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APONTAMENTOS

DIREITO
INTERNACIONAL
PÚBLICO

Noção de direito internacional público


Direito: as normas jurídicas distinguem-se das normas morais, compondo-se em
mundos distintos. O que diferencia ambos na sua máxima é a sanção, afinal, a moral
sanciona-se a partir da censura da nossa própria consciência, ao passo que o direito
possui uma sanção jurídica, de modo que a pessoa que infringiu alguma norma jurídica
sofra uma punição. A violação das normas assume consequências jurídicas. Quando o
Estado, portanto, causa dano a uma norma de direito internacional, ele se torna obrigado
a reparar estes danos a partir de uma consequência jurídica que advém do não
cumprimento de tais normas. É um produto social (‘’ubi societas ibi jus’’

o Internacional: regula, predominantemente, as relações que se estabelecem na


sociedade internacional entre os seus sujeitos de direito. É uma ordem jurídica destinada
a disciplinar, prioritariamente, a comunidade internacional. Sendo assim, os sujeitos de
DI são os Estados, as organizações internacionais, os povos não autônomos, as
minorias, a pessoa física, as organizações não governamentais e as empresas
multinacionais (sociedades transnacionais). Como o direito é um produto social, a
comunidade internacional não foge a esta regra, ainda mais num contexto globalizado.
Contudo, há matérias que o direito internacional não se mistura, chamado de domínio
reservado aos Estados. Antigamente este domínio abrangia todo o regime interno dos
Estados, entretanto, atualmente ele foi se comprimindo, fazendo com que a dimensão do
direito internacional atinja até mesmo o regime nacional de cada país. Há desta forma,
casos em que o direito internacional prevalece sob o direito nacional.
o Público: dentro de cada Estado existem normas de direito internacional privado,
contudo, este direito privado é interno, o que torna quase insignificante a designação de
internacional. Enquanto o público abrange os interesses comuns ao direito internacional,
não interesses individuais (retratados pelo DIPrivado, como o casamento de uma
francesa com um inglês na Espanha). O que distingue o DIPúblico do Privado é a
posição dos sujeitos. No privado, os sujeitos compartilham uma posição de igualdade.
Já no público, um dos sujeitos se encontra em posição de supremacia, representando
relações de suprainfraordenação, compondo relações desiguais (administração fiscal e o
contribuinte). As entidades públicas detém a responsabilidade de atender interesses
públicos, fazendo-os preval

Sentido etimológico de Direito Internacional: direito regulador das relações entre


nações ou Estados.

 Contudo, nação e Estado nem sempre são sinônimos, afinal, há Estados que
englobam diversas nações. Assim como há nações que se dispersam por vários
Estados. Além disso, há Estados nacionais, de modo que a realidade jurídica
(Estado) coincide com a realidade sociológica (nação), como é o caso de
Portugal.
 Estado: organização política e jurídica de uma determinada comunidade,
servindo como entidade jurí
 Nação: representa uma realidade sociológica, afinal, o povo é um conjunto de
indivíduos que se ligam por certas afinidades, sejam elas históricas, étnicas,
linguísticas, religiosas, culturais etc.

-Durante o século XIX, entendia-se que nação e Estados seriam sinônimos. Contudo,
atualmente, há o direito dos povos e nações à autodeterminação, dado a a

ASSIM: Analisando este contexto, há muito tempo o direito internacional deixou de


regular somente as relações entre Estados. Desta forma, alguns autores optam por
substituir o termo ‘’Direito Internacional’’ por ‘’Direito das gentes’’, mas o
tradicionalismo do termo ‘’Direito Internacional’’ faz com que ele perdure. Foi,
fundamentalmente, como ‘’Direito das gentes’’ que os pais fundadores do Direito
Internacional o conceberam.

Direito das gentes (Francisco Vitória): é um direito das gentes, é aquele que regula as
relações que na comunidade estabelecem, entre indivíduos, ONG, sociedades
transnacionais etc…
Não é um direito homogêneo e por isso adquire o propósito de adquirir a diferença entre
direito internacional geral e direito internacional particular.

Direito Internacional Geral ou Comum: conjunto de normas e princípios de Direito


Internacional que se aplicam a toda comunidade internacional. Isto é, que vinculam
todos os sujeitos de DI. Exemplo: direito da União Europeia.

o Direito Internacional Particular: conjunto de normas e princípios de direito


internacional que se aplicam tão somente aos Estados e uma determinada região do
globo. Exemplo: parcela de DI que se aplica apenas aos Estados africanos, europeus,
asiáticos etc. Sendo assim, as normas de Direito Internacional Particular não podem
infringir as normas do Direito Internacional Públi

O Direito Internacional organiza, como já dito, a sociedade internacional. Para que seja
possível entender como tal função de organização social internacional desse direito é
exercida, é necessário estudar as circunstâncias históricas em que o Direito
Internacional surge.

O Direito Internacional tem suas origens na época pré-estadual, na Antiguidade Clássica


e na Idade Média: quando o homem começa a organizar-se em sociedades políticas, é
necessário que surjam normas reguladoras de relações intercomunitárias. Dentre os
obstáculos que durante a Idade Média dificultaram a concentração de poderes que é
própria do Estado Moderno, no qual este ramo do direito surge efetivamente, estão o
feudalismo e a influência da Igreja. Quanto ao feudalismo graças ao dever de lealdade e
ao direito de propriedade que negligenciam a existência de um estado soberno unificado
e moderno, bem como a Igreja que retarda a consolidação de uma autoridade civil. Só
após o movimento da Reforma os Estados conseguem se emancipar do poder
espiritual e criar condições para a instauração de uma nova ordem polít

O Direito Internacional moderno nasce no século XVII, na Europa Ocidental


quando, em 1648, são assinados os Tratados de Paz Westfália (após a Guerra dos
30 anos), marcando o início de uma nova era na qual surgem entidades soberanas e
independentes. É com a assinatura dos Tratados que os princípios da soberania e
da igualdade dos Estados, importantes para o ordenamento jurídico internacional,
surgem. Nascem, assim, os Estados Modernos (concentradores de poder). Aliado a
isto nasce também o risco de se institucionalizar um clima de anarquia e violência entre
as novas comunidades soberanas, as quais não têm suas ações limitadas por qualquer
autoridade política superior. Frente a tal risco, torna-se essencial a fundação das
relações entre os Estados soberanos num "ideal unificador", o qual é traduzido na
submissão daqueles Estados a u
Assim, o Direito Internacional tem as funções de:
1. ermitir a coexistência entre Estados heterogêneos e juridicamente iguais num
clima de paz
2. Satisfazer necessidades e interesses comuns dos membros da comunidade
internacional
3. Propiciar mecanismos normativos e institucionais para a cooperação intraestatal
4. Coexistência e cooperação são as duas funções principais que devem ser
desempenhadas pelo Direito Internacional desde a Paz de Westfália no século

Surgimento do Direito Internacional Moderno:


-surgiu no século XVII na Europa Ocidental em 1648, data de assinatura dos Tratados
de Paz de Vestfália que colocaram fim a Guerra dos Trinta Anos e marcaram o
surgimento dos Estados modernos (concentração de poderes). Durante a Idade Média
não havia propriamente Estados como conhecemos, afinal, foi um período de grande
dispersão de centros de poder, o qual foi fragmentado. Com o surgimento dos Estados
modernos, o poder se concentrou, primeiramente, nas mãos do monarca e,
posteriormente, nas mãos de um órgão próprio. O Estado (ideia de autossuficiência) é
o único sujeito de direito que possui a soberania ou independência como característica
fundamental. A soberania afirma-se como poder acima do qual nenhum outro existe.
Surgiu o DI como conjunto de normas jurídicas que vinculam os Estados em relações
internacionais. Permite, portanto, a convivência entre os Estados em um clima mais ou
menos pacífico, assegurando a cooperação e coexistência entre eles diante de seus
interesses em comum.

NOTA:(Este conjunto de diplomas inaugurou o moderno sistema Internacional, ao


acatar consensualmente noções e princípios, como o de soberania estatal e o de
Estado-nação. Embora o imperativo da paz tenha surgido em decorrência de uma
longa série de conflitos generalizados, surgiu com eles a noção embrionária de que
uma paz duradoura derivava de um equilíbrio de poder, noção essa que se aprofundou
com o Congresso de Viena (1815) e com o Tratado de Versalhes (1919). Por essa
razão, a Paz de Vestefália costuma ser o marco inicial do Direito Internacional
clássico e uma das bases de estudo das Relações Internacionais.[2] A Paz de
Westphalia estabeleceu os princípios que caracterizam o Estado moderno, destacando-
se a soberania, a igualdade jurídica entre os Estados, a
Sociedade e comunidade internacional: em qualquer agrupamento humano há
simultaneamente factores de união, agregação e solidariedade e factores de afastamento
de ruptura, conflito. Na sociedade prevalecem os fatores de afastamento, ruptura ou
conflito; ao passo que na comunidade prevalecem os fatores de união e aproximação.
Afinal, a sociedade é criada em vista de determinados objetivos para alcançar
determinadas finalidades, enquanto a comunidade é um produto espontâneo da vida
social. Segundo Max Webber, na comunidade, os respectivos membros estão unidos
apesar de tudo aquilo que os separa e na sociedade estão separados, apesar de tudo
aquilo que os une.

Modelo clássica VS Modelo Moderno: Os períodos históricos que antecederam o


surgimento do direito internacional trazem muitos contributos para a sua formação,
contudo, a sua história tem início efetivo com o seu aparecimento enquanto ramo
autônomo da ciência jurídica, o que ocorre com o nascimento dos Estados Modernos na
Europa após a Paz de Westfália (1648). Identificamos, até hoje, dois grandes modelos
de Direito Internacional: o Clássico (ou de Westfália) e o Moderno (ou da Carta das
Nações Unidas)

Modelo clássico ou de Westfalia (1648-1945)


O modelo clássico de Direito Internacional inicia-se após o término da Guerra dos
Trinta Anos (guerra religiosa) e termina em 1945 com o fim da Segunda Guerra
Mundial. As características desse modelo de Direito Internacional são reflexo da
estrutura que revestia a sociedade internacional à época.

Neste modelo:
1. Era composta por Estados situados num plano (formalmente) paritário, no
qual inexistiam órgãos externos (próprios da sociedade internacional)
limitadores do poder dos Estados soberanos. Os órgãos de cada Estado eram
também órgãos de ordem
2. Os Estados soberanos eram praticamente os únicos sujeitos dotados de
personalidade jurídica de Direito Internacional. Eventualmente os agentes de
insurreições também o poderiam ser caso fossem objeto de reconhecimento
internacional. Ao contrário do sujeito singular do direito internacional clássico,
havia uma pluralidade de sujeitos de direito interno de cada Estado na mesma
época.
3. Os Estados soberanos gozavam de liberdade irrestrita: não havia, na
sociedade internacional clássica, órgãos superiores a esse Estados que pudessem
limitar tal liberdade. Cada Estado era visto como "comunidade perfeita" e a sua
soberania era um poder absoluto. Há, assim, uma grande dispersão de poder
propiciada pela descentralização da sociedade internacional.
4. O Direito Internacional era exigido apenas para repartir o poder entre os
membros da sociedade internacional, sem alterar, contudo, o status quo de
cada Estado. Este direito é encarado, por conta disso, como um direito de
"laisser faire" ("deixe fazer"), já que impunha barreiras mínimas ao princípio da
autonomia da vontade dos Estados.
5. Em oposição ao que ocorria no direito internacional, no direito nacional há
uma abundância de sistemas jurídicos internos em cada Estado (direito
Constitucional, civil, penal, etc), os quais cerceiam o princípio da autonomia
contratual dos cidadãos. Por conta disso, a eficácia das normas e princípios de
Direito Internacional era limitada nessa época; a elas cabia, como já dito, apenas
assegurar a repartição do poder entre os membros da comunidade internacional.

Do corpus do Direito Internacional faziam parte normas ligadas à:

1. Corolários da soberania estadual


2. Condução de guerras (conflitos ou litígios internacionais e adoção de
repre
3. Responsabilidade internacional (no âmbito específico do tratamento dado
a estrangeiros);
4. Conclusão de tratados/convenções internacionais;
5. Liberdades do mar alto (zona internacional fora da jurisdição d
6. Privilégios e imunidades diplomáticos e consulares.

As fontes formais do Direito Internacional clássico, isto é, processos técnicos de


produção, modificação ou extinção de normas jurídicas do Direito Internacional
clássico:

1. Costume → processo espontâneo de formação de normas jurídicas que resulta


da união de dois elementos: um objetivo/material e outro subjetivo/psicológico.
O objetivo é o consuetudo, isto é, a adoção reiterada e uniforme no tempo e no
espaço de certos comportamentos (os chamados precedentes). O elemento
subjetivo é a convicção adquirida, após certo tempo, da obrigatoriedade jurídica
do comportamento adotado (opinio iuris sive necessitatis). O costume tende a
assumir maior importância em sociedades pouco centralizadas, desprovida de
órgãos vocacionados para a criação autoritária do direit
2. Tratados/convenções bilaterais→acordos de vontade (negócios jurídicos)
entre dois ou mais sujeitos de Direito Internacional inspirados pelo princípio da
reciprocidade (ut des), dirigidos à produção de efeitos de direito e regulados
predominantemente pelo Direito Internacional.
 Como consequência da pouca institucionalização da sociedade internacional
clássica, o exercício das funções legislativa, judicial e executiva é
descentralizado na ordem internacional: cabia a cada Estado, em função do
seu poder e da sua influência, realizar as tarefas dos respectivos
 A produção de normas é marcada pelo voluntarismo, de modo que as
obrigações internacionais derivam da vontade dos Estados. É na vontade dos
Estados que reside o fundamento da obrigatoriedade do direito positivo, não
importando o que tal vontade seja.
 As sanções são aplicadas pelo regime de auto-tutela. Na falta de órgãos
internacionais dotados de competência obrigatória por força da lei, os
Estados são responsáveis pelo julgamento uns dos outros e aplicação de
punições no caso de ofensa de direitos. A inexistência de um poder executivo
na sociedade internacional, de um verdadeiro órgão público de coação, abre
espaço para atuações individuais e descentralizadas dos Estados, aumentando o
risco de abuso e arbitrariedade em relação ao tipo de medidas adotadas e à sua
intensidade.
 Os limites jurídicos relativos ao recurso à força nas relações internacionais
clássicas são precários. Desde a paz de Westfália até o século XIX, os Estados
têm plena liberdade para fazer guerra: recorrer à força como instrumento de
política exterior constituía uma prerrogativa normal no conceito de soberania.
Apesar do uso da força ser encarado como uma manifestação da soberania dos
Estados, desde muito cedo surgiu a preocupação ética de diferenciar as guerras
justas/legítimas das guerras injustas.

Consequências da liberdade originária dos Estados:


 Os princípios jurídicos internacionais, sobretudo os que garantiam a soberania
territorial e a independência política, não oferecem aos sujeitos de DIuma
proteção consistente, mas provisória e incerta. Tais princípios só eram
respeitados pelos Estados mais poderosos se esse respeito não conflituasse com
os seus próprios interesses.
 Há uma predominância do princípio da efetividade: como a força era o
parâmetro de avaliação das situações internacionais, sendo critério legitimador
nas relações internacionais do modelo clássico, "apenas as situações efetivas
(situações que já se encontrassem
 Sobre a questão da responsabilidade internacional por fatos ilícitos e a
intencionalidade que essa responsabilidade tinha no modelo clássico: a prática
de um ato ilícito, violando uma obrigação internacional, fazia surgir uma
situação jurídica nova, de caráter bilateral (a relação de responsabilidade), entre
o Estado vítima e o Estado autor do ato ilícito. O primeiro tinha, assim, o direito
subjetivo de exigir a reparação dos danos que lh

A responsabilidade internacional por fatos ilícitos era, ao mesmo


tempo:
Assunto privado entre os Estados diretamente envolvidos, entre Estado autor do ato
ilícito e Estado vítima, de modo que outros sujeitos de Direito Internacional deveriam
abster-se de qualquer in

Coletiva, e não individual, na medida em que determina apenas a responsabilização das


entidades coletivas, que são os Estados, e jamais dos indivíduos que hajam contribuído
para a consumação dos factos ilícitos: a responsabilidade era apenas do Estado
(sociedade abstrata composta por pessoas) violador enquanto entidade coletiva. O
indivíduo é visto como objeto do poder estadual e não é responsabilizado
individualmente pela consumação do ato ilícito (não é destinatário direto das normas
internacionais). As normas internacionais só atingem o indivíduo indiretamente, ou seja,
através da interposição dos órgãos estaduais. Meramente reparatória, na medida em
que o objetivo da responsabilidade era assegurar que o Estado vítima pudesse exigir ao
Estado autor do ato ilícito a reparação dos danos que pudessem ter sido causados. A
finalidade dessa responsabilidade internacional era apenas reparar os danos causados
pela prática do fato internacionalmente ilícito, não havendo quaisquer dimensões
sancionatórias ou puniti

EM SUMA:
Objetivo do direito internacional clássico: assegurar a coexistência e justaposição entre
os Estados (modelo de mera coordenação de entidades soberanas).Entidades soberanas
eram colocadas em um plano de paridade, sem que fossem considerados desequilíbrios
fácticos na sociedade internacional (plano paritário era consequência da ideia que se
tinha de igualdade formal das normas jurídicas vigentes)

Direito Internacional clássico era axiologicamente neutro (neutralidade axiológica) pois


não visava alterar os dados da realidade a que se dirigia, sendo apenas um ratificador
(confirmador) acrítico do circunstancialismo existente em cada momento na sociedade
internacional.
Normatividade no modelo clássico era horizontal, não havendo relações hierárquicas:
todas as normas tinham idêntico valor.

Modelo moderno ou da carta das Nações (1945 –


dias atuais)
Desenvolvido a partir do final da Segunda Guerra, o direito internacional moderno
assume determinadas características que o aproximam direito interno, sendo um modelo
de subordinação. Mas tem limites, dado que o Direito Internacional nunca deixará de ter
uma intencionalidade específica e por isso é dotado de instrumentos normativos
próprios; a estrutura da comunidade internacional é muito distinta da estrutura das
sociedades estaduais.

A sociedade internacional muda muito durante o século XX pelo movimento de


descolonização pós 2ª Guerra, que provoca um aumento significativo do número de
Estados. O Direito internacional deixa de regular só o círculo restrito dos Estados
europeus, universalizando-se. Surgem novos sujeitos de Direito Internacional (para
além dos Estados e dos insurrectos), como:

Organizações Internacionais➔"centros autónomos de imputação de direitos e deveres


internacionais" dotados de poderes de decisão, sendo verdadeiros sujeitos de direito
(têm personalidade jurídica internacional). São formadas por Estados e, por vezes, se
colocam num plano superior ao dos próprios Estados individuais, apontando diretrizes
que os Estados devem seguir; os Estados membros das organizações abdicam, por
vezes, da sua soberania em nome da participação nas organizações: a estrutura da
sociedade internacional se torna uma estrutura de subordinação. Elas agregam
institucionalidade à sociedade internacional (que no modelo clássico tinha caráter
apenas relacional) e, assim, o poder passa a ser concentrado, condicionado e reprimido.
Sua estrutura e tripartida, fazendo parte das Organizações: órgãos plenários, dos quais
participam todos os membros da organização (ideia de democracia direta), como a
Assembleia Geral da ONU; órgãos de composição restrita, abertos à participação de
apenas alguns Estados membros (ideia de democracia representativa), como o Conselho
de Segurança da ONU; e órgãos vocacionados para o desempenho de tarefas de
caráter técnico-administrativo, como o Secretariado da ONU. A personalidade
jurídica de tais Organizações traz algumas consequências importantes, como por
exemplo a justificação e fundamentação de um conjunto de privilégios e imunidades dos
quais todas elas di
Povos não autônomos→se organizam em grupos que lutam em nome de um povo
contra determinadas estruturas de opressão- fenômeno dos movimentos de libertação
nacional- que vinham do colonialismo e depois por grupos que lutam contra os regimes
racistas e situações de dominação estrangeira. Os povos submetidos a regimes coloniais,
a regimes racistas ou povos sob a ocupação estrangeira foi conferida uma legitimação
jurídica e política no plano internacional, a qual poderia radicar no direito à
autodeterminação externa (ou seja, direito de escolher como será legitimado o seu
direito interno sem influência de qualquer outro país). Há três modalidades possíveis
para o exercício do direito à autodeterminação pelos povos não-autônomos:
independência, associação ou in

Indivíduos→abrange tanto pessoas físicas/singulares quanto pessoas coletivas. Se no


direito internacional clássico o indivíduo é objeto do Estado nesta matéria e a norma
internacional não atingia a esfera individual, no modelo moderno as normas de
internacionais de direito passam a atingir diretamente os indivíduos, provocando assim
alterações na esfera jurídica do direito internacional. O indivíduo não é, contudo, sujeito
pleno de Direito Internacional como são os Estados por exemplo, mas sim limitado
porque só possui personalidade jurídica internacional em determinados domínios, como
no de crimes internacionais, pelos quais os indivíduos passam a ser julgados por
Tribunais Internacionais ou Internos que sigam normas jurídicas internaci

Problema dos direitos das minorias: . após a Primeira Guerra Mundial: a criação de
certos Estados e o traçado artificial de fronteiras cria a necessidade da existência de
mecanismos que assegurem uma proteção efetiva dos povos deslocados, das minorias.
Em 1966, com o Pacto Internacional sobre Direitos Civis e Políticos, os direitos das
minorias são diretamente atribuídos; elas deixam de ser protegidas apenas pela via
diplomática e passam a ter sua personalidade jurídicas efetivamente reconhecida.

Organizações não governamentais (ONGs) e sociedades


transnacionais.
Há também uma expansão das fontes de

Costume selvagem (ou instantâneo)→ o processo tradicional para a formação do


costume não era mais compatível com as crescentes exigências de rapidez que a
realidade social coloca ao DI. Assim, o chamado costume selvagem resulta de uma
inversão do processo formativo do costume e forma-se mais rapidamente: surge, num
primeiro momento, um sentimento de obrigatoriedade jurídica categoricamente
afirmado em relação a determinado comportamento e só depois os sujeitos de Direito
Internacional irão sedimentar a prática do comportamento com esse opinio iuris
previamente firmada.

Tratados/convenções internacionais multilaterais → muitos desses tratados são


abertos, isto é, permitem que um Estado não-contratante se torne parte dele mediante a
um simples ato unilateral (assinatura/adesão), não havendo, por partes das partes
originárias, qualquer imposição de condições

o Tratados multilaterais gerais → subcategoria dos tratados internacionais


multilaterais. São acordos coletivos que têm vocação universal, sendo uma espécie de
tratados-lei acordados por Estados que buscam interesses comuns com a criação de
regras gerais objetivas, seguindo o modelo dos atos normativos emanados pelas ordens
estaduais.

Atos jurídicos unilaterais → podem emanar tanto dos Estados quanto das
Organizações Internacionais. No caso das Organizações Internacionais, esses atos são
designados resoluções, as quais podem assumir a forma de decisões, recomendações ou
pareceres. As recomendações e pareceres, por serem desprovidos de força jurídica
obrigatória, são atos meramente exortatórios (adv

1. O princípio da proibição do recurso à força nas relações internacionais ocupa


lugar proeminente: A restrição da liberdade dos Estados de fazerem guerra
conduz, na Carta da ONU, à sua transformação em comparticipantes num
sistema de segurança coletiva em que o recurso à força é ultima ratio (último
recurso), cabendo apenas ao Conselho de Segurança da ONU centralizadamente
a decretar. A força deixa, de ser um meio legítimo de diálogo nas relações
internacionais e, assim, o princípio da efetividade, estruturante do direito
internacional clássico, perde importância. A Assembleia Geral da ONU adota
uma resolução que confirma e universaliza o dever de não reconhecimento de
tais situações contrárias ao Direito Internacional, ainda que estas já se tenham
efetivado e consolidado.
2. Novas questões surgem com o Direito Internacional moderno: as relativas ao
meio ambiente.O Direito Internacional, sob pena de abdicar da sua dimensão
regulativa, não pode deixar de intervir nas relações estabelecidas entre os
sujeitos de Direito Internacional e o meio ambiente. Atualmente, o Direito
Internacional já consegue intervir de maneira mais sistemática e consistente em
tais relaçõe
3. Âmbito penal também ganham destaque no modelo moderno. O Direito
Internacional penal estabelece que o indivíduo pode ser punido por crimes
internacionais, legislando, por exemplo, sobre crimes contra a humanidade e
crimes de guerra.

conjunto de princípios jurídicos considerados fundamentais pelos seus sujeitos


internacionais. O caráter universal de tais princípios torna-os hierarquicamente
superiores ao resto dos princípios e normas que compõem o Direito Internacional
positivo, o que lhes permite orientar a conduta dos sujeitos internacionais de direito
mediante a imposição de obrigações de valor reforçado. No pós 2a Guerra, certos
valores ganham particular importância:

Valor da paz→a paz passa a ser entendida como um verdadeiro bem público, acolhendo
muitas das soluções normativas da Carta da ONU

Valor da proteção da dignidade fundamental da pessoa humana→a dignidade


fundamental da pessoa humana é concretizada como um valor a par da indiscutível
afirmação da transcendência e da integridade do homem; há, assim, um amplo
movimento internacional no sentido de tutelar os direitos e as liberdades fundamentais
de todos os homens.

A identificação de um núcleo de valores principais para a comunidade internacional,


que devem ser eficazmente protegidos, ocasionou a direção das normas de Direito
Internacional certos fins.

Há, no modelo moderno, dois regimes de responsabilidade internacional:

1. Regime regra➔herdado do modelo clássico, tutela atos ilícitos menos


graves;
2. Regime extensional➔impõe consequências jurídicas diversas no caso de
violação de normas hierarquicamente superiores. A responsabilidade
internacional passa a ser, no regime extensional, um assunto:
 o Público→perante a violação de normas qualificadas, todos os Estados passam
a poder se considerar lesados pela prática do ato ilícito; a responsabilidade
universaliza-se
 o Individual (além de coletivo)→o indivíduo também é, agora, sujeito de
Direito Internacional (no caso de atos ilícitos mais graves, os indivíduos são
responsabilizados no plano internacional). A responsabilidade internacional por
fatos ilícitos se individualizou no modelo moderno, surgindo a possibilidade de
aos indivíduos serem atribuídas responsabilidades internacionais.
 o Sancionatório (para além de reparatório)→o Estado que haja violado normas
de Direito Internacional hierarquicamente superiores deve de reparar danos e
tem uma sanção a ele aplicada (pode ser política, económica e até militar)
 Contramedidas: medidas reguladas como mediação para atos ilicitos

A violação das normas que tutelam interesses fundamentais da comunidade


internacional não mais constitui um assunto privado entre os Estados autor e
vítima do ilícito, ao contrário: em tais casos, a responsabilidade internacional se
torna universal, dizendo respeito a todos os Estados. A responsabilidade
internacional por fatos ilícitos deixa, ainda, de ter finalidade meramente
reparatória, convertendo-se para uma dimensão sancionat

A distinção entre crimes e delitos internacionais. a expressão crime internacional


tem, atualmente, uma substituta, a violação grave de obrigações decorrentes de
normas imperativas de Direito Internacional.

 A responsabilidade dos Estados por atividades não proibidas pelo Direito


Internacional (responsabilidade objetiva pelo risco) é um outro tipo de
responsabilidade, não fundada na ilicitude, consagrada por convenções do
modelo moderno em casos particulares. Essas atividades são as atividades
lícitas, mas intrinsecamente perigosas. Também fazem parte da responsabilidade
objetiva dos Estados, identificados pela jurisprudência internacional, os atos de
funcionários do Estado praticados ultra vires (além dos seus poderes) e os danos
ambientais resultantes do risco anormal de vizinhança.

Em suma:
 o Direito Internacional contemporâneo é “axiologicamente fundado e
materialmente interessado”, não mais repousando, como fazia no modelo
clássico, na falsa ideia da igualdade apenas formal entre os Estados. As normas
internacionais, no modelo moderno, são orientadas por uma finalidade
(orientação teleológica) não mais sendo, como no modelo clássico, uma mera
ratificação do status quo da realidade internacional.
 Em vista das interdependências crescentes, a sociedade se torna mais integrada e
institucionalizada, caminhando para um modelo de comunidade. Apesar de tal
integração, ocorrem, por vezes, situações graves no plano internacional.

Fontes do direito internacional (procedimentos e mecanismos de


criação, modificação e distinção de normas no direito
internacional):
 Fontes em sentido formal: são aquelas fontes ou instrumentos que criam
efetivamente o direito, transformando o que está no mundo pré-jurídico para o
mundo jurídico (atuam no âmbito da criaçã
 Fontes em sentido material: fatores que contribuem para o aparecimento das
normas jurídicas internacionais (razões de caráter político, moral e econ

A comunidade internacional não detém uma Constituição, embora a Carta das Nações
Unidas às vezes reproduza um valor constitucional, o qual é aplicado a partir do
Tribunal Internacional de Justiça (julga conflitos entre Estados), o qual possui um
Estatuto que regula o seu comportamento (Estatuto do Tribunal Internacional de Justiça
– texto universal vinculando a generalidade dos Estados). Neste estatuto estão contidas
as fontes do direito internacional que se podem recorrer ao Tribunal Internacional de
Justiça para julgar os conflitos internacionais, sendo estas (abrangendo o âmbito das
fontes formais):

 Convenções internacionais;
 Costume internacional (comportamento reiterado de condutas dos
Estados e adotado com convicção de obrigatoriedade – difícil de
provar);
 Princípios gerais do direito (suprir lacunas).

Posteriormente, surgem fontes auxiliares do direito internacional, isto é, não


são mecanismos de criação de normas de direito internacional, mas auxiliam na
determinação da criação das normas do direito:

 o Jurisprudência;
 o Doutrina.

Além disso, este Estatuto também esclarece que o Tribunal deve governar segundo o
princípio de equidade. E há, também, fontes que não estão mencionadas, como os
actos jurídicos unilaterais, os quais não se encontram explícitos no Estatuto porque na
época de criação do mesmo, tais actos não se comportavam como fonte relevante de
direito internacional.

Portanto, a partir da análise de todas estas fontes, chega-se a conclusão de que não há
hierarquia entre as fontes de direito internacional. Não se pode atribuir uma maior
importância a certas fontes, mas há hierarquia entre normas reguladas e criadas por estas
fontes. Embora não haja hierarquia, a ordem em que as fontes são apresentadas
representa a ordem que os juízes devem seguir no Tribunal. Na falta de uma, aplica-se
outra. Na falta de uma, o juiz recorre a outra. Não hierarquia, mas há uma ordem. A
noção das fontes de direito internacional é regulada consuetudinariamente, ou seja, os
autores de criação das fontes não sentiram a necessidade de detalhá-las, visto que são já
‘’impostas’’ pelo direito internacional. Cuidado: não confundir fonte com norma, a a
fonte criou a norma. Desta forma, estudaremos agora as fontes propriamente
ditas.

Convenções internacionais: desde a Antiguidade Clássica, estas convenções são


utilizadas pelos Estados para regularem suas relações exteriores; e, em muitas vezes,
assumiram o caráter de tratado. Definição: um acordo de vontades entre dois ou mais
sujeitos do direito internacional destinado a regular juridicamente as condutas das
partes; acordo este que é disciplinado pelo direito internacional, mas também, quanto a
certos aspectos do seu regime, pelo direito interno dos Estados.

· Uma convenção internacional pressupõe, sempre, um encontro de vontades, a


intervenção de dois sujeitos de direito internacional (Estados e organizações
internacionais, com apenas a exceção de convenções internacionais do trabalho, nas
quais podem participar indivíduos como contribuintes e não como partes). O interesse
das partes pode ser divergente ou convergente, o que regula as situações e seu caráter.
Se as partes obtiverem interesses idênticos, criam-se feixes de vontades paralelas a
partir de condutas gerais e objetivas (tratado-lei). Contudo, as partes podem ter
interesses divergentes, culminando em feixes de vontade contrapostos de caráter
subjetivo (tratado-contrato – assimilam-se aos contratos de direito interno).

· Destina-se a servir como instrumento de vinculação jurídica: Os acordos de


cavalheiros, por exemplo, não constituem uma convenção internacional, porque são
acordos entre representantes dos Estados, mas em nome pessoal, retirando o nome do
Estado do processo. Portanto, para haver uma convenção internacional, é preciso que
haja um vínculo entre sujeitos. Contudo, quando é concluída uma convenção
internacional, há um procedimento de conclusão a ser seguido, o qual é regulado pelo
direito interno dos Estados. Portanto, este procedimento e a aplicação deste são
regulados pelo direito interno.

· Qualidade das partes: convenções concluídas entre Estados, entre Estados e


organizações internacionais e entre organizações internacionais.

· Número de partes: bilaterais ou multilaterais, sendo estas gerais ou estritas (abertas


ou fechadas). As gerais são aquelas que são concluídas por um número muito elevado
de partes, aliás, qualquer Estado pode se tornar parte delas por um contracto
unilateral de adesão, mesmo não tendo participado da sua conclusão; ou seja, são
convenções universais que se abrem para a adesão de qualquer Estado. Enquanto as
estritas possuem um número limitado de partes (embora superior a duas), porque
olhando o seu fim, não faz sentido que sejam abertas à participação de qualquer Estad

· Procedimento de conclusão: tratados solenes (mais complexos): pressupõem, em


regra, .......do órgão legislativo (completar), mas carecem da ratificação do chefe de
Estado ou acordos em forma simplificada (mais recorrentes): no momento em que são
assinados, o Estado fica vinculado ao que estava de acordo, ou seja, não há necessidade
de uma assinatura do chefe de Estado subsequente.

· Forma escrita ou oral: esmagadoramente, ocorrem de forma escrita (maior


segurança).

Como é concluída uma convenção int


Negociação: serve para adotar um texto da futura convenção internacional é o
elemento para escolher redigir e adotar o texto da futura convenção internacional,
representantes do estado mais propriamente do governo, tais representantes incluídos
nas convenções internacionais são designados por plenipotenciários ( chefes de estado,
ministros, etc…), está presente na nossa constituição art.197, a convenção
internacional versar sobre uma matéria que diz respeito às regiões autónomas
representantes dos governos regionais podem participar na convenção internacional
também. A convenção internacional é composta por 3 partes, triângulo, dispositivo ou
corpo da convenção e os anexos:

Triângulo- é a parte inicial da convenção em que surge indicado o local em que é


celebrada a data e as partes que intervieram na negociação. É no triângulo também que
se mencionarem as razões que justificaram a conclusão daquela convenção
internacional, reside o valor triângulo, pois a tem um caráter jurídico obrigatório mas
tem um elemento importante um valor interpretativo e inestimável;

Dispositivos ou corpo- e a parte principal da convenção internacional, é o seu


articulado, clausulado, é juridicamente obrigatória, sao os artigos as clausulas da
convenção que possuem esse caráter;

Anexos- é uma parte juridicamente obrigatória mas que se entende por bem distinguir
autonomizar ao dispositivo da convenção porque em causa estão normalmente
exposições de caráter técnico ou documentação que devem configurar parte, para a
convenção não ter um aspeto massudo;
Autenticação: É assinar a convenção, ou seja, os representantes do estado deverão
seguidamente prosseguir a sua autenticação, isto e, assinar a sua convença, a partir de
assinar o texto torna-se autêntico, essa assinatura costuma ser definitivas pode ser
meramente provisória, a certos efeitos jurídicos que se produzem, que caíram consoante
estejamos perante um tratado solene, acordos de forma simplificada, os três efeitos
comuns são, a partir da autenticação o texto da convenção torna-se definitivo em
segundo lugar a partir de autenticação cria-se para os estados um dever de boa fé, o
dever que não praticar atos que contrariem o objeto e o fim da convenção internacional),
ficam investidos na titularidade do direito a prática de atos de defesa da integridade da
convenção (tratado) mas estivermos perante um acordo de forma simplificado acresce
ara além dos 3 um quarto efeito aparece, é que mediante a autenticação o estado preste o
seu consentimento de obrigação a ficar internacionalmente vinculado o acordo
(acordo);

Aprovação: Em Portugal as convenção internacional estão sujeitas sua aprovação, em


geral aprovar:
 Validade de um ato- esse ato está em conformidade com a ordem jurídica,
revela-se intrinsecamente idóneo, há produção dos seus efeitos
 Eficácia- efetiva produção de efeitos, é um ato através do qual o órgão que o
pratica transmite concordância, são aprovadas pela assembleia da república ou
pelo governo.

É a constituição que diz quais as convenções que devem ser aprovadas pela
assembleia e pelo governo:
 A assembleia aprova os tratados solenes ela pode aprová-los mas
compete também à assembleia da república aprovar acordos em forma
simplificada, aqueles que versem matéria da sua competência reservada,
ou aqueles que o governo entenda por bem meter para aprovação, na
reserva absoluta só a assembleia pode intervir, legislar, quanto as de reserva
relativa é exclusiva da assembleia porém pode autorizar o governo a legislar.
(constituição art.161, 164-reserva absoluta e 165-reserva relativa), o
governo aprovará os acordos que não sejam da competência da
assembleia da república (perante casos práticos, temos que ir aos artigos
referidos anteriormente).
(Estamos perante um acordo em forma simplificada aprovada pelo governo depois de
negociado e autenticado o acordo é aprovado em conselho de ministros através de
decreto simples,decreto esse que é enviado para o presidente da república para
assinatura e devolvido ao governo para referenda, a falta de referenda determinada a
inexistência jurídica do acordo é um ato que não se pode dispensar.E se for um acordo
de forma simplificada pela assembleia aprovado pela acordo é também autenticado
depois é aprovado no conselhos de ministros com uma proposta de resolução, é
encaminhada para assembleia da república e converter-se-á de resolução o presidente
da república não assina só o trata ele prossegue para a sua ratificação)

Ratificação (tratado solene): É um ato através do qual o chefe de estado declara a


vontade do estado portugues em vincular-se internacionalmente a um tratado solene, é
ato que é destinado a operar a vinculação do estado portugues aos tratados solenes, pode
acontecer que chegue a esta etapa e não seja ratificado , não é comum mas pode
acontecer.

Ratificação imperfeita: é uma ratificação que o presidente da república, sem que em


momento anterior tenham sido cumpridas de modo defeituoso certas formalidades
presentes na constituição, não tem quaisquer consequências, não é motivo o suficiente
para validar uma convenção internacional, no entanto, excepcionalmente a ratificação
imperfeita pode originar a invalidade da convenção sobre a forma de modalidade
relativa. Para que uma ocasione uma anulação da convenção precisa que
simultaneamente se verifiquem dois requisitos:

1. violação do direito constitucional seja manifesto, significa ser evidente, clara


para as outras partes do tratado, é preciso que as outras artes se tenham
imediatamente apercebido dela, ou de se ter apercebido dela (violação
manifesta),
2. Outra norma é que tenha sido violada uma norma interna fundamental. Há
dois valores a proteger, o valor da regularidade formal de procedimento da
conclusão, valor da certeza, segurança. O tratado de Viena privilegiou o
segundo requisito de certeza, de segurança. A solução para a retificação
imperfeita artigo nº46 da convenção de Viena sobre direito dos tratados.
Entrada em vigor: é documento que determinado ato adquire, entraram em vigor na
data e nos termos previstos na própria convenção internacional ou nos termos
subsequentemente acordados pelos estados parte, só entra em vigor se todos os estados
membros a tenham ratificado, ou seja, na manifestação de consentimento há vinculação.
A regra para esses tratados é que eles entraram em vigor logo que se atinja
determinado número de ratificações, estipula-se um número que se pretende
alcançar para que a convenção possa entrar em vigor (ex. o estatuto da oma no
tribunal internacional, assinado por 120 estados, não faria sentido esperar pelos 120,
logo estipulou-se que tratado entraria em vigor a partir de 60 ratificações), Em portugal
a convenção só entrará em efeito depois de publicada no diário da república.

Registo e publicação: as convenções internacionais devem ser registadas no


secretariado das nações unidas e se não forem, a consequência é como se não existissem
para a organizacao das nacoes unidas, se um estado não registra a convenção
internacional das nações unidas se por ventura se desenvolver um conflito entre eles
sobre a interpretação, esse conflito não pode ser levado ao tribunal internacional de
justiça, a falta de registo não invalida a eficácia entre os estados parte, a convenção
internacional também deve ser publicada nos sites das nações unidas, publicação
internacional, diferentemente do que acontece com a publicação interna.

Mecanismos que tem por objetivo facilitar a


entrada dos Estados nas convenções i
no modelo clássico, só havia tratados bilaterais; já no modelo moderno, estão presentes
os tratados multilaterais, desta forma, é necessário existir mecanismos que propiciem o
aumento do número de Estados nas convenções internacionais. Há três mecanismos que
se destinam a alcançar esse objetivo, mecanismos que facilitam entrada nas conv

1. Assinatura diferida: Adiar, é aquela que pode ser feita mais tarde, prmte.se
certos casos ques estados não assinem no momento próprio mas venham assinar
posteriormente, é um mecanismo que se utilizam para convenções que ainda não
estão em vigor, pois seja esta em vigor seria adesão quer tenham quer não
tenham participado na convenção, permite os estados averiguar se pretendem
assiná-la;
2. Adesão: é um mecanismo que se utiliza para convenções que já se encontram
em vigor permite a um qualquer estado tenha ou não praticado na negociação
tornar-se parte dela através desse ato bilateral;
3. Reservas: é uma declaração que um estado faz quando se apresenta tornar-se
parte de uma convenção internacional nos termos da qual pretende modificar ou
excluir determinada/o(s) exposições que não concorde;

Regime jurídico das reservas :


As reservas podem ser de modificação ou de exc

 Modificação: a
 Exclusão: para afastar uma disposição com a qual o estado não concorda

Quando um Estado forma uma reserva isso vai motivar ou a aceitação ou a objeção dos
outros estados com

-Entre A e B a clausula vai valer como XY pelos termos da reserva, mas para outros
como inicial, Se B objetar - consequência: não se aplica a clausula

-Exclusão: O Estado A não concorda mesmo com esta clausula X, Se o estado B


aceita: esta reserva, deixa-se de aplicar a clausula X entre ambos Se o estado B
objetar: não se aplica a clausula X entre A e B: As consequências são as mesmas
quer aja aceitação quer haja objeção. Havendo objeção o estado B pode opor se
que a convenção possa opor-se entre ambos.

Dentro da convenção vamos ter uma espécie de geometria var

Problema da aplicação das convenções


internacionais a Estados terceiros

Há um princípio consagrado na convenção de Viena no art. 34o - principio da


relatividade dos efeitos dos Tratados ou principio da eficácia relativa dos
Tratados: Nos termos deste principio um tratado ou convenção internacional não tem
direitos ou obrigações para Estados terceiros sem o seu consentimento. Em regra, os
efeitos das convenções internacion

 Há situações em que as convenções internacionais produzem efeitos para


terceiros mas com o consentimento dos mesmos e não há qualquer exceção deste
principio.
 Há também situações excecionais em que as convenções internacionais
produzem efeitos para terceiros sem o seu consentimento. São exceçõe

Havendo o consentimento temos 3 mecanismos distintos: 2 deles previstos na


Convenção de Viena e o outro, não previsto na Convenção de Viena, muito utilizado
no âmbito das convenções económicas internacionais (OMC):

 Acordo colateral - art. 35º Convenção de Viena: mecanismo que se destina a


criar uma obrigação para um estado 3o;
 Estipulação em favor de outrem - art. 36º Convenção de Viena: trata-se de
dois ou mais Estados que sejam parte de um Tratado inicial atribuírem um
direito a um Estado 3o. Presume-se que o consentimento vai ser benéfico, é
presumido no entanto se não quiser aceitar terá de dizer.
 Clausula da nação mais favorecida - não prevista na Convenção de Viena:
tratado inicial entre A e B as partes vai decidir uma clausula prevendo que se
qualquer uma delas (A ou B) vier a concluir no futuro um tratado com outro
Estado que verse a mesma matéria mas com condições mais favoráveis esse
regime mais favorável do Tratado consequente ira aplicar-se automaticamente
ao tratado inicial beneficiando sobretudo o estado por parte do estado do
primeiro Tratado que não interveio no segundo.

Sem consentimento (alargamento do princípio da relatividade dos efeitos dos tratados


– efeitos ultrapartes):

 Uma convenção internacional passa a escrito normas costumeiras de


alcance geral. Nessa parte a convenção não vai produzir efeitos apenas para as
partes, vai produzir efeitos também para terceiros, porque contêm exposições. Se
essas normas costumeiras tiverem uma disposição que são de imperativo a
convenção não vai produzir efeitos só para as partes. Pela sua natureza essas
normas têm uma vinculação mais generalizada.
 Tratados que consagram determinados estatutos estaduais, tratados de
libertação espaço marítimo - situação objetiva - através dos quais é criado um
determinado estatuto para um território. Esses tratados produzem efeitos para
terceiros.
 O mesmo se passa para tratados que criam um novo sujeito de DI. Ex.: uma
organização internacional - carta das nações unidas é um tratado internacional,
através da carta foi criada as nações unidas

O surgimento de um novo sujeito internacional é algo que não pode ser contestado (A
carta das nações unidas vai produzir efeitos para terceiros e não apenas para os estad

Aqueles tratados que são redigidos à base de uma lei, criam regras objetivas.

Na doutrina faz-se distinção e

1. tratado lei - as partes prosseguem os mesmos interesses, são tratados que só


ganham sentido útil se as suas disposições forem também obser
2. tratado contrato - as partes prosseguem interesses distintos, é o que acontece
no direito interno. São ex

As condições ou requisitos de validade das convenções int

 Validade: conformidade de um determinado ato jurídico com a ordem jurídica.


Um ato é valido quando se formou em harmonia com o direito apl

As convenções internacionais, para produzirem os seus efeitos devem ter sido


celebradas em harmonia com a ordem ju

Quais os requisitos?

• Capacidade jurídica das partes: as partes que intervêm na conclusão da convenção


internacional tenham capacidade jurídica para o efeito. Quais são as partes que intervêm
na conclusão de uma intervenção internacional? Estados ou orientações internacionais.
Quanto aos estados não se verificam incapacidade jurídica. Os estados dispõem de uma
capacidade jurídica plena.
Há, no entanto, 2 situações que podem levar à incapacidade de um estado para
celebrar uma convenção internacional:

1) situação de protetorado - acordo entre dois Estados, o estado protetor e o estado


protegido nos termos do qual o estado protetor passa a representar o estado
protegido nas relações internacionais. O Estado protegido deixa de poder concluir
convenções internacionais, passa a ser o estado protetor a fazê-lo. Quanto às
organizações internacionais é diferente. A organização internacional com qualquer
pessoa coletiva deve prosseguir determinadas atribuições (finalidades que uma
determinada pessoa coletiva está encarregada de prosseguir);

2) incapacidade do Estado - é a conclusão de estados federais, como, por exemplo, se


o Rio de Janeiro concluir uma convenção que envolva a federação toda. A conclusão de
convenções internacionais por parte de um estado só poderá oco

se estiver previsto/autorizado na constituição.

Uma organização internacional só poderá concluir aquelas convenções


internacionais que se enquadrem no âmbito das suas atribuições --> Princípio da
especialidade do fim

Competências: poderes funcionais dos órgãos de uma determinada pessoa coletiva.

A sanção para a incapacidade jurídica de um estado ou organização internacional


é a da invalidade da convenção que reveste a forma de nulidade absoluta. Quando
o Estado se vincula a uma organização internacional esta a prestar o seu consentimento
e deve ser prestado de forma regular, sem vícios. Há casos em q

1) formais : são as ratificações imperfeitas; não afetam a validade da convenção a não


ser que a violação do direito interno tenha sido manifesta - invalidade da convenção
(nulidade relativa)
2) substanciais: têm a ver com o conteúdo: Há 4 irregularidades substanciais
possíveis: erro, dolo, corrupção e coação. Qualquer uma destas irregularidades vais
ter como consequência a invalidade da convenção. No erro no dolo e na corrupção -
nulidade relativa. Na coação - nulidade absoluta

Licitude do objeto: o objeto não pode contradizer a ordem pública internacional. O


objeto da convenção é ilícito quando o conteúdo da convenção internacional, matéria
sobre qual ela versa, contraria ou viola princípios fundamentais do DI: convenção é
inválida sobre nulidade absoluta.

Nulidade absoluta de uma convenção: incapacidade das partes, coação e licitude do


objeto.

Nulidade relativa de uma convenção: quando excecionalmente dão a invalidade da


con

As nulidades relativas constituem a sanção para vícios menos graves enquanto as


absolutas sancionam vícios de maior gravidade.

Nas situações de nulidade relativa estão em causa interesses particulares dos


Estados. Nas nulidades absolutas estamos perante situações de interesses
fundamentais da comunidade internacional. Em virtude dessa diferente natureza
também o regime jurídico é dist

As nulidades relativas distinguem se das nulidades absolutas em 3


aspetos:
1) direito da invocação da causa da nulidade: na nulidade relativa esse direito é
apenas da parte vítima. Só o Estado cujo consentimento foi irregularmente prestado é
que pode invocar a causa da irregularidade porque é ele que tem interesse nisso. Na
nulidade absoluta qualquer das partes do Tratado pode arguir a causa da nulidade.
Não podem é fazer Estados alheios à convenção.
2) quanto ao problema da divisibilidade extintiva da convenção: dividir a convenção
no momento em que ela se extingue. Nas situações de nulidade relativa desde que
verificados certos requisitos é possível ocorrer uma divisibilidade extintiva da
convenção, isto é, é possível que no momento em que ela vai ser invalidada se
invalidem apenas algumas disposições, aquelas sobre as quais incidiu o vício,
preservando a parte restante da convenção. Aproveita-se ou preserva-se a parte não
viciada da convenção e invalida-se a parte viciada da convenção. Nas nulidades
absolutas não há possibilidade de acontecer uma divisibilidade extintiva, toda a
convenção será invalidada e desaparece do

3) quanto à sanação: sanar - tornar são; aceitar que o tratado possa continuar a
vigorar apesar do vício que afeta a sua validade. Só existe nas situações de nulidade
relativa. As nulidades absolutas são insanáveis. A sanação pode ser feita
expressamente se um estado declarar que pretende que a declaração continue a
vigorar apesar do vício ou a sanação tácita que resulta do comportamento do estado.
(Não confundir a visibi

Divisibilidade extintiva: para poder haver divisibilidade extintiva na nulidade relativa é


necessário que se verifiquem 3 requisitos :

1) (artigo 44º/3 CV) ser as clausulas que se pretendem validar separáveis


do resto do tratado;
2) não podem essas clausulas incidir sobre aquilo que foi a base
essencial do consentimento do estado a obrigar-se; não podem ser
aquelas clausulas essenciais para o estado;
3) é necessário que não seja injusto continuar a executar o resto do
tratado. Verificados estes requisitos, eles verificam-se ai a visibilidade
será obrigatória no caso do erro e facultativa no caso dolo e na
corrupção. No erro não há má fé da contraparte, há apenas uma
representação da realidade que não foi exata, logo há que proteger as
legitimas expectativas da contraparte em que o contrato continue a
vigorar. No dolo e na corrupção são vícios que pressupõem a má fé da
contraparte, logo já não há que tutelar as expectativas do tratado em
vigor. Competirá ao estado vítima optar por invalidade distintiva ou
de toda a convenção - nulidade faculta
Erro: representação da realidade que não é exata. Quando um representante de um
estado interpreta mal um mapa que recebe no quadro das representações. Só pode levar
à invalidade de uma convenção se preencher 2 requisitos: 1) determinante ou essencial;
2) desculpável. 1) quando puder demonstrar-se que se não fosse aquele erro o estado
não teria concluído a convenção. 2) quando não é devido a negligencia, quando não
aconteceu um comportamento descuidado, pouco avisado. Quando o erro não é
imputável ao estado a titulo de negligencia.

Dolo: é também um erro só que é provocado pela contraparte. É preciso que a outra
contraparte do tratado utilize outros artifícios para levar a concluir o tratado no sentido
pretendido.

Corrupção: põe de parte deliberadamente os interesses do seu Estado em troca de uma


oferta de caráter pessoal. Tem de haver uma oferta ao representante do Estado.

Coação: há uma ameaça pode ser dirigida ao próprio representante do Estado ou ao


próprio Estado.

A declaração da invalidade de uma convenção internacional tem efeitos "ex tunc" -


efeitos retroativos. Efeitos "ex nunc" - efeitos prospetivos. Tudo se passa na ordem
jurídica como se a convenção não tivesse chegado a ser celebrada. Tem de se apagar
todas as consequências que advieram da conclusão da convenção internacional. É como
se ela nunca tivesse chegado a ser concluído. Há possibilidade de salvaguardar atos
praticados de boa fé. Isso é possível acontecer no erro mas no dolo e na corrupção já
não é possível preservar atos de boa fé porque pressupõem má fé

Há uma situação que pode atenuar esses efeitos retroativos - superveniência de uma
norma de "ius cogens" - incompatibilidade material.

 Regularidade do consentimento ou da vontade:


 Licitude do objeto:

Extinção e suspensão das convenções


Há fatores que determinam a cessação dos efeitos de uma CI, sendo que essa
cessação pode ser definitiva ou temporária:
Definitiva- extinção da CI

Temporária- suspensão da CI (sem efeito temporariamente)

Demos validada das convenções, destas convenções não surgiu invalidades mas
podem surgir fatores fatores que mais tarde poderão determinar a cessação.

1. Há circunstancias que resultam das vontades da vontade das partes (ex:


quando as partes celebram a convenção apenas durante uma certo período de
tempo);
2. Prever-se na convenção uma possibilidade de denúncia ou de retirada
futura da CI em causa (ex: convenção posterior sobre a mesma matéria)
3. Comportamento das partes (ex: se um dos estados parte da CI viola
culposamente as suas disposições, a contraparte tem o direito de invocar a
chamada exceptio non adimpleti contractus)
4. O estado de guerra, conflito entre as partes na CI, se a convenção for
bilateral caduca se for multilateral suspende
5. O surgimento de um costume derrogatório (vai-se desenvolvendo entre uma
prática derrogatória diferente do disposto da convenção e é adotada com
convicção de obrigatoriedade. Vai criar-se o costume que vai derrogar a
convenção) -lex posterior derogat legi priori

Fatores alheios à vontade e comportamento das partes (Artigo


nº61 e 52 CVTT)
1. Impossibilidade superveniente de execução (artigo Nº61 da CVDT): situação
que vai determinar a cessação de efeito da CI em virtude do desaparecimento de
um objeto indispensável a execução do tratado; desaparecimento definitivo-
extinção, temporário- suspensão). Este desaparecimento não é necessariamente
físico (ex: se encerra num determinado estado uma atividade económica
indispensável a um tratado económico)
2. Clausula rebus sic stantibus (Artigo Nº62 CVDT)- alteração fundamental
de circunstâncias- quando 2 ou mais estados concluem uma CI fazem-nos face
determinadas circunstâncias. Pode acontecer que a certa altura, as circunstâncias
se alterem de forma imprevista, de tal maneira que o tratado se torne injusto,
excessivamente oneroso para uma das partes. Nesse caso o estado invoca esta
clausula para que cesse a sua vigência.

2 condições/requisitos:
 Demonstrar-se que aquelas circunstancias existiam aquando da convenção foram
determinantes para o estado em causa se vincular a essa convenção
 Demonstrar que essa alteração de circunstâncias conduziu a uma alteração
radical da natureza das obrigações assumidas ao tratado.

Esta figura não se aplica a CI que delimitem situações objetivas, perde o direito a
invocar a alteração aquele estado que aceitou a manutenção do tratado em vigor após se
ter verfificado essa alteração de circunstancias: artigo nº45 da CVDT, Artigo nº54
CVDT

2ª Fonte formal : Artigo nº38 ETJ : COSTUME

A importância do costume tende a ser maior nos ordenamentos jurídicos em que não
existem/escasseiam ou revelam algumas imperfeições os mecanismos de criação
autoritária, centralizada do direito: Caso do ordenamento jurídico internacional-
funcionam de modo imperfeito. Não há o poder legislativo internacional.

As normas costumeiras surgem espontaneamente com base no comportamento dos


sujeitos de DI a que a certa altura se associam.

Para surgir uma norma de DI são necessários 2 elementos:

 Elemento material ou objetivo / consuetudo. Significa os comportamentos


adotados pelos sujeitos de DI (Estados) de forma constante e uniforme durante
um certo período de tempo; Uso prática e não perante uma norma jurídica. Para
que isto se torne uma norma jurídica é necessário o 2º elemento. É necessário
que os Estados o façam com obrigatoriedade, que interiorizem que adotar
aqueles comportamento corresponde a uma imposição da ordem jurídica, que
não adotar aquelas condutas os exporá à culminação de sanções/consequência
jurídicas. O costume é empírico;
 Elemento subjetivo ou psicológico ( Opinio juris sive necessitatis):
Que tipos de comportamentos? quanto ao Estado comportamentos adotados pelos
órgãos estaduais que atuem no plano internacional (atos de protesto, troca de
notas, etc) mas até os próprios atos interestaduais podem estar ma origem de
normas costumeiras, as CI podem estar na origem de costumes internacionais,
como? (ex: CI entre 2 estados ela vai produzir efeitos para esses 2 Estados) mas se
Estados terceiros começarem a adotar comportamentos com o conteúdo da
convenção pode tonar-se uma norma costumeira- precedente para a afirmação de
uma norma costumeira)

Atos de organizações internacionais: comportamentos adotados no seio do conselho


de segurança das Nações Unidas: veto é a possibilidade de parar a convenção.

 Artigo Nº27: para que algo seja aprovado é necessário os 5 membros


aceitarem. No seio do Conselho foi-se desenvolvendo uma prática a qual
se juntou o sentimento de obrigatoriedade jurídica segundo a qual a
abstenção dos Estados deixou de equivaler a veto. Para haver veto é
preciso que um dos membros permanentes vote contra

Em relação à ONU: ações de manutenção da paz

Decisões dos tribunais internacionais: a decisão de um tribunal internacional produz


apenas para as partes em litígio e para o caso concreto que está em apreciação, não está
vinculado as decisões que tenha proferido antes em casos semelhantes, não há regra de
precedência judicial. Se se tomar as mesma decisões variadas vezes vai haver
precedente judicial mas se se tornar uma obrigatoriedade torna-se norma costumeira.
Não são só comportamentos do Estado que tornam normas costumeiras mas também
outros órgãos do DI.

Para se formar um costume tem de se repetir no tempo e no espaço. Em Vestefália era


preciso muito tempo para se formar uma norma costumeira e por isso o costume
formava-se muito lentamente. Hoje os costumes formam-se mais rapidamente.
Costumes selvagens ou instantâneos, costume quase logo no momento, inversão do
processo normal do costume em alguns casos. Primeiro a convicção de obrigatoriedade
e só depois se desencadeia a prática.
Costumes gerais: Por norma é aquela que se aplica a generalidade dos sujeitos do DI,
normas da generalidade. Não é necessária que a prática seja universal mas sim que os
comportamentos sejam adotados pelos estados particularmente interessados.

Costumes regionais : Vinculam os Estados da mesma região do Globo, costume da


europa ocidental, etc

Costumes bilaterais: costume que vincula apenas dois Estados.

Se um Estado invoca um costume geral a contraparte é que tem de demonstrar que não
existe. Se for regional, o estado que invoca é que tem de fazer prova da sua existência

1º Estatuto do objetor persistente: estado que pode adquirir um estado que


durante o processo de formação de uma norma de costume se opôs de modo firme,
convicto, continuado ao respetivo conteúdo material. Se apesar disso essa norma
se formar não vai vincular este Estado. Faculdade de opting out que se constitui o
contraponto de circunstancia de não se exigir para a formação do costume uma
prática universal e uma convicção de obrigatoriedade jurídica- contrapartida disso
é a possibilidade de os estados escaparem a vinculação de um costume cujo
conteúdo não concordam.

2º prova das normas consuetudinárias: o costume internacional pela sua


natureza suscita um problema de prova, quando é invocada uma norma de costume
no tribunal mas tem que se provar que ela existe e as vezes é dificil provar. As
normas consuetudinárias têm uma natureza contestável. Às vezes sabe-se que
existe mas não o momento em que se formou. Logo é necessário demonstrar a sua
existência e precisar o seu alcance. O tribunal internacional de justiça tem ajudado
nas provas de normas consuetudinárias.

Há um operação fundamental desenvolvida pela comissão de DI, tarefas deste órgão é


proceder a codificação do direito consuetudinário- passar as normas consuetudinárias a
escrito.

3ª lugar da fonte Artigo nº38 ETJ : Princípios gerais do direito


reconhecidas pelas nações civilizadas
Trata-se uma fonte autónoma do DI não confundível com as convenções e com o
costume. Os autores positivistas consideraram que os princípios gerais de direito
não possuíam autonomia em relação as CI; Não contestavam seu valor jurídico, só
é possível utilizar princípios gerais de direito para resolver casos no plano
internacional se o recurso a eles estiver previsto numa CI, prévia autorização
convencional: é isso que se passa com estatuto do TIJ: esta posição devemos
rejeitar pois antes do seu estatuto já havia uma prática consistente de tribunais
internacionais de utilização de princípios gerais de direito.

Para que servem estes princípios? Tem função de preencher as lacunas do DI e do


Direito costumeiro. Se na resolução de caso resolvido no TIJ e os juízes chegarem a
conclusão que não há normas de DI, então poderão recorrer aos princípios gerais de
direito- principio gerais de direito possuem caracter supletivo, só são utilizadas na falta
de DI, visam a não situação de non liquet (situação de negação de justiça): não
resolução do caso por falta de direito aplicável.

Princípios oriundos do Direito interno do estado:


princípios consagradas na generalidade das ordens do mundo, dada a sua
generalidade se revelam claros para resolver casos da vida internacional

 Principio da boa fé
 Principio da proibição do abuso do direito
 Principio do não enliçamento sem causa
 Principio da reparação integral do prejuízo
 Principio do ónus da prova
 Principio da igualdade das partes nos processos judiciais
 Principio do contraditório
 Principio do Estopel

Para que os princípios gerais de direito sejam aplicados no plano internacional têm
de preencher dois requisitos:

1. Serem realmente reais, serem em todos os planos internos;


2. Transponíveis para o plano internacional. Exibir características que os tornem
apelados a solucionar casos internacionais. Características que se afeiçoem ao
ordenamento jurídico internacional

Internacional depois consuetudinários depois é que se recorre aos


princípios gerais de direito
Fonte formal que não consta no artigo Nº38: Atos jurídicos unilaterais-tem um carácter
voluntário e produz efeitos de direito e provém de um só sujeito.

 Ato unilateral, convenção implica sempre dois sujeitos

Pode haver atos unilaterais do Estado :


Estado: para que um ato unilateral do estado seja fonte do direito internacional tem de
reunir algumas características, fonte formal, para criar normas internacionais tem de
reunir características:

1. Imputabilidade: são Estado ou atribuível ao estado: se tiver sido adotado por


um órgão do estado, órgão estadual, capaz de vincular o Estado no plano
internacional;
2. Oponibilidade: é a suscetibilidade do ato ser invocado perante outrem, pode ser
oponível a terceiros se tiver sido adotado em conformidade com os princípios do
DIP;
3. Publicidade: a manifestação de vontade onde se substancia o ato unilateral
deverá ser claramente exteriorizada, suficiente publicidade, para que não hajam
duvidas da vontade exprimida;
4. Autonomia: para ser fonte do DI o ato jurídico unilateral deve produzir efeitos
por si próprio e não apenas na medida da sua relação ou conexão com outra
fonte de DI (convenção internacional)

Atos unilaterais , nenhum deles possui autonomia, não tem efeito sozinhos,
produzem efeitos na medida da sua conexão com a convenção internacional.

 Efeitos da convenção internacional, por mais amplos, vão absorver os


efeitos que decorrem dos atos unilaterais.
 Só são fontes de DI os autónomos, que não dependem de nenhuma
convenção internacional.

Podem ser autónomos o reconhecimento, o protesto, a notificação,


a promessa e a renúncia
1-Reconhecimento: quando se forma um obstáculo na comunidade internacional
põe-se o problema do reconhecimento; O reconhecimento é um ato pelo qual um
Estado aceita os efeitos jurídicos de uma situação em cuja criação desse Estado
não interveio, ou não participou por entender que ela se constituiu em
conformidade com DI
2-Protesto: contraponto do reconhecimento, serve para o contrário, protesto é um
ato pelo qual um estado manifesta a sua discordância em face de uma determinada
situação, ato jurídico porque reputa essa situação ou ato ilícito porque consideram
que violam o DIOP. Recusa os efeitos jurídicos que dai possam resultar

3-Notificação: ao contrários dos demais estados unilaterais é um ato receticio, isto


é, para ser levado ao conhecimento de um terceiro para produzir efeitos. A
notificação serve justamente para levar ao conhecimento de um terceiro , um
facto, um documento , uma situação

4-Promessa: serve para um estado adotar um certo comportamento , conduta no


futuro porque o não cumprimento no futuro significará a prática de um ato ilícito

Renúncia: auto limitação de soberania porque é um ato pelo qual o Estado abdica ou
prescinde da titularidade de um direito, como não se podem presumir as autolimitações
de soberania, a renúncia so produz efeitos de modo expresso.

Atos unilaterais das OI sujeitos de DIP. As OI tem poderes normativos. Materialmente


os atos jurídicos unilaterais das OI genericamente designados por resoluções podem
ser de 3 tipos:

1-Decisões : vinculam o destinatário a adoção de um certo Comportamento,


obrigam a adoção de um certo comportamento

2-Recomendações: não possuem forca jurídica obrigatória, porque se limitam a


propor a adoção de uma certa conduta mas não impõem. Não tem forca jurídica
obrigatória mas tem valor jurídico. Possuem valor jurídico que não e
negligenciável porque tem de ser de boa fé pelos estados e tem um valor
permissivo. Os estados que adotem comportamento da recomendação sabem
que não estão a praticar qualquer ato ilícito sem violar DI- valor permissivo.

Pareceres: meras opiniões da OI em relação a um assunto, problema que tenha sido


provado ao seu conhecimento, merda pronuncia opinativa da OI, podem ser obrigatórios
ou facultativos, vinculativos (é aquele cujas conclusões tem que ser cumpridas) ou não
vinculativos (cujas conclusões não tem que ser seguidas- o orgao decisor poderá optar
por acolher as conclusões do parecer,.. Se for vinculativo deixa de ser um parecer e
passa a ser uma decisão. A regra é de que os pareceres são facultativos e não
vinculativos.
Organizações supranacionais: Aplicabilidade direta: significa que esses atos
unilaterais se dirigem diretamente aos cidadãos dos estados membros sem mediação das
autoridades nacionais desses estados

Efeito direto: suscetibilidade de um ato ser invocado por um cidadão num estado
membro de uma organização supranacional diretamente perante um estado ou outro
particular

Efeito direta vertical VS Efeito direto horizontal

Diferença entre ato unilateral, aplicabilidade e


efeito direto:

Aplicabilidade direta: obrigações diretamente aos indivíduos com as autoridades do


estado

Efeito: possibilidade de um particular prevalecer-se de um ato unilateral invoca-lo


contra outro, num tribunal, contra outro particular (horizontal), vertical (contra o
estado )

2 fontes auxiliares: jurisprudência e a doutrina: não são fontes formais porque não
criam direito internacional

Jurisprudência: decisões dos tribunais internacionais, arbitrarias : fonte auxiliar,


porque resulta da transparência e imparcialidade são próprias do TJI , isso é
particularmente evidente pela circunstancia do estatuto tribunal impor a sua constituição
reflita os principais sistemas jurídicos comuns. O estatuto exige que o tribunal seja
representativo.

Há , todavia um fator que pode de alguma forma por em causa o prestigio que
normalmente anda associado as sentenças do TIJ. Os juízes podem exprimir a sua
concordância no próprio acórdão. Opinião individual ou incidente.
Individual: exprimida por um juiz que concorda com a decisão tomada mas discorda da
fundamentação da sentença.

Opinião dissidente: opinião exprimida por um juiz que não concorda com o sentido da
decisão que foi tomada. Voto de vencido. Ajudam a provar existência de normas de DI ,
normas consuetudinárias, a precisar o seu conteúdo e alcance, uma decisão tomada por
unanimidade é mais forte.

Doutrina: conjunto de opiniões despendidas pelos juristas que estão especializadas em


DI. Contribui para ajudar a precisar o sentido das normas de DIP, desempenha um papel
importante no progressivo do DI.

Artigo nº38 : admite a possibilidade um tribunal decidir a luz de critério de equidade.


Só é possível mediante a autorização da parte. Dos estados que estão em litigio no
tribunal

Equidade: conjunto de critérios de bom sensos, razoabilidade, equanimidade. Critérios


que estão umbilicalmente ligados à ideia de direito e ao princípio de justiça. Procurar
aquilo que é o sentimento dominante de justificação caso concreto.

Equidade secund legem: segundo lei- não é preciso haver uma autorização expressa as
partes para que os juízes possam autorizar pois é suposto que qualquer órgão do
direito sobre a equidade , não podendo ser operação meramente logicodedutiva ,
mecânica. O julgador tem de se reger pelo critério de equidade.

Prater legem: equidade que funciona como regime subsidiário, utiliza-se quando o
direito aplicável ao caso concreto é lacunoso. É necessário recorrer a critérios. De
equidade para solucionar o caso de forma justa

Contra legem: afastar o direito aplicável ao caso para em vez dele utilizarem critérios
de equidade . Desvirtua a função jurisdicional, não podendo afastar a lei para julgar
sobre estes critérios.
Relações entre direito internacional e interno:
As normas de direito internacional podem ser enviadas. Quando surgem normas jurídica
internacional há problemas que podemos colocar. Como é que elas são incorporadas na
ordem jurídica dos estados? Uma vez recebida a norma no plano interna qual e a
posição hierárquica que ela ocupa mediante as normas do DI? Se por ventura for
detetada uma contradição normativa entre uma norma de DI e direito interna qual é que
e a consequência disso?

Duas correntes:

Dualismo: tradicionalmente tem muita aceitação em italia . Acentam no pressupsoto de


que ordem juridica internacionakl são ralidades dsititas, os dualistas pattem de uma
ideia denseparacao radical entre a ordem juridica entre a internacional, uma das
conseuqeuncias e que os dualistyad acham que para uma norma de di possa produzir
efeitos no plano interno e preciso que seja previamentre yrasnformad no direito interno

Monismo: pattem de uma ideia oposta . Como? Partem do pressupoarto da unidade do


mundo juridico. Havia aoenas um único sistema , não causa qualquwr incomodo que.a
norma do DI produz efeitos. Automaticamente . A tendencia e a dos estados assumirem
uma posicao monista do relacionamento entre ambos

Técnicas de receção:

1. Incorporação automática: a norma de DI passa a produzir efeitos na ordem


jurídica conservando a sua qualidade de norma de DI;
2. Transformação: A norma de DI só produzira efeitos internamente se o
legislador interno a convertem em norma de direito interno através de um ato da
sua competência. (Não utilizada em Portugal)

3. Receção semi plena: técnica hibrida. Parte de uma descrição entre normas de
direito internacional. Há certas normas de DI que vão inserir-se
automaticamente no plano interno. Outras com um conteúdo diferente terão de
transformadas em direito interno. Com base nos diferentes tipos de DI consagra
técnicas de receção diferenciadas. A receção automática assente em pressupostos
monistas. A transformação e tributaria de uma conceção dualista. A receção
semi plena conjuga os pressupostos das duas.

Técnicas de receção consagradas na nossa constituição

Artigo 7º CRP: consagra os princípios pelos quais se rege o estado Portugal em matéria
de relações internacionais. Na ordem interna artigo 8 CRP: receção do direito
internacional na ordem interna, nos 3 primeiros números. O 4º contende com 1
problema de hierarquia. Nº 3 foi acrescentado à versão originaria da versão portuguesa
da antecâmara

Hierarquia de normas internas: Geral ou comum?


Organização de caráter supranacional envolve deveres de solidariedade e lealdade. As
normas do direito da EU tem que produzir efeitos idênticos em todos os Estados.
Quanto á própria constituição constatava-se alguma divisão na doutrina(J.J Gomes
Canotilho) , alguns autores referiam que o direito europeu prevalecia sobre o direito
interno e a própria constituição , enquanto outros referiam que a constituição não
dividia a fiscalização do direito interno e do direito europeu, o direito europeu tem que
estar em harmonia com a constituição ( Jorge Miranda)

No entanto o ART.8ºN4 resolveu o problema desta divisão. Referindo que o direito da


união europeu seja ele originário ou derivado aplica-se no plano interno nos termos
definidos pelo direito da união.

Termos definidos pelo direito da união : orientação do tribunal de justiça ao longo do


tempo que sempre definiu o primado do direito da união europeia sobre todo o direito
interno , não é uma concessão dos estados membros é uma exigência existencial do
direito da união europeia. A constituição veio acolher esta tese , sendo que a
constituição aceita a superioridade do direito da união europeia. Faz-se uma ressalva no
final do ART.8ºn4- fazendo apenas exigência que as normas da U.E respeitem os
princípios de direito democrático.
O direito da U.E prevalece sob a legislação ordinária quer sob a própria constituição. O
direito da união europeia tem que estar em conformidade com o direito internacional
geral ou comum.

Hierarquia:

1. - Direito Internacional geral ou comum


2. - Direito EU
3. - Constituição
4. - Direito Internacional Particular Convencional
5. - Legislação ordinária
6. -Regulamentos administrativos
7. -Atos de caracter individual e concreto

Sujeitos de DIP:

Estado: pessoa coletiva que dispõem de órgãos próprios que representam e por meio
dos quais o estado exprime a sua vontade. É definido como uma identidade composta
por 3 elementos : população , território e governo. Para além disso , possui um atributo
que só o estado é titular , soberania ou independência .

Elementos constitutivos do Estado:


A população do estado são as pessoas que vivem e trabalho no estado só que ao
dissermos isto estamos a esquecer os nacionais deste estado que se encontram no
estrangeiro , por outro lado estamos a incluir os estrangeiros que vivem num
determinado estado mas que continuam a ser internacionais no seu estado de origem.
Esta conclusão não é portanto satisfatória , a população estatual é um conjunto de
indivíduos ligados a um determinado estado por um vinculo jurídico ( nacionalidade) , a
nacionalidade é atribuída pelo estado através de dois critérios.

1. Critério do ius soli: nacionalidade atribuída por quem nasça ou resida

2. Critério pelo ius sanguini: filhos de um nacional do estado


Para o direito internacional a nacionalidade não pode ser uma mero vinculo jurídico
tem que traduzir uma vinculação entre uma pessoa e um determinado estado ,
subjacente ao vinculo jurídico deve estar uma ligação estável/genuína entre determinada
pessoa e o estado.A população varia muito em termos numéricos nos quase 200 estados
da comunidade internacional.

Território- Não há estado sem território e não há território sem estado

Os estados dispõem de :

 Domínio Terrestre
 Domínio Fluvial
 Domínio Marítimo
 Domínio Lacustre: refere-se aos lagos, isto é, superfícies de água doce
circundadas por terra. Se forem totalmente fechados, aplicam-se sobre eles as
normas que vigoram para os mares (regime de mar interno); caso eles se
comuniquem com o mar por um curso de água que atravesse vários Estados,
aplica-se a regulamentação internacional do domínio fluvial.
 Domínio Aéreo: domínio aéreo é o espaço suprajacente ao território terrestre, às
águas interiores e ao mar territorial. Sobre este domínio, o Estado exerce
soberania completa, a qual só termina quando começa o espaço extra-
atmosférico (que é um espaço internacional)

Poderes do Estado sob os territórios


Poderes soberanos sobre:

• Água interiores

• Mar territorial

Poderes jurisdicionais sobre :

• Zona contígua(ART.33CMB)

• Zona económica exclusiva ( ART.55º a 68ºCMB)

• Plataforma Continental ( ART.76º a 85ºCMB)

Espaços Internacionais

• Zona ou área( ART.133º a 155º)

• Alto mar ( ART.86º a 132º)


O estado necessita de um Governo:
Governo- Conjunto dos poderes do estado (executivo , judicial , legislativo) não existe
estado sem governo , há uma ideia de efetividade do estado , o direito internacional so
reconhece o governo que seja capaz de assegurar a segurança , o bem estar dos cidadãos
e o cumprimento das obrigações internacionais do estado.

O estado tem uma característica que singulariza relativamente os outros sujeitos do


estados : a soberania – constitua a fonte das competências estaduais, a soberania de cada
Estado é limitada pela soberania dos demais Estados. Pode-se dizer que a necessidade
da coexistência entre os Estados, e não propriamente a sua vontade, determina a
limitação da soberania de cada um. A jurisprudência assimila , por vezes , a soberania á
independência.

O princípio da soberania (ou independência) funda as relações entre Estados. Da


noção de soberania decorrem alguns corolários, alguns positivos (liberdade de
atuação) e alguns negativos (limitam a liberdade de atuação)

Positivos:
 Ausência de subordinação orgânica e jurídica do Estado face a outros sujeitos
de direito internacional(pode exercer a sua autoridade) está relacionado
normalmente á nacionalidade;
 Direito de os Estados exercerem jurisdição sobre os respetivos território e
população
 Autonomia constitucional e política do Estado.

Negativos.

 Exigência do respeito pelo direito internacional 🡺garantia para as demais


consequências jurídicas resultantes da soberania
 Dever de não ingerência (ou de não intervenção) nos assuntos internos de outros
Estados consequência do princípio da não subordinação orgânica e jurídica do
Estado
 Princípio da proibição do recurso à força nas relações internacionais
🡺consequência do princípio da não subordinação orgânica e jurídica do Estado

Competências do estado
Responsabilidade Internacional do Estado:
1. Por normas primárias , são aquelas que consagram/impõe deveres de conduta
aos destinatários
2. Por normas secundárias , são aquelas que estabelecem consequências jurídicas
para a violação das normas primárias , ligam certas consequências jurídicas a
violação das normas primárias.
 Responsabilidade por factos ilícitos , o estado incorre em responsabilidade
internacional quando viola por ação ou omissão uma obrigação
internacional a qual estava vinculado.

O caracter ilícito de alguma conduta estadual é estabelecido pelo


direito internacional
- Nexo de imputação , o ato ilícito tem que ser imputável ao estado , é imputado
quando é adotado por algum órgão que representa o Estado.

- É preciso que esse ato ilícito cause danos a outrem, a ocorrência de danos é
imprescindível.se houver dano á consequências jurídicas , á uma consequência
principal e duas consequências acessórias . A consequência principal é a reparação dos
danos ao estado vitima. As duas consequências acessórias é o dever de cessar o ato
ilícito se tratar de um ato ilícito continuado, as necessárias garantias do ato ilícito ,não
são especificadas , varia de caso para caso.

Pensando na consequência principal , efetua-se a reparação de danos passando por


uma indemnização em sentido amplo/restrito – tornando sem dano , essa
indemnização pode ser feita de 3 formas consoante as situações :

1. Reparação em espécie
2. Indemnização em sentido restrito
3. Satisfação em danos não patrimoniais (morais)

O estado é um sujeito base territorial: população mas que necessita de um governo,


não tem apenas sentido de poder executivo. Relativamente ao DI significa todos os
poder públicos do estado e portanto engloba poder judicial, legislativo, ordem politica e
jurisdicional do estado, não existe estado sem governo, ideia de efetividade do governo,
DI só reconhece governo capaz de assegurar segurança e bem estar da população e
cumprimento de tarefas do Estado- plano interno o governo deve ser capaz de assegurar
bem estar da população e no plano internacional assegurar os compromissos
internacionais do estado.

Singulariza relativamente a outros sujeitos: independência e


soberania:

Soberania: termos absolutos, mas agora termo relativo mas ainda significa que o estado
não se encontra nem orgânico nem juridicamente subordinado a outro sujeito de direito:
ausência de subordinação orgânica e jurídica do estado relativamente a outros sujeitos
de direito

Soberania ou independência embora nos possamos questionar se a soberania subsiste


quando os estados são membros de organização supranacional, pode subsistir-se mas
enfraquecida. Estado é soberano pois no seu território atua-se de forma plena , nenhuma
outra autoridade pode exerce poderes similares.

Presunção de licitude de atos estaduais: autonomia constitucional e politica do estado


isto é os estados são livres de escolher o seu regime político e social sem interferência
estrangeira: autodeterminação na vertente interna: principio da autodeterminação;

limitações na soberania: principio da proibição de recurso a força, dever de


cooperação: formulário negativos da soberania: submissão ao direito internacional

Plano interno estado exerce competências territoriais (todos os atos de autoridade


considerados claros no seu território) e pessoais (estado atribui sua personalidade as
pessoas coletivas etc, nacionalidade sobre nacionais e sobre cidadãos estrangeiros)

Relacionado com o estado: responsabilidade internacional do estado por atos


ilícitos (normas secundarias)

Normas primarias: são aquelas que consagram/impõe deveres de conduta aos


destinatários.
Normas secundarias :consagram deveres de conduta aos destinatários (estabelecem
consequências jurídicas para a violação das normas primarias, ligam certas
consequências jurídicas, ordem substantiva instrumental a violação das normas
primarias- consequências jurídicas que emergem da prática de um ato ilícito.

4 pressupostos da responsabilidade internacional do estado por


atos ilícitos- subjetiva:
1. A prática de um ato ilícito (quando viola ou por ação ou por omissão uma
obrigação internacional ao qual estava vinculado)estabelecido pelo DI: caracter
internacionalmente ilícito é estabelecido pelo DI
2. Nexo de imputação: ato ilícito tem de ser imputável ao estado, quando é
adotado por alguém, por um órgão que representa o estado
3. Ato ilícito causa danos a terceiros: responsabilidade internacional a conduta
tem de causar danos ou prejuízo no outro estado
4. Nexo de causalidade (é preciso estabelecer ligação entre conduta do estado
considerado ilícito e os danos sobrevindos) e preciso demonstrar que os danos
que ocorrem foram consequência do comportamento do estado

Incorrendo em responsabilidade internacional estabelece-se consequências


jurídicas

1. Consequência principal: quando um estado incorre em responsabilidade


internacional e se faz nascer nova relação jurídica entre vitima e o que causou
danos essa relação nova concretiza-se no direito subjetivo do ato vitima exigir a
reparação dos danos e no dever correlativo de um estado autor assegurar essa
reparação.
2. Dever de cessar a prática de um ato ilícito se se tratar de um nato ilícito
continuadi, atos perdurem
3. Prestar as garantias de não repetir esses atos ilícitos , são aquelas que no
caso concreta torna recomendáveis ou virtuosas
Como se efetua a reparação de danos? Deve passar por uma indemnização em sentido
amplo: tornar indemne só que essa indemnização em sentido amplo pode ser feito em
3 formas:

1. Restituito in integrum
2. Indemnização em sentido estrito: quantia pecuniária ao estado vitima
3. Satisfação adotada no casos dos danos não patrimoniais
4.

Como se efetua a reparação de danos?


Deve passar por uma indemnização em sentido amplo: tornar indemne, só que essa
indemnização em sentido amplo pode ser feito em 3 formas:

1. Restituito in integrum: deve ser essa a modalidade de danos adotada- aquilo em


que direito chamamos a reposição da situação atual hipotética- situação que teria
existido se o ato ilícito não tivesse acontecido. Se o ato ilícito foi injusta
proferida por um tribunal interno para com um cidadão estrangeiro dará numa
anulação dessa decisão, se foi ato expropriativo da propriedade de um cidadão
de outro estado, terá de ser reparado desse ato administrativo. Por vezes não se
afigura a restituo in integrum pois há danos irreversíveis, se morre alguém não e
possível a restituo in integrum. Outras vezes a restitutio e possível mas revela-se
excessivamente gravosa para o estado autor ilicito, onerosa para o autor do ato
ilícito, podem as vantagens retiradas do estado vitima com a restituto in
integrum não serem de modo a compensar os prejuízos que tem resultado da
mesma forma de reparação, revelando-se desproporcional. Se for demasiada
gravosa temos de optar por outra modalidade:
2. Indemnização em sentido estrito: quantia pecuniária ao estado vitima. reparação
por equivalente: atribuição de uma quantia em dinheiro ao estado vitima de
maneira a restituir lhe os danos causados: valor equivalente a restituo in
integrum . Depois sobrevem dificuldades ao calculo da indemnização: TI :
calculo da indemnização deve ser coberto os danos emergentes e os lucros
cessantes (vantagens que o estado vitima deixa de auferir ao longo do tempo em
resultado dos atos ilícitos), a indemnização não pode recobrir apenas os danos
emergentes. Só poderá abranger por referencia ao presente

Passiveis de indemnização em sentido estrito: são os chamados danos economicamente


valoráveis : danos causados diretamente ao estado por exemplo danos causados ao
território estadual, aos seus edifícios, as suas infraestruturas, aos seus bens , instalações
diplomáticas, navios, etc.

Danos indiretos: danos causados aos seus nacionais

Satisfação adotada no casos dos danos não patrimoniais : modalidade de reparação


que se adota de danos não patrimoniais, pode tratar-se pedido oficial de desculpas ,
retratação publica , imposição de sanções internamente ao agente do estado que em
concreto praticou o ato ilícito, satisfação pode andar associada a outras modalidades de
reparação, nada impede que a satisfação esteja associada a 1 e 2.

Se os efeitos perdurarem no tempo e a outra é a :

prestação de garantias de não repetição do ato ilícito: não estão específicas em texto
internacional, serão aquelas que as circunstancias tornem apropriadas- aparentemente
estão reunidos todos os pressupostos da responsabilidade internacional, conjunta para
que um estado incorra em responsabilidade internacional mas há uma circunstancia que
vão impedir que acerca da conduta de estado se forme um juízo de ilicitude então inibe
uma formulação de responsabilidade:

Há fatores que excluem a ilicitude do estado:

Causas de exclusão da ilicitude:


1. Consentimento: significa uma permissão ou uma autorização concedida pelo
estado vitima a prática do comportamento ilícito por parte do estado autor:
acordo entre ambos os estados através do qual de outro modo seria ilícito , para
o consentimento efetivamente ter virtualidade de excluir a ilicitude do
comportamento , para poder funcionar como causa de exclusão e preciso que
obedeça a certos requisitos :

consentimento prestado sem vícios ou irregularidades, tem de ser consentimento claro e


inequívoco, sem consentimentos presumidos,

o consentimento tem de ser imputável a estado, não pode haver duvidas que foi o estado
que prestou validamente, para isso e necessário que ele tenha sido exteriorizado por um
órgão que representa o estado, que atua em nome do estado, só assim será imputável,
só opera dentro dos limites temporais e substantivos em que o estado vitima o tenha
definido

É irrelevante o consentimento eventualmente prestado para a prática de um ato que


signifique a violação dos ius cogens (principio fundamental do direito internacional)

2. Legitima defesa: artigo nº 51 , o estado pode usar a força em legitima defesa se


antes tiver sofrido força armada: recorrer a força é um ato ilícito , quando a
utilização da força é para reprimir um prévio ataque armado, deixa de ser ilícito.
Funcionado como causa de exclusão da ilicitude mas rem de obedecer ai
principio da proporcionalidades, tendo de a defesa ser proporcional ao ataque.
3. Contramedidas: prática atos ilícitos da aso a reações centralizadas institucionais
(das OIS) e a reações descentralizadas ou unilaterais mas podem ser reações
descentralizadas ou unilaterais, é nas unilaterais que se usa as contramedidas:
reações aos atoa ilícitos adotadas unilateralmente pelos estados, nomeadamente
pelo estado vitima com mecanismo de autotutela de direitos, admite-se pis os
mecanismos de heterotutela não estão suficientemente aperfeiçoados

Resposta admitida pelo DI das ilicitudes:


Retorções o atos inamistosos, mas lícitos

As represálias são atos hostis mas ilícitos, ilicitude afastada em virtude de constituírem
uma resposta a um ato ilícito prévia e mais grave (incumprimento de um tratado que
estava em vigor mas se for medida de represália essa ilicitude é afastada

4. Força maior ou caso furtuito: casos em que um estado se vê impossibilitado de


cumprir o DI por ação de uma força irresistível ou de um acontecimento
totalmente imprevisto que não lhes deixam margem de atuar de outra forma,
materialmente impossibilidade de cumprir convenção internacional.
5. Perigo extremo: casos em que agentes do estado violam o poder internacional
de uma determinada situação , viola uma obrigação internacional por ter sido
essa a única maneira que ele encontrou para salvar a sua vida e avida de pessoas
que estão sob a sua responsabilidade , existia a possibilidade de escolher entre
dois caminhos
6. Estado de necessidade: causa de exclusão de ilicitude que mais relutam em
aceitar, trata-se de perigo /ameaça que põe em causa a própria existência de um
estado, enquanto entidade soberana, ameaça a sobrevivência do estado, a única
forma de afastar esse perigo ºe violar o direito internacional, sobrevivência do
próprio estado. E preciso que a violação seja a única forma de afastar essa
ameaça , preciso que não haja outra alternativa , que não seja afetado o interesse
do outro estado. A atuação em estado de necessidade não viole a atuação do ius
ciogens e que essa situação de estado de necessidade não tenha acontecido pela
conduta negligente do estado que agora se pretende prevalecer dessa situação.

Responsabilidade internacional objetiva: atos lícitos ou sem culpa . E uma


responsabilidade advinda de atividades não proibidas pelo DI. Existe apenas situações
pontuais e esta ligado ao progresso cientifico e tecnológica: estado desenvolver
atividades que são licitas , que o DI não proíbe mas que são intrinsecamente perigosos:
na teoria do risco que se baseia. Responsabilidade objetiva. Quem retiras vantagens de
certa atividades, deve suportar os onus correspondentes:

1. Utilização pacifica de energia nuclear


2. Exploração marítima de substancias radioativas
3. Transporte de hidro carbonos
4. Danos causados por engenhos espaciais

Dois casos que podem levar a responsabilidade objetiva:


1. Atos de funcionários do estado , praticados ultravires: se um funcionário atua
contra as suas competências cessa de existir o vinculo entre o estado e aquela
pessoa. Pode ser culpado o estado
2. Poluição transfronteiriça: quando estado causa danos transfronteiriços pode não
ter praticado ato ilícito mas são causados danos ao estado vizinho, vai responder
de forma objetiva

Nexo de causalidade entre a conduta do estado e os danos que se produziram, há poder


de reparação

Outros sujeito de DI: organizações internacionais:


ONU com especial atenção

Considerações genéricas das OI: associações de estados com carta constitutiva, sujeitos
derivados de DI, criados pelo sujeitos primários com um tratado. Nas OIS tem órgãos ,
estrutura organiza própria com caracter de permanência. Habitualmente essa
estruturas orgânica é tripartida: 3 tipos de órgãos:

1. Órgão plenário: no qual tofos os estados membros participam


2. Órgão com composição mais restrita, com alguns estados membros
3. Órgão com carácter administrativo

Personalidade jurídica é ser titular de direitos e poder exerce los e ter obrigações daí
surgem corolários

OIS com personalidade jurídica interna porque não são sujeito base territorial, não
dispõe de território e portanto tem de celebrar com vários estados membros acordados
de instalação, tem de estar sediadas: dispõe de personalidade jurídica interna.

Podemos classifica-las à luz de vários critérios:

Estrutura jurídica das instituições internacionais : intergovernamentais ou


supranacionais

Intergovenamentais/interestaduais: são organizações em que os estados membros não


abdicam de parcelas da sua soberania em favor da organização. Os órgãos destas são
compostas por representantes dos governos dos estados membros, estão la para defender
interesses do seu estado: onde tem primazia o interesse nacional sobre o interesse geral,
entre estas estabelecem se relações horizontais de cooperação.

Reflete-se em vários planos, nomeadamente em relação aos órgãos, em votação: regra


da unanimidade- só se tomam decisões se todas forem de acordo, há estados com direito
de veto- salvaguardar o interesse nacional, se estiver em preparação algo que em que se
constitua ameaça esse estado votará contra. Também não tem poderes para adotar atos
dotados de aplicabilidade direta (possibilidade de atingir de forma direta a esfera
jurídica dos cidadãos - atos que se aplicam diretamente aos indivíduos sem interposição
dos indivíduos

Supranacionais supraestaduais: constituídas por órgãos compostos por verdadeiros


funcionários internacionais: pessoas que estão na organização não propriamente a
defender os interesses do estado da sua nacionalidade mas sim interesses gerais da sua
organização , que devem atuar com imparcialidade em relação aos estados de origem

Regra da maioria cada estado por si só não consegue influenciar a votação

Organizações que tem estados dotados de aplicabilidade direta

Organização das nações unidas: olhando sobretudo aos princípios em que se baseia o
posicionamento da ONU, aos seus órgãos principais, competências e procedimento
deliberativos: no Final 2ª guerra o objetivo era manutenção da paz e segurança: objetivo
primordial e opara isso e instituído um sistema e segurança coletivo :ataque a um é um
ataque a todos: A carta baseia-se em principio fundamentais , igualdade soberana dos
estados , a não ingerência, proibição de recurso a forca, principio da cooperação da boa
fé, etc.

Objetivo principais da ONU logo no artigo 1º da carta das nações unidas:

Quais os órgãos principais da ONU:

1. Assembleia geral: é o órgão plenária das nações unidas e composto por todos os
membros das nações unidas que são quantos? 193 membros, todos assentes na
assembleia geral. Órgão plenário de democracia direta, pode discutir : sejam
diretamente submetidos ao plenário - Assembleia geral tem competência
genérica , pode deliberar sobre qualquer assunto mas em matéria que tenha a ver
com preservação da paz e segurança da paz o conselho tem primazia, quando
conselho esta a apreciar questão que contende com paz e segurança a segurança
deve abster se de adotar qualquer deliberação, enquanto o conselho de segurança
tiver a de liberdade a assembleia não se pronuncia . No âmbito da competência
genérica a assembleia geral só pode adotar recomendações portanto atos que não
rem força jurídica obrigatória, não impõe comportamento nomeadamente aos
estados membros. Há conjunto de matérias / competência especifica da
assembleia geral em que ela já pode adotar atos vinculativos ou decisões com
competências orçamentais
2. conselho de segurança: 54 membros que convertem o conselho económico
social num órgão demasiado pesado pouco ágil , as competências são de tal
maneira amplas que identificam mais por exclusão que inclusão: conselho
económico social e mais competente,
3. conselho económico e social:
4. conselho de tutela : conselho de tutela :foi um órgão pensado para que as
nações Unidas pudessem supervisionar a administração de territórios sobre
tutela internacional, cujas populações não tinham autodeterminação então
transitoriamente estão sujeitos a uma administração externa, nomeava potencia
administrante para esses territórios e essa administração ficava sujeita
supervisão do controlo das nações unidos através do conselho de tutela:
fiscalizar a administração desses territórios não autónomos em transito para a
independência, o último território internacional sobre tutela deixou de estar. Este
regime já nos anos 90 do seculo 20 , que já a quase 30 anos que o conselho de
tutela não existe no papel de modo que vamos olhar os ouros 5 órgãos das
nações unidas dando mais importância ao TIJ e ao conselho de segurança
5. secretariado : Só que este secretariado das nações unidas não é só
administrativo, secretario geral ?

6. tribunal internacional de justiça


Conselho de Segurança: trata-se de um órgão composto por 15 membros, que reflete a
democracia representativa, sendo 10 membros não permanentes, são eleitos para o
mandato durante dois anos, segundo um critério equitativo, não podendo ser eleito
novamente imediatamente para o mandato seguinte, ou seja, o mandato não pode ser
sucessivo; e 5 membros permanentes – Rússia, EUA, Reino Unido, França e China.

A sua principal responsabilidade incide na manutenção da paz e da segurança


internacional, nesse âmbito, perante uma situação capaz de pôr em causa o seu objetivo
fundamental, terá de qualificar a situação concreta de acordo com uma de três
possibilidades: com situação de ameaça, situação de rutura da paz ou um ato de
agressão. Dispõe de medidas provisórias (sob a forma de recomendações), ou sanções
não militares para o Estado que tenha violado um direito internacional (medidas de
caráter diplomático ou económico, preponderando as últimas), ou como última rácio,
medidas de caráter militar.

O sistema de segurança coletiva assenta numa lógica de imposição de medidas para os


Estados-membros. Para o Conselho de Segurança adotar estas medidas, mesmo que não
estejam em causa as situações mencionadas, delibera por maioria qualificada de 9 voto.
Difere mediante a natureza da questão for meramente processual/ procedimental (nove
votos quaisquer que eles sejam, membros permanentes ou não permanentes) ou material
(para uma resolução ser adota, tem que estar incluídos os votos de 5 membros
permanentes, ou seja, dispõe do direito de veto – o poder de paralisar a tomada de
decisão).
O sistema do duplo veto – quando há dúvidas sobre a natureza da questão discutida, se é
uma questão processual ou material, torna-se necessário qualificá-la, através de uma
votação preliminar; o ato de qualificação é em si mesmo considerado uma questão
material, portanto os membros permanentes podem exercer o seu direito de veto. Um
membro pode ser contrário a que uma questão seja qualificada como meramente
processual e, posteriormente, aquando da discussão desta questão, dispõe da
possibilidade de impedir que uma determinada resolução seja adotada.

Tribunal Internacional da Justiça: tem sede na Haia, composto por 15 juízes, de


forma a estarem representados os principais sistemas jurídicos do mundo e exerce dois
tipos de competências: consultiva (traduz-se na emissão de pareceres consultivos, pelo
Conselho de Segurança ou Assembleia Geral, bem como outros órgãos e organismos
autorizados) e contenciosa (profere sentenças ou acórdãos, só os Estados podem ser
partes em ações, não tem outros sujeitos de direitos internacionais, no entanto, o Estado
pode exercer a proteção diplomática dos cidadãos).

O funcionamento do TIJ baseia-se no princípio do consentimento, isto é, os Estados só


submetem os seus conflitos ao julgamento se para isso derem a sua autorização, a
aceitação ocorre quando já existe o conflito ou previamente e independentemente de
qualquer conflito.

Se já existir conflito:

 Acordo expresso (acordo especial): as partes envolvidas no litígio aceitam


recorrer ao TIJ.
 Forum progoratu: é uma forma tácita de aceitação da competência jurisdicional
do TIJ para a resolução do conflito. Os Estados A e B em conflito e não
celebram acordo especial, as o Estado A intenta uma ação contenciosa; o estado
B, voluntariamente, comparece ao TIJ para apresentar a sua contestação; se isso
ocorrer, o TIJ compreende que o Estado B tacitamente aceitou a sua
competência para julgar o caso.

Se ainda não houver conflito:

 Consentimento convencional: uma convenção bilateral ou multilateral sobre a


solução pacífica de conflitos, nos termos da qual hipotéticos conflitos futuros
entre as partes nessa convenção serão submetidos ao TIJ, os Estados-parte numa
qualquer convenção internacional inserem uma cláusula de sujeição ao Tribunal
de Conflitos relativos a interpretação ou aplicação da convenção.
 Consentimento unilateral: trata-se da subscrição, de cada estado que seja parte,
da clausula facultativa de jurisdição obrigatória (art. 36.º/2 ETIJ) – prevê a
jurisdição obrigatória do TIJ relativamente aos Estados que a subscrevam. A
subscrição é feita através de uma notificação, enviado ao secretário geral das
Nações Unidas, mas uma vez subscrita, a jurisdição do TIJ passa a ser
obrigatória. Por vezes, é feita com reservas temporais e/ou substantivas, é
preciso que haja um encontro dos dois consentimentos unilaterais para que o TIJ
possa julgar o conflito entre esses dois conflitos a luz desse mecanismo.

As instaurações das ações podem ser de duas maneiras: através de notificação do acordo
especial caso tenha sido através desse mecanismo, ou através de uma petição (pedido)
escrita dirigida ao escrivão nas restantes situações, que devem estar limitado ao objeto
da controvérsia.

A ação contenciosa divide-se em duas partes: escrita (apresentadas ao tribunal as


chamadas memórias, contra-memórias e, eventualmente, a réplica. Destina-se a
produção da prova, o tribunal goza dos poderes instrutórios, pode realizar, inquéritos,
vistorias e visitas aos locais) e oral (em audiência de julgamento, onde participam os
agentes/representantes do Estado, assessorados por consultores e advogados; o tribunal
pode ouvir testemunhas e peritos). Após os debates, o tribunal vai reunir-se para
deliberar e a decisão é proferida por maioria dos juízes presentes.

Princípios processuais:

 Princípio da igualdade das partes e do contraditório


 Princípio da publicidade das audiências – em princípio são públicas
 Princípio da fundamentação da decisão
 A eficácia das decisões do TIJ é limitada as partes que estiveram em juízo e aos
casos que estão sob apreciação – não há uma obrigatoriedade de precedentes
judiciais, ou seja, não está vinculado as suas decisões anteriores.
 Não há recurso das decisões do tribunal, no entanto, há a possibilidade de pedir
ao tribunal para clarificar o acórdão (pedido de aclaração da sentença); ou o
pedido de reabertura do processo, que pode acontecer caso haja a descoberta de
um facto novo e desconhecido às partes e ao tribunal, de caráter decisivo,
suscetível de levar a uma alteração da decisão que foi tomada, o
desconhecimento não pode ficar a dever-se a negligência da parte, sujeito ao
prazo de 6 meses após ter tido conhecimento dele e menos de 10 anos após a
sentença (art. 36.º a 60.º ETIJ).
Os incidentes processuais podem ser de três tipos:

1. Exceções preliminares: é o mecanismo através do qual o Estado demandado


contesta a competência do TIJ para julgar o caso concreto. É o próprio tribunal
que decide se é ou não competente, ou julga improcedente a exceção preliminar
e a ação segue o seu curso normal, ou julga procedente e o processo termina.
Deve ocorrer no início do processo. Os argumentos utilizados pelo Estado
demandado devem ser a:
a. ratione persona: se o Estado demandado entender que não está a ser respeitado,
em concreto, o princípio do consentimento.
b. ratione materiae: em razão da matéria, natureza do pedido.
c. ratione temporis: em razão do tempo.
d. inadmissibilidade do pedido, por falta de interesse em agir, isto é, pode o
Estado demandado vir a alegar que não existe da parte do Estado demandante
interesse em fazer prosseguir o processo, o pedido não deve ser admitido pelo
tribunal.

1. Medidas provisórias ou conservatórias (cautelares ou de proteção interina):


periculum in mora, há dois requisitos - iminência de um risco irreparável e risco
efetivo de agravamento de conflito.
2. Incidente da intervenção: quando um Estado terceiro, alheio ao processo,
solicita ao tribunal intervenção, por recear que a decisão que o tribunal vai
proferir possa afetar um interesse ou direito que é titular.

Principio da proibição de uso a força: artigo 2º/4º - processo de consagração


culminou com a carta das nações unidas. Decorre o dever de solução pacifica de
conflitos. Artigo 2º e 33º carta das nações unidas.

Possibilidades que se abrem aos estados para solucionar pacificamente os


conflitos:

 Autossolução: são os próprios estados envolvidos no conflito que irão alcançar


uma solução pacifica para ele, por si mesmo ou por influencia de terceiros. -
métodos político-diplomáticos:
1. Negociação: distingue-se dos restantes porque não há intervenção de terceiros,
único método. através de conversações procurarão chegar a uma resolução
pacifica- conversações diretas que poderão estar ou não sujeitas a condições
prévias. Face a um conflito já existente ou a sua previsível ocorrência. Método
consuetudinário, corresponde a um grau mínimo.
2. Bons ofícios e a mediação: Necessária a intervenção de terceiros, poderá ser
com uma convenção internacional ou qualquer outro órgão com poder moral e
jurisdicional para tal. Possuem carácter costumeiro ou consuetudinário. A
diferença entre bons ofícios e mediação tem a ver com a intervenção de
terceiros. Nos bons ofícios o terceiro vai apenas promover o encontro entre as
partes, vai ajudar a reatar as conversações entre elas e remete-se a um papel
pacifico, não chega a intervir nas soluções. Já na mediação o terceiro é mais
interventivo, vai participar nas negociações e vai fazer propostas de solução.
3. Inquérito/conciliação: não tem carácter consuetudinário, necessário acordo
especial que vai determinar a constituição de um órgão colegial com 3
personalidades ou mais e vai averiguar, investigar os factos que estão na origem
do conflito, vai elaborar um relatório que é apresentado as partes e esses Estados
depois irão dar o destino que der em face desse relatório, atuarão ou não em
conformidade, quem soluciona são as partes. Estes inquéritos eram encarados
como não usar a força pela parte dos Estados. Necessária a intervenção de
terceiros, poderá ser com uma convenção internacional ou qualquer outro órgão
com poder moral e jurisdicional para tal. Hétero solução: será um terceiro a
resolver o conflito, a ditar a solução para o conflito. (tribunal: tribunal judicial
permanente, ou tribunal arbitral. A conciliação fica a meios entre os inquéritos e
solução jurisdicional, tem alcance mais vasto , mais amplo do que o inquérito
internacional mas fica aquém da solução jurisdicional, pressupõe também órgão
colegial e agora se designa por comissão de conciliação, 3 ou 5 ou mais, em 1º
vai fazer o mesmo que a comissão de inquérito (investigar os factos na origem
do conflito) e depois numa segunda parte vai aplicar o direito internacional a
esses factos, dizer qual a solução para o conflito com o direito aplicado e com as
normas de dip, uma mera proposta, a solução do conflito vai ser feito com as
partes. Métodos jurisdicionais:
1. Solução judicial:
2. Solução arbitral: expressão numa justiça desinstitucionalizada , porque são
criadas pelos estado com vista a solucionarem um conflito. Existe compromisso
de arbitragem em que estão identificados os estados que se encontram em
litigio , e definido o objeto controverso, o direito aplicado, etc. juízes que
integram o tribunal , caso extravasem os limites que estão definidos anula a
sentença. A nulidade da sentença será submetida a uma nova arbitragem ou ate
ao tribunal internacional de justiça. Sentenças arbitrais não aberta a recurso mas
há possibilidade de fazer um pedido de declaração da sentença, possibilidade
solicitar a reabertura do processo quando descoberto um facto novo ou então que
o tribunal proceda a correção de erros materiais, erros flagrantes. Há um tribunal
chamado tribunal permanente de arbitragem : é também arbitral com
constituição dos estados mas há algo que é permanente nesse tribunal- a lista
internacional de juízes árbitros pela qual os estados poderão recorrer com
pessoas altamente qualificadas para tal cargo. Secretariado: que constitui termos
logísticos, um suporte cómodo para estados, modelo de regras processuais a
observar, a cumprir pelo tribunal, tentativas de institucionalização, como se
constitui em concreto este tribunal para um conflito? Cada um deles vai a lista
internacional de juízes árbitros e dela escolhe 2 juízes árbitros e desses 2 pode
ser um deles da sua nacionalidade, 4 juízes que depois nomeiam um 5º que irá
decidir

Possibilidades , formas que os estado tem ao seu dispor para submeter um


conflito para um tribunal arbitrar:

1. Convenção de arbitragem: acordo entre 2 ou mais estado prevendo


possibilidade seus conflitos futuros serem submetido a um tribunal arbitral, com
termos previstos nessa mesma convenção
2. Cláusula arbitral: numa qualquer convenção internacional, há possibilidade
numa qualquer convenção , os estados parte inserirem uma cláusula segundo a
qual será um tribunal arbitral a resolver os conflitos que surjam acerca da
interpretação ou aplicação dessa convenção internacional.
3. Compromisso arbitral: ao contrário dos dois primeiros em que ainda não há
conflito, este é quando já há conflito, acordo internacional que prevê a sua
submissão a um tribunal arbitral. Mas como não existem , a partida tem de se
defina o modo de constituição de um tribunal, quais vão ser os juízes, o objeto
controverso, o direito aplicado, as regras processuais, o vencimento dos juízes a
auferir

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