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UNIDADE DE APRENDIZAGEM II
Unidade de Formação de Curta Duração 12
“A CULTURA DO PIMENTO”
República de Angola
Ministério da Administração Pública,
Trabalho e Segurança Social
OBJECTIVOS
Esta UFCD, integrada na Unidade de Aprendizagem II, tem por Objectivo principal
facultar conhecimentos e práticas, tecnicamente sustentadas, sobre as “Culturas de
Hortícolas Comestíveis” e tem, por Objectivos Específicos, os que a seguir
identificamos:
• Proporcionar informação adequada sobre o cultivo do Pimento como
hortícola comestível importante do ponto de vista nutricional;
• Garantir a assimilação e a consolidação da informação recebida para poder
ser aplicada nas operações práticas necessárias ao cultivo efectivo do
Pimento;
• Conduzir à aquisição de competências técnicas que assegurem todas as
operações necessárias a esse cultivo;
• Assegurar a utilização de Boas Práticas no cultivo do Pimento.
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Para aprender a “Saber Fazer”, no caso desta UFCD sobre a “Cultura do Pimento” o
aluno/formando tem de adquirir um conjunto de informações sobre as características
do produto, as suas variedades, os procedimentos e técnicas necessárias para garantir
a produção efectiva de Pimento. É necessário, então, um contexto de Aprendizagem
inicial, em Sala de Aula e (ou) Biblioteca, onde seja possível garantir que vão decorrer
as seguintes aprendizagem (a título de exemplo):
I – DOCUMENTAÇÃO DE APOIO/INFORMAÇÃO
DOCUMENTO 1
O Pimento é uma hortícola que terá tido a sua origem, segundo alguns estudos
científicos, no Perú e na Bolívia (Cordilheira dos Andes, América do Sul) e,
possivelmente, também no México (América Central), há mais de 7000 anos.
Com as grandes navegações do século XVI e o início do processo de colonização
da América, a cultura do pimento expandiu-se para outras partes do mundo,
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incluindo a Europa e a África. Cristóvão Colombo terá levado o pimento para
Espanha enquanto os Portugueses tê-lo-ão levado para África, particularmente para
Angola e Moçambique.
O Pimento, que pertence ao género Capsicum e à família Solanum, tal como, por
exemplo, o tomate e a beringela, é hoje cultivado e consumido em todos os
continentes, sendo a China o maior produtor mundial.
O Pimento tem grande importância nutricional, especialmente por causa das suas
propriedades adequadas a uma alimentação saudável, já que possui vitaminas A e
C, fortalece o sistema imunológico, tem propriedades analgésicas, entre muitas
outras características importantes.
A cultura do Pimento é, hoje, uma cultura de grande rendimento, particularmente
se se optar pelo cultivo em estufas, onde se pode obter um rendimento muito
superior ao cultivo do pimento em campo aberto.
Um momento importante para recordar na história do Pimento foi o facto de ter
sido a partir do Pimento que se conseguiu isolar, pela primeira vez, a vitamina C
(Albert Gyorgil, Prémio Nobel da Medicina, 1937).
O
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DOCUMENTO 2
Há centenas de variedades de pimento, que têm vindo a ser adaptadas para cada
condição de cultivo (campo aberto, túnel e estufas), para cada clima e de acordo com
as exigências dos consumidores e do mercado de procura.
Podemos, assim, encontrar um grande número de variedades em relação à cor já
que podemos encontrar pimento verde claro, verde escuro, vermelho, amarelo, cor-
de-laranja, roxo, entre muitas outras cores.
Quanto à forma, encontramos variedades mais largas, redondas, estreitas,
redondas alargadas (em forma de caixa); tal como encontramos variedades
preparadas para serem plantadas numa fileira só, em cada cama, ou em duas fileiras
por cama, ou, ainda, em estufa alta, em estufa de rede, em estufa tipo túnel, em
campo aberto, utilizando diferentes tipos de tutoreio.
Encontramos, também, plantas de pimento enxertadas – por exemplo, a raiz e o
princípio do caule da abóbora e em cima o pimento, (o que dá muito bom resultado);
6 e, também, plantas híbridas, que se caracterizam pela resistência múltipla a doenças,
alto vigor, produtividade, precocidade de produção e uniformidade.
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DOCUMENTO 3
PLANTIO E CULTIVO
Preparadas as camas para a sementeira, em cima da cama planta-se, numa
distância de 40 cm entre plantas e entre fileiras (quando a cama tem 160 cm de
largura), 80 cm entre fileiras e 40 cm no término da cama.
No pimento picante (piri-piri) faz-se cama de 1,20 m de largura com duas fileiras
de plantas, 60 cm entre fileiras e 30 cm ao término da cama cada lado. A distância
entre plantas nas fileiras plantadas é de 30 cm.
SEMENTES E PLANTIO
A semente de pimento é uma semente pequenina com dificuldades de brotar, e,
por isso, hoje em dia utilizam-se essencialmente variedades híbridas por serem mais
resistentes, apesar de serem mais caras.
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Mudas de Pimento
DESENVOLVIMENTO DO CULTIVO
As plantinhas de pimento hoje podem adquirir-se, em bandejas, nas estufas do
Projecto Aldeia Nova, que se encontram no Centro Logístico do Projecto; vêm
preparadas para serem plantadas definitivamente em campo.
Tem de se ter o cuidado de não se danificarem as mesmas bandejas, que são feitas
de um material bastante sensível. Depois de retirar as plantinhas das bandejas, é
preciso lavá-las com muito cuidado para poderem ser reutilizadas.
Nas fileiras onde se vai proceder ao transplante faz-se um buraco para cada
plantinha que vai ser plantada, com uma profundidade de 1-2 cm a mais do que o
sistema radicular da plantinha, enchendo, a seguir, com água.
Para proceder ao transplante, segura-se na parte inferior do caule com dois dedos
perto do solo, e, com muito cuidado, puxa-se a planta para cima, de modo a não a
danificar. Coloca-se, então, a planta no buraco com água, até ao início do caule,
enchendo-se com terra e compactando bem de todos os lados da plantinha, com
muito cuidado para não correr o risco de a danificar.
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Cultura em Estufa
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O rendimento na produção do pimento é mais elevado quando realizado em
estufa ou quando se utilizam variedades preparadas para se obter um elevado
rendimento. Podemos considerar que um rendimento de 30 t/1000 m2, em campo
aberto, é um rendimento bom. Mas a percentagem de rendimento nas estufas é
bastante superior.
DURAÇÃO DO CULTIVO
Em campo aberto, a duração do cultivo, desde a plantação até ao fim da colheita,
é de 155-165 dias, dependendo das condições climáticas, do manejo do cultivo e da
variedade. Se contarmos os dias que vão desde a plantação até à altura em que se
pode iniciar a colheita, 65-75 dias, e juntarmos o período em que a colheita decorre,
90 dias, teremos os números que acima apresentámos.
Para o pimento picante, piri-piri, a duração do cultivo, desde a plantação até
terminar a colheita é de 190 dias. Do transplante até ao início da colheita deverão
passar 45 dias, o que nos dá os 145 dias de cultivo total. Em estufa, a duração de
colheita do cultivo é de 160-180 dias, dependendo do manejo. Em estufa, a tecnologia
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de colheita é de uma poda especial que aumenta a vida da planta e leva à subida do
rendimento.
FERTILIZAÇÃO
A planta do pimento reage muito bem à aplicação de 1,5-2 m3 de estrume ou
composto orgânico de boa qualidade. Este complemento orgânico tem de se
incorporar a uma profundidade de 20 cm, no momento em que se faz a preparação
da terra.
Juntamente com o complemento orgânico deve aplicar-se 40-60 kg de fertilizante
12-24-12 por 1000 m2. Uma vez por mês é adequado aplicar 5-10 kg de ureia por 1000
m2, antes da rega ou quando o solo estiver bem molhado pela chuva ou durante o
tempo da chuva que não seja forte. Se a chuva for forte pode acontecer que a ureia
seja arrastada para o solo, penetrando tão fundo, debaixo das raízes, que se venha a
perder.
ÁGUA E REGA
Em campo aberto , o cultivo do pimento necessita, para toda a época, de 800-900
10 mm de água. Para um mês o pimento necessita de 70-100 mm de água dividido em
duas partes.
O pimento não resiste ao tempo de seca, mesmo por um curto tempo.
O sofrimento da planta nota-se quando as folhas baixam, ficando em posição de
murchar, especialmente ao meio do dia, quando o sol estiver ardente. Se a época de
seca se prolongar, começam a cair as flores e os pimentos recém-formados, e, como
resultado, o rendimento baixa.
Também a tolerância da planta do
pimento contra enfermidades sofre
em épocas de seca.
Por isso, tem de se regar
adequadamente, com quantidades
de água suficiente e no tempo certo.
Está provado que o sistema gota a
gota é o melhor para este cultivo.
DOCUMENTO 4
PRAGAS
Existem várias pragas que atacam a planta do
pimento. Entre elas as mais importantes são: os
Nemátodos, os Ácaros, as lagartas Heliotis, Prodenia,
os Afídeos, a Mosca Branca, entre outros. Existem
vários insecticidas (venenos), que se podem usar
para o controlo destas pragas, mas é sempre
necessário consultar um especialista. No ano 2005
tivemos, em funcionamento, em Angola, diferentes
culturas de pimento, em diferentes épocas do ano,
utilizando rega e chuva, mas nunca tivemos a
necessidade de controlar pragas.
Pragas no Pimento
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ENFERMIDADES
Há enfermidades provocadas por vírus, tais como o “Common Rust”, o “Pitium”
ou o “Botritis”, que devem ser controlados assim que aparecem porque, se não se
fizer o controlo, os danos podem ser fortes e o rendimento baixa.
Há também outras perigosas enfermidades do solo como a Sclerotinia, a Ralstonia
Solani, entre outras. É muito dificil controlar essas enfermidades do solo. A solução
mais adequada é a rotação de cultivos, ou a desinfecção drástica do solo.
É intenção dos responsáveis do projecto do Waku-Kungo, proceder, num curto
espaço de tempo, a uma desinfecção profunda do solo para garantir a qualidade dos
cultivos. É importante realçar que o controlo de enfermidades tem de ser feito logo
que aparecem e continuar cada 10-14 dias de forma sistemática, de modo a
conseguir um controlo preventivo.
Além dos factores acima referidos encontramos, também, neste cultivo, alguns
outros factores que podem causar danos no desenvolvimento da planta. São eles: as
condições climáticas adversas, tais como granizo, fortes ventos, geadas, calor
intenso acima de 39 °C e inundações. E, ainda, a apetência dos pássaros para atacar
a planta do pimento, causando muitos danos.
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DOCUMENTO 5
BREVES CONCLUSÕES
SALA/BIBLIOTECA
Proposta de Trabalho
A Proposta de Trabalho inclui cinco Actividades que podem ser realizadas no fim
desta Unidade Teórico-Prática ou que podem ir sendo realizadas, ao longo da
Unidade como Estratégia do Formador. Com a realização das Actividades será mais
fácil:
• Garantir que a mesma está consolidada e que a informação técnica está pronta
a ser utilizada;
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• Permitir uma Auto Testagem do conhecimento adquirido;
ACTIVIDADE Nº 1
Procedimentos:
GRELHA DE ACTIVIDADE Nº 1
ACTIVIDADE Nº 2
Procedimentos:
GRELHA DE ACTIVIDADE Nº 2
1.1 Existem milhares de variedades de pimento que têm sido adaptadas para cada
condição de cultivo.
V ----- ou F -----
1.2 Encontramos variedades de pimento em relação à cor, à forma e ao modo como
se adequam ao plantio.
16 V ----- ou F -----
1.3 Existem plantas de pimento enxertadas, por exemplo, a raíz e o princípio do
caule da abóbora e em cima o pimento, mas é um tipo de planta que não tem
sucesso.
V ----- ou F -----
1.4 As “variedades híbridas” caracterizam-se pela resistência múltipla a doenças,
alto vigor, produtividade, precocidade de produção e uniformidade.
V ----- ou F -----
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ACTIVIDADE Nº 3
Procedimentos:
GRELHA DE ACTIVIDADE Nº 3
1.1 Na preparação do terreno, se o terreno for virgem com árvores e pedras, tem
de se passar com a subsoladora em duas direcções numa profundidade de
80-90 cm.
V ----- ou F -----
1.2 Em caso do terreno não virgem, que já tenha sido trabalhado regularmente, a
preparação da terra não exige mais do que um arado de 20-25 cm de 17
profundidade e a passagem de um disco leve para o esfarelamento do solo.
V ----- ou F -----
1.3 Para a preparação da cama da sementeira, fazem-se camas que tenham l20-160
cm de largura com a altura de 15-20 cm.
V ----- ou F -----
1.4 A semente de pimento é uma semente pequenina com dificuldades de brotar,
e, por isso, hoje em dia utilizam-se essencialmente variedades enxertadas por
serem mais resistentes.
V ----- ou F -----
1.5 É recomendado cultivar as plantinhas de pimento em estufa, em bandejas
adequadas, para, depois, se poder fazer o transplante para o terreno de cultivo.
V ----- ou F -----
1.6 A planta do pimento pode desenvolver-se em campo aberto e, também, em
diferentes tipos de estufas, tais como: estufa alta, estufa de rede, estufa tipo
túnel, entre outras.
V ----- ou F -----
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ACTIVIDADE Nº 4
Procedimentos:
GRELHA DE ACTIVIDADE Nº 4
1.1 Existem várias -------------- que atacam a planta do --------------. Entre elas as mais
importantes são: os --------------, os Ácaros, as -------------- Heliotis, --------------, os
Afídeos e a -------------- Branca.
1.2 As enfermidades podem ser provocadas por -------------, tais como o -------------
--------------, o Pitium ou o -------------- que devem ser -------------- assim que
aparecem.
1.3 Há também outras perigosas enfermidades do solo como a --------------, a
Ralstonia Solani, entre outras. A solução mais adequada é a -------------- de 19
--------------.
1.4 As condições -------------- adversas, tais como --------------, fortes ventos, geadas,
-------------- -------------- acima de 39 °C e -------------- também podem causar
-------------- no desenvolvimento da planta.
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ACTIVIDADE Nº 5
Procedimentos:
Procedimentos de Avaliação
As grelhas de Actividade que constam do Guião do Contexto Teórico-Prático são
grelhas de consolidção de informação e conhecimento, mas que podem ser utilizadas
pelo formador para avaliar o percurso e o processo de aprendizagem dos
alunos/formandos, avaliando cada uma das actividades desenvolvidas, sempre numa
perspectiva formativa e de acompanhamento dessa aprendizagem.
ou
Grupo de
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Trabalho
TRABALHO DE CAMPO
Proposta de Trabalho
ACTIVIDADE Nº 1
Procedimentos:
Pretende-se, com esta primeira actividade, dar início ao trabalho de campo, com a
realização de um pequeno ensaio experimental, mas onde serão utilizadas as técnicas
e operações que permitem, igualmente, uma posterior cultura extensiva.
Procure então:
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1.1 Seleccionar uma espécie ou mistura de espécies de pimento a ensaiar.
procedimentos.
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ACTIVIDADE Nº 2
Procedimentos:
Procure então:
desenvolvimento da agricultura.
Recursos de Apoio
• Terreno de Ensaios Experimentais da Cidadela Jovens de Sucesso de Cabinda.
• Sementes selecionadas.
• Acompanhamento e monitorização dos formadores e outros especialistas.
• Pesquisa autónoma sobre o “Valor nutricional do Pimento“.
• Pesquisa autónoma sobre os programas de apoio à “Cultura do Pimento”.
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Procedimentos de Avaliação
As Propostas de Actividade que constam do Guião do Contexto Prático-
Experimental permitem, igualmente, que o formador avalie o percurso e o
processo de aprendizagem dos alunos/formandos, avaliando cada uma das
actividades desenvolvidas, sempre numa perspectiva formativa e de
acompanhamento dessa aprendizagem.
ou
Grupo de Trabalho
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