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XXXXXXXX, já qualificado nos autos, por seu procurador judicial ao final assinado, com escritório profissional
constante no rodapé, vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, interpor o presente
RECURSO DE APELAÇÃO
em face da sentença de fls., a qual julgou extinto o processo sem resolução de mérito, nos autos de ação revisional
supra epigrafados que promove em face de BANCO XXXX., pessoa jurídica de direito privado, o que faz com base nos
fatos e motivos que adiante demonstrar-se-á.
Requer, desta forma, o recebimento do presente recurso, eis que tempestivo, a intimação da apelada para que
apresente as contra-razões que tiver, no prazo legal, e a posterior remessa dos autos ao E. Tribunal de Justiça do Estado do
Paraná para que o recurso seja processado e julgado na sua forma regimental.
Outrossim, a apelante informa que deixou de recolher as custas pertinentes ao ato, por ter requerido o benefício da
gratuidade de justiça nos termos da lei 1050/60.
Termos em que,
Espera Deferimento.
LOCAL, DATA
ADVOGADO
EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO XXXXX
RECURSO DE APELAÇÃO
Inconformado com a r. sentença a qual julgou parcialmente procedente, nos autos supra epigrafados, comparece o
Apelante, para pleitear a sua reforma, o que faz com base nas razões de fato e de direito a seguir expostas.
I – DOS FUNDAMENTOS
O apelante ajuizou ação revisional de contrato de financiamento, sendo que dentre seus pedidos, pugnou pela
exibição de documentos a fim de que a instituição financeira trouxesse aos autos cópia do contrato celebrado entre as partes.
No entanto, inobstante a apelada ter apresentado contestação, deixou de anexar aos autos cópia do contrato celebrado
entre as partes, mesmo após devidamente intimada.
O feito foi a julgamento, sendo proferida sentença de procedência parcial a qual, inobstante ter aplicado a regra do
art. 359 do CPC (art. 400, novo CPC), deixou de reconhecer a inexistência de pactuação da capitalização de juros e a
consequente necessidade de sua exclusão.
Contudo, demonstrar-se-á que tal decisão esbarra no atual entendimento doutrinário e jurisprudencial sobre o tema e
deve ser reformada por este Egrégio Tribunal de Justiça.
II - DO DIREITO
O presente recurso se consubstancia em uma argumentação simples. Diante da inércia da instituição financeira e a
consequente aplicação do artigo 359 do CPC (art. 400, novo CPC), deve ser declarada a inexistência de pactuação da
capitalização de juros e seu consequente afastamento, senão vejamos a existência de farta jurisprudência a respeito:
Veja-se que o TJSC deu a melhor interpretação em relação a caso idêntico ao presente e que deve ser observado
quando do julgamento do presente caso:
“APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO REVISIONAL DE CONTRATO BANCÁRIO. CASA BANCÁRIA QUE APÓS
INTIMAÇÃO DEIXA DE EXIBIR INSTRUMENTOS CONTRATUAIS. APLICAÇÃO DAS SANÇÕES DO
ARTIGO 359 DO CPC NO QUE CONCERNE AOS PACTOS NÃO JUNTADOS AOS AUTOS.
CAPITALIZAÇÃO DOS JUROS. VEDADA A COBRANÇA NOS CONTRATOS NÃO APRESENTADOS,
ANTE A IMPOSSIBILIDADE DE SE AFERIR A SUA CONTRATAÇÃO. JUROS REMUNERATÓRIOS.
POSSIBILIDADE DE COBRANÇA AINDA NOS CONTRATOS FALTANTES, PORÉM SUBMETIDOS À
TAXA LEGAL. PRECEDENTES. COMISSÃO DE PERMANÊNCIA. VEDADA A CUMULAÇÃO COM
ENCARGOS MORATÓRIOS E REMUNERATÓRIOS. COBRANÇA ADMITIDA NA FORMA DO
ENUNCIADO N. III DO GRUPO DE CÂMARAS DE DIREITOCOMERCIAL DO TJSC. TAXA REFERENCIAL
(TR). CONTRATAÇÃO NÃO DEMONSTRADA. APLICAÇÃO DO INPC. TUTELA ANTECIPADA.
PRESENÇA DOS REQUISITOS ENSEJADORES. DESNECESSIDADE DE OFERECIMENTO DE CAUÇÃO
ANTE A IMPOSSIBILIDADE DE APURAÇÃO DO QUANTUM DEBEATUR. RECURSO CONHECIDO E
PARCIALMENTE PROVIDO. (Apelação Cível n. 2007.058016-9, de Criciúma, rel. Des. Júlio César Knoll)”
Portanto, cabia à apelada, trazer aos autos os documentos, pois nisso residia o fato impeditivo do direito do
consumidor de se opor à capitalização mensal dos juros. E, não tendo o credor se desincumbido desse ônus, imposto que lhe
era pelo artigo 333, II do Código de Processo Civil (art. 373, II, novo CPC), é forçoso concluir que inexistiu estipula ção
expressa de capitalização dos juros, revelando-se ilegal, destarte, essa prática pelo credor, o que determina que o saldo
da relação contratual seja recalculado, com a adoção de juros simples e exclusão dos valores resultantes da capitalização.
Por essa razão, requer seja reformada a sentença a quo, aplicando-se o art, 359, I do CPC (art. 400, I, novo CPC)
também em relação à capitalização de juros.
II - DO PEDIDO
ADVOGADO