Discente: Jefferson Almeida Freire Turma – Dir0359
Docente: Naiara de Oliveira Basilio Lopes
Data: 21/09/2021
1- Eficácia e Aplicabilidade do Direito Internacional na Ordem jurídica dos estados se
apresentam como um problema de natureza teórica como prática. O obstáculo teórico consiste basicamente no estudo da hierarquia do Direito Internacional em confronto ao Direito interno; e o prático consiste na efetiva solução dos conflitos porventura existentes entre a normativa internacional e as regras do Direito doméstico. A presente problemática desenvolveu-se através dos anos e consequentemente várias teorias foram construídas, e dentre elas duas se destacaram: a dualista que discute se o Direito Interno e o internacional são ordem diferentes e independentes e a monista que debate se uma deriva da outra. O Direito Internacional Público pode regular qualquer tipo de matéria, assim boa parte delas pode ser igual à ordem jurídica interna. (Acesse na íntegra: https://jus.com.br/artigos/68668/relacao-entre-o-direito- internacional-e-o-direito-interno-principais-correntes. Acesso em 08 de setembro de 2021). Assim, explique a relação entre Direito Interno e Direito Internacional.
O direito internacional público é o conjunto de regras e princípios que regula a
sociedade internacional, enquanto o Direito interno possui a função de regular a relação do estado com os seus próprios indivíduos. As relações entre o Direito Internacional e o Direito interno relaciona-se à circunstância de que o correto entendimento das relações entre o Direito Internacional e o Direito interno termina por revelar a própria essência daquele. Há duas correntes que tentam entender a relação do direito internacional com o direito interno — dualismo e o monismo. Para os dualistas, o Direito Internacional e o Direito interno compreenderiam dois sistemas distintos, que jamais estariam em conflito, já que as normas de um não teriam qualquer aplicação no outro. Assim, uma norma de Direito Internacional nunca possuiria aplicação direta na ordem interna de um Estado, a não ser que houvesse sido previamente transformada em Direito interno, através do mecanismo da recepção. Para o monismo, o Direito Internacional e o Direito Interno compõem um único sistema, com base no princípio lógico da identidade, pois não se deve admitir que uma norma pudesse ter validade internacional sem possuir validade interna, e vice-versa. 2- Sabe-se que o DIP possui critérios para sua definição. Explique cada um desses critérios, utilizando a doutrina clássica que trata do assunto.
Os Critérios para a definição da DIP são:
Critério dos sujeitos intervenientes
De acordo com o critério dos sujeitos intervenientes, o Direito Internacional Público intervém na existência de determinados sujeitos, a exemplo dos Estados e das Organizações Internacionais (visão clássica) e os indivíduos (visão moderna), ou seja, rege a atuação e a conduta da sociedade internacional.
Critério das matérias reguladas
O critério das matérias reguladas tem por objetivo visa alcançar as metas comuns da humanidade e, em última análise, a paz, a segurança e a estabilidade das relações internacionais
Critério das fontes normativas
O critério das fontes normativas, por sua vez, entende que o Direito Internacional possui fontes próprias, como os tratados, os costumes e os princípios gerais de direito que são reconhecidos pelas nações, ou seja, consubstancia-se num conjunto de princípios e regras jurídicas, costumeiras e convencionais.
3- A vontade possui um papel central no Direito Internacional. Entretanto, papel
central não se confunde com papel total, ou seja, a vontade predominará como referência, mas em certos momentos não estará presente, é o que ocorre com os atos unilaterais. Explique sobre os atos unilaterais do Estado (relevância e quais são os atos).
Os Atos unilaterais dos Estados no DIP consistem em manifestação de vontade
unilateral e inequívoca, formulada com a intenção de produzir efeitos jurídicos, com o conhecimento expresso dos demais integrantes da sociedade internacional, os quais são: Protestos: que é na manifestação expressa de discordância quanto a uma determinada situação, destinada ao transgressor de norma internacional e voltada a evitar que a conduta objeto do protesto se transforme em norma”, ou seja, pois por intermédio dele o Estado pretende resguardar seus próprios direitos, em face de pretensões de outro Estado, ou perante a criação de uma norma jurídica. Notificação: que “é o ato pelo qual um Estado leva oficialmente ao conhecimento de outro ente estatal fato ou situação que pode produzir efeitos jurídicos, dando-lhe a necessária certeza da informação”, trata-se de um ato condição na medida em que dele depende a validade de outros atos. Renúncia: consiste na desistência de um direito, o qual será extinto. Salienta-se que a renúncia deve ser sempre expressa, nunca tácita ou presumida, em razão da segurança jurídica e das relações internacionais, por represália, ou quando atua como uma via de fato consumado. Reconhecimento: consiste no ato unilateral, expresso ou tácito, em que se constata e se admite a existência de uma situação que irá acarretar consequências jurídicas, é o principal ato unilateral, pois constata a existência de certos fatos ou de atos jurídicos, e admite sua imputabilidade. Promessa: neste ato o Estado se compromete de adotar determinada conduta, faz surgir novos direitos em benefício de terceiros. Ao contrário dos atos unilaterais precedentes, que referiam fatos e atos já existentes, a promessa vincula-se à atitude futura do Estado. Por esta razão, ela é pouco utilizada. Todavia, quando o é, ela compromete o sujeito de direito, como se ele tivesse se envolvido pelo acordo. Deve ser executada de boa-fé e pode ocasionar sanções em caso de violação. Ruptura das relações diplomáticas: É o ato unilateral que suspende ou cessação temporária o diálogo oficial com o Estado nas relações internacionais, ainda que outro Estado queira manter. Pode, também, ser empregada como meio de pressão de um Estado sobre outro, a fim de forçá-lo a modificar a sua atitude ou chegar a acordo sobre algum dissídio que os separe. Declaração de Persona Non Grata: É quando o Estado torna inaceitável que determinada autoridade estrangeira permaneça em seu território. Devido às imunidades dos diplomatas, eles não podem ser presos nem detidos, em qualquer circunstância, daí a declaração de “persona non grata” ser uma saída para se desfazer de representantes indesejados. Esse instrumento serve para retirar do país algum agente diplomático que tenha cometido crime ou alguma ofensa ao Estado que o recebeu, mas, em regra geral, os chefes de Estado são os únicos que podem declarar “persona non grata”.
Obrigação estatal internacional de instituir políticas públicas ambientais: uma análise pontual sobre as estratégias voltadas a pôr fim ao uso insustentável dos recursos hídricos