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16/05/2021 :::DL n.

º 4/2015, de 07 de Janeiro

Princípios da atividade administrativa 


3º a 19º CPA mais 266º da CRP

-Princípio da legalidade - a administração pública deve atuar em obediência à lei e ao direito


Subprincípios 
Princípio da preferência de lei - a lei constitui o limite de atuação da administração
Princípio da reserva da lei - fundamento de atuação da administração
Princípio da precedência de lei - 112º n7
Princípio da reserva material de lei - 164 e 165º

Excepções ao princípio da legalidade


Artigo 3º nº2 - estado de necessidade administrativa  ex. 21º nº3, 161º n 2 alinea l)

-P. prossecução do interesse público e defesa dos direitos e interesses dos particulares – 4º
CPA + 266 nº2 CRP
-P. igualdade – 6º CPA + 13 e 266 nº2 CRP i) A da proibição de discriminação (vertente
negativa) ii) A da obrigação de diferenciação (vertente positiva) iii) e também a Proibição do
arbítrio
-P. da proporcionalidade – 7º e 178º CPA + 18º nº2, 19º nº4, 266º nº2 e 272º nº1 CRP
-P. da imparcialidade – 9º e 69º a 76º (69 impedimentos absolutos) (73 impedimentos
relativos) CPA + 266º nº2 CRP 269º
-P. da boa fé – 10º CPA + 266º nº2 CRP
-P. da colaboração administrativa com os particulares – 11º e 82 a 84 CPA + 268º nº1 CRP
-P. da participação – 12º, 100º, 101º, 121º CPA + 267º nº5 CRP
-P. da decisão – 13º CPA + 52ºn1 e 268º nº6 CRP
-P. da defesa dos direitos e dos interesses particulares – 4º CPA + 266º CRP

Regulamentos
1. Noção - artigo 135º 
Acto geral e abstrato ou norma

2. Espécies - Externos (vinculam para além da administração tb os particulares) e internos


(vincula a administração) // de complementares ou execução; autónomos (emanados pela
administração descentralizada - Regiões Autónomas e Autarquias Locais - 227º d) CRP + 241º
CRP);  independentes (remissão para o 136º nº2 e 3, e 112º nº7 CRP) // 
O 145º fala de regulamentos de execução mas a sua positivação genérica está no 169º c) da
CRP
3. Forma - Decreto regulamentar; a resolução do conselho de ministros; as portarias;
despachos normativos - ver 138º nº3

Qual o mais solene? Decreto regulamentar pois tem mais exigências 134º b) + 140 nº1 + 119 h)
Resolução do Conselho de ministros - há menos formalidades, assinadas pelo 1ºministro,
publicadas em DR 119º h)

O que distingue a resolução do CM da portaria? a portaria é menos solene, é assinada pelo


ministro em nome do governo, publicadas em DR 119º h)
Despacho normativos - são assinados por ministro ou secretários de estado em nome do
ministério

Procedimento do regulamento
Fases

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1. Preparatória
a) Iniciativa -97+98
A administração pública e os interessados (qq cidadão com interesse) (esse direito deve vir
fundamentado); 97º nº2 estabelece dever de resposta - Prazo geral do acto administrativo
(prazo supletivo) quando não é atribuído outro prazo - 86ºnº2 - normalmente são 90 dias;
exigência da publicitação do início do procedimento - 98º (página internet) requisitos - data de
início, objecto, a forma como se podem constituir os interessados (audiência prévia) - se não
houver publicitação (há vício de procedimento - desvalor jurídico invalidade 144º nº2 CPA)

b) Instrução – 99
nota justificativa (fundamentação do regulamento) (princípio da proporcionalidade) Se não
houver nota justificativa o regulamento sofre de vício de forma e remete para 144º nº2; se nao
inclui os custos e benefícios é insuficiente logo equivale à falta de fundamentação (ilegalidade
formais e procedimentais)

c) Participação -100+101
(DFAmaral estendia a Audiência Interessados a quem tenha direitos subjetivos mas também
aos titulares de interesses difusos (insusceptíveis de apropriação individual, são de todos e de
ninguém, por exemplo associações ambientais) - No artigo 100º o nº 3 estabelece exceções à
Audiência de interessados; quando impraticável remete para consulta pública; A não
realização da audiência dos interessados tem de ser sempre fundamentada. Situações de
consulta pública - (100º nº1, ou quando a natureza da matéria o justifique (existe Margem de
livre apreciação); como se faz a consulta pública? 101º nº 2 prazo, nº3 prevê uma mera
menção (se não se fizer menção é uma irregularidade). E se não for feita CP (vício de
procedimento - 144ºnº2) (prazo é todo o tempo)

2. Constitutiva – aprovação do regulamento pela entidade competente


3. Integrativa de eficácia – 138 e 139
139º publicação obrigatória em DR e sítio oficial
140º vigência

Regime substantivo do regulamento


137º omissão de regulamentos – 187º CPA + 77 CPTA
141º proibição de retroactividade
142º nº2 princípio da inderrogabilidade singular dos regulamentos
145º caducidade
146º revogação
144º regime da invalidade do regulamento

Ato administrativo – acto jurídico unilateral, praticado no exercício da função administrativa e


que visa produzir efeitos numa situação individual e concreta
Procedimento administrativo – 54º
Quanto à iniciativa? – particular ou inoficiosa
Quanto ao objecto? - decisórios (1º grau e 2º grau); - Executivos

Acordos endoprocedimentais
Os acordos endoprocedimentais são contratos celebrados entre a Administração
e os administrados no decorrer do procedimento administrativo. Consagrado no
artigo 57.º do CPA, estes contratos são admissíveis apenas dentro da margem de
livre decisão administrativa. Diz-nos PAULO OTERO que estes acordos
“permitem ao destinatário do acto unilateral participar no processo de formação

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gradual da decisão final, colaborando na configuração limitativa da margem de


liberdade ou de discricionariedade decisória (...)”.

Acordos sobre os trâmites do procedimento - 57º nº1 e 2


Acordos sobre o conteúdo do ato - 57º nº3

Conferências procedimentais - 77 ao 81
Prazos -86 ao 88
Pareceres - 91 e 92
Extinção do procedimento - 94 a 96 + 131 a 133 

Estes artigos são gerais - dá para o procedimento do acto como do regulamento

Fases do procedimento do AA 

1.  fase inicial; (requerimento inicial + notificações) (102(remissão para o 108º) ao 114)


2.  fase da instrução; (115 a 120)
3.  fase da audiência dos interessados; (121 - 125)
4.  fase de preparação da decisão; (
5.  fase de decisão; (126 - 130)
6.  fase integrativa de eficácia (155 - 160)

Conferências procedimentais - Deliberativas (as decisões individuais de cada entidade é


substituído por um único ato concreto 77º 3 a) (carece lei específica a prever a sua realização)
– de coordenação (juntam-se decidem combinadamente mas cada um emite a sua decisão)

Pareceres – 91º

Regime da invalidade

Nulidade

Prof Freitas do Amaral

Quando é que o acto é inexistente? Falta um elemento que permite caracterizar como acto -
elementos do acto 155º CPA

Nulidade - prevista no 161º

Regime da nulidade - 162º 


Acto nulo não produz efeitos, invocável a todo o tempo sem prazo (mas no RJUE), por
qualquer interessado, declarada pelos tribunais

Artigo 162 nº2 remissão para o 169º CPA

Há circunstâncias em que os actos nulos produzem efeitos (exemplo da prof nao ser licenciada
e dar notas)

Anulabilidade 

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anulabilidade - artigo 163º


Prazos 168º
Em termos de tribunais administrativos - 58º CPTA

163º nº5
3 situações - princípio do aproveitamento do acto 

1ª situação da a) 
Viúva solicita pensão por viuvez, mas entretanto volta a casar
É praticado acto de indeferimento, sem haver audiência dos interessados. É um caso vinculado
(com ou sem audiencia dos interessados, ela casando perde o direito) não valia a pena voltar a
repetir o acto.

2ª b)
De acordo com a lei deveria ser feita uma Audiencia Interessados mas foi feita uma consulta
pública (elas foram ouvidas na mesma, ainda que por outro procedimento)

3ª c) são actos de conteúdo discricionário 


Ex. esta alinea está pensada para os erros de facto - ex a diretora da faculdade pode atribuir
bolsas aos alunos com capacidade intelectual acima da média. Renato teve média de 15, e
solicitou a bolsa, mas o pedido chegou a diretora como media de 14, e indeferiu com base na
média 14. Mas ela so atribui a quem tenha media de 17. Apesar de se ter enganado, ela só iria
atribuir a quem tivesse 17. Como se prova isso? pq nos outros anos so atribui a quem tivesse
media de 17. A prova nem sempre é fácil.

Efeitos 

Ex tunc - desde então - anulação

Ex nunc - desde agora - revogação

REVOGAÇÃO E ANULAÇÃO-165º a 174º


REVOGAÇÃO: (165º/1 CPA) é o ato que decide extinguir, por razões de mérito, conveniência ou
oportunidade,
ANULAÇÃO: (165º/2 CPA) é o ato administrativo que, fundado na invalidade de um ato
anterior
Um acto que anule um acto nulo - é nulo pq n tem objeto, não há efeitos para extinguir

Quando à competência - 169º 


Quanto aos efeitos - 171º

REVOGAÇÃO 

166º revogação impossivel - por falta de objecto 


167º nº1 Revogação proibida 
nº2 - revogação condicionada -  revogação de actos constitutivos de direitos
nº3 diz o que são actos constitutivos de direitos
Actos precários - sujeitos a condiçao - concedo bolsa se tiver aproveitamento

Quando decorra da tolerância do acto 


Quando é que os actos constitutivos de direitos podem ser revogados? 167º nº2 a) b) c) d)

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c) alínea importante, permite revogar-se com base no interesse público - se no momento em


que o acto foi praticado tivéssemos esse conhecimento técnico, tê-lo-íamos feito.
Alteração objetiva das circunstâncias (exemplo de terrenos da feira popular)

Anulação 168º

Ato Administrativo: Noção, Espécies e Relevância


Actos primários
1. Actos impositivos (Actos de comando (ordens)) (Actos punitivos (sanções)) (Actos
ablativos (expropriações)) (Juízos (classificações))
2. Actos permissivos - Conferem ou ampliam vantagens (Autorização; Licença; Concessão;
Admissão; Subvenção) - Eliminam ou reduzem encargos (Dispensa; Renúncia)
3. Actos instrumentais - Simples declarações (Certidões; Certificados; Atestados;
Informações) Actos opiniativos (Pareceres, Recomendações)

Actos secundários
1. Actos integrativos (Aprovação; Homologação; Visto; Acto confirmativo; Ratificação
confirmativa)
2. Actos saneadores (Reforma; Conversão; Ratificação sanção)
3. Actos desintegrativos (Revogação; Anulação; Substituição; Suspensão; Declaração de
nulidade)

Invalidade do acto administrativo


Desvalor jurídico: consequência jurídica decorrente do desrespeito do Direito
1. Mera irregularidade – art. 48.º, n.º 2 e 151.º, n.º 1, alínea a) do CPA; art. 92.º, n.ºs 5 e
6; art. 163.º, n.º 5 do CPA
2. Invalidade
a) Nulidade – art. 161.º do CPA + lei especial
b) Anulabilidade – art. 163.º, n.º 1 - regra
3. Inexistência – casos de falta de um dos elementos essenciais do acto – art. 155.º, n.º 2
do CPA + art. 50.º, n.º 4 do CPTA (referência à inexistência)

Vícios do acto – aspectos do Direito que se violam


1. Orgânicos – violação dos elementos subjectivos do acto – autor e destinatário
2. Formais – violação dos elementos formais do acto – forma e formalidades
3. Materiais – violação dos elementos materiais do acto – conteúdo, objecto, vontade,
motivos e fim do acto
4. Elemento teleológico – finalístico. Motivos do acto. Razões que levam à prática do
acto.

Vícios orgânicos
Autor:
1. Usurpação de poderes – nulidade: art. 161.º, n.º 2, alínea a)
2. Incompetência
a) Absoluta – nulidade: art. 161.º, n.º 2, alínea b)
b) Relativa – anulabilidade: art. 163.º, n.º 1

A falta do autor e do destinatário do acto implica a sua inexistência – artigos 151.º, n.º 1,
alienas a) e b) e 155.º, n.º 2

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Vícios formais/procedimentais
Forma do acto:
Forma do acto – escrito ou oral – art. 150.º - regra escrito/ pode adoptar, por exemplo, a
forma de despacho, decreto ou portaria.
Nulidade – preterição absoluta da forma legal – art. 161.º, n.º 2, alínea g) – v.g., acto oral
quando exigida a forma escrita
Anulabilidade – art. 163.º, n.º 1 - casos de não uso da forma solene quando exigida por lei: v.g.,
lei exige decreto e foi praticado um despacho
Formalidades do acto:
Trâmites que a lei exige para a formação de decisão + requisitos que o acto deve conter
FA – preterição leva a vício de forma/ MAA - preterição leva a vício de procedimento (de forma
no caso da falta de fundamentação)
Desvalor jurídico:
1. Anulabilidade – regra art. 163.º, n.º 1 – v.g., falta de parecer + preterição audiência dos
interessados + falta de fundamentação do acto
2. Nulidade – art. 161.º, n.º 2, alínea l) – preterição total do procedimento; art. 161.º, n.º
2, alínea h) – deliberação órgãos colegiais tomada tumultuosamente + falta de quórum e
maioria exigida

Vícios materiais
1. Vício de violação da lei; 2- Vícios de vontade; 3- Vício de desvio de poder

Vício de violação da lei


Conteúdo do acto – decisão (efeitos pretendidos) + cláusulas acessórias (art. 149.º) – devem
respeitar os parâmetros superiores: Constituição, lei e regulamentos
a) Nulidade: art. 161.º, n.º 2, alíneas d), i), j) e k).
b) Anulabilidade – regra - art. 163.º, n.º 1

Objecto do acto – quid sobre o qual incidem os elementos do acto – deve ser possível,
inteligível e certo: art. 161.º, n.º 2, alínea c): impossível (v.g., pessoa nomeada morreu);
ininteligível (v.g., acto de expropriação de terreno e não se percebe qual terreno); constitua a
prática de crime (fraude).
Vícios de vontade
Relevantes quando exercício de poderes discricionários. A vontade deve ser livre e esclarecida.
a) Nulidade – art. 161.º, n.º 2, alínea f) – coação física e moral
b) Anulabilidade – art. 163.º, n.º 1 - erro e dolo

Vício de desvio de poder


Atende ao fim e motivos do acto – interesse público
1. Desvio de poder por motivos interesse privado - art. 161.º, n.º 2, alínea e)
2. Desvio de poder por motivos interesse público - art. 163.º, n.º 1

Direito dos Contratos Públicos:

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Princípios Gerais e Desafios de Sustentabilidade

Princípios gerais da contratação pública 266 CRP e artigo 1-A do Código dos CPs • Princípio da
prossecução do interesse público, no respeito pelos direitos dos cidadãos • Princípio da
sustentabilidade (ambiental, financeira e social) • Princípio da legalidade • Princípio da boa
administração (max. Boa gestão dos dinheiros públicos • Princípio da igualdade • Princípio da
imparcialidade (Isenção,…) • Princípio da transparência • Princípio da concorrência Muitas
vezes dizemos que o mais importante é a concorrência, e diz-se que vem da Europa. Em parte
verdade. Princípio fundamental por detrás daquelas várias diretivas. Mas nas diretivas de 2014
há outras preocupações. Não é verdade que a concorrência chegue ao nosso OJ por via da
Europa. Concurso público: significa que existe concorrência. Não chegaram a PT nos anos 80.
Prof. muito defensora de que é importante, mas a concorrência não é um valor em si, mas um
instrumento para as boas escolhas públicas e para garantir a imparcialidade, etc.

Os contratos públicos são instrumentos administrativos de realização de tarefas públicas –


Maria João Estorninho

“1 - Para a formação de contratos cujo objeto abranja prestações que estão ou sejam
suscetíveis de estar submetidas à concorrência de mercado, as entidades adjudicantes devem
adotar um dos seguintes tipos de procedimentos: a) Ajuste direto; b) Consulta prévia; c)
Concurso público; d) Concurso limitado por prévia qualificação; e) Procedimento de
negociação; f) Diálogo concorrencial; g) Parceria para a inovação.”

Cada um deles se desdobra em subprocedimentos. Prof. critica. Ajuste direito e consulta prévia
vs todos os outros: AD e CP: não há concorrência. Em todos os outros há. O que distingue? AD:
contratação direta – entidade pública convida diretamente uma entidade para com ela
celebrar um contrato. Concursos: abertura à concorrência; anúncio e os interessados são
chamados, querendo, a participar. CP tem origens em PT no séc. XX. AP dirige o convite pelo
menos a 3 entidades, tem que consultar no mínimo 3 e depois de entre essas escolhe 1. Nem
toda a gente arruma estes procedimentos desta forma. Na CP há alguma concorrência entre
aquelas 3 ou mais entidades, mas em bom rigor é um procedimento fechado à concorrência, é
a AP que à partida escolhe. Concurso público vs concurso limitado por prévia comunicação:
Concurso público: anúncio dizendo as condições e os interessados vão apresentar propostas.
concurso limitado por prévia qualificação: há um momento inicial que é diferente – a prévia
qualificação. Há um anúncio, os interessados apresentam candidaturas e a AP faz uma Seleção
prévia; escolhe os que considera que do pto de vista técnico, financeiro, reúnem condições
para apresentar propostas. À partida todos podem apresentar candidatura. Concurso limitado
àqueles que foram qualificados. Diálogo concorrencial: consagrado nas diretivas de 2004,
passou para o nosso código em 2008. O único procedimento em que a AP à partida não
apresenta um caderno de encargos (documentos com cláusulas técnicas e financeiras que
serão parte do contrato que se vai celebrar – ex. numa obra pública, descrição da obra que se
pretende construir – características, dimensões, materiais, fases etc). Normalmente AP elabora
o caderno de encargos. O DC surgiu na Europa para as montagens jurídico-financeiras
complexas. Ideia de grandes obras ligando estados da EU, etc. Apresenta-se uma memória
descritiva: documento que diz qual a necessidade pública a satisfazer – ex. precisamos de ligar
a margem sul à margem norte. E o mercado vai propor soluções para resolver esse problema.
Diálogo entre entidade adjudicante e os que apresentaram soluções e depois pode escolher 1,
pode compor 1 a partir de 2 ou 3 soluções que se apresentaram, etc. Com base nisso elabora-
se o caderno de encargos, que vai depois ser posto à concorrência. A solução pode ter vindo
de 1 empresa, mas pode-se escolher outra para construir. Que empresa vai dizer isto sem ter
garantia de que vai ser escolhida? Dúvidas. Parceria para a inovação: diretivas de 2014,
passaram para o C em 2017/2018. Ao contrário de todos os outros,… todos os outros são
procedimentos pré-contratuais. Este é simultaneamente um procedimento e um contrato.

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Parceria celebrada, vai-se desenrolando em várias fases, mistura-se o procedimento com o


contrato. Ligado à estratégia Europa 2020. Pensadas para serem celebradas entre institutos de
investigação científica aplicável a determinada área da indústria. Apresenta-se projeto de
investigação, vai-se reavaliando se se continua ou não, etc. Artigos 36 e 38. Como começam
(qualquer um daqueles)? Artigo 36 – decisão de contratar – cabe ao órgão que tem
competência para autorizar a despesa prevista no contrato. Decisão: é um ato administrativo.
Ato e contrato aqui misturado. 38: decisão de escolha do procedimento. Através de ajuste
direto, de concurso público, etc. É um ato administrativo também. Temos que aplicar aqui as
regras do ato administrativo.• regras de competência (a quem compete essa decisão, p da
legalidade) • fundamentação (não basta dizer que é com base no artigo X – isto é o
fundamento de direito, mas faltam os fundamentos de facto – porque é que a obra é
necessária, etc). Contratos substitutivos de Aas: admin poderia decidir unilateralmente, mas
vai negociar com o particular e celebrar um contrato em que se compromete e permitir a
construção, mas exige do construtor que construa infraestruturas (parque infantil, habitação
social integrada no mesmo empreendimento, etc). Artigo 38: como se escolhe o
procedimento? Ao longo do séc. XX, a regra sempre foi a do concurso público – obrigatório.
Havia ajuste direto para contratos de menor valor. Em legislação avulsa havia previsão da
possibilidade de ajuste direto para contratos que seriam normalmente por concurso público,
por questões de urgência por exemplo. Evolução: alargamento imenso do ajuste direto. Em
2008 desaparece um artigo a dizer que é obrigatório o concurso público. Dizia princípio da
liberdade de escolha do procedimento – críticas. Em 2018 foi mudado, mas continua ideia de
alternatividade. Em 2008 no artigo 18 tb dizia que a AP escolhia entre AD, concurso público ou
limitado e que essa escolha condiciona o valor do contrato a celebrar. Isto mudou em 2018.
Em todos os procedimentos há um júri. Há fases do género da audiência dos interessados. Fim
do procedimento: Qualquer um deles termina com um ato administrativo – ato de
adjudicação. Artigo 73. AA pelo qual se escolhe a proposta e aquele com o qual de vai celebrar
o contrato. Procedimento começa e termina com um AA. Com base no ato de adjudicação vai
ser celebrado o contrato. Nos ajustes diretos simplificados tudo isto se esfuma. Temos que o
analisar. Foi praticado pelo órgão competente? Cumpriu as formalidades? Qual o fim de IP
para o qual aquela adjudicação foi decidida? Podem existir vícios.

Auxilio Administrativo

Prevê o Código de Procedimento Administrativo (CPA) no seu artigo 66.º a figura do auxílio
administrativo. Trata-se de um regime que consagra a possibilidade de o órgão competente
para decisão final do procedimento administrativo requerer auxílio de quaisquer outros órgãos
da Administração Pública, solicitando que estes procedam a investigações, partilhem dados ou
documentos em seu poder ou disponibilizem pessoal especializado ou meios técnicos.
O auxílio administrativo decorre de um princípio constitucional de cooperação
interadministrativa, garantindo a eficiência, a unidade e a efetividade da ação da
Administração que a Constituição estabelece no artigo 267.º, n.º 2.
O auxílio administrativo é um mecanismo de cooperação no âmbito do procedimento
administrativo entre pessoas coletivas públicas e respetivos órgãos na prossecução do
interesse público, da eficiência e da imparcialidade administrativa.
O CPA prevê o pedido de auxílio administrativo quando: i) o melhor conhecimento da matéria
relevante exija uma investigação para a qual o órgão a quem é dirigida a solicitação disponha
de competência exclusiva ou de conhecimentos aprofundados aos quais o órgão solicitante
não tenha acesso; ii) o órgão competente a quem é dirigida a solicitação tenha em seu poder
documentos ou dados cujo conhecimento seja necessário à preparação da decisão; iii) a
instrução requeira a intervenção de pessoal ou emprego de meios técnicos de que o órgão
competente para a decisão final não disponha.
Em caso de recusa de auxílio administrativo ou de falta de resposta no prazo fixado, a questão
é resolvida ou pela autoridade competente para a resolução de conflitos de atribuições ou

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competência entre órgãos de competência entre os órgãos solicitante ou solicitado ou, não a
havendo, por órgão que exerça poderes de direção, superintendência ou tutela sobre o órgão
solicitado.

Princípios gerais da actividade administrativa

Caso nº1
Valério, médico de clínica geral, solicitou à Câmara Municipal de Oliveira dos Azeméis a emissão
de licença para a construção de uma moradia na cidade. O Presidente da Câmara, a quem tinham
sido delegadas as competências para o efeito, respondeu-lhe que apenas concederia a licença se
Valério se comprometesse a prestar consultas gratuitas no lar da Santa Casa de Misericórdia de
Oliveira de Azeméis. Pode fazê-lo?
A prestação de consultas gratuitas no lar da Santa Casa da Misericórdia prosseguiria o interesse
público. No entanto, não é este o interesse subjacente à concessão de licenças de construção:
urbanismo e ordenamento do território. Assim, existiria aqui um vício de desvio de poder por
motivos de interesse público. Anulabilidade: 163 nº1 CPA.
Violação do princípio da prossecução do IP

Caso nº2
O Estabelecimento Prisional de Évora (EPE) procedeu ao anúncio de um concurso relativo ao
fornecimento de refeições confeccionadas para os reclusos entre os anos de 2021 e 2023. No
aviso do concurso exigiam-se, entre outros requisitos, que os concorrentes tivessem
nacionalidade portuguesa e que tivessem experiência no ramo da música, tendo-se fixado o prazo
de dois meses para a apresentação das propostas.
Suponha as seguintes hipóteses:
a) O Director do EPE decidiu adjudicar o contrato à empresa “Vegan” porque um dos sócios é
cunhado dele;
b) A empresa “Cozido à portuguesa” foi excluída porque um dos sócios é adepto fervoroso do
Sport Évora e Benfica;
c) A empresa “Francesinha” contesta o facto de não ter sido ouvida antes da tomada de decisão e
o facto de esta lhe ter sido comunicada por email;
d) A empresa “Detox” não pôde participar porque, entretanto, o EPE decidiu reduzir o prazo de
apresentação das propostas para um mês;
e) A empresa “Sushiman”, que ficou classificada em último lugar, inconformada com a decisão,
solicitou ao EPE a consulta do processo administrativo, o que foi recusado;
f) A empresa “Masala”, que considera ter apresentado a proposta mais vantajosa, contesta o
facto de a sua candidatura não ter sido sequer analisada. Pronuncie-se sobre a conformidade da
actuação do EPE aos princípios gerais da actividade administrativa.
Exigência de nacionalidade portuguesa: violação do princípio da igualdade (Art. 6 CPA + 13 e
266, nº2 CRP), na dimensão da proibição de discriminação por violação de uma das categorias
que consta naqueles artigos. Vício: violação da lei. Desvalor jurídico: 161 d) CPA – podemos
abrir a discussão sobre se se viola o conteúdo essencial. Tem que ser flagrante. Parece que sim
aqui. Ato nulo.
Atos administrativos são nulos quando estão previstos na lei, 161 CPA.
163 CPA regra é anulabilidade.
Experiência no ramo da música: violação do princípio da proporcionalidade, na dimensão da
adequação. Não é a medida idónea. O fim é selecionar a empresa que possa fazer um serviço

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culinário de qualidade. Arts. 7 e 178 CPA + 266, nº2 CRP. Vício: violação da lei. Desvalor
jurídico: anulabilidade – 163.
a) Violação do princípio da prossecução do IP. Art. 4 CPA, 266 nº1 CRP. Estão a ser
protegidos interesses privados, pelo que há um desvio de poder por motivos de interesse
privado.
Princípio da imparcialidade. Prof. tb admitia igualdade. Artigo 9 CPA e 266 nº2 CPA. Dimensão
negativa. 69-76. Casos taxativos do artigo 69. Mas tb pode haver escusa ou suspeição – 73 –
em que estão em causa familiares próximos. Cunhado: afim, 2º grau na linha colateral. Artigo
69 nº1 b). Impedimento absoluto.
73 nº1? Parentes até ao 2º grau – 69. 3º grau: 73. Interpretação na prof.
Vício: violação da lei. Desvalor: anulabilidade 76 nº1.
b) Violação do princípio da igualdade (13 e 266 nº2 CRP + 6 CPA), na vertente da
proibição do arbítrio. Não há justificação racional para excluir esta empresa.
Vício: violação da lei. Desvalor jurídico: 163 nº1 anulabilidade. Mas devíamos suscitar a
discussão: não há violação de um conteúdo essencial.
Também pode ser princípio da justiça e da razoabilidade.
P da discriminação é reportada às categorias que existem no artigo 13 da CRP e 6 do CPA.
Porque é o próprio legislador que diz que nestes casos há mesmo discriminação.
c) Violação do princípio da participação. Artigo 12 CPA e 267 nº5 CRP. Relativo à
audiência dos interessados. Vício de procedimento (trâmite procedimental necessário ao nível
da feitura dos atos). Prof. FA. Fala em vício de forma. Desvalor jurídico: anulabilidade 163 nº1.
Mas pode haver casos em que a preterição da audiência dos interessados pode implicar
nulidade.
Comunicação por email: Decisões administrativas devem ser comunicadas por meios
eletrónicos? Artigo 63 nº1. É necessário prévio consentimento. 63 nº1 CPA reporta-se às
pessoas singulares. Artigo 63 nº3: não se exige consentimento das PCs.
Empresa não tem razão.
Violação do princípio da legalidade (não houve audiência dos interessados?). Artigo 3, nº1 do
CPA. Subprincípio: Princípio da preferência de lei. A lei constitui um limite de atuação da
administração. Quaisquer atuações contrárias à lei são ilegais/inválidas.
d) Violação do princípio da boa fé. Houve a criação de uma situação de confiança,
investimento dessa confiança e frustração da confiança. 266 nº2 CRP + 10 CPA. Também
podíamos dizer que foi violado o p da igualdade. As que apresentaram primeiro conseguiram.
Vício de violação da lei. Anulabilidade.
e) Violação do princípio da colaboração, artigo 11 nº1 + 83 nº1 CPA e 268 nº1 CRP.
Diferente do princípio do arquivo aberto (que se reporta a informação não procedimental).
Vício de procedimento. Desvalor jurídico: anulabilidade 163 nº1.
f) Princípio da imparcialidade na sua dimensão positiva. Dever de analisar todos os
interesses relevantes. 9, 1ª parte CPA e 266 nº1 CRP. Vício de violação da lei. Desvalor jurídico:
anulabilidade 163 nº1.

Caso n.º 3

a) No âmbito da revisão do plano de pormenor do Poço Quente, o Município de Vizela decidiu


contratar a arquitecta Bruna. Sabendo-se que Bruna foi, há três anos, autora do projecto de
arquitectura da moradia de Luís, localizada na Quinta do Poço Quente, pronuncie-se sobre a
legalidade de tal actuação. b) Suponha que, em desrespeito do referido plano de pormenor, a
Câmara Municipal de Vizela deliberou, em Janeiro de 2018, atribuir a Deise uma licença para
construção em área destinada a espaços verdes. Na reunião camarária estiveram presentes
Maria, tia de Deise, e Dan, genro de Sara, a quem (Beatriz) Deise havia oferecido um cachecol do
seu clube do coração, o glorioso SLB. A deliberação é legal?

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c) Imagine agora que, ao saber desta deliberação, Francisco, proprietário de terreno contíguo ao
de Deise, e a quem, em Junho de 2017, a Câmara Municipal havia indeferido pedido de licença
construção com base na violação do referido plano de pormenor, decide, em Março de 2018,
interpor novo requerimento solicitando o mesmo, ao qual a Câmara Municipal até hoje nada
respondeu. Francisco considera que a actuação da Câmara Municipal viola flagrantemente a
Constituição e pretende contestá-la junto dos tribunais. Tem razão?

a) Violação do princípio da imparcialidade, na sua dimensão negativa.


Art. 9, 2ª parte, 69-76 CPA + 266, nº2 e 269, nº5 CRP
Não se aplica o impedimento absoluto do 69 nº3 porque foi há 3 anos.
b) Violação do princípio da imparcialidade, na sua dimensão negativa.
Tia: 3º grau linha colateral. Artigo 73, nº1 a) impedimento relativo. Deveria ter pedido escusa. 76
nº4: juiz podia invalidar, mas à partida o ato é válido.
Dan: a destinatária do ato deu um cachecol à sogra de quem deliberou. É uma dádiva. Artigo 73
nº1 c) CPA. Sogra é um afim na linha reta. Mas é um cachecol, uma sogra do decisor – à partida
seria irrelevante mas podemos levantar a discussão. 76 nº4: não haveria dúvida séria. Tínhamos
que justificar com esta parte.
c) Suscitar a violação do princípio da decisão. 13 CPA. É uma decorrência dos artigos 52 nº1 + 268
nº6 CRP. Requisitos para haver um dever de decisão:
 Subjetivos: legitimidade e competência do órgão.
 Objetivos: inteligibilidade e oportunidade do pedido.
13, nº2. Quando há o mesmo pedido e causa de pedir. 2 anos. Como não está preenchido um dos
requisitos objetivos (??), a AP não tinha que responder.

Caso prático n.º 4

Leonor, funcionária da Direcção Geral da Saúde, requereu ao Director-geral que lhe fosse
concedido uma semana de férias no período do Carnaval, o que foi prontamente deferido. Em
virtude de extemporâneo aumento de volume de trabalho nessa altura e também com o objectivo
de arrecadar alguma receita para o Ministério da Saúde, o Director-geral decidiu instaurar um
processo disciplinar a Leonor por violação dos deveres de assiduidade, que findou com a aplicação
de uma multa no valor de 5000 euros. Leonor, que nunca soube da instauração de qualquer
processo disciplinar, ficou perplexa quando o Director-geral da Saúde lhe telefonou informando-a
da decisão tomada. Como pode Sara contestar a actuação do Director-geral.

Violação do princípio da imparcialidade na dimensão positiva. Está-se a ponderar interesses


irrelevantes. Artigo 9 primeira parte. Vício violação da lei. Anulabilidade 163 nº1.
Princípio da justiça. Situação muito gritante de violação do direito e da justiça. Artigo 8 CPA. E
princípio da boa fé. Venire contra factum proprium. Artigo 10 CPA. Vício de violação da lei.
Anulabilidade 163 nº1 CPA.
Nunca soube da instauração de qualquer processo disciplinar: princípio da participação, 12
CPA + 267 nº5 CRP. Audiência dos interessados. Direito fundamental à audiência: 269 nº3 CRP.
Em regra, o direito a audiência há quem entenda que é análogo aos direitos, liberdades e

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garantias, mas a jurisprudência não entende. Vamos considerar a primeira posição. 161 nº2 d)
– conteúdo essencial – nulidade.
DG Saúde: notificações por meios eletrónicos. Artigo 14 e 63 nº1 teria que haver
consentimento. Se não houve, o ato seria ineficaz.

Procedimento do Acto Administrativo I


Caso prático n.º 1
Nos termos da alínea d) do n.º 3 do artigo 5º do Decreto-Lei n.º 147/2007, de 27 de
Abril, cabe ao Conselho Directivo do Instituto da Mobilidade e dos Transportes Terrestres, I.P.,
(doravante IMTT, I.P.) licenciar as actividades inseridas no âmbito da regulação dos transportes
terrestres, o que, relativamente aos centros de inspecção automóvel, significa que é aquele o
órgão competente, nos termos do respectivo regime regulador, constante do Decreto-Lei n.º
550/99, de 15 de Dezembro, para conceder a autorização para o exercício da actividade de
inspecção de veículos.
Esta autorização, por outro lado, pressupõe um pedido instruído com vários
documentos, incluindo pareceres de outras entidades, estabelecendo ainda que a mesma só
pode ser concedida a pessoas colectivas que reúnam cumulativamente os requisitos das
capacidades técnica e financeira que ali se estabelecem e, simultaneamente, sejam idóneas,
devendo o pedido ser instruído com os respectivos estatutos.
Tendo isto em conta, imagine:
a) Que a empresa X, uma sociedade comercial, solicitou uma autorização para
exercício da actividade de inspecção de veículos, tendo instruído o pedido com
todos os elementos, excepto os respectivos estatutos;
b) Que o senhor Y também solicitou uma autorização e que, por razões óbvias, junto
ao seu requerimento também faltavam os estatutos de pessoa colectiva;
c) Que na reunião do Conselho Directivo do IMTT, I.P., em que se deliberou sobre a
pretensão da referida empresa X não estiveram presentes três dos quatro vogais;
d) Que, apesar de terem sido solicitados, os pareceres não foram emitidos pelas
entidades que deviam ser ouvidas;
e) Que o IMTT veio, por isso, solicitar a realização de uma conferência
procedimental, mas que essas entidades se recusaram a comparecer;
f) Perante isso, o IMTT considerou extinto o procedimento por impossibilidade
superveniente.

Quid juris?

Passos:
1. Identificar o tipo de procedimento.
De iniciativa particular, decisório e de primeiro grau (rege pela primeira vez sobre a matéria).
2. Classificar os atos.
Parecer: ato primário, instrumental e opiniativo.
Autorização: ato primário, permissivo.

a) Requisitos do 102: CPA define. Lei pode prever mais requisitos.


Pedido foi instruído sem entrega de um documento essencial de acordo com a lei.
Convite para suprir a deficiência – 108 nº1.

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b) Senhor Y não é uma PC. Ilegitimidade. 109 nº1 c). Esta ilegitimidade leva a um
Despacho de arquivamento.
Artigo 68 nº1 – n tinha direito a solicitar pq não era PC.

[41 pode gerar entupimentos da AP. Muita burocracia. Obrigação de remessa.]


109 nºb): viúva tem direito a pensão pq faleceu o marido. Volta a casar – caduca o direito.
Qualquer alínea do 109: despacho de arquivamento.

c) Não tínhamos quórum. 29 nº1. Vício de procedimento. Desvalor jurídico: 161 nº2 h) –
nulo.
d) Obrigatório, e como não diz nada sobre vinculatividade, não vinculativo – 91, nº2.
92 nº3: 20 dias.
92 nº 5: pode prosseguir sem o parecer.

e) Conferência procedimental – há uma lei que prevê? Artigo 78. Presumindo que sim,
conferência seria convocada. Deduzimos que o IMTT é a entidade coordenadora
(“instituidor”) – 79 nº1.
E se as entidades não compareceram? 79 nº6. Deduz-se que não tem nada a opor ao pedido.
Espécie de ato tácito positivo.
Teríamos margem para decidir se era de coordenação ou deliberativa.
79 nº6 tb se aplica às de coordenação – prof Sérvulo Correia.

f) 95 – não cabe numa destas situações, não tem fundamento. Poderia ter decidido
sozinho nos termos do 79 nº6.
Havia possibilidade de impugnação desta extinção do procedimento.
Extinção com base no 95 deve ser sempre fundamentada – 95 nº2.
92 nº5.

Caso nº2
A Lei n.º 34/2013, de 16 de Maio, que aprovou o regime do exercício da actividade de
segurança privada estabelece que esta actividade pode ser desempenhada por empresas que
obtenham uma licença a conceder pelo Ministro da Administração Interna. Aquele diploma
legal impõe, entre outros aspectos, que os administradores ou gerentes de sociedades que
exerçam a actividade de segurança privada possuam a escolaridade obrigatória e plena
capacidade civil e nunca tenham sido condenados pela prática de um crime. Além disso, exige-
se o parecer prévio favorável da Direcção Nacional da Polícia de Segurança Pública.
Uma empresa solicitou, em 3 de Setembro de 2013, o licenciamento da actividade de
segurança privada para todo o território nacional, não informando, contudo, a Administração
quanto à identificação do respectivo gerente.

Perante isto imagine que:


a) os serviços do Ministério da Administração Interna responsáveis pela direcção do
procedimento notificaram a empresa para enviar a informação em falta, sem
terem, contudo, obtido qualquer resposta;
b) a Direcção Nacional da Polícia de Segurança Pública não emitiu o parecer que lhe
havia sido solicitado;
c) perante isto, a empresa solicitou a realização de uma conferência deliberativa, que
nunca veio a ocorrer;

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d) passados seis meses o Ministro da Administração Interna declarou o procedimento


extinto invocando que o mesmo estava paralisado por culpa do Requerente.

Quid juris?
Tipo de procedimento: iniciativa particular, decisório, de primeiro grau.
Atos administrativos:
Pareceres: primário, instrumental, opiniativo.
Licença: primário permissivo.

a) 108 nº1.
Prazo para resposta da empresa: 86 nº2 - 10 dias.
109 meramente exemplificativo “nomeadamente”. 109 nº1 – impede o desenvolvimento
normal do procedimento.

b) Parecer obrigatório – exigido por lei – e vinculativo (porque é necessário que seja
favorável).
Tb podíamos pôr o 92 nº3 se a lei não impusesse prazo.
92 º6. MAI tinha que interpelar, etc.

c) CP deliberativa. 77 nº5 CPA. O competente + competências consultivas. Podia


acontecer.
CP deliberativa – só quando previsto na lei ou regulamento. 78 nº1. Vamos presumir que
havia.
A empresa solicitou – 79 nº1 – interessados podem ter iniciativa.
Conferência nunca veio a ocorrer. 79 nº2: há um dever do órgão competente de convocar no
prazo de 15 dias. E se não o fizer? Não há sanção aqui prevista. Ou recorrem, se for permitido,
invocando a omissão ou recorrer para tribunal ação de condenação à prática de ato devido.
Não há vício, há omissão.
d) 132 nº1. Deserção enquanto causa de extinção do procedimento.

Caso prático n.º 3


O Ministro da Economia, ao abrigo da nova lei da energia nuclear, deu inicio ao
procedimento de instalação de uma central nuclear no municio de Vila Viçosa.
Tal com previsto na referida lei, a decisão final de instalação depende de vários
pareceres, entre os quais um parece que é vinculativo se negativo, a emitir pelo Conselho
Consultivo da Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos.
Para além disso, a Câmara Municipal tem de aprovar o projecto de localização, o que,
nos termos da lei, é condição necessária para a decisão final de instalação.
Após vários meses de tramitação procedimental, a instalação é aprovada, tendo-se
constatado, no entanto, o seguinte:
a) que não tinha havido audiência prévia, o que foi justificado na fundamentação em
razão do número incomportável de interessados;

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b) que o parecer do Conselho Consultivo da mencionada entidade reguladora havia


sido negativo;
c) que faltaram dois pareceres exigidos na lei;
d) que na fundamentação se dizia que a central constituía um grave risco para a
saúde pública e que, por isso, devia ser instalada em local deserto, e;
e) que, a meio do procedimento, a lei havia sido alterada, tendo a competência de
aprovação da instalação passado para o Conselho de Ministros.

Quid juris?
Procedimento oficioso, decisório, de primeiro grau.
Aas aqui: parecer (primário, instrumental, opiniativo). Aprovação: ato primário permissivo.
A) 121. 124 nº1 d) teria que haver consulta pública. Há muitos interessados. Vício de
procedimento, desvalor: anulabilidade nos termos do 163 nº1 CPA.
B) Parecer obrigatório e parcialmente vinculativo. Neste caso é vinculativo, porque foi
negativo. E foi desrespeitado.
Tinha que respeitar o sentido deste parecer. Se n respeitou, viola-se a lei. Vício de
violação da lei. Desvalor: anulabilidade – 163 nº1 CPA.
[Se é só parcialmente vinculativo cai no 92 nº 5.]
C) Pareceres obrigatórios porque exigidos na lei. 91 nº2: são não vinculativos.
Se faltaram os 2, pode-se pressupor que o Min Eco pediu, e decidir sem o parecer – 92
nº 5. Outra hipótese: não foram pedidos pelo Min Eco – vício de procedimento;
desvalor anulabilidade 163 nº1.
D) Fundamentação insuficiente. 153, nº2: equivale a falta de fundamentação. Vício de
forma. Desvalor: anulabilidade – 163 nº1 regra geral.
E) Ministro da Economia aprovou. Artigo 37 nº1 e nº3. Quando há mudança de
competência a meio de procedimento, deve haver remessa oficiosa para o órgão
competente. Ministro devia ter remetido o processo para o Conselho de Ministros.
Vício: incompetência relativa. Desvalor: anulabilidade 163 nº1.

Caso prático n.º 4


Nos termos do artigo 17.º do Decreto-Lei n.º 226-A/2007, de 31 de Maio, a realização
de algumas actividades nos cursos de água detidos por particulares está sujeita a autorização
da entidade administrativa competente, sendo que “o pedido de autorização considera-se
tacitamente deferido na ausência de decisão expressa no prazo de dois meses a contar da data
da sua apresentação e desde que não se verifique qualquer dos pressupostos que impusesse o
indeferimento”. Contudo estas condições não estão descritas em nenhum normativo.
A competência para esta conceder esta autorização está cometida ao Presidente da
Agência Portuguesa do Ambiente, IP (APA).
António apresentou um requerimento, em 25 de Janeiro de 2012, junto da APA
solicitando autorização para desenvolver uma dessas actividades num pequeno riacho que
corre na sua quinta.
Como no dia 30 de Abril de 2012 ainda não tinha recebido qualquer resposta, iniciou
aquela actividade, limitando-se a fazer uma comunicação prévia à APA.
No entanto, no dia 5 de Maio de 2012, António foi notificado de um ato do Presidente
da APA indeferindo a sua pretensão e recusando a autorização que havia solicitado, com
fundamento na “inoportunidade da realização da actividade pretendida”.

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Perante isto, António impugnou este ato junto do próprio Presidente da APA,
invocando a sua invalidade porque já se tinha formado um ato de deferimento tácito.

a) Tem razão António quando invoca que se formou um ato tácito de deferimento,
mesmo atendendo a que o mesmo está dependente, nos termos da lei, da não
verificação dos pressupostos que impusessem o indeferimento? Qual a
consequência da norma legal não definir essas condições?
b) É relevante a comunicação prévia que António fez?
c) Pronuncie-se sobre a validade do ato do Presidente da APA através do qual
indeferiu expressamente o pedido de autorização apresentado por A, tendo em
conta o fundamento invocado.

1º classificar os atos.
Autorização: ato primário permissivo.
Tipo de procedimento: decisório de primeiro grau, de iniciativa particular.

a) Pressupostos do deferimento tácito: previsão legal, ausência de decisão no prazo legal,


competência do órgão e dever de decisão (não 13 nº2).
Deduzimos que órgão é competente, há previsão legal.
Prazo conta-se em dias úteis: 87 c) – dias úteis. Contamos 60 dias. Já tinha passado o prazo de
decisão.
Lei não diz quais os pressupostos que impusessem o indeferimento. Uma vez que não foram
identificados, considera-se que há sempre deferimento tácito decorrido o prazo de 2 meses.
Aqui temos deferimento tácito.
b) Comunicação prévia: habilita o exercício da atividade. 134. Pequenas atividades – pôr
toldos, máquinas de comida, obras de pequena de escassa relevância urbanística, etc.
Comunicação do particular em que ele se obriga a agir, a respeitar a lei, e a AP apenas
vai fiscalizar, não autorizar.
Depende de previsão legal. Particular não pode por sua iniciativa fazer uma CP para começar
uma atividade se não houver previsão legal.
Aqui não há qualquer previsão legal. Esta comunicação é irrelevante.
c) Já tinha passado o prazo de decisão, formou-se deferimento tácito. Agora temos
indeferimento posterior. AP pode revogar ou anular. Neste caso seria revogação – é
por inconveniência, não por validade. Revogação tácita, temos órgão de conteúdo
oposto, não diz “revogo…”. Artigo 165 para justificar que é uma revogação –
inoportunidade.
Ato constitutivo de direitos. 167 nº2. Não está em causa nenhuma situação das
alíneas. Revogação não permitida. Revogação implícita: ato secundário. Vício de
violação da lei. Desvalor jurídico: anulabilidade – 163 nº1.

Caso prático n.º 5

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A empresa A, proprietária de uma fábrica de confecção têxtil, requereu ao Instituto de


Apoio às Pequenas e Médias Empresas, I.P. (IAPMEI), a concessão de um subsídio de €
10.000,00 ao abrigo da seguinte norma legal:
“1. O IAPMEI pode conceder subsídios às pequenas e médias empresas que se
dediquem a sectores estratégicos da actividade industrial.
2. Consideram-se pequenas e médias empresas aquelas que tenham um volume de
negócios anual inferior a € 500.000,00.”
A empresa A, que tem um volume de negócios de € 600.000/ano, apresentou o
requerimento em 22 de Março de 2013.
Em 30 de Abril de 2013, o Presidente do Conselho Directivo do IAPMEI indeferiu o
requerimento, sem ouvir a empresa A, por considerar que o sector têxtil não é um sector
estratégico para a indústria portuguesa.
Em 3 de Janeiro de 2014, o novo Presidente do Conselho Directivo do IAPMEI,
entretanto nomeado pelo Ministro da Economia, i) anulou o ato do seu antecessor por
considerar que este acto padecia de erro manifesto de apreciação, e ii) concedeu o subsídio à
empresa A.
Em 10 de Julho de 2014, a empresa B, que compete no mercado com a empresa A,
impugnou este ato junto do Ministro da Administração Interna, o qual deu provimento a esta
impugnação e revogou o acto com fundamento em inconveniência para o interesse público,
apesar de não ter havido nenhuma alteração das circunstâncias de facto.
Contudo, a empresa A não reagiu, mas, perante uma alteração do quadro legal
aplicável, veio requerer, em 1 de Setembro de 2014, um novo subsídio ao Presidente do
Conselho Directivo do IAPMEI, não tendo obtido até hoje qualquer resposta.
Quid juris?
Procedimento de iniciativa particular, decisório. Temos situações de primeiro grau e de
segundo grau (anulação).
Tipo de atos: ato que concede o subsídio – primário permissivo. Anulação: secundário
desintegrativo.
Prazo de decisão: artigo 128, nº1 – 60 dias. Está no prazo.
Audiência dos interessados: 121 – dever de audiência. + artigo 12 do CPA e 267 nº5 CRP.
Empresa A não cumpre os requisitos do volume de negócios. Artigo 163 nº5 a). O conteúdo do
ato anulável não poderia ser outro. Princípio do aproveitamento do ato – dever de não anular.
Violação do direito à audiência dos interessados. Suscitar a questão de anulabilidade ou
nulidade. Querela na doutrina. Resolvida na jurisprudência. Há quem entenda que a AInt é um
direito fundamental – Sérvulo Correia, MRS, Vasco Pereira da Silva – preterição da AInt em
qualquer circunstância há sempre violação do conteúdo essencial de um DF – 267 nº5
considerado análogo aos direitos, liberdades e garantias. Vício de violação da lei – desvalor
nulidade 161 nº2 d). Maior parte da doutrina – Mário Aroso, FA, PO: em regra implica apenas
vício de procedimento (Aroso), de forma para FA, desvalor anulabilidade 163. Tribunais admin
também. Nos procedimentos sancionatórios não é assim – estes entendem e a CRP diz que são
verdadeiros direitos fundamentais: 269 nº3 e 32, nº10. Nestes casos o ato é nulo.
Jurisprudência entende assim.
Para impugnar ato anulável – 3 meses. Ato nulo n tem prazo.

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Anulação: compete ao autor do ato (órgão competente). 169 nº1 e nº3. Novo Presidente do
CD era competente.
Indeferimento era ato de conteúdo desfavorável – 6 meses até máximo de 5 anos. 168 nº1. 6
meses a partir da data de conhecimento do vício. Se o conhecimento se deu 6 meses antes de
3 jan 2014 ou depois disso. Mas foi acabado de nomear. Podemos supor que está dentro do
prazo.
Revogação do ato de concessão do subsídio:
Possibilidade da impugnação. Ministro da AI não é nada ao IAPMEI. Se fosse o Ministro da
Economia, relação de tutela e superintendência. Recurso especial do 199 nº1 c) para o órgão
de tutela e superintendência. Supondo que havia competência, temos que analisar a atuação
do Ministro. Revogou o ato. Ato que concedeu o subsídio era inválido – não cumpria o
requisito do volume de negócios. Se o Min quisesse cessar os efeitos, era anulação 165 nº2.
Ministro não era competente. Quanto à competência, vício de incompetência absoluta,
desvalor nulidade – 161 nº2 b) – quem poderia anular o ato era o IAPMEI.
Último parágrafo: artigo 13, nº2. Requisitos: legitimidade da pessoa e competência do órgão
(os dois preenchidos), inteligibilidade e tempestividade (deduzimos que estão preenchidos),
mas não se pode repetir o pedido dentro de 2 anos. Aqui não passaram 2 anos. Mas há uma
alteração do quadro legal. 13 nº2 diz “com os mesmos fundamentos” – se houve alteração do
quadro legal, os fundamentos já não são os mesmos. Poderia fazer este pedido. Até hoje não
obteve resposta. Prazo de decisão: 128 nº1 60 dias. Se não se decidir nesse prazo, forma-se
omissão e o sujeito que requereu pode contestar essa omissão tanto em termos
administrativos como contenciosos.
Regulamentos Administrativos
Caso prático n.º 1

a) Suponha um regulamento contendo a norma: o preço de venda do pão ao público é


limitado a X euros.

i) Admita que o preâmbulo do regulamento indica que “as medidas económicas restritivas
adoptadas no regulamento servem o propósito de estimular a economia”. A nota
justificativa do projecto limitava-se a referir que “a regulação do preço do pão, embora
possa gerar a insolvência do pequeno comércio, tem-se como uma medida urgente do
ponto de vista da comercialização de bens essenciais à população”. Quid juris?

ii) O projecto de regulamento encontra-se sujeito a audiência dos interessados?

iii) Qual o procedimento a adoptar para a revogação do referido regulamento?

b) Suponha um regulamento contendo a seguinte norma: os investigadores da ciência


jurídico-administrativa poderão obter o subsídio de investigação de X Euros, a atribuir
pela Fundação XPTO, a qual avaliará o mérito dos candidatos através da nota curricular
e projecto de investigação apresentados.

i) O projecto de regulamento encontra-se sujeito a audiência dos interessados?

ii) Qual a sanção associada à omissão de menção do início do procedimento de aprovação


do referido regulamento?

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a)
i) Artigo 99. Ponderação entre custos e benefícios: aqui ponderação muito leve. E a nota
justificativa contradiz o preâmbulo. Não estimula a economia se arrasa o pequeno
comércio. 153 nº2: fund insuficiente equivale a falta de fundamentação.
Consequência da falta de fundamentação ou da nota justificativa – vício de procedimento ou
de forma. Invalidade. Não há inconstitucionalidade. 144 nº2: contestação limitada pelo
prazo de 6 meses.
ii) Afeta o público e quem vende. Condição para haver AA: regulamento afeta diretamente
e imediatamente direitos e interesses dos cidadãos. Regulamento imediatamente
operativo – 100 n.º 1 e 3 c). Possibilidade de consulta pública porque número
demasiado elevado.
Precisaríamos de mais dados para assumir que o regulamento era um regulamento urgente.
Por dizer que a medida é urgente não significa que o regulamento é urgente – se fosse,
podia haver preterição de audiência dos interessados e de consulta pública.

iii) Procedimento: artigo 146.


Presumimos que é regulamento executivo.
b) …
i) Não afeta de modo direito e imediato. “poderão ter direito”. A fundação vai decidir caso
a caso se atribui o subsídio ou não. Não sujeito ao artigo 100 nº1.
ii) Vício de procedimento – 144 nº2.

Caso prático n.º 2

Suponha que o Conselho de Ministros aprovou uma Resolução na qual se determinou que
todas as esplanadas, incluindo restaurantes e cafés, deveriam compreender materiais capazes
de contribuir para uma «integração urbana harmoniosa». Tendo em conta as dúvidas
interpretativas que a exigência criou, tal como regulamentarmente descrita, o próprio
Conselho de Ministros aprovou nova Resolução em que se especificou quais as condições em
que se verifica a tal «integração urbana harmoniosa».
Particularmente afectada, dada a sua especificidade, pelos termos pouco operativos com
que foi configurada a segunda Resolução, o Município de Reguengos de Monsaraz, através da
respectiva Assembleia Municipal, aprova um regulamento em que define o que, para o espaço
do concelho, é uma «integração urbana harmoniosa», o que fez em termos distintos e até
contraditórios com os constantes do regulamento governamental. Alertada para a eventual
ilegalidade das normas em causa, a Assembleia Municipal de Reguengos de Monsaraz declara,
oito meses depois, a invalidade das normas que antes havia aprovado.
Quid juris?

Pode ser aprovada nova resolução onde se densifica uma resolução anterior? Para esclarecer
dúvidas interpretativas. Interpretação autêntica.
Artigo 112 nº5 CRP. Parece não vedar. Reporta-se a atos legislativos mas podemos fazer o
paralelismo.
Norma interpretativa de outra.

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Interpretação autêntica: Artigo 13 do CC: a) dúvida + critério da hierarquia: norma


interpretativa não pode ser hierarquicamente inferior à norma interpretada.
Estão preenchidos? Sim. É permitido.
Reguengos de Monsaraz: 138 do CPA.
Regulamentos do governo e das autarquias locais: prevalecem os regulamentos
governamentais nas atribuições concorrentes – 138 nº1.
241 CRP. O que está em jogo aqui é tb o princípio da autonomia local. Quais as matérias
adstritas ao poder local e as que o governo pode regular que interferem com o poder local.
Governo não determina regras sobre como devem ser as esplanadas.
Matérias concorrentes ou adstritas às autarquias locais?
Governo só pode intervir qd o poder local n puder reger a matéria ou????
LAL: artigo 25 nº1 a) (?).
Discutir se eram matérias da competência do governo ou das autarquias locais. Não sendo de
interesse nacional, não estando em causa exercício do poder tutelar do governo , o p da
autonomia local dita que a competência seja das autarquias locais.
Parece aqui que seria competência dos municípios. E se fosse, imaginando que era matéria de
normas especiais. Se for uma norma especial, a norma especial prevalece – 138 nº1. Não há
problema de validade desta norma. Podia haver com a resolução do CM por estar a interferir
na competência dos municípios.
E se a norma não fosse especial e estivesse na competência do CM? Consequência: resolução
inválida. 144 nº1.

Na maior parte das vezes, violação do princípio da competência e não tanto esta hierarquia.
Parâmetros hierárquicos: 143
Regulamento praticado por uma PC interfere em competências de outra PC, problemas de
validade.

Caso prático n.º 3

Imagine o seguinte:

a) Que um Secretário de Estado, sob delegação do respectivo Ministro, aprova uma


portaria que contém uma norma de conteúdo oposto a outra constante de um decreto
regulamentar;
b) Que essa portaria altera os requisitos de candidatura a subsídios públicos, mas o
Secretário de Estado não procede a quaisquer audiências por entender que é matéria
interna dos Serviços;
c) Que a portaria se aplica retroativamente, determinando a sua produção de efeitos a um
momento anterior ao da própria delegação de competências no Secretário de Estado;
d) Que é praticado um ato administrativo conforme com a norma da portaria, mas
desconforme com a norma contrária do decreto regulamentar;
e) Que o Ministro vem a declarar a invalidade da portaria um ano depois.

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Quid juris?

a) 138 nº3 CPA


DR é a foma mais solene de regulamento que só existe nos reg independentes – 112 nº6 – ou
quando a lei preveja essa forma de DR. Formalidades como assinatura do PM, promulgação PR
e referenda ministerial. Regime do DR na CRP.
Ao ser aprovada uma portaria que rege sobre matéria que a lei prevê que deve ser por DR, a
Portaria é inválida e até inconstitucional – desrespeita o 112 nº6.
Inválida – 144 nº 1.
Vício de forma que gera inconstitucionalidade neste caso. Prof tb admitia vício de violação da
lei pela violação da CRP.

b) Requisitos de uma candidatura normalmente: ?? se forem alterados, interferem nos


direitos e interesses?
Ex. dizia que são só pessoas do interior.
Deve haver AI? Artigo 100 nº1. Afeta diretamente – podem ficar impossibilitados de concorrer.
Imediatamente operativo.
Não havendo AI, vício de procedimento, 144 nº2.
Artigo 100º nº1 – normais imediatamente operativas – sim – regulamento inválido – vicio de
procedimento 144º nº2 – parte final – inconstitucionalidade 267º nº5º CRP – 144º nº 1 CPA
c) Os regulamentos podem ser aplicados retroativamente? Não – art.º 141º nº2
d) 142º nº2 CPA – AA contraria um decreto regulamentar – AA inválido /// se o AA age
com base na portaria inválida então temos uma invalidade consequente
e) Ministro – competente para declarar a invalidade? 144º nº 1 CPA a todo o tempo. O
delegante pode anular os actos do delegado? Sim 49º nº 2 + 169º nº4

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