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Faculdade de Direito de Lisboa

DIREITO ADMINISTRATIVO II/ NOITE 2ª ÉPOCA/ 2021

SUB-TURMAS 2 e 4

- Casos Práticos -
Procedimento do Acto Administrativo I

Caso prático n.º 1

Nos termos da alínea d) do n.º 3 do artigo 5º do Decreto-Lei n.º 147/2007, de 27


de Abril, cabe ao Conselho Directivo do Instituto da Mobilidade e dos Transportes
Terrestres, I.P., (doravante IMTT, I.P.) licenciar as actividades inseridas no âmbito da
regulação dos transportes terrestres, o que, relativamente aos centros de inspecção
automóvel, significa que é aquele o órgão competente, nos termos do respectivo regime
regulador, constante do Decreto-Lei n.º 550/99, de 15 de Dezembro, para conceder a
autorização para o exercício da actividade de inspecção de veículos.
Esta autorização, por outro lado, pressupõe um pedido instruído com vários
documentos, incluindo pareceres de outras entidades, estabelecendo ainda que a mesma
só pode ser concedida a pessoas colectivas que reúnam cumulativamente os requisitos
das capacidades técnica e financeira que ali se estabelecem e, simultaneamente, sejam
idóneas, devendo o pedido ser instruído com os respectivos estatutos.

Tendo isto em conta, imagine:


a) Que a empresa X, uma sociedade comercial, solicitou uma autorização para
exercício da actividade de inspecção de veículos, tendo instruído o pedido
com todos os elementos, excepto os respectivos estatutos;
b) Que o senhor Y também solicitou uma autorização e que, por razões óbvias,
junto ao seu requerimento também faltavam os estatutos de pessoa
colectiva;
c) Que na reunião do Conselho Directivo do IMTT, I.P., em que se deliberou
sobre a pretensão da referida empresa X não estiveram presentes três dos
quatro vogais;
d) Que, apesar de terem sido solicitados, os pareceres não foram emitidos pelas
entidades que deviam ser ouvidas;
e) Que o IMTT veio, por isso, solicitar a realização de uma conferência
procedimental, mas que essas entidades se recusaram a comparecer;
f) Perante isso, o IMTT considerou extinto o procedimento por
impossibilidade superveniente.
Quid juris?

Caso prático n.º 2

A Lei n.º 34/2013, de 16 de Maio, que aprovou o regime do exercício da


actividade de segurança privada estabelece que esta actividade pode ser desempenhada
por empresas que obtenham uma licença a conceder pelo Ministro da Administração
Interna. Aquele diploma legal impõe, entre outros aspectos, que os administradores ou
gerentes de sociedades que exerçam a actividade de segurança privada possuam a
escolaridade obrigatória e plena capacidade civil e nunca tenham sido condenados pela
prática de um crime. Além disso, exige-se o parecer prévio favorável da Direcção
Nacional da Polícia de Segurança Pública.
Uma empresa solicitou, em 3 de Setembro de 2013, o licenciamento da
actividade de segurança privada para todo o território nacional, não informando,
contudo, a Administração quanto à identificação do respectivo gerente.

Perante isto imagine que:


a) os serviços do Ministério da Administração Interna responsáveis pela
direcção do procedimento notificaram a empresa para enviar a informação
em falta, sem terem, contudo, obtido qualquer resposta;
b) a Direcção Nacional da Polícia de Segurança Pública não emitiu o parecer
que lhe havia sido solicitado;
c) perante isto, a empresa solicitou a realização de uma conferência
deliberativa, que nunca veio a ocorrer;
d) passados seis meses o Ministro da Administração Interna declarou o
procedimento extinto invocando que o mesmo estava paralisado por culpa do
Requerente.

Quid juris?

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