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Marcus Vinicius Ginez da Silva

Advogado – OAB-PR.30.664
Email-marcuszenig21@hotmail.com
Londrina-Pr.

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA 8ª VARA CÍVEL DA


COMARCA DE LONDRINA – ESTADO DO PARANÁ.

Autos n.º 0022288-40.2004.8.16.0014

CONDOMÍNIO RESIDENCIAL TIETÊ, já qualificado nos


autos em epígrafe de AÇÃO SUMÁRIA DE COBRANÇA em face de SONIA
MARLY SIQUEIRA MOREIRA, igualmente qualificada, vem, perante
Vossa Excelência, expor e ao final requerer:

Em 16 de abril de 2013, o exequente requereu a


adjudicação do apartamento que originou o débito, o que foi
deferido por este Juízo (seq. 1.25) e, consequentemente, lavrado
o Auto de Adjudicação (seq. 1.26).

Posteriormente a assinatura do Auto de


Adjudicação, foi determinado por este Juízo a expedição da Carta
de Adjudicação e a baixa da hipoteca existente sobre o imóvel
adjudicado (seq. 37 e 48), restando ao exequente apenas o
registro junto ao Cartório de Registro de Imóveis.

Ocorre que o 2º Ofício de Registro de Imóveis de


Londrina vem se recusando a efetuar o registro da carta de
adjudicação. Inicialmente, a negativa foi motivada pelo fato de
que o imóvel não está registrado em nome da executada, sendo
requerido pelo Ofício a apresentação do formal de partilha (seq.
99.2).

Rua Minas Gerais, 297 – 12º Andar – Ed. Palácio do Comércio – Fone – 43-3321-4002
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Em diligência realizada junto ao processo de


inventário n.º 178/90 da 3ª Vara Cível da Comarca de Londrina-
PR a fim de atender à solicitação do Sr. Oficial, o exequente
verificou que o original do formal de partilha foi retirado do
processo pela executada a fim de proceder a averbação no registro
imobiliário, o que não foi realizado.

A fim de suprir a falta do formal de partilha, o


exequente requereu uma certidão narrativa junto a 3ª Vara Cível
desta Comarca, juntada aos autos no seq. 140, a qual declara
para todos os fins que na partilha de bens do inventário de Maria
Ferneda, a propriedade do apartamento adjudicado coube a
executada.

Assim, o exequente novamente apresentou a carta de


adjudicação e os documentos ao CRI 2º Ofício a fim de proceder
o registro. No entanto, novamente o Registro de Imóveis exigiu
a apresentação do formal de partilha para posterior registro da
Carta de Adjudicação.

Em que pese os r. argumentos do Sr. Oficial, veja


Vossa Excelência que no processo ficou mais provado a propriedade
do apartamento adjudicado pertence a executada (seq. 1.9) que,
inclusive, vem participando de todos os atos do processo e até
o presente momento se encontra na posse do bem.

Portanto, ainda que não registrado o formal de


partilha junto do Registro de Imóveis, a falta desta diligência
não pode servir de motivação para prejudicar o
exequente/adjudicante, lhe impedido de regularizar a sua
propriedade.

Destaque-se a Vossa Excelência que a


jurisprudência já reconheceu a inexistência de violação do
princípio da continuidade registral quando, na ação de cobrança
das cotas condominiais, é determinada a penhora o imóvel que se
encontra registrado em nome dos antigos proprietários:

8.ª CÂMARA CÍVEL - AGRAVO DE INSTRUMENTO N.º


1.264.452-3 DA 12.ª VARA CÍVEL DO FORO CENTRAL DA
COMARCA DA REGIÃO METROPOLITANA DE CURITIBA.
AGRAVANTE: CONDOMÍNIO RESIDENCIAL BELLA
ATLANTICA. AGRAVADO: ELCIO DE ANDRADE.RELATOR:
DES. MARCOS S. GALLIANO DAROS.RELATOR SUBSTITUTO:
JUIZ MARCO ANTONIO MASSANEIRO.AÇÃO DE COBRANÇA
DE DÉBITOS CONDOMINIAIS - EXECUÇÃO - PEDIDO DE
PENHORA SOBRE O IMÓVEL INDEFERIDO, EM VIRTUDE DA
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AUSÊNCIA O REGISTRO DO COMPROMISSO DE COMPRA E


VENDA EM NOME DO RÉUS - IMÓVEL QUE SE ENCONTRA
REGISTRADO EM NOME DOS ANTIGOS PROPRIETÁRIOS -
VIOLAÇÃO DO PRINCÍPIO DA CONTINUIDADE
REGISTRAL - INOCORRÊNCIA - DÍVIDA 'PROPTER REM' -
PRINCÍPIO QUE PODER JUDICIÁRIOTRIBUNAL DE
JUSTIÇA Agravo de Instrumento n.º 1.264.452-3DEVE TER SUA
APLICAÇÃO MITIGADA DIANTE DA PECULIARIDADE DO
CASO CONCRETO - ADMISSIBILIDADE DA PENHORA E
CONSEQUENTE REGISTRO - RECURSO PROVIDO. (TJPR - 8ª C.
Cível - AI - 1264452-3 - Curitiba - Rel.: Marco Antônio Massaneiro -
Unânime - J. 04.12.2014)

PROCESSO CIVIL DESPESAS CONDOMINIAIS - EXECUÇÃO


CONTRA ARREMATANTE IMÓVEL REGISTRADO EM NOME
DE PESSOA CONTRA A QUAL NÃO SE FORMOU O TÍTULO
EXECUTIVO IRRELEVÂNCIA OBRIGAÇÃO "PROPTER REM"
PENHORA CABÍVEL - PRINCÍPIO DA CONTINUIDADE DOS
REGISTROS PÚBLICOS AUTORIZAÇÃO AO CONDOMÍNIO
PARA QUE REGISTRE A ARREMATAÇÃO EM NOME DA
AGRAVADA DEVEDORA DECISÃO REFORMADA. 1. Embora a
agravada seja ré na ação de conhecimento de cobrança de despesas
condominiais geradas pelo imóvel que comprovadamente comprou, a
penhora do imóvel não registrado em nome, ainda que seja o gerador
das despesas cobradas, violaria o princípio da continuidade do registro
público. Essa situação é um paradoxo. De qualquer modo, as despesas
condominiais possuem natureza propter rem, ou seja, as obrigações
oriundas do imóvel gerador das despesas condominiais, não
honrados pelo condômino devedor, recaem sobre o próprio imóvel,
ou seja, os débitos decorrentes do imóvel vinculam o proprietário
do imóvel. Portanto, a penhora deve ser deferida. 2. Para que se
concilie o interesse do credor com o regime jurídico dos registros
públicos e o princípio da continuidade, fica o condomínio exequente
autorizado desde já a efetuar o registro da arrematação em nome da
executada às expensas dela, com suprimento judicial de sua vontade. 3.
Recurso provido, com observação. (TJSP; Agravo de Instrumento
2053823-98.2013.8.26.0000; Relator (a): Artur Marques; Órgão
Julgador: 35ª Câmara de Direito Privado; Foro Regional X - Ipiranga
- 3ª Vara Cível; Data do Julgamento: 27/01/2014; Data de Registro:
27/01/2014)

Assim, se não há violação do princípio da


continuidade registral quando determinada a penhora do imóvel
que se encontra em nome dos antigos proprietários, por analogia,
não há violação deste princípio quando deferida pela autoridade

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judicial a expedição da carta de adjudicação para registro do


ato.

Logo, totalmente descabida a exigência do Sr.


Oficial quanto a apresentação do formal de partilha,
considerando que houve a ação de conhecimento com trânsito em
julgado reconhecendo a legitimidade e responsabilidade da
executada, bem como foi apresentada certidão da 3ª Vara Cível da
Comarca de Londrina que confirma a transferência do imóvel a
executada.

Ademais, uma vez lavrado o auto de adjudicação


considera-se o ato perfeito e acabado.

Neste sentido:

APELAÇÃO CÍVEL - CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL DE 1973


APLICÁVEL AO FEITO - EXECUÇÃO - DESCONHECIMENTO
PELO TERCEIRO - EMBARGOS DE TERCEIRO - PRAZO -
TERMO INICIAL - CIÊNCIA INEQUÍVOCA DA EXPEDIÇÃO
DA CARTA DE ADJUDICAÇÃO - ATO PERFEITO E
ACABADO - OPOSIÇÃO APÓS O QUINQUÍDIO LEGAL DO
ARTIGO 1048 DO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL -
INTEMPESTIVIDADE EFETIVA DOS EMBARGOS - SENTENÇA
MANTIDA - RECURSO NÃO PROVIDO. (TJPR - 6ª C. Cível - AC -
1594542-7 - São José dos Pinhais - Rel.: Prestes Mattar - Unânime - J.
20.06.2017)

AGRAVO DE INSTRUMENTO EXECUÇÃO DE TÍTULO


EXTRAJUDICIAL COBRANÇA DE HONORÁRIOS
ADJUDICAÇÃO DO IMÓVEL PENHORADO PELOS
EXEQUENTES ATO PERFEITO E ACABADO
FORMALIZAÇÃO DO AUTO E EXPEDIÇÃO DA
RESPECTIVA CARTA DE ADJUDICAÇÃO PRESERVADO AO
ADJUDICANTE O IMEDIATO EXERCÍCIO DA POSSE SOBRE O
BEM ADJUDICADO REGISTRO DA CARTA NO C.R.I. QUE SE
MOSTRA DESNECESSÁRIO PARA ESTA FINALIDADE, NA
HIPÓTESE RECURSO PROVIDO. (TJSP; Agravo de Instrumento
0249865-91.2012.8.26.0000; Relator (a): Francisco Casconi; Órgão
Julgador: 31ª Câmara de Direito Privado; Foro Central Cível - 30ª Vara
Cível; Data do Julgamento: 05/02/2013; Data de Registro: 06/02/2013)

PROCESSUAL CIVIL. RECURSO. APELAÇÃO. EMBARGOS À


ADJUDICAÇÃO. ILEGITIMIDADE ATIVA. EMBARGANTE QUE
NÃO COMPÕE PÓLO PASSIVO DA EXECUÇÃO. CESSÃO
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CONTRATUAL. PROVA. AUSÊNCIA. INTELIGÊNCIA DO ART.


746 do CPC. CARÊNCIA DE AÇÃO. RECOHECIMENTO EX
OFFICIO. EXECUÇÃO HIPOTECÁRIA. NULIDADE.
IMPOSSIBILIDADE JURÍDICA DO PEDIDO. ADJUDICAÇÃO.
ASSINATURA DO AUTO E EXPEDIÇÃO DA CARTA. ATO
JURÍDICO PERFEITO E ACABADO. EXEGESE DO ART. 685-B
DO CPC. DESCONTITUIÇÃO. VIA PRÓPRIA. AÇÃO
ANULATÓRIA. EXEGESE DO ART. 486 DO CPC. CARÊNCIA DE
AÇÃO. RECOHECIMENTO EX OFFICIO. PRINCÍPIO DA
SUCUMBÊNCIA. HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS. REGRA DE
EQUIDADE. 1. Embargos à Adjudicação. Ilegitimidade ativa. Nos
termos do art. 746 do CPC, é lícito ao executado, no prazo de 5 (cinco)
dias, contados da adjudicação, oferecer embargos fundados em
nulidade da execução, ou em causa extintiva da obrigação, desde que
superveniente à penhora. No caso, não tendo sido parte o embargante
na execução movida em face da proprietária originária, e inexistindo
prova da cessão contratual, não há que se cogitar na legitimidade do
apelado para ingressar com embargos à adjudicação. 2. Adjudicação.
Desconstituição. Ação Própria. Segundo o entendimento pacífico da
doutrina e da jurisprudência do C. Superior Tribunal de Justiça,
eventual nulidade da adjudicação após assinado o termo e expedida a
respectiva carta, só poderá ser argüida em ação própria, anulatória, nos
termos do art. 486 do CPC. 3. Princípio da sucumbência. A
sucumbência deve ser sopesada tanto pelo aspecto quantitativo quanto
pelo jurídico em que cada parte decai de suas pretensões e resistências,
respectivamente impostas. Sentença anulada de ofício. Recurso
prejudicado. (TJPR - 15ª C. Cível - AC - 809945-6 - Londrina - Rel.:
Jurandyr Souza Junior - Unânime - J. 30.05.2012)

Por fim, destaque a Vossa Excelência que o


exequente ainda não foi imitido na posse do apartamento, o que
vem gerando prejuízos considerando que a executada continua na
posse do bem e o exequente vem arcando com os tributos incidentes
sobre o imóvel (doc. anexo).

Pelo exposto, requer se digne a Vossa Excelência


seja expedido o Mandado de IMISSÃO NA POSSE em favor do
exequente, nos termos do art. 877, § 1º, do CPC, a fim que a
executada desocupe o imóvel.

Concomitantemente, a Expedição de Ofício ao 2º


Ofício de Registro de Imóveis de Londrina para que proceda a
averbação da carta de adjudicação, uma vez que a executada foi
reconhecida como legítima proprietária do imóvel, inexistindo
qualquer relação entre o bem e a propriedade registral.

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Advogado – OAB-PR.30.664
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Londrina-Pr.

Nestes termos,
Pede deferimento.

Londrina, 19 de outubro de 2017.

MARCUS VINICIUS GINEZ DA SILVA YURI AUGUSTUS BARBOSA VARGAS


Advogado OAB-PR.30664 Advogado OAB-PR 61470

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