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Direito Internacional Público – Prof.

Eduardo Bianchi Gomes

11/03/2022

Fontes: art. 38 do estatuto internacional de justiça.

Escola utilitarista: parte da existência de uma sociedade internacional em que, os


Estados convivem nela para regulamentar interesses mútuos. *Sociedade internacional,
diferentemente de uma comunidade internacional.

 Surge como uma necessidade de regulamentar questões inerentes ao Direito


Internacional Público, para justificar o comércio e minorar interesses de guerra.

Teoria das nacionalidades: não é muito aceita dentro do DIP, nação é uma associação
natural de homens, com uma unidade territorial, de origem, costumes, idioma,
consciência social e vida em comum, ela seria o único sujeito de DIP, o DIP seria
organizado por nações.

Teoria voluntarista do DIP: DIP sendo um ordenamento jurídico pautado na vontade


dos Estados, objetivista por meio de normas ou de princípios acima dos interesses dos
Estados. Há uma divisão:

a. Voluntarista (autolimitação), Jelinek: o Estado possui a vontade maior no DIP, o


que é a soberania e a vontade poderia ser limitada pela própria vontade soberana do
Estado em se autolimitar. Crítica: se a soberania é o poder maior do Estado, como o
Estado poderia se autolimitar à uma ordem jurídica maior.

b. Vontade coletiva: vontade coletiva dos Estados representado pelo tratado ou pelo
costume, fusão de vontades com mesmos objetivos, Estados novos como se explica a
vontade em se submeter.

Teorias objetivistas:

a. Kelsen: teoria da pirâmide, validade da norma com base em uma superior, norma
hipotética fundamental, costumes – costume internacional;

b. Teoria da norma: PACTA SUNT SERVANDA ANZILOTTI, não se filia a Kelsen,


é o valor que é seguido pelos Estados.

Teoria sociológica: comunidade internacional, comunhão de direitos e de interesses,


solidariedade dos Estados.
Conclusão:

- Direito internacional como realidade;

- Pacta Sunt Servanda;

- Globalização;

- Não é somente através de uma teoria que se busca explicar a existência do DIP;

- Cada um tem a sua visão;

21/03/2022
Órgãos das relações internacionais:
 Direito diplomático;
 Privilégios e garantias dos representantes dos Estados, junto ao local de outro;
Serviço diplomático
 Diplomata: representa os interesses e assuntos do seu Estado acreditante perante
o Estado acreditado (o Estado que recebe o diplomata);
 Assuntos de Estado;
 Cônsul: representa os interesses dos particulares, ex. emitir passaportes,
conceder vistos, serve como órgão de fomento entre o Estado acreditante perante
o Estado acreditado. Representam os interesses de natureza/caráter privado.
Imunidades diplomáticas
Quadro diplomático de carreira: embaixador ao terceiro secretário, membros do quadro
administrativo e técnico, oriundos do Estado acreditante gozam de ampla imunidade de
jurisdição civil e penal.
 São fisicamente invioláveis;
 Não podem depor como testemunhas;
 Possuem imunidade tributária.
Imunidade penal, civil e tributária estendem-se aos membros da família, desde que
vivam sob sua dependência;
Pessoal subalterno (pessoal de serviços) – contratado no Estado acreditante: imunidade
quanto aos atos de ofício;
Criados particulares: não possuem qualquer imunidade;
Residência do diplomata e local da embaixada: são invioláveis;
Exceções:
 Sucessões, quando o agente está envolvido, a título privado;
 Imóveis particulares;
 Imunidade em relação a profissão liberal – o texto proíbe a realização de ditas
atividades;
 Impostos indiretos;
Privilégios consulares:
 Cônsules e funcionários consulares: inviolabilidade física e imunidade civil e
pena, relativamente aos autos de ofício;
 Não há se estendem aos membros da família e a sua residência;
 Locais consulares invioláveis quanto a sua utilização funcional;
 Imunidade tributária;
 Inviolabilidade dos arquivos e documentos consulares;
Imunidade penal: possibilidade de ser processado em seu Estado, renúncia à
imunidade;
Imunidade de jurisdição dos Estados:
 Origem
 Fundamentos
 Limites
 Imunidade de execução
 Nenhum Estado pode ser submetido contra a sua vontade, à jurisdição de outro
Estado;
Diferença:
Atos de império, ex. contratação de um empréstimo internacional, agentes de
recrutamento no Estado de origem, questões de nacionalidade, direito político;
Atos de gestão: questões trabalhistas, CLT;
Imunidade de execução: existência de bens que sejam estranhos às suas atividades de
representação, as convenções de Viena garantem a imunidade dos referidos bens;
Processo de conhecimento: imunidade relativa;
28/03/2022
Sucessão de Estados
Conceito: ocorre quando o Estado altera seus elementos constitutivos (povo, território,
governo).
Efeitos:
a. Tratados: sobre fronteiras, permanecem como estão
- Demais tratados: podem ser repactuados, extintos ou Estado sucessor, assume parte
das obrigações do Estado sucedido;
b. Nacionalidade: Direito de opção, permanece com as duas, adquire a nova do Estado
sucessor;
c. Bens públicos: divide-se proporcionalmente;
d. Dívida pública: divide-se proporcional ou tábula rasa;
Modalidades:
11/04/2022
Quando entra em vigor um tratado? Art. 24
Aplicação provisória dos tratados: art. 25, § 1º, “a” e “b”, Convenção de Viena 1969
Casos de urgência e escolha das partes e PREVSÃO no tratado;
Normalmente: aplicação desde a adoção do tratado ou em data imediatamente posterior;
Importância do registro e a publicidade dos tratados: art. 27, Convenção de Viena, 1969
Direito interno e observância de tratados;
“Uma parte não pode invocar as disposições de seu direito interno para justificar o
inadimplemento de um tratado. Esta regra não prejudica o art. 46”.
Importância pacta sunt servanda: art. 26
Todo tratado em viro obriga as partes e deve ser cumprido por elas de boa fé.
Art. 28 a 30: Convenção Viena 1969
- Em termos temporais: irretroatividade;
Aplicação no espaço: regra geral é a da aplicação a TODO território estatal participante;
Importância dos princípios da boa-fé e do paca sunt servanda, além de outros princípios
aplicáveis ao Direito dos Tratados;
- Ex. práticos de responsabilidade internacional;
- Violação de Direitos humanos e decisões da Corte Interamericana de DH com base
nos tratados internacionais;
Art. 73 da Convenção de Viena 1969: caso de sucessão de Estados, de
responsabilidade de um Estado e início de hostilidades;
Nulidade dos Tratados: vícios de consentimento e consequências, podendo gerar
nulidade ou anulabilidade (ex. erro/dolo/corrupção/coação);
Extinção dos tratados internacionais:
- Acordo entre as partes, ab-rogação superveniente (revogação total), extinção pela
denúncia (vontade unilateral) e causas outras de extinção de tratados (Estado de
guerra/desuso/violação grave do trato);
Reservas: art. 2º Convenção de Viena 1969, é uma declaração unilateral, qualquer
que seja sua redação ou denominação feita por um Estado ao assinar, ratificar, aceitar
ou aprovar um tratado ou a ele aderir, com o objetivo de excluir ou modificar o efeito
jurídico de certas disposições do tratado em relação a aplicação a esse Estado.
Importância das reservas:
 Possibilitar a participação dos Estados nos Tratados, mesmo que não concorde
com todos os seus termos;
Formulação das reservas: uma emenda própria ao tratado, ao país com relação aos
demais – art. 19;
 O que importa para a formulação de uma reserva é o seu conteúdo:
independente da nomenclatura;
 Mas a formulação deve ser ESPECÍFICA a um ou alguns dispositivos dos
tratados.
1. Segundo protocolo adicional do PIDCP (tratou da abolição da pena de morte);
2. Convenção americana de Direitos Humanos;
Tratados que vedam reservas:
1. Estatuto de Roma (art. 120)
2. Convenção sobre a eliminação de todas as formas de discriminação contra a mulher;

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