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CONSTITUCIONALIDADE:
TEORIA E PRÁTICA
AUTORA: FLÁVIA BAHIA MARTINS
GRADUAÇÃO
2015.2
Sumário
Controle de Constitucionalidade: teoria e prática
INFORMATIVOS — 2013........................................................................................................................................ 3
INFORMATIVOS — 2014...................................................................................................................................... 24
INFORMATIVOS — 2015...................................................................................................................................... 34
QUESTÕES DISCURSIVAS...................................................................................................................................... 46
QUESTÕES OBJETIVAS......................................................................................................................................... 54
Controle de Constitucionalidade: teoria e prática
INFORMATIVOS — 2013
conteúdo seria o governador, de modo que não seria necessário exigir a for-
malidade da subscrição do recurso pelo procurador-geral do estado.
ADI 1663 AgR/AL, rel. Min. Dias Toffoli, 24.4.2013. (ADI-1663)
(Informativo 703, Plenário)
voto impresso [“Art. 5º Fica criado, a partir das eleições de 2014, inclusive, o
voto impresso conferido pelo eleitor, garantido o total sigilo do voto e observa-
das as seguintes regras: § 1º A máquina de votar exibirá para o eleitor, primei-
ramente, as telas referentes às eleições proporcionais; em seguida, as referentes
às eleições majoritárias; finalmente, o voto completo para conferência visual do
eleitor e confirmação final do voto. § 2º Após a confirmação final do voto pelo
eleitor, a urna eletrônica imprimirá um número único de identificação do voto
associado à sua própria assinatura digital. § 3º O voto deverá ser depositado
de forma automática, sem contato manual do eleitor, em local previamente
lacrado. § 4º Após o fim da votação, a Justiça Eleitoral realizará, em audiência
pública, auditoria independente do software mediante o sorteio de 2% (dois
por cento) das urnas eletrônicas de cada Zona Eleitoral, respeitado o limite mí-
nimo de 3 (três) máquinas por município, que deverão ter seus votos em papel
contados e comparados com os resultados apresentados pelo respectivo boletim
de urna. § 5º É permitido o uso de identificação do eleitor por sua biometria
ou pela digitação do seu nome ou número de eleitor, desde que a máquina de
identificar não tenha nenhuma conexão com a urna eletrônica”].
ADI 4543/DF, rel. Min. Cármen Lúcia, 6.11.2013. (ADI-4543)
(Informativo 727, Plenário)
INFORMATIVOS — 2014
execução, pelo Senado, do ato declarado inconstitucional pelo STF seria ato
político que emprestaria eficácia “erga omnes” às decisões definitivas sobre
inconstitucionalidade proferidas em caso concreto. Asseverou, no entanto,
que a amplitude conferida ao controle abstrato de normas e a possibilidade
de se suspender, liminarmente, a eficácia de leis ou atos normativos, com
eficácia geral, no contexto da CF/1988, concorreriam para infirmar a crença
na própria justificativa do instituto da suspensão da execução do ato pelo
Senado, inspirado em concepção de separação de poderes que hoje estaria
ultrapassada. Ressaltou, ademais, que, ao alargar, de forma significativa, o
rol de entes e órgãos legitimados a provocar o STF no processo de controle
abstrato de normas, o constituinte restringira a amplitude do controle difuso
de constitucionalidade.
Rcl 4335/AC, rel. Min. Gilmar Mendes, 20.3.2014. (Rcl-4335)
(Informativo 739, Plenário)
Leis que tratam dos casos de vedação a nepotismo não são de iniciativa
exclusiva do Chefe do Poder Executivo. Esse o entendimento do Plenário,
que, por maioria, deu provimento a recurso extraordinário para reconhecer a
constitucionalidade da Lei 2.040/1990, do Município de Garibaldi/RS, que
proíbe a contratação, por parte do Executivo, de parentes de 1º e 2º graus
do prefeito e vice-prefeito, para qualquer cargo do quadro de servidores, ou
função pública. Discutia-se eventual ocorrência de vício de iniciativa. Na
espécie, o acórdão recorrido, proferido em sede de ação direta de inconsti-
tucionalidade, declarara a inconstitucionalidade formal do referido diploma
normativo sob o fundamento de que, por se tratar de matéria respeitante ao
regime jurídico dos servidores municipais, a iniciativa do processo legislativo
competiria ao Chefe do Poder Executivo. O Colegiado, de início, rejeitou
preliminares suscitadas acerca das supostas intempestividade do recurso e ile-
gitimidade do Procurador-Geral do Estado para a interposição de recurso ex-
traordinário contra acórdão proferido em ação direta de inconstitucionalida-
de estadual. No tocante à legitimidade do Procurador-Geral do Estado para o
recurso, a Corte destacou o que disposto no § 4º do art. 95 da Constituição
do Estado do Rio Grande do Sul (“Quando o Tribunal de Justiça apreciar a
inconstitucionalidade, em tese, de norma legal ou de ato normativo, citará
previamente o Procurador-Geral do Estado, que defenderá o ato ou texto
impugnado”), que repetiria, por simetria, o disposto no § 3º do art. 103 da
CF (“Quando o Supremo Tribunal Federal apreciar a inconstitucionalidade,
em tese, de norma legal ou ato normativo, citará, previamente, o Advogado-
-Geral da União, que defenderá o ato ou texto impugnado”). Pela teoria dos
poderes implícitos, se a Constituição atribuísse competência a determinada
instituição jurídica, a ela também deveria ser reconhecida a possibilidade de
se utilizar dos instrumentos jurídicos adequados e necessários para o regular
exercício da competência atribuída. No caso, a Constituição Estadual confe-
rira ao Procurador-Geral do Estado — em simetria com o Advogado-Geral
da União — o papel de defesa da norma estadual ou municipal atacada via
ação direta, o que o tornaria, portanto, legitimado para a interposição de re-
curso extraordinário contra acórdão que tivesse declarado a inconstituciona-
lidade da norma defendida, sob pena de se negar a efetiva defesa desta última.
RE 570392/RS, rel. Min. Cármen Lúcia, 11.12.2014. (RE-570392).
(Informativo 771)
INFORMATIVOS — 2015
no ADCT pela EC 88/2015 — dispõe que, “até que entre em vigor a lei
complementar de que trata o inciso II do § 1º do art. 40 da Constituição
Federal, os Ministros do Supremo Tribunal Federal, dos Tribunais Superiores
e do Tribunal de Contas da União aposentar-se-ão, compulsoriamente, aos
75 (setenta e cinco) anos de idade, nas condições do art. 52 da Constituição
Federal”. Alegava-se, na espécie, que a expressão “nas condições do art. 52 da
Constituição Federal” incorreria em vício material por ofensa à garantia da
vitaliciedade (CF, art. 93, “caput”) e à separação dos Poderes (CF, art. 2º),
exorbitando dos limites substantivos ao poder de reforma da Constituição
(CF, art. 60, §4º, III e IV).
ADI 5316 MC/DF, rel. Min. Luiz Fux, 21.5.2015. (ADI-5316)
(Informativo 786)
Poderes (CF, art. 60, § 4º, III). Na espécie, portanto, haveria verossimilhança
nas alegações de que a nova sabatina, introduzida pela EC 88/2015, degra-
daria ou estreitaria a imparcialidade jurisdicional. Seria tormentoso imaginar
que o exercício da jurisdição pudesse ser desempenhado com isenção quando
o julgador, para permanecer no cargo, carecesse da confiança política do Po-
der Legislativo, cujos atos, seriam muitas vezes questionados perante aquele
mesmo julgador. Por outro lado, estaria configurado o “periculum in mora”.
No âmbito do TCU e dos tribunais da cúpula do Poder Judiciário, haveria ao
menos 20 ministros em vias de se aposentar compulsoriamente nos próximos
três anos. Considerando que a sabatina seria designada para período anterior
àquele em que o agente público completasse os setenta anos de idade, seria
de se imaginar que o preceito impugnado produziria efeitos no curto lapso
de tempo, o que caracterizaria o perigo na demora.
ADI 5316 MC/DF, rel. Min. Luiz Fux, 21.5.2015. (ADI-5316)
(Informativo 786)
QUESTÕES DISCURSIVAS
12. O Estado “Z” editou lei que institui uma Taxa de Fiscalização de Es-
tradas, impondo o pagamento de uma elevada quantia para o acesso ou para
a saída do território daquele Estado por meio rodoviário.
Sobre a hipótese sugerida, responda, fundamentadamente, aos seguintes
itens.
A) O Governador do Estado “Y” pode impugnar a lei editada pela Assem-
bleia Legislativa do Estado “Z” por meio de Ação Direta de Inconstitucio-
nalidade?
B) Caso a lei do Estado “Z” seja impugnada por um partido político,
por meio de Ação Direta de Inconstitucionalidade, pode prosseguir a ação
em caso de perda superveniente da representação do partido no Congresso
Nacional?
OAB — XI Exame
18. O partido político “X” move, perante o Supremo Tribunal Federal,
ação direta de inconstitucionalidade contra a lei do Estado “Y”, que dispõe
sobre licitações e contratos administrativos no âmbito daquele Estado fede-
rado, para atender às suas peculiaridades, sem afrontar normas gerais preexis-
tentes. O partido alega que a referida lei estadual é inconstitucional, uma vez
OAB — XI Exame
19. Determinado Estado-membro aprovou uma lei que incluiu a discipli-
na de formação para o trânsito nos currículos do 1º e do 2º graus de ensino
da rede pública estadual.
A esse respeito, responda aos itens a seguir, utilizando os argumentos jurí-
dicos apropriados e a fundamentação legal pertinente ao caso.
A) Analise a constitucionalidade dessa lei estadual. (Valor: 0,65)
B) O Governador de outro Estado pode ajuizar ADI ou ADPF contra esta
lei? Por qual (is) motivo (s)? (Valor: 0,60)
OAB — X Exame
20. Proposta de emenda à Constituição é apresentada por cerca de 10%
(dez por cento) dos Deputados Federais, cujo teor é criar novo dispositivo
constitucional que determine a submissão de todas as decisões do Supremo
Tribunal Federal, no controle abstrato de normas, ao crivo do Congresso Na-
cional, de modo que a decisão do Tribunal somente produziria efeitos após a
aprovação da maioria absoluta dos membros do Congresso Nacional em ses-
são unicameral. A proposta é discutida e votada nas duas casas do Congresso
Nacional, onde recebe a aprovação da maioria absoluta dos Deputados e Se-
nadores nos dois turnos de votação. Encaminhada para o Presidente da Repú-
blica, este resolve sancionar a proposta, publicando a nova emenda no Diário
Oficial. Cinco dias após a publicação da emenda constitucional, a Mesa da
Câmara dos Deputados apresenta perante o Supremo Tribunal Federal ação
declaratória de constitucionalidade em que pede a declaração de constitucio-
nalidade desta emenda com eficácia erga omnes e efeito vinculante.
OAB — X Exame
21. Lei do Estado “Y”, editada em abril de 2012, com base no Art. 215, §
1° da Constituição da República, regulamenta a chamada rinha de galo, prá-
tica popular em que dois galos se enfrentam em lutas e espectadores apostam
no galo que acreditam ser o vencedor. Comumente, os dois galos saem com
muitos ferimentos da contenda, e não raras vezes algum animal morre ou
adquire sequelas permanentes que recomendam seu abate imediato. A Asso-
ciação Comercial do Estado “Y” ajuíza ação direta de inconstitucionalidade
no Supremo Tribunal Federal em que pleiteia a declaração de inconstitucio-
nalidade da referida lei estadual.
Em defesa da norma, parlamentar que votou pela sua aprovação, diz, em
entrevista a uma rádio local, que a prática da conhecida briga de galos é comum
em várias localidades rurais do Estado “Y”, ocorrendo há várias gerações. Além
do mais, animais, especialmente aves, são abatidos diariamente para servir de
alimento, o que não ocorreria com as aves destinadas para as rinhas.
Responda justificadamente aos questionamentos a seguir, empregando os
argumentos jurídicos apropriados e apresentando a fundamentação legal per-
tinente ao caso.
A) Quanto ao mérito do pedido, é cabível a declaração de inconstitucio-
nalidade da lei do Estado “Y”, que regulamenta a chamada rinha de galo?
(Valor: 0,65)
B) Há regularidade na legitimidade ativa da ação? (Valor: 0,60)
OAB — X Exame
22. Determinado Ministério apresentou desempenho considerado insufi-
ciente pela imprensa e pela opinião pública, havendo sério questionamento
quanto aos gastos públicos destinados para a sua manutenção. Dessa forma,
um Senador pelo Estado Y apresentou um projeto de lei no sentido de extin-
guir este Ministério. Tal projeto foi votado em plenário em um dia em que 32
(trinta e dois) dos 81 (oitenta e um) senadores estavam presentes, sendo apro-
vado pelo voto da maioria dos presentes e encaminhado à Câmara dos Depu-
tados. Contando com forte apoio popular, a proposta legislativa foi aprovada
pela maioria absoluta dos deputados federais e encaminhada ao Presidente da
República, que a sancionou doze dias úteis depois de tê-la recebido, deter-
OAB — IX Exame
23. A Lei Orgânica do Município “Y”, que integra o Estado “X”, ao dis-
por sobre ingresso na administração pública municipal, e em observância aos
princípios da eficiência e da moralidade, estabeleceu que os cargos, empregos
e funções públicas seriam acessíveis aos brasileiros naturais do Estado “X”,
que tivessem residência no Município “Y”, e que seriam investidos nos car-
gos mediante aprovação prévia em concurso público de provas ou de provas
e títulos, de acordo com a natureza e a complexidade do cargo ou emprego,
na forma prevista em lei, ressalvadas as nomeações para cargo em comissão.
Contra esse dispositivo da Lei Orgânica foi ajuizada, junto ao Tribunal de
Justiça, uma Ação Direta de inconstitucionalidade, nos termos do Art. 125,
§ 2º da CRFB, alegando violação a dispositivo da Constituição estadual que,
basicamente, reproduz o Art. 37 da CRFB. O Tribunal de Justiça conheceu
da ação, mas julgou improcedente o pedido, entendendo que, respeitados os
limites constitucionais, o Município pode criar regras próprias, no exercício
da sua capacidade de auto-organização.
A partir do caso apresentado, responda justificadamente aos itens a seguir.
A) O Município tem autonomia para criar a regra citada no enunciado,
conforme entendeu o Tribunal de Justiça? (Valor: 0,40)
B) A ADI estadual pode ter por objeto dispositivo de Lei Orgânica? (Va-
lor: 0,45)
C) Dessa decisão do Tribunal de Justiça, cabe Recurso Extraordinário ao
STF? (Valor: 0,40)
QUESTÕES OBJETIVAS
(B) ato administrativo que contrarie súmula vinculante não pode ser obje-
to de reclamação proposta perante o Supremo Tribunal Federal, uma vez que
a reclamação é cabível apenas contra decisão judicial, que poderá ser cassada
pelo STF, com a determinação de que outra seja proferida com ou sem a
aplicação da súmula, conforme o caso.
(C) o cabimento do recurso extraordinário está sujeito à demonstração da
existência de repercussão geral das questões discutidas no caso, podendo o
STF recusá-lo pela manifestação de dois terços dos seus membros.
(D) a aprovação de súmula vinculante, a qual poderá ser provocada pelos
legitimados à propositura da ação direta de inconstitucionalidade, produzirá
efeitos vinculantes apenas em relação aos demais órgãos do Poder Judiciário e
à Administração pública direta, mas não em relação à Administração pública
indireta e ao Poder Legislativo.
(E) é vedado ao Superior Tribunal de Justiça o exercício do controle difu-
so de constitucionalidade, considerando que a competência para processar e
julgar o recurso extraordinário é do Supremo Tribunal Federal.
(D) poderia ter sido declarado inconstitucional pelo Tribunal, uma vez
que as obrigações foram criadas sem qualquer amparo legal e com ofensa di-
reta à Constituição Federal, sendo, no entanto, desnecessária a manifestação
plenária do Tribunal, uma vez que a declaração de invalidade dessa espécie
normativa não está sujeita à reserva de plenário.
(E) poderia ter sido declarado inconstitucional pelo plenário do Tribunal,
uma vez que as obrigações foram criadas sem qualquer amparo legal e com
ofensa direta à Constituição Federal, sendo dispensada a manifestação plená-
ria do Tribunal se o plenário do Supremo Tribunal Federal já tiver declarado
a inconstitucionalidade do mesmo decreto.
(B) se a ação for julgada procedente, seu relator deverá comunicar o Presi-
dente da República, o qual, no prazo de quarenta e oito horas, deverá requi-
sitar ao Senado Federal a suspensão da execução, no todo ou em parte, da lei
declarada inconstitucional.
(C) a decisão que declara a constitucionalidade ou a inconstitucionalidade
da lei ou do ato normativo em ADIN pode ser objeto de recurso por meio de
embargos infringentes.
(D) em caso de necessidade de esclarecimento de matéria ou circunstância
de fato ou de notória insuficiência das informações existentes nos autos da
ADIN, poderá o relator fixar data para, em audiência pública, ouvir depoi-
mentos de pessoas com experiência e autoridade na matéria.
(E) se o autor desistir da ação antes do julgamento de mérito, o Advogado-
-Geral da União deverá assumir o polo ativo da ADIN para dar prossegui-
mento ao julgamento.
Gabarito: D
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