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Alterações Climáticas
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O que é a biodiversidade?
Biodiversidade significa riqueza e variedade de formas de vida, desde as espécies até aos genes e habitats,
englobando os ecossistemas terrestres, marinhos e outros meios aquáticos.
A biodiversidade é extremamente vasta e ainda muito desconhecida, mas sabemos hoje que o seu equilíbrio é
fundamental não só para a estabilidade do meio natural, mas também para o desenvolvimento social, económico
e cultural da humanidade. Apesar disso, o homem é o principal responsável pela sua destruição.
Estima-se que existam entre 8 a 10 milhões de espécies mas apenas 1.7 milhões estão catalogadas e descritas.
Diversidade de ecossistemas
Um ecossistema pode ser entendido como um sistema complexo e dinâmico de comunidades vegetais,
animais e de microrganismos e a sua interação com os meios abióticos como uma unidade funcional. A
diversidade de ecossistemas está amplamente ligada à variedade de micro e macro habitats que comparte, e pela
distribuição dos sistemas ecológicos que integra.
Os ecossistemas geralmente oferecem condições específicas para que as espécies se desenvolvam, através de
múltiplas inter-relações destas espécies com seu ambiente natural.
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Angola apresenta uma riqueza de biomas e ecossistemas extraordinariamente ampla, associados à diversidade de
climas e fisiografia do território. Em total são sete (7) biomas e quinze (15) ecorregiões, tornando Angola no país
africano com maior número de biomas e o segundo (depois da África do Sul) com maior número de ecorregiões!
Como exemplo, temos as florestas Guineo-Congolesas em Cabinda, Uíge e Cuanza-Norte que se reduzem
progressivamente à medida que se desce para o Sul, até ao árido deserto do Namibe (o mais antigo do mundo!),
passando pelos fragmentos de florestas afromontana isolados nas regiões mais montanhosas do planalto, às
vastas florestas de Miombo que cobrem a maior parte do centro e leste do país, até às savanas do Sul.
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Alguns ecossistemas de Angola. De cima para baixo: Floresta guineo-congolense em Cabinda; Floresta e savana de
Mutiate (Mopane) no Namibe/Cunene; e deserto do Namibe. (Fotografias: Suzana Bandeira e David Elizalde)
Suporte: formação dos solos, ciclo do carbono, ciclo do nitrogênio, ciclo hidrológico e ciclo do fósforo.
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Floresta de imbondeiros ao sul do município da Quiçama. (Fotografia: David Elizalde)
De um modo geral, o Mundo precisa de reconhecer que a perda de biodiversidade e as mudanças nos
ecossistemas induzidas por acções humans, não constituem apenas problemas ambientais, mas também
influenciam o desenvolvimento económico-social e a nossa segurança. O futuro da humanidade depende de
acções urgentes de preservação da nossa riqueza natural, para que as próximas gerações possam contemplar e
beneficiar-se dos serviços que a natureza continuamente proporciona.
Desflorestação
A desflorestação é definida como a destruição permanente de florestas com objectivo de utilizar os seus recursos
e/ou a área em si.
De acordo com a Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) e o Fundo Mundial para a
Vida Selvagem (WWF), pelo menos 7.3 milhões de hectares de florestas são destruídas todos os anos no mundo (a
área equivalente à província do Cunene em cada ano).
De acordo com o Vigilância Florestal Global (Global Forest Watch), estima-se que Angola perdeu 2.69 milhões de
hectares de cobertura de árvore desde 2000 a 2018 (área equivalente a uns 400 campos de futebol por dia),
fazendo assim aproximadamente 621 milhões de toneladas de dióxido de carbono emitido. As províncias do
Cuanza Norte, Cuanza Sul, Moxico e Cuando Cubango estão entre as mais afectadas pela desflorestação.
Um estudo da Universidade José Eduardo dos Santos no Huambo detectou que a província perdeu, entre 2002 e
2015, 48% das suas florestas de miombo para a agricultura de corte-e-queima e produção de carvão.
Diferentes estados de desmatação de floresta de miombo para agricultura em Angola. De Esquerda a direita: Floresta
pristina de miombo; fragmentos de floresta desmatada para lavras; lavras com fragmentos de floresta remanescentes;
ausência total de floresta. (Fotografias: David Elizalde)
Existem várias causas para a desflorestação, e são na sua maioria ligadas à urbanização, exploração de madeira,
produção de carvão e expansão agropecuária. Os métodos mais comuns costumam ser a queima ou o corte
completo de árvores, sendo estas práticas bastante controversas e insustentáveis.
A criação de novos campos agrícolas afecta gravemente as florestas de Angola pelas suas prácticas
insustentáveis do chamado ‘corte e queima’ (slash and burn), principalmente com as plantações de
mandioca, milho, massango e massambala nos solos mais pobres das florestas de Miombo, que só
aguentam em média 2 ou 3 anos de plantação, fazendo com que novas áreas tenham que ser
desmatadas com elevada frequência.
A necessidade de espaço para a pecuária, desmantando grandes áreas para dar lugar a pastagens
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é também uma das grandes causas de desflorestação mundialmente e em Angola.
Queimadas
Os fogos são actualmente uma das maiores ameaças à protecção da flora, da fauna e dos ecossistemas primários
e secundários. O aumento das populações humanas em zonas remotas e a perda de conhecimento e autoridade
tradicional potencialmente causada pelo conflito armado, tem contribuído para que a maior parte dos fogos em
Angola sejam principalmente iniciados por pessoas e de forma propositada.
A propagação de incêndios provocados tanto para a agricultura como para a caça é uma situação preocupante
que se verifica um pouco por todas as comunidades locais, principalmente no interior do país. Embora grande
parte dos ecossistemas de Angola estejam adaptados (e até dependam, de certa forma, da existência de fogo), as
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altas frequências com que estes acontecem actualmente estão a causar a sua degradação, fazendo com que as
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florestas não se consigam
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A caça
A caça para o comércio, praticada em grande escala em algumas regiões de Angola, é umas das principais
ameaças à conservação da biodiversidade em Angola, levando a uma redução significativa das populações de
animais, principalmente para animais de grande e médio porte e de uso medicinal, provocando um desequilíbrio
nos ecossistemas.
Esta caça tem levado à extinção local de algumas espécies como por exemplo: palanca vermelha no Parque
Nacional da Quiçama; rinoceronte e elefante no Parque Nacional do Iona; gnus, búfalos e impalas no Parque
Nacional do Bicuar.
A extinção destes animais causa grandes desequilíbrios nos ecossistemas, piorando ainda mais a situação. Por
exemplo: quando os grandes herbívoros desaparecem de um habitat, o capim deixa de ser consumido,
acumulando grande quantidade de matéria seca combustível e provocando incêndios mais quentes que devastam
florestas. Ao desaparecer os herbívoros, as populações de carnívoros deixam de ser viáveis, multiplicando assim
os efeitos de perda de diversidade e desequilibrando ainda mais os ecossistemas.
As comunidades mais pobres dos países em desenvolvimento também dependem dos recursos primários
providenciados pelos ecossistemas, e 80% destas necessidades são derivadas exclusivamente de recursos
biológicos.
Por último, muitas espécies são integradas em termos culturais e religiosos e até sendo parte da identidade
nacional de muitos países. Em Angola, a palanca negra gigante (Hippotragus niger variani) e a Welwitschia
(Welwitschia mirabilis) são ambos considerados símbolos nacionais. O Imbondeiro (Adansonia digitata) também é
reconhecido como símbolo cultural. Isto acaba por influenciar a conservação destas espécies, mas também acaba
por tirar um bocado da atenção necessária às demais espécies.
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Welwitschia mirabilis no eserto do Namibe. Fotografia: Luís Querido
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DOAR Conservação em Angola
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Actualmente, 12.9% da superfície terrestre de Angola encontra-se sob protecção legal, num total de 14 áreas de
conservação, dentre as quais 9 parques nacionais (Maiombe, Quiçama, Cangandala, Bicuar, Mupa, Iona, Cameia,
Mavinga e Luengue-Luiana), 1 parque regional (Chimalavera), 2 reservas parciais (Namibe e Búfalo) e 2 reservas
naturais integrais (Luando e Ilhéu dos Pássaros).
A maior parte da actual rede de áreas de conservação de Angola foi iniciada nos anos 30, com o objectivo de
proteger a grande fauna selvagem e algumas espécies icónicas como a Welwitschia mirabilis ou a palanca negra
gigante, mas não representam a totalidade da variedade de ecossistemas do país nem incluem as áreas de maior
importância para a biodiversidade (hotspots). Em 2011, acrescentaram-se três novas áreas de conservação
(Maiombe, Luengue-Luiana e Mavinga), protegendo assim importantes áreas de florestas tropicais e savanas.
Algumas áreas de importante valor ecológico e endémico como o Morro do Moco, a Floresta da Cumbira e a Serra
de Pingano, estão em processo de ser integradas na rede de áreas de conservação nacionais.
Todas as áreas de conservação de Angola têm gestão do Governo, com excepção do Parque Nacional do Iona que
desde Janeiro de 2020 assinou um acordo de co-gestão com a organização African Parks. Nos últimos 10 anos
foram feitos investimentos para que muitas destas áreas incluíssem o Ecoturismo nas suas actividades de gestão,
tendo este objectivo sido alcançado para os parques nacionais da Quiçama e do Iona.
Ainda não existem áreas protegidas marinhas em Angola, embora existam propostas do Ministério da
Cultura, Turismo e Ambiente para a criação da primeira área marinha protegida no Namibe. Por outro lado,
foram identificadas Áreas marinhas de Importância Ecológica e Biológica (EBSA) que não constituem áreas
protegidas, mas que comportam ecossistemas únicos e uma biodiversidade característica, como os Mangais do
Chiloango e Mangais da Ponta Padrão e praias de tartarugas. Angola engloba ainda 23 Áreas Importantes
para Aves (IBA, sigla da expressão inglesa Important Bird Area), como o Mombolo e a Tundavala.
Find people estudados, representando amostras significativas de um ou mais biomas ou ecossistemas, e de espécies
endémicas ou raras.
Em Angola, várias áreas foram identificadas como potenciais hotspots de biodiversidade e por isso esforços
urgentes de conservação são necessários para a proteção da vida nestas áreas. Algumas estão já sob
consideração para serem convertidas em novas áreas de conservação. Áreas como a Serra da Neve, a Floresta
da Cumbira, a serra do Pingano, a lagoa Carumbo, a serra Mbango, a floresta da Gabela, a serra da Namba,
o Morro do Moco, a serra da Chela (Tundavala) e as áreas afectas à região do Okavango são algumas das mais
importantes. A área da Mussuma foi também identificada como relevante por causa das suas planícies de
inundação únicas e da sua ligação com o Parque Nacional de Liuwa Plains na Zâmbia.
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DOAR O que a EcoAngola está a fazer
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A EcoAngola promove práticas sustentáveis, campanhas e iniciativas, com o objectivo de educar sobre a
necessidade de mudanças com foco ecológico para a melhoria do bem estar social e natural de Angola. No que
toca à biodiversidade e conservação, é importante que como cidadãos tenhamos noção que muitas das ações
diárias que tomamos também têm impacto na conservação da biodiversidade angolana.
Devemos apoiar os projectos e organizações que promovam a conservação de espécies, fazendo voluntariado,
contribuindo com informação, contribuindo para a sua divulgação e participando em campanhas que promovam
mais preservação.
Projectos a decorrer
Conservação e Educação Ambiental
EcoAngola | Projecto Kitabanga | Projecto Otchiva | Projecto Cambeú
Investigação Científica
Projecto Herpetofauna de Angola | Okavango Wilderness Project | Projecto Alargado de Conservação de Chita e
Mabeco
Queimadas
DENUNCIE!
Os cidadãos são os primeiros protectores da natureza.
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preservar o ambiente e promover o bem-estar social em Angola.
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