Você está na página 1de 11

PREFEITURA MUNICIPAL DO SALVADOR

PROCURADORIA GERAL DO MUNICÍPIO


PROCURADORIA FISCAL

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA 4ª VARA DA


FAZENDA PÚBLICA DA COMARCA DE SALVADOR – BA

Processo nº 0823017-97.2012.805.0001

O MUNICÍPIO DO SALVADOR, por seu procurador infrafirmado, nos


autos supra, cuja parte contrária é VILAZITO ROCHA BARBARINO , tomando ciência da
exceção de pré-executividade por esta apresentada, vem apresentar MANIFESTAÇÃO, nos
seguintes termos:

1. SÍNTESE DA DEMANDA.

A Fazenda Pública Municipal ingressou com a presente execução fiscal,


com vistas à cobrança de IPTU/TRSD e encargos legais, exercícios de 2008/2009/2010/2011,
referente ao imóvel de inscrição imobiliária nº 474951-0

A executada apresentou exceção de pré-executividade, alegando, em


síntese, ilegitimidade passiva e inexistência de débitos nos referidos exercícios.

Alegando ele em que já não se encontrava mais em seu nome desde o


ano de 1995, onde a Caixa Econômica Federal já tinha adjudicado. Alega se também que o
mesmo tinha feito um acordo de pagamento mensal da dívida onde, onde não foi honrado em
algumas vezes.

Alega se também que a parte alienou o imóvel em nome de Edelvito


Rocha Barbarino e sua esposa Maria de Lourdes Araújo.

Procuradoria Geral do Município - Travessa D’ajuda, n° 02, Ed. Sul América, 1° andar, Centro, Salvador/Ba. CEP: 40.020-030.
Procuradoria Fiscal - Travessa D’ajuda, n° 02, Ed. Sul América, 2° andar, Centro, Salvador/Ba., Tel.: 3496-8147
PREFEITURA MUNICIPAL DO SALVADOR
PROCURADORIA GERAL DO MUNICÍPIO
PROCURADORIA FISCAL

2. DO DESCUMPRIMENTO DO PARCELAMENTO ADMINISTRATIVO

FOI DESCUMPRIDO UM PARCELAMENTO ADMINISTRATIVO ONDE LEVOU O


EFEITO CONTINUO DA COBRANÇA DEVIDA.

3. DA INADEQUAÇÃO DA VIA ELEITA

Inicialmente insta ressaltar a inaplicabilidade da via eleita em face da


execução ajuizada.

Isto porque as alegações do Excipiente revestem-se de cunho


eminentemente meritório, somente passíveis de veiculação mediante a competente ação de
embargos à execução, com prévia garantia do Juízo, a teor do art. 16, parágrafo 2º, da Lei nº
6.830/90:

§ 2º – No prazo dos embargos, o executado deverá alegar toda matéria


útil à defesa, requerer provas e juntar aos autos os documentos e rol de
testemunhas, até três, ou, a critério do Juiz, até o dobro desse limite.

Com efeito, somente nos embargos é que se deve alegar toda a matéria
útil à defesa, inexistindo a possibilidade de, fora de seu âmbito, serem discutidas quaisquer
questões relativas à execução fiscal, conforme requisitado através do meio processual
escolhido pelo executado/excipiente.

Destaca-se que o excipiente juntou aos autos apenas certidão de


casamento com averbação de divórcio, que não tem o condão de comprovar a

Procuradoria Geral do Município - Travessa D’ajuda, n° 02, Ed. Sul América, 1° andar, Centro, Salvador/Ba. CEP: 40.020-030.
Procuradoria Fiscal - Travessa D’ajuda, n° 02, Ed. Sul América, 2° andar, Centro, Salvador/Ba., Tel.: 3496-8147
PREFEITURA MUNICIPAL DO SALVADOR
PROCURADORIA GERAL DO MUNICÍPIO
PROCURADORIA FISCAL

transferência da titularidade do imóvel.

Ainda assim, a doutrina e jurisprudência pátria vem admitindo a


interposição do referido instituto, em sede de execução fiscal, para o fim único e exclusivo de
arguir matérias de ordem pública, cuja comprovação seja feita de forma cabal, inequívoca, sem
a necessidade de dilação probatória, o que não ocorre na hipótese dos autos.

Tal diretriz unânime é bem ilustrada pela lição do Professor OLAVO DE


1
OLIVEIRA NETO , verbis:

Em outras palavras, o incidente, que pode ser suscitado por meio de


simples petição, sem necessidade de observância dos requisitos da
petição inicial, deve conter prova pré-constituída para que o juiz possa,
de plano, efetuar cognição exauriente da matéria (grifou-se).

Nesse sentido a súmula 393 do STJ, preceitua:

A exceção de pré-executividade é admissível na execução fiscal


relativamente às matérias conhecíveis de ofício que não demandem
dilação probatória

Diante do exposto, os requerimentos formulados pelo Excipiente não


devem ser sequer conhecidos.

3. DA LEGITIMIDADE DO EXCIPIENTE.

1 A Defesa do Executado e dos Terceiros na Execução Forçada, 1ª ed., Revista dos Tribunais, p. 122.

Procuradoria Geral do Município - Travessa D’ajuda, n° 02, Ed. Sul América, 1° andar, Centro, Salvador/Ba. CEP: 40.020-030.
Procuradoria Fiscal - Travessa D’ajuda, n° 02, Ed. Sul América, 2° andar, Centro, Salvador/Ba., Tel.: 3496-8147
PREFEITURA MUNICIPAL DO SALVADOR
PROCURADORIA GERAL DO MUNICÍPIO
PROCURADORIA FISCAL

Ao negar sua condição de contribuinte do IPTU ― afirmando ser parte


ilegítima para figurar no polo passivo desta execução ― caberia, portanto, ao Excipiente
comprovar não ser proprietário do imóvel tributado.

Excelência, inexiste nos autos qualquer documento que comprove que o


executado é ilegítimo. E, como cediço, a transferência de titularidade de bens imóveis somente
se aperfeiçoa mediante o registro do título translativo de propriedade no Registro de Imóveis,
consoante disposição do art. 1.245 do Código Civil.

Sobre o tema, é entendimento assente no Superior Tribunal de Justiça


que tanto o promissário comprador quanto o promitente vendedor são solidariamente
responsáveis pelo pagamento do IPTU, enquanto não for devidamente averbado o título
translativo de propriedade no competente Registro de Imóveis.

A matéria já fora, inclusive, objeto de julgamento sob a sistemática dos


recursos repetitivos, em que se reconheceu que, em hipóteses como a presente, cabe à
autoridade administrativa optar pelo sujeito passivo contra o qual moverá execução fiscal, em
razão da solidariedade verificada.

Justamente por carecer de amparo legal, semelhantes pretensões têm


sido rechaçadas pelo egrégio Tribunal de Justiça do Estado da Bahia, como demonstram, a
título exemplificativo, os seguintes julgados:

APELAÇÃO CÍVEL. DIREITO TRIBUTÁRIO E PROCESSO CIVIL. EXECUÇÃO


FISCAL. IPTU. CONTRATO DE PROMESSA DE COMPRA E VENDA DE
IMÓVEL. RESPONSABILIDADE PELO PAGAMENTO DO TRIBUTO DO
POSSUIDOR (PROMITENTE COMPRADOR) E DO PROPRIETÁRIO

Procuradoria Geral do Município - Travessa D’ajuda, n° 02, Ed. Sul América, 1° andar, Centro, Salvador/Ba. CEP: 40.020-030.
Procuradoria Fiscal - Travessa D’ajuda, n° 02, Ed. Sul América, 2° andar, Centro, Salvador/Ba., Tel.: 3496-8147
PREFEITURA MUNICIPAL DO SALVADOR
PROCURADORIA GERAL DO MUNICÍPIO
PROCURADORIA FISCAL

(PROMITENTE VENDEDOR). FACULDADE DA AUTORIDADE


ADMINISTRATIVA EM OPTAR POR UM OU POR OUTRO VISANDO A
FACILITAR O PROCEDIMENTO DE ARRECADAÇÃO. ENTENDIMENTO
PACIFICADO NO JULGAMENTO DO RECURSO REPETITIVO Nº RESP
1111202/SP, QUE DEU ORIGEM À TESE VINCULADA AO TEMA Nº 122/STJ.
PRELIMINARES REJEITADAS APELAÇÃO CONHECIDA E IMPROVIDA.

AGRAVO DE INSTRUMENTO. AGRAVO INTERNO PREJUDICADO.


PRELIMINARES. INTEMPESTIVIDADE. NULIDADE DA CITAÇÃO.
REJEITADAS. COBRANÇA DE IPTU. RESPONSABILIDADE SOLIDÁRIA DO
PROMITENTE VENDEDOR. EXCLUSÃO DO SEU NOME DO CADASTRO
IMOBILIÁRIO. IMPOSSIBILIDADE. DECISÃO PARCIALMENTE REFORMADA.
RECURSO PARCIALMENTE PROVIDO.

Rejeita-se a preliminar de intempestividade recursal, pois o Ato Conjunto nº 24


de 18 de setembro de 2017 suspendeu os prazos processuais durante o
período de 02 de outubro a 06 de outubro de 2017, em razão da semana
estadual de sentenças e baixas processuais, revelando-se tempestivo o
recurso. Afasta-se a preliminar de nulidade da citação, em decorrência da
ausência de realização da audiência de conciliação, pois, apesar de o Novo
Código de Processo Civil estabelecer a audiência de conciliação como fase
obrigatória do procedimento comum (artigo 334), a ausência de sua marcação
somente gera nulidade processual caso reste comprovado prejuízo a alguma
das partes, o que não se configurou no caso concreto.

No julgamento do Resp nº 1111202/SP, sob o rito dos recursos repetitivos


(Tema nº 122), o STJ firmou o entendimento de que, enquanto não for
transferida a titularidade do imóvel no Cartório de Registro de Imóveis, tanto o
promitente comprador como o promitente vendedor são partes legítimas para a
cobrança do IPTU, subsistindo a responsabilidade solidária, ainda que tenha
havido a averbação do compromisso de compra e venda.

Procuradoria Geral do Município - Travessa D’ajuda, n° 02, Ed. Sul América, 1° andar, Centro, Salvador/Ba. CEP: 40.020-030.
Procuradoria Fiscal - Travessa D’ajuda, n° 02, Ed. Sul América, 2° andar, Centro, Salvador/Ba., Tel.: 3496-8147
PREFEITURA MUNICIPAL DO SALVADOR
PROCURADORIA GERAL DO MUNICÍPIO
PROCURADORIA FISCAL

Incabível o deferimento dos pedidos de exclusão do nome do proprietário do


imóvel do cadastro imobiliário municipal e de alteração do sujeito passivo,
independente do pagamento de qualquer tributo a incidir sobre o imóvel, por se
tratar de ato da competência privativa do executivo municipal. PROVIMENTO
PARCIAL.

(Agravo de Instrumento, Número do Processo: 0024235- 26.2017.8.05.0000,


Relator: MOACYR MONTENEGRO SOUTO, Publicado em: 02/04/2019)

No mesmo sentido, a firme jurisprudência do colendo Superior Tribunal


de Justiça, consolidada segundo o rito próprio dos recursos repetitivos (tema 122/STJ):

PROCESSUAL CIVIL. TRIBUTÁRIO. IPTU. CONTRATO DE PROMESSA DE


COMPRA E VENDA DE IMÓVEL. LEGITIMIDADE PASSIVA DO POSSUIDOR
(PROMITENTE COMPRADOR) E DO PROPRIETÁRIO (PROMITENTE
VENDEDOR). RECURSO ESPECIAL REPETITIVO. TEMA N. 122/STJ.
AGRAVO INTERNO IMPROVIDO.

I - Trata-se, na origem, de agravo de instrumento objetivando que seja


reconhecida a ilegitimidade passiva da parte, na condição de promitente
vendedor, para figurar no polo passivo da ação de execução fiscal relativa a
cobrança de IPTU. No Tribunal a quo, julgou-se procedente o pedido. Nesta
Corte, deu-se provimento ao recurso especial para reconhecer a legitimidade
passiva da parte no processo executivo.

II - O Superior Tribunal de Justiça, em julgamento submetido ao rito próprio dos


recursos especiais repetitivos (Tema n. 122/STJ), firmou a tese de acordo com
a qual tanto o promitente comprador do imóvel (aquele possuidor do bem a
qualquer título), quanto o seu promitente vendedor (aquele que detém a
propriedade do imóvel registrada no cartório competente) são contribuintes do
IPTU, logo responsáveis pelo adimplemento do referido tributo e,

Procuradoria Geral do Município - Travessa D’ajuda, n° 02, Ed. Sul América, 1° andar, Centro, Salvador/Ba. CEP: 40.020-030.
Procuradoria Fiscal - Travessa D’ajuda, n° 02, Ed. Sul América, 2° andar, Centro, Salvador/Ba., Tel.: 3496-8147
PREFEITURA MUNICIPAL DO SALVADOR
PROCURADORIA GERAL DO MUNICÍPIO
PROCURADORIA FISCAL

consequentemente, legitimados à integração do polo passivo da execução


fiscal destinada a cobrar o débito tributário dele decorrente.

III - Além disso, conforme entendimento desta Corte Superior, a orientação


acima pronunciada aplica-se, inclusive, à hipótese em que o compromisso de
compra e venda do imóvel foi devidamente registrado em cartório, antes da
ocorrência do fato gerador do IPTU. Acerca do assunto, destaco os seguintes
precedentes: REsp n. 1.773.779/SP, relator Ministro Herman Benjamin,
Segunda Turma, julgado em 4/12/2018, DJe 17/12/2018 e AgInt no REsp n.
1.695.049/SP, relator Ministro Og Fernandes, Segunda Turma, julgado em
12/2/2019, DJe 21/2/2019.

IV - Correta, portanto, a decisão monocrática que deu provimento ao recurso


especial da agravada.

V - Agravo interno improvido. (AgInt no REsp 1846880/SP, Rel. Ministro


FRANCISCO FALCÃO, SEGUNDA TURMA, julgado em 15/03/2021, DJe
23/03/2021 – grifou-se).

Ademais, conforme em documento em anexo, até o presente momento


a ficha cadastral do município, consta o senhor VILAZITO ROCHA BARBARINO como
proprietário do imóvel inscrição municipal:474.951-0, assim, legítima é sua sujeição passiva no
polo da execução fiscal, mesmo porque, nos termos da Súmula 399 do STJ:

“Súmula 399 - Cabe à legislação municipal estabelecer o

sujeito passivo do IPTU.”

E como é cediço, a jurisprudência assente do Tribunal Superior de


Justiça vem reconhecendo tanto o proprietário quanto o possuidor do imóvel como

Procuradoria Geral do Município - Travessa D’ajuda, n° 02, Ed. Sul América, 1° andar, Centro, Salvador/Ba. CEP: 40.020-030.
Procuradoria Fiscal - Travessa D’ajuda, n° 02, Ed. Sul América, 2° andar, Centro, Salvador/Ba., Tel.: 3496-8147
PREFEITURA MUNICIPAL DO SALVADOR
PROCURADORIA GERAL DO MUNICÍPIO
PROCURADORIA FISCAL

contribuintes, considerando-os devedores solidários da obrigação tributária; ficando assim, à


luz da Súmula 399 do STJ, a critério da Fazenda Pública Municipal, a escolha do
devedor/contribuinte. (grifos nossos).

Outrossim, o IPTU e a TRSD são tributos laçados de ofício, tendo como


base os cadastros Municipais, os quais são atualizados pelos contribuintes, conforme preceitua
o artigo 213 do Código Tributário e de Rendas do Município do Salvador, vejamos:

“Art.213.O prazo para inscrição cadastral e para comunicação de alterações é


de 30 (trinta) dias, a contar do ato ou fato que lhes deu origem.”

Dessa forma, na hipótese de a titularidade de fato ter sido transferida, o


que não está comprovada, pelo contrário, nesse caso, ao não informar a alienação do imóvel, o
executado teria dado causa ao ajuizamento da Execução fiscal.

Enfim, à luz do disposto no artigo 34 do CTN e no art. 63, caput, da Lei


Municipal 7.186/2006, bem como em consonância com jurisprudência do TJ/BA e do STJ,
ambas calcadas no julgamento do Recurso Especial 1.111.202/SP, sob o rito de resolução de
demandas repetitivas, a legitimidade passiva da Expeitante resta amplamente demonstrada,
devendo ser reconhecida por esse douto Juízo (CPC, artigo 927, III2).

4. DA CERTEZA E LIQUIDEZ DO TÍTULO. INEXISTÊNCIA DE PROVA


CABAL QUE O DESCONSTITUA.

Observe-se que, embora tal presunção possa ser desconstituída —

Procuradoria Geral do Município - Travessa D’ajuda, n° 02, Ed. Sul América, 1° andar, Centro, Salvador/Ba. CEP: 40.020-030.
Procuradoria Fiscal - Travessa D’ajuda, n° 02, Ed. Sul América, 2° andar, Centro, Salvador/Ba., Tel.: 3496-8147
PREFEITURA MUNICIPAL DO SALVADOR
PROCURADORIA GERAL DO MUNICÍPIO
PROCURADORIA FISCAL

sendo, pois, do tipo “juris tantum” —, tal efeito só é alcançado por prova INEQUÍVOCA. O
legislador ordinário, como se vê, aparelha a Certidão de Dívida Ativa da segurança que ela,
CDA, efetivamente merece, porquanto, além de ter sido engendrada no âmbito da
Administração Pública, jungida esta, como se sabe, aos princípios constitucionais da
legalidade, moralidade etc., destina-se a realizar crédito titularizado por toda uma
coletividade.

De sorte que, para desconstituir a presunção de certeza e liquidez do


título, deve o executado — ou, eventualmente, terceiro detentor de interesse jurídico
relacionado à causa — produzir prova inequívoca. Não se trata, pois, de qualquer prova, mas
de elemento capaz de, com absoluta segurança, i. e., de forma irrefutável, induvidosa,
demonstrar que o título sobre que repousa a execução fiscal carece da necessária higidez.

Tal linha interpretativa tem sido encampada por todos quantos se


dedicaram a esquadrinhar a Lei de Execuções Fiscais, sendo elucidativo, v. g., o seguinte
escólio, da lavra do eminente José da Silva Pacheco 2: “Prova inequívoca há de ser clara,
precisa e própria, sem dar margem a dúvida”. Outra não tem sido a lição do ilustre
3
professor HUMBERTO THEODORO JÚNIOR :

“Ainda que a Fazenda fique omissa, não respondendo aos


embargos, contra ela não se registram os efeitos da revelia.
Primeiro, porque o título exeqüendo por si só é prova
completa do direito da exeqüente, revestindo-se das
qualidades de certeza e liquidez por força de lei. Ao
devedor que o ataca é que toca, por inteiro, o ônus da
prova em contrário. Depois, porque está em jogo direito
indisponível não suscetível de abdicação presumida ou
implícita.” (grifou-se).

2 Comentários à Lei de Execução Fiscal, Ed. Saraiva, 9ª ed., 2002, p. 65;


3 Lei de Execução Fiscal, Saraiva, 8ª ed., 2002, págs. 95/96;

Procuradoria Geral do Município - Travessa D’ajuda, n° 02, Ed. Sul América, 1° andar, Centro, Salvador/Ba. CEP: 40.020-030.
Procuradoria Fiscal - Travessa D’ajuda, n° 02, Ed. Sul América, 2° andar, Centro, Salvador/Ba., Tel.: 3496-8147
PREFEITURA MUNICIPAL DO SALVADOR
PROCURADORIA GERAL DO MUNICÍPIO
PROCURADORIA FISCAL

Nesse sentido é o seguinte precedente do egrégio Tribunal Regional


Federal da 1ª Região4:

“PROCESSUAL CIVIL. EMBARGOS À EXECUÇÃO. IM-


POSTO DE RENDA RETIDO NA FONTE. HOMOLOGA-
ÇAO. DIFERENÇA APURADA. CERTEZA E LIQUIDEZ DO
TÍTULO EXECUTIVO NÃO ILIDIDAS. AUSÊNCIA DE PRO-
VAS. PARCELAMENTO NÃO COMPROVADO.
1. A dívida ativa, regularmente inscrita, goza de presunção
de certeza e liquidez, somente ilidível por robusta prova em
contrário, a cargo do sujeito passivo da obrigação(CTN, art.
204; LEF, art. 3º). Nesse sentido, competia ao embargan-
te mediante provas irrefutáveis infirmar o título executi-
vo objeto da cobrança judicial, que de restou, permane-
ceu sem mácula.
(...)
5. Apelação e remessa oficial providas.” (Apel. Cível
2000.01.00.033496-1, 7ª Turma, Rel. Juiz Carlos Alberto
Simões de Tomaz, julg. 05.12.2005, DJU 19.12.2005) (gri-
fou-se).

Assim é que, na hipótese “sub judice”, a presunção legal de que


goza o título executivo está longe de ser elidida.

Não obstante, diante da alegação do excipiente de inexistência de


débito referente aos exercícios do IPTU de 2008/2009/2010/2011, aproveita a
oportunidade para apontar extrato fiscal com descrição dos montantes das referidas
dívidas, consoante documento anexo.

6. CONCLUSÃO
4 Só reproduzimos os itens da ementa que guardam relação com a hipótese ora sub judice;

Procuradoria Geral do Município - Travessa D’ajuda, n° 02, Ed. Sul América, 1° andar, Centro, Salvador/Ba. CEP: 40.020-030.
Procuradoria Fiscal - Travessa D’ajuda, n° 02, Ed. Sul América, 2° andar, Centro, Salvador/Ba., Tel.: 3496-8147
PREFEITURA MUNICIPAL DO SALVADOR
PROCURADORIA GERAL DO MUNICÍPIO
PROCURADORIA FISCAL

Face ao exposto, requer o exequente o não conhecimento da exceção


de pré-executividade apresentada pelo executado, vez que a matéria trazida somente seria
dedutível em sede de embargos à execução.

Se assim não entender este M.M. Juízo, diante de tudo o quanto


alegado anteriormente, requer a rejeição dos pedidos formulados pela excipiente, com o
consequente o prosseguimento do feito, na forma da lei, até a completa satisfação dos créditos
desta Municipalidade.

Nestes termos,
Pede deferimento.
Salvador/BA, 22 de Setembro de 2023.

EDUARDO AMIN MENEZES HASSAN

Procurador do Município de Salvador


OAB/BA 20.295

THARLES ALBERT SANTOS DO NASCIMENTO


ESTAGIÁRIO PGMS

Procuradoria Geral do Município - Travessa D’ajuda, n° 02, Ed. Sul América, 1° andar, Centro, Salvador/Ba. CEP: 40.020-030.
Procuradoria Fiscal - Travessa D’ajuda, n° 02, Ed. Sul América, 2° andar, Centro, Salvador/Ba., Tel.: 3496-8147

Você também pode gostar