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UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ – UNIVALI

ESCOLA DE CIÊNCIAS JURÍDICAS E SOCIAIS – ECJS


CURSO DE DIREITO
PERÍODO: 8º
PROFESSOR: Murilo Justino Barcelos, MSC.
ALUNO: Leonardo Abu Farah Marchioro

“FICHA DESTAQUE/REFERENTE DE OBRA CIENTÍFICA”

1. NOME COMPLETO: Leonardo Abu Farah Marchioro

2. OBRA / ARTIGO / ENSAIO EM FICHAMENTO: 305 Revista da


EMERJ, v. 6, n. 24, 2003, Função Social da Propriedade, CHALHUB

3. EXPLICITAÇÃO DO REFERENTE UTILIZADO: Selecionar e registrar


formulações constantes no livro em questão, qual seja, 305 Revista da
EMERJ, v. 6, n. 24, 2003, Função Social da Propriedade, CHALHUB”
em fichamento, transcrevendo-as literalmente no item 4 desta Ficha,
tendo como critério de escolha a sua contribuição para o estudo acerca
do tema proposto na pesquisa, qual seja, “Manda quem pode. Obedece
quem tem juízo. Advoga quem é persistente”.

4. DESTAQUES CONFORME O REFERENTE

CONCEITO DE PROPRIEDADE E DE DIREITO DE PROPRIEDADE.


DIREITOS E FACULDADES DELA DECORRENTES

Considerações preliminares

4.1. “A ideia da função social da propriedade não é nova, já tendo merecido


atenção da doutrina cristã na Idade Média, mas é a partir do final do século XIX
que ganha especial relevo, vindo a ser consagrada nas Constituições
modernas. Com efeito, o crescimento e a diversificação da atividade
econômica, no final do século XIX, levam a grande concentração societária do
capital e ao surgimento da grande empresa, controladora da produção e do
mercado. Ao mesmo passo, a doutrina marxista vê a propriedade como fator de
supremacia do capital sobre o trabalho, seguindo-se a revolução russa de 1917
com a socialização dos meios de produção.” (Pg. 305).

4.2. “A ideia de que o direito de propriedade está ligado a um dever perante a


coletividade aparece com nitidez na Encíclica Quadragesimo Anno, pela qual
se procura distinguir o direito de propriedade e o uso da propriedade,
preconizando-se a atuação do legislador no sentido de regular o exercício do
direito de propriedade de acordo com as exigências do bem comum.” (Pg. 305).

4.3. “Estrutura e função "respondem a duas indagações que se põem em torno


ao fato. O 'como é?' evidencia a estrutura, o para que serve?' evidencia a
função. * A noção de função está ligada à finalidade de determinado instituto ou
direito e corresponde aos interesses objeto da tutela; a função indica a maneira
como um instituto ou direito deve operar e, assim, delineia o perfil estrutural do
instituto; é a função, segundo Salvatore Pigliatti, "a razão genética do instituto e
a permanente razão da sua aplicação, isto é, sua razão de ser. "(Pg. 306).

4.4. “Essa indagação pode comportar respostas distintas, de acordo com a


perspectiva ideológica considerada, mas é de se admitir que, sob qualquer
perspectiva, "o direito de propriedade serve para fundar estruturalmente um
mercado", constituindo um sistema institucional que garanta o funcionamento
do mercado. A característica desse mercado dependerá da configuração
jurídica atribuída ao direito de propriedade, podendo o mercado "ser livre ou
monopolista em virtude da capacidade das instituições jurídicas (o direito de
propriedade em primeiro lugar) de canalizar no interesse de todos a atividade
de cada um."* Entretanto, qualquer que seja a organização social considerada,
a propriedade há de ser, obviamente, elemento sempre presente na estrutura
da ordem econômica e social, não havendo dúvida de que o reconhecimento
do direito de propriedade é fator de segurança jurídica e, conseqüentemente,
de estabilidade social.”(pg. 307).

4.5. “Diferentemente da concepção individualista, que privilegiava o interesse


do titular da propriedade, a tutela da propriedade, sob a perspectiva social,
extrapola os limites do direito individual e passa a tutelar também o interesse
social, na medida em que se reconheça que " exercício dos poderes do
proprietário não deveria ser protegido tão-somente para satisfação do seu
interesse. “(pg. 307)

4.6. “Ao tratar dessa compatibilização, a lei poderá imprimir maior ou menor
compressão sobre os poderes do titular da propriedade, numa interferência
que, segundo Luiz Roldão de Freitas Gomes, atingirá o "conteúdo mesmo do
direito, em que se inserem situações passivas impostas a seu titular em favor
do Bem Comum, que vão insculpindo nova conformação desse direito, mais em
harmonia com os princípios da coexistência dos direitos e da prevalência do
social, que norteiam a evolução jurídica contemporânea”(pg. 308).

4.7. “Na medida em que essa qualificação social não desnatura os elementos
da propriedade privada, importa compatibilizar o direito subjetivo e a função,
aquele condicionado por esta, mediante imposição de deveres, positivos ou
negativos, visando o cumprimento da finalidade definida para os bens objeto do
direito de propriedade, segundo sua natureza e de acordo com as diversas
situações merecedoras de tutela especial.” (pg. 308).

5. REGISTROS PESSOAIS DO FICHADOR SOBRE OS DESTAQUES


SELECIONADOS E SUA UTILIDADE PARA A PESQUISA E/OU
APRENDIZAGEM EFETIVA HAVIDA COM O FICHAMENTO:

5.1. Não é de hoje a ideia de funções diante das propriedades, já sendo


mencionados na doutrina cristã na Idade Média, mas, ao final do século XIX,
veio a ser falado nas Constituições modernas. Ao crescimento da atividade
econômica, falando do final do século XIX, com a grande concentração
societária do capital e também com o início de grandes empresas. Onde são
controladoras da produção e do mercado. Na mesma linha temos a doutrina
marxista, analisa a propriedade como uma supremacia para o capital.

5.2. As funções do direito da propriedade, buscam distinguir o direito de


propriedade do seu uso. Assim recomendando a atuação dos legisladores,
falando referente a regular o exercício do direito de propriedade, diante das
exigências do bem comum.

5.3. Falamos de estrutura e função, pois são dois princípios que giram em
torno do fato. A evidencia, de como é a estrutura e qual é sua função. É a
função de direito de dever e operar determinada situação.

5.4. O direito de propriedade tem como função fundamental servir de base


para a estruturação do mercado, garantindo seu funcionamento e a
organização da atividade econômica. A configuração jurídica atribuída ao
direito de propriedade pode determinar se o mercado será livre ou
monopolista, dependendo da capacidade das instituições jurídicas de
canalizar a atividade de cada um no interesse de todos. De qualquer forma, a
propriedade é um elemento presente na estrutura da ordem econômica e
social, sendo o reconhecimento do direito de propriedade um fator importante
de segurança jurídica e estabilidade social.

5.5. Além dos interesses pessoais, a função da propriedade passas desses


limites individuais e batemos na tecla de um interesse social. No pensamento
de que em uma propriedade, o proprietário não deve ser protegido somente
pelos seus interesses, temos mais coisas a reaver.

5.6. A lei pode limitar o poder do proprietário em prol do bem comum e isso
pode afetar o conteúdo do direito de propriedade. Essa interferência busca uma
nova conformação do direito em harmonia com os princípios da coexistência
dos direitos e da prevalência do social na evolução jurídica contemporânea. A
imposição de situações passivas ao proprietário é uma forma de promover
essa compatibilização.

5.7. Compatibilização entre o direito subjetivo de propriedade e a sua função


social Resumo: A compatibilização entre o direito subjetivo de propriedade e a
sua função social é essencial para que a propriedade privada não seja
desnaturada. Isso é feito por meio da imposição de deveres, positivos ou
negativos, que condicionam o direito subjetivo à função social dos bens objeto
do direito de propriedade. Esses deveres visam garantir o cumprimento da
finalidade definida para a propriedade, de acordo com a sua natureza e as
diversas situações que merece.

6. OBRA / ARTIGO / ENSAIO EM FICHAMENTO: CIDADANIA,


PODER E DESENVOLVIMENTO NO ESTADO DEMOCRÁTICO DE
DIREITO 2

7. EXPLICITAÇÃO DO REFERENTE UTILIZADO: Selecionar e registrar


formulações constantes no livro em questão, qual seja, CIDADANIA,
PODER E DESENVOLVIMENTO NO ESTADO DEMOCRÁTICO DE
DIREITO 2, VASCONCELOS” em fichamento, transcrevendo-as
literalmente no item 9 desta Ficha, tendo como critério de escolha a
sua contribuição para o estudo acerca do tema proposto na pesquisa.

8. DESTAQUES CONFORME O REFERENTE

8.1 . A Constituição Federal de 1988, popularmente conhecida


como “Carta Cidadã”, expõe a garantia do direito de propriedade,
desde que atenda a sua função social, uma vez que as normas
concernentes aos direitos fundamentais são de aplicação imediata.
Trata-se de direitos de primeira geração1, também chamados
direitos e garantias fundamentais individuais, as quais
contextualizam-se como cláusulas pétreas, não podendo ser
alterados por Emenda Constitucional, segundo artigo 60, §4, da
Constituição Federal de 1988. (Pg. 234).
8.2. No que diz respeito a planejamento territorial, o Plano Diretor
representa o principal documento legal para cumprimento da função social
da propriedade urbana. É de suma importância, pois os próprios municípios
têm competência para legislar sobre temas de interesse local, entre eles,
ordenamento territorial, ocupação do solo, seu uso e parcelamentos,
entendimento corroborado pelo artigo 30, CF.3 Além disso, editar um Plano
Diretor auxilia nos casos em que Municípios almejam obter recursos
financeiros junto ao Governo Federal por meio do Ministério das Cidades.
(Pg. 235).

8.3. O IPTU (imposto predial e territorial urbano) progressivo no tempo,


instituído no artigo 7° do Estatuto da Cidade, trata-se de uma sanção ou
punição que o proprietário do imóvel recebe quando não cumpre com a
função social e aproveitamento do local. Se a obrigação de parcelar ou
edificar não seja cumprida em um período temporal de cinco anos, o
Município deverá manter a cobrança em um percentual de até quinze por
cento, podendo após cinco anos de cobrança do IPTU até desapropriar o
imóvel. Constitui-se como uma penalidade extrafiscal do tributo, ou seja,
uma sanção pelo descumprimento da função social da propriedade urbana.
IPTU progressivo já foi questão de ampla discussão no STF (Supremo
Tribunal Federal) com relação a sua constitucionalidade. Em 24 de
setembro de 2003, o STF editou a súmula 6685, determinando que é
constitucional a lei municipal tributária, sempre que visar garantir a função
social da propriedade urbana. (Pg 236 e 237).

8.4. Para Immanuel Kant, tudo no mundo tem um preço ou uma


dignidade. Se algo tiver preço, pode ser substituído por coisa equivalente.
Já, coisas acima de qualquer preço, se autodenominam dignidades. Assim,
direito à saúde e direito à moradia adequada constituem-se dignidades.
Dignidade é o princípio essencial da pessoa humana, e fundamento da
República Federativa do Brasil (art. 1, inciso III da Constituição Federal de
1988). Dela deriva outro princípio: o da isonomia. Se todos são iguais
perante a lei (artigo 5°, caput, CF) e a casa é asilo inviolável do indivíduo
(artigo 5°, inciso XI, CF), é obvio que todos possuem direito a esse asilo e
essa inviolabilidade. Para tanto, como forma de garantir esse pressuposto,
faz-se necessário que a própria moradia obedeça aos fundamentos formais
de existência. (Pg 238).

8.5. Segundo Nelson Saule Júnior, uma moradia digna deve apresentar os
seguintes critérios: disponibilidade de serviços, benefícios e materiais, uma
formal segurança jurídica de posse em casos de despejo forçado, boa
infraestrutura, condições habitáveis (presença de energia elétrica, água
potável, saneamento básico, local de armazenamento de alimentos), gastos
possíveis de serem efetuados, com referência à renda do proprietário
(aluguel e taxas de manutenção de serviços), proteção climática e biológica
(contra frio, calor, umidade, vetores transmissores de doenças), condições
de fácil acesso à moradia (principalmente para crianças, idosos e
portadores de ciência), localização adequada (com relação a transportes e
equipamentos urbanos, oportunidades de emprego, serviços de saúde e
educação, tradições culturais do morador). Enfim, ela deve proporcionar a
integração social e territorial até mesmo para famílias carentes. (Pg. 238 e
239).

9. REGISTROS PESSOAIS DO FICHADOR SOBRE OS DESTAQUES


SELECIONADOS E SUA UTILIDADE PARA A PESQUISA E/OU
APRENDIZAGEM EFETIVA HAVIDA COM O FICHAMENTO:

9.1. Trata das garantias do direito de propriedade na Constituição Federal


de 1988, conhecida como “Carta do Cidadão” por sua ênfase nos direitos e
garantias fundamentais. Os direitos de propriedade estão garantidos na
Constituição, mas é importante que a propriedade cumpra sua função
social.

Isso significa que a propriedade não pode ser exercida de forma arbitrária
ou socialmente prejudicial. A Constituição estabelece que a propriedade
deve servir aos interesses da comunidade e contribuir para o
desenvolvimento social e econômico do país.

No âmbito dos direitos fundamentais, tal garantia dos direitos patrimoniais


está relacionada aos direitos de primeira geração, também conhecidos
como direitos fundamentais individuais e segurança. De acordo com o
Artigo 60(4) da Constituição Federal de 1988, esses direitos são
considerados rígidos, ou seja, não podem ser alterados por emenda
constitucional.

9.2. Em termos de planejamento regional, o planejamento global é a


ferramenta básica para assegurar a realização das funções sociais da
propriedade urbana. Um plano diretor é um documento legal que estabelece
diretrizes e normas para o desenvolvimento urbano do município.

A Constituição Federal confere aos municípios poderes para legislar sobre


assuntos de interesse local, incluindo ordenamento territorial, ocupação,
uso e parcelamento do solo. Isso está estipulado no artigo 30 da
Constituição.

9.3. O artigo 7º do Estatuto da Cidade implementou um aumento gradual do


IPTU para incentivar os proprietários a cumprir sua responsabilidade social
e manter o uso adequado dos imóveis urbanos. Esta medida serve como
sanção para os indivíduos que não cumpram os requisitos acima
mencionados.

De acordo com o Estatuto da Cidade, caso o proprietário não cumpra suas


obrigações de parcelamento ou construção no prazo de cinco anos, o
município reserva-se o direito de impor um aumento gradual da alíquota do
IPTU de até quinze por cento ao ano. Trata-se de uma cobrança
progressiva do IPTU que visa motivar o proprietário a cumprir a função
social do imóvel, ou seja, utilizá-lo de forma que beneficie efetivamente a
comunidade.
9.4. Cada coisa neste mundo tem um valor: ou tem um preço ou tem uma
dignidade. No caso de algo estar com preço, ele pode ser trocado por um
item equivalente. Por outro lado, as coisas que são dignas estão além de
qualquer valor e não podem ser substituídas. Nesse sentido, o direito à
saúde e o direito à moradia digna são considerados dignidades, ou seja,
são direitos essenciais que não podem ser mercantilizados.

O princípio fundamental da pessoa humana é a sua dignidade inerente,


conforme consagrado na Constituição Federal Brasileira. O artigo 1º, inciso
III, da Constituição expressa especificamente esse princípio. Derivado
desse princípio abrangente está o princípio da isonomia, que afirma que
todos os indivíduos são iguais perante a lei, conforme disposto na cláusula
inicial do artigo 5º.

9.5. Simplificando, uma moradia adequada deve atender a certos requisitos


para garantir condições de vida satisfatórias para seus ocupantes. Esses
requisitos envolvem o acesso a amenidades essenciais, recursos e
materiais fundamentais, bem como arrendamento seguro para evitar
despejos injustos. Além disso, é fundamental que a moradia possua
infraestrutura confiável e condições habitáveis, como fonte de energia
elétrica, água potável, saneamento básico e espaço para armazenamento
de alimentos.

Quando se trata de habitação, a acessibilidade é um fator chave que deve


ser levado em consideração, considerando a renda do proprietário e
incluindo aluguel e taxas de manutenção. Além disso, também deve
fornecer proteção adequada contra condições climáticas adversas, como
frio, calor e umidade extremos, bem como proteção contra vetores que
podem transmitir doenças.

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