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EXCELENTÍSSIMA SENHORA DOUTORA JUIZA DE DIREITO DA

1a VARA DE CIVEL DO JUIZADO ESPECIAL DA COMARCA DE


PASSOS – UNIDADE FEDERATIVA DE MINAS GERAIS.

Vara: 1 VÁRA CÍVEL


Título: Cumprimento de Sentença
Processo

*500333
Processo: 5003339.96.2019.8.13.0479
Requerente: Mario Sergio Figueiredo
Requerido: Alex Sandro Santos Vilela e Outros

9-
Processo originário: 1198566.49.2006.8.13.0479

ALEX SANDRO SANTOS VILELA-ME , pessoa


jurídica de direito privado, inscrita no CNPJ sob
nº 04.498.171/0001-43 e ALEX SANDRO SANTOS
VILELA, brasileiro, casado, portador do RG nº M-
6657734, SSP/MG, e inscrito no CPF nº 909.357.136-
20, residente e domiciliado na Rua Razia Maria,
51, Jardim Itália, CEP: 37900-000, no município de
Passos – MG, vem respeitosamente, por meio do seu
Advogado, infra assinado, ajuizar

IMPUGNAÇÃO AO CUMPRIMENTO DE
SENTENÇA
movido por Mário Sergio Figueiredo, diante
dos substratos fáticos e jurídicos que passa a
expor:
DA ALÍCERAS CONSIDERAÇÕES FÁTICAS
Trata-se de cumprimento de sentença que
determinou em 15 dias pagar(em) a dívida informada
pela(s) parte(s) exequente(s), sob pena de ser
acrescida de 10% a título de multa e de outros 10%
a título de honorários de advogado, ambas as taxas
incidentes sobre o valor da dívida (art. 523, §
1º, CPC) ou do remanescente (art.523, § 2º, CPC),
de penhora de bens (art. 523, § 3º, CPC) e de
protesto do título judicial (art. 528, §§ 1º,7º e 8º e
art. 517, §§ 1º e 2º, CPC).

Ocorre que, conforme será demonstrado o


executado quitou seu débito integralmente através
de um acordo diretamente com a parte autora que
ajuizou o processo originário
1198566.49.2006.8.13.0479, motivando a presente
impugnação ao cumprimento de sentença.

1. PRELIMINARES
DO PAGAMETNO INTEGRAL ATRAVEZ DE ACORDO
Requer a extinção do feito tendo em vista
a dívida estar quitada através de acordo
homologado.

Diferentemente do que alegado pela


Impugnada, a determinação judicial fora
rigorosamente cumprida.
A decisão exequenda determinou que o
requerido pagasse o valor de 20% de honorários
sucumbenciais do valor atualizado da dívida.

Para tanto, o Impugnante efetivou o


cumprimento à referida ordem, através do acordo
que segue anexo.

Restou avençado entre o titular do


processo e o executado para quitação integral do
débito pagaria os valores de R$5.500,00(cinco mil
e quinhentos reais), sendo parte deste valor para
quitação de honorários sucumbenciais.

Como se extrai do acordo firmado, o autor


do processo originário acordou honorários
advocatícios na presente minuta que fora
devidamente quitado.

Reza o termo que os honorários seriam


devidos a seus atuais procuradores, o que incluía
o exequente, não há nos autos originários qualquer
substabelecimento ou revogação dos poderes do
procurador ora exequente, oque demonstra que o
acordo feito engloba todos os procuradores pois o
exequente é procurador atual do BANCO BRADESCO S|
A, conforme faz prova extrato RUP ANEXO.

Informa ainda que fora devidamente


publicada a homologação ao exequente:

Após a publicação não houve apresentação


de embargos de declaração ou qualquer demonstração
de discordância do acordo homologado.

Houve o trânsito em julgado sem qualquer


manifestação contraria a homologação.

Assim o executado cumpriu com toda sua


obrigação através do acordo, não havendo que se
falar em execução de honorários.
O executado de boa-fé quitou seu débito, a
responsabilidade do pagamento de honorários cabe
integralmente ao patrono do exequente uma vez que
recebeu através do acordo anexo o valor integral
pelos honorários avençados no próprio acordo.

Note-se ainda que o exequente esta


cadastrado como procurador do patrono BRADESCO
S\A, conforme extrato do RUP colacionado(anexo).

Importante frisar que não há nos autos


1198566.49.2006.8.13.0479 qualquer revogação,
revogação ou substabelecimento, devendo assim o
patrono do exequente honrar com seus honorários
pois estão devidamente quitados.

Trata-se de execução indevida, razão pela


qual deve ser sumariamente extinta por falta de
interesse em agir.

O acordo é claro, honorários sucumbenciais


acordados com os atuais advogados, o que inclui o
exequente.

Se
existe
qualquer obrigação em pagar honorários ao
exequente, e de inteira responsabilidade de seu
patrono BRADESCO S\A, o qual o exequente deverá
ajuizar ação própria.
Ultrapassada a preliminar de pagamento
integral da dívida o que como medida de JUSTIÇA,
fulminará o processo em seu nascedouro, por amor
ao debate passa ao Excesso da execução.

DO EXCESSO DE EXECUÇÃO
O Excesso de Execução ocorre sempre que
houver extrapolação dos limites do título
executivo, ou seja, quando é requerido o
cumprimento de sentença em valor maior que o
devido.

No presente caso há inequívoco excesso de


execução ao se evidenciar que o valor executado é
superior ao previsto na decisão executada, a qual
dispôs expressamente:

20% do valor atualizado.

Ou seja, o valor devido corresponde apenas


a R$102.301,03(cento e dois mil trezentos e um
reais e três centavos, conforme planilha em anexo.

Assim, evidenciado o excesso de execução,


deve ser provida a presente impugnação com o
prosseguimento do cumprimento de sentença
exclusivamente sobre o valor devido.

Motivos suficientes a embasar o presente


pedido, declarando desde já o valor que entende
devido é exatamente o valor que foram pagos
através do acordo homologado.
DO EFEITO SUSPENSIVO CABÍVEL
Dispõe o Código de Processo Civil, em seu
art. 525, §6º que cabe ao juiz, ao receber a
impugnação, "atribuir-lhe efeito suspensivo, se
seus fundamentos forem relevantes e se o
prosseguimento da execução for manifestamente
suscetível de causar ao executado grave dano de
difícil ou incerta reparação."

Assim, considerando presentes, os


seguintes requisitos:

PROBABILIDADE DO DIREITO: Considerando a


cobrança indevida no presente cumprimento de
sentença, pois resta configurada a probabilidade
do direito.

RISCO DA DEMORA: Por tratar-se de


cumprimento de sentença que afeta os bens do
Impugnante, a continuidade do cumprimento coloca
em risco seu cotidiano e património.

DA GARANTIA DO PAGAMENTO: O pagamento dos


valores pleiteado estão garantidos pelo acordo
homologado o que dispensa qualquer calção.

Cabível, portanto, a concessão do efeito


suspensivo a presente Impugnação.

DA GRATUIDADE DE JUSTIÇA À EMPRESA


Trata-se de Pessoa Jurídica com despesas
superiores à receita, em especial pela crise que
assola o país desde 2015, conforme balanço do
último exercício e balancetes atualizados que
junta em anexo.

Ou seja, o impugnante não dispõe de


condições financeiras para arcar com as custas
processuais sem prejuízo da saúde financeira já
abalada da empresa, conforme declaração de
hipossuficiência e cópia de inúmeros protestos que
junta em anexo.

A possibilidade da gratuidade de justiça


já foi sumulada pelo STJ, nos seguintes termos:

Súmula 481 -Faz jus ao benefício da justiça


gratuita a pessoa jurídica com ou sem fins
lucrativos que demonstrar sua
impossibilidade de arcar com os encargos
processuais. (Súmula 481, CORTE ESPECIAL)

No mesmo sentido é o entendimento firmado


em inúmeros precedentes:

JUSTIÇA GRATUITA - PESSOA JURÍDICA -


COMPROVAÇÃO DE HIPOSSUFICIÊNCIA -
DEFERIMENTO. - Para a concessão da
gratuidade de justiça para pessoa jurídica,
faz-se necessária a apresentação de
documentação que comprove a condição de
hipossuficiência da empresa - Demonstrada a
impossibilidade financeira de arcar com as
despesas do processo, deve ser deferido o
benefício para a pessoa jurídica. (TJ-MG -
AI: 10000190283739001 MG, Relator: Pedro
Aleixo, Data de Julgamento: 17/07/2019,
Data de Publicação: 18/07/2019)

NEGÓCIOS JURÍDICOS BANCÁRIOS. JUSTIÇA


GRATUITA. PESSOA JURÍDICA. Tratando-se de
pessoa jurídica e havendo comprovação de
escassez de recursos para arcar com o custo
processual, merece ser concedido o
benefício da justiça gratuita, a qual pode
oportunamente ser revogada, provando a
parte contrária a inexistência ou o
desaparecimento dos requisitos essenciais à
concessão. Precedentes jurisprudenciais.
AGRAVO DE INSTRUMENTO PROVIDO. (Agravo de
Instrumento Nº 70081091589, Décima Quinta
Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS,
Relator: Ana Beatriz Iser, Julgado em
29/05/2019).

Ao disciplinar sobre o tema, grandes


doutrinadores corroboram com este entendimento:

"Pessoa Jurídica e Assistência Judiciária


Gratuita. A pessoa jurídica que não puder
fazer frente às despesas do processo sem
prejuízo de seu funcionamento também pode
beneficiar-se das isenções de que trata a
gratuidade da justiça. “Faz jus ao
benefício da justiça gratuita a pessoa
jurídica com ou sem fins lucrativos que
demonstrar sua impossibilidade de arcar com
os encargos processuais” (Súmula 481,
STJ)." (MARINONI, Luiz Guilherme. ARENHART,
Sérgio Cruz. MITIDIERO, Daniel. Novo Código
de Processo Civil comentado. 3ª ed. Revista
dos Tribunais, 2017. Vers. ebook. Art. 98)

Por tais razões, com fulcro no artigo 5º


LXXIV da Constituição Federal e pelo artigo 98 do
CPC, requer seja deferida a gratuidade de justiça
aos impugnantes.

4. DOS PEDIDOS
Ex positis, o Impugnante requer a Vossa
Excelência a atender aos seguintes pedidos:

I. A concessão do benefício da Justiça


Gratuita aos Impugnantes, nos termos do
Art. 98 do CPC;

II. O acolhimento da preliminar, com a extinção


imediata do cumprimento de sentença, pelas
razões acima dispostas, ou seja, a devida
quitação através de acordo homologado;

III. O recebimento e o processamento da presente


Impugnação ao Cumprimento de Sentença por
tempestiva e cabível;

IV. Que seja determinado ao exequente a juntada


de qualquer documento que no momento do
acordo não tinha ciência ou que não fazia
parte dos advogados do patrono;

V. Que seja suspensa liminarmente os atos do


cumprimento de sentença, até que seja
apreciada, em caráter definitivo a presente
Impugnação, nos termos do Art. 525, §6º e
919, §1º do CPC;

VI. Que seja determinada a intimação da


Impugnada para, querendo, responder a
presente Impugnação;

VII. A condenação do Impugnado ao pagamento de


honorários advocatícios no valor de 20% do
valor do Cumprimento de Sentença e ao
pagamento das custas judiciais.

Nestes termos,

Pede deferimento.

Passos, 17 de March de 2020

LUCIANO HENRIQUE MEZENCIO


OAB/MG 165.740 - OAB/SP 415401

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