, isto é, um
cartão de crédito consignado com modalidade saque 4, totalmente diferente e
com características distintas, de acordo com a legislação vigente e as resoluções
e instruções do Banco Central do Brasil.

Neste sentido, após realizar toda a operação solicitada referente à cartão


de crédito consignado, mas simulada com uma roupagem de empréstimo
consignado com o Banco Demandado, a parte Autora, ao visualizar valores
intermináveis em seu contracheque/benefícios previdenciários, sem data de
término prevista, buscou informações junto a Instituição financeira, para tentar
verificar se houve algum equívoco na operação bancária ou se tinha até sido
vítima de algum golpe, haja vista tratar-se de descontos eternos.

Ora, Vossa Excelência, a modalidade de Cartão de Crédito, de forma


consignada, se aperfeiçoa mediante compras e/ou saques no cartão sendo
descontado pelo Banco, com desconto nos contracheques/benefícios mensais de
somente o valor mínimo da fatura, o que leva, mensalmente, ao
refinanciamento do restante da dívida. Consequentemente, o débito principal
JAMAIS SERÁ AMORTIZADO, trazendo ao Autor/a Autora uma dívida impagável.

Vale salientar que no momento da contratação do produto bancário, o(a)


Demandante não fora informado(a) dos tipos de contratações disponíveis e mais
adequadas a sua real situação à época, incorrendo em grave erro, diante da
eloquente falha na prestação do serviço pela Ré.

Inclusive, o(a) Requerente nem mesmo chegou a receber ou fora


instruído acerca da possibilidade de existência e recebimento de um cartão com
a finalidade de compras, sendo a prova disto de que não fora recebido qualquer
plástico desse cartão.

Desta feita, o(a) Requerente recebeu crédito(s) em sua conta bancária, na


importância média de R$ XXXX (por extenso), já tendo pago, até o momento da
propositura desta demanda, o montante de R$ XXX (por extenso), desde
XXX(data) de XXX(mês) de XXX(ano).

Posto isto, observando a legislação consumerista vigente, amparada pelos


princípios e regramentos infraconstitucionais pacíficos, não restou outra
alternativa à parte Autora a não ser o ingresso a este ilustre Juízo, a fim de que
seja declarada a nulidade do contrato celebrado entre as partes processuais
(com pedido subsidiário de modificação do objeto e cláusulas contratuais, caso
assim entenda Vossa Excelência), com pedido alternativo de conversão da
modalidade implantada, com a fixação da quantidade de parcelas para a
4
quitação do débito. Ainda, que haja a devida restituição dos danos morais e
materiais, diante dos valores indevidamente cobrados a maior, bem como que
seja reconhecida a falha na prestação do serviço bancário ofertado pela
conduta abusiva e desleal adotada.

III – DA TUTELA DE URGÊNCIA

Pleiteia-se ao ilustre juízo a concessão da tutela provisória de urgência


para que a instituição bancária Ré cesse imediatamente os descontos nos
contracheques/benefícios previdenciários da parte Autora e se abstenha,
consequentemente, de incluir o nome da parte Autora nos órgãos de proteção
ao crédito, sob pena de multa diária de R$ ...... (por extenso), diante da negativa
infundada em atender a ordem judicial em questão.

Nesse sentido, encontra-se inteiramente presente a probabilidade do


direito, tendo em vista a documentação acostada aos autos, como os
contracheques/benefícios previdenciários, que atestam a inequívoca
continuidade dos descontos na verba alimentar, a cada mês e injustificadamente,
do(a) Autor(a).

Ora, Vossa Excelência, a parte Suplicante encontra-se comprometida a


cada mês por parcelas que não possuem previsão de término, nem
minimamente, por um serviço bancário não contratado, tendo sido induzido a
equívoco eloquente, lesando mensalmente a renda de seu sustento e da sua
família que dependem deste valor para a manutenção e dignidade básica
humana.

Ademais, não há perigo de irreversibilidade caso o juízo conceda a tutela


de urgência ora requerida, posto que, com a cessação dos descontos mensais, e
a eventual improcedência dos pleitos Autorais, poderá o(a) Autor(a) devolver os
valores suspensos pela ordem judicial, por questão de justeza e munido(a)
inteiramente de boa-fé processual.

Nesta linha de raciocínio, a jurisprudência ampara os pleitos Autorais, a


saber (FONTE: JUSBRASIL):

TJ-GO - AI: 01902889020208090000, Relator: Des(a). GERSON


SANTANA CINTRA, Data de Julgamento: 22/06/2020, 3ª Câmara
Cível, Data de Publicação: DJ de 22/06/2020: AGRAVO DE
INSTRUMENTO. AÇÃO DECLARATÓRIA DE INEXISTÊNCIA DE
RELAÇÃO JURÍDICA RESTITUIÇÃO DE INDÉBITO E INDENIZAÇÃO POR
DANOS MORAIS. TUTELA DE URGÊNCIA. SUSPENSÃO DE
DESCONTOS NO BENEFÍCIO PREVIDENCIÁRIO. RMC. PRESENÇA DOS
REQUISITOS LEGAIS. DECISÃO MANTIDA. 1. O deferimento ou
indeferimento de tutela de urgência reside no poder discricionário do
julgador, sustentado no princípio do livre convencimento motivado, e
ocorre após a análise dos elementos acostados aos autos, com o
escopo de identificar os requisitos autorizadores da medida. 2.
Presentes os pressupostos legais (desconto do empréstimo e débito
indevido em cartão de crédito), não merece reparo a decisão
agravada que determinou a suspensão dos descontos efetivados no
benefício previdenciário da autora referente ao valor de
Empréstimo sobre RMC (Reserva de Margem Considerável), até o
julgamento final da lide. 3. Por sua vez, o perigo de dano está
igualmente evidenciado, vez que a agravada aufere renda mínima
oriunda de benefício previdenciário, de modo que a manutenção
dos descontos certamente lhe acarretará indevido prejuízo. 4. O
presente recurso restringe-se à análise do preenchimento dos
requisitos elencados no artigo 300 do Código de Processo Civil, para a
concessão da tutela de urgência pretendida, permanecendo
inalterado o direito/dever de ambas as partes de comprovar a
veracidade de suas alegações no curso do processo. 5. RECURSO
CONHECIDO E DESPROVIDO. (grifos nosso)5

Diante de todo o exposto, por estarem presentes os requisitos


autorizadores da concessão da tutela de urgência, pleiteia-se ao respeitável juízo
que a instituição bancária Suplicada seja obrigada a:

1. Cessar imediatamente os descontos na folha de pagamento, referentes


ao XXXX- CARTÃO DE CRÉDITO CONSIGNADO BMG, sob pena de multa a
ser fixada, por cada desconto realizado, conforme art. 537 NCPC;
2. Se abster de incluir o nome do(a) Demandante em órgãos de proteção ao
crédito;
3. E, caso o Banco Suplicado descumpra a tutela de urgência concedida pelo
respeitável juízo, que se aplique multa diária de R$ ....... (por extenso), a
fim de que cumpra, efetivamente, a determinação judicial.

IV – DO DIREITO

IV.I - APLICABILIDADE DO CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR - OBRIGAÇÃO


DE TRATO SUCESSIVO E DA INCIDÊNCIA DO INSTITUTO DA INVERSÃO DO ÔNUS
DA PROVA

De início, conforme farta e sedimentada jurisprudência e de acordo com a


Súmula 2976 do Superior Tribunal de Justiça, o Código de Defesa do Consumidor
é aplicável às instituições financeiras. Vale salientar, ainda, que o Banco Central

5
JUSBRASIL. Disponível em: < https://tj-go.jusbrasil.com.br/jurisprudencia/931911640/agravo-
de-instrumento-cpc-ai-1902889020208090000>. Acesso em: 26 maio 2022.
6
Súmula 297 STJ - O Código de Defesa do Consumidor é aplicável às instituições financeiras.
do Brasil, através da resolução 3.694/09, também reconhece como relação
consumerista as transações bancárias.

Ato contínuo, o Banco Central do Brasil reforça que as Instituições


Financeiras e demais Instituições autorizadas na contratação de operações e na
prestação de serviços no Art. 1º, V da Resolução 3.694/2009 7, devem assegurar,
minimamente, a utilização de redação clara, objetiva e adequada.

Outrossim, tratando-se de obrigação de trato sucessivo, onde a violação


do direito ocorre de forma contínua, mês a mês, termo inicial da prescrição é a
data correspondente ao vencimento da última parcela. Faz-se necessária a
inversão do ônus da prova, nos termos Art. 6º do Código de Defesa do
Consumidor, inciso VIII8, pois a relação jurídica entre as partes está resguardada
pelo CDC.

Nesta ótica, de acordo com o entendimento doutrinário e jurisprudencial


dominante sobre o tema, a hipossuficiência deve ser aferida não em relação à
vulnerabilidade econômica, porém em relação aos conhecimentos técnicos
específicos da atividade do fornecedor.

Assim sendo, impõe-se a inversão do ônus da prova, devendo a


instituição financeira apresentar em juízo toda a documentação referente ao
suposto contrato firmado entre as partes, especificando, de forma detalhada,
as cobranças efetivadas e todas as informações necessárias para comprovação
dessa contratação, baseando no Art. 373, II, do Código de Processo Civil.9

IV.II – DA FALHA NA PRESTAÇÃO DO SERVIÇO: QUEBRA DO DEVER DA


INFORMAÇÃO E DESRESPEITO À LEGISLAÇÃO CONSUMERISTA

Primeiramente, sabe-se que o art. 4º do Código Consumerista traz a


Política Nacional das Relações de Consumo visa à saúde, dignidade, proteção dos
interesses e melhorias na qualidade de vida dos consumidores, como um todo,

7
Resolução BCB 3.694/09 - Art. 1º, V - a utilização de redação clara, objetiva e adequada à
natureza e à complexidade da operação ou do serviço, em contratos, recibos, extratos,
comprovantes e documentos destinados ao público, de forma a permitir o entendimento do
conteúdo e a identificação de prazos, valores, encargos, multas, datas, locais e demais
condições;
8
Código de Defesa do Consumidor , Art. 6º São direitos básicos do consumidor: VIII - a facilitação
da defesa de seus direitos, inclusive com a inversão do ônus da prova, a seu favor, no processo
civil, quando, a critério do juiz, for verossímil a alegação ou quando for ele hipossuficiente,
segundo as regras ordinárias de experiências;

9
Código de Processo Civil, Art. 373, [...] II – ao réu, quanto à existência de fato impeditivo,
modificativo ou extintivo do direito do autor;
objetivando a garantia da transparência e observância aos demais princípios
consumeristas.

Ato contínuo, o art. 6º, do mesmo diploma normativo, traz os direitos


básicos dos consumidores, como prevenção, garantia de práticas de crédito
responsável quando ofertado ao consumidor, de forma que ocorra o mínimo
existencial seja resguardado e a eventual reparação de danos de natureza
patrimonial e moral, quando detectado a falha na prestação do serviço. Um dos
grandes destaques é o inciso III de tal artigo, que o consumidor deve ser
informado e ter a devida ciência, clara e objetiva, dos diferentes produtos e
serviços ofertados, assegurada a sua liberdade de escolha.

Ora, Vossa Excelência, é através deste arcabouço de regras protetivas ao


crédito existente, principalmente após a criação da Lei do Superendividamento
(Lei nº 14.181/2021), que o consumidor pode e DEVE ser noticiado sobre todas
as características, informações e quais os produtos ou serviços bancários
disponíveis.

Então, diante da boa-fé objetiva, no caso de crédito, deve o consumidor,


observando o seu perfil e a sua real condição financeira, conhecer todas as
modalidades de disponíveis de oferta ao crédito, seja empréstimo na forma
consignada e/ou pessoal, bem como cartão de crédito usual e/ou consignado
com autorização para compras e/ou saque (empréstimo dentro do cartão).

Nesta esteira, a falta de informação, em clara ofensa aos interesses dos


consumidores, também fere o princípio constitucional da livre concorrência,
estampado no art. 170 da Carta Maior. Por isso, a informação deve ser prestada
de maneira adequada e completa acerca da proposta real de empréstimo, para
que o consumidor possa ter a oportunidade de saber se a instituição operadora
do crédito possui OUTRAS MODALIDADES DE CRÉDITO com CUSTO MENOR,
como ocorre no mercado de consumo.

Então, o fornecedor bancário deve apresentar abertamente ao


consumidor todas as ALTERNATIVAS POSSÍVEIS, sob pena de ferir e macular,
eloquentemente, a legislação, princípios e regras consumeristas vigentes.

Resta-se, pois, evidente a omissão e a falta de clareza quanto à


informação sobre o valor total que se pagará pelo empréstimo (este revestido
falsamente de cartão de crédito consignado10), o valor mensal das parcelas a
10
Sumula nº 63 – TJGO "Os empréstimos concedidos na modalidade 'Cartão de Crédito
Consignado' são revestidos de abusividade, em ofensa ao CDC, por tornarem a dívida impagável
em virtude do refinanciamento mensal, pelo desconto apenas da parcela mínima devendo
receber o tratamento de crédito pessoal consignado, com taxa de juros que represente a média
do mercado de tais operações, ensejando o abatimento no valor devido, declaração de quitação
do contrato ou a necessidade de devolução do excedente, de forma simples ou em dobro,
serem descontados, o valor da taxa mensal de juros aplicada, o índice da taxa de
juros anual aplicada e o valor dos impostos e da taxa de administração de crédito
a serem pagos, devendo tal contratação de cartão de crédito consignado ser tida
como nula de pleno direito.

Logo, não houve a devida transparência no direito básico de escolha do


consumidor, ora parte Autora, onde a instituição bancária Ré ofertou negócio
jurídico incompatível, nitidamente, em desacordo com o perfil do cliente. Então,
requer-se o acolhimento da quebra do dever de informação na presente lide, por
questão de justeza.

III.IV - DO INDUZIMENTO AO ERRO – NULIDADE CONTRATUAL –


SUBSIDIARIAMENTE ALTERAÇÃO DO OBJETO CONTRATUAL

Conforme exposto, fica claro que a parte Autora foi induzida em erro
substancial pela instituição financeira, acreditando que estava contratando
EMPRÉSTIMO CONSIGNADO, mas na verdade era um Contrato de Adesão na
modalidade de CARTÃO DE CRÉDITO CONSIGNADO EM FOLHA DE
PAGAMENTO.

Diante dos fatos e do mais que será suprido pela instrução probatória,
resta claro que, em verdade, o negócio jurídico iniciado é viciado, havendo
equívoco quanto ao seu objeto.

Como é possível perceber, a simples ocultação de informações põe em


risco a validade de cláusulas e contratos obscuros, uma vez que ao consumidor
não seria possível realizar plenamente a sua autonomia da vontade e a liberdade
contratual, nos moldes do art. 421 do Código Civil.11

Posto isso, na mesma linha, a jurisprudência estadual aplica a adoção de


interpretação mais favorável ao consumidor, nos termos do Art. 47. CDC.

Portanto, no momento em que o negócio jurídico coloca o consumidor


em desvantagem exagerada, as cláusulas contratuais são nulas de pleno
direito, nos termos do artigo 51, inciso IV, e §1° inciso III do CDC12.

podendo haver condenação em reparação por danos morais, conforme o caso concreto.".

11
Código Civil, Art. 421. A liberdade contratual será exercida nos limites da função social do
contrato. (Redação dada pela Lei nº 13.874, de 2019).
12
Código de Defesa do Consumidor - Art. 51. São nulas de pleno direito, entre outras, as
cláusulas contratuais relativas ao fornecimento de produtos e serviços que:
Com efeito, pelo fato do consumidor não ter querido a contratação de
"cartão de crédito consignado", pleiteia-se ao Ilustre Juízo a declaração "de
nulidade" de todas as pactuações firmadas nesse sentido, e não apenas de
algumas de suas cláusulas contratuais (conforme já explicitado), haja vista
"abusividade" e a "indução a erro" serem inerentes à própria natureza do
negócio jurídico firmado.13

III.IV.I – DO PEDIDO SUBSIDIÁRIO: DA ALTERAÇÃO DO OBJETO CONTRATUAL DE


CARTÃO DE CRÉDITO CONSIGNADO PARA EMPRÉSTIMO CONSIGNADO

Ora, Vossa Excelência, de início, sabe-se que o art. 326 do Código de


Processo Civil brasileiro traz que é totalmente lícito à parte formular mais de um
pedido em ordem subsidiária, a fim de que o juízo conheça e acolha do posterior,
quando não acolher o pedido anterior.

Desta feita, observando o caso em tela, a parte Autora inequivocamente


quis um empréstimo consignado, conforme os documentos de
contracheques/benefícios previdenciários em anexo, pagamento, mensalmente,
o montante de R$ XXX,XXX (por extenso). Contudo, por uma ELOQUENTE FALHA
NA PRESTAÇÃO DO SERVIÇO BANCÁRIO DA RÉ, fora ofertado um PRODUTO
TOTALMENTE DISTINTO DO REQUERIDO, restando evidente a falta de
informação e clareza suficiente sobre a contratação, trazendo uma desvantagem

IV - estabeleçam obrigações consideradas iníquas, abusivas, que coloquem o consumidor em


desvantagem exagerada, ou sejam incompatíveis com a boa-fé ou a equidade;
[...] § 1º Presume-se exagerada, entre outros casos, a vantagem que:
III - se mostra excessivamente onerosa para o consumidor, considerando-se a natureza e
conteúdo do contrato, o interesse das partes e outras circunstâncias peculiares ao caso.
XV - estejam em desacordo com o sistema de proteção ao consumidor;
13
APELAÇÃO CÍVEL. EMPRÉSTIMO MEDIANTE CONTRATO DE CARTÃO DE CRÉDITO
CONSIGNADO. JUROS MUITO SUPERIORES AOS PRATICADOS EM CONSIGNADOS. FALTA DE
INFORMAÇÃO ADEQUADA AO CONSUMIDOR. PRÁTICA COMERCIAL QUE GERA VANTAGEM
EXAGERADA À INSTITUIÇÃO FINANCEIRA. CONDUTA ABUSIVA. DIREITO À REPETIÇÃO DE
INDÉBITO DOS VALORES PAGOS PELO CONSUMIDOR EM EXCESSO. EXISTÊNCIA DE DANOS
MORAIS. COMPENSAÇÃO IMPLÍCITA NA SENTENÇA QUE DETERMINOU O RECÁLCULO DA
DÍVIDA. RECURSO CONHECIDO E NÃO PROVIDO. (TJ-AM - AC: 06271428020168040001 AM
0627142-80.2016.8.04.0001, Relator: Cláudio César Ramalheira Roessing, Data de Julgamento:
04/11/2021, Primeira Câmara Cível, Data de Publicação: 04/11/2021).
APELAÇÃO. RELAÇÃO JURÍDICA DE CONSUMO. CONTRATO MISTO DE EMPRESTIMO
CONSIGNADO E CARTÂO DE CRÉDITO CONSIGNADO. INFORMAÇÃO-CONTEÚDO INADEQUADA.
INDUZIMENTO DO CONSUMIDOR EM ERRO. DESCONTO AUTOMÁTICO EM FOLHA DE
PAGAMENTO AMORTIZADO COM VALOR MÍNIMO DA FATURA. REPETIÇÃO DE INDÉBITO EM
DOBRO. CARTÃO NÃO UTILIZADO NA FUNÇÃO DE CRÉDITO. DANO MORAL CONFIGURADO.
Trata-se de ação originária em que afirma a parte autora a falha na prestação do serviço
consistente na existência de empréstimo consignado e cartão de crédito por ela não contratados.
O contrato não deixa claro sua finalidade precípua: se contrato de empréstimo amortizado em
folha de pagamento ou cartão de crédito consignado. Em verdade, o que existe é a conjugação
de dois contratos em um instrumento só, com ambas as finalidades, vale dizer, um contrato
misto. (TJ-RJ - APL: 00039266720178190008, Relator: Des(a). MARCOS ALCINO DE AZEVEDO
TORRES, Data de Julgamento: 12/02/2020, VIGÉSIMA SÉTIMA CÂMARA CÍVEL)
e prejuízos imensuráveis, seja de natureza moral, quanto pecuniária, a parte
Suplicante, com uma dívida sem fim.

Observando isto, caso Vossa Excelência não compreenda pela nulidade


de pleno direito da contratação realizada entre as partes processuais, requer-se,
de forma subsidiária, que o contrato tenha o seu objeto e cláusulas modificadas,
por questão de inteira justeza, a fim de que se amolde às regras e princípios
consumeristas vigentes, passando de cartão de crédito consignado para
empréstimo consignado, respectivamente.

III.V - DO DANO MATERIAL E REPETIÇÃO DO INDÉBITO

Inicialmente, comprovada a má-fé da Instituição Financeira em prolongar


indevidamente uma dívida com interminável no período compreendido entre
MÊS/ANO até o presente momento, a parte autora faz jus a receber a
devolução, em dobro, das quantias descontadas do contracheque, acrescido de
juros e correção monetária no valor de R$ xxxxxx (por extenso).

Ora, no caso em tela, conforme já mencionado e documentado, as


queixas a respeito de cobranças indevidas efetuadas pela Instituição Financeira
ao consumidor estão devidamente corroboradas e fundamentadas. A razão e a
lógica desautorizam qualquer possibilidade de todos os fatos relatados – sem
contar os diversos outros que ocorrem sem que haja denúncia aos órgãos de
defesa do consumidor – serem oriundos de “erro justificável”.

Com efeito, é inegável a prática ilegal da instituição financeira, assim


como o enriquecimento ilícito auferido pela empresa em diversas situações
idênticas, que interviu ilegalmente no direito creditício da parte autora, sendo
prova suficiente para caracterizar a má-fé da instituição financeira e, por
conseguinte, a condenação à devolução, em dobro e com a devida correção
monetária, dos valores indevidamente descontados, bem como é fundamental
que a demandada seja compelida a não reincidir na conduta, nos termos do
artigo 42, parágrafo único, do Código de Defesa do Consumidor14.

Ato contínuo, no que tange à forma de restituição, destaca-se que a Corte


Especial do Superior Tribunal de Justiça fixou a tese de que: “a restituição em
dobro do indébito (parágrafo único do artigo 42 do CDC) independe da
natureza do elemento volitivo do fornecedor que cobrou valor indevido,
revelando-se cabível quando a cobrança indevida consubstanciar conduta
14
Código de Defesa do Consumidor - Art. 42. (...)
Parágrafo único. O consumidor cobrado em quantia indevida tem direito à repetição do indébito,
por valor igual ao dobro do que pagou em excesso, acrescido de correção monetária e juros
legais, salvo hipótese de engano justificável.
contrária à boa-fé objetiva” (STJ. Corte Especial. EAREsp 676608/RS, Rel. Min.
Og Fernandes, julgado em 21/10/2020). Assim, sendo desnecessária a análise de
eventual má-fé do banco no momento da cobrança indevida.

Sendo assim, no que se refere à cobrança indevida de serviços públicos


concedidos ao consumidor, formou-se entendimento no sentido de que para
haver cabimento de devolução em dobro dos valores pagos indevidamente
pelo consumidor, basta haver a culpa.

Posto isso, em conformidade com o art. 42 do CDC, desde logo, requer-se


que este Douto Juízo condene expressamente a Instituição Financeira a devolver
EM DOBRO a quantia paga de 2016 até o momento atual – valores que
perfazem, nestes moldes, na forma simples, uma média de R$ XXXXX (por
extenso) a título de danos materiais, totalizando assim a repetição de indébito
um montante de R$ XXXXX (por extenso).

III.VI - DO DANO MORAL

Ora, Excelência, a conduta da instituição bancária vem causando danos


materiais, ao intervir no direito creditício, e, também, danos morais, pela
constatação que a parte autora foi lesada durante anos comprometendo assim,
seu mínimo existencial.

O dever de reparar por danos causados na prestação defeituosa de


serviços dispensa a prova da culpa do prestador, bastando à comprovação do
dano e do nexo de causalidade, conforme o art. 6º, inciso VI e c/c art. 14, caput,
do CDC.15

Não pode ser a ‘’pecunia doloris16’’ uma satisfação simbólica, porque,


dessa forma, não repercutirá jamais na Instituição Financeira, que poderá repetir
a prática do mesmíssimo dano. A sua obrigação reparadora há de ser sentida,
financeiramente, pois é onde mais lhe pode pesar como admoestação. Estão
assim preconizados os arts. 18617 e 92718 do Código Civil Brasileiro.
15
Código de Defesa do Consumidor - “Art. 6º São direitos básicos do consumidor: [...]
VI - a efetiva prevenção e reparação de danos patrimoniais e morais, individuais, coletivos e
difusos;
Art. 14. O fornecedor de serviços responde, independentemente da existência da culpa, pela
reparação dos danos causados aos consumidores por defeitos relativos à prestação dos serviços,
bem como por informações insuficientes ou inadequadas sobre sua fruição e riscos.
16
Pecunia Doloris: Preço da dor.

17
Código Civil Brasileiro, Art. 186. Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou
imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato
ilícito.

18
Código Civil Brasileiro Art. 927. Aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e 187), causar dano a
outrem, fica obrigado a repará-lo. Parágrafo único. Haverá obrigação de reparar o dano,
independentemente de culpa, nos casos especificados em lei, ou quando a atividade
Trata-se de dano moral in re ipsa, que dispensa a comprovação da
extensão dos prejuízos, sendo estes evidenciados pelas circunstâncias do fato,
conforme entendimento firmado pelo STJ.

Nesses casos as Egrégias Cortes Estaduais já pacificaram a matéria:

DIREITO DO CONSUMIDOR. AÇÃO DECLARATÓRIA DE DIREITO DO CONSUMIDOR - AÇÃO DECLARATÓRIA DE


NULIDADE DE NEGÓCIO JURÍDICO C/C INDENIZAÇÃO POR NULIDADE C/C INDENIZATÓRIA - BANCO BMG - CONSUMIDOR
DANOS MORAIS E MATERIAIS COM PEDIDO DE LIMINAR. INDUZIDO A ERRO - CRÉDITO DISPONIBILIZADO MEDIANTE A
DÉBITOS ORIUNDOS DA OPERAÇÃO DENOMINADA "CARTÃO CONTRATAÇÃO DE CARTÃO DE CRÉDITO NÃO SOLICITADO -
BMG". CARTÃO DE CRÉDITO CONSIGNADO. SENTENÇA PELA NÍTIDA DESVANTAGEM EM RELAÇÃO AO EMPRÉSTIMO
PROCEDÊNCIA PARCIAL DO PEDIDO AUTORAL. APELAÇÃO CONSIGNADO NO QUAL O PERCENTUAL DE JUROS ADOTADO É
CÍVEL. BANCO BMG S.A. TESES: I) DA LEGALIDADE DO INFERIOR ÀQUELE PRATICADO PELO USO DO CARTÃO, CUJO
CARTÃO DE CRÉDITO CONSIGNADO. DA INEXISTÊNCIA DE PRAZO PARA QUITAÇÃO É INDETERMINADO, GERANDO
DANOS MATERIAIS AFASTADA. II) DA AUSÊNCIA DE ATO SUPERENDIVIDAMENTO - VIOLAÇÃO DO PRINCÍPIO DA
ILÍCITO AFASTADA. INOBSERVÂNCIA AO DEVER DE CONFIANÇA, DA TRANSPARÊNCIA, DO DEVER DE INFORMAÇÃO -
INFORMAÇÃO; CONFIGURAÇÃO DE VENDA CASADA DANO MORAL CONFIGURADO - CONVERSÃO DO CONTRATO DE
VIOLAÇÃO AOS ARTIGOS. 39, I, VI E 51, IV, DO CDC. DEVER CARTÃO DE CRÉDITO EM CRÉDITO CONSIGNADO, APLICANDO-SE
DE REPARAÇÃO. ATO ILÍCITO COMETIDO PELA INSTITUIÇÃO A TAXA MÉDIA DE MERCADO - Consumidor que solicita a
FINANCEIRA. DIREITO AO RESSARCIMENTO EM DOBRO DO concessão de empréstimo mediante desconto em folha de
VALOR DESCONTADO. UTILIZAÇÃO DO CRÉDITO PELO pagamento, sendo o crédito disponibilizado pela instituição
CONSUMIDOR. READEQUAÇÃO DO DÉBITO. POSSIBILIDADE bancária por meio de saque em dinheiro via cartão de crédito.
DE COMPENSAÇÃO DE VALORES. VEDAÇÃO AO Prática abusiva da instituição financeira que acarreta
ENRIQUECIMENTO ILÍCITO. CONFIGURAÇÃO DE DANOS superendividamento e onerosidade excessiva ao consumidor.
MORAIS IN RE IPSA. RETIFICAÇÃO DOS JUROS DE MORA E Falha na prestação de serviço. Existência de dano moral a ser
DA CORREÇÃO MONETÁRIA. MATÉRIA DE ORDEM PÚBLICA. indenizado. Dano moral configurado em razão da má prestação
RECURSO CONHECIDO E PARCIALMENTE PROVIDO. DECISÃO do serviço, do descumprimento dos deveres contratuais de
UNÂNIME. (TJ-AL - AC: 07296254320198020001 AL 0729625- informação, lealdade, transparência, boa-fé e de cooperação.
43.2019.8.02.0001, Relator: Des. Pedro Augusto Mendonça (TJ-RJ - APL: 00099397320178190205, Relator: Des(a). EDSON
de Araújo, Data de Julgamento: 25/02/2021, 2ª Câmara Cível, AGUIAR DE VASCONCELOS, Data de Julgamento: 06/02/2019,
Data de Publicação: 26/02/2021). DÉCIMA SÉTIMA CÂMARA CÍVEL).

Portanto, a Instituição Financeira, deve responder objetivamente pelos


danos causados, em harmonia com o entendimento do Superior Tribunal de
Justiça, estampado na sua Súmula nº 37, a qual estabelece que “são cumuláveis
as indenizações por dano material e moral oriundos do mesmo fato”.

No caso em apreço, a parte Suplicante é PROFISSÃO, percebe


mensalmente o montante de R$ XXX (por extenso) e tem gastos mensais fixos de
XXXXX (escrever alguns gostos mensais que ele tem), sustentando a si e a sua
família. Não poderia, pois, à luz das regras e decisão consumeristas pacíficas
estar suportando tais descontos na sua verba alimentar, sem qualquer
justificativa e sem previsão alguma de término! Isso é TOTALMENTE ABUSIVO e o

normalmente desenvolvida pelo autor do dano implicar, por sua natureza, risco para os direitos
de outrem.
Banco Suplicado encontra-se em uma posição de vantagem econômica no que
tange ao consumidor, conduta esta vedada pelo ordenamento jurídico vigente.

Isto posto, requer seja a Instituição Financeira condenada a indenizar a


parte autora no valor de R$ xxxxxxxxx (por extenso), pelos danos morais
advindos da conduta ilícita praticada e da falha na prestação de serviços.

IV - DOS PEDIDOS

Ante todo o exposto, requer:

a) Concessão do benefício da justiça gratuita para as instâncias de 1° e 2°


grau, requerido no instrumento procuratório; nos termos dos arts. 98 e
99, caput e § 3°, CPC, e do art. 54 Lei 9.099/95;

b) Que não seja designada a audiência de mediação e conciliação, tendo


em vista a manifestação de desinteresse da parte autora, nos termos do
art. 334, §5º do CPC;

c) Requer que, caso Vossa Excelência entenda por bem, conheça


diretamente do pedido, antecipando o julgamento da lide, conhecendo-
os diretamente e proferindo a consequente sentença sem a necessidade
de dilação probatória, ou mesmo em caso de Revelia da Parte
Demandada, tudo nos termos do art. 355, I e II do NCPC;

d) Requer a concessão de tutela de urgência de natureza antecipada,


suspendendo os descontos no contracheque do autor até o julgamento
final da demanda, sob pena de multa diária em caso de descumprimento
no valor de R$ ..... (por extenso); (A DEPENDER DO CASO CONCRETO)

e) Determinar a incidência das regras do código de Defesa do Consumidor


em razão da vulnerabilidade e da hipossuficiência do autor em face do
réu, sendo invertido o ônus da prova nos termos do art. 6, VIII do
diploma em comento;

f) Proceder com a citação da Instituição Financeira para, querendo,


apresentar contestação, sob pena de seu não oferecimento importar na
incidência dos efeitos da revelia e na aceitação das alegações de fato
formuladas, nos moldes do art. 344 do Código de Processo Civil de 2015;

g) Que seja declarada e reconhecida a falha na prestação do serviço pelo


Banco Réu, diante da eloquente quebra do dever da informação e
desrespeito à legislação consumerista;

h) Que seja declarada a nulidade integral do Contrato de Adesão de Cartão


de Crédito Consignado, com fulcro no art. 51 do CDC c/c art. 39 inciso III
do CDC. No entanto, de forma subsidiária, caso o ilustre Juízo entenda
pela contratação ser válida, requer-se que ocorra a modificação do objeto
e das cláusulas contratuais, a fim de que o contrato de cartão de crédito
consignado seja transformado em empréstimo consignado, por questão
de justeza;

i) A TOTAL PROCEDÊNCIA da DEMANDA nos termos do art. 487, I do NCPC,


declarando nula a contratação do Cartão de Crédito Consignado, com a
consequente inexistência do débito, confirmando eventual tutela
provisória concedida;

j) O reconhecimento da má-fé praticada pela Instituição Financeira, e


condenar a restituição, a título de DANOS MATERIAIS, em dobro, dos
valores cobrados indevidamente do consumidor-vítima, no que concerne
à "diferença de contratação" entre as modalidades "empréstimo" e
"cartão de crédito consignado", no valor de R$ xxxxxxxx (por extenso);

k) A condenação da Instituição Financeira, ao pagamento de indenização


por DANOS MORAIS no valor de R$xxxxxx (por extenso), de cunho
compensatório e punitivo, conforme Súmula nº 37, a qual estabelece que
“são cumuláveis as indenizações por dano material e moral oriundos do
mesmo fato”, tudo conforme fundamentado, em valor pecuniário justo e
condizente com o caso apresentado em tela arbitrado por Vossa
Excelência;

l) Que seja concedido o transporte in utilibus das teses firmadas na decisão


coletiva proferida na Ação Civil Pública n.º 0021736-47.2017.8.17.2001,
com fulcro no art. 103 do CDC;

Por último, protesta provar o alegado por todos os meios de Prova em


direito admissíveis, especialmente a documental inclusa e depoimento pessoal
do Representante da Instituição Financeira sob pena de Confissão, bem como a
apresentação de demais documentos que entender necessários e que forem
ordenados, tudo nos termos do artigo 369 do Novo Código de Processo Civil.

Dá-se à causa, o valor de R$ XXXX (por extenso).

Termos em que,
Pede deferimento.

Local, data.

ADVOGADO

OAB/UF nº .......

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