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VARA
FEDERAL DA CIRCUNSCRIÇÃO DE .....
CONTESTAÇÃO
à ação cautelar proposta por ....., pelos motivos de fato e de direito a seguir
aduzidos.
DO MÉRITO
1. Fatos
Que a taxa de juros foi fixada em percentual superior ao permito pela norma
legal, bem como há sua capitalização.
Alegam os autores que a mudança do PES/CP para PCR realizada pelo aditivo
de fls. .... foi obrigatória.
Ora os Autores não pagam suas prestações há mais de 15 meses, sendo que a
Instituição financeira vem cumprindo o contrato rigorosamente, aplicando os
reajustes da forma contratada, conforme será demonstrada e provada em
contestação da ação ordinária.
Desta forma onde estaria a aparência do bom direito a favor dos Autores???
EMENTA
SFH. ANTECIPAÇÃO DA TUTELA. AÇÃO ORDINÁRIA. DEPÓSITO.
VALORES INCONTROVERSOS. EXECUÇÃO EXTRAJUDICIAL.
SUSPENSÃO. IMPOSSIBILIDADE.1. Não tem eficácia jurídica alguma a
realização de depósito dos valores incontroversos em ação ordinária. Haveria
eficácia jurídica se o depósito fosse em consignação, que é instituto de direito
material, equiparado, para todos os efeitos, ao pagamento (CC, art. 972).2.
Prejudicado o pedido de suspensão da execução extrajudicial se já ocorrida
arrematação do imóvel pela exeqüente e averbação no registro de imóveis.
ACÓRDÃO
Vistos e relatados estes autos em que são partes as acima indicadas, decide a
Egrégia Terceira Turma do Tribunal Regional Federal da 4ª Região, por
maioria, negar provimento ao recurso, vencida a Juíza Maria de Fátima Freitas
Labarrère, nos termos do relatório e notas taquigráficas que ficam fazendo
parte integrante do presente julgado.
Porto Alegre, 10 de fevereiro de 2000 (data do julgamento).
DJ2 nº 114-E, 14.06.2000, p. 146
EMENTA
SFH. ANTECIPAÇÃO DA TUTELA . AÇÃO ORDINÁRIA. DEPÓSITO.
VALORES INCONTROVERSOS. Não tem eficácia jurídica alguma a realização
de depósito dos valores incontroversos em ação ordinária. Haveria eficácia
jurídica se o depósito fosse em consignação, que é instituto de direito material,
equiparado, para todos os efeitos, ao pagamento ( CC, art.972 ).
Dados do JULGAMENTO
Órgão: Terceira Turma do TRF da 4ª Região
Decisão : Unânime
Data: 11 de maio de 2000
Publicação: DJ2, nº 133-E, 12.07.2000, p.160
"11.(...) E por maior que seja a extensão que se possa dar aos vocábulos
consumo e consumidor a eles não se podem assimilar os contratos bancários.
12. Aplicar a Lei de Defesa do Consumidor a quem celebra contratos bancários
soaria tão estranho como a aplicação do Código Penal a criança. (...)
30. Ora, o crédito não se consome e não é destruído; usado, deve ser
restituído. A operação bancária não é objeto de consumo; é intermediária na
produção de bens, bens que serão produzidos para, após, virem a ser
consumidos. (...)
31. O consumidor que a lei protege é o que se serve de bens e serviços para a
satisfação de suas necessidades pessoais e não profissionais, não os
vendendo nem os empregando na produção de outros bens. (...)"
Vê-se, então, que em nada ajuda o pedido de SOS ao Código de Defesa do
Consumidor, sendo certo que, nos termos do art. 333, I, do CPC, os autores
deveriam ter provado todas as suas alegações.
Não cabe, assim, a proteção do CDC para contratos regidos pelas norma do
SFH.
G) DA RENEGOCIAÇÃO DO CONTRATO
Excelência, caluniosa a afirmativa trazidas pelos autores, pois foram eles quem
procuraram a Instituição financeira(doc. 7 e 8) para incorporarem as parcelas
74 a 76 pois, não tinham possibilidade de honrar as parcelas no valor de R$
1.238,01, em razão disso, optaram pelo Plano de Comprometimento de Renda
- PCR, passando o encargo mensal de R$ 1.238,01 para R$ 683,49, tendo em
vista a informação da renda do autor ser a quantia de R$ 2.300,00, segundo
prova-se pelo documento 05 anexo.
Toda a renegociação foi realizada nos termos da lei, não havendo nenhuma
irregularidade a ser questionada.
Inicialmente deve esclarecer que caso seja realizada revisão das prestações,
requer seja efetuado a partir da assinatura do contrato de fls. 32/41, período
em que os autores iniciaram o pagamento das prestações do financiamento
habitacional - SFH do imóvel, objeto desta demanda.
Cada um deles tem suas partes, sendo que o do seguro está implícito por força
do preceito legal inserto no art. 14, da Lei 4.380/64, que determina a
obrigatoriedade de integração do seguro de vida no contrato de financiamento.
Diz o citado dispositivo:
É de se ver que não se trata de uma prática abusiva, pois faz parte das
condições do negócio o seguro daquilo que servirá de garantia à dívida, sendo
tal seguro colocado no contrato por expressa disposição legal.
Afigura-se claro que nada está sendo exigido além do que previsto contratual e
legalmente.
J) - SISTEMA DE AMORTIZAÇÃO
Existe, portanto, uma equivalência entre a taxa efetiva e a nominal onde esta
na sua forma mesma eqüivale àquela elevada ao exponente 12.
No caso dos autor contratou-se uma taxa nominal de 10,50% ao ano que
eqüivale a 11,0203% ao ano de taxa efetiva anual, encontrado na fórmula
matemática: 10,50% divido por 12(ano), dividido por 100(percentual) + 1(casa
do percentual) e o resultado elevado ao expoente 12=11,0203% ao ano.
Nota-se, que as alegações dos autores são totalmente aleatória, tendo pois
este nem se deu ao trabalho de analisar o contrato firmado com a Instituição
financeira.
DOS PEDIDOS
Isto posto, e por tudo mais que certamente V. Exª certamente acrescentará,
requer a Instituição financeira pela improcedência da presente ação,
condenando os autores nos ônus da sucumbência.
Nesses Termos,
Pede Deferimento.
[Assinatura do Advogado]
[Número de Inscrição na OAB]