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Direito Internacional

- Sociedade Internacional = É o conjunto de sujeitos internacionais. Na


perspectiva de sociedade internacional, os países se unem visando alcançar metas
comuns para a humanidade. Tais como defesa da paz, estabilidade das relações
internacionais, segurança territorial, solução pacifica de conflitos e cooperação entre
os povos.
“A sociedade internacional é o conjunto de sujeitos
internacionais que se unem a fim de alcançar metas comuns. Como,
a paz entre as nações, resolução de conflitos de forma harmoniosa,
cooperação entre os povos etc.”
Tento como principais características: Caráter universal, pois
engloba todas as nações, caráter heterogênea, mediante a diferentes
culturas e tradições entre os povos e decentralizada, não possuindo
um poder central.”

 O Direito internacional se divide em:

- Direito Público = Ramo do Direito que estuda as relações jurídicas da


sociedade interna (Estados soberanos, Organismos internacionais e os próprios indiv.
os) como um conjunto de princípios e regras jurídicas (convencionais/ redigidas
pela autonomia da vontade das partes convencionais ou costumeiras).
Conjunto de regras e princípios, visando regular a ação da sociedade
internacional (Estados, Organizações e Indivíduos).

“O Direito Público é o ramo do Direito que estuda nas


relações jurídicas da sociedade interna, composto de princípios e
regras jurídicas. Sua aplicação se dá de forma direta.”

Trabalha com as normas internacionais


Suas normas possuem aplicação direta, pois será aplicada diretamente no
indivíduo.
Relacionamento entre as nações.

- Direito Privado = Conjunto de relações, normas e princípios que regem as


relações entre particulares na ordem internacional:
O direito privado é composto pelas normas de direito interno de um Estado,
que explicam como ele se posicionará frente a alguma relação jurídica que apresente
um elemento internacional.

“O Direito Privado, atua nas relações privadas de ordem


internacional, sendo composto pelas normas internas do Estado, que
estabelecem sua posição perante as relações jurídicas de caráter
internacional, a fim de trazer segurança jurídica. Possui aplicação
indireta.”

Quando há um conflito de leis devido a uma relação jurídica de conexão


internacional, ou seja, quando um brasileiro estabelece uma relação jurídica com um
estrangeiro, é preciso buscar solucionar este conflito, afim de trazer segurança
jurídica.
Assim sendo, o Direito Internacional busca solucionar estes conflitos de leis
decorrentes as relações jurídicas de conexão internacional. Sua função é nortear qual
o Direito aplicado (Brasileira, estrangeira ou outras leis).
Trabalha com as normas nacionais e internacionais (Está vinculada não
somente a uma jurisdição envolvendo relações jurídicas do brasil, mas também a de
outros países).
Principalmente fonte é a LINDB.
Suas normas possuem aplicação indireta ou indicativas, pois indicam qual
norma deverá ser aplicada.

- Regra: PJ x PJ / PF x PF / PJ x PF
- Exceção: Estado Soberano X PJ / ES x PF

Atos de Gestão X Atos de Império


a-) os atos de Gestão é quando o Estado soberano se submete as leis do país
estrangeiro. Exemplo, a China alugar uma propriedade no Brasil, precisará se
submeter as leis de locação brasileiros, deixando de lado sua soberania.

b-) os atos de Império é quando prevalece a lei estrangeira, pois é revestida de


imunidade diplomática (considerado um território neutro, como se naquela região fosse
uma extensão do país estrangeiro).

Introdução:
O agrupamento de seres humanos ocasionou a criação de comunidades com
laços espontâneos e subjetivo, que mais tarde, descobrem outras comunidades
espalhadas pela terra. Logo, surge a necessidade de coexistência entre elas.
Nesta forma, a civilização passa a ter constantes metas de luta contra a
dificuldades dessa coexistência. Infelizmente, entre povos com características
diferentes (cultura, religião, etc.), não se vislumbra um vínculo espontâneo e subjetivo
de identidade capaz de unir os sujeitos que as compõem.
Por isso, desde o momento em que o homem passou viver em sociedade,
tornou-se necessário a criação de determinadas normas de conduta, a fim de reger a
vida em grupo. Harmonizando e regulamentando os interesses mútuos.
Ultrapassando fronteiras territoriais da sociedade representada pela figura do
Estado. O Direito transcende os limites territoriais da soberania estatal rumo a criação
de um sistema de normas jurídicas capaz de coordenar vários interesses estatais
simultâneas. De forma a poderem, os Estados, em seu conjunto, alcançar suas
finalidades e interesses recíprocos.
(Livro: Curso de Direito internacional público – Valéria)
Ao longo do último século, principalmente, notou-se uma progressiva expansão
do âmbito de alcance do Direito Internacional. O seu objeto se expandiu, portanto,
para incluir questões e temáticas não originalmente afetas à sua abrangência. Deixou
de tratar apenas de questões de guerra e paz e comércio, passando a adentrar arenas
como meio ambiente, direitos humanos, saúde, meios de comunicação e transporte,
questões monetárias e financeiras, terrorismo, crime organizado, entre tantas outras.
- O âmbito de matéria e alcance se tornou mais complexos

PRINCIPIOS DO DIREITO INTERNACIONAL

1-) Soberania: O Estado é soberano em relação a interesses particulares


- Soberania Interna: Corresponde à supremacia que os Estados têm em
relação ao seu território e à sua população.
- Soberania Externa: Diz respeito à independência em relação a autoridades
externas.
- Art.1° CF, Inciso I

2-) Autodeterminação dos povos: confere aos povos o direito de autogoverno


e de decidirem livremente a sua situação política, bem como aos Estados o direito de
defender a sua existência e condição de independente.
- Carta ONU Art.1°
- Art.4°CF
- Existem diversos requisitos formais para o reconhecimento de um novo
Estado, o qual deve possuir: Território bem definido, População permanente, Governo
ou capacidade de exercício efetivo de autoridade sob aquela população naquele
território

3-) Solução pacífica de conflitos: Todo conflito internacional deve ser


mediado da maneira mais adequada. Resolvendo os conflitos pacificamente
prevenindo situações que possa prejudicar os povos.
- Art.4°CF

4-) Coexistência: Nenhum país é superior que o outro. Não há uma hierarquia
entre as soberanias. A relação deve ser horizontal, no mesmo plano.
- Art.4°CF

5-) Cooperação: Ato de mútua ajuda entre duas ou mais Estados-Nação para
a finalidade de um objetivo comum.
- Art.4°CF

6-) Solidariedade: Correlação entre os pais especialmente em temas como


Direitos Humanos e meio ambiente. Ato de compreensão.

Obs.
- Teoria Voluntarista (Teoria da Obrigatoriedade do Direito Internacional):
Teoria que prevalece no Direito brasileiro, de modo que, um pacto, tratado ou
convenção internacional tenha validade no Brasil é preciso que passe por processos
de internalização.
É baseado no princípio da autonomia da vontade, é de escolha do Estado
aceitar ou não um tratado, pacto e convenção internacional.
Porém, ao aceitar, deve obrigatoriamente cumpri, como se lei fosse (obrigação
jurídica).
Pacta sunt servanda é um termo em latim que significa “os pactos devem ser
cumpridos”. Representa o princípio da força obrigatória dos contratos, que diz: se as
partes estiverem de acordo e desejarem se submeter a regras estabelecidas por elas
próprias, o contrato obriga seu cumprimento como se fosse lei.
Na teoria objetivista, prega a obrigatoriedade de aceitação das normas ou
tratados internacionais. Prevê a existência de princípios e normas superiores aos do
ordenamento jurídico, os quais teriam prevalência sobre as vontades e os interesses
dos Estados. (Direito Natural)

Direito Interno X Direito Internacional

a-) Interno: É aquele estabelecido dentro de uma comunidade política


nacional. Aplicável às situações públicas e privadas de âmbito interno do Estado
b-) Internacional: Regula as relações entre os Estados, e apenas entre os
Estados iguais. Relações externas, entre sujeitos de direito internacional.

Uma fonte de Direito Internacional não poderá, jamais, criar regras de Direito
Interno, da mesma forma que uma regra de Direito Interno não poderá criar Direito
Internacional. As fontes do Direito Internacional não poderão jamais substituir as
do Direito Interno, que devem agir por elas próprias.

- Com os séculos XIX e XX, ganham importância as organizações


internacionais, entendidas como sujeitos de Direito Internacional independentes dos
Estados que as compõem.

Soberania Externa X Soberania Interna


Corresponde à supremacia que os Estados têm em relação ao seu território e à
sua população.
Diz respeito à independência em relação a autoridades externas.

FONTES DO DIREITO INTERNACIONAL

As fontes formais do DI são divididas entre escritas e não escritas, além do


que, por não ser um rol demonstrativo, somente exemplificativo, é possível o
surgimento de novas fontes e outros artigos de outros ramos do Direito.
O art.38 da CIJ determina três fontes principais, porém há novas fontes (como
a analogia), fontes auxiliares (Doutrina e Jurisprudência) e ademais (CF - Leis)
- Não há hierarquia entre as fontes.
Obs. A CIJ (também chamada de corte de Haia e Tribunal de Justiça) é o
principal órgão jurídico, na qual juízes de diferentes nacionalidades, representantes de
diversas culturas e tradições jurídicas se unem nos Países Baixos para decidir sobre
as mais diversas controvérsias surgidas entre os países ao redor do mundo. Foi
criada, junto a ONU na pós segundo guerra mundial, substituindo a liga das nações.
É importante advertir que a CIJ não se confunde com o Tribunal Penal
Internacional (TPI), que também tem sede em Haia, mas é voltado para o julgamento
de indivíduos; enquanto a CIJ é voltada para a solução de disputas entre Estados.
O TPI não é órgão da ONU e está restrito ao julgamento de indivíduos por
crimes de guerra, crimes contra a humanidade, crime de genocídio e crime de
agressão. Ele é complementar às jurisdições penais nacionais e julga pessoas
responsáveis pelos mais graves crimes de natureza internacional (artigos 1° e 5° do
Estatuto de Roma).

As fontes auxiliam e norteiam as decisões jurídicas do Direito


Internacional na resolução de conflitos. Tratar das fontes do Direito é tratar da
forma pela qual é possível dar origem ao Direito.

 Direito Internacional Art.38 CIJ (Corte Internacional de Justiça):

Conforme o art. 38 do Estatuto da Corte Internacional de Justiça (CIJ), de


1920, são fontes do Direito Internacional:
- As convenções internacionais;
- Os costumes internacionais;
- Os princípios gerais do Direito.
A doutrina e a jurisprudência são meios auxiliares, não constituindo fontes em
sentido técnico.

- A CIJ é competente para julgar litis da ONU – Órgão Jurisdicional da ONU.


- Também chamado como Tribunal de Justiça
- Foi criada pela ONU no contexto de pós segunda guerra, substituindo a Liga
das Nações.

 Direito brasileiro Art.1° e Art.4° CF

- Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos


Estados e Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de
Direito e tem como fundamentos:
I - A soberania;

Art. 4º A República Federativa do Brasil rege-se nas suas relações


internacionais pelos seguintes princípios:
I - Independência nacional;
II - Prevalência dos direitos humanos;
III - autodeterminação dos povos;
IV - Não-intervenção;
V - Igualdade entre os Estados; (coexistência)
VI - Defesa da paz;
VII - solução pacífica dos conflitos;
VIII - repúdio ao terrorismo e ao racismo;
IX - Cooperação entre os povos para o progresso da humanidade;

1-) Leis

1.1-) CF/88 + Bloco de Constitucionalidade


- Bloco de constitucionalidade engloba não apenas as normas formalmente
constitucionais, mas todas aquelas que versem sobre matéria constitucional,
alcançando, assim, a legislação infraconstitucional (como o TIDH Tratado Internacional
de Direitos Humanos).

a-) ordinárias: leis comuns, passando pelo quórum de aprovação de metade


relativa. A lei ordinária possui caráter residuais, ou seja, todas as funções que não são
reservadas às leis complementares, são estabelecidas pelas leis complementares. A
lei ordinária exige apenas maioria simples de votos para ser aceita

b-) complementares: São as leis excepcionais.


A lei complementar tem seu campo de atuação determinado na Constituição
Federal de forma taxativa, suas funções estão expressas na CF. Seu quórum de
aprovação de maioria absoluto.

c-) medidas provisórias: Normas com força de lei editadas pelo presidente da
república com duração de 90 dias e se prorrogadas, mais 90 dias. Podendo ser
adotadas mediante relevância e urgência.

d-) lei delegada: Possui força de norma ordinária. O presidente da república


solicita ao congresso para que seja delegada a competência para legislar sobre
determinada matéria.

e-) decretos: Internalizam os tratados internacionais. Competência do


Presidente da República. Geralmente são utilizados para realizar nomeações ou
determinar a execução de dispositivos legais.
- Autônomos
- Regulamentar
Art. 84. Compete privativamente ao Presidente da República:
IV - Sancionar, promulgar e fazer publicar as leis, bem como expedir decretos e
regulamentos para sua fiel execução
VI - Dispor, mediante decreto, sobre
a) organização e funcionamento da administração federal, quando não implicar
aumento de despesa nem criação ou extinção de órgãos públicos
b) extinção de funções ou cargos públicos, quando vagos;

Obs. Um projeto de lei é iniciado na câmara dos deputados, pois é a casa


iniciadora. Uma vez aprovada na casa iniciadora, ela é remetida para a outra casa,
que passa a ser conhecida como casa revisora, pois ela vai ‘revisar’ a decisão de
aprovação tomada pela primeira casa

 Fontes Auxiliares:

1.2-) Doutrinas
Vale principalmente as internacionais ao invés das estrangeiras.

1.3-) Jurisprudência
São as cortes brasileiras e internacionais

 Fontes Primárias:

2-) Tratados Internacionais:


A definição do tratado é encontrada na Convenção de Viena de 1969.
“Tratado' significa um acordo internacional concluído por escrito entre Estados
e regido pelo Direito Internacional, quer conste de um instrumento único, quer de dois
ou mais instrumentos conexos, qualquer que seja sua denominação específica [...].”
Segundo o Art.96 CTN, devemos respeitar os tratados como se lei fossem.
Art. 96.CTN - A expressão "legislação tributária" compreende as leis, os
tratados e as convenções internacionais, os decretos e as normas complementares
que versem, no todo ou em parte, sobre tributos e relações jurídicas a eles
pertinentes.

- Os tratados internacionais trazem maior segurança jurídica. São diversas


legislações devido a sua complexidade.
- Pacta sunt servanda

3-) Usos e costumes


Considerada a fonte mais antiga.
Não é escrito e ratificado. Os costumes ainda exercem um papel significativo,
em que é seguido até os dias de hoje por muitas nações.
- Prevalece a tradição, geralmente nos povos indianos, minorias éticas,
apátridas etc. Engloba os costumes culturais, religiosos etc.
- Possuem força de norma.

4-) Princípios gerais do Direito:


Apesar de difícil identificação são fontes autônomas. A própria "pacta sunt
servanda", a boa-fé e outras são exemplos. O fato de estarem previstos em tratados
não tira sua característica de princípios.
A convenção de Viena faz a diferenciação entre princípios gerais do direito e
princípios gerais das nações civilizadas (em tese, possuem melhor relacionamento
entre as pessoas).
Os princípios gerais do Direito reconhecidos nos mais diversos ordenamentos
jurídicos. Trata-se dos princípios gerais do Direito reconhecidos histórica, social,
normativa e atemporalmente nas práticas jurídicas

5-) Analogias
- Nova fonte do DI
São soluções eficientes para enfrentar o problema da falta de norma.
São decisões similares em casos concretos internacionais.

ART.38 CIJ – CARACTERISTICAS

1- Rol exemplificativo, ou seja, pode surgir novas fontes.


2- Os pactos são como se lei fossem (Pacta sunt servanda)
2.1- Autonomia da vontade (os Estados não são obrigados a aceitarem o
tratado, mas assim que o faz, tem a obrigação jurídica de cumprir).
3- Atos unilaterais dos Estados (Devem ser obedecidos sua soberania. Eles
podem tudo dentro de seu território em relação ao interesse privado)
3.1- Não cabe qualquer medida judicial

 Fontes Mediatas:
- Jurisprudência
- Doutrina
São aplicações indiretas e subsidiarias
- Dependem de norma regulamentadora para produzir seus efeitos

 Fontes Imediatas:
Não demandando a demonstração da sua juridicidade na Sociedade
Internacional, uma vez que já é reconhecido por esta enquanto tal.
- Tratados/ Pactos
- Costumes
São aplicações diretas e principais.
- No caso do Direito Internacional Público, a aplicação se dará por meio de
diálogos, utilizando-se das questões diplomáticas.
- No caso do Direito Internacional Privado, serão aplicados os elementos de
conexão (Art.7° LINDB)

JUS COGENS

Art.53 CVDT - É nulo um tratado que, no momento de sua conclusão, conflite


com uma norma imperativa de Direito Internacional geral. Para os fins da presente
Convenção, uma norma imperativa de Direito Internacional geral é uma norma aceita e
reconhecida pela comunidade internacional dos Estados como um todo, como norma
da qual nenhuma derrogação é permitida e que só pode ser modificada por norma
ulterior de Direito Internacional geral da mesma natureza.

- Jus Cogens são normas imperativas de Direito Internacional


(hierarquicamente superior as demais normas).
- Defendem os valores mais importantes da sociedade (primordiais).
- Normas internacionais superiores sobre crimes hediondos, penas banais,
expropriação, repudio ao racismo, tortura, crimes de terrorismo etc.
- Seu conceito é vago.
- Só pode ser alterada (ou revogadas) por normas de mesma natureza.
- No conflito entre um tratado e Jus Cogens, prevalece a norma.
- Não unanimemente reconhecida pela doutrina.
- Revogam normas, de tratados ou costumes, que contrariam com elas.
O Jus Cogens se presta declarar a nulidade de normas supervenientes que
violem normas internacionais imperativas ou peremptória. Nesse sentido, o conceito
de jus cogens é conceito aberto e seu conteúdo é definido gradativamente pela
jurisprudência interna e internacional e pela doutrina visando violar as normas
oriundas de tratados internacionais que violem a alta determinação dos povos.

Obs. É considerado fonte do Direito Internacional dotada de maior hierarquia


em relação as demais fontes, assim, se sobrepõem a todas as demais só podendo ser
revogadas por outra jus cogens.
O art.53 da convenção de Viena de direito dos tratados é um rol
exemplificativo, não taxativo ou cláusulas abertas.

Obs. Nasce do Direito Americano common law. Na qual os processos são


pelos nomes se baseando em paradigmas, aplicando normas quando cada vez mais
próximas de algum caso, a mesma decisão.

 Outras Fontes:
Soft Law – Direito mais flexível. Não vinculante
- Pode compactuar, mas pode descumprir.

Hard Law – Direito mais rígido. Vinculante.


- Deve cumprir caso assinou e concordou com o tratado. Não sendo obrigado a
compactuar.
- O país abriu parte de sua soberania ao assinar, devendo respeitar

Acordo de cavalheiros – Tem valor legal (legalidade), mas não é lei.


- Nasce de um contexto medieval
- Acordo moral, afinidade de chefe de Estado.

ORGANISMOS INTERNACIONAIS

- Não existe hierarquia, eles coexistem.


- Também conhecidas como Organizações Intergovernamentais, são
instituições criadas por países (estados soberanos), regidas por meio de tratados, que
buscam através da cooperação a melhoria das condições econômicas, políticas e
sociais dos associados.
- Buscam soluções em comum para resolver conflitos de interesses entre os
estados membros;

1-) Organização das Nações Unidas (ONU)


- Criada em 25/10/1945 (Fim da 2° GM)
- Inicialmente com 21 países membros, atualmente com 193.
- Sede em NY e possui extraterritorialidade, pois tem sede também em outros 3
países; Genebra (Suíça); Viena (Áustria); Nairobi (Quênia).

 Objetivos:
- Manter a segurança e paz mundial;
- Promover os Direitos Humanos;
- Auxiliar no desenvolvimento econômico e no pregresso social;
- Proteger o meio ambiente;
- Promover ajuda humanitária em casos de fome, desastre naturais e conflitos
armados.

 Órgãos da ONU
- Não confundir com agencias
- Assembleia por todos os países (193)
1-) Conselho de Segurança.
- Natureza jurídica deliberativa e decisória em matéria de paz e segurança
- Formado por 15 membros, sendo 5 permanentes (França, EUA, Reino Unido,
China, Rússia) e 10 são eleitos com mandatos de 2 anos.

2-) Conselho econômico e social da ONU


- Natureza jurídica auxiliar
- Formado por 54 membros

3-) Conselho de Direitos Humanos da ONU


- Formado por 47 membros com mandato de 3 anos
- Proporção Regional: 13 África; 13 Asia; 6 Europa Oriental; 8 América Latina e
Caribe; 7 Europa Ocidental e outros.

4-) Secretária Geral


- Natureza jurídica executiva
- Atual secretário é Antônio

5-) Tribunal Internacional de Justiça ou Corte Internacional de Justiça


- Natureza Jurisdicional compendiosa e consultiva
- Órgão da ONU
- Julga Estado
- Formado por 15 juízes eleitos
- Sede em Haia

2-) TPI
- Surgiu pós Segunda Guerra mundial.

Obs. Antes varia tribunais de exceção:


Eles são criados em um momento posterior ao fato que será julgado, não pelo
caso abstrato. É como se um cidadão praticasse alguma ação qualquer e só
posteriormente fosse criado um órgão para analisar especificamente se aquela ação
era correta ou não. É criado um tribunal para julgar aquela pessoa.
Foram criados 2 tribunais de exceção:
- Julgamentos de Nuremberg = Julgaram os nazistas que cometeram
atrocidades durante a guerra
- Tribunal de Kyoto = Julgarem criminosos de guerra japoneses
A CF nos termos do Art.5° no inciso XXXVII, veda a instituição de tribunais de
exceção.
- Afronta o Jus cogens
- O Estatuto de Roma é um tratado internacional que estabeleceu a Corte
Penal Internacional - CPI (também conhecida como Tribunal Penal Internacional - TPI)
em 1998
- Julga indivíduo que comete crime contra a humanidade.
- 128 países signatários
- Mesmo aqueles que não são, podem ser julgados.
- Natureza Consultiva (podem consultar) e Contencioso (podem fazer
denuncia)
- Primeiro tribunal penal internacional permanente.
- Localizado em Haia
 Objetivo
- Promover a paz julgando ou não indivíduos que possam ter cometido crimes
contra a humanidade (genocídio, crimes de guerra, agressão, contra DH etc)
O Brasil ratificou o tratado em 01.07.2000, tendo sido editada em 2004 a
Emenda Constitucional nº 45, que incluiu o § 4º ao artigo 5º da CF/88 e reconheceu a
submissão do Brasil à jurisdição internacional do Tribunal.

Obs. A extradição de um brasileiro nato é vedada pela CF, salvo quando perde
sua nacionalidade.

3-) Cruz Vermelha


- Começou com um movimento médico
- Criada em 1863
- Organização humanitária, independente e neutra que proporciona proteção e
assistência às vítimas de guerra e de outras situações de violência
- Foram fundamentais para reconstruir os países pôs segunda guerra mundial.
- Em 1976 passa a se chamar cruz vermelha
- Atua também em desastres naturais como: furacões e terremotos em
proteção as vítimas.
 Princípios fundamentais:
- Humanidade
- Impessoalidade
- Neutralidade
- Independência
- Voluntariado
- Unidade (única no mundo)
- Universalidade

Obs. Chefe de Estado = Representante do país no âmbito internacional


(desempenha um papel simbólico)
Chefe de Governo = Representante interno do país, exercerá as funções
executivas

4-) União Europeia


- Sede em Bruxelas na Bélgica
- De gestão de governabilidade e supranacional (cada país tem um presidente)
- Criada em 25/03/1957
- Formada por 27 Estados Membros
 Possui os seguintes Órgãos:
- Comissão Europeia
- Parlamento Europeu
- Conselho da União Europeia
- Tribunal de Justiça Europeu. Etc.

Reino Unido formado por três países (Inglaterra/ país de Gales/ Escócia)

5-) OTAN
- Organização do tratado do atlântico norte
- Também chamado de Aliança Atlântica
- Natureza Jurídica de Segurança Internacional
- Sede em Bruxelas
- Visa promover a segurança territorial, nuclear dos países banhados pelo
atlântico
- Auxilia no combate à pirataria, conflitos territoriais como guerra do golfo de
1990 e guerra da Bósnia
- Colaborou na intervenção em Kosovo, na guerra do Iraque e intervenção
recente na Líbia.
- 30 países membros (todos acima do tropico de câncer)
- Além de sede em Bruxelas, tem unidades militares em diversos territórios.

6-) MERCOSUL
- Mercado comum do Sul ou COMESUL
Art. 4º - Parágrafo único. A República Federativa do Brasil buscará a
integração econômica, política, social e cultural dos povos da América Latina, visando
à formação de uma comunidade latino-americana de nações.
- Criado a partir do Tratado de Assunção de 26/03/1991
- O Tratado estabelece uma integração das comunidades latino americana
- É uma evolução da declaração do Iguaçu de 1985
- Países membros: Brasil, Argentina, Uruguai. (Venezuela está suspensa),
- Sede em Montevideo
- Tribunal Arbitral permanente do Mercosul.
- 5 Países associados (Chile/ Peru/ Colômbia/ Equador/ Peru)

7-) Corte Interamericana


- Órgão de Natureza Jurisdicional Consultiva e Contencioso
- Responsável por aplicar a convenção americana de DH
- Criada 22/05/1979
- Sede em San Jose da Costa Rica
- A corte integra junto com a convenção americana de DH e Organização dos
Estados Americanos.
- Mandato de 8 anos
- Caso Paradigmático: 12.879 em 1916 (jornalista que se matou na cela)
- A convenção é de 1969, mas foi internalizada em 1992
- São signatários 25 países das américas (Não canada e EUA etc)
- Julga pessoas e Estados.

SUJEITOS DE DIREITO INTERNACIONAL PUBLICO.

Sujeitos de Direito Público = As pessoas Jurídicas de Direito Público são a


União, Estado, Municípios e DF. Oriunda do poder centrifuga do Br, formando um
sistema Assimétrico Federativo.
Sendo inclusas as agencias, fundações, empresas públicas, sociedade de
economia mista, conselhos regionais (exceto OAB).
 O Brasil visto por dentro é uma República Federativa formado por
entes federativos autônomos com capacidade de governo,
administrativa e financeira nos conformes do Art.18 CF/88:
Art. 18. A organização político-administrativa da República Federativa do Brasil
compreende a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, todos
autônomos, nos termos desta Constituição.
Art.21 até o Art.24 = Regime Jurídico de competência.
Eles coexistem sem hierarquia na qual cada um atua no limite de sua
competência.
 Já o Brasil vista por fora é um Estado Soberano. Dotado de
Personalidade Jurídica Internacional reconhecida por toda a
comunidade internacional.

 Comunidade internacional é formada pelos Entes Soberanos, pelos


Organismos Internacional, Indivíduos (pessoas em sentido amplo) e Cidadãos
(detentores de direitos passivos e ativos).
 Não há hierarquia entre a comunidade internacional
 Prevalece na comunidade internacional a coexistência e os respeito as
relações diplomáticas.
As relações diplomáticas são extremamente importantes entre os países
soberanos.
 O que é personalidade jurídica internacional?
O conceito consta na jurisprudência da Corte Internacional de Justiça (CIJ).
Criado (o conceito) em 1949.
É a entidade que tem capacidade de ser titular de deveres e direitos
internacionais e a capacidade de fazer prevalecer estes direitos por meio de
reclamações internacionais.
Obs. Não há diferenciação na essência
entre o conceito de personalidade jurídica
internacional e personalidade jurídica civil.

 Estado Soberano
O Estado Soberano é formado pelo conjunto dos seguintes elementos:
- Território: Porção geográfica de terra
- Povo: As pessoas que residem no lugar, na qual possui vinculo jurídico e
afetivo com a terra.
- Governo: Organização Estatal
Ao contrário da organização estatal é a anarquia (desordem, ausência estatal)
Logo, é um ente jurídico, dotado de personalidade jurídica internacional
formado por indivíduos organizados em determinado território sob autoridade de um
governo independente.
O Estado é quem representa o país perante outros Estados, participando das
relações internacionais e conduzindo a política externa.

 Nem todos os Estados são soberanos:


- Taiwan, por exemplo, detém todos os elementos território, povo e governo,
porém não é reconhecida internacionalmente como um Estado.
Outro exemplo é a “Autoridade Palestina”. Tem povo, território e governo,
inclusive tem direito de voto na assembleia geral da ONU, mas não é um Estado. Não
é País, mas sim Autoridade.

 Conceito de comunidade nacional


Conjunto de seus nacionais, incluindo aqueles, minoritários, que se tenham
estabelecido no exterior. Sobre os estrangeiros residentes o Estado exerce inúmeras
competências inerentes à sua jurisdição territorial. Sobre seus nacionais distantes o
Estado exerce jurisdição pessoal, fundada no vínculo de nacionalidade, e
independente do território onde se encontrem.
O governo do plano interno é a administração e gestão do país, traduzido na
figura do Poder Executivo.

 A ONU tem personalidade jurídica internacional?


A ausência de posicionamento expresso sobre o tema provocava
questionamentos se tais entidades estariam sujeitas de Direito Internacional.
Diante disso, a Assembleia Geral da ONU acionou a CIJ para dirimir a questão.
- ONU possui personalidade jurídica, visto que seria impossível realizar suas
finalidade e missões se fosse desprovida de personalidade.

Obs. Poder vinculante também denominado de "poder regrado", ocorre quando


a lei atribui determinada competência definindo todos os aspectos da conduta a ser
adotada pela Administração Pública, sem atribuir margem de liberdade para o agente
público escolher a melhor forma de agir.

Os Direitos Universais de Direitos Humanos não possuem poder vinculante e


são dotados de Jus Cogens.

Obs. A única organização internacional que possui jus ad bellum é a ONU, por
meio do Conselho de Segurança. O jus tractum das organizações internacionais é
altamente limitado às finalidades para as quais a entidade foi criada. Ainda, as
organizações internacionais não estabelecem relações diplomáticas (e, por isso, não
detêm jus legationem) — o máximo que realizam são os chamados acordos de sede.
Além disso, as organizações não governamentais são criadas por instrumentos de
direito público interno e não de direito internacional (como os tratados internacionais,
por exemplo).

Como regra, empresas e organizações não governamentais não possuem


personalidade jurídica internacional, mas existem casos excepcionais:
- Itaipu Binacional
- Cruz Vermelha
- Santa Sé
- Ordem dos Cavaleiros de Malta

RECONHECIMENTO DE ESTADO E DE GOVERNO

Características:
- Todo Estado tem que ter um documento (que emenda do povo) que
declare a independência do Estado, que comprove que é um Estado é Soberano.
Tem como natureza jurídica meramente declaratória (conceito na qual deixa
um efeito jurídico vago).
Deve ser Expresso, Tácito, unilateral (Estado que reconhece), bilateral (tratado
entre o Estado que reconhece e o Estado reconhecido)
- Noção de continuidade
Noção de responsabilidade
O Estado deve continuar independentemente de quem estiver no poder. Traz
segurança jurídica para as relações internacionais, visto que deve ter condições de se
responsabilizar e cumprir os tratados, acordos e convenções.
Para que um Estado deixe de existir, é necessária alguma mudança drástica
em algum de seus elementos: governo, território e povo
A sucessão é uma matéria fruto de costume preexistente e, por isso, não há
um nome específico para suas formas. No entanto, podem ser identificadas as
seguintes formas:
- Fusão (Ocorre quando dois Estados se juntam para formar um terceiro –
deixa de ser uma coisa para ser outra).
- Incorporação (sinônimo de acoplamento - Estado incorpora outro, se torna um
Estado maior ainda – soma).
- Secessão, divisão ou cisão (um Estado deixa de existir e, em seu lugar,
surgem vários outros. Por exemplo, o fim da URSS).
Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos
Estados e Municípios e do Distrito Federal.
- Desmembramento (Estado grande se desmembrou em Estados menores)
os Estados sucessores serão membros de todos os tratados que o Estado
anterior fazia parte.

RESPONSABILIDADE INTERNACIONAL
As regras de responsabilidade internacional são mais sofisticadas do que as
regras de responsabilidade civil. Trata-se de matéria inteiramente costumeira. Até
existem alguns sistemas codificados de responsabilidade, mas apenas para áreas
temáticas específicas, por meio de tratados.

Civil:
Nexo de Causalidade

Agente Vítima
Dano

Responsabilidade Subjetiva – é preciso provar o dano


- Prevalece a teoria do risco da atividade: Para essa teoria, toda pessoa que
exerce alguma atividade que cria um risco de dano para terceiros, deve ser obrigada a
repará-lo, ainda que sua conduta seja isenta de culpa
Art. 5º V CF - é assegurado o direito de resposta, proporcional ao agravo, além
da indenização por dano material, moral ou à imagem;
Art. 186 CC. Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou
imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral,
comete ato ilícito.
Art. 927. Aquele que, por ato ilícito (art. 186 e 187), causar dano a outrem, fica
obrigado a repará-lo.

Administrativa
Nexo de Causalidade

Dano Cidadão
Entes Federados

Responsabilidade Objetiva: O Estado é responsabilizado independentemente


de ter dolo ou culpa
- Prevalece a teoria do risco administrativo: Há excludentes de
responsabilidade do estado (Culpa da vítima – Suicídio no metro, Força maior –
Vulcão destrói vila e Culpa de Terceiros – Danos por multidões).

Internacional:

Nexo de Causalidade

Dano
Estado Soberano Estado Soberano

- Não existe soberania entre os Estados Soberanos


Há uma noção de diplomacia.
De modo geral, não há regras escritas para a responsabilidade internacional do
Estado, elas derivam, sobretudo, do costume e diplomacias.
As relações costumeiras são construídas pelas relações diplomáticas
As matérias são costumeiras estão baseadas no uso e costume do direito
Consuetudinário.

 Ato ilícito
Entende-se ato ilícito como uma violação de uma norma de Direito
Internacional
Outra observação importante é que existe uma distinção entre crime e delito
internacional, ainda que tal distinção tenha perdido sentido na atualidade:

a-) Crime internacional: Todo ato ilícito cometido pelo Estado;


Vale somente para Estado e não pessoas
- CIJ
b-) Delito internacional: seria todo ato ilícito cometido por um particular nos
casos clássicos de responsabilização internacional do indivíduo.
-TPI

Corte Interamericana julga pessoas e Estados.

 Imputabilidade
Trata-se da relação entre a conduta delituosa e a pessoa que é responsável
por ela. Não vai ser necessariamente quem fez aquela conduta.
Imputabilidade direta
Uma ação de qualquer agente público, no exercício da sua profissão, acarreta
a responsabilidade internacional do Estado. Trata-se do caso em que o próprio Estado
comete o ato ilícito — e não um terceiro —, sendo um caso de imputabilidade direta.
O Legislativo comete ato ilícito internacional toda vez que produz lei contrária a
uma norma internacional. No mesmo sentido, o Judiciário comete ato ilícito
internacional quando pratica a denegação de justiça, ou seja, dificulta a produção de
provas, demora desarrazoadamente no julgamento.

Obs. A ONU já tentou criar um projeto para responsabilidade internacional, mas


não saiu do papel.

imputabilidade indireta
Ocorre quando um indivíduo comete um ato internacionalmente ilícito e um
terceiro Estado é responsabilizado pela conduta. A responsabilidade por
imputabilidade indireta não pode ser presumida, deve estar expressa em norma
internacional. Pode ocorrer nos casos de tutela, comodato, protetorados, regime de
associação entre Estados.

 Excludentes de ilicitude

a) Consentimento
A parte consentiu, mesmo que viciado (coação, chantagem)

b) Legítima defesa
Um Estado não pode agredir o outro a menos que seja por legitima defesa. No
Direito Internacional, para haver legítima defesa de terceiro, chamada de legítima
defesa coletiva, não se pode presumir nenhum ato, deve haver um liame entre os
Estados, que será um tratado, como é o caso da Organização do Tratado do Atlântico
Norte (OTAN). Só podem ser aplicados quando existir um dano anteriormente
verificado
c) Contramedidas
Não há, no Direito Internacional, um órgão central que aplique as sanções. Os
Estados, quando lesados, oportunizam ao Estado violador restituir, indenizar ou
satisfazer aquele dano.
Obedece ao princípio da proporcionalidade.

d) Força maior e perigo extremo


No Direito Internacional, não se distinguem caso fortuito e força maior. Será
excluída a ilicitude de um ato estatal em desacordo com uma obrigação internacional
se o autor do ato em questão não dispõe de nenhum outro modo razoável, em uma
situação de perigo extremo, de salvar a vida do autor ou vidas de outras pessoas
confiadas aos seus cuidados (art. 24, § 1º).
Tem cumprimento de proteger seu povo.

e) Dever de cumprimento de jus cogens


Quando o ato internacionalmente ilícito é uma violação de jus cogens, existem
consequências especiais:

(i) há o dever de encerrar a violação, que, na verdade, é comum a todas as


violações;
(ii) há o dever de não reconhecer como lícita nenhuma situação decorrente da
violação de jus cogens;
(iii) há uma pluralidade de legitimados para arguir a violação. Em outras
situações, apenas o Estado ofendido detém legitimidade para invocar a violação,
podendo iniciar procedimento perante cortes internacionais. No caso de violação de
jus cogens, a comunidade internacional como um todo é considerada legitimada.

Obs. Demais Excludentes em outros ramos:


- Há excludentes de responsabilidade do estado (ADM) - (Culpa da vítima –
Suicídio no metro, Força maior – Vulcão destrói vila e Culpa de Terceiros – Danos por
multidões).

INTERNALIZAÇÃO DOS TRATADOS INTERNACIONAIS:

Há três caminhos para os tratados internacionais:


1-) Em regra – Tratados Internacionais são aprovados pelo quórum de lei
ordinária. Tem força de lei ordinária (Status de Lei Ordinária).

2-) Exceção (adicionado pelo Decreto 45/2004) – Tratados de Internacionais


referentes a Direitos Humanos provados com o quórum de emenda constitucional, terá
força de emenda constitucional (Status de Emenda Constitucional).
- Será como se Constituição fosse.
- Convenção Internacional sobre os Direitos da Pessoa com Deficiência e seu
Protocolo Facultativo, assinados em Nova York, em 30 de março de 2007, e
promulgados pelo Decreto nº 6.949/09, e o Tratado de Marraqueche para Facilitar o
Acesso a Obras Publicadas às Pessoas Cegas, com Deficiência Visual ou com outras
Dificuldades para ter Acesso ao Texto Impresso, firmado em Marraqueche, em 27 de
junho de 2013, e promulgado pelo Decreto nº 9.522/18.

3-) Força supralegal – Tratados referentes aos Direitos Humanos que não
passaram pelo procedimento de emenda constitucional, ou seja, pelo quórum de Lei
Ordinária.
- Abaixo da Constituição, mas acima de lei (Status de Norma Supralegal).
- Pacto de Jose da Costa Rica

Obs. Ser votado pelo quórum de lei ordinária ou emenda constitucional,


depende da vontade do legislador.

De forma geral:
O procedimento para incorporação de tratados internacionais pelo Brasil pode
ser esquematizado em quatro fases: fase da assinatura; fase da aprovação
congressual ou do decreto legislativo; fase da ratificação; fase do decreto presidencial
ou do decreto de promulgação.
O Presidente encaminhará o texto para referendo do Congresso Nacional.
Nessa fase de aprovação congressual, ambas as Casas Parlamentares votarão pela
aprovação ou não do texto encaminhado pelo Presidente, primeiro a Câmara dos
Deputados (casa iniciadora) e, depois, o Senado Federal.
Caso aprovado o texto, com ou sem ressalvas, será expedido um decreto
legislativo, que autorizará o Chefe de Estado a ratificar o tratado. Na fase da
ratificação, o Presidente da República poderá ratificar o tratado, também com ou sem
reservas, comprometendo-se a sujeitar definitivamente o Estado aos seus termos.
Na última fase do procedimento de incorporação, o Presidente expedirá o
decreto de promulgação, que será referendado pelo Ministro das Relações Exteriores
tornando válido o tratado no ordenamento interno.

O ente competente para internalizar/celebrar os tratados internacionais é


o presidente da república, sendo ele chamado de PLENIPOTENCIARIO
Art. 84 CF. Compete privativamente ao Presidente da República:
VIII - celebrar tratados, convenções e atos internacionais, sujeitos a referendo
do Congresso Nacional;
- O Plenipotenciário é tanto o Chefe de Estado (representa o Brasil nas
relações internacionais) quanto o Chefe de Governo (Executa políticas de governo).

Obs.
- Competências Concorrentes (Art.24): Pode ser feita de forma simultânea, com
caráter de superveniência (Lei federal prevalece sobre a estadual por exemplo)
- Competências Comum (Art.23): Todos podem legislar sobre o tema no âmbito
de sua competência
- Competências Privativa (Art.22): São delegáveis
- Competências Exclusiva (Art.21): Somente a pessoa pode fazer.
- Competências Suplementar: Caso falte uma legislação o ente pode
complementar ou caso já exista a lei feita por um ente superior, essa pode ser
complementada/suplementada.
 O Presidente da Republica pode ser representado, visto que não é
onipotente, podendo ser a competência delegada. Sendo provavelmente
ministério específico do assunto do tratado
Para a internalização do tratado internacional, não basta o Plenipotenciário
aprovar o acordo, é preciso ser ratificado por meio de outras etapas:

1-) Presidente da República: Negocia, conclui e assina o tratado


2-) O tratado passa pelo Itamaraty (ministério das relações exteriores)
- Faz exposição de motivos (razões da celebração do tratado)
- Mensagem ao congresso nacional sobre o tratado internacional (encaminhar)
- Órgão técnico
3-) Encaminhado para o Ministério da Justiça e Ministério da Defesa.
- MJ analisa questões de legalidade e MD a soberania
- Órgão técnico
4-) Casa Civil
- Órgão político
- Analise de mérito e oportunidade (há base para e é apropriado para o
momento este tratado? Deve ser enviado até o ministério neste momento?)
5-) Câmara do Deputados
- Art.51 Casa iniciadora em regra (exceto quando a lei é proposta pelo senador)

--------------------------------(Todo e qualquer tratado começa assim) -----------------------------

5.1-) Comissão de Relações Exteriores e de Defesa Nacional:


- Análise das questões de legalidade e soberania
- Elabora um Decreto Legislativo
5.2-) Comissão de Constituição de Justiça e Cidadania
- Comissão permanente
- Analise de constitucionalidade/ técnico legislativa/ compatibilidade de matéria
6-) Câmara do Senado
- Art.52 Casa revisadora.
6.1-) Comissão de Relações Exteriores e Defesa
- Análise da matéria

Obs.
- Representação Paritária (Senado): tem número igual de representantes para
cada categoria
- Representação Proporcional (Deputado): obedece ao fenômeno da densidade
demográfica.

Após passar pelo congresso e plenário, ocorre uma votação e promulgação do


decreto legislativo.
Em regra: Não está aprovado
Exceção: Se houve a votação pelo quórum de emenda, já estaria aprovado,
não precisando retornar ao presidente da república.
7-) Presidente da República
- Faz o juízo analise de mérito e oportunidade.
- Pode alterar a matéria
 Caso recuse o tratado:
Fica aguardado
 Caso aceite o tratado:
8-) Itamaraty
- Faz a mensagem
9-) Casa Civil e Ministérios envolvidos
10-) Presidente da República
- Publicado
 Se torna lei no Brasil
 Deve o Plenipotenciário voltar no órgão que foi celebrado e tratado
e realizar o depósito para ser reconhecido internacionalmente.

- Deve ser aprovado em um quórum de 50 países aprovarem.


- Tratado entra com status de Lei Ordinária
- O dualismo moderado reconhece a necessidade de um ato formal de
internalização, mas não, necessariamente, a “repetição” dos processos legislativos.
Assim, no plano doméstico brasileiro, que adota esta corrente, exige-se a promulgação
interna do tratado, por meio de um decreto presidencial executivo, que deve ser
publicado ao final do processo de ratificação, para que aquela norma internacional
adquira vigência plena no ordenamento doméstico (MAZZUOLI, 2010, p. 70). Esta
promulgação (interna) ocorre em paralelo ao processo externo, em que os
instrumentos de ratificação são depositados ou trocados, de acordo com a previsão do
tratado em específico.
- Monismo: Não precisa internalizar os Direitos internacionais, visto que fazem
parte de um mesmo sistema. Não há conflito entre as normas e quando houver
qualquer problema elas serão resolvidas por questões cronológicas e hierárquica.

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