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Angola precisa mais do que tudo de se fazer construir milhões de cidadãos que
sejam úteis para a vida do país, que sejam amados e não indesejáveis ou
rejeitados, que sejam a primeira escolha nos projectos de construção e não
desprezados como acontece com o grande grupo de jovens muitos deles
lançados para o mundo da delinquência e da droga que em Angola, sem
exagero, se transformam em classe social de marginais.
Pois, para que um país seja realmente respeitado, é preciso que tenha suas
sociedades estabilizadas. E, a estabilidade de uma sociedade de muito
depende da personalidade de seus cidadãos, da consciência de seus
residentes e não unicamente das suas riquezas. E a consciência dos
residentes de uma localidade, de uma vila, de um país, depende
essencialmente dos projectos definidos pelo Estado e da direcção que for
indicada pelo governo que aplica as políticas do Estado para a construção da
nação.
Não, nós nunca ignoramos os esforços que têm sido empreendidos pelo
governo. Mas, em linhas gerais, quero dizer que, o bom ou mau cidadão, o
bom ou mau jovem, de muito depende do bom ou mau desempenho do
governo. O mau desempenho do governo, fomenta as desigualdades nas vias
e nos meios para os cidadãos conquistarem as ferramentas e o conhecimento
para eles próprios adquirirem o essencial que lhes permita viver bem. Á isto
chamamos os desequilíbrios sociais e económicos. Logo, se hoje em Angola a
delinquência faz lei, é essencialmente porque o governo está a trabalhar mal.
Pois, o ambiente que se vive numa sociedade é sempre fruto da boa ou má
actividade do governo.
Para além de outras medidas que seriam ideais para colmatar o mal
delinquência, proponho trabalhar com as associações que têm de ser
profissionalizadas. É urgente promover mais cursos de assistentes sociais,
criar mais infra-estruturas e triplicar os meios materiais por formas à que essas
associações locais que, repito, têm de ser profissionalizadas, sejam capazes
não só de albergar, enquadrar as crianças e os jovens, mas possam
transformar a maneira de pensar e agir de um potencial delinquente e fazer
desse um homem íntegro e valoroso cidadão angolano.
Nisso tudo, o grande erro que o actual governo cometeu, foi o de não ter
acreditado nas potencialidades do angolano, sobretudo na sua capacidade de
se transformar. O governo ao campar na filosofia de que o angolano é
preguiçoso ou pouco inteligente, optou pela importação de mão-de-obra
estrangeira, em vez de investir muito mais na formação e na mobilização dos
jovens para o estudo, o esforço do dia-a-dia e o trabalho digno. O dinheiro que
gastamos com esta política de importação, daria para proporcionar o bem-estar
para muitos milhões de cidadãos e para retirar da delinquência milhares de
jovens que hoje caíram no total desespero. Esta política do governo fechar
fábricas e oficinas para privilegiar a importação.
Porém, o maior esforço ainda é igualmente a luta política. Neste quadro
específico, a alternância do poder é, tal como disse no início uma das
soluções mais viáveis e consentâneas para a solução global dos
problemas que tenho vindo a citar. A alternância do poder significa que:
quando não estamos satisfeitos com a forma como o governo está a resolver
os problemas que nos tocam, nós demos um voto de contestação. Ou seja, na
altura das eleições, nós votamos num outro partido ou dirigente que pensamos
que melhor vai trabalhar para a maioria do povo.
É por isso que, nas próximas eleições, se quisermos que as nossas vidas
tenham um outro rumo, que o nosso futuro e das gerações vindouras esteja
seguro, que haja paz social para todos, que reine o amor entre todos nós; que
as nossas crianças gritem e saltem com alegria já não de dor, de fome ou de
medo; que possamos andar nas ruas de noite e de dia sem medo de ser
assaltados ou mortos, temos de votar um outro governo, um outro presidente
que sinta na carne e na alma a dor que esta situação nos provoca.
Há mais de trinta anos que andamos nisso, é tempo de mudar. Aqui está a
urgência de experimentarmos outras coisas, com outras pessoas a pensarem e
agirem para o bem de todos os angolanos e não apenas para o beneficio de
muito poucos. Eis ao justo o motivo principal da minha candidatura à
presidência dos destinos de Angola.
Começaria por:
•Dar mais poderes aos governos locais desde as comunas, pois são esses que
estão mais próximos da realidade de vida das populações e em conjunto com
os residentes locais, mais facilmente podem encontrar as fórmulas para
rapidamente os resolver. Neste quadro, os critérios de eleição e nomeação dos
candidatos, serão mais por capacidade e competência e não meramente por
afinidades políticas;
•Priorizar o investimento estrangeiro para os sectores mais estratégicos como é
a pesquisa científica, a grande indústria e os sectores de exploração dos
minerais estratégicos, ao mesmo tempo que, nas zonas urbanas, deve se
triplicar o número de empresas e oficinas, profissionalizar o sector de prestação
de serviços e projectos de acção social, por formas a proporcionar muito mais
empregos, rentabilizar a produção e dar maior poder de compra aos cidadãos
de todas as categorias e classes.
•Para as zonas rurais, dar maior sustentabilidade a agropecuária, organizar a
produção e produtividade dos camponeses; criar maior fluidez na evacuação
de seus produtos e permitir um melhor acesso da população rural com as
cidades; isto os vai permitir ter uma outra visão da sociedade e os vai convidar
a dar um maior contributo para o desenvolvimento das suas vilas criando assim
muitos outros pólos de atracão. Esta dinâmica, é também uma via de escape
para libertar as cidades dos engarrafamentos, do desemprego, da bandidagem,
enfim…
Muito obrigada pela atenção que me dispensaram, que tudo quanto disse seja
benéfico para a transformação positiva das vossas vidas e não nos
esqueçamos,
Que Deus Abençoe Angola!