Você está na página 1de 6

O direito internacional é constituído pelas normas jurídicas internacionais que regulam

as leis dos Estados. Os acordos e tratados internacionais, as convenções, as emendas e


os protocolos fazem parte deste ramo do direito.

As normas que pertencem ao direito internacional podem ser bilaterais (entre duas
partes) ou multilaterais (mais de duas partes). Os Estados comprometem-se a aplicar
essas normas nos seus próprios territórios e com um estatuto superior às normas
nacionais.

Definição clássica de direito internacional: o conjunto de normas que governa as


relações entre os Estados. Esta definição, hoje em dia, não pode ser aceita como uma
descrição adequada e completa das intenções, objetivos e âmbito do direito
internacional, nem se pode acatar a sugestão de que o direito internacional é uma
questão que envolve somente os Estados. O direito internacional consiste em normas
que governam as relações entre os Estados, mas compreende também normas
relacionadas ao funcionamento de instituições ou organizações internacionais, a relação
entre elas e a relação delas com o Estado e os indivíduos. Além disso, certas normas do
direito internacional abrangem indivíduos e entidades que não pertencem ao Estado, de
tal maneira que seus direitos ou obrigações dizem respeito à comunidade internacional
dos Estados. O direito internacional, entre outros atributos, estabelece normas relativas
aos direitos territoriais dos Estados (com respeito aos territórios terrestre, marítimo e
espacial), a proteção internacional do meio ambiente, o comércio internacional e as
relações comerciais, o uso da força pelos Estados, os direitos humanos e o direito
internacional humanitário.

EVOLUÇÃO DO DIP

Há muitas teorias diferentes que explicam a origem e a subseqüente evolução do direito


internacional. Teorias, como as relacionadas a conceitos de lei natural, postulados
morais e a doutrina do direito internacional, que influenciaram o desenvolvimento do
que é o direito internacional moderno. No entanto, essas teorias não são suscitadas
quando se trata da questão do que é lei numa disputa entre Estados.

O Direito Internacional Público vem da evolução do Direito. 

DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO (Direito das gentes) – Somente no Século


XVII (surgimento do Estado-Nação) surgiu como ciência autônoma, sistematizada. É o
conjunto de normas jurídicas que regulam as relações mútuas dos Estados e,
subsidiariamente, das demais pessoas internacionais, como determinadas organizações
intergovernamentais e dos indivíduos. CONCEITO CLÁSSICO: é o ramo do direito
público que a priori regula (apenas) as relações entre Estados no cenário internacional.
Mas há DIP mesmo sem os Estados, na medida em que as organizações internacionais
podem assinar tratados e convenções, e os direitos do homem devem ser garantidos,
mesmo que esse homem não pertença a Estado nenhum. Regula as relações de
SOBERANIA, regulando interesses estatais e conflitos entre soberanias. CONCEITO
MODERNO: é o ramo do direito público que regula as relações entre os Estados, as
Organizações Internacionais e os indivíduos no cenário internacional, ainda que a
atuação dos últimos seja um pouco mais limitada nesse cenário.

CONCEITO MISTO – É o conjunto de normas jurídicas que regem a comunidade


internacional, determina direitos e obrigações dos sujeitos, especialmente m nas
relações mútuas e subsidiariamente das demais pessoas internacionais, como
determinadas, organizações internacionais.

Duas Terorias do DIP.

A DUALISTA – Que entende que o direito internacional e o direito interno de cada


Estado são sistemas rigorosamente independentes e distintos, e totalmente
independentes entre si, de tal modo que a validade jurídica de uma norma interna não se
condiciona à sua sintonia com a ordem internacional (as normas não poderiam entrar em
conflito umas com as outras) .

A MONISTA – dividiu-se em duas correntes: - Uma sustenta a unicidade da ordem


Jurídica sob o primado do direito internacional, a que se ajustariam todas as normas
internas. - A outra corrente apregoa o primado do direito nacional de cada Estado
soberano, sob cuja ótica a adoção dos preceitos do direito internacional aparece como
uma faculdade discricionária.

Direito Internacional Público

Ordem Jurídica Interna x Ordem Jurídica Internacional

Ordem Interna

Centralização do poder por uma Autoridade Institucionalizada;Relação vertical entre


Estado e Cidadãos;Hierarquização das normas em uma estrutura escalonada;Garantida
pelo princípio da subordinação

Ordem Internacional

Descentralização por ausência de uma autoridade coatora legítima;Relação Horizontal


entre os Estados;Ausência de supremacia de uma lei internacional face outras;Garantida
pelo princípio da Coordenação entre os Estados;

Evolução Histórica do DIP

Os registros históricos apontam o pacta sunt servanda e a boa-fé como princípios


reguladores principais;

Fundamento do DIP

- Doutrinas Voluntaristas: possui como elemento comum a “vontade” das pessoas


políticas de Direito Internacional;

- Doutrinas Objetivistas: o elemento “vontade” é desconsiderado


- Os Estados Soberanos são regidos pelo princípio da Autodeterminação. Dessa forma,
só estará sujeito às estruturas normativas que ele consentir 

- Qualquer norma de Direito Internacionalsó será observada se houverconsentimento do


Estado para tanto (regra geral).

Objetos do DIP

Estudo das normas que regem a sociedade internacional;

Estudo da personalidade dos Estados;

Estudo dos componentes do espaço que integra o domínio público internacional;

Estudo dos conflitos internacionais e de seus meios alternativos de solução

Fontes do DIP

Convenções e Tratados Internacionais

Usos e Costumes Internacionais

Princípios Gerais do DIP (pacta sunt servanda; não agressão; coexistência pacífica;
proibição de propaganda de guerra; etc)

Doutrina e Jurisprudência

Tratados

“Tratado” significa acordo internacional concluído por escrito entre Estados e regido
pelo Direito Internacional, quer conste de um instrumento único, quer de dois ou mais
instrumentos conexos, qualquer que seja sua denominação específica;

Tratado = por sua formalidade e complexidade, é reservado apenas aos “acordos” mais
solenes.

Convenção = é uma “acordo” destinado a criação de normas gerais de Direito


Internacional (ex.: Convenção de Montego Bay – que, por iniciativa da ONU,
regulamentou o Direito do Mar)

Declaração = utilizada para consolidar princípios jurídicos ou afirmar uma atitude


jurídica – é uma espécie de registro da posição de alguns Estados

Ato = pode ser utilizados para estabelecer regras de direito ou restringir-se ao caráter
político ou moral – difere da “declaração” por conter esta um conjunto de princípios
gerais do DIP.

Pactos = também revestido de muita formalidade, é reservado aos compromissos futuros


– uma espécie de “promessa” que os Estados fazem entre si tomando um ao outro como
testemunha (Ex.: Pacto de São José da Costa Rica 1966 – trata de direitos civis e
políticos)

Estatuto = normalmente destinado à constituição dos Tribunais Internacionais (Ex.:


Estatuto de Roma 1998 – Tribunal Penal Internacional, com sede na cidade de Haia.)

Protocolo = pode significar o extrato da ata de uma conferência internacional ou um


“acordo” propriamente dito. Isso ocorre, em geral, quando o assunto proposto é muito
complexo, exigindo maior número de reuniões. (Ex.: Protocolo de Kyoto 1997)

Concordata = uma das partes deverá ser, necessariamente, a Santa Sé. O objeto refere-
se, obrigatoriamente, a assuntos ligados a religião católica.

Formalidade do tratado

Todo tratado deve obedecer um critério formal;

Assim, somente são admitidos tratados estabelecidos na forma escrita;

São “competentes” para firmar um Tratado internacional as Pessoas Jurídicas de Direito


Internacional;

Os Estados Soberanos;

A validade de um Tratado está condicionada a “licitude” de seu objeto, bem como a


“possibilidade” deste.

Quanto ao número de partes:

Bilateral - Tratado é firmado entre duas pessoas jurídicas de Direito Internacional;

Multilateral - Tratado é firmado entre três ou mais pessoas jurídicas de Direito


Internacional

FONTES DO DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO

FONTES

O que são fontes de direito internacional público? Fonte é a origem primária do D.I.
Público. São fatores reais que condicionaram o aparecimento das regras jurídicas nas
relações exteriores. Temos fontes materiais e formas, todavia, analisaremos as fontes
formais que estão as fontes estão no Estatuto da Corte Internacional de Justiça de 1945
(especificamente art. 38), pois o D.I.Público não se importa com as fontes materiais. As
fontes são citadas no estatuto acima são:
    – Convenções internacionais (fonte primária);
    – Costumes internacionais (fonte primária);
    – Princípios Gerais do Direito (fonte primária);
    – Jurisprudência internacional (meio auxiliar – fonte secundária);
    – Doutrina internacional (meio auxiliar – fonte secundária);
    – “ex aequo et bono” = Equidade (meio auxiliar – fonte secundária).

Os meios auxiliares são fontes secundárias e as demais são fontes primárias. Lembrando
que não há nenhuma espécie de hierarquia entre as fontes de direito internacional
público, são todas equiparadas. As fontes secundárias não são menos importantes que as
primárias. Porém, são separadas em fontes primárias e secundárias porque as
convenções, os costumes e os princípios possuem uma igualdade de natureza jurídica, e
esta natureza jurídica é distinta das fontes secundárias, que possuem igual natureza
jurídica. A natureza jurídica da jurisprudência, da doutrina e da equidade é igual.

O art. 38 não é exaustivo, pois existem outras fontes que não estão elencadas neste
artigo. O Estatuto é do ano de 1945 e seria impossível prever naquele ano todas as
fontes possíveis e imagináveis que surgiriam. Destarte, possuímos mais duas fontes
secundárias que possuem a mesma natureza jurídica:
    – Atos unilaterais de natureza normativa dos Estados;
    – As decisões das O.I.I – Organizações internacionais intergovernamentais.

COSTUMES INTERNACIONAIS

O que são costumes internacionais? 


    São regras consagradas pela prática reiterada nas relações exteriores que se
internacionalmente reconhecidas, vinculam os sujeitos como uma norma não escrita. No
direito interno o costume não vincula as partes.
Com a Convenção de Viena de 1969 dos tratados é apenas uma materialização dos
costumes internacionais. O Brasil está vinculado a esta convenção não pela norma, que
ainda se encontra no Congresso Nacional, mas está vinculado por causa dos costumes
internacionais.

PRÍNCIPIOS GERAIS DO DIREITO

    São valores que apontam um caminho a seguir, mediante a aplicação de preceitos
notórios sobre o direito, que servem de base para as decisões proferidas pelos tribunais
internacionais. Ex.: não agressão. Cumprimento das obrigações internacionais. Respeito
à coisa julgada.

JURISPRUDÊNCIA INTERNACIONAL

A jurisprudência emitida pelo STF não servirá de jurisprudência internacional. Pois,


apenas as decisões dos tribunais internacionais se tornam jurisprudência internacional.
É formada por decisões reiteradas dos tribunais internacionais sobre um determinado
assunto (lato sensu) num dado sentido (stricto sensu).
Exemplos de Tribunais internacionais:
    – Tribunal Penal Internacional (Haia/Holanda);
    – Corte Internacional de Justiça (Haia/Holanda);
    – Corte Interamericana de Direitos Humanos (Panamá).
Jurisprudência lato sensu – todas as decisões juntas.
Jurisprudência stricto sensu – decisões separadas.

DOUTRINA INTERNACIONAL

É configurada por pareceres de juristas, estudiosos do direito internacional, associações


internacionais sobre determinado ponto de direito nas relações exteriores (havendo
controvérsia entre esses pontos ou não). A doutrina mais aceita pelo direito
internacional público é aquela generalista.

EQUIDADE (ex aequo et bono)

Equidade e igualdade são coisas diferentes, eventualmente, uma pode levar a outra. A
equidade se caracteriza pelo exato ponto de equilíbrio entre as partes. A equidade só
pode ser aplicada se as partes com isso concordarem, pois sem o consentimento delas
não poderá ser aplicada. Pois, quando se aplica a equidade o juiz afasta todas as outras
fontes, não considerando nenhuma das fontes como convenções, costumes, princípios,
jurisprudência e a doutrina. A manifestação deve ser expressa, não sendo aceita a
manifestação tácita.

ATOS UNILATERAIS DE NATUREZA NORMATIVA DOS ESTADOS

Podem ser de duas espécies:


    – atos unilaterais de natureza normativa dos Estados: são fontes porque possuem as
características de abstração e generalidade. São condutas realizadas pelos Estados. Ex.:
a delimitação do limite do mar territorial pertence apenas ao Brasil, é de natureza
exclusiva. E todos os demais Estados deverão respeitar essa norma.
    – atos unilaterais como ato jurídico (não são fontes).

DECISÕES DAS ORGANIZAÇÕES INTERNACIONAIS


INTERGOVERNAMENTAIS – O.I.I.

Essas decisões advém de deliberações internas das O.I.Is., geralmente, tomadas pela sua
assembléia geral. Ex.: na O.N.U a assembléia geral emite resoluções e são fontes porque
possuem as características de abstração e generalidade.

TRATADOS INTERNACIONAIS: Os tratados internacionais são, incontestavelmente,


a principal e mais concreta fonte do Direito Internacional Público na atualidade por ser a
fonte mais segura e estável na medida em que se consubstancia na vontade livre e
conjugada dos Estados e organizações internacionais.

FALTA AS ULTIMAS AULAS.

Você também pode gostar