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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DO JUIZADO ESPECIAL CÍVEL E

CRIMINAL DA COMARCA DE ....(PR).

Ação de Reparação de Danos Morais


Proc. nº. 44556.2013.11.8.99.0001
Autor: JOÃO FULANO
Ré: LOJA DA CONSTRUÇÃO LTDA

JOÃO FULANO, já qualificado na peça vestibular, não se


conformando, venia permissa maxima, com a sentença meritória exarada, comparece, com o
devido respeito à presença de Vossa Excelência, para interpor, tempestivamente ( LJE, art 42),
no decêndio legal, por intermédio de seu patrono infra firmado, o presente

RECURSO INOMINADO,

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o que faz fulcrado no art. 41 e seguintes da Lei dos Juizados Especiais (Lei nº. 9.099/95), em
virtude dos argumentos fáticos e de direito expostas nas RAZÕES ora acostadas.

Outrossim, ex vi legis, solicita que Vossa Excelência declare os efeitos


com que recebe o recurso evidenciado, determinando, de logo, que o Recorrido manifeste-se
sobre o presente e, após cumpridas as formalidades legais, seja ordenada a remessa desses
autos, com as Razões deste recurso, à Egrégia Turma Recursal do Estado do Paraná.

Respeitosamente, pede deferimento.

Cidade (PR), 00 de fevereiro de 0000.

Beltrano de Tal
Advogado – OAB/PR 112233

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RAZÕES DO RECURSO INOMINADO

Processo nº. Proc. nº. 44556.2013.11.8.99.0001


Originário do Juizado Especial Cível e Criminal da Cidade . . . (PR)
Recorrente: João Fulano
Recorrido: Loja da Construção Ltda

EGRÉGIA TURMA RECURSAL DO ESTADO DO PARANÁ:


Em que pese a reconhecida cultura do eminente Juízo de origem e a
proficiência com que o mesmo se desincumbe do mister judicante, há de
ser reformada a decisão ora recorrida, porquanto proferida em completa
dissonância para com as normas aplicáveis à espécie, inviabilizando
portanto a realização da Justiça.

DA TEMPESTIVIDADE DO RECURSO

O recurso, ora agitado, deve ser considerado como tempestivo,


porquanto o Recorrente fora intimado da sentença recorrida pelo Diário da Justiça que circulou
no dia 00 de fevereiro do corrente mês.

Portanto, à luz do que rege o art. 42 da Lei dos Juizados Especiais ,


temos como plenamente tempestivo o presente Recurso Inominado, quando interposto nesta
data, dentro do decêndio legal.
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CONSIDERAÇÕES DO PROCESSADO

O Recorrente ajuizou ação de reparação de danos morais, sob o


fundamento de inserção indevida do nome do mesmo junto aos órgãos de restrições. Sobreveio
sentença do juízo monocrático de origem, o qual determinou o pagamento de indenização pela
Recorrida no montante de R$ 1.000,00 (mil reais) .

O Recorrente, todavia, entende que a decisão combatida condenou a


Recorrida em montante ínfimo, escapando, assim, do caráter reparatório e pedagógico almejado
com a querela. Não há, assim, obediência aos princípios da proporcionalidade e razoabilidade ,
maiormente em razão, como dito, do diminuto valor condenatório imposto à parte Ré.

Com efeito, estas são as razões que levam o Recorrente a interpor o


presente recurso, quais seja, majorar o valor da quantia fixada a título de reparação de danos
morais.

II – RAZÕES DO RECURSO

NO ÂMAGO DA AÇÃO INDENIZATÓRIA EM ANÁLISE

I. VALOR CONDENATÓRIO ÍNFIMO

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A pretensão recursal enquadra-se nas exceções que permitem a
interferência desta Turma Recursal, uma vez que o valor arbitrado pelo Juiz processante, a título
de indenização por dano moral, fora irrisório.

Nesse sentido:

APELAÇÃO INDENIZAÇÃO DANO MORAL OFENSA VERBAL DE FISCAL MUNICIPAL EM


FEIRA LIVRE, QUE, ANTE DISCUSSÃO SOBRE A LOCALIZAÇÃO DO LATÃO DE LIXO,
CHAMA A VÍTIMA, AJUDANTE DE FEIRANTE, DE "VELHA REGATEIRA", HUMILHANDO-
A CONJUNTO PROBATÓRIO SÓLIDO PARA AUTORIZAR A OCORRÊNCIA DA OFENSA
VERBAL E DO SOFRIMENTO PSÍQUICO DANO MORAL CONFIGURADO HISTÓRICO DE
DEPRESSÃO DA VÍTIMA, QUE NÃO AUTORIZA AFASTAR A CARACTERIZAÇÃO DO
DANO MORAL INDENIZAÇÃO DEVIDA VALOR DA INDENIZAÇÃO EQUIVALENTE A 20
SALÁRIOS MÍNIMOS, FIXADO COM RAZOABILIDADE E PROPORCIONALIDADE
SALÁRIO MÍNIMO, ENTRETANTO, QUE PODE SERVIR COMO PARÂMETRO, NÃO
COMO FATOR DE ATUALIZAÇÃO VERBA HONORÁRIA, FIXADA COM EQUIDADE EM
10% SOBRE O VALOR DA CONDENAÇÃO SENTENÇA DE PROCEDÊNCIA MANTIDA,
COM OBSERVAÇÃO APENAS PARA DEFINIR EM REAIS O VALOR DA INDENIZAÇÃO,
SEM VINCULAR O SALÁRIO MÍNIMO COMO INDEXADOR APELAÇÃO NÃO PROVIDA
COM OBSERVAÇÃO.
1. Há dano moral em conduta praticada por servidor público, agente fiscal de feira
livre, de responsabilidade indenizatória da municipalidade, na qual se ofende
verbalmente ajudante de feirante, chamando-a de "velha regateira" e humilhando-a
publicamente, por palavras, em contexto de discussão acerca da localização de lata de
lixo.
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2. A finalidade compensatória (para a vítima) e, em certa medida, punitiva (para o
agente do ilícito) impõe prudência na fixação da indenização por danos morais, que se
deve pautar pela razoabilidade e proporcionalidade, no escopo de atender aos fins de
consolo e prevenção, na medida do necessário e evitando, de um lado,
enriquecimento sem causa (valor exagerado), e, de outro, desatenção pedagógica
(valor irrisório).
3. É inadmissível a vinculação ao salário mínimo como fator de reajuste, que pode
servir apenas como parâmetro, na fixação de indenização por danos morais. ( TJSP -
APL 0003184-83.2011.8.26.0452; Ac. 6464947; Piraju; Primeira Câmara de Direito
Público; Rel. Des. Vicente de Abreu Amadei; Julg. 29/01/2013; DJESP 05/02/2013)

APELAÇÃO CÍVEL. CIVIL E PROCESSUAL CIVIL. AÇÃO INDENIZATÓRIA. INSCRIÇÃO


INDEVIDA EM ÓRGÃO DE PROTEÇÃO AO CRÉDITO. PRELIMINAR DE ILEGITIMIDADE
PASSIVA. REJEITADA. DANO MORAL CARACTERIZADO. QUANTUM INDENIZATÓRIO.
SENTENÇA MANTIDA.
1. Quando a responsabilidade pelos danos que o autor alega ter sofrido é justamente o
mérito da ação, deve ser apreciada sob essa ótica, levando à procedência ou não do
pedido, e não ao acolhimento de preliminar de ilegitimidade passiva.
2. A inscrição indevida do nome do consumidor em cadastro de proteção ao crédito
enseja, por si só, dano moral.
3. A fixação do quantum indenizatório deve considerar o caráter compensador,
punitivo e pedagógico da condenação, bem como as circunstâncias do ocorrido, a
extensão do dano e a capacidade econômica das partes. O julgador deve cuidar para
que o valor não seja estipulado em patamar tão alto, a ponto de proporcionar o
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enriquecimento sem causa, nem tão ínfimo, a ponto de não repercutir no patrimônio
do responsável pela lesão e não desestimulá-lo a cometer ilícitos semelhantes.
4. Recurso conhecido, rejeitada a preliminar de ilegitimidade passiva e, no mérito,
negado provimento. (TJDF
(TJDF - Rec 2010.07.1.026786-5; Ac. 647.479; Relª Desª Simone
Lucindo; DJDFTE 24/01/2013; Pág. 203)

Danos morais Inscrição indevida do nome da autora em banco de dados de órgãos de


proteção ao crédito e protestos de títulos, após instituição bancária abrir cadastro de
crédito e conta corrente de maneira equivoca em nome da autora, com dados
cadastrais desta Parcial procedência Condenação em valor ínfimo Recurso
pretendendo majorar valor fixado à indenização. Majoração determinada, de forma a
atender a razoabilidade. Provimento parcial. (TJSP
(TJSP - APL 0343169-52.2009.8.26.0000;
Ac. 6443356; Jundiaí; Quarta Câmara de Direito Privado; Rel. Des. Fábio Quadros; Julg.
29/11/2012; DJESP 24/01/2013)

JUIZADO ESPECIAL. DIREITO DO CONSUMIDOR. RECURSO INOMINADO.


Suposta fraude na contratação de plano de saúde odontológico. Negócio não
registrado. Negativa de atendimento. Constrangimento. Desembolso realizado.
Cobrança vexatória. Prova testemunhal inconteste. Danos materiais e morais
configurados. Fixação em patamar irrisório. A fraude cometida por preposto da
representante/corretora de seguros, indicada pela administradora do plano de saúde,
culminou numa sequência de situações constrangedoras à; autora. A prova dos autos é
robusta no sentido de que a consumidora enfrentou uma via crucis, após solicitar o
produto ofertado pela administradora e comercializado, com sua autorização, pela
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corretora. Em casos como o presente, as acionadas estão legitimadas a figurar no pólo
passivo da demanda, encontrando-se no mesmo patamar obrigacional perante o
consumidor, em face da solidariedade objetiva inicialmente estabelecida pelo
parágrafo único do art. 7º, o qual repercute em todo o sistema o seu comando
principiológico. A questão que envolve as empresas é de cunho comercial, e o
consumidor não pode arcar com a desídia de quaisquer delas, podendo acioná-las ao
mesmo tempo, ou em separado, já que a solidariedade as obriga igualmente,
resguardado o direito de regresso, caso uma delas queira voltar-se contra a outra, com
base na relação jurídica entre elas existente. Sentença de procedência parcial que se
reforma para majoração da condenação em indenização por danos morais (R$
8.000,00). Recurso provido. (TJBA
(TJBA - Rec. 0010413-50.2006.805.0001-1; Primeira Turma
Recursal; Relª Juíza Nicia Olga Andrade de Souza Dantas; DJBA 22/01/2013)

RECURSO ESPECIAL. RESPONSABILIDADE CIVIL. ACIDENTE DE TRÂNSITO. AGRESSÃO


FÍSICA AO CONDUTOR DO VEÍCULO QUE COLIDIU COM O DOS RÉUS. REPARAÇÃO
DOS DANOS MORAIS. ELEVAÇÃO. ATO DOLOSO. CARÁTER PUNITIVO-PEDAGÓGICO E
COMPENSATÓRIO. RAZOABILIDADE E PROPORCIONALIDADE. RECURSO PROVIDO.
1. Na fixação do valor da reparação do dano moral por ato doloso, atentando-se para o
princípio da razoabilidade e para os critérios da proporcionalidade, deve-se levar em
consideração o bem jurídico lesado e as condições econômico-financeiras do ofensor e
do ofendido, sem se perder de vista o grau de reprovabilidade da conduta do causador
do dano no meio social e a gravidade do ato ilícito.
2. Sendo a conduta dolosa do agente dirigida ao fim ilícito de causar dano à vítima,
mediante emprego de reprovável violência física, o arbitramento da reparação por
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dano moral deve alicerçar-se também no caráter punitivo e pedagógico da
compensação, sem perder de vista a vedação do enriquecimento sem causa da vítima.
3. Na hipótese dos autos, os réus espancaram o autor da ação indenizatória, motorista
do carro que colidira com a traseira do veículo que ocupavam. Essa reprovável atitude
não se justifica pela simples culpa do causador do acidente de trânsito. Esse tipo de
acidente é comum na vida diária, estando todos suscetíveis ao evento, o que
demonstra, ainda mais, a reprovabilidade da atitude extrema, agressiva e perigosa dos
réus de, por meio de força física desproporcional e excessiva, buscarem vingar a
involuntária ofensa patrimonial sofrida.
4. Nesse contexto, o montante de R$ 13.000,00, fixado pela colenda Corte a quo, para
os dois réus, mostra-se irrisório e incompatível com a gravidade dos fatos narrados e
apurados pelas instâncias ordinárias, o que autoriza a intervenção deste Tribunal
Superior para a revisão do valor arbitrado a título de danos morais.
5. Considerando o comportamento altamente reprovável dos ofensores, deve o valor
de reparação do dano moral ser majorado para R$ 50.000,00, para cada um dos réus,
com a devida incidência de correção monetária e juros moratórios.
6. Recurso Especial provido. (STJ
(STJ - REsp 839.923; Proc. 2006/0038486-2; MG; Quarta
Turma; Rel. Min. Raul Araújo; Julg. 15/05/2012; DJE 21/05/2012)

AGRAVO REGIMENTAL EM AGRAVO (ART. 544 DO CPC) AÇÃO INDENIZATÓRIA.


LABORATÓRIO. RESULTADO FALSO-POSITIVO PARA HIV. DANO MORAL
CONFIGURADO RESPONSABILIDADE OBJETIVA DO LABORATÓRIO. VALOR DA
INDENIZAÇÃO. EXCESSIVO. INTERVENÇÃO DO STJ REDUÇÃO A VALOR RAZOÁVEL.
AGRAVO REGIMENTAL IMPROVIDO.
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1. Esta Corte Superior deve intervir para diminuir ou majorar o quantum arbitrado a
título de danos morais quando se evidenciar valor excessivo ou irrisório, o que ocorre
no caso presente. Precedentes.
2. Agravo regimental improvido. (STJ
(STJ - AgRg-AREsp 18.390; Proc. 2011/0144439-0; BA;
Quarta Turma; Rel. Min. Marco Buzzi; Julg. 19/06/2012; DJE 26/06/2012)

O abalo sofrido pelo Recorrente, em razão dos indevidos


apontamentos nos órgãos de restrições é evidente e inarredável. A angústia, a preocupação, o
incômodo são inevitáveis e inegáveis. Ademais, o fato de ser cobrado injustamente trouxe à
mesma uma sensação de impotência e alteração de ânimo que devem ser consideradas para
efeitos de estipulação do valor indenizatório. É presumível e bastante verossímil o alegado
desconforto e abalo sofrido pela Recorrente, ao perceber que seu nome estava inserto no rol de
inadimplentes, quando originário de empréstimos que jamais contratara.

De outro plano, o Código Civil estabeleceu-se a regra clara de que


aquele que for condenado a reparar um dano, deverá fazê-lo de sorte que a situação patrimonial
e pessoal do lesado seja recomposta ao estado anterior. Assim, o montante da indenização não
pode ser inferior ao prejuízo. Há de ser integral, portanto.

CÓDIGO CIVIL

Art. 944 – A indenização mede-se pela extensão do dano.

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É consabido que a moral é um dos atribudos da personalidade, tanto
assim que Cristiano Chaves de Farias e Nélson Rosenvald professam que:

“Os direitos da personalidade sã o tendentes a assegurar a integral proteçã o da


pessoa humana, considerada em seus mú ltiplos aspectos (corpo, alma e intelecto).
Logo, a classificaçã o dos direitos da personalidade tem de corresponder à projeçã o
da tutela jurídica em todas as searas em que atua o homem, considerados os seus
mú ltiplos aspectos biopsicoló gicos.
Já se observou que os direitos da personalidde tendem à afirmaçã o da pelna
integridade do seu titular. Enfim, da sua dignidade.
Em sendo assim, a clssificaçã o deve ter em conta os aspectos fundamentais da
personalidade que sã o: a integridade física ( direito à vida, direito ao corpo, direito
à saú de ou inteireza corporal, direito ao cadá ver . . . ), a integridade intelectual
(direito à autoria científica ou literá ria, à liberdade religiosa e de expressã o, dentre
outras manifestaçõ es do intelecto) e a integridade moral ou psíquica (direito à
privacidade, ao nome, à imagem etc). (FARIAS, Cristiano Chaves de; ROSENVALD,
Nélson. Curso de Direito Civil. 10ª Ed. Salvador: JusPodvim, 2012, pp. 200-201)

Segundo Yussef Said Cahali caracteriza o dano moral:

“Parece mais razoá vel, assim, caracterizar o dano moral pelos seus pró prios
elementos; portanto, ‘como a privaçã o ou diminuiçã o daqueles bens que têm um
valor precípuo na vida do homem e que sã o a paz, a tranquilidade de espírito, a
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liberdade individual, a integridade individual, a integridade física, a honra e demais
sagrados afetos’; classificando-se, desse modo, em dano que afeta a ‘parte social do
patrimô nio moral’ (honra, reputaçã o etc) e dano que molesta a ‘parte afetiva do
patrimô nio moral’ (dor, tristeza, saudade etc); dano moral que provoca direta ou
indiretamente dano patrimonial (cicatriz deformante etc) e dano moral puro (dor,
tristeza etc.). “ (CAHALI, Yussef Said. Dano moral.
moral. 4ª Ed. Sã o Paulo: RT, 2011, pp.
20-21)

Quanto ao valor da reparação, tocantemente ao dano moral,


assevera Caio Mário da Silva Pereira, que:

“Quando se cuida de reparar o dano moral, o fulcro do conceito ressarcitó rio acha-
se deslocado para a convergência de duas forças: `caráter punitivo` para que o
causador do dano, pelo fato da condenaçã o, se veja castigado pela ofensa que
praticou; e o `caráter compensatório` para a vítima, que receberá uma soma que
lhe proporcione prazeres como contrapartida do mal sofrido. “ (PEREIRA, Caio
Má rio da Silva (atualizador Gustavo Tepedino). Responsabilidade Civil.
Civil. 10ª Ed. Rio
de Janeiro: GZ Ed, 2012, p. 78)
(destacamos)

Nesse mesmo compasso de entendimento, leciona Arnaldo Rizzardo


que:

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“Nã o existe uma previsã o na lei sobre a quantia a ser ficada ou arbitrada. No
entanto, consolidaram-se alguns critérios.
Domina a teoria do duplo cará ter da repaçã o, que se estabelece na finalidade da
digna compensaçã o pelo mal sofrido e de uma correta puniçã o do causador do ato.
Devem preponderar, ainda, as situaõ es especiais que envolvem o caso, e assim a
gravidade do dano, a intensidade da culpa, a posiçã o social das partes, a condiçã o
econô mica dos envolvidos, a vida pregressa da pessoa que tem o título protestado
ou o nome negativado. “ (RIZZARDO, Arnaldo. Responsabilidade Civil.
Civil. 4ª Ed. Rio de
Janeiro, Forense, 2009, p. 261)

É certo que o problema da quantificação do valor econômico a ser


reposto ao ofendido tem motivado intermináveis polêmicas, debates, até agora não havendo
pacificação a respeito. De qualquer forma, doutrina e jurisprudência são pacíficas no sentido de
que a fixação deve se dá com prudente arbítrio, para que não haja enriquecimento à custa do
empobrecimento alheio, mas também para que o valor não seja irrisório, dentro dos princípios da
razoabilidade e proporcionalidade.

Ademais, a indenização deve ser aplicada de forma casuística,


supesando-se a proporcionalidade entre a conduta lesiva e o prejuízo enfrentado pelo ofendido,
de forma que, em consonância com o princípio neminem laedere, inocorra o lucuplemento da
vítima quanto a cominação de pena tão desarrazoada que não coíba o infrator de novos atos.

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O valor, pois, definido pelo acórdão recorrido é ínfimo e merece a
revisão, mediante provimento deste recurso para majorar o valor da condenação para R$
10.000,00 (dez mi reais).

III – EM CONCLUSÃO

Em arremate, pleiteia o Réu que Vossa Excelência se digne de tomar


as seguintes providências:

(1) pleiteia que sejam JULGADOS


IMPROCEDENTES OS PEDIDOS formulados nesta
ação de reparação de danos, em face da culpa exclusiva
da Recorrida ou pela ausência de prova do dano;

(2) como requerimento sucessivo (CPC, art. 289), seja


acolhida parcialmente a pretensão da Autora, de sorte a
determinar que cada parte pague a metade do prejuízo
da outra, levando-se em conta a possível culpa
concorrentes de ambos litigantes;

(3) ainda sucessivamente, caso não acolhidos os


fundamentos anteriores, pede seja indeferido o pedido
de indenização com base no maior orçamento,
prevalecendo o de menor valor;
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(4) deferir a prova do alegado por todos os meios de
provas admitidas em direito(art. 5º, inciso LV, da Lei
Fundamental.), notadamente pelo depoimento pessoal da
Autora, oitiva da testemunha que comparecerá à
audiência de instrução, juntada posterior de documentos
como contraprova, tudo de logo requerido.

Respeitosamente, pede deferimento.

Salvador (BA), 00 de janeiro de 0000.

Fulano de Tal
Advogado – OAB/BA 0000

3 – EM CONCLUSÃO

Em arremate, pleiteia o Recorrente que Vossa Excelência digne de


tomar as seguintes providências:

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Nestas condições, espera-se que esta Egrégia
Turma Recursal reedite mais uma de suas brilhantes atuações, para, em
considerando tudo o mais que dos autos consta, conheça das presentes razões
recursais, dando provimento a este recurso inominado e, reformando a
sentença guerreada, julgando improcedente o pedido de indenização.

Sucessivamente, caso não seja este o entendimento, almeja-


se a redução do valor da indenização à metade, em razão de culpa
concorrente.

Por fim, ainda sucessivamente, almeja-se que a condenação


seja baseada no orçamento de menor valor, sendo, assim, atendidos os
princípios da proporcionalidade e razoabilidade, evitando-se, mais, o
enriquecimento sem causa da Recorrido.

Respeitosamente, pede deferimento.

Curitiba (PR), 00 de janeiro do ano de 0000.

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Beltrano de Tal
Advogado – OAB/PR 112233

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