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República de Angola

Ministério da Administração Pública,


Trabalho e Segurança Social

UNIDADE DE APRENDIZAGEM II
Unidade de Formação de Curta Duração 12
“A CULTURA DO PIMENTO”
República de Angola
Ministério da Administração Pública,
Trabalho e Segurança Social

Unidade de Formação de Curta Duração


12
“A CULTURA DO PIMENTO” 2

PRESSUPOSTOS METODOLÓGICOS GERAIS

1. APRESENTANDO A UNIDADE DE FORMAÇÃO DE CURTA


DURAÇÃO – A“CULTURA DO PIMENTO” (Nº 12)
APRESENTAÇÃO
Uma Unidade de Formação de Curta Duração (UFCD) é um conjunto metodológico
organizado segundo uma lógica de desenvolvimento de um percurso formativo, e
que propõe suportes formativos adequados à aquisição dos conhecimentos e
competências esperados.
2 Para garantir que o percurso formativo conduza a uma efectiva apropriação dos
conhecimentos e competências e que estes se venham a traduzir em práticas
adequadas e tecnicamente sustentadas, a UFCD traça um caminho para o percurso
formativo, facilitando o trabalho do formador na gestão do percurso formativo e o
do aluno/formando, na gestão da sua própria aprendizagem.

OBJECTIVOS
Esta UFCD, integrada na Unidade de Aprendizagem II, tem por Objectivo principal
facultar conhecimentos e práticas, tecnicamente sustentadas, sobre as “Culturas de
Hortícolas Comestíveis” e tem, por Objectivos Específicos, os que a seguir
identificamos:
• Proporcionar informação adequada sobre o cultivo do Pimento como
hortícola comestível importante do ponto de vista nutricional;
• Garantir a assimilação e a consolidação da informação recebida para poder
ser aplicada nas operações práticas necessárias ao cultivo efectivo do
Pimento;
• Conduzir à aquisição de competências técnicas que assegurem todas as
operações necessárias a esse cultivo;
• Assegurar a utilização de Boas Práticas no cultivo do Pimento.
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2. ESTRATÉGIAS DE DESENVOLVIMENTO DA FORMAÇÃO


Para garantir que os Objectivos sejam alcançados é essencial, nesta lógica de
desenvolvimento de formação mais focada no aluno/formando, ser dada especial
atenção aos ambientes/contextos de aprendizagem, aos processos/mecanismos de
aprendizagem que neles decorrem e aos suportes/recursos de apoio que vão
possibilitar as melhores estratégias de desenvolvimento da formação.

Como a Formação tem, necessariamente, uma componente teórica, essencial para a


aquisição e consolidação de conhecimentos e uma forte componente prática, para
aplicação técnica dos conhecimentos e realização efectiva de operações práticas,
faremos aqui uma breve referência aos dois contextos de aprendizagem, assim como
aos processos e mecanismos que vão estar mais presentes em cada um desses
contextos.

OS CONTEXTOS FORMATIVOS/CONTEXTOS DE APRENDIZAGEM

Os Contextos Formativos/Contextos de Aprendizagem são os ambientes, espaciais,


físicos, afectivos, pedagógicos e didácticos onde decorrem estratégias de interacção
entre formador e alunos/formandos, tendo em vista a dinamização de percursos de
aquisição de conhecimento. Esta UFCD, pelo conjunto de componentes informativas/ 3
/conceptuais/teóricas que integra e, ao mesmo tempo, pela exigência de aplicação
prática e experimental das mesmas, vai desenvolver-se em Contexto Formativo de
Aula, para momentos de Aprendizagem mais relacionada com a recepção e
assimilação da informação e em Contexto Formativo de Trabalho de Campo, para a
componente mais prática e Experimental.
A Documentação de Apoio ao Percurso Formativo será constituída, pois, por um
conjunto de recursos informativos estruturados para a aquisição de informação e
conhecimentos para suporte das práticas.
Consideremos, então, um Contexto mais enquadrado num ambiente propiciador de
recepção e consolidação de informação e conhecimento documental, a que
chamaremos “Contexto Formativo Sala/Biblioteca (Teórico-Prático)” e um outro
Contexto de Formação, focado no trabalho de campo, na prática experimental em
contexto oficinal, na aplicação de conhecimentos ao saber fazer, a que chamaremos
“Contexto Formativo Trabalho de Campo/Oficina (Prático-/Experimental)”.
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GESTÃO DA APRENDIZAGEM EM CADA UM DOS CONTEXTOS

Para aprender a “Saber Fazer”, no caso desta UFCD sobre a “Cultura do Pimento” o
aluno/formando tem de adquirir um conjunto de informações sobre as características
do produto, as suas variedades, os procedimentos e técnicas necessárias para garantir
a produção efectiva de Pimento. É necessário, então, um contexto de Aprendizagem
inicial, em Sala de Aula e (ou) Biblioteca, onde seja possível garantir que vão decorrer
as seguintes aprendizagem (a título de exemplo):

• Leitura da informação facultada;


• Assimilação dessa informação através de estatégias de memorização e
compreensão;
• Consolidação da informação através de exercícios e partilha na sala de aula;
• Complemento da informação através de pesquisa, na Biblioteca ou na Sala de
Aula, utilizando recursos diversos;
• Compreensão da informação recebida tendo em vista a sua aplicação prática.
O Exercício Prático que leva ao “Saber Fazer”, exige um contexto de Aprendizagem
onde se possa aplicar o que se aprendeu, quer seja no terreno a cultivar, quer seja
no contacto, em contexto de Oficina, com os instrumentos agrícolas a utilizar.
4 Neste contexto de trabalho de campo/trabalho oficinal, as aprendizagens a
desenvolver devem incluir as que vamos identificar (a título de exemplo):

• Identificação e reconhecimento presencial dos instrumentos técnicos a utilizar;


• Contacto presencial com o terreno a utilizar e preparação do mesmo;
• Utilização dos conhecimentos técnicos diversos para implementar as diferentes
operações de produção integradas na cultura do Pimento;
• Acompanhamento e monitorização de todas as actividades integradas no
processo de cultivo;
• Organização de registos adequados para garantir o reajustamento e melhoria
das práticas e procurar adquirir Boas Práticas no desenvolvimento da Cultura
do Pimento.
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GUIÃO DE TRABALHO “CULTURA DO PIMENTO”

I – DOCUMENTAÇÃO DE APOIO/INFORMAÇÃO

DOCUMENTO 1

O PIMENTO – BREVE HISTÓRIA

O Pimento é uma hortícola que terá tido a sua origem, segundo alguns estudos
científicos, no Perú e na Bolívia (Cordilheira dos Andes, América do Sul) e,
possivelmente, também no México (América Central), há mais de 7000 anos.
Com as grandes navegações do século XVI e o início do processo de colonização
da América, a cultura do pimento expandiu-se para outras partes do mundo,
5
incluindo a Europa e a África. Cristóvão Colombo terá levado o pimento para
Espanha enquanto os Portugueses tê-lo-ão levado para África, particularmente para
Angola e Moçambique.
O Pimento, que pertence ao género Capsicum e à família Solanum, tal como, por
exemplo, o tomate e a beringela, é hoje cultivado e consumido em todos os
continentes, sendo a China o maior produtor mundial.
O Pimento tem grande importância nutricional, especialmente por causa das suas
propriedades adequadas a uma alimentação saudável, já que possui vitaminas A e
C, fortalece o sistema imunológico, tem propriedades analgésicas, entre muitas
outras características importantes.
A cultura do Pimento é, hoje, uma cultura de grande rendimento, particularmente
se se optar pelo cultivo em estufas, onde se pode obter um rendimento muito
superior ao cultivo do pimento em campo aberto.
Um momento importante para recordar na história do Pimento foi o facto de ter
sido a partir do Pimento que se conseguiu isolar, pela primeira vez, a vitamina C
(Albert Gyorgil, Prémio Nobel da Medicina, 1937).
O
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DOCUMENTO 2

O PIMENTO – VARIEDADES SIGNIFICATIVAS

Há centenas de variedades de pimento, que têm vindo a ser adaptadas para cada
condição de cultivo (campo aberto, túnel e estufas), para cada clima e de acordo com
as exigências dos consumidores e do mercado de procura.
Podemos, assim, encontrar um grande número de variedades em relação à cor já
que podemos encontrar pimento verde claro, verde escuro, vermelho, amarelo, cor-
de-laranja, roxo, entre muitas outras cores.
Quanto à forma, encontramos variedades mais largas, redondas, estreitas,
redondas alargadas (em forma de caixa); tal como encontramos variedades
preparadas para serem plantadas numa fileira só, em cada cama, ou em duas fileiras
por cama, ou, ainda, em estufa alta, em estufa de rede, em estufa tipo túnel, em
campo aberto, utilizando diferentes tipos de tutoreio.
Encontramos, também, plantas de pimento enxertadas – por exemplo, a raiz e o
princípio do caule da abóbora e em cima o pimento, (o que dá muito bom resultado);
6 e, também, plantas híbridas, que se caracterizam pela resistência múltipla a doenças,
alto vigor, produtividade, precocidade de produção e uniformidade.
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DOCUMENTO 3

O CULTIVO DO PIMENTO – DIFERENTES ETAPAS

ETAPA I – A PREPARAÇÃO DA TERRA

Os procedimentos para a Preparação do Terreno são os seguintes:


• Se o terreno for virgem com árvores e pedras, tem de se passar com a
subsoladora em duas direcções numa profundidade de 40-50 cm, depois
passar na recolha de troncos e pedras e lançá-los para fora do campo;
• Passar com um disco não muito pesado, para o esmagamento dos torrões,
criando condições para a cama de sementeira;
• Em caso do terreno não virgem, que já tem sido trabalhado regularmente, a
preparação da terra não exige mais que um arado de 20-25 cm de
profundidade e a passagem de um disco leve para o esfarelamento do solo;
• Para a preparação da cama da sementeira, fazem-se camas que tenham
120-160 cm de largura com a altura de 15-20 cm. A distância entre as camas
não deve ter mais de 20 centímetros. Quando o solo é pesado (argiloso)
7
permite-se diminuir a largura da cama até 120 cm e quando o solo é mais leve
(arenoso) deve ampliar-se a largura até no máximo 160 cm.

ETAPA II – A PLANTAÇÃO E O DESENVOLVIMENTO DA PLANTA

PLANTIO E CULTIVO
Preparadas as camas para a sementeira, em cima da cama planta-se, numa
distância de 40 cm entre plantas e entre fileiras (quando a cama tem 160 cm de
largura), 80 cm entre fileiras e 40 cm no término da cama.
No pimento picante (piri-piri) faz-se cama de 1,20 m de largura com duas fileiras
de plantas, 60 cm entre fileiras e 30 cm ao término da cama cada lado. A distância
entre plantas nas fileiras plantadas é de 30 cm.

SEMENTES E PLANTIO
A semente de pimento é uma semente pequenina com dificuldades de brotar, e,
por isso, hoje em dia utilizam-se essencialmente variedades híbridas por serem mais
resistentes, apesar de serem mais caras.
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É recomendado cultivar as plantinhas de pimento em estufa, em bandejas


adequadas, para, depois, se poder fazer o transplante para o terreno de cultivo, já
com mais segurança. Quando o transplante se faz correctamente a plantinha não
sofre atrasos pelo transplante e é maior a garantia de um bom desenvolvimento da
mesma. Plantinhas de pimento enxertadas sobre planta de abóbora como base, têm
melhor desenvolvimento no sistema radicular, mais resistência contra as
enfermidades do solo e um rendimento melhor.

Mudas de Pimento

DESENVOLVIMENTO DO CULTIVO
As plantinhas de pimento hoje podem adquirir-se, em bandejas, nas estufas do
Projecto Aldeia Nova, que se encontram no Centro Logístico do Projecto; vêm
preparadas para serem plantadas definitivamente em campo.
Tem de se ter o cuidado de não se danificarem as mesmas bandejas, que são feitas
de um material bastante sensível. Depois de retirar as plantinhas das bandejas, é
preciso lavá-las com muito cuidado para poderem ser reutilizadas.
Nas fileiras onde se vai proceder ao transplante faz-se um buraco para cada
plantinha que vai ser plantada, com uma profundidade de 1-2 cm a mais do que o
sistema radicular da plantinha, enchendo, a seguir, com água.
Para proceder ao transplante, segura-se na parte inferior do caule com dois dedos
perto do solo, e, com muito cuidado, puxa-se a planta para cima, de modo a não a
danificar. Coloca-se, então, a planta no buraco com água, até ao início do caule,
enchendo-se com terra e compactando bem de todos os lados da plantinha, com
muito cuidado para não correr o risco de a danificar.
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Se esta actividade for feita adequadamente, a plantinha adapta-se perfeitamente


ao campo e vai continuar com o seu crescimento sem nenhum problema.
A planta do pimento pode desenvolver-se em campo aberto e, também, em
diferentes tipos de estufas, tais como: estufa alta, estufa de rede, estufa tipo túnel,
entre outras. Encontramos, também, diferentes tipos de tutoreio.

Cultura em Estufa
9
O rendimento na produção do pimento é mais elevado quando realizado em
estufa ou quando se utilizam variedades preparadas para se obter um elevado
rendimento. Podemos considerar que um rendimento de 30 t/1000 m2, em campo
aberto, é um rendimento bom. Mas a percentagem de rendimento nas estufas é
bastante superior.

DURAÇÃO DO CULTIVO
Em campo aberto, a duração do cultivo, desde a plantação até ao fim da colheita,
é de 155-165 dias, dependendo das condições climáticas, do manejo do cultivo e da
variedade. Se contarmos os dias que vão desde a plantação até à altura em que se
pode iniciar a colheita, 65-75 dias, e juntarmos o período em que a colheita decorre,
90 dias, teremos os números que acima apresentámos.
Para o pimento picante, piri-piri, a duração do cultivo, desde a plantação até
terminar a colheita é de 190 dias. Do transplante até ao início da colheita deverão
passar 45 dias, o que nos dá os 145 dias de cultivo total. Em estufa, a duração de
colheita do cultivo é de 160-180 dias, dependendo do manejo. Em estufa, a tecnologia
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de colheita é de uma poda especial que aumenta a vida da planta e leva à subida do
rendimento.

FERTILIZAÇÃO
A planta do pimento reage muito bem à aplicação de 1,5-2 m3 de estrume ou
composto orgânico de boa qualidade. Este complemento orgânico tem de se
incorporar a uma profundidade de 20 cm, no momento em que se faz a preparação
da terra.
Juntamente com o complemento orgânico deve aplicar-se 40-60 kg de fertilizante
12-24-12 por 1000 m2. Uma vez por mês é adequado aplicar 5-10 kg de ureia por 1000
m2, antes da rega ou quando o solo estiver bem molhado pela chuva ou durante o
tempo da chuva que não seja forte. Se a chuva for forte pode acontecer que a ureia
seja arrastada para o solo, penetrando tão fundo, debaixo das raízes, que se venha a
perder.

ÁGUA E REGA
Em campo aberto , o cultivo do pimento necessita, para toda a época, de 800-900
10 mm de água. Para um mês o pimento necessita de 70-100 mm de água dividido em
duas partes.
O pimento não resiste ao tempo de seca, mesmo por um curto tempo.
O sofrimento da planta nota-se quando as folhas baixam, ficando em posição de
murchar, especialmente ao meio do dia, quando o sol estiver ardente. Se a época de
seca se prolongar, começam a cair as flores e os pimentos recém-formados, e, como
resultado, o rendimento baixa.
Também a tolerância da planta do
pimento contra enfermidades sofre
em épocas de seca.
Por isso, tem de se regar
adequadamente, com quantidades
de água suficiente e no tempo certo.
Está provado que o sistema gota a
gota é o melhor para este cultivo.

Sistema de Rega Gota a Gota


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ETAPA III – A COLHEITA

PROCEDIMENTOS NA COLHEITA E PÓS-COLHEITA


A Colheita deve ser feita com tesouras próprias, adequadas a esse trabalho; o
procedimento correcto é o de cortar o pimento, mas deixando uma parte pequenina
do pedúnculo. Não se pode fazer a colheita arrancando o fruto, porque, senão ele
ficará danificado.
Como outros cultivos da família Solanum, este fruto é sensível e é necessário tratá-
lo, depois da colheita, conforme os procedimentos que a seguir referimos:
• Deve colocar-se o pimento colhido na caixa com cuidado, não pode ser atirado
para a caixa nem apertado por outros porque irá desenvolver, de imediato,
uma mancha de humidade e em curto tempo pode apodrecer e causar
apodrecimento aos outros da caixa;
• Quando se arrumam as caixas no meio de transporte utilizado, é necessário
verificar se as caixas que estão por cima não estão a apertar os frutos em baixo
para garantir a qualidade pós-colheita;
• As caixas com pimento colhido têm de ser postas rapidamente à sombra para
que o fruto conserve a sua frescura. Devem, depois, ser conservados em 11
sistema de refrigeração com temperaturas entre os 7 e os 10 graus.

Procedimentos adequados na Pós-Colheita


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DOCUMENTO 4

FACTORES QUE PODEM IMPEDIR O DESENVOLVIMENTO DO PIMENTO

PRAGAS
Existem várias pragas que atacam a planta do
pimento. Entre elas as mais importantes são: os
Nemátodos, os Ácaros, as lagartas Heliotis, Prodenia,
os Afídeos, a Mosca Branca, entre outros. Existem
vários insecticidas (venenos), que se podem usar
para o controlo destas pragas, mas é sempre
necessário consultar um especialista. No ano 2005
tivemos, em funcionamento, em Angola, diferentes
culturas de pimento, em diferentes épocas do ano,
utilizando rega e chuva, mas nunca tivemos a
necessidade de controlar pragas.
Pragas no Pimento

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ENFERMIDADES
Há enfermidades provocadas por vírus, tais como o “Common Rust”, o “Pitium”
ou o “Botritis”, que devem ser controlados assim que aparecem porque, se não se
fizer o controlo, os danos podem ser fortes e o rendimento baixa.
Há também outras perigosas enfermidades do solo como a Sclerotinia, a Ralstonia
Solani, entre outras. É muito dificil controlar essas enfermidades do solo. A solução
mais adequada é a rotação de cultivos, ou a desinfecção drástica do solo.
É intenção dos responsáveis do projecto do Waku-Kungo, proceder, num curto
espaço de tempo, a uma desinfecção profunda do solo para garantir a qualidade dos
cultivos. É importante realçar que o controlo de enfermidades tem de ser feito logo
que aparecem e continuar cada 10-14 dias de forma sistemática, de modo a
conseguir um controlo preventivo.
Além dos factores acima referidos encontramos, também, neste cultivo, alguns
outros factores que podem causar danos no desenvolvimento da planta. São eles: as
condições climáticas adversas, tais como granizo, fortes ventos, geadas, calor
intenso acima de 39 °C e inundações. E, ainda, a apetência dos pássaros para atacar
a planta do pimento, causando muitos danos.
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DOCUMENTO 5

BREVES CONCLUSÕES

A cultura do Pimento é, em Angola, uma cultura importante para a dieta


alimentar de base, tendo havido, nos últimos anos, um importante apoio 13
governamental ao seu desenvolvimento.
A título de exemplo,podemos citar o “Projecto de Desenvolvimento Agrícola e
Regional” da Quiminha, entre Cabiri e o Bom Jesus, que aposta fortemente na
produção do pimento, utilizando tecnologias adequadas e podendo influenciar
positivamente outros projectos de desenvolvimento agrícola.
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II – GUIÃO DE ACTIVIDADES CONTEXTO TEÓRICO-PRÁTICO

SALA/BIBLIOTECA

Proposta de Trabalho

A Proposta de Trabalho inclui cinco Actividades que podem ser realizadas no fim
desta Unidade Teórico-Prática ou que podem ir sendo realizadas, ao longo da
Unidade como Estratégia do Formador. Com a realização das Actividades será mais
fácil:

• Assimilar a informação sobre a cultura do ”Pimento”;

• Garantir que a mesma está consolidada e que a informação técnica está pronta

a ser utilizada;
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• Permitir uma Auto Testagem do conhecimento adquirido;

• Possibilitar um melhor acompanhamento do percurso da aprendizagem do

aluno/formando por parte do formador.


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ACTIVIDADE Nº 1

Procedimentos:

Utilizando o Documento 1 complete a Grelha de Validação de Informação abaixo


colocada, assinalando com “V” as que considera Verdadeiras e com “F” as que
considera Falsas.

GRELHA DE ACTIVIDADE Nº 1

1.1 O Pimento tem uma longa história, de alguns milhares de anos


(provavelmente 7000 anos) sendo originalmente cultivado no Perú, na Bolívia
e possivelmente também no México.
V ----- ou F ------
15
1.2 Com o processo de colonização da América, Cristóvão Colombo terá levado
o pimento para Portugal, no século XVI.
V ----- ou F ------
1.3 No século XVI os portugueses terão levado o pimento para Angola e
Moçambique.
V ----- ou F ------
1.4 Hoje o Pimento é cultivado em todos os continentes, sendo os Estados Unidos
o maior produtor mundial desta hortícola.
V ----- ou F ------
1.5 O Pimento tem grande importância nutricional porque é um alimento muito
calórico.
V ----- ou F ------
1.6 Um momento importante para recordar na história do Pimento foi o facto de
ter sido a partir do Pimento que se conseguiu isolar, pela primeira vez, a
vitamina C.
V ----- ou F ------
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ACTIVIDADE Nº 2

Procedimentos:

Utilizando o Documento 2 complete a Grelha de Validação de Informação abaixo


colocada, assinalando com “V” as que considera Verdadeiras e com “F” as que
considera Falsas.

GRELHA DE ACTIVIDADE Nº 2

1.1 Existem milhares de variedades de pimento que têm sido adaptadas para cada
condição de cultivo.
V ----- ou F -----
1.2 Encontramos variedades de pimento em relação à cor, à forma e ao modo como
se adequam ao plantio.
16 V ----- ou F -----
1.3 Existem plantas de pimento enxertadas, por exemplo, a raíz e o princípio do
caule da abóbora e em cima o pimento, mas é um tipo de planta que não tem
sucesso.
V ----- ou F -----
1.4 As “variedades híbridas” caracterizam-se pela resistência múltipla a doenças,
alto vigor, produtividade, precocidade de produção e uniformidade.
V ----- ou F -----
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ACTIVIDADE Nº 3

Procedimentos:

Utilizando o Documento 3 complete a Grelha de Validação de Informação abaixo


colocada, assinalando com “V” as que considera Verdadeiras e com “F” as que
considera Falsas.

GRELHA DE ACTIVIDADE Nº 3

1.1 Na preparação do terreno, se o terreno for virgem com árvores e pedras, tem
de se passar com a subsoladora em duas direcções numa profundidade de
80-90 cm.
V ----- ou F -----
1.2 Em caso do terreno não virgem, que já tenha sido trabalhado regularmente, a
preparação da terra não exige mais do que um arado de 20-25 cm de 17
profundidade e a passagem de um disco leve para o esfarelamento do solo.
V ----- ou F -----
1.3 Para a preparação da cama da sementeira, fazem-se camas que tenham l20-160
cm de largura com a altura de 15-20 cm.
V ----- ou F -----
1.4 A semente de pimento é uma semente pequenina com dificuldades de brotar,
e, por isso, hoje em dia utilizam-se essencialmente variedades enxertadas por
serem mais resistentes.
V ----- ou F -----
1.5 É recomendado cultivar as plantinhas de pimento em estufa, em bandejas
adequadas, para, depois, se poder fazer o transplante para o terreno de cultivo.
V ----- ou F -----
1.6 A planta do pimento pode desenvolver-se em campo aberto e, também, em
diferentes tipos de estufas, tais como: estufa alta, estufa de rede, estufa tipo
túnel, entre outras.
V ----- ou F -----
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1.7 Em campo aberto, a duração do cultivo, desde a plantação até ao fim da


colheita, é de 185-195 dias, dependendo das condições climáticas, do manejo
do cultivo e da variedade.
V ----- ou F -----
1.8 A planta do pimento reage muito bem à aplicação de 1,5-2 m3 de estrume ou
composto orgânico de boa qualidade (…), no momento em que se faz a
preparação da terra.
V ----- ou F -----
1.9 Na colheita o procedimento correcto é o de cortar o pimento, mas deixando
uma parte pequenina do pedúnculo. Não se pode fazer a colheita arrancando
o fruto.
V ----- ou F -----

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ACTIVIDADE Nº 4

Procedimentos:

Utilizando o Documento 4 preencha a Grelha de Completamento de Informação


abaixo colocada, preenchendo com a palavra certa o espaço em branco.

GRELHA DE ACTIVIDADE Nº 4

1.1 Existem várias -------------- que atacam a planta do --------------. Entre elas as mais
importantes são: os --------------, os Ácaros, as -------------- Heliotis, --------------, os
Afídeos e a -------------- Branca.
1.2 As enfermidades podem ser provocadas por -------------, tais como o -------------
--------------, o Pitium ou o -------------- que devem ser -------------- assim que
aparecem.
1.3 Há também outras perigosas enfermidades do solo como a --------------, a
Ralstonia Solani, entre outras. A solução mais adequada é a -------------- de 19
--------------.
1.4 As condições -------------- adversas, tais como --------------, fortes ventos, geadas,
-------------- -------------- acima de 39 °C e -------------- também podem causar
-------------- no desenvolvimento da planta.
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ACTIVIDADE Nº 5

Procedimentos:

Utilizando o Documento 5 procure responder ao que lhe é solicitado.

GRELHA DE ACTIVIDADE Nº5

1.1 Após a leitura do Documento 5 procure elaborar um pequeno texto de 4-5


linhas que seja uma espécie de notícia sobre o desenvolvimento da cultura
do Pimento em Angola.
Título da Notícia:
“Pimento produzido no país já abastece os grandes centros comerciais da
cidade de Luanda”
----------------------------------------------------------------------------------------------------------------
----------------------------------------------------------------------------------------------------------------
----------------------------------------------------------------------------------------------------------------
----------------------------------------------------------------------------------------------------------------
20
----------------------------------------------------------------------------------------------------------------

1.2 Legende a Foto abaixo colocada.


LEGENDA: ---------------------------------------------------------------
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Procedimentos de Avaliação
As grelhas de Actividade que constam do Guião do Contexto Teórico-Prático são
grelhas de consolidção de informação e conhecimento, mas que podem ser utilizadas
pelo formador para avaliar o percurso e o processo de aprendizagem dos
alunos/formandos, avaliando cada uma das actividades desenvolvidas, sempre numa
perspectiva formativa e de acompanhamento dessa aprendizagem.

A “Grelha Geral de Avaliação de Desempenho I” (contexto teórico-prático), abaixo


apresentada, permite registar a Avaliação de cada aluno/formando em cada
actividade, de um modo muito simples, utilizando a tipologia de avaliação constante
da escala de avaliação.

GRELHA DE AVALIAÇÃO DE DESEMPENHO I

Nome do Actividade 1 Actividade 2 Actividade 3 Actividade 4 Actividade 5 Total


Aluno

ou

Grupo de
21
Trabalho

Legenda e escala de avaliação:


1 – Fraco (ou Nunca/Não Adequado/Não Satisfaz)
2 – Suficiente (Alguma Frequência/Medianamente Adequado/Satisfaz)
3 – Bom (Bastante Frequência/Bastante Adequado/Nível Qualidade Bom)
4 – Muito Bom (Muito Frequente/Muito Adequado/Nível Qualidade Muito Bom)
5 – Excelente (Sempre/Totalmente Adequado/Nível Qualidade Excelente)
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III – GUIÃO DE ACTIVIDADES CONTEXTO PRÁTICO-EXPERIMENTAL

TRABALHO DE CAMPO

Proposta de Trabalho

A Proposta de Trabalho inclui duas Actividades que serão realizadas em contexto


prático-experimental, sendo a gestão temporal das mesmas da responsabilidade do
formador, dada a importância da constante análise do contexto de implementação.

Com a realização das Actividades será mais fácil:

• Aplicar a informação e o conhecimento apreendido;

• Consolidar a aprendizagem das técnicas a aplicar na cultura do “Pimento” em


22
todas as suas etapas e operações;

• Corrigir e melhorar, através da prática monitorizada, a aplicação de técnicas

agrícolas para uma Boa Prática na produção de “Pimento”.


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ACTIVIDADE Nº 1

Conteúdos e Competências em Expectativa

• Observação e implementação, em trabalho de campo, das diferentes


técnicas e operações para a produção de pimento
• Articulação dos conceitos teóricos com as práticas de campo

Procedimentos:

Pretende-se, com esta primeira actividade, dar início ao trabalho de campo, com a
realização de um pequeno ensaio experimental, mas onde serão utilizadas as técnicas
e operações que permitem, igualmente, uma posterior cultura extensiva.

Utilizando distintas variedades de sementes vamos, então, proceder à instalação de


alguns talhões de ensaio no campo de ensaios experimentais da Cidadela Jovens de
Sucesso de Cabinda.

Procure então:
23
1.1 Seleccionar uma espécie ou mistura de espécies de pimento a ensaiar.

1.2 Enumerar os fundamentos dessa selecção.

1.3 Fazer a preparação e fertilização do terreno a utilizar no ensaio.

1.4 Preparar as mudas de sementes para a sementeira.

1.5 Proceder à sementeira do talhão.

1.6 Identificar os talhões com referência às espécies utilizadas.

1.7 Corrigir e melhorar procedimentos com a monitorização do formador.

1.8 Promover e organizar, posteriormente, em contexto de sala de aula, a análise e

discussão de resultados, para consolidar a correcção e melhoria de

procedimentos.
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ACTIVIDADE Nº 2

Conteúdos e Competências em Expectativa

• Pesquisa, Aprofundamento e Análise Crítica


• Técnicas de Exposição Oral
• Técnicas de Debate e Expressão Argumentativa
• Técnicas de elaboração de Relatório Crítico

Procedimentos:

Pretende-se, com esta segunda actividade, desenvolver competências transversais


(soft skills) essenciais para a qualidade global da aprendizagem.

Procure então:

1.1 Em dinâmica de Grupo, proceder a uma pesquisa aprofundada sobre a

importância do pimento no valor nutricional da alimentação das pessoas e sobre

o apoio governamental a esta cultura em Angola. Preparar, também em Grupo,


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um momento de Debate e troca de ideias com toda a turma.

1.2 Elaborar, também em dinâmica de grupo, um relatório crítico que apresente os

elementos positivos e os aspectos a melhorar no sistema de produção do pimento,

relacionando-o com o seu interesse nutricional e com as políticas de

desenvolvimento da agricultura.

1.3 Elaborar um relatório crítico individual com o resumo do processo da cultura do

Pimento e o interesse pessoal da aprendizagem.


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Recursos de Apoio
• Terreno de Ensaios Experimentais da Cidadela Jovens de Sucesso de Cabinda.
• Sementes selecionadas.
• Acompanhamento e monitorização dos formadores e outros especialistas.
• Pesquisa autónoma sobre o “Valor nutricional do Pimento“.
• Pesquisa autónoma sobre os programas de apoio à “Cultura do Pimento”.

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Procedimentos de Avaliação
As Propostas de Actividade que constam do Guião do Contexto Prático-
Experimental permitem, igualmente, que o formador avalie o percurso e o
processo de aprendizagem dos alunos/formandos, avaliando cada uma das
actividades desenvolvidas, sempre numa perspectiva formativa e de
acompanhamento dessa aprendizagem.

A “Grelha Geral de Avaliação de Desempenho II” (contexto prático-experimental),


abaixo apresentada, permite registar a Avaliação de cada aluno/formando em cada
actividade, de um modo muito simples, utilizando a tipologia de avaliação
constante da escala de avaliação.

GRELHA DE AVALIAÇÃO DE DESEMPENHO II

Nome do Aluno Actividade 1 Actividade 2 Total

ou

Grupo de Trabalho
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Legenda e escala de avaliação:


1 – Fraco (ou Nunca/Não Adequado/Não Satisfaz)
2 – Suficiente (Alguma Frequência/Medianamente Adequado/Satisfaz)
3 – Bom (Bastante Frequência/Bastante Adequado/Nível Qualidade Bom)
4 – Muito Bom (Muito Frequente/Muito Adequado/Nível Qualidade Muito Bom)
5 – Excelente (Sempre/Totalmente Adequado/Nível Qualidade Excelente)
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FICHA TÉCNICA DA UNIDADE DE APRENDIZAGEM Nº 12

• Coordenação Geral: Focus Education

• Parceria Institucional: Ministério da Administração Pública,

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• Equipa de Concepção e Produção: Míriam Aço e Daniel Kait

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