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DIREITO INTERNACIONAL – 8º TERMO

Aula 08/08/2023

CONVENÇÕES DE VIENA DAS RELAÇÕES DIPLOMÁTICAS 1961 – 1963

Imunidades nas relações diplomáticas.

Princípios das relações diplomáticas - Eles foram construídos ao longo do tempo com base na
tradição.

1 – Consentimento mútuo: Dou imunidade aqui no Brasil, o Brasileiro terá lá fora.

2 – Reciprocidade: Os tratamentos são os mesmos. Trata das questões de equiparação nos


tratamentos e no respeito pelos agentes diplomáticos que estão nos países, e os que estão aqui no
Brasil.

3 – Soberania: O Brasil pode não aceitar indicação de uma determinada pessoa para ser embaixadora
aqui. Fernando Gabeira que sequestrou o embaixador americano, depois foi ministro, deputado
federal no Brasil, mas nos EUA o nome dele é proibido de atuar, ele não pode entrar no território
americano. Então essa soberania é que o Brasil tem o poder maior, ele é quem decide.

ENTES PERSONALIZADOS: Existem mais entes, além dos estados que podem celebrar tratados. Pode
ser Mercosul, OMS...

Além desses entes personalizados os diplomatas também podem celebrar os tratados. Com o
passaporte diplomático, nos organismos internacionais e nos tribunais internacionais, também
teremos essas pessoas com o passaporte diplomático.

SUJEITOS E ATORES

Estados e as Organizações Internacionais, titulares de direitos e obrigações. Quando a OAB disser OII.
Além disso tenho outros entes personalizados e despersonalizados – A Palestina que a ONU
reconhece como Estado, chamado de estado-observador. FARC – Forças Armadas Revolucionárias da
Colômbia (ente personalizado) pode celebrar um tratado. ONGS podem celebrar tratados? A doutrina
balança... Se for pelas regras de convenções é tratado, não importa o que seja, se é um grupo de
guerrilha, se é o Sudão do Sul, celebrou algo nas regras internacionais é tratado. Diferente de
contratos que são regidos pelas leis dos países, os tratados são regidos pelas normas internacionais.

ALGUMAS QUESTÕES

Estados são soberanos: personalidade é originária, enquanto as organizações internacionais


ganharam destaque a partir da Segunda Guerra e da ratificação da ONU, sujeitos criados através da
manifestação da vontade.

O Vaticano é um ente personalizado, tem 22km², nunca nasceu ninguém lá, mas é considerada como
um microestado, criado pelo Tratado de Latrão e que possui a soberania sobre o seu território. No
Brasil os tratados celebrados com o Vaticano aconteceram bem no começo, o primeiro deles, foi uma
concordata – quem é o “embaixador” que trata das relações entre o vaticano e o Brasil é o Núncio
Apostólico.

A PESSOA HUMANA
O mundo dos livros está desatualizado, o BRICS, o G7 – Há um descompasso das coisas, os países
mais ricos não têm um tratado, não tem uma sede, eles têm absoluta convicção, do que eles
decidirem lá irá impactar na vida de todo mundo, não é um tratado internacional, não é um
documento, é uma ata. Então a organização do direito internacional está um pouco atrás.

O TRIBUNAL PENAL INTERNACIONAL

O TPI diz que uma pessoa (no caso do Brasil), não tem imunidade para Presidente, para ministro, para
nada, pode sim ser julgado no TPI. O TPI julga crime de guerra, crime de genocídio. Mas tem o caráter
residual – de que o Brasil tem preferência para julgar os casos.

O DIREITO DE LEGAÇÃO

O Direito de Legação ativo é o direito de enviar, mandar representantes diplomáticos lá para o país.

Direito de Legação passivo: é o direito/dever de receber representantes diplomáticos.

Inexistência de relações diplomáticas: A China – Taiwan, que vinha a dizer que o Brasil não poderia ter
relações com a China continental. Outro país é o Saara. Tem outros países como EUA e Irã que não
tem relações por conta de guerras internas.

ACREDITAÇÃO

Ato discricionário do Estado que pode estar ligado a algumas condições, por exemplo: Os DEPEN
(ultradireita) assumem na França, Macron perde a eleição, e entra como presidente que é direita
máxima. Ele quer nomear como embaixadora a sua mulher para vir ao BRASIL – LULA não iria receber,
Bolsonaro sim. Então é levado em conta a consulta do chefe da missão diplomática, com uma lista de
acreditados.

Tendo o Estado acreditante e o Estado acreditador.

PERSONA NON GRATA/INACEITÁVEL

O Estado acreditado poderá a qualquer momento, e sem ser obrigado a justificar a sua decisão,
notificar ao Estado acreditante que o Chefe da diplomático da Missão é persona non grata ou que
outro membro do pessoal da Missão não é aceitável. NÃO É EXPULSÃO. Os Estados Unidos costumam
fazer muito isso.

RAZÃO DAS IMUNIDADES

O Brasil tem duas embaixadas em Viena e nos Estados Unidos, na Suíça também. Normalmente só
tem embaixada nas capitais.

Os Consulados têm funções notariais, cuidando de vistos, registros de nascimento, emissão de


passaporte, título de eleitor, carteira de identidade, contratos, interesses brasileiros nossos lá fora.

TIPOS DE MISSÕES DIPLOMÁTICAS – PERMANENTES

A) Embaixadas

B) Consulados e vice-consulados.

C) Delegações, missões ou escritórios responsáveis pela representação política, comercial e


administrativas diante das Organizações Internacionais ou os Estados – A doutrina chama de
Legações, como a ONU, no TPI, na Corte interamericana, essas pessoas estão alcançadas pelas
relações diplomáticas.

Essas são permanentes, pois existem missões transitórias.

DUPLA REPRESENTAÇÃO

Duas embaixadas em Viena e nos EUA.

MISSÕES ESPECIAIS OU TEMPORÁRIAS

Ocorre um envio para uma negociação específica ou para executar determinada tarefa/missão. Envio
de negociadores ou observadores para Conferência Internacional: DISCUTIR CASOS PONTUAIS. Tem
prazo para acabar. Há sempre um chefe da missão. HAITI, Santo Domingo e Mercosul.

Normalmente o chefe da missão é um embaixador, ou núncio, ou ministro-chefe ou encarregado de


negócios. Ministro de 1 classe: embaixador.

Embaixatriz não é nada.

Agrément significa consulta, é a consulta de um país para que o outro aceite “estou mandando o
embaixador, você aceita? Essa é uma consulta sigilosa, para que o outro país venha ou não a aceitar.
A partir disso o embaixador pega o passaporte diplomático e sua credencial (carta assinada do chefe
de Estado e referendada pelo Ministro RE).

AULA 15/08/2023

Professor Caíque Tomaz

Convenção de Viena de Relações Diplomáticas – 1961 a 1963.

Relações diplomáticas: É utilizada para disciplinar a relação entre agentes ou sujeitos soberanos do
direito internacional, ou seja, os Estados, assim como a relação destes com as relações internacionais
e mais recentemente a expressão tem sido utilizada para sujeitos com incorporações ou empresas
multinacionais – como as grandes produtoras de vacina, ou as grandes produtoras de petróleo.

Os estados soberanos são representados por pessoas, agentes, ou representantes do estado, que
atuam em face de sujeitos soberanos de direito internacional – O regime jurídico, o conjunto de
tratados internacionais, de precedentes que estabelecem determinadas regras a serem aplicadas ou
observadas pelos Estados quando enviam representantes e quando recebem representantes
soberanos. Os diplomatas e o Consul são servidores públicos que representam os Estados soberanos,
e em razão dessa importância é que existem regras que disciplinam unicamente essas funções. Essas
regras são disciplinadas por um ente que celebram relações, e essas relações são sempre orientadas
pelo Estado enviando e recebendo, e muito comumente nesse contexto, o princípio da reciprocidade,
pois os representantes de cada estado se encontram, mas você tem relações internacionais com os
estados que você deseja ter – tratarei os seus representantes da mesma forma que você tratar os
meus. Os princípios são Soberania e reciprocidade.

Direito de legação:

1 – Direito de legação ativo: Direito de enviar representantes

2 – Direito de legação passivo: Direito/dever de receber representantes diplomáticos.


Esse direito é chamado de acreditação, que é o ato de um estado soberano em receber o
representante de outro estado. Da mesma forma aquele que envia o representante para o
acreditado. Estado Acreditante envia. Estado Acreditado recebe.

Ambos os estados atuam sempre no exercício de sua soberania – nenhum é obrigado a enviar e
nenhum é obrigado a receber.

Ela vai persistir até o momento em que quiser, podendo a qualquer momento tanto o Estado que
envia, quanto o Estado que recebe pedir para que o seu representante venha ou vá embora. É
chamado de desacreditação. Não há necessidade de ter uma motivação, o Estado pode pedir da
forma que quiser, pois é um ato de soberania. Normalmente é associado ao descumprimento de
algum dever do representante do estado estrangeiro. Exemplo: Se o representante assume lado
político, se ele se envolve em algum ato de desrespeito, se envolve em espionagem.

Para o exercício das atividades de representação do Estado estrangeiro, o que os representantes


fazem?

- Normalmente eles atuam para construir entre o Estado acreditante (que envia) e o estado
acreditador (que recebe), relações de cunho comercial, cultural, econômica e política, sendo uma
forma de estreitar relações entre os estados. Claro que pode ser para outros fins, não há limites,
coloca-se como forma genérica a função para atuar com uma aproximação entre os estados.

Uma das formas para se apresentar para o Estado estrangeiro, em razão da relevância de sua função
e em respeito ao estado estrangeiro, é que os representantes possuem uma série de privilégios,
como explicação genérica temos o entendimento de que os Estados são igualmente soberanos, como
regra, não se admite que o representante de um Estado soberano se sujeite a uma função soberana
de outro Estado, seja legislativa, judiciária, executivo, por mais soberanos que sejam essas funções, o
representante não vai se sujeitar as nossas leis e a nossa jurisdição – Nesse sentido, existem várias
imunidades.

Dentre essas imunidades, a mais relevante é a Tributária, onde os membros possuem, não precisando
pagar IPVA, IPTU... Além de que possuem também imunidade penal, não serão julgados pela nossa lei
brasileira, mas naturalmente diante de um crime, será declarado o Persona non grata, para que haja a
responsabilização do servidor. Além de civil e trabalhista, e de uma forma geral, para o exercício da
jurisdição brasileira, eles não irão se sujeitar.

Imunidade pessoal de comunicação, residência, assim como para seus bens.

Há muitas decisões de tribunais locais que desenvolvem o seguinte raciocínio: Os representantes de


estado estrangeiro, são agentes soberanos e como agentes soberanos, não se sujeitam ao exercício
de funções soberanas do meu estado (legislativo, executivo e judiciário). Ao contrário senso, quando
esses representantes não atuarem praticando atos de soberania, mas sim atos da vida civil, eles não
deveriam gozar de imunidade nenhuma, fazendo uma distinção sobre atos de soberania – assinar um
tratado, marcar uma reunião com o embaixador, declarar um visto. (ius imperu) ou atos de gestão –
comprar um carro, levar o filho a escola, contratar um empregado doméstico. (ius gestonis), por esses
atos não terem relação com a representação, esses atos então não teriam imunidade. Mas tem um
porém, pois os bens pessoais deles não podem ser tomados pelo Estado, tem imunidade de
execução, eles possuem imunidade em relação aos seus bens.

Quais são as formas de se encerrar a representação do Estado estrangeiro?


- Se ele é removido pelo país que o enviou, cancela a missão e transfere a outro. Por vontade do país
do que enviou.

- Demissão ou aposentadoria.

- Ou se o estado que o recebe o convida a ir embora – Persona Non Grata.

22/08/2023

ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS

1 – CRIAÇÃO:

Foi criada por um tratado internacional no ano de 1945, este tratado internacional e multilateral foi
assinado por 51 Estados, entre eles o Brasil, e recebe o nome de Carta da Organização das Nações
Unidas. Com o objetivo de criar uma organização política autônoma em relação aos Estados.

O que os impulsionou, qual foi a motivação?

- Historicamente a ONU resulta de um sentimento comum de crítica ou de hostilidade, ou de reservas


ao caráter absoluto da soberania e da conduta dos Estados, que protagonizaram os cinco anos que
antecederam, a Segunda Guerra Mundial. Tendo deixado algumas lições, e uma delas é que o conflito
entre os Estados não pode ser solucionado a partir da força, portanto, fixa-se um consenso que a
solução pacífica das controvérsias entre os Estados deve ser um princípio a orientar a conduta entre
eles. Também um consenso de que a paz e a segurança internacionais, são valores e objetivos
comuns que devem ser perseguidos por todos os Estados – Essa reflexão sobre a autonomia dos
Estados que particularmente impulsionou os Estados em torno dessas constatações comuns, a
criação de uma organização internacional, a qual pudesse ser atribuída a responsabilidade de atuar
como instancia política, por meio de qual os Estados poderiam solucionar seus conflitos de
interesses.

Os 51 Estados que a constituíam, nos dois anos que antecederam se reuniram em diversos complexos
e conferências, com o objetivo de juntar ideias comuns, em formas de evitar situações como as
grandes guerras se repetissem, e essas negociações levaram a conclusão da Carta, na conferência de
San Francisco nos Estados Unidos.

A ONU é um sujeito de direito internacional, os sujeitos têm direitos e deveres, dentre esses, temos
os Estados, estes que dão origem a disciplina Direito Internacional. Não significando que os Estados
são os únicos sujeitos, temos também as organizações internacionais, a exemplo da ONU, a exemplo
da UE. Temos ainda após alguns anos, mais propriamente com a aprovação da declaração universal
dos direitos do Homem de 1948, uma narrativa de direito internacional, no sentido de identificar
também as pessoas como sujeitos de direito internacional, particularmente como direitos humanos.
Impõe aos Estados obrigações, de respeitarem aqueles direitos que constam em obrigações
internacionais positivas que constam nessa obrigação dos Direitos Humanos. Passando então a
identificar por meio dessa linha de raciocínio, a identificar como a ONU, sujeito de direito
internacional, com personalidade jurídica autônoma, significando dizer que a vontade demonstrada
pelos representantes ou órgãos da ONU, não são equivalentes a vontade dos Estados que a
compõem, ou seja, as organizações internacionais possuem autonomia em relação a vontade
soberana de seus respectivos estados-membros, desse modo, todos os órgãos da organização das
nações unidas não tem a sua vontade vinculada, ou condicionada a concordância, ou a convergência
de interesses de Estado algum. Essa autonomia decorre do fato de que ela é uma organização
internacional, e todos os seus órgãos atuam com autonomia em relação aos Estados-membros. A
ONU tem bandeira, tem embaixada, tem funcionários próprios, tem patrimônios e orçamento
próprio, tem órgão jurisdicional, poder executivo, órgão deliberativo.

Essas organizações possuem instrumentos normativos e vinculantes, que naturalmente irão vincular
os Estados-membros, concordando ou não eles, a respeito do que é proposto.

A CARTA DA ONU

É um tratado multilateral, de criação da organização internacional, e da sua estruturação por meio de


diversos órgãos aos quais, foram distribuídas as responsabilidades convencionadas a carta, os Estados
estabeleceram uma série de objetivos, e na concepção ela estruturou diversos órgãos, atribuindo a
esses órgãos competências e funções, e essas competências foram feitas na carta, ela é muito
semelhante ao que dispõe a constituição sobre a estruturação do Estado, a mesma ideia foi
transposta para a organização.

Traça no início da carta alguns dos principais objetivos da ONU, quando ela foi criada, um manual de
instruções para o desempenho de funções do órgão internacional. É muito comum que se associem a
carta da ONU e a própria criação, com uma retórica que alguns anos depois acabou monopolizando
uma narrativa dentro dos direitos humanos, o impulso naturalmente foram os crimes de guerra
praticadas, mas no momento da criação esse não era o tema prevalente, não foi a carta da ONU que
constituiu obrigações positivas aos Estados nesse sentido, ou mesmo que tenha representado uma
conversão de Direito Internacional. Se mantém nesse primeiro momento uma preocupação com o
respeito a soberania dos Estados. Aquilo que a carta define como objetivo principal da ONU é a
manutenção da paz e da segurança internacional. Princípios: 1º A soberania por meio do respeito dos
Estados. 2º Por meio a igualdade soberana dos Estados. 3º Por meio da boa-fé do cumprimento das
obrigações do Estado. 4º Com o princípio da solução pacífica das controvérsias e dos conflitos. 5º Por
meio da garantia da autodeterminação dos povos.

Em razão disso, havia uma preocupação na criação da ONU, que essa organização poderia interferir
nos assuntos internos do Estado, ou violar matérias que são reservadas a soberania de cada Estado,
como assuntos de natureza política, econômica, cultural. Não é então nesse momento que os Estados
passaram impor limites em relação aos conflitos internos, não começou aqui, mas sim a alguns anos
adiante. Aqui ainda na criação da ONU, não traz um protagonismo que os Estados possuíam nas
relações internacionais, não infirmam protagonismo de suas autonomias, mantendo a salvo seus
assuntos internos, da atuação dessa organização internacional.

ÓRGÃOS:

Conselho de Tutela:

Tem a intenção de promover o princípio da autodeterminação dos povos, por meio do processo de
descolonização, que se iniciou posteriormente a criação das nações unidas. Um processo de
independência dos Estados não autônomos, ou de colônias que se quer eram Estados. Esse órgão
então colaborava com a estruturação de Estados autônomos, de modo a que o status de Estado não
autônomo, pudesse avançar para Estado independente. O mapa da África na década de 50 tinham
colônias da Grã-Bretanha, Espanha, França. Um órgão que tinha uma missão clara, ficou até 1996,
sendo desativado, tendo concluído a sua missão.

Temos países que são chamados de territórios não autônomos, com movimentos separatistas. Muitas
vezes por razões internas, acordos de separação, como os Bascos, Gibraltar, Saara, de alguma maneira
esses territórios não autônomos são resultados de movimentos internos e não em decorrência de
uma submissão de um país estrangeiro (como é Taiwan) – (Gibraltar também se discute isso).
Entendendo então que foi concluído na década de 90, sendo desativado.

Conselho de Segurança:

Órgão da ONU ao qual se atribuiu a responsabilidade de velar pela paz e segurança internacionais,
esse objetivo deveria constituir a principal missão desse órgão, é de responsabilidade dele a
manutenção da paz, sendo formado por 15 Estados, sendo que 5 deles tem assento permanente,
além do poder de veto nas deliberações do conselho. Por 9 votos dos 5 e ainda, os 10 que não são
permanentes, que são escolhidos para mandatos de dois anos, observando os critérios de
distribuição geográfica, sendo da Ásia 5 e da África 5, da América Latina 2 e Europa e outros Estados
3.

Os permanentes são Grã-Bretanha, França, Estados Unidos, China, Rússia.

A responsabilidade então é assegurar qualquer situação de risco que ameaçam a paz e a segurança
internacional. Dependendo então dos atos do conselho de segurança, tanto por meio de um Estado-
Membro, quanto pela ONU com financiamentos e orçamentos.

AULA 29/08/2023

ASSEMBLEIA GERAL

Órgão deliberativo das Nações Unidas, nos quais participam 192 Estados Membros, com direito a 1
voto, e além deles, há também Estados não membros que participam da Assembleia Geral, como a
Palestina e o Vaticano. Pelo menos nesse órgão o princípio da igualdade soberana possui uma
afirmação categórica (não tem uma diferença no peso do voto).

Qual o conteúdo dessas deliberações?

Esse órgão deliberativo possui função institucional de dirigir membros para todos os demais órgãos
da ONU – A eleição e feita sempre pela assembleia Geral. A principal função deliberativa interna é a
eleição dos membros. Por sua vez, além dessa função deliberativa institucional, a assembleia geral
também delibera sobre outras questões de natureza política que se inserem no âmbito dos objetivos
ou das responsabilidades das organizações das Nações Unidas, COMO questões políticas da paz,
gestão ou solução de problemas transnacionais ou globais, relativos a segurança, relativos a questão
do meio ambiente.

Constitui então um fórum de discussão política dos 192 Estados Membros, relativos aos objetivos
políticos da ONU, em especial, paz, segurança internacionais, desenvolvimento social e econômico,
problemas que dependem de soluções políticas trans nacionais (pandemia, por exemplo). Todos os
problemas que dependem de soluções políticas e precisam de atuações dos Estados – A assembleia
então acaba se tornando um fórum de discussão sobre esses objetivos fundamentais.

OBSERVAÇÃO: Essa observação acaba frustrando a ideia acerca da Assembleia. As pessoas entendem
que há uma responsabilidade normativa, ou um controle de sobre função dos Estados, mas não é isso
que acontece. Tanto que a assembleia que é um dos principais não tem poder normativo nenhum,
mas somente traz resoluções. O principal produto que resulta das deliberações dessa instancia
política global, é chamado de resolução e não possuem carga normativa ou vinculante aos Estados
Membros. Os Estados membros têm obrigação de se sujeitar, mas não tem obrigação de seguir,
incorporar. (Essa é uma peculiaridade).

SECRETARIADO GERAL

É um órgão da ONU, responsável pela sua representação política no âmbito externo, o secretário
geral atua como chefe de Estado, representando a opinião política dessa organização internacional, e
no âmbito interno ele atua como chefe de governo. Por meio da sua presença em todos os outros
órgãos da ONU. Em todas as deliberações dos órgãos da ONU, há sempre participação dos
secretariados gerais, e os outros funcionários que compõem o secretariado geral (não obstante seja
uma pessoa, é um órgão composto por diversos servidores que desempenham as diversas
responsabilidades que o secretario geral). Esse órgão, esse secretario geral atua de um grupo de
pessoas, que compõem esse órgão chamado de secretariado geral – O cargo mais importante é o
SECRETÁRIO GERAL, que é um cargo eletivo, tanto pela assembleia geral, quanto pelo conselho de
segurança, para exercer a função de representação política da representação pelo prazo de 5 anos. E
esse mandando permite recompulsão, O atual secretário da ONU é um português (foi primeiro-
ministro de Portugal de 1997 a 2001) e depois seguiu a sua carreira política na própria ONU, com uma
atuação muito destacada. E ele foi eleito para primeiro mandato e provavelmente desempenhará
para o segundo mandato.

OBSERVAÇÃO: Artigo 100 da Carta. Não obstante o secretário geral ser um representante político, ele
é um representante político das ONU. Ele não é dos Estados ou de nenhum Estado em particular, ele
não tem a sua atuação como representante condicionada ou vinculada a vontade opinião, ou
interesse político dos Estados Membros. Há uma autonomia política no exercício da função, haja vista
que a ONU possui os seus próprios objetivos políticos, não necessariamente irá convergir com o que
os Estados estabelecem.
Artº. 100:

1. No cumprimento dos seus deveres, o Secretário- -Geral e


o pessoal do Secretariado não solicitarão nem receberão
instruções de qualquer Governo ou de qualquer autoridade
estranha à Organização. Abster-se-ão de qualquer ação que
seja incompatível com a sua posição de funcionários
internacionais responsáveis somente perante a
Organização.

2. Cada membro das Nações Unidas compromete-se a


respeitar o carácter exclusivamente internacional das
atribuições do Secretário-Geral e do pessoal do
Secretariado e não procurará exercer qualquer influência
sobre eles no desempenho das suas funções.

CORTE INTERNACIONAL DE JUSTIÇA

A corte internacional de Justiça é um órgão jurisdicional criado pela Carta da ONU, porém ao
contrário de todas as demais obrigações da carta a aceitação da sua jurisdição pelos Estados
Membros é facultativa. Os Estados são obrigados a cumprirem o que a Carta estabelece, mas a
aplicação, aceitação é facultativa, o exercício da jurisdição da CIJ para a solução de seus conflitos de
interesses. A esse respeito, os membros permanentes do conselho de segurança, apenas a Grã-
Bretanha aceita a jurisdição da CIJ, os outros quatro membros não aceitam (China, Rússia, EUA e
França).

Não há uma simetria ou aceitação automática.

Embora esse órgão jurisdicional tenha sido criado por meio da Carta, o exercício da sua competência
em razão da matéria, não está limitada ou condicionada a violação do Direito Internacional,
decorrente de violação da Carta. O exercício da sua jurisdição pode, segundo consentimento dos
Estados, envolver em outras matérias que os Estados tenham celebrado. A competência dela não é
limitada a atuação como um órgão de fiscalização da carta. E essa observação nos remete a um Artigo
muito importante do Estatuto da CIJ (semelhante há um tribunal nacional, naquilo que chamamos de
regimento interno). Artigo 38 – Esse artigo disciplina que o exercício da jurisdição da CIJ pode
compreender tratados internacionais, costumes internacionais, princípios internacionais do direito
internacional, costumes, como fontes e critérios de julgamento que a CIJ irá utilizar para a solução de
conflitos internacionais. A ideia é estabelecer quais seriam as fontes objetivas de critérios de
julgamentos. Não obstante esse artigo acabou por ser requerido, e constantemente mencionado,
como a fonte e critério de julgamento, mas como um dispositivo que discrimina as fontes do próprio
Direito Internacional. Esse dispositivo é constantemente referido com grande relevância no Direito
Internacional.

Competência em razão da pessoa – A condição de membro da ONU não representa uma aceitação
tácita a jurisdição da CIJ, a condição de membro representa uma renúncia expressa dos Estados da
utilização da força para resolver seus conflitos, mas não de que irá aceitar a jurisdição. Pode, porém,
ser ad hoc, ou para o ato, podendo voltar ou submeter a esse CIJ a um conflito qualquer, específico,
desde que naturalmente, tanto o Estado Autor, quanto o Estado réu, também aceite o exercício da
jurisdição. Então a competência depende da aceitação.

COMPOSIÇÃO DA CIJ – É composta por 15 magistrados eleitos pela assembleia geral e o conselho de
segurança, o mandato dos magistrados é de 15 anos renovando-se 1/3 da corte a cada 5 anos. Os 15
magistrados devem ter nacionalidades diferentes, embora não sejam representantes dos seus
Estados. A carta não dispõe que eles devam ser membros do poder judiciário, mas que tenha
conhecimento e atuação na área do Direito internacional. O Brasil já teve alguns magistrados
brasileiros, o último foi Cansado Trindade. No período que estiverem exercendo o CIJ não podem ter
outra atividade, é função exclusiva.

Sobre o procedimento de solução de conflito do CIJ – O Estado requerente tenha aceitado a


jurisdição da CIJ, assim como o Estado requerido. Esse procedimento se inicia por meio de uma
petição escrita e dirigida a própria corte, que possui como sede um prédio chamado Palácio da Paz
em Haia na Holanda.

Terceiro colheita de provas, e depois pela fase decisória. O estatuto da corte possibilita que haja um
recurso internos, e essa decisão não pode ser revistas, são hipóteses excepcionalíssimas.

CONSELHO ECONÔMICO SOCIAL

Órgão da ONU que tem por objetivo institucional a defesa ou a análise, ou a concretização de
objetivos políticos da ONU, relativos a matérias ou assuntos de natureza econômica e social. Dentro
dessa competência funcional de qualquer matéria de direitos humanos, pois o foco são interesses
políticos subjetivos de pessoas e não de Estados Membros, ao contrário dos outros órgãos que
deliberam sobre aquilo que é de interesse jurídico do Estado. Sobre aquilo que diz respeito ao
interesse subjetivo de pessoas. Compreendendo nesse conceito as políticas públicas institucionais da
ONU, na área urbana de direitos civis, econômicos, culturais, sociais, desenvolvimento econômico,
meio ambiente, desenvolvimento, melhoria das situações de vida das pessoas dos Estados Membros.
E em razão dessa abrangência, o conselho organiza por meio de diversas comissões ou comitês, que
podem ser temáticas (direitos das mulheres, direitos humanos), ou podem ser regionais (américa
latina, Ásia, África). As funções institucionais.

É composto por 54 Membros, que possuem mandato de 3 anos, e observam o critério de


representação regional.

2 - AUTONOMIA INSTITUCIONAL

A ONU é um sujeito autônomo de Direito Internacional, o que significa dizer que ela é titular de
direitos e obrigações como os demais sujeitos de direito internacional. De modo que, não existe uma
sobreposição entre a atuação política da ONU e aquela de seus Estados Membros. A opinião política
da ONU é sempre construída a partir da deliberação dos Estados, mas que não necessariamente irá
convergir com algum Estado em Particular, toda questão política que é discutida ela vai alcançar um
consenso de sobreposição, e a opinião política será construída sobre a posição protuberante.

Clivagens transversais – Madison (os federalistas).

– A obra federalistas de Madison, a ONU é autônoma em relação a seus Estados Membros, a


formação de uma maioria para se chegar a determinado consenso, ou seja, as deliberações da ONU
são formadas através de uma convergência de vontade dos Estados Membros. Elas são transversais
pois esse consenso formado pela maioria, necessariamente, não será eficaz para todos os Estados
que deliberaram ele.

“Ad hoc” – Especialmente para.

Aquilo que resulta da utilidade política da ONU, não vai necessariamente fazer com que a maioria, a
partir da sua posição de observação.

Para concluir: A duas objeções contundentes, são objeções que resultam do senso comum que
criticam uma letargia, uma inércia, uma paralisia em relação a determinadas situações. E essa crítica
parte de duas falsas premissas:

1 – A ONU não é um arauto da moralidade, o objetivo não é ser um sensor do comportamento moral
ou imoral dos Estados.

2 – A ONU não é uma organização internacional que tem por objetivo normatizar, e impor aos
Estados determinados comportamentos para que os Estados imponham a seus sujeitos.

Para a prova – Relações diplomáticas e ONU (instituições, competências e funções).

AULA 05/09/2023

A CONSTITUCIONALIZAÇÃO DO DIREITO INTERNACIONAL

- O lugar o indivíduo
- O conceito de comunidade internacional

- Obrigações “erma omnes”

- Regulação Constitucional de Comunidade Internacional

Para a prova – Relações diplomáticas e ONU (instituições, competências e funções).

Aula de hoje: Estudamos a ONU do ponto de vista institucional.

A ONU representa um ponto de partida muito grande, por passar a exigir uma responsabilidade
direta e indireta dos Estados em relação a segurança das pessoas.

Hoje falaremos das consequências políticas e jurídicas que a Organização passou a assumir e exigir
dos Estados.

O tema passou a ser referido como: Constitucionalização do Direito Internacional:

1 – A expressão Constitucionalização do Direito Internacional vem a expressar um processo evolutivo,


desse ramo do direito, a partir do qual, pretende-se do mesmo modo que as constituições dos
Estados, limitar a conduta dos Estados soberanos, além disso, preservar direitos fundamentais. Esse
papel que as constituições desempenham dentro do Estado, a partir da Carta, houve um início do
processo, por meio do qual passou-se a ambicionar uma mesma narrativa constitucional, a partir do
qual uma serie de instrumentos internacionais, que poderiam exercer função parecida com a que as
constituições internas dos Estados desempenham. Esses dois pontos então, é por meio deles que a
constitucionalização do Direito internacional, passa a ser associada.

Nesse contexto, a expressão constitucionalização, está a indicar um processo, e não um documento


escrito, não se exaurindo em um tratado em particular. Esse processo começou a concretizar de
forma mais explicita esses objetivos. Não se limita a um ato, um tratado, ou um momento da história.

O grande impacto causado pela carta, deu-se em razão do fato de que a carta dá início a uma
profunda reflexão sobre o lugar do indivíduo no direito internacional. É preciso observar que a
expressão Direito Internacional, do ponto de vista conceitual, sempre aponta para uma área do
direito que disciplina relação entre os Estados. O direito entre nações. Daí que os Estados Soberanos
sempre foram vistos por essa disciplina como os sujeitos principais, senão, os sujeitos exclusivos ou
únicos.

A carta por sua vez, traz de forma tímida, de forma implícita, pois se refere a povos em seu
preambulo, povos dos Estados. Inclusive a obrigação de um dos órgãos de elaborar que passaram (do
ponto de vista institucional) a estimular reflexão sobre esses povos, se os titulares de direitos
humanos também eram titulares e não somente os Estados. Essa reflexão, também passou a entrar
na órbita dessa disciplina em razão dessas referencias a povos dentro dos Estados, aparecendo de
forma muito tímida. E até então as pessoas, eram vistas, descritas pela literatura internacional, não
como sujeitos de Direito, mas como objetos de Direito. Um autor Italiano (Jorge algo), traz uma
reflexão dizendo que a relação entre pessoas e os Estados é uma relação de Direito Real, não
reconhecendo para essas pessoas uma personalidade jurídica internacional, por isso a referência a
coisas, um poder que os Estados soberanos têm em relação as pessoas. Essa visão da a entender que
os direitos humanos não se inseriram nessa órbita política.

Essa visão começou a mudar, a partir de referências genéricas contidas a direitos humanos, na Carta
da ONU, assumindo de forma categórica as pessoas como sujeitos de direitos internacionais,
afirmadas posteriormente com a DUDH, de 1948 (elaborada pelo conselho econômico social da
ONU). A declaração é uma afirmação inequívoca de que as pessoas também são sujeitas de Direito
Internacional. Esse ato acaba por conferir de forma inequívoca.

A partir então dessa mudança de paradigmas, reconhecendo-se as pessoas como sujeitos de Direito
internacional, e não objetos. Que se passou a se falar de forma mais explícita, a expressão “direito
internacional dos Direitos Humanos”, isso significa que uma área do Direito Internacional não se
ocupa da relação entre os Estados, mas sim se ocupa com a preservação dos Direitos das pessoas que
são cidadãs esses Estados. Essa expressão é também uma consequência dessa reflexão que fez com
que os direitos das pessoas fossem também inseridos entre os direitos entre nações.

Também é apontado como um elemento que colabora a expressão “comunidade internacional” que
se refere a um conjunto de pessoas, mas para além da cidadania, ou seja, quando falo em
comunidade internacional, não estou falando a um cidadão de um estado, mas um conjunto de
pessoas independentemente de sua nacionalidade, além da cidadania dos Estados. Todas as pessoas
do planeta compõem a comunidade internacional.

Isso pode gerar também obrigações para os Estados, em relação a todas as pessoas do planeta, nós já
tivemos inclusive, casos julgados pela Corte Internacional de Justiça, já tivemos casos em que a ONU,
por meio de nota judicial, disse que as obrigações dos Estados em relação a esses direitos materiais,
são obrigações que abrange toda a comunidade internacional, exemplo: Ameaças de armas
nucleares. Isso também já ocorreu em casos de que se julgava a relação de violação de tratados ao
meio ambiente. Onde esse tipo de conduta viola toda a comunidade internacional, pois todas as
pessoas são afetadas. Caráter Erga Omnes (Esses atos), também já se reconheceu que o direito a
autodeterminação dos povos é um direito erga omnes, onde todos os Estados devem respeitar a
pluralidade de aspectos culturais, políticos e econômicos.

- A carta da ONU possui dois artigos, 102 e 103, em particular o 103, que registra, por meio de um
tratado, uma aspiração d transformar a carta e o instrumento dela derivados, em nomas
internacionais hierarquicamente superiores, a todas as outras obrigações internacionais dos Estados.
Então esse dispositivo em particular, ele também é apontado como dispositivo de especial
importância, para consolidação dessa narrativa de constitucionalização do Direito internacional, já
que ele representa uma tentativa de supremacia de normas internacionais, sobre as outras normas.
Uma tentativa de supremacia, superioridade hierárquica. Igualmente fala-se que esse processo de
constitucionalização, ele pode e se desenvolve a partir dessa regra de supremacia, fala-se que esta
obrigação pactuada de supremacia, vai desempenhar um papel muito importante ao possibilitar a
contenção de um fenômeno chamado de Fragmentação do DIREITO INTERNACIOANL, que nos
remetem a uma pluralidades de fontes, sem regras claras, sobre a sua origem, sobre os sujeitos que
pactuam essas regras, e sobre o modo como essas regras se relacionam umas com as outras. Criando
uma grande dificuldade de se conseguir vislumbrar qual o caráter objetivo, e como estabelecer uma
ordem. A ideia de constitucionalização é uma tentativa de colocar tudo isso dentro de uma normal
superior. Também tem então essas ambição de ordenar as fontes de produção de Direito
Internacional, sempre subordinando-as do dever de observância do que a Carta dispõe.
- Temos um grande pensador de filosofia política que a quase duas décadas tem a sua produção
literária reduzida a comprovar esse fenômeno. Jürgen Habermas – tem um conjunto de escritos
chamados a constitucionalização do Direito Internacional, que converge para essa narrativa, em um
processo semelhante aos que os Estados passaram nas suas constitucionalizações. Organizando as
fontes de produção do Direito dentro de uma mesma ordem.

Do mesmo modo temos o Autor Bardo Fassbender que escreveu a dimensão constitucional da carta
das nações Unidas. Se referindo a carta como um instrumento na tentativa de constitucionalizar o
Direito Internacional. Esse artigo foi publicado em um instituto de pesquisa.

Considerando esse contexto da literatura, desses tratados que depois deu sequência aos pactos, a
reflexão que surgiu é que se o Direito Internacional passou por esse processo de constitucionalização,
uma consequência é estabelecer que essas obrigações são soberanas em relação a outras obrigações
assumidas pelo Estado – O chamado Poder Constituinte Originário é limitado? Não há uma resposta
objetiva, um parte dos Estados com o passar dos anos, passaram a suas disposições internacionais,
havendo um interpretação internacional, que aspira extrair da constituição.

O professor José Joaquim Gomes – diz que se precisa pensar que a ordem jurídica dentro dos
Estados, como nós a concebemos, não existe mais. Além da constituição é possível ter outras fontes
superiores que ambicionam as mesmas supremacias que ele chamou de Pluralismo de
Ordenamentos Superiores. Afirmando que o Poder Constituinte Originário não é ilimitado, devendo
observar as normas internacionais de direitos humanos.

- Trans constitucionalismo – Professor Marcelo Neves – defende a existência de normas


hierarquicamente superiores, pluralidade de ordenamento superiores.

AULA 03/10/2023

1 – ONU e Direitos Humanos

2 – Conceito de DU

3 – Características: Universais, inerentes, indivisíveis e exequíveis.

4 – Pactos de D.H. 1966.

- Cara Internacional de direito.

- Conteúdo dos pactos e sua ideologia.

5 – Meios de Implementação

- CIJ

- Controle Não Jurisdicional

- Meios não institucionais

6 – Internalização da responsabilidade pelo cumprimento dos tratados

- Erro

- Precedente
- CVDT

A mudança de declarar as pessoas como sujeitos de direito internacional. O conselho econômico


social seguiu como o proposito de transformar o conteúdo de DUDH em instrumento vinculante,
obrigatórios aos Estados, avanço do exercício dessa responsabilidade. Então imediatamente o
conselho econômico normativo passou a gestar e laborar um instrumento normativo.

Essa atuação política foi concluída por meio da aprovação de 2 tratados internacionais ou pactos
internacionais. 1 – Pacto internacional de Direitos Civis e políticos 2 – Pacto internacional de direitos
econômicos sociais e culturais. Esses dois pactos foram concluídos no mesmo ano, em 1996 e
entraram em vigor no mesmo ano, por terem alcançado o número mínimo de ratificações necessárias
em 1976. Foram resultado de uma realização institucional da ONU, no sentido de construir com os
Estados-Membros obrigações positivas, com aquilo que se tinha declarado, e representam a
conclusão dessas negociações institucionais da ONU com os Estados membros, sincretizando
obrigações positivas.

Esses pactos reproduzem, repetem aquilo que os Estados tinham declarado na declaração universal,
esses direitos foram previamente declarados na declaração universal. Quando observamos até as
categorias, direitos civis e políticos, sociais e culturais, é a mesma que a declaração diz, inclusive,
nessa mesma ordem. (Hoje é redundante, mas antes não tinha eficácia normativa).

Esses três instrumentos são referidos pelas instituições da ONU, como International Bill Of Rights.
(Carta internacional de Direitos).

2 – CONCEITO DE DIREITOS HUMANOS:

Isso se define do ponto de vista mais filosófico, a descoberta do conceito de direitos humanos gera a
mesma reflexão que temos quando falamos em Direitos Fundamentais. A mesma reflexão precisamos
ter aqui, pois em essência buscamos a mesma coisa, que são as pessoas, que merecem proteção,
para além da vontade dos Estados. Essa é a pergunta que se formula quando tentamos descobrir o
sentido dessa expressão. Então é tentar definir aquilo que é inerente a nossa realidade, aquilo que é
inseparável do que somos.

Há autores que já se referiram aos Direitos Humanos, associando as necessidades humanas,


vinculando aquilo que todos nós precisamos, a partir dessas necessidades humanas irei positivar
obrigações aos Estados de satisfazer as necessidades. Obrigações positivas e obrigações de
abstenções.

Essa conceituação a partir de necessidades humanas é uma situação que poderia ter uma
sobreposição, essas são as necessidades humanas, então seria justamente isso os Direitos Humanos?

Temos então um problema, pois a mais elementar necessidade humana é a água, mas 1/3 da
população não tem água.

Essa associação entre necessidades humanas e Direitos Humanas é um ponto de reflexão. Um


escrutínio da liberdade dos Estados para satisfazer essas obrigações. Então essa não é a definição.

Direitos Humanos são os conjuntos de direitos subjetivos das pessoas, que consistem em um
complexo de relações que essas pessoas têm com as outras, obrigações positivas e negativas de
abstenção, assim como o poder que as pessoas têm sobre certas coisas que são necessárias para seu
desenvolvimento.

É comum que se faça uma comparação tanto de Direito Internacional, Direitos Humanos e Direitos
Fundamentais, há pessoas que mesclam as formas de se definir (direitos humanos fundamentais),
mas qual o critério objetivo para se definir, não há uma resposta correta.

3 – CARACTERÍSTICAS DOS DIREITOS HUMANOS

3.1 – São universais, independentemente de gênero, raça, origem étnica, nacionalidade, são para
todas as pessoas, são direitos que se deve entender como de titularidade de todas as pessoas. Não
importa religião, qual língua se fala.

3.2 – São inerentes as pessoas, por inerência aos direitos humanos, se entendem que eles não
podem ser separados das pessoas, sem que lhes retirem os direitos das pessoas.

3.3 – São indivisíveis, não há uma graduação de importância entre eles, não obstante a declaração
que os dois pactos tenham instituído direitos políticos, econômicos, sociais, entendem que esses
direitos são indivisíveis e não são sujeitos a uma condução hierárquica, há uma relação de
interdependência entre eles, há certos direitos civis que dependem de um grau mínimo de certos
direitos políticos. Entende-se que a própria declaração se infere a esse caráter indivisível, não
existindo essa relação de direitos mais ou menos importantes.

O que comumente se acentua nesse contexto, é que esses direitos são interdependentes, que os
direitos políticos funcionam como uma forma de compensação para os direitos econômicos sociais,
por meio de um reivindica o outro. Se você priva direitos civis, você causa prejuízo a participação no
processo democrático ou causa uma distinção cultural a pessoas que pertencem a uma ideologia, há
uma mesma etnia, por isso não há uma relação hierárquica. Portanto a interdependência desses
direitos é uma consequência da ausência de hierarquia entre eles, e o fato de que cada um desses
direitos vem a potencializar as outras.

3.4 São exequíveis, pois como passamos a uma obrigação Positiva dos Estados, entende-se que esses
Direitos Humanos, são exequíveis. Os do D.I.D.E.S.C. porque ratificaram, e os DUDH pelo costume
internacional. Então é um certo padrão, que limita a sua vontade política dos Estados Soberanos.

5 – MEIOS DE IMPLEMENTAÇÃO DESSES TRATADOS DENTRO DA ONU

De que modo se fiscaliza e se controla a conduta dos Estados:

5.1 – Quando estudamos os órgãos, vimos que a CIJ, que é o órgão jurisdicional encarregado da
aplicação da Carta da ONU, porém, ele não é visto, definido como um órgão jurisdicional de proteção
aos direitos humanos, em razão de: 1- A CIJ tem competência em razão da pessoa, limitado aos
Estados (os Estados que dão início aos procedimentos, os Estados que são autores e eles que são os
requeridos). A CIJ não admite as queixas individuais das pessoas. A Corte não confere a capacidade
de ser parte as pessoas que possuem capacidade de direito. 2 – Competência em razão da matéria, a
princípio a CIJ não tem responsabilidade material específica em relação a nenhum tratado de Direitos
Humanos, é importante lembrar que é um órgão criado pela ONU para velar a observância das
disposições da Carta. Não obstante, atualmente os Estados podem levar a CIJ, conflitos sobre
qualquer tratado internacional que tenha sido violado, ocorre que os tratados de Direitos Humanos
têm como objeto as pessoas, que não podem exercer. As pessoas não têm capacidade para acionar e
executar os Estados sobre as violações. De que modo então a CIJ irá exercer jurisdição sobre o
D.I.D.E.S.C., um Estado faz uma queixa contra outro Estado por violação aos direitos de seus cidadãos.
Eventualmente qualquer situação de violação de direitos por parte do Estado que violou, que deixou
de observar direito previsto para seu cidadão. EXEMPLO: O México já acionou o CIJ, para dois
cidadãos de direitos que foram condenados a pena de morte. E o México protegendo o direito à vida
de seus cidadãos pediu a responsabilidade do EUA para a CIJ. A competência da CIJ é facultativa, os
Estados não são obrigados a aceitar a jurisdição da CIJ. Então a decisão também irá esbarrar na
vontade de aceitar ou não a jurisdição da CIJ.

Por todas essas razões podemos afirmar com segurança que a CIJ não é um tribunal internacional de
Direitos Humanos, mesmo que acidentalmente ela possa se manifestar sobre a violação de um
tratado de Direitos Humanos. Seja pela sujeição da vontade dos Estados.

MEIOS INSTITUCIONAIS

Mas a ONU possui na sua estrutura órgãos as quais se atribuíram a responsabilidade de fiscalizar a
violação dos Direitos Humanos. 1 – Conselho Econômico Social que possui uma responsabilidade
institucional de velar pela observância de determinados parâmetros de Direitos Humanos. 2 – Temos
Auto Comissariado da ONU. 3 – Conselho de Direitos Humanos, vinculados a Assembleia Geral
quando a análise das condutas dos Estados. Então são esses três órgãos permanentes nessas
funções.

Além desses três órgãos que compõem a própria estrutura da ONU, cada um desses tratados, possui
disciplinados uma forma de controle, que tanto os pactos (2), compreendem basicamente o que se
chama de sistema de relatórios, os Estados que são partes dessas convenções apresentam
determinada periodicidade relatórios indicativos das obrigações assumidas pelos Estados, com
relatórios que apontam dados ou estatísticas relativas a essas obrigações. Além disso, não são esses
procedimentos contenciosos, os Estados também podem fazer esses relatórios. E os dois tratados
podem vir a formular queixas em faces de outros Estados por estarem descumprindo determinadas
normas. Temos 1- relatórios periódicos, 2- queixas estatais e temos a possibilidade de 3 - queixas
individuais, ou seja, as pessoas que tiveram seus direitos violados, podem elas mesmas procederem
uma queixa, (mas não é jurisdicional), não gera um processo, não gera uma indenização. Há um
constrangimento político, mas não jurisdicional, inclusive os Estados precisam assinar dizendo que
concordam com elas, por mais que não tem o efeito que gostaríamos, tem um efeito que é o
constrangimento.

Então dentro desses dois tratados é dessa forma que se faz o controle.

MAS HÁ TAMBÉM MEIOS NÃO INSTITUCIONAIS DE PROMOVER UMA RESPONSABILIDADE POLÍTICA


DOS ESTADOS QUE DESCUMPREM OBRIGAÇÕES DE DIREITOS HUMANOS.

Como uma série de organizações internacionais que produzem algum efeito. A busca para erradicar a
pena de morte se manifestou por uma busca global. Temos também a organização Internacional Do
Trabalho. Temos também o Greenpeace que busca assegurar o meio ambiente. Então isso possibilita
uma comoção rápida, de forma global chocando as pessoas, por isso é muito mais fácil reagir a
conduta dos Estados, é muito mais rápido de se formar uma mobilização acerca dos Estados, mas
acaba provocando exigências nos Estados. Mas nós não podemos desconsiderar que há meios
institucionais veiculados a capacidade de mobilização das pessoas, como a liberdade de informar a
imprensa para constranger a conduta dos Estados, quanto à observância das condutas dos Estados.
Todos esses são meios institucionais que não estão vinculados a ONU ou aos tratados, mas que
constrangem e reagem buscando uma determinada resposta política.

FALTOU INTERNALIZAÇÃO DA RESPONSABILIDADE PELO CUMPRIMENTO DOS TRATADOS.

AULA 10/10/2023

Solução Pacífica de Controvérsias Internacionais

MEIOS POLÍTICOS E DIPLOMÁTICOS: Duas observações gerais antes de adentrar os outros meios, os
meios políticos e diplomáticos não encontram limitação material ou procedimental em relação as
negociações realizadas entre os sujeitos de conflito. Não há um limite, considerando que o direito por
meio de obrigações positivas dos Estados não vai orientar um critério, tudo poderá então ser
negociado, pois não há esses limites. Imagine que o Estado A invadiu o Estado B, pode negociar? Não
há limite, poderia. Se amanhã por acaso houver um acordo entre Hamas e Israel, não há rígidos
critérios de julgamento ou normas procedimentais em como essas relações políticas ou diplomáticas
podem ocorrer.

- Negociação direta: A controvérsia é solucionada diretamente por meio dos Estados em conflito,
através das gerações políticas e diplomáticas ainda exista entre eles. Não há nessas negociações a
intervenção de qualquer outro sujeito de direito internacional na construção da solução negociada.
Somente dos sujeitos em conflito. Tivemos na atual formação do território brasileiro, algumas
negociações diretas que deram forma ao nosso território. Negociação Brasil x Bolívia que teve como
objeto uma cessão onerosa do Estado do Acre. A ocupação de brasileiros no estado do Acre acabou
causando um acidente diplomático sobre aquele território, com isso o Brasil indenizou a Bolívia,
como a compra de um território, por meio da cessão onerosa. Assim como em Brasil x Peru, quando
vigente no Brasil as ordenações Filipinas, o Rei Filipe II, era Rei da Espanha e se tornou rei de Portugal
onde era Rei Filipe I. Nessa altura a monarquia que tinha como território o Brasil e os países da
América do Sul eram a mesma. Nesse sentido, houve uma negociação direta entre Brasil e Peru, que a
negociação direta resultava do mesmo monarca, e acabou sendo alterado o território em favor do
Brasil. Além de Brasil x Paraguai. Onde o Brasil teve uma negociação direta para abranger um
território que fora negociado entre os países.

- Bons ofícios: São definidos como uma facilitação de um terceiro, que cria condições, ou meios para
uma negociação direta entre os Estados em conflito. Ou seja, o sujeito que exerce os bons ofícios ele
não é um mediador, ele não intervém, apenas colabora ou estimula, criando condições materiais para
que eles resolvam seus conflitos. Exemplo: Turquia juntando os representantes da Ucrania e da
Rússia.

O que provavelmente ocorrerá entre Israel e Palestinos.

- Mediação: A mediação um terceiro sujeito de direito internacional, pode ser um Estado, uma
organização internacional de qualquer outra natureza, sendo esse um sujeito que atua diretamente
na construção de uma solução de um conflito, inclusive podendo formular propostos, ou dirigir as
negociações entre os Estados em conflito. Historicamente sempre tivemos uma atuação como
mediadora, muito destacada, da Santa Sé, em um período de construção e formação dos atuais
Estados europeus, havia uma sobreposição ecumênica e política do império romano em relação a
Santa Sé, que era transformada em uma figura de pacificação entre os monarcas. Então muito antes,
a autoridade eclesiástica cristã desempenhava um papel de destaque pelo menos entre os Estados
europeus, se colocando o papa a disposição para que haja a pacificação. Por esse motivo que o papa
era visto como uma figura natural de mediação para solução de conflitos.

Além desse contexto histórico, a interação de todas as religiões, quaisquer que sejam elas, para não
fazer aos outros aquilo que não deseja que seja feito a si mesmo. Inclusive o Papa tentou se reunir
com os ucranianos e russos, mas os russos não aceitaram.

- Congressos e Conferências: Com especial importância, para aqueles com repercussão multilateral,
ou seja, é referido aqui a determinados problemas de caráter transnacional e que dependem
exatamente em razão dessa transnacionalidade de soluções construídas por muitos Estados
conjuntamente. A exemplo disso são os problemas de natureza ambiental, terrorismo internacional,
pandemia, escassez de produtos naturais ou energéticos. Nenhum Estado atuando isoladamente
poderia vir a dar algum tipo de solução política, dependem de uma interação multilateral.

Os Estados por meio de congressos e conferências se juntam para construção de uma solução. Como
foi com a pandemia na realização de consórcios e insumos.

- Órgãos consultivos: Não há um conceito fechado, isso é um gênero, são órgãos de tratados ou OI,
que tem função permanente ou transitória que tem o poder de responder consulta sobre os Estados
para responderem acerca da solução de conflitos, até mesmo conflitos potenciais entre os Estados.
Há órgãos jurisdicionais que possuem soluções consultivas, não há como delimitar ou identificar os
órgãos, porque isso não tem fim, praticamente todos os tratados possuem esse órgão de fiscalização,
de consultas. Como o Pacto Internacional de Direitos Humanos, possui um rol infinito...

2 – Meios jurídicos: São aqueles meios definidos cuja o processo de solução de conflito observa a
princípio algum critério de julgamento, assim como eventualmente algum critério de procedimento,
que seja previamente estipulado por alguma fonte de direito internacional. Tem alguns critérios
objetivos e normativos que orientam. São os Tribunais Internacionais que possuem como critério a
aplicação de julgamento previamente estipulados na competência desses respectivos tribunais. Os
jurisdicionais estão dentro dos meios jurídicos.

2.1 – Jurisdicionais:

OBS 1: A aceitação da jurisdição de um tribunal internacional é um ato de soberania dos Estados, o


que significa dizer que é sempre facultativa, os Estados podem ou não as aceitar. Para todos esses
tribunais depende que os Estados tenham aceitado o exercício da jurisdição, até mesmo os tribunais
que são órgãos jurisdicionais de Tratados, eles não possuem jurisdição obrigatória. Não impõe
automaticamente a submissão da sua soberania à submissão da jurisdição dos tribunais.

OBS 2: A aceitação dessa jurisdição pode ocorrer de forma genérica ou em situação específica de
conflito que o Estado submete ao exercício da jurisdição, ou seja, ad hoc. O Estado pode aceitar
genericamente, mas ainda que ele não tenha aceitado genericamente, qualquer conflito que ele
tenha, ele pode vir a aceitar nesse caso.
Os órgãos abaixo poderiam solucionar um conflito que tivera o Brasil como parte:

- CIJ: Foi criada pela carta da ONU, temos 193 Estados, mas somente 1/3 dos membros aceitam a
jurisdição. O Brasil abstratamente não aceita a jurisdição da CIJ, isso não impede que ele se submeta
em caso de conflito, para solução ad hoc.

- TPI: O mesmo ocorre aqui, não significa que os Estados irão aceitar o TPI. O Brasil se submete ao
Tratado de Roma, e por isso aceita a jurisdição do TPI, mas com um destaque que o TPI é o único
desses órgãos que julga pessoas. Por força da EC nº5. Há inclusive decisão do Ministro Marco Aurélio
que se refere a natureza constitucional dos dispositivos do Tratado de Roma, e o contexto viria a ser
sobre a autoincriminação, a constituição não diz isso expressamente, mas o Estatuto do TPI diz, e por
meio disso o ministro Marco Aurélio vem dizer que tem que valer para o TPI e para nossa Jurisdição
(caso que envolvia soprar o bafômetro).

- TRIBUNAL DE DIREITOS DO MAR: órgão da jurisdição da convenção de Montego Bay.

- TIDH: Esse é o que é muito mais pertencente ao nosso cotidiano, é um órgão internacional, e a sua
competência compreende os tratados interamericanos, já teve a corte interamericana como critério
de julgamento de tratados da ONU, precedentes de outros Tribunais internacionais, nesse sentido a
competência em razão dela não se limita só as disposições da convenção interamericana.

O Brasil já veio a ser condenado algumas vezes no TIDH, em que o Brasil fora investigado por
violações de obrigações da convenção. Inclusive um promotor de justiça chamado Rogério Sanchez
foi nomeado para desempenhar como promotor de justiça juntamente com violações da Convenção
Inter Americana.

- OA/OMC: É um órgão para qual os Estados endereçam suas queixas em relação aos outros Estados,
por violação de alguma obrigação que os Estados haviam se comprometido, acerca da Organização
Mundial do Comércio. Sempre que um Estado cria medidas artificiais, ou por meio da concessão de
subsídios para realização de produtos, o Estado acaba criando um desequilíbrio, então a OMC, cria
uma série de princípios para evitar esse desequilíbrio entre os agentes econômicos de outros
Estados. E para receber essas queixas tem um órgão mais ou menos jurisdicional, sendo muito
eficiente, pois precisa ser aplicado o princípio da reciprocidade, e caso não sejam cumpridas as
deliberações os Estados todos são prejudicados.

O Brasil já recebeu algumas queixas de comércio de laranja, causando prejuízo a outros agentes
econômicos, assim como, na produção de produtos agrícolas. Contra a UE, que utilizava hormônio de
crescimento.

- Tribunal arbitral do Mercosul: As disposições dos Estados que são membros.

OBS 3: Sentença internacional é o nome que se dá a uma decisão judicial proferida por um tribunal
internacional, as sentenças internacionais são vinculantes aos Estados independentemente de
qualquer procedimento de ratificação dentro dos respectivos Estados, isso porque os Estados
soberanamente aceitaram se submeter a jurisdição dos Tribunais internacionais. Diferente é das
Sentenças estrangeiras: Que são decisões judiciais de tribunais de outros Estados, e não tribunais
internacionais, são decisões de órgãos soberanos de outros Estados, e por esse motivo a produção de
efeitos jurídicos no Brasil, dependem de um procedimento de homologação judicial de sentença
estrangeira, esse procedimento é chamado de Exequatur e a competência dele é do STJ (o STJ que
homologa as sentenças estrangeiras, as internacionais não precisam dessa homologação). Nesse
procedimento de homologação o STJ irá verificar o preenchimento dos requisitos materiais e
processuais requeridos pela legislação brasileira para que aquela decisão estrangeira seja cumprida
aqui. O Brasil não reconhece legislação estrangeira sobre imóveis situados aqui.

2.2 – Quase judiciais:

- Arbitragem: Porque a arbitragem não precisa ser prestada por meio de um tribunal permanente, há
tratados internacionais que permitem a escolha de árbitros, convenção de Havana. A solução arbitral
pode ser prestada por tribunais permanentes, mas podem também resultar de compromissos
arbitrais que os Estados ou sujeitos venham a escolher.

Nós já tivemos arbitragem entre os Estados e companhias multinacionais, inclusive, um autor de


direito internacional, francês envolvia a TEXACO e a Líbia (expropriação de petróleo) é um dos poucos
exemplos que aconteceu entre empresa e Estado.

- Inquéritos: A carta da ONU, atribui a alguns dos seus órgãos, uma responsabilidade pela coleta e
processamento de dados, ou levantamento de elementos que evidenciam a provação dos Estados-
Membros. O inquérito internacional possui procedimento semelhante ao inquérito policial.
Atualmente temos inquéritos em andamento contra a Rússia, investigando acerca da invasão na
Ucrania.

3 – Meios Coercitivos

AULA 17/10/2023

Continuação

3 – Meios coercitivos: Se desenvolvem a partir da imposição de uma consequência desfavorável. Eles


possuem em comum a consequência desfavorável que um Estado ou OI utiliza para reprimir a
conduta de outro sujeito de direito internacional. A repreensão da conduta é acompanhada por
alguma sanção.

Em nenhum desses meios, porém existe a utilização da força física, a forma de reprimir, repreender
não inclui a utilização da força física.

Alguns exemplos:

- Retorsão: Retribuição em simetria de uma conduta política ou ilegal de um sujeito de direito


internacional. Ele utiliza a mesma medida em simetria a partir do princípio da reciprocidade.
EXEMPLO: O Estado A nega a concessão de vistos aos cidadãos do Estado B. Consequentemente o
Estado B passa a negar vistos para os cidadãos do Estado A.

- Represália: É uma forma de reprimir ou repreender, mas sem existir a simetria que existe na
retorsão, aqui pode ter uma medida de intensidade ou de natureza diferente. As medidas de natureza
econômica, normalmente são as que mais são utilizadas.

embargo ou bloqueio comercial: Sanção de natureza comercial, consistente na restrição do comércio


internacional, do Estado sancionado, pode ser feito por meio de um embargo total, ou parcial, ou por
meio do embargo de determinado produto (comerciado pelo Estado) e pode compreender a
importação e a exportação. EXEMPLO: Embargo a Cuba e a Venezuela sobre aquisição de petróleo.
Assim como embargo ao petróleo da Rússia (mais ou menos). E é uma resposta econômica a um
comportamento político que desagrada, ou a um ato ilícito.

Ruptura das relações diplomáticas: É uma medida mais extrema, o Estado retira os seus
representantes, embaixadores, diplomatas. O Estado acreditante deixa de estabelecer relações
políticas com os Estados sancionados. Deixa de existir uma relação política entre os Estados.

emprego de tropas (Peace making/keeping.ONU): No emprego de tropas não é que tem por
propósito a ação, mas que tem por objetivo se constituir uma força pública. Nos Estados que tem
uma precarização muito grande, como Haiti, Somália, Serra Leoa, a ONU coloca a serviço dos Estados,
uma força física para atividade de suporte, não para agressão ou resposta. Elas são chamadas de
construção da paz ou manutenção da paz, onde existe o emprego de tropas, mas não para atividades
bélicas, mas sim para suporte de segurança institucional do próprio Estado. EXEMPLO: Serra Leoa,
Haiti, Somália, Timor Leste.

Na prática as medidas coercitivas econômicas são as mais efetivas, pois todos os Estados possuem
relações comerciais.

Teoria da integração: Provavelmente será o tema de maior destaque nos próximos anos. A teoria da
integração se ocupa com o modo de como os Estados se relacionam, mas com um caráter de
correlação, a partir de órgãos e organismos internacionais autônomos, instituições políticas
autônomas que representam os Estados. Com isso temos um modo como os Estados se relacionam,
com objetivos comuns, e criando a partir disso, instituições políticas, de natureza supranacional, isso
a exemplo da UE e o Mercosul. Se desenvolvem observando os passos daquilo que se chama de
teoria da integração. Um proposito dessa teoria é o da eliminação de divergências ou obstáculos de
natureza política, de natureza econômica, de natureza religiosa, geografia, entre os Estados, com o
propósito de estabelecer soluções conjuntas a problemas políticos transnacionais.

Aquilo que constitui obstáculo, a livre circulação de bens, pessoas e capital, em torno do qual a teoria
da integração se ocupa por meio desses obstáculos que impedem a circulação dos bens e capitais. A
exemplo de meios relativos ao meio ambiente, pandemia, escassez de produtos energéticos, político
de concessão de asilo e qualquer problema político que possa ser caracterizado como problema
transnacional.

Os paradigmas que temos, por questões de natureza econômica, o comércio internacional sempre foi
um grande impulsionador dessa integração, com o objetivo de eliminar as barreiras entre os Estados
para livre circulação de pessoas e capitais. O grande motivo desses processos de integração é a
integração de natureza econômica, pensar em de que forma possa ser melhor para os comércios e
para os Estados. Esse é o principal motivador desse processo de integração.

Mas há outros, que podem ser desencadeados por outros motivos, exemplo: Aliança dos países da
OTAN, com o objetivo de estabelecer um processo de segurança comum. Quando os Estados se
sentem vulneráveis, eles vão até lá buscar estabelecer um processo de integração para focar essa
solidariedade de segurança dos Estados-Membros. No Mercosul e na UE, temos aspectos comum,
como a (...) que se move a partir de uma ideia religiosa. Nos Estados onde possuem grande parte de
origem muçulmana, então tem valores comuns, culturas comuns, então cada processo de integração
tem valores comuns a serem estabelecidos.

1 – Conceito
2 – Objetivos Políticos

3 – Natureza jurídica:

O processo de integração sempre vai partir da interação entre dois ou mais Estados, e ela irá se iniciar
por meio de tratados internacionais. Esse é o modo dos Estados celebrarem obrigações entre eles.
Ocorre que, muitas vezes o desenvolvimento ou avanço desse processo acaba por criar órgãos
políticos autônomos, ou seja, que não atuam por delegação e vontade dos Estados, são órgãos
autônomos. EXEMPLO: Podemos apontar a UE cuja integração dos Estados membros se iniciou por
meio de tratados, e avançou para instituições autônomas que possuem personalidade jurídica e
vontade políticas próprias.

No Mercosul temos do mesmo modo, criado por meio de tratado, e criou um órgão de autonomia
política, Parla sul, parlamento do MERCOSUL, deveria funcionar em 2020, mas não foi feito. Nesse
processo de aprimoramento ele acaba criando ou resultando em instituições políticas com
personalidade política própria, e com vontade política própria, inclusive para o exercício de funções
sempre aderidas a soberanias dos Estados, como funções legislativa, executiva e jurisdicional. É
possível que esse processo alcance tamanho avanço que se crie um órgão político comum que
estabeleça políticas vinculantes (atualmente isso existe na UE, com poder legislativo – Parlamento
Europeu. Poder executivo – Conselho de Ministros. Poder judiciário – Tribunal de Justiça da UE. Tenho
ainda TCUE, Símbolos próprios – Bandeira e Hino, representação diplomática própria).

Começou por meio de tratados – Tratado de funcionamento da UE, além da Carta de Direitos
fundamentais de 2009.

O parlamento europeu é composto por mais de 700 deputados que representam os Estados-
membros. O poder executivo é composto por 1º Ministro, Presidente, monarca, conforme os Estados-
membros.

E tem o Tribunal de Justiça da UE, esse órgão sanciona as condutas dos Estados.

4 – Exercício das funções soberanas:

É possível compartilhar com os Estados o exercício de soberania, tenho matérias que são exclusivas
dos Estados, tenho matérias que são compartilhadas, e tenho matérias soberanas que são exclusivas
da União.

Política monetária, por exemplo, quem vem a decidir é a União, os estados não definem mais nada,
pois a moeda é comum. O exercício das funções soberanas, a depender do grau de desenvolvimento,
pode ser compartilha com instituições que resultam do processo de integração e possuem
autonômica política, pode ser que a integração avance até esse ponto, como é na UE. Mercosul não
temos isso ainda.

5 – Direito originário/derivado

Direito originário é aquele que cria, dá início ao processo de integração, que são os tratados
internacionais. Esses tratados vão avançando até o ponto em que se cria órgãos autônomos, que
passam a produzir direitos desvinculados dos Estados. Tenho direito originário (tratados) em razão do
processo de integração, mas quando ele resulta em órgãos políticos autônomos, eles também podem
criar normas. E aqui temos o direito chamado primado/primazia do Direito da União, e do chamado
efeito direto. Que vinculam os Estados as normas, que possuem efeito direto dentro dos respectivos
Estados. Se o Estado é membro, tudo que for decido irá vincular o Estado.
6 – Direito comunitário

Esse direito já foi chamado de Direito comunitário, pois era uma comunidade de europeus, mas agora
é a União Europeia, mas a expressão foi muito utilizada em uma fase anterior de desenvolvimento da
União, em referência ao fato da comunidade.

Atualmente passou a se chamar Direito da União Europeia.

7 – Posição hierárquica

A posição hierárquica desse direito é que ele reivindica uma supremacia, um primado dos Estados. Na
década de 70 a partir dela, tivemos uma forte resistência das cortes constitucionais dos Estados
membros, principalmente na Itália, Alemanha, Espanha e Portugal, pois a União tinha como principal
objeto a moeda comum, surgiu como um mercado comum. Por isso os interesses econômicos eram
considerados pelo processo de integração. E quando esses direitos entravam em confronto com as
jurisdições constitucionais havia grande resistência. Bill Of Rights. E precisa ter comprometimento
com a carta de direitos fundamentais (a união), e essa crítica acabou resultando em um aumento
desse processo de integração. Inclusive com a criação da carta de direitos fundamentais da união
europeia, por meio do tratado de Lisboa. Implantando um padrão de direitos fundamentais.

A partir da década de 90, tratado de Amsterdam isto buscou ter uma instituição política apenas de
performance.

Para se ter uma ideia, as pessoas confiam mais na UE do que nos próprios países. Cidadão europeu.

AULA 31/10/2023

O Direito humanitário surge na batalha de solgerino (1859), pelo médico Jean Henri Durant. Qual o
papel desse comitê? Visitar campos de guerra, que os países precisam aceitar, por exemplo a
palestina precisa aceitar que o comitê da cruz vermelha visite.

Ele deve proteger e fornecer assistência humanitária a essas pessoas, cuidados médicos, alimentos.

Também trabalha com a recuperação dos vínculos filiais, em decorrência das guerras.

É preciso discernir conflitos:

INTERNOS: Síria: Não importa se são duas ou três tropas rebeldes, mas são rebeldes contra os
Estados.

EXTERNOS: Dois ou mais países: Ucrania x Rússia. Palestina x Israel. A Palestina embora seja uma
organização observadora, ela é um sujeito de direito internacional.

ARMADOS: Asfarc na COLOMBIA, Sudão do Sul também enfrenta conflitos armados. Não atravessam
uma fronteira internacional, se deslocam dentro do mesmo país.

As convenções de Genebra são quatro convenções: Visam a proteção das vítimas de guerra: proteger
náufragos, doentes, civis. A pessoa está acidentada embora não seja militar, ela será protegida, na
água, no ar ou na terra. As que participaram e as que não participaram do conflito.
São ramos do direito internacional para assuntos específicos. O Direito de HAIA, traz a
regulamentação dos meios e métodos de combate. Traz as leis de guerra, de direitos conflitos
armados. É o mesmo desde 1907. Inclusive Rui Barbosa conhecido como a águia de Haia.

Tivemos alguns protocolos adicionais da convenção de Genebra. Eles trazem direitos e deveres dos
beligerantes. Temos alguns princípios:

1 – Complementariedade, os direitos humanos complementam...

2 – Presunção da inocência: Se não tiver prova a pessoa não pode ser condenada, exemplo: Caso do
Nogueira de Carvalho.

3 – Princípio da legalidade: O TPI tem uma competência restrita, só o que tem previsão legal.

4 – Princípio da igualdade de armas: A pessoa que for levada ao TPI tem o direito de se defender
também.

5 – Princípio da anterioridade: O Estatuto de Roma foi criado em 1992, e o Brasil só ratificou em


2002, então só vale a partir de 2002 o Brasil ser julgados após esse ano.

1 – Pro humanidade e necessidade militar: Não visa cessar a violência, mas sim diminuir os danos,
que seja usada a proporcionalidade. Só posso atingir locais militares, não posso atentar contra
lugares religiosos, hospitais. Porém é o que mais acontece, A Rússia por exemplo atacou um corredor
humanitário da Ucrânia. 2 – Princípio da distinção: Os membros do comitê internacional da cruz
vermelha, são identificados com a cruz ou com uma meia lua. 3 – Distinção – uniformes: Essas
pessoas que são membros da cruz vermelha que estão ali nos campos de refugiados elas gozam
dessa proteção internacional. O comitê é um órgão neutro.

Qual a posição da ONU? Os países não podem dispor de violência, inclusive existem os capacetes
azuis, que são as tropas de paz da ONU, a primeira vez que eles atuaram foi na Sérvia. E os países
precisam fornecer alimentos, e ajuda para essas pessoas.

O CONSELHO DE SEGURANÇA: Os conflitos só podem acontecer em duas ocasiões teoricamente:


Legítima defesa e Autorização do Conselho de Segurança.

JUS AD BELLUM: Direito de ir à guerra – Eu posso conquistar territórios, fazer guerra. São as leis
desde Haia que regulamentam como essas guerras irão funcionar.

JUS IN BELLUM: Direito de guerra.

AS CONVENÇÕES: Trazem proibições, pessoas que são protegidos, alvos que são proibidos, armas
que são vedadas. É proibido destruir igrejas, bens culturais. Só pode atacar localizações militares e
que contribuem com as forças militares. Pessoas protegidas: Pessoas fora de combate, pessoas que
se renderam, médicos, religiosos, com identificação da cruz vermelha, elas são protegidas pelo direito
internacional humanitário. Muitos terroristas utilizam a cruz para se camuflar e atacar.

Não se pode envenenar rios, atear fogo em casas, pois pode atingir número indeterminados números
de pessoas.

Armas vedadas: Armas envenenadas, bombas de fragmentação, armas químicas e biológicas (EUA
invade Iraque dizendo que havia armas químicas). Minas terrestres, gás mostarda.

Se houver sobreviventes eles devem ser protegidos, tanto combatentes quanto não combatentes.
Temos o TPI como a quarta vertente do Direito Internacional. O TPI coroa o Direito internacional
humanitário. Sempre que ler estatuto é o que cria os tribunais. O tribunal internacional é a
consequência do tribunal de Nuremberg e do tribunal de Tokio e o de Ruanda. São os mais famosos
tribunais de exceção, AD HOC. Que violam os princípios do juiz natural, pois preciso do crime para
que fosse julgado pelo tribunal de exceção. Antes da Segunda Guerra ainda não tinha crime de
genocídio.

O idioma utilizado é o inglês, mas pode ser o francês.

Tiveram 120 votos favor, 21 abstenções e 7 contrários. Assinatura em 17/09/1998. 60 ratificações. O


Brasil só ratificou em 2002. E temos a Emenda 45 de 2004, que o §4º do Art. 5º diz que o Brasil de
submete ao TPI cuja manifestação se submete. O crime de agressão foi inserido pelo protocolo de
Kampala.

O Brasil não extradita brasileiro nato nunca. O Robinho, por exemplo não será extraditado, a menos
que ele saia do Brasil. Cesare Batiste é o caso interessante pois tem duas formas: Por tratado ou por
reciprocidade. Também o caso do Henrique Pizolato. A Itália solicitou a extradição, foi para o
Ministério da Justiça. O STF autorizou a aceitação, o Presidente não extraditou, pois o Cesare Batiste
era filiado ao partido.

Tem algumas exigências na entrega: Detração da pena. E é importante diferenciar entrega de


extradição: Extradição: entrega de um país para outro para cumprir pena ou ser julgado.

Entrega: Para cumprir pena em um tribunal pré-existente (envio). O Brasil até hoje nunca enviou
ninguém, inclusive pode ser entregue brasileiro nato, que cumpre a pena e volta.

PENAS: Prisão perpétua – Sugerida por um brasileiro. Isso porque queriam pena de morte, então
recomendou-se prisão perpétua. Pena máxima é de 30 anos.

COMPETÊNCIA: Pode ser pessoal – Lembrando que o TPI julga pessoas, o CIJ julga Estados. Se tem
uma pessoa que cometeu crime que é de um Estado X e será julgada pelo TPI e aquele mesmo Estado
será julgado pelo CIJ, não há litispendência. Tantos natos quanto naturalizados, todos podem ser
enviados para o TPI.

Pode ser temporal: Vale a partir de 2002, com uma única exceção sendo o crime permanente.

Material: Os quatro crimes: Genocídio, Contra a humanidade, de Guerra e crime de agressão.

Qual a estrutura do tribunal: Temos um presidente, dois vices-juízes. Temos sessões de instrução,
julgamento e recurso. O gabinete do procurador (aquele que denunciou o Putin) e a Secretaria que
tem como função investigar e denunciar. Pode ser uma investigação da ONU ou de ofício da
promotoria.

A sessão de instrução: Questões preliminares até o recebimento da denúncia.

Sessão de julgamento: A partir do recebimento da denúncia.

Sessão revisional: A pessoa foi condenada a prisão perpétua, irá ser identificado de forma revisional,
a fim de procurar saber se se mantém os motivos.
AS PENAS: Na grande maioria das vezes são de indenizações pecuniárias. Confisco de bens também,
muito comum na África com confisco de diamantes e pedras preciosas. Pena de reclusão no palácio
de Haia. Pena de multa. E existe um fundo fiduciário que a pessoa tem de pagar uma quantia.

DIREITO INTERNACIONAL DOS DIREITOS HUMANOS

Surge com a Carta da ONU em 1945. Até então não existe essa convenção. Em razão da Segunda
Guerra Mundial surgiu essa vontade internacional de responsabilizar os Estados que violam os
direitos humanos.

Dois momentos históricos: A Revolução Francesa e a Independência dos Estados Unidos. São
momentos nacionais, mas que refletiram.

Temos aí três fases:

1 – Fase: 1945 – 1960: Conselho de tutela com o objetivo de descolonizar a África.

2 – Fase: 1960 até a queda do Muro de Berlim 1989. Começa a falar em uma CIJ, algum órgão para
fazer esse controle.

3 – Fase: 1989 em diante, implementação dos direitos humanos em nível internacional.

DIREITO INTERNACIONAL DOS REFUGIADOS.

ACNUR: Alto comissariado das Nações Unidas para refugiados, que é o órgão responsável por garantir
direitos aos refugiados. Temos três convenções importantes: 1 – Convenção de Genebra – estatuto
dos refugiados de 1981. Para refugiados alemães, armênios, russos.

Esse órgão a cada três anos precisava de uma renovação para continuar existindo.

Qual era o problema da convenção de Genebra? Ela dizia que os refugiados eram tais pessoas, mas
que trazia fatos até 1951 na EUROPA. Se tivesse uma crise na África não se aplicava. Mas com novos
casos veio a convenção de refugiados de africanos, trazendo um conceito de deslocados internos. Se
deslocar dentro de seu país.

O próximo documento importante é a Declaração de Cartagena. O que se aplica na Venezuela hoje.

MUITO PROVÁVEL QUE A OAB VÁ TRAZER PERGUNTAS DE NATUREZA CONCEITUAL SOBRE DIREITO
HUMANITÁRIO.

O que se convencionou chamar de sistema global de proteção aos direitos humanos (ONU). E nesse
sistema diversos são os instrumentos e diversas são as áreas que podem ser definidas como
pertencentes a esses sistemas. Por exemplo: Direitos internacionais de direitos humanos consistentes
da Declaração Universal de Direitos Humanos, mais alguns pactos. Mas também consideramos o
direito humanitário como pertencente – Direito internacional humanitário de Genebra e o de Haia.
Esses instrumentos ou setores entregam o mesmo regime. Os títulos, conceitos, nomes e divisões
feitas são subjetivas, a finalidade política e propósito normativo complementam o mesmo regime
jurídico global. Inclusive as declarações dos pactos anteriores. Todos esses instrumentos compõem
esse regime jurídico de proteção aos direitos globais.
Tenho também os sistemas regionais: Interamericano (Pacto de San José) – Tribunal Interamericano
de Direitos Humanos. Europeu (Convenção Europeia de Direitos Humanos) – Tribunal Europeu de
direitos humanos. Africano – Tribunal Africano de Direitos Humanos e dos povos. Esses são chamados
de sistemas regionais de proteção dos direitos humanos. Eles foram criados porque a DUDH (1948)
era uma declaração e não tinha natureza normativa ou vinculante aos Estados. Esse impulso acabou
resultando na criação dos tratados regionais. Foi uma forma que os Estados encontraram de
estabelecer normatizações vinculantes.

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