Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
e as traduções certificadas
Alan de Macedo Simões1
RESUMO
A tradução pública é um documento que possui particularidades muito interessantes. Ela
é um documento que passa por um processo de elaboração a partir de um outro
documento já existente e do qual todos os trâmites legais já foram realizados, portanto,
já sendo um ato jurídico perfeito e produzindo seus efeitos legais. Mesmo assim, ela é
um documento que possui uma formalidade como qualquer outro documento público.
Dessa forma, as traduções oficiais, ou traduções públicas estão no escopo da afixação da
Apostila da Convenção de Haia nos países signatários. Diante disso, procede-se a
verificação em várias dessas apostilas, colacionadas ao final, analisando se as
salvaguardas nelas encontradas são adequadas para a natureza peculiar das traduções
públicas.
INTRODUÇÃO
As fronteiras são construções humanas. Algumas obedecem a limites naturais,
outras são estabelecidas por distinções culturais e históricas e algumas podem ser
derivadas de tratados, armistícios e qualquer outro fator.
Seja qual for a origem de uma fronteira, ela delimita a presença de um Estado.
Há situações em que essa representação é unificada a circunscrição de uma nação, de
uma cultura. Algumas vezes não é assim. A Bolívia, por exemplo, deixa claro, em seu
nome oficial ao denominar-se Estado Plurinacional de Bolívia. Como não é o escopo
central a delimitação de tais conceitos, mas é necessário pontuar que a diversidade é
uma questão cogente.
Isso deve ser pontuado ladeando o fato da Soberania Nacional e de cada país tem
a possibilidade de reunião de um sistema próprio de verificação de autenticidade e
publicidade de seus documentos. Dessa forma, são necessários alguns padrões para
trazer segurança jurídicas às relações internacionais.
Jean Bodin, ainda no século XVI, define Soberania ao analisar o Estado francês.
Há dois conceitos evocados do renascentista francês pelo contratualista patrício. O
primeiro é de que “Soberania é o poder absoluto e perpétuo de um Estado-Nação.” E
1
Doutorando em Estudos Literários (Universidade de Aveiro) e em Teologia (PUCPR), Mestre em
teologia, graduado em Línguas Português e Espanhol e Teologia.
esse conceito é complementado com a ideia de que Soberania “se estabelece na
mutualidade de Estados Soberanos restringindo-se um ao outro”.
Dessa forma, nota-se que o conceito de Soberania está ligando, em sua essência
relações entre Estados, em um processo de separação e de restrição. Hoje, a
independência de um país, sua Soberania e suas relações internacionais. Isso deve ser
permeado com a natural mobilidade humana.
É na busca de meios para e por essa mobilidade que surgem demandas como a
da Convenção da Apostila de Haia, de 1961, cujo nome oficial é Convenção Relativa à
supressão da Exigência dos Atos Públicos Estrangeiros. Acordo estabelecido pela
Conferência de Haia de Direito Internacional Privado.
Desse modo, sopesando a teoria da Responsabilidade Civil, faz-se pertinente
analisar as apostilas coletadas para a verificação das ressalvas encontradas no
documento e a análise se elas trazem alguma proteção ao tradutor.
Os notários são, portanto, responsáveis pelos atos que praticam, isso acontece na
legislação brasileira (art. 22 da lei 8935/94), bem como na portuguesa (art. 798 do CC).
Nos dois casos, as responsabilidades se restringem ao caso de danos patrimoniais que
sejam causados por terceiros, decorrentes exclusivamente de ações ou omissões no
exercício profissional da atividade notarial. São responsáveis, também, pelos custos de
reparação em documentos e dados, as despesas decorrentes da reparação, renovação,
reconstrução ou reelaboração de arquivos, certidões, recibos, faturas, contratos,
escrituras, testamentos ou quaisquer outros documentos ou até informações magnéticas
do lesado.
Do mesmo modo, o tradutor possui a responsabilidade sobre seus atos, não por
força de legislação específica, mas por legislação geral. Esta previsão legal também se
aplica a seu ofício e neste não está isento de sua responsabilidade. Contudo, é
necessário, nesse ambiente, caracterizar o dano ocorrido, uma mera diferenciação de
vocábulo escolhido ou um erro formal sobre o qual não ocorra nenhum dano, como uma
data trocada ou um erro de digitação menor e em um ponto sem grande relevância
(como um substantivo próprio principiado com uma letra minúscula), ou um erro claro
de digitação, nenhum desses casos, ou até em um erro maior, como um erro no nome,
mas que possa ser sanado ou comprovado ser erro de mera digitação (a pessoa se chama
Roberto e o documento consta como Robertp, sendo que a tecla o fica ao lado da tecla
p) e a pessoa apresenta uma série de documentos em que todos, inclusive no original,
aparece o nome Roberto.
Isso porque pequenos equívocos assim não trazem insegurança jurídica. São
facilmente verificáveis e podem facilmente ser remediados e pormenorizados. É
desnecessário que o tradutor seja um advogado ou um graduado em direito.
CONCLUSÃO
REFERÊNCIAS
DINIZ, Maria Helena. Curso de direito civil brasileiro - Responsabilidade civil. 21. ed.
rev. e atual. de acordo com a Reforma do CPC. São Paulo: Saraiva, 2007. v. 7.
van Krieken, Peter J.; David McKay (2005). The Hague: Legal Capital of the World.
[S.l.]: Cambridge University Press.