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DISCURSO PROFERIDO PELO PRESIDENTE DO MPLA, CDA.

JOÃO
LOURENÇO, NA ABERTURA DA IV SESSÃO ORDINÁRIA DO
COMITÉ CENTRAL | Luanda, 18 de Abril de 2023

-Camarada Vice-Presidente do MPLA

-Camarada Secretário Geral do MPLA

-Distintos Membros do Comité Central do MPLA

-Caros Camaradas

Comemorámos há poucos dias 21 anos desde que Angola vive


num ambiente de paz e de reconciliação nacional entre todos
os angolanos. A paz é o bem maior conquistado pelos
angolanos depois da Independência Nacional.

O espírito de reconciliação deve ser sincero e genuíno no


comportamento e atitude de cada cidadão, de cada força
política.

O Arquiteto da Paz, o Presidente José Eduardo dos Santos, ao


deixar-nos este legado, fê-lo na convicção de que todos, sem
excepção, contribuirão para o fortalecimento da paz e
reconciliação nacional, respeitando a Constituição e a Lei e os
princípios básicos de um Estado Democrático de Direito.
O país realizou as últimas eleições gerais há pouco mais de sete
meses, tendo os eleitores conferido nas urnas a vitória por
maioria absoluta ao MPLA e ao seu candidato.

As eleições foram realizadas num ambiente de festa, de


abertura democrática e transparência como já é tradição em
Angola, embora os maus perdedores, como vêm fazendo em
todas as anteriores eleições desde 1992, mais uma vez
contestaram, sem fundamento, os resultados das eleições, o
que, por outras palavras, significa não respeitar a vontade do
povo soberano que dizem defender.

Os deputados eleitos tomaram os seus assentos, foi constituída


a Mesa da Assembleia Nacional e foi nomeado o Executivo,
que entrou imediatamente em funções.

Ao longo de todas as etapas da sua História, o MPLA sempre


pugnou pela defesa de facto do bem de Angola e dos
angolanos. Continuaremos a lutar pela consolidação das
principais conquistas alcançadas, nas quais todas as demais
assentam: a Independência Nacional e a Paz e Reconciliação
Nacional.

O grande desafio de hoje é, sem sombra de dúvidas, o de


executar as políticas económicas elaboradas pelo Executivo
na base do Programa de governação do MPLA sufragado nas
urnas, que se vêm mostrando acertadas e que garantem o
desenvolvimento económico sustentado do nosso país e o
bem-estar do povo angolano.

O Parlamento aprovou o Orçamento Geral do Estado para


2023, principal instrumento de governação que, ao prever as
receitas e despesas do Estado, torna possível a realização dos
investimentos públicos necessários ao desenvolvimento
económico e social do país.

Só com ele podem ser construídas infra-estruturas como a rede


nacional de estradas, os portos, aeroportos, caminhos de ferro,
as escolas, as universidades, os hospitais, os sistemas de
produção, tratamento e distribuição de água, de produção e
distribuição de energia, a habitação social, as centralidades,
admitir novos quadros para a função pública no geral, mas,
em particular, para a educação, para a saúde pública e,
obviamente, pagar os salários, subsídios e outros direitos dos
trabalhadores.

Portanto, nada do que foi citado pode ser feito e colocado ao


serviço dos cidadãos sem o Orçamento Geral do Estado.

Com a abertura democrática existente, maior liberdade de


imprensa e de expressão, os partidos políticos, sobretudo
aqueles que concorrem às eleições, procuram fazer-se passar
por grandes defensores dos interesses dos angolanos.

Contudo, alguns deles dizem-no apenas para procurar


conquistar a simpatia do povo, mas as suas práticas
demonstram precisamente o contrário.

A verdade nos diz que os mesmos que nunca aceitaram os


resultados eleitorais desde as primeiras eleições gerais em
Angola, também nunca votaram a favor do Orçamento Geral
do Estado há trinta e um anos consecutivos.

No entanto, é justo reconhecer que no Parlamento existem


partidos políticos que vêm tendo ao longo dos anos uma
postura séria, responsável e patriota.
Estimados Membros do Comité Central,

Caros Camaradas,
Os governos concebem e executam políticas públicas em
benefício dos cidadãos no geral, como princípio, mas
procuram sempre prestar uma atenção particular a algumas
franjas específicas da sociedade como são os jovens, a
mulher, a criança, os velhos e os portadores de deficiência.

Neste mês da juventude, decidimos trazer a esta reunião do


Comité Central, para debate, o tema “Impacto das Políticas
Públicas na vida da Juventude”.

No quadro do Programa de Investimento Público (PIP) e do


Plano Integrado de Intervenção nos Municípios (PIIM), o
Executivo angolano tem vindo a aumentar a oferta de postos
de trabalho, de habitação, de estabelecimentos de ensino de
todos os níveis, de unidades hospitalares de diferentes
categorias, de infra-estruturas desportivas para a prática de
desporto, da formação técnico-profissional dos jovens com
distribuição gratuita de kits e incentivado os jovens a
enveredar também para o empreendedorismo.

Os concursos públicos que se realizam desde 2019 de


admissão de profissionais para a saúde pública e para a
educação estão dirigidos aos angolanos no geral, mas
acabam por beneficiar sobretudo os nossos jovens.

Acreditamos que os programas especiais de fomento da


produção de grãos, da pecuária e das pescas, suportados por
uma linha de crédito do BDA aprovada pelo Executivo, vão
também contribuir para o aumento de postos de trabalho.

O Executivo tem em carteira importantes projectos


estruturantes que terão um grande impacto no
desenvolvimento económico e social do país, mas que
contribuirão para o aumento da oferta de postos de trabalho,
quer na fase de construção, quer na fase da sua colocação
em serviço e utilização.

Destaco a entrada em funcionamento no final do corrente


ano do Aeroporto Internacional Dr António Agostinho Neto, a
conclusão no próximo ano do Porto do Caio em Cabinda, a
construção dos novos aeroportos de Cabinda e de Mbanza
Congo, a construção da Barragem Hidroeléctrica de Caculo
Cabaça, a construção das refinarias de Cabinda, do Soyo e
do Lobito, a construção de 17 hospitais de nível terciário em
Viana, Cacuaco, Caxito, Sumbe, Ndalatando, Cunene,
Mbanza Congo, Catumbela, Bailundo, Dundo, Uíge, a
construção do Hospital General Pedalé em Luanda, do
Hospital Universitário em Luanda, do novo Hospital Militar
Principal em Luanda, do novo Hospital Oncológico em
Luanda, do novo Hospital dos Queimados em Luanda, do novo
Hospital Oftalmológico em Luanda e a reabilitação completa
do Hospital Américo Boavida, dos quais pelo menos sete serão
inaugurados este ano.

Vamos executar na sua plenitude o grande programa de


combate à seca no sul de Angola, com enfoque para as
províncias do Cunene, Namibe e Huíla, incluindo a solução de
água para a cidade do Lubango.

Temos igualmente programado arrancar com os projectos Bita


e Quilonga para suprir o déficit de água na cidade de Luanda.
O Ensino Superior vai também beneficiar da construção de 11
infraestruturas Universitárias distribuídas pelo país.

Prosseguiremos com o programa de construção e de


manutenção de estradas, assim como com a construção de
linhas de transporte de energia em alta tensão e respectivas
sub-estações, para levar energia ao leste, ao sul e ao sudeste
do país.

Sem contar com a contribuição do sector privado, todos estes


projectos de infra-estruturas públicas e outros não citados,
incluindo os do PIIM, vão aumentar consideravelmente a
oferta de emprego para os nossos jovens.

Estamos em crer que do debate nesta reunião à volta do tema


escolhido nascerá uma nova luz e contribuições concretas
sobre como continuar a atender a nossa juventude para que
os jovens vejam seus sonhos cada vez mais realizados e possam
melhor servir a pátria em todas as frentes.

Caros Camaradas,

Foi no quadro da valorização da nossa juventude que


decidimos, no último Congresso do Partido, alargar
consideravelmente a composição do Comité Central, numa
renovação geracional, tendo os olhos no presente mas
sobretudo no futuro do MPLA.
Alguns deles têm potencial suficiente para amadurecer e
evoluir para patamares mais altos, oferecendo ao Partido as
melhores opções para o preenchimento dos lugares de
direcção e chefia nos diferentes escalões da hierarquia do
Partido, para disputarem as câmaras municipais, os lugares de
governação nas províncias, os lugares de membros do
Executivo Central e outros.

Para além da formação académica que trazem, precisam de


se forjar no contacto com os documentos do Partido, na
interacção com os quadros e dirigentes partidários mais
experientes, no contacto com os militantes de base, mas
sobretudo no contacto com os cidadãos angolanos de todas
as franjas da nossa sociedade.

O trabalho do Partido não se pode limitar às reuniões dos CAP


, dos Comités do Partido a outros níveis ou à participação nos
grandes actos de massas, mas sobretudo no trabalho com a
sociedade civil, com as organizações representativas dos
jovens, dos estudantes, da mulher, dos trabalhadores, dos
desportistas, dos artistas e compositores, das igrejas, dos
empresários, dos empreendedores, das minorias e outros
grupos.

Os jovens aprendem e se adaptam rápido, só precisam de


uma mão condutora que os encoraje, os incentive. Se
soubermos trabalhar bem com estes jovens que engrossaram
os nossos órgãos de direcção, vamos com certeza colher
dentro de algum tempo os frutos da semente que lançámos
nos últimos anos.

Trabalhemos todos para garantir que eles venham a ser os


governantes do futuro, mas precisamos prepará-los, corrigir
vícios e ambições desmedidas, de dizer-lhes que o único
caminho que os leva ao sucesso é o caminho da dedicação
ao trabalho.

Estamos orgulhosos da juventude angolana que, neste mês da


paz mas também da Juventude, acaba de realizar neste
último Sábado a nível nacional uma marcha em defesa da paz
e reconciliação nacional, que enaltece os valores do
patriotismo, do civismo, da tolerância e da sã convivência
entre os angolanos.

Caros Camaradas,

O Partido deve acompanhar com a devida atenção os últimos


acontecimentos que ocorrem no mundo e que prenunciam o
retorno à Guerra Fria ou mesmo o desenhar de um cenário pior
ao da II Guerra Mundial, com alinhamentos formados por dois
eixos antagónicos. Tudo deve ser feito agora para se evitar
chegar a esse ponto, mais tarde podemos alcançar o
momento de não retorno.

Temos sido coerentes com a política externa que traçámos,


Angola é pela paz, defendemos o respeito do Direito
Internacional, dos princípios plasmados na Carta das Nações
Unidas, somos contra todas as guerras e, consequentemente,
condenamos a invasão da Ucrânia pela Rússia e a ocupação
e anexação de parte do território ucraniano.

Defendemos um cessar-fogo incondicional e o início de


negociações entre as partes directamente envolvidas no
conflito - a Rússia e a Ucrânia -, para o estabelecimento de
uma paz duradoura entre os dois países.
Este conflito atingiu, contudo, proporções de tal ordem que já
não basta garantir a paz para a Ucrânia e a normalização das
relações entre os dois países, mas importa assegurar uma paz
duradoura para a Europa no seu todo, o que implica
necessariamente haver, em algum momento que se considere
adequado, negociações directas entre a Rússia e a NATO,
entre a Rússia e a União Europeia.

A Europa já não pode ser o epicentro de uma nova guerra


mundial, precisamos de salvar a Europa para salvar o mundo.

Pela influência que têm sobre cada um dos países em conflito,


é importante que Washington DC e Pequim coloquem de lado
aquilo que hoje os separa e concertem acções diplomáticas
direccionadas para a resolução deste conflito na Europa, o
que pode ser determinante na salvaguarda da paz e
segurança mundiais.

Declaro aberta a IV Sessão Ordinária do Comité Central do


MPLA.

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