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DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO

1ª LIÇÃO
A Subjetividade Internacional

❖ Dizer subjetividade internacional e sujeitos de direito internacional é a mesma coisa. Os sujeitos


de direito internacional são as pessoas jurídicas que protagonizam as relações internacionais que
esta matéria disciplina, representando a sua dimensão subjetiva.
❖ Existem três elementos essenciais desta subjetividade internacional:

● Personalidade jurídica internacional: suscetibilidade para se ser destinatário de normas e


princípios de direito internacional, dos quais decorre a oportunidade para a titularidade de direitos
ou para se ficar adstrito a deveres.
● Capacidade jurídica internacional: conjunto de direitos e de deveres que estão inscritos na
esfera jurídico-internacional de uma entidade.
● Pessoa jurídico-internacional: entidade singular ou coletiva suscetível de ser titular de direitos
e deveres internacionais; é a entidade na qual se combina a possibilidade para se ser sujeito de
direito, possuindo sempre personalidade e tendo, no todo ou em parte, capacidade jurídica.

Os conteúdos da subjetividade internacional

❖ Existem três fatores que marcam a intervenção do Estado na vida internacional: jus tractuum,
jus legationis, jus belli.

● Jus tractuum: é a faculdade de celebrar tratados internacionais. Não é um poder que se aplica à
generalidade dos sujeitos internacionais, recai apenas nos Estados, na Santa Sé e nas organizações
internacionais. É um poder importante para os Estados, pois estes são autores (criam normas,
deveres e direitos) mas também são receptores das normas convencionais.

● Jus legationis: direito das ligações. É o estabelecimento de relações diplomáticas e consulares,


pressupondo uma vontade bilateral dos estados intervenientes. Fala-se de diplomacia e das relações
internacionais. A diplomacia compreende todos os meios pelos quais os Estados estabelecem ou
mantêm relações mútuas, ou seja, são os meios pelos quais os Estados vão comunicar uns com os
outros e vão interagir política e juridicamente. Temos duas formas de comunicar
internacionalmente:
- relações diplomáticas: preocupam-se com as relações políticas entre os Estados, vão tocar em
vários aspetos como o da representação do Estado Acreditante junto do Estado Acreditador e tudo o
que tem a ver com as negociações dos tratados internacionais, acordos políticos e económicos, etc.

- relações consulares: preocupam-se com as relações administrativas entre os Estados; preocupam-


se com os nacionais residentes em Estados estrangeiros; há uma fomentação das relações
económicas e sociais; gere a atividade burocrática relativa à emissão de documentação no
estrangeiro.

❖ As relações diplomáticas compreendem um conjunto de imunidades e privilégios associadas às


missões diplomáticas. Neste sentido temos a Convenção de Viena sobre as relações diplomáticas
(artº 22 e 45).

- inviabilidade pessoal: o Estado anfitrião deve garantir a segurança dos agentes diplomáticos e
não deve infringir a atividade dos mesmos, o que implica uma imunidade jurisdicional.

- imunidade de jurisdição: vale para todos os aspetos, do ponto de vista penal, administrativo e
civil (há exceção de crimes internacionais). No entanto, nem todos os funcionários beneficiam da
mesma imunidade, por exemplo, os agentes diplomáticos beneficiam de uma imunidade absoluta
(não podem ser presos em estados estrangeiros), mas os funcionários dos consulados têm uma
imunidade parcial, só é limitada ao exercício de funções.

- O Estado acreditador pode, a qualquer momento e sem obrigatoriedade de justificação, notificar o


Estado acreditante que qualquer membro do pessoal diplomático é persona non grata.

❖ O estabelecimento de relações diplomáticas e consulares, em Portugal, depende da autorização


do Governo, mais especificamente, do Ministro dos Negócios Estrangeiros e do Chefe de Estado,
que assume funções protocolares (Artº 135 CRP).

● Jus Belli: antes simbolizava a dimensão material das relações internacionais. Hoje em dia,
reflete-se na possibilidade de usar a força ao abrigo do direito internacional numa aceção defensiva,
segundo o direito de legítima defesa (Artsº 2, 4 e 51 da CNU). Antigamente, havia um modelo de
força em que os Estados podiam usá-la como quisessem. Já não há um poder de recorrer à guerra de
forma ilimitada.

❖ Em Portugal, o Jus Belli tem um significado interno, só pode ser usado nos limites de direito
internacional (alegando legítima defesa, se tiverem a autorização do Conselho de Segurança).
❖ A declaração de guerra depende do Presidente da República, por iniciativa do Governo e com a
autorização da Assembleia da República, tendo sido consultado previamente o Conselho de Estado
(Artº 135, alínea c., CRP).
❖ Esta trilogia são os poderes internacionais e os mais emblemáticos, apesar de não serem os
únicos:

● Participação em instituições internacionais: Estatuto de observador.

● Poder para intervir junto das instâncias internacionais de cariz jurisdicional.

❖ Em Portugal, verifica-se uma partilha de poderes entre o Chefe do Estado (que assume um papel
muito relevante, visto que representa o país a nível particular, que nomeia e acredita os
embaixadores), a Assembleia da República e o Governo (negociam os tratados internacionais,
fazem as propostas aos embaixadores, aprovam e decretam o estado de guerra).

O reconhecimento da subjetividade internacional

❖ Ato unilateral: ato pela qual, um Estado, constando uma situação de facto ou de direito, aceita
que esta lhe seja oponível, ou seja, esse ato vai criar relações entre o seu autor e o receptor. O
Estado obriga-se a admitir os efeitos jurídicos.

❖ Ato de reconhecimento: é o ato pela qual outro ou outros sujeitos de direito internacional
acordam no surgimento de um novo sujeito na cena internacional.

❖ Os critérios de reconhecimento mais relevantes enquadram-se no critério dos efeitos, sendo


eles:

● Critério constitutivo: a emergência de um novo sujeito de direito internacional está sempre


dependente da formulação de uma vontade positiva por parte dos outros sujeitos internacionais.
● Critério declarativo: o reconhecimento configura um ato de mera certificação formal quanto ao
prévio aparecimento do sujeito internacional, cuja emissão nada lhe acrescenta.

Prática Internacional

❖ O reconhecimento do Estado como sujeito internacional é tido por meramente declarativo,


uma vez que a importância do aparecimento de um Estado é de tal ordem, que se impõe a si mesmo,
não sendo frequente haver dúvidas quanto à reunião de todos os requisitos constitutivos. Os seus
efeitos não incidem sobre a personalidade mas sim sobre a capacidade de agir.
❖ O reconhecimento do Governo deve seguir o regime declarativo do reconhecimento do
Estado. Os sujeitos internacionais não devem interferir nos assuntos internos de outros Estados nem
na mudança dos respectivos sistemas constitucionais. Em virtude do princípio da não ingerência nos
assuntos internos, esta questão só se coloca quando ocorre uma ruptura clara na ordem
constitucional de um Estado. A partir de 1980, os Estados passaram a reconhecer Estados. Os
Estados limitam-se a manter relações diplomáticas com outros Estados ou com aquele governo (não
é preciso fazer um marco oficial do reconhecimento do governo).

❖ No entanto, pode haver um não reconhecimento dos governos, devido à violação da


legitimidade democrática ou por imposição pela força. Apenas a legitimidade democrática é que
constrói um título legítimo para ser considerado um governo legítimo. Há o aspecto da legitimidade,
do sufrágio universal e da legitimidade do sufrágio universal.
❖ Com o reconhecimento, os sujeitos de direito internacional, vão adquirir personalidade jurídica
e capacidade jurídica, ainda que limitada pelos fins. O Estado é o único sujeito internacional que
pode ter uma capacidade jurídica ilimitada.

Modalidades de Reconhecimento

❖ O Direito Internacional não prescreve nenhuma modalidade específica de reconhecimento:


● expresso ou implícito;
● individual ou coletivo;

❖ O reconhecimento:
● é discricionário;
● tanto pode ser prematuro como tardio (há um problema, pois pode levar a tensões diplomáticas);
● não é um ato arbitrário;
● pode ser condicional;
● em princípio não é revogável.

A diversidade dos sujeitos internacionais

❖ A grande diferença entre os sujeitos internacionais está entre aqueles que têm substrato estadual
(summa divisio) - os Estados - e os que não têm substrato estadual - representações não estaduais.
❖ Podemos considerar, então, como sujeitos internacionais:

● Estados;
● Entidades para-estaduais;
● Estruturas interestaduais, ou seja, as organizações internacionais;
● Coletividades não estaduais;
● A Pessoa Humana.

❖ Há quem considere que a própria Humanidade seja um sujeito internacional. Existem vários
exemplos que se dirigem à comunidade internacional como um todo, ou consideram, nas suas
cláusulas, a própria Humanidade, o que nos leva a crer que sim. No entanto, têm uma subjetividade
menor e limitada, podendo representar os Estados e as organizações internacionais.
❖ Alguns desses exemplos são as normas de ius cogens, a exploração do espaço exterior, o regime
da área e a responsabilidade territorial.

Os Estados

❖ Os Estados são os sujeitos internacionais mais antigos do Direito Internacional.


❖ O Estado é o sujeito originário (ou primário) das relações internacionais, pode ser definido
como um agrupamento humano estabelecido num território e submetido à autoridade efetiva de um
governo.
❖ Estes não assumem sempre a mesma configuração, podendo ser distinguidos em três
modalidades:

● Estados soberanos: apresentam a plenitude da sua soberania internacional, podendo


desenvolver todos os atributos que lhe são tradicionalmente reconhecidos.
- Três elementos essenciais: povo, território, soberania;
- Não sujeição orgânica dos Estados a outros sujeitos: autonomia constitucional;
- Respeito pelo Direito Internacional: proibição de ingerência nos assuntos internos, proibição do
uso da força, dever de cooperação internacional.

● Estados semi soberanos: Estados com a sua capacidade jurídica internacional limitada:
- Estados confederados: têm a sua soberania internacional pelos assuntos delegados na
confederação;
- Estados vassalos: têm a sua soberania internacional limitada pelo vínculo feudal ao Estado
Suserano, que exerce os poderes internacionais;
- Estados protegidos: têm a sua soberania internacional limitada pelo mandato de exercício de
poderes internacionais do Estado protetor;
- Estados exíguos: têm a sua soberania internacional limitada a menores responsabilidades pela sua
pequenez territorial;
- Estados neutralizados: têm a sua soberania internacional limitada à não intervenção em assuntos
militares internacionais.
- Estados federados: têm a sua soberania internacional limitada pela sua inclusão numa federação;
- Estados membros de organizações supranacionais: têm a sua soberania internacional limitada pela
delegação nas mesmas.

● Estados não-soberanos: Estados que, do ponto de vista do Direito Internacional, não têm
soberania, não deixando, por isso, de ser Estados. Exemplos de Estados não-soberanos:
- Estados federados: não são sujeitos internacionais pois transferiram esses poderes totalmente para
o nível federal;
- Estados membros de uniões reais: fusão do poder estadual superior com os poderes estaduais
subjacentes.

A soberania internacional do Estado

❖ Elemento humano:

● A população (povo/nação);
● O Estado tem competência exclusiva sobre a concessão e perda da nacionalidade:
- ius sanguini / ius soli;
- TIJ, Nottebohm, acórdão de 1955: a nacionalidade deve ser efetiva.
- apatridia /pluripatridia.

❖ Elemento territorial:

● Um território designa um espaço terrestre, aéreo e eventualmente marítimo, delimitado por


fronteiras.
● Espaço terrestre:
- forma;
- tamanho;
- fronteiras: princípio do uti possidetis juris (inviolabilidade das fronteiras); descolonização; ex-
repúblicas federadas: TIJ, Conformidade com o direito Internacional da declaração unilateral
relativa ao Kosovo, parecer consultivo de 2010.
● Espaço aéreo;
● Espaço marítimo.

❖ Elemento funcional:

● O elemento funcional é a soberania.


● A soberania traduz-se, na esfera interna, no poder máximo de auto organização e, na esfera
internacional, na igualdade e independência frente a outras entidades, os Estados sendo entidades
livres e iguais.
● Os Estados Federados não têm soberania internacional.
● Já os Estados neutralizados e Estados membros de OI têm soberania limitada.

❖ As vicissitudes do Estado:

● Modificações territoriais:

- Vicissitudes aquisitivas: descolonização, fusão, secessão;


- Vicissitudes modificativas: aquisição de parcelas territoriais (terras nullius: TIJ, Saara Ocidental,
parecer consultivo de 1945), perda de parte do seu território;
- Vicissitudes extintivas: desaparecimento do território (em todo ou em parte).

● Sucessão de Estados:
- A sucessão de Estados consiste no momento em que novos Estados se colocam na posição de
Estados anteriores por desaparecimento daqueles. De acordo com o princípio da continuidade dos
Estados são transferidas para as entidades herdeiras as posições quanto aos tratados, à nacionalidade
das pessoas privadas, às dívidas contraídas e às propriedades públicas.
- Convenção de Viena sobre a sucessão de Estados em matéria de tratados de 1978;
- Descolonização: princípio da tabula rosa; exceções: tratados objetivos (delimitação de fronteiras),
tratados-leis (DH, DIH).
Entidades para-estaduais e interestaduais:

❖ As entidades para-estaduais são entidades próximas da realidade estadual, mas sem esse teor.
Compreendem:
● Beligerantes;
● Insurretos;
● Minorias nacionais ou movimentos de libertação nacional;
● Governos no exílio;
● Regiões infra estaduais.

❖ As entidades interestaduais são entidades que agrupam realidades estaduais mais simples.
Compreendem:
● Associações de Estados;
● Confederações;
● Uniões reais;
● Uniões pessoais;
● Comunidade britânica, que tem coincidência da figura do monarca e do Chefe de Estado;
● Comunidades de estados independentes (p. ex: ex-URSS), marcada pela existência de
atribuições e órgãos comuns.

Organizações Internacionais:

❖ As organizações internacionais, quando fundadas pelos Estados, são novas entidades jurídico-
internacionais que desenvolvem atribuições que estes lhes transmitem, através de órgãos próprios.
As organizações são compostas por dois elementos:
● Elemento organizacional: formação de uma nova pessoa coletiva, de substrato associativo e
com carácter de permanência, dotada de órgãos próprios.
● Elemento internacional: a nova entidade é regulada pelo Direito Internacional.

❖ Normalmente, as organizações internacionais são instituídas por um tratado internacional.


❖ As organizações internacionais podem ser dotadas de poderes de intervenção internacional.
❖ As organizações internacionais atuam por meio dos seus próprios órgãos, que se organizam com
base nas suas respectivas competências.
❖ As organizações internacionais tiveram uma evolução:

● Fase do Constitucionalismo: desde o séc. XVI até à 1ª Guerra Mundial.

- 1815 - Comissão Central para a Navegação do Remo.


- 1865 - União Internacional do Telégrafo.
- 1874 - União Portal Geral.

● Período compreendido entre as duas guerras mundiais: as organizações internacionais vão se


abrir, dão-se os primeiros passos para uma experiência quase universal.
- 1919 - Organização Internacional do Trabalho.
- 1920 - SDN.

● Depois da 2ª Guerra Mundial:


- 1945 - ONU.
- Reforço do multilateralismo.

❖ As organizações internacionais podem se classificar:

● Conforme as atribuições: fins gerais e especiais (Artº 1 e 2 CNU).


● Conforme os membros: universais ou quase universais, regionais ou sub-regionais.
● Conforme o acesso: membros determinados (organização internacional fechada), ou uma
organização aberta a todos os Estados.

A Organização das Nações Unidas:

❖ A Organização das Nações Unidas é uma organização internacional que visa manter a paz e a
segurança internacional.
❖ Como qualquer outra organização internacional, a ONU tem condições de adesão, estas:

● Pode entrar nesta organização qualquer Estado que esteja disposto e apto a seguir as obrigações
da Carta das Nações Unidas (Artº 4 da CNU).
❖ O Tribunal Internacional de Justiça (TIJ) intervêm quando há um impasse na aceitação de um
Estado.
❖ O Conselho de Segurança não pode aceitar um Estado se o mesmo não cumprir as cinco
condições necessárias.
❖ Um Estado pode ser suspenso se não pagar a respectiva contribuição à ONU (Artº 5 CNU).
❖ Um Estado pode ser expulso da ONU se violar de forma persistente os princípios defendidos na
Carta das Nações Unidas (Artº 6 CNU).
❖ Um Estado pode decidir sair da organização, desde que dê um pré-aviso em tempo razoável e se
não dever contribuições à ONU.

➔ Estrutura da ONU:

● A ONU é composta por seis órgãos principais e alguns órgãos subsidiários.


● Um dos mais importantes é a Assembleia Geral, que é composta por 193 membros (Artº 18
CNU).
● Outro imprescindível é o Conselho de Segurança, que é composto por 15 membros, cinco dos
quais são permanentes (EUA, Rússia, França, Reino Unido e China).

❖ A doutrina está dividida. Alguns autores defendem que só podemos ajudar um governo de um
Estado porque estes são os únicos representantes legítimos do Estado. Outros defendem a teoria da
neutralidade, porque o auxílio é visto como uma interferência nos assuntos externos. Podemos
concluir então, que a posição mais sensata é a da teoria da neutralidade, uma vez que a ajuda pode
internacionalizar o conflito.
❖ Quando um Estado reconhece grupos rebeldes, estes passam a ser conhecidos como beligerantes
(passam a ter direito a ações que não são reconhecidas como violações).

Coletividades não estaduais:

❖ As coletividades não estaduais são sujeitos internacionais que não se filiam em qualquer
pertença estadual, tendo assim menos importância a nível internacional.
❖ Exemplos de coletividades não estaduais:

● Santa Sé: é o sujeito internacional não estadual mais antigo, dotado de fins espirituais e
limitações materiais. Tem jurisdição exclusiva no Vaticano e um regime jurídico próprio interno e
internacional.

- atribuições: ensinar, santificar e governar.


- capacidade jurídica internacional: ius legationis e ius tractum.

● Ordem de Malta;

● Cruz Vermelha.

As organizações não governamentais e sociedades transnacionais:

❖ As organizações não governamentais são sujeitos internacionais não estaduais que rumam à
privatização das relações internacionais. Defendem valores e interesses desconsiderados a nível das
relações interestaduais.
❖ Podem ser organizações desportistas (FIFA, UEFA), ambientalistas (WWF), humanitárias
(Amnistia Internacional) ou de juristas (International Law Association).

❖ As sociedades transnacionais são organizações não governamentais que se fundam numa


vontade comum, com a particularidade de terem uma finalidade lucrativa específica e assumida,
fundando-se num substrato patrimonial.

A Pessoa Humana

❖ A pessoa humana é reconhecida como sujeito internacional, ainda que de forma insipiente e
limitada. Relaciona-se com a proteção internacional dos direitos do Homem, alcançando-se ao
plano do Direito Internacional as posições jurídicas subjetivas de cada pessoa humana.
❖ Evidenciam-se com mecanismos mais expressivos: a proteção diplomática, humanitária e a
proteção dos refugiados, deslocados e asilados.
❖ A pessoa humana tornou-se um sujeito de direito internacional a partir de 1948, quando a
Declaração Universal dos Direitos Humanos foi aprovada (sem votos contra mas com 8
abstenções). Esta declaração estabelece a igualdade e a liberdade, assim como também defende os
direitos das mulheres. A DUDH, enquanto resolução, não tem caráter vinculativo, daí não ser
considerada uma hard law, no entanto, alguns Estados adotaram-na transformando-a em tal.
❖ Também nesse sentido, no âmbito das Nações Unidas, em 1966, surgem dois importantes
pactos:
● PIDCP (Pacto Internacional de Direitos Civis e Políticos) - tem dois protocolos adicionais:
- Protocolo adicional nº1: é estabelecido um comité dos direitos humanos (composto por 18
juristas eleitos pela Assembleia Geral) que apreciam queixas de pessoas singulares ou de Estados
relativamente às violações dos direitos humanos.
- Protocolo adicional nº2: os países que subscrevem este protocolo comprometem-se a abolir a
pena de morte, exceto em situações de guerra.

● PIDESC (Pacto Internacional de Direitos Económicos, Sociais e Culturais).

2ª LIÇÃO
A responsabilidade Internacional dos Estados:

Pressupostos da responsabilidade internacional:

❖ A responsabilidade é o mecanismo pela qual a violação das obrigações do Direito


Internacional é verificada e o restabelecimento da legalidade alcançada (Artigos 1, 2 e 3 da CDI
sobre Responsabilidade do Estado por Atos Internacionalmente ilícitos - esta carta tem valor
político mas muitas das suas disposições são costumeiras).
❖ A responsabilidade não é a única sanção pela violação da legalidade, mas é a forma mais
difundida e mais elaborada de resposta à ilicitude.

● Existência de um ato internacionalmente ilícito: artº 1 “todo o ato internacionalmente ilícito


acarreta sua responsabilidade internacional”. A condição relativa à existência de uma obrigação
internacional: o Estado só incorre em responsabilidade se tiver, a seu cargo, uma obrigação
internacional, ou seja, uma obrigação de fazer ou uma obrigação de não fazer.

● Imputação de um ato a um sujeito de direito internacional:

- artº 2 “há um ato internacionalmente ilícito do Estado quando a conduta, consistindo em uma
ação ou omissão: a) é atribuível ao Estado consoante o Direito Internacional; b) constitui uma
violação de uma obrigação internacional do Estado”;

- artº 3 “a caracterização de um ato de um Estado, como internacionalmente ilícito é regida pelo


Direito Internacional. Tal caracterização não é afetada pela caracterização do mesmo ato como lícito
pelo direito interno”.
Questão da dualidade do regime da responsabilidade internacional dos Estados:

Violações graves de obrigações decorrentes de normas imperativas de direito internacional


geral:

❖ Quando há uma violação grave por um Estado de uma obrigação decorrente de uma norma
imperativa de direito internacional geral, a ela está associada uma responsabilidade.
❖ Podemos considerar que uma violação de tal obrigação é grave se esta envolve o
descumprimento flagrante ou sistemático da obrigação pelo Estado responsável (Artº 40 da CDI
sobre Responsabilidade do Estado por Atos Internacionalmente ilícitos).
❖ A fonte da obrigação internacional não é especificada pelos Artigos da CDI: costumeira ou
convencional.

Consequências particulares da violação grave de uma obrigação:

❖ Os Estados devem cooperar para pôr fim, em termos legais, a toda a violação grave no sentido
atribuído no artº 40.
❖ Nenhum Estado deve reconhecer como lícita uma situação criada por uma violação grave no
sentido do artº 40, nem deve prestar auxílio ou assistência para a manutenção da situação (Artº 41
da CDI sobre Responsabilidade do Estado por Atos Internacionalmente ilícitos).

O Estado:

❖ O Estado não pode ser considerado responsável pela conduta de particulares, uma vez que as
suas ações não lhe podem ser atribuídas.

● Artigo 4 da CDI sobre Responsabilidade do Estado por Atos Internacionalmente ilícitos:


“1. Considerar-se-á ato do Estado, segundo o Direito Internacional, a conduta de qualquer órgão do
Estado que exerça função legislativa, executiva, judicial ou outra qualquer que seja
sua posição na organização do Estado -, e independentemente de se tratar de órgão
do governo central ou de unidade territorial do Estado.
2. Incluir-se-á como órgão qualquer pessoa ou entidade que tenha tal status de acordo com o direito
interno do Estado.”

❖ No entanto, há exceções:

● Artigo 5: “ Conduta de pessoas ou entidades exercendo atribuições do


poder público. Considerar-se-á ato do Estado, segundo o Direito
Internacional, a conduta de uma pessoa ou entidade que não seja um órgão do Estado, consoante o
artigo 4º, que, de acordo com a legislação daquele Estado, possa exercer atribuições
do poder público, sempre que a pessoa ou entidade esteja agindo
naquela qualidade na situação particular. “
● Artigo 8: “Considerar-se-á ato do Estado, segundo o Direito
Internacional, a conduta de uma pessoa ou grupo de pessoas se esta pessoa ou grupo de pessoas
estiver de fato agindo por instrução ou sob a direção ou controle daquele Estado, ao
executar a conduta.”
● Artigo 11: “ Uma conduta que não seja atribuível a um Estado de acordo com os artigos
antecedentes, todavia, será considerada um ato daquele Estado, de acordo com o Direito
Internacional se e na medida em que aquele Estado reconheça e adote a conduta em questão como
sua própria.”

Jurisprudência no Direito Internacional:

❖ TIJ (Tribunal Internacional de Justiça): tem uma interpretação restritiva da atribuição de


responsabilidade.

❖ O Estado tem a dupla obrigação de prevenir e de punir os danos causados pelos seus nacionais
ou por qualquer outra pessoa residente no seu território: o Estado só é responsável de exercer um
controlo efetivo sobre os indivíduos e se tiver ordenado as violações (p. ex: Acórdão pessoal
diplomático e consular dos EUA em Teerão, 1980; Acórdão Atividades Militares e paramilitares na
e contra a Nicarágua, 1986: controlar os rebeldes + dar-lhes ordens).

❖ TPI (Tribunal Penal Internacional ou Tribunal Internacional de Crimes de Guerra): tem uma
interpretação mais flexível de atribuição de responsabilidade.
- P. ex: Acórdão Tadic de 1999 “Para atribuir a responsabilidade por atos cometidos por grupos
militares ou paramilitares a um Estado, deve ser estabelecido que o Estado exerce o controlo global
sobre o grupo, não só equipando-o mas financiando-o, mas também coordenando-o ou ajudando no
planeamento global das suas atividades militares. Só nesta condição é que a responsabilidade
internacional do Estado pelas ações ilegais do grupo poderá ser assumida. Não é necessário,
contudo, exigir, além disso, que o Estado dê instruções ou diretivas ao líder do grupo ou aos seus
membros para cometerem atos específicos contrários ao Direito Internacional.”

❖ Causas da exclusão da ilicitude (artigos 20 ao 27).

Efeitos da responsabilidade internacional:


❖ Obrigação de reparar o prejuízo causado pelo ato internacionalmente ilícito, quer este seja
material ou moral (artigo 31 e seguintes). As formas de reparação podem ser utilizadas
“separadamente ou em conjunto” (artº 34):

- restituição, ou seja, a obrigação de restabelecer a situação que existia antes do ato


internacionalmente ilícito ser cometido (artº 35);
- indenização, ou seja, a obrigação de indenizar pelo dano causado por este, esta indenização deve
cobrir qualquer dano de mensuração financeira, incluindo lucros cessantes, juros, etc (artº 36).
- satisfação, ou seja, a obrigação de dar satisfação pelo prejuízo causado por aquele ato, desde que
este não possa ser reparado pela indenização ou restituição (artº 37).

❖ Obrigação de cessação e de não-repetição: o Estado responsável tem a obrigação de:

- cessar o ato se ele ainda continua;


- oferecer seguranças e garantias apropriadas de não-repetição, se as circunstâncias assim o
exigirem (artº 30).

Implementação da responsabilidade internacional:

❖ Proteção diplomática: para haver uma proteção diplomática é preciso haver um vínculo de
nacionalidade entre o indivíduo e o Estado protetor; esgotamento dos recursos internos; mãos
limpas. Há um procedimento: o endosso da reclamação do indivíduo; internacionalização do litígio;
reparação.
❖ Meios jurisdicionais e quase jurisdicionais: TIJ, tribunais arbitrais;
❖ Contramedidas: medidas ilícitas mas que perdem essa ilicitude quando respondem a outro ato
ilícito (no respeito do DI: princípio da proporcionalidade + normas imperativas; artsº 49-53 da CDI
de 2001).

Vias pacíficas de resolução de conflitos:

❖ A Carta das Nações Unidas, no seu artigoº 33, estabelece os meios de solução pacífica de
litígios/conflitos.
❖ As resoluções devem ser sempre feitas sem utilizar a força, ou seja, a via preferencial é a forma
pacífica.
❖ Os meios de resolução de conflitos são:
● Negociação, os Estados negociam com o intuito de chegar a algum acordo;
● Inquérito, é importante para vermos os factos;
● Mediação a nível internacional, os Estados dão sugestões para a resolução de conflitos (p. ex:
os EUA estão a mediar o conflito entre o Hamas e Israel);
● Comissão de conciliação é uma comissão composta por um número ímpar, e por indivíduos
indicados pelas próprias partes.
● Arbitragem;
● Via jurisdicional (tribunal), pode ser um Tribunal judicial ou arbitral a tentar solucionar este
conflito. No entanto, o Tribunal arbitral só tem capacidade para solucionar o conflito se as partes
estiverem de acordo, no fundo, há uma arbitragem necessária de ambas as partes.
● Recurso a organizações ou acordos regionais.

❖ No entanto, nem sempre foi assim.

- Foi só a partir de 1907, na Conferência de Haia, que se estabeleceu a proibição do uso da força
por parte de um Estado, quando estamos perante uma dívida não paga.
- Em 1928, foi assinado um pacto pelos Ministros dos Negócios Estrangeiros de França e dos
Estados Unidos sobre o uso da força.
- No entanto, nenhum foi tão relevante quanto a Carta das Nações Unidas de 1945, que proibiu
expressamente o uso da força e a ameaça da força. Contudo, a força pode ser utilizada, se o órgão
competente (Conselho de Segurança) assim o autorizar, e se for um caso de legítima defesa.

3ª LIÇÃO
A evolução do direito internacional penal até o Tribunal Penal Internacional

A afirmação progressiva da responsabilidade penal internacional:

❖ Houve cinco fases para chegarmos onde estamos atualmente:

● 1ª fase (séc. XIX): é de carácter costumeiro > qualificação consuetudinária de condutas como
crimes internacionais: tráfico de escravos, pirataria no alto mar, tráfico de estupefacientes e
terrorismo. A sua perseguição ficaria sempre na órbita dos Estados. Cada Estado tinha a
responsabilidade de julgar esses indivíduos (competência universal) nos tribunais.
- competência universal: qualquer país consegue julgar o país (por exemplo, a França faz queixa
do Presidente da Síria pelos vários crimes que ele está a cometer mesmo não havendo nenhum
francês lesado com esses crimes).
● 2ª fase: é protagonizada pela criação, no rescaldo da 2ª Guerra Mundial, dos dois primeiros
TPIs, o de Nuremberga e o de Tóquio. Os crimes definidos convencionalmente eram de 3
categorias:
- crimes contra a paz;
- crimes de guerra (mesmo em guerra deve-se respeitar o direito internacional humanitário);
- crimes contra a humanidade (crimes cometidos como parte de um ataque generalizado contra a
população civil, p. ex: assassinatos, extermínios, deportações; quando se trata de um genocídio esse
massacre deve ser deliberado e provado como sendo intencional e dizer se é um extermínio parcial
ou total).

A novidade:
- Criação de uma estrutura judicial internacional de condenação - as imunidades não valem perante
um Tribunal Internacional.
- Aceitação de que o exercício de funções públicas poderia levar à incriminação.

● 3ª fase: Visou-se enfrentar as objeções.Surgiram vários instrumentos sobre crimes


internacionais:
- Convenção sobre a repressão do genocídio de 1998;
- Quatro Convenções de Genebra de 1949;
- Convenção sobre a imprescritibilidade dos crimes de guerra e dos crimes contra a humanidade
de 1968 (considerou que não havia um prazo para julgar; p. ex: depois de muitos anos a seguir à 2ª
Guerra Mundial, os nazis que conseguiram escapar com identidades falsas foram apanhados);
- Convenção sobre o Crime de Apartheid de 1973 (regime político baseado numa separação racial
das pessoas).

Quem julgava estes crimes (de guerra, p. ex) era o próprio Estado (se o crime de guerra foi
executado num país esse país pode julgar esse crime).

● 4ª fase: Criação de 2 TPIs as hoc pelo Conselho de Segurança em 1993 (TPIJ) e em 1994
(TPIR). Foram depois criados tribunais internacionalizados (mistos ou híbridos) cujo estatuto,
adotado sob a base de um tratado entre a ONU e um Estado, prevê a aplicação do Direito
Internacional e do Direito Interno, bem como a presença de juízes internacionais e juízes internos.
Estes tribunais têm primazia perante tribunais internos (em primeiro lugar eles julgam, só depois é
que os tribunais internos podem intervir).

Tribunais internacionalizados: geralmente e globalmente são tribunais que se compõem de


elementos internos e internacionais tanto na estrutura como no direito aplicável.Temos juízes
internos e juízes internacionais, assim como também, normas internas e normas internacionais. No
entanto, houve um problema, os juízes internos não estavam institucionalizados sobre o direito
internacional, e acabaram por ser ajudados pelos juízes externos (p. ex: Serra Leoa, Timor-Leste,
Líbano, Bósnia, República Centro Africana, etc).
● 5ª fase: Criação do TPI cujo Tratado de Roma de 1998 estabelece o estatuto.

Os traços fundamentais da responsabilidade penal internacional:

❖ A responsabilidade penal internacional manifesta-se na aplicação de penas privativas de


liberdade contra os responsáveis de crimes internacionais.
❖ A responsabilidade penal internacional assenta no paradigma de uma responsabilidade
exclusivamente individual.
❖ A aplicação da responsabilidade penal internacional não está apenas ligada às instâncias
internacionais.Só se falhar a nível nacional é que procuramos o nível internacional para julgar.

O Tribunal Penal Internacional:

❖ O TPI ou Tribunal Penal Internacional tem como objetivo favorecer a luta contra a impunidade
e a paz entre os povos.
❖ Para que o TPI fosse criado, foi necessário que, no mínimo, 6 países ratificassem o estatuto
estabelecido pelo Tratado de Roma de 1998, o que foi atingido em abril de 2002, o que permitiu que
o estatuto entrasse em vigor a 1 de julho de 2002.
❖ Atualmente, 124 Estados são parte do Tratado de Roma, incluindo Portugal.
❖ Os princípios estruturantes do TPI:

● A permanência:
- O TPI é uma instituição permanente (OI), com sede em Haia.
- Quer o Tribunal Arbitral Permanente (1899), quer o Tribunal Permanente de Justiça Internacional
(SDN 1919), que ainda o TIJ (ONU 1945), não foram dotados de competência para julgar crimes
internacionais.
- A necessidade de um tribunal criminal internacional permanente fez-se sentir com a experiência
dos tribunais ad hoc.
- É um importante marco na história da justiça penal, porque representa uma garantia de eficácia,
economia de custos, celeridade e imparcialidade, e assegura um elevado grau de independência.
- O TPI coexiste com o TIJ de modo que a responsabilidade internacional dos indivíduos por
crimes internacionais (de tipo sancionatório) coexiste com a responsabilidade internacional dos
Estados pelos mesmos atos (de natureza compensatória).

● A obrigatoriedade:
- O TPI pode julgar qualquer pessoa que tenha praticado um dos crimes sob a sua jurisdição. Pois,
a sua competência é tendencialmente universal e não tem uma duração limitada (art.º 12 nº 1 2 (a) e
(b) e 3 do estatuto de Roma).

O âmbito da competência do TPI:


❖ Competência ratione materiae: crimes mais graves, caracterizados por atrocidades graves, de
larga escala e sistemáticos, que justificam a sua imprescritibilidade.
❖ Competência ratione temporis: Princípio da não retroatividade > o TPI só terá competência
para julgar os crimes praticados após a entrada em vigor do seu Estatuto em 1 de julho de 2002.
❖ Competência ratione personae: o TPI tem competência relativamente às pessoas singulares,
em conformidade com as disposições do presente Estatuto.

A submissão aos princípios jurídico-penais universais:

❖ Princípio Non Bis Idem: uma pessoa não pode ser julgada mais de uma vez pela mesma
infração (Art 20 nº3)

- Essas exceções dão lugar a sérias tensões;


- O TPI terá de verificar ex office a aplicação do princípio em causa.

❖ Princípio Nullum Crimen Sine Lege: uma pessoa não pode ser julgada se o crime dela não
está qualificado como crime.

Não retroatividade da aplicação das penas:

❖ O TPI só tem competência para julgar crimes após a sua entrada em vigor, a 1 de julho de 2002
(artº 11 nº1 ER).
❖ Se um Estado se tornar parte no Estatuto depois da sua entrada em vigor, o Tribunal só pode
exercer a sua competência em relação a crimes cometidos depois da entrada em vigor do estatuto
relativamente a esse Estado (artº 11 nº2 ER).
❖ Princípio Nulla Poena Sine Lege: Este princípio implica necessidade de se definir com clareza
a concreta medida da pena, estabelecendo-se, portanto, os seus limites mínimos e máximos (artº 77
e 78 ER). Por exemplo, Portugal não aplica a pena perpétua, no entanto se um nacional português
cometer um crime (p. ex, um homicídio) num estado estrangeiro, a lei que vai ser aplicada para esse
crime não é a lei estrangeira, mas sim a nacional de 25 anos.
❖ Princípio da complementaridade: é a pedra angular da constituição do TPI.
● Preâmbulo do tratado de Roma: “o TPI criado pelo presente estatuto será complementar das
jurisdições penais nacionais.”
● O artigo 17 do Estatuto de Roma consagra o princípio da complementaridade como critério de
regulação entre os TPs nacionais e o TPI, e como critério de atribuição de prioridade da jurisdição
nacional sobre a internacional. Se a intervenção em primeira linha dos tribunais nacionais é
considerada a via mais adequada para a prossecução penal dos crimes internacionais, ao TPI é
atribuída competência relativamente aos crimes internacionais mais graves.

Processo perante o TPI

❖ No artigoº 13 do ETPI podemos ver como funciona o processo perante o TPI.


❖ Há duas fases:
● 1 fase: vê-se se o caso cabe ou não na competência do TPI;
● 2 fase: fase de investigação, o TPI vai abrir o caso para julgamento

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