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DE ARACAJU-SE.
em face do BANCO BRADESCO FINANCIAMENTOS S.A, instituição financeira com sede e foro na
Cidade de Deus, Vila Yara, Osasco/SP, CEP: 06029-900, inscrita perante o CNPJ/MF sob o nº
07.207.996/0001-50, pelos motivos de fato e de direito a seguir delineados:
I - PRELIMINARMENTE
Com fulcro no artigo 5º, LXXIV da Carta Magna e o artigo 98 do Novo CPC, a
autora pleiteia os benefícios da Justiça Gratuita tendo em vista que não pode arcar com as
despesas processuais, sem que haja prejuízo do seu próprio sustento e dependentes.
II - DOS FATOS
Por sua vez, a requerente deu o valor de R$ 22.000,00 (vinte e dois mil reais) de
entrada, ficando um saldo restante de R$ 21.310,70 (vinte e um mil, trezentos e dez reais e
setenta centavos) valor este financiado. A Reclamante percebeu que o valor a ser pago alcança
o montante de R$ 23.331,96 (vinte e três mil, trezentos e trinta e um reais e noventa e seis
centavos), referente ao pagamento das 36 (trinta e seis) parcelas fixas de R$ 648,11 (seiscentos
e quarenta e oito reais e onze centavos).
Ocorre, entretanto, que, depois de ter quitado 19 das prestações deste contrato,
conforme cópia dos comprovantes anexos, a Requerenta se viu numa situação de intransponíveis
dificuldades, pois compreendeu que não conseguirá pagar as prestações restantes, conforme
acordado, haja vista a sua onerosidade, decorrente do acúmulo de juros extorsivos, portanto,
ilegais, comissão de permanência com correção monetária, juros sobre juros (anatocismo), além
de outros acréscimos que se verão após instalada e realizada a imprescindível perícia contábil e
com o agravante de encontrar-se desempregado.
Ocorre que, além de tudo isso, o Demandante observou ainda que foi cobrado o
valor de R$ 495,00 (quatrocentos e noventa e cinco reais) de taxa de cadastro, o valor de R$
101,54 (cento um reais e cinquenta e quatro centavos) de taxa de registro de contrato, o valor de
R$ 745 ,87 (setecentos e quarenta e cinco reais e oitenta e sete centavos) de seguro e o valor de
R$ 674,70 (seiscentos e setenta e quatro reais e setenta centavos) de IOF, como é possível
observar no contrato em anexo.
Tais cobranças acima mencionadas NÃO devem ser utilizadas e são consideradas
ilegais pelo direito pátrio, de modo que se configuram mais um fato em desacordo aos direitos do
Autor, resultando em uma cobrança abusiva.
Assim, já que uma simples análise dos documentos, acostados aos autos, é
possível verificar a flagrante abusividade que a parte autora é vítima, a alternativa foi recorrer
ao Estado-Juiz para coibir tais abusos.
III - DO DIREITO
Conforme dispõe o artigo 311 do Novo Código de Processo Civil, pode o juiz
conceder a tutela de evidencia. A tutela de evidencia aparece como uma técnica a serviço do
magistrado para a proteção dos chamados “direitos evidentes” e para conferir ao processo a tão
aclamada efetividade. É missão do Estado-Juiz, portanto, antecipar os efeitos da tutela final,
sempre que verificar a presença dos requisitos legais. São eles:
Em suma, o contrato de adesão tem que ser aceito pelo contratante, sob
pena de não ser firmado, e é o tipo de negócio que somente se consolida devido à falta de
opção do aderente, pois, ao aceitar condições prejudiciais, a pessoa assim procede por não ter
alternativa, ou seja, porque tem necessidade de satisfazer um interesse que, por outro modo,
não pode ser atendido. Entretanto, isto não quer dizer que as cláusulas destes contratos são
totalmente inabaláveis, ou seja, o cliente não deve aceitar excessos incoerentes e absurdos
como os configurados no caso em tela e o meio mais eficaz de buscar os seus direitos são as
vias judiciais.
Desta forma, requer o Demandante que este douto Juízo determine a revisão
das cláusulas contratuais, com a anulação das cláusulas que estabeleçam a
cobrança de taxas leoninas e notadamente abusivas.
Tal afirmação se baseia no fato de que, uma vez que o requerido cobrou
valores muito acima do devido, a pseudo-mora decorre não da inadimplência da autora, mas da
incomensurada avareza do acionado, que ao corrigir arbitrariamente os valores devidos, elevou-
os além das importâncias regularmente depositadas, gerando, assim, unilateralmente débitos
indevidos pela suplicante.
POR FIM, vale ressaltar enfim, que deve ser determinada a inversão do ônus
da prova, uma vez que é um direito conferido ao consumidor para facilitar sua defesa no
processo civil, quando há a verossimilhança das alegações ou a hipossuficiência do consumidor,
o que ocorre no caso em tela.
III.6)DA TAXA DE CADASTRO, TAXA DE AVALIAÇÃO DE BEM, TAXA DE REGISTRO DO
CONTRATO, SEGURO E PARCELA PREMIAVEL
Assim, ante a exposição fática e jurídica, resta evidenciada que a cobrança abusiva
do réu apenas proporcionou o enriquecimento do mesmo e o empobrecimento da Autora, ou
seja, acrescentou ao patrimônio do requerido bens, em detrimento da Reclamante, sem que
para isso tenha havido fundamento jurídico, de tal modo que tal proveito do Requerido
configura o abuso de direito, ensejando uma reparação ao Acionante.
Ademais , não se pode cobrar por uma taxa para “abrir crédito” ou
“avaliar bem ”, s e esse mesmo ato, por sua própria natureza, já está contido
na ação ou prestação de “conceder crédito ou dinheiro para financiar tal
bem ”, fazendo parte de um mesmo negócio jurídico, indissociável, e que
será pago pela mesma remuneração, ou seja, através dos juros.
IV - DOS PEDIDOS