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Considerações preliminares
4.6. “Ao tratar dessa compatibilização, a lei poderá imprimir maior ou menor
compressão sobre os poderes do titular da propriedade, numa interferência
que, segundo Luiz Roldão de Freitas Gomes, atingirá o "conteúdo mesmo do
direito, em que se inserem situações passivas impostas a seu titular em favor
do Bem Comum, que vão insculpindo nova conformação desse direito, mais em
harmonia com os princípios da coexistência dos direitos e da prevalência do
social, que norteiam a evolução jurídica contemporânea”(pg. 308).
4.7. “Na medida em que essa qualificação social não desnatura os elementos
da propriedade privada, importa compatibilizar o direito subjetivo e a função,
aquele condicionado por esta, mediante imposição de deveres, positivos ou
negativos, visando o cumprimento da finalidade definida para os bens objeto do
direito de propriedade, segundo sua natureza e de acordo com as diversas
situações merecedoras de tutela especial.” (pg. 308).
5.3. Falamos de estrutura e função, pois são dois princípios que giram em
torno do fato. A evidencia, de como é a estrutura e qual é sua função. É a
função de direito de dever e operar determinada situação.
5.6. A lei pode limitar o poder do proprietário em prol do bem comum e isso
pode afetar o conteúdo do direito de propriedade. Essa interferência busca uma
nova conformação do direito em harmonia com os princípios da coexistência
dos direitos e da prevalência do social na evolução jurídica contemporânea. A
imposição de situações passivas ao proprietário é uma forma de promover
essa compatibilização.
8.5. Segundo Nelson Saule Júnior, uma moradia digna deve apresentar os
seguintes critérios: disponibilidade de serviços, benefícios e materiais, uma
formal segurança jurídica de posse em casos de despejo forçado, boa
infraestrutura, condições habitáveis (presença de energia elétrica, água
potável, saneamento básico, local de armazenamento de alimentos), gastos
possíveis de serem efetuados, com referência à renda do proprietário
(aluguel e taxas de manutenção de serviços), proteção climática e biológica
(contra frio, calor, umidade, vetores transmissores de doenças), condições
de fácil acesso à moradia (principalmente para crianças, idosos e
portadores de ciência), localização adequada (com relação a transportes e
equipamentos urbanos, oportunidades de emprego, serviços de saúde e
educação, tradições culturais do morador). Enfim, ela deve proporcionar a
integração social e territorial até mesmo para famílias carentes. (Pg. 238 e
239).
Isso significa que a propriedade não pode ser exercida de forma arbitrária
ou socialmente prejudicial. A Constituição estabelece que a propriedade
deve servir aos interesses da comunidade e contribuir para o
desenvolvimento social e econômico do país.