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Higiene e Segurança no Instituto de Estradas de 2015

Angola
Introdução

Como se sabe, gerir organizações não é tarefa fácil, mas sim complexa, pois cada organização
apresenta caracteristicas próprias e únicas tendo em conta os meios colocados à sua disposição,
principalmente os recursos humanos, materiais e financeiros que faz com que, haja diferenciação no
seu funcioamento.
A produtividade nas organizações depende muito da qualidade dos recursos humanos, materiais
e financeiros à sua disposição.
Este trabalho, contém 4 capítulos:
O primeiro aborda a problemática, isto é, o roteiro de pesquisa, integrando a formulação do
problema, hipóteses, justificação do problema, objectivo geral e especificos, a delimitação do estudo e
a metodologia utilizada para a concretização do tema.
O segundo, fala sobre as noções teóricas da higiene e segurança no trabalho- retrata a evolução
histórica das condições de trabalho, conceito de higiene e segurança no trabalho, conceito e
importância de prevenção.

O terceiro retrata algumas legislações sobre a HST em Angola, mais concrectamente resumos
sobre o Decreto nº 53/05 de 15 de Agosto “Retrata o Regime Jurídico dos Acidentes de Trabalho e
Doenças Profissionais”, o Decreto nº 31/94 de 5 de Agosto “Estabelece os Principios que visam a
Promoção da Segurança, Higiene e Saúde no Trabalho” e o Decreto Executivo nº 6/96 de 2 de
Fevereiro “Aprova o Regulamento Geral dos Serviços de Segurança e Higiene no Trabalho nas
Empresas (R.G.I.)”.

O quarto e o último, dá ênfase a uma breve caracterização do INEA, bem como o seu processo
de higiene, segurança e saúde tendo atenção ao Decreto n.º 31/94 de 5 de Agosto- Sistema de Higiene
e Segurança no Trabalho, o que levará, a saber, sobre a sua estrutura orgânica, a motivação dos
funcionários consernente às condições de trabalho oferecidas pela organização e as suas
responsabilidades quanto à higiene e segurança.

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CAPITULO I-PROBLEMÁTICA
1.1-Formulação do Problema
Partindo da formulação do problema que é uma das bases para do andamento deste trabalho,
desenvolve-se então duas perguntas de partida:

Em que medida a existência de condições de HST poderá afectar a motivação do trabalhador e


conduzi-lo a uma maior produtividade e desempenho no trabalho?

Como é que é implementado a HST numa instituição pública?

1.2-Hipóteses
Formulado o problema, serão colocadas hipóteses que certamente irá levar avante à pesquisa:

-A falta de conhecimento e implementação sobre a HST é uma dos factores que contribui para o
baixo desempenho das organizações;

-Espera-se que os trabalhadores cumpram com as normas de serviço estabelecidas usando


diariamente os equipamentos de Higiene e Segurança;

-Espera-se que o INEA e/ou superiores hierárquicos apostam na HST, como forma de aumentar a
produtividade.

1.3-Justificação do Problema
A escolha deste tema deve-se a razões tais como:

-Enquadra-se no objectivo do curso de que se é finalista assim como, nos seus conteúdos
programáticos;

-Permite conhecer e dar a conhecer a importância desta temática tendo em vista que ela
constitui ainda um imperativo para a melhor da qualidade e das condições de vida e do trabalho.

1.4-Objectivos do Estudo
Com este trabalho pretende-se apresentar de uma forma clara e abrangente como o INEA
desempenha este processo com os seus funcionários.

Em função desta abordagem apresentamos os objectivos gerais e especificos.

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1.4.1-Objectivo Geral
Aumentar os conhecimentos teóricos e práticos sobre a HST numa organização pública mais
concrectamente no INEA, a luz da lesgiação em vigor.

1.4.2-Objectivos Específicos
-Efectuar o trabalho de campo junto à Mediateca, biblioteca, etc para aferir sobre as noções
teóricas relacionadas à HST;

-Adquirir lesgilação a respeito da HST e aprofundar no estudo da sua estrutura e conteúdo;

-Aliar teória à prática para verificar a implementação da HST no INEA por via das condições de
trabalho colocadas à disposição dos funcionários;

1.5-Delimitação
Este trabalho delimita-se no tempo e no espaço.

Delimitando o trabalho no tempo, o estudo abarca um período que vai de Fevereiro de 2015 à
Novembro do mesmo ano, período que coincide com o ano lectivo.

E a nível espacial, o campo de estudo escolhido é o INEA, localizado na cidade de Luanda.

1.6- Metodologia
Durante o período de elaboração deste projecto fez-se recurso aos vários métodos e técnicas
quantitativos e qualitativos que vão proporcionar a investigação de acontecimentos passados,
comparações do ponto de vista de vários autores, de diversos livros sobre a matéria e a explicação das
divergências:

Método Quantitativo: caracteriza-se pelo emprego da quantificação tanto nas modalidades de


colecta de informações, quanto no tratamento dessas através de técnicas estatísticos.

Método Dedutivo: permitiu medir as capacidades e pôr em prática os conhecimentos que


adquiridos ao longo da formação.

Método Histórico: permitiu obter todas as abordagens históricas relativas ao tema a desenvolver
sobre a sua importância e relevância para a sociedade.

Método Bibliográfico: permitiu consultar livros de vários Autores, e jornais. Deste modo a
facilitar o entendimento da mensagem que os autores tentam passar e fazer uma monografia a altura.

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Método Indutivo: deu a percepcão do trabalho por via de informações sobre os dados,
observações, assente na compreensão da realidade.

Método Técnológico: conseguiu-se buscar informações usando as tecnologias de informação e


comunicação, a exemplo da internet.

Fez-se o uso também de técnicas como: levantamento documental, observação, entrevistas,


questionário, etc.

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CAPITULO II-NOÇÕES TEÓRICAS SOBRE HIGIENE E SEGURANÇA NO TRABALHO

2.1-Evolução Histórica das Condições de Trabalho


O conceito de Higiene e Segurança no Trabalho não é recente, pois, tais preocupações remontam
aos tempos em que o homem começou a utilizar instrumentos para o trabalho. Sabe-se hoje que, o
trabalho da pedra contribuiu de forma acentuada para o desenvolvimento da inteligência humana.

Levar a cabo actividades com mínimas condições de trabalho, já constitui a preocupação na era
Grega e Romana, porquanto, por exemplo, já utilizavam luvas de protecção das mãos feitas de folhas.
Mais tarde, deu-se conta que, o trabalho podia desencadear em algumas doenças especificas.

Bernardino Ramazzini, médico italiano, é tido por muitos autores como o criador da medicina do
trabalho. Ele analisou a relação entre a doença e a pobreza e traça a existência de riscos provocados
por produtos químicos, metais, pó, e outros agentes. As suas pesquisas e trabalhos sobre a
sistematização das doenças profissionais, nomeadamente quanto à natureza e ao grau de relação com o
trabalho e as medidas de protecção encorajam, na sequência à adaptação de leis para a protecção no
trabalho e a indemnização dos trabalhadores.

A alteração no processo de desenvolvimento industrial provocou alterações na tipologia de


acidentes de trabalho e doenças profissionais.

Antes da revolução industrial, a produção era predominantemente artesanal. O homem realizava


as tarefas manuais, auxiliadas por familiares, e detinha uma grande margem de controlo sobre os
riscos. Portanto, a segurança era integrada de forma empírica na realização dos trabalhos.

O trabalho variava pouco e evoluía lentamente, isto durante muito tempo. Mesmo com as
invenções mecânicas da Idade Média tiveram pouca influência no modo de vida dos trabalhadores.

Os problemas relacionados com a saúde foram se intensificando em função da existência e da


utilização de novos equipamentos, provocando uma elevada taxa de acidentes com a passagem do
trabalho artesanal pelo trabalho industrial, acompanhada da falta de equipamentos no processo de
produção, bem como as longas jornadas de trabalho que as organizações adoptavam.

Hobsbawm (1977) historiador egipcio e de nacionalidade britânica alega que, no final do século
XVIII houve grande impacto nas condições de trabalho, quando alguns sectores produtivos com

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destaque para os de metais, começaram a exigir uma crescente concentração de mão-de-obra, com a
diminuição significativa do peso do trabalho artesanal na estrutura económica da sociedade.

A exploração da mão-de-obra de mulheres e crianças que obtinham remunerações inferiores e


constituíam uma fonte ilimitada de trabalho barato, fez aumentar de forma brutal o número de
acidentes de trabalho por falta de experiência e de equipamentos de protecção adequado.

O local de trabalho era um estabelecimento simples que agrupava uma determinada quantidade
de operários, sem as condições mínimas de trabalho que se constatou de forma sólida que os
trabalhadores sofreram de doenças com características distintas da demais população, ainda mais os
que estão expostos a agentes nocivos que não estão presentes na natureza por decorrerem de vários
tratamentos industriais.

A revolução industrial também teve o seu papel no desenvolvimento e na importância da HST,


pois ela causou profundas alterações, particularmente no mundo de trabalho.

A revolução industrial teve a sua importância na alteração e significado do trabalho, porque ela
trouxe dentre outras:

 Mudanças sociais e económicas;


 Introdução de máquinas no processo produtivo;
 Vagas migratórias do campo para a cidade - aumento da procura de trabalho nas
fábricas, geralmente, em condições precárias e difíceis;
 Exigência do desenvolvimento de formas de gerir mão-de-obra pouco qualificada e sem
hábitos de trabalho de forma organizada;
 Aparecimento dos modelos clássicos de administração e organização do trabalho –
separação entre o trabalho físico e psicologico, desenvolvimento de mecanismos de supervisão e
controlo e definição das estruturas organizacionais com muitos níveis hierárquicos.

Hobsbawm (1977) realça ainda que, até o início da revolução industrial existem poucos relatos
sobre acidentes e doenças resultantes do trabalho, embora predominasse o trabalho escravo e manual.
Mas com a chegada da máquina a vapor, a produtividade aumentou, e obviamente o trabalhador
passou a viver num ambiente de trabalho agressivo, causado por diversos factores como, força matriz,
a divisão de tarefas e a concentração de várias pessoas no mesmo lugar. Neste contexto, os riscos de
acidentes e doenças originadas do trabalho começaram a surgir com rapidez.

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Segundo Bilbao (1997), o desenvolvimento da revolução industrial e o crescimento laboral são
fenómenos paralelos, pois, “a transformação do processo de trabalho associada à produção industrial, a
mobilização em larga escala de indivíduos e máquinas, foi acompanhada, em escala mais ampla, pelo
acidente de trabalho”.

2.2-Higiene no Trabalho
A higiene no trabalho propõe-se combater, dum ponto de vista não médico, as doenças
profissionais, identificando os factores que podem afectar o ambiente do trabalho e o trabalhador,
visando eliminar ou reduzir os riscos profissionais (condições inseguras de trabalho que podem afectar
a saúde, segurança e bem estar do trabalhador).

O conjunto de elementos que temos a nossa volta, tais como as edificações, os equipamentos, os
móveis, as condições de temperatura, de pressão, a humidade do ar, a iluminação, a organização,
limpeza e as próprias pessoas, fazem parte das condições de trabalho e constituem assim o que se
designa por ambiente.

Nos locais de trabalho, a combinação de alguns desses elementos gera produtos e serviço. A todo
esse conjunto de elementos e acções denominaram condições ambientais.

O trabalhador, muitas vezes confronta-se com ambiente de trabalho agressivo no cumprimento


das suas funções.

O desenvolvimento tecnológico permitiu que em algumas das condições mais duras de trabalhar
para o ser humano, sejam usados robots ou dispositivos mecânicos que substituem total ou
parcialmente a acção directa do trabalhador.

Entretanto, apesar de todo o avanço científico e tecnológico, ainda há situações em que o homem
é obrigado a enfrentar condições desfavoráveis ou perigosas na realização de determinadas tarefas
(Minas, Construção Civil, etc).

Vezes há que, a higiene no local de trabalho, aparenta óptima, mas, pairam sobre este, certos
riscos ambientais que, consideramos como inimigos invisíveis: alguns deles não são captados pelos
órgãos dos sentidos (audição, visão, olfacto, paladar e tacto), fazendo com que o trabalhador não se
sinta ameaçado. Inconsciente do perigo, a tendência é ele não dar importância à prevenção. As
experiências e os estudos médicos demonstram que muitas pessoas adquiriram doenças pulmonares
depois de trabalhar anos a fio, sem nenhuma protecção, com algum tipo de produto químico ou
produtos minerais. Este tipo de doença progride lentamente, tornando difícil o diagnóstico inicial,

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acabando a doença por se manifestar muito mais tarde e muitas vezes sem recuperação. A título do
exemplo, o exame no aparelho de raios- X.

O desconhecimento de como os factores ambientais geram riscos à saúde é um dos mais sérios
problemas enfrentados pelo trabalhador.

O conjunto de condições que possibilitam a execução de um serviço para produzir um


determinado bem ou produto, ou seja, o ambiente de trabalho está associado às condições que se vivem
no local de trabalho.

O ambiente de trabalho é importante para a segurança e qualidade de vida dos trabalhadores.


Devido o tempo que se fica no local de trabalho, o ambiente e as características dos trabalhos
realizados devem ser os mais agradáveis possíveis a fim de que os trabalhadores se sintam bem.

Um trabalhador feliz é um trabalhador mais confiante e motivado. O conjunto desses factores


possibilita que o mesmo assuma sempre posturas defensivas frente aos riscos que possam se
apresentar.

A visão regulamentar do ambiente de trabalho, a segurança, saúde e bem-estar dos trabalhadores


são preocupações vitais de milhões de profissionais em todo o mundo, estendendo-se para além dos
indivíduos e suas famílias, influenciando a produtividade e a competitividade.

Para a Organização Mundial da Saúde (OMS), "a adesão aos princípios dos ambientes de
trabalho saudáveis, evita afastamentos e incapacidades para o trabalho, minimiza os custos com saúde
e os custos associados com a alta rotatividade, e aumenta a produtividade em longo prazo bem como a
qualidade dos produtos e serviços".

2.2.1-Conceitos de Higiene no Trabalho


Existem diferentes definições da Higiene no Trabalho, embora todos tivessem a mesma
finalidade, a de proteger e promover a saúde e o bem-estar dos trabalhadores, como também proteger o
ambiente em geral, pela adopção de medidas preventivas no local de trabalho.

A Higiene no Trabalho: é um conjunto de medidas preventivas relacionadas ao ambiente do


trabalho, visando à redução de acidente de trabalho e ocupacionais, ou seja, a HT consiste em
combater as doenças profissionais.

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A Higiene no Trabalho: compreende normas e procedimentos que visam à protecção da
integridade física e mental do funcionário, preservando-o dos riscos de saúde às tarefas do cargo e ao
ambiente físico onde são executadas.

2.2.2-Doenças Profissionais

Considera-se que uma doença profissional é aquela que resulta directamente das
condições de trabalho e que causa incapacidade para o exercício da profissão ou morte, ou
seja, são doenças que estão presentes no meio ambiente de trabalho ou em determinadas
profissões ou ocupações.

As doenças profissionais em nada se distinguem das outras doenças, salvo pelo facto de terem a
sua origem em factores de risco existentes no local de trabalho.

Existem vários factores de risco que podem conduzir ao aparecimento das doenças profissionais:

1.De causa ergonómica:

 Movimentos repetitivos que requerem aplicação de força;


 Choque mecânico;
 Força de preensão e carga palmar;
 Carga externa e muscular estática;
 Stress mecânico;
 Vibrações e temperaturas extremas;
 Posições inadequadas que podem decorrer do equipamento mal desenhado, das
ferramentas ou do posto de trabalho.

2.De causa organizacional:

 Horas e ritmo de trabalho excessivos;


 Trabalho com ritmo externo imposto – por exemplo, linhas de montagem;
 Pausas e descanso insuficientes;
 Insegurança ou insatisfação laboral;
 Monitorização excessiva, por exemplo, com câmaras de vídeo.

3.De risco individual:

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 Tabagismo;
 Ingestão de bebidas alcoólicas em excesso;
 Obesidade.

2.2.3-Tipos de Riscos

RISCOS TIPO DE AGENTE POSSÍVEIS CONSEQUÊNCIAS


PARA A SAÚDE

Surdez, cansaço irritabilidade; dores


Ruído, vibrações, no peito, aumento do ritmo
Físico iluminação. respiratório; ofuscamento, cegueira.

Produtos químicos e Intoxicações, irritação das vias aéreas


tóxicos. superiores, reações alérgicas, doenças
Químico do aparelho respiratório, dermatite de
contacto e outros males.

Vírus, bactérias. Hepatite, raiva, tuberculose, diarréias,


Biológico micoses, infecções e outros.

Posturas defeituosas, Dores de coluna, infecção pulmonar.


esforços excessivos
Ergonômico ou repetitivos.

Máquinas sem Acidentes, principalmente com


Riscos de Acidentes protecção de suas repercussão nos membros superiores.
partes girantes.

2.2.4-Redução dos Riscos de Acidentes

Os acidentes são evitados com a aplicação de medidas específicas de segurança, seleccionadas


de forma a estabelecer maior eficácia na prevenção em termos de segurança. As prioridades são:

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1. Eliminação de risco: significa torná-lo definitivamente inexistente. Por exemplo, uma escada
com piso escorregadio apresenta um sério risco de acidente. Esse risco poderá ser eliminado com um
piso antiderrapante.

2. Neutralização de risco: o risco existe, mas está controlado. Esta opção é utilizada na
impossibilidade temporária ou definitiva da eliminação de um risco. Por exemplo, as partes móveis de
uma máquina, como polias, engrenagens, correias, etc., devem ser neutralizadas com anteparos de
protecção, uma vez que essas peças das máquinas não podem ser simplesmente eliminadas.

3. Sinalização de risco: é à medida que deve ser tomada quando não for possível eliminar ou
isolar o risco. A título de exemplo, locais onde é proibido fumar devem ser devidamente sinalizados.

4. Riscos no trabalho: a dimensão e complexidade dos meios e equipamentos de trabalho


podem ser fonte de vários e graves acidentes no trabalho. Vejamos algumas das causas desses
acidentes:

 Explosões (a decomposição de alguns tipos de matéria-prima pode gerar vapores inflamáveis);


 Problemas ergonómicos (relacionados aos esforços no trabalho, associados ao transporte de
grandes cargas; Períodos de trabalho prolongados ou em turnos);
 Lesões do fórum respiratório e do globo ocular (a poeira pode causar lesão aos olhos ou
dificuldades respiratórias);
 Riscos físicos (ruído, iluminação, vibração);
 Acidentes em geral (quedas, sufocamento).
Para reduzir os riscos no trabalho recomenda-se o uso de equipamentos de protecção individual
ou colectiva como, por exemplo, óculos e capacetes de segurança, protectores auriculares, lâmpadas
adequadas, extintores de incêndio e exaustores, por um lado; por outro lado, deve-se observar as regras
de segurança em vigor na instituição.

2.3- Segurança no Trabalho


A segurança no trabalho propõe-se combater, também dum ponto de vista não médico, os
acidentes de trabalho, quer eliminando a condição insegura do ambiente quer educando os
trabalhadores a utilizarem medidas preventivas.

Nos locais de trabalho existem inúmeras situações de riscos passíveis de provocar acidentes de
trabalho. Logo, a análise de factores de risco em todas as tarefas e nas operações do processo é
fundamental para a prevenção.

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Apesar de muitas vezes se utilizar o transporte mecânico de cargas, o Homem continua a ser o
meio de transporte mais importante. O transporte manual envolve todo o corpo e a sua elevação só
pode ser realizada através da tensão de muitos músculos, o que pode provocar um grande desgaste
físico, como por exemplo, subir as escadas.

A segurança no trabalho tem a finalidade de identificar, avaliar e controlar situações de risco,


com vista a proporcionar um ambiente de trabalho mais seguro e saudável para os trabalhadores.

O seu papel, consiste na eliminação de duas causas, actos inseguros e as condições inseguras, só
assim é possível reduzir os acidentes e as doenças ocupacionais:

 Acto Inseguro: é o acto praticado pelo homem, em geral consciente do que está fazendo, que está
contra as normas de segurança, como por exemplo, subir em telhado sem cinto de segurança contra
quedas, ligar tomadas de aparelhos eléctricos com as mãos molhadas e dirigir a alta velocidade.
 Condição Insegura: é a condição do ambiente de trabalho que oferece perigo e ou risco ao
trabalhador, como por exemplo, instalação elétrica com fios desencapados, máquinas em estado
precário de manutenção, andaime de obras de construção civil feitos com materiais inadequados.

2.3.1-Conceito de Segurança no Trabalho


Segurança no Trabalho: é um conjunto de medidas levadas a cabo para minimizar os acidentes
de trabalho, doenças ocupacionais, bem como proteger a integridade e a capacidade de trabalho do
trabalhador.
São actividades que permitem estudar, investigar, projectar, controlar e aplicar os métodos e
meios técnico-organizativos que garantem condições seguras, higiénicas e confortáveis no trabalho,
como também, das disposições jurídico-normativas de protecção no trabalho.
O seu objectivo é identificar, avaliar e controlar situação de risco, com vista a proporcionar um
ambiente de trabalho mais seguro e saudável para as pessoas.
As principais actividades ligadas a segurança no trabalho são: prevenção de acidentes, promoção
de saúde e prevenção de incêndios.
Portanto, envolve um conjunto de medidas técnicas, educacionais, médicas e psicológicas,
empregadas para prevenir acidentes, eliminando as condições inseguras do ambiente ou instruindo e
convencendo as pessoas da implantação e uso de práticas preventivas.

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2.3.2-Função da Segurança no Trabalho
Função da ST é um conjunto de acções exercidas com o objectivo de reduzir prejuízo e perdas
provocadas por agentes agressivos. Dirigir esforços para a função da segurança sem considerar a
produtividade, a qualidade, a preservação ambiental e o desenvolvimento das pessoas é grave falha
conceitual e estratégica.

As organizações devem considerar a integração dos elementos de segurança na elaboração dos


planos de actividades e na definição dos meios a utilizar. As normas estabelecidas incluem:

1. Assegurar a utilização de equipamentos de trabalho seguro;


2. Colocar sinalização de segurança nos locais onde não seja possível evitar a existência e
perigos ou onde estes não possam ser adequadamente reduzidos através da aplicação de medidas
preventivas;
3. Fornecer equipamentos de protecção individual, adequado aos ricos;
4. Assegurar que os trabalhadores disponham de um ambiente de trabalho e de instalações
cómodas através de acessos e vias de circulação seguras;
5. Pôr em prática um regulamento de gestão da saúde e da segurança que inclua: avaliar e
prevenir os riscos, dar prioridades a medidas de protecção individual para eliminação dos riscos,
consultar os trabalhadores e proporcionar-lhes informação e formação.

2.3.3-Segurança de Máquinas e Equipamentos


Muitos processos produtivos dependem da utilização de máquinas, pelo que é importante a
existência e o cumprimento dos requisitos de segurança em máquinas e equipamentos ou a sua
implementação no terreno de modo a garantir a maior segurança aos operadores.

Máquina- Todo o equipamento, (inclusive acessórios e equipamentos de segurança), com


movimento, (engrenagens), e com fonte de energia que não humana.

Equipamento- É o conjunto de meios materais necessários ao exercicio de uma actividade, ou


seja, é um bem de natureza mais ou menos durável, que são úteis na realização das operações de uma
empresa, como por exemplo, dispositivos, ferramentas e veículos.

Os requisitos de segurança de uma máquina podem ser identificados, nomeadamente no que diz
respeito ao seu accionamento a partir de comandos:

 Devem estar visíveis e acessíveis a partir do posto de trabalho normal.


 Devem estar devidamente identificados na lingua oficial do País ou então por símbolos.

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 O comando de arranque: a máquina só entra em funcionamento quando se acçiona este
comando, não devendo arrancar sozinho quando volta a corrente.
 O comando de paragem: deve sempre sobrepôr-se ao comando de arranque.
 Stop de emergência: corta a energia, pode ter um aspecto de barra botão ou cabo.

Associados às máquinas e equipamentos, existem vários perigos:

1. Mecânicos:

 Lesões ocasionadas por elementos móveis;


 Lesões ocasionadas por elementos de transmissão;
 Lesões ocasionadas pela projecção de elementos da máquina;
 Lesões ocasionadas pela projecção de partículas do material de trabalho.
2.Eléctricos:

 Electrocussão;
 Queimaduras.

3.Outros perigos:

 Origem térmica;
 Exposição ao ruído;
 Exposição à vibração;
 Não aplicação das regras de segurança.

2.3.4-Acidentes de Trabalho
Acidente de trabalho é o que ocorre pelo exercício do trabalho a serviço da organização,
provocando lesão corporal ou perturbação funcional que cause a morte, a perda ou redução da
capacidade para o trabalho, permanente ou temporária.

Os acidentes, em geral, são o resultado de uma combinação de factores, entre os quais se


destacam as falhas humanas e falhas materiais. Os acidentes não escolhem hora nem lugar. Podem
acontecer em casa, no ambiente de trabalho e nas inúmeras locomoções que se fazem de um lado para
o outro, para cumprir as obrigações diárias.

Grande parte dos acidentes de trabalho ocorre porque os trabalhadores se encontram mal
preparados para enfrentar certos riscos.

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Lesão corporal é qualquer dano produzido no corpo humano, seja ele leve, como, por exemplo,
um corte no dedo, ou grave, como a perda de um membro.

Perturbação funcional é o prejuízo do funcionamento de qualquer órgão ou sentido. Por


exemplo, a perda da visão, provocada por uma pancada na cabeça, caracteriza uma perturbação
funcional.

A doença profissional difere do acidente do trabalho, porquanto:

a. Doenças profissionais são aquelas que são adquiridas na sequência do exercício do


trabalho em si.
b. Acidentes de trabalho são aquelas decorrentes das condições especiais em que o
trabalho é realizado.

Um funcionário pode apanhar uma gripe, por contágio de colegas de trabalho. Essa doença,
embora possa ter sido adquirida no ambiente de trabalho, não é considerada doença profissional nem
do trabalho, porque não é ocasionada pelos meios de produção.

Contudo, se o trabalhador contrair uma doença ou lesão por contaminação acidental, no exercício
de sua actividade, tem aí um caso de acidente de trabalho. Por exemplo, num escritório com pouca
iluminação e visibilidade, o funcionário tropeça num fio telefónico, cai e sofre fractura nas mãos.

Noutro caso, se um trabalhador perder a audição por ficar longo tempo sem protecção auditiva
adequada, submetido ao excesso de ruído, gerado pelo trabalho executado junto a uma grande prensa,
isso caracteriza igualmente uma doença de trabalho.

Um acidente de trabalho pode levar o trabalhador a se ausentar da empresa apenas por algumas
horas, o que é chamado de acidente sem afastamento. É que ocorre, por exemplo, quando o acidente
resulta num pequeno corte no dedo, e o trabalhador retorna ao trabalho em seguida.

Outras vezes, um acidente pode deixar o trabalhador impedido de realizar suas actividades por
dias seguidos, ou meses, ou de forma definitiva. Se o trabalhador acidentado não retornar ao trabalho
imediatamente ou até no dia seguinte, temos o chamado acidente com afastamento, que pode resultar
na incapacidade temporária, ou na incapacidade parcial e permanente, ou, ainda, na incapacidade total
e permanente para o trabalho.

Com relação à incapacidade para o trabalho, temos:

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a. A incapacidade temporária: é a perda da capacidade para o trabalho por um período
limitado de tempo, após o qual o trabalhador retorna às suas actividades normais.
b. A incapacidade parcial e permanente: é a diminuição, por toda vida, da capacidade
física total para o trabalho. É o que acontece, por exemplo, quando ocorre a perda de um dedo ou de
uma vista.
c. Incapacidade total e permanente: é a invalidez incurável para o trabalho. O
trabalhador não reúne condições para trabalhar o que acontece, por exemplo, se o mesmo perde as duas
vistas num acidente do trabalho. Nos casos extremos, o acidente resulta na morte do trabalhador.

Os acidentes de trabalho geram custos para a organização e para o Estado.

2.3.5-Protecção e Disposivos de Protecção


Protecção é um cuidado preventivo perante eventuais riscos ou problemas.
Protectores Fixos- Os mais vulgarmente utilizados são as guardas. São estruturas metálicas
aparafusadas à estrutura da máquina e devem impedir o acesso aos órgãos de transmissão. O acesso
será restrito e só para acções de manutenção.
Protectores móveis- Neste caso as guardas são fixadas à estrutura por dobradiças ou calhas o
que as torna amovíveis. A abertura da protecção deve levar à paragem automática do “movimento
perigoso”, (pode-se recorrer a um sistema de encravamento eléctrico).
Comando bi-manual- Para uma determinada operação, em vez de uma só betoneira existem
duas que devem ser pressionadas em simultâneo. Isto obriga a que o trabalhador mantenha as duas
mãos ocupadas evitando cortes e esmagamentos (guilhotinas, prensas).
Barreiras ópticas- Dispositivo constituído por duas “colunas”, uma emissora e a outra
receptora, entre elas existe uma “cortina” de raios infravermelhos. Quando alguém ou algum objecto
atravessa esta “cortina” surge uma interrupção de sinal o que leva á paragem de movimentos
mecânicos perigosos.
Entretanto, devemos ter em conta as distâncias de Segurança: esta é a distância necessária que
impeça que os membros superiores alcancem zonas perigosas do equipamento.

2.4.5.1-Equipamento de Protecção Colectivo


As medidas de prevenção colectiva, através dos equipamentos de protecção colectiva (EPC),
devem ter prioridade, uma vez que beneficiam todos os trabalhadores, indistintamente.
Os EPCs devem ser mantidos nas condições que os especialistas em segurança estabelecerem,
devendo ser reparados sempre que apresentarem qualquer deficiência.

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Vejamos alguns exemplos de aplicação de EPC’s.

 Sistema de exaustão que elimina gases, vapores ou poeiras contaminantes do local de


trabalho;
 Enclausuramento de máquina ruidosa para livrar o ambiente do ruído
excessivo;
 Comando bimanual, que mantém as mãos ocupadas, fora da zona de perigo,
durante o ciclo de uma máquina;
 Cabo de segurança para conter equipamentos suspensos sujeitos a esforços,
caso venham a se desprender.

2.4.5.2-Equipamento de Protecção Individual


Quando não for possível adoptar medidas de segurança de ordem geral, para garantir
a protecção contra os riscos de acidentes e doenças profissionais, devem-se utilizar os
equipamentos de protecção individual (EPI).

São considerados equipamentos de protecção individual todos os dispositivos de uso


pessoal destinados a proteger a integridade física e a saúde de um único trabalhador.

Os EPI’s não evitam os acidentes, como acontece de forma eficaz com a protecção colectiva.
Apenas diminuem ou evitam lesões que podem decorrer de acidentes.

Existem EPI’s para protecção de praticamente todas as partes do corpo. Veja alguns exemplos:

-Cabeça e crânio: capacete de segurança contra impactos, perfurações, acção dos agentes
meteorológicos, etc.

-Olhos: óculos contra impactos, que evita a cegueira total ou parcial e a conjuntivite. É utilizado
em trabalhos onde existe o risco de impacto de estilhaços e limalhas.

-Vias respiratórias: protector respiratório, que previne problemas pulmonares e das vias
respiratórias, e devem ser utilizados em ambientes com poeiras, gases, vapores ou fumos nocivos.

-Face: máscara de solda, que protege contra impactos de partículas, respingos de produtos
químicos, radiação (infravermelha e ultravioleta) e ofuscamento.

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-Ouvidos: auriculares, que previne a surdez, o cansaço, a irritação e outros problemas
psicológicos. Deve ser usada sempre que o ambiente apresentar níveis de ruído superiores aos
aceitáveis, de acordo com a norma regulamentadora.

-Mãos e braços: luvas, que evitam problemas de pele, choque eléctrico, queimaduras,
cortes e raspões e devem ser usadas em trabalhos com solda eléctrica, produtos químicos,
materiais cortantes, ásperos, pesados e quentes.

-Pernas e pés: botas de borracha, que proporcionam isolamento contra electricidade e humidade.
Devem ser utilizadas em ambientes húmidos e em trabalhos que exigem contacto com produtos
químicos.

-Tronco: aventais de couro, que protegem de impactos, gotas de produtos químicos, choque
eléctrico, queimaduras e cortes. Devem ser usados em trabalhos de soldagem eléctrica, oxiacetilénica,
corte a quente.

2.4-Conceito e Importância de Prevenção


A Prevenção é certamente o melhor processo de reduzir ou eliminar as possibilidades de
ocorrerem problemas de segurança com o trabalhador.

A prevenção consiste na adopção de um conjunto de medidas de protecção, na previsão de que a


segurança física do funcionário possa ser colocada em risco durante a realização do seu trabalho.
Nestes termos, pode-se acrescentar que as medidas a tomar no domínio da higiene no trabalho
não diferem das usadas na prevenção dos acidentes de trabalho.

A área da higiene e segurança no trabalho deve ter em atenção os seguintes princípios


de prevenção:

1. Tal como se verifica no domínio da segurança no trabalho a prevenção mais


eficaz em matéria de higiene no trabalho exerce-se, também, no momento da concepção,
instalação e nos processos de trabalho, pois todo o melhoramento ou alteração posterior já
não terá a eficácia desejada para proteger a saúde dos trabalhadores e será certamente
muito mais dispendiosa;

2. As operações perigosas (as que originam a poluição do meio ambiente ou causam ruído ou
vibrações) e as substâncias nocivas, susceptíveis de contaminar a atmosfera do local de trabalho,
devem ser substituídas por operações e substâncias inofensivas ou menos nocivas;

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3. Quando se torna impossível instalar um equipamento de segurança colectivo, é necessário
recorrer a medidas complementares de organização do trabalho que, em certos casos, podem
comportar a redução dos tempos de exposição ao risco;

4. Quando as medidas técnicas colectivas e as medidas administrativas não são suficientes


para reduzir a exposição a um nível aceitável, deverá fornecer-se aos trabalhadores um equipamento de
protecção individual apropriado;

5. Salvo casos excepcionais ou específicos de trabalho, não deve considerar-se o equipamento


de protecção individual como o método de segurança fundamental, não só por razões fisiológicas, mas
também por princípio, porque o trabalhador pode, por diversas razões, deixar de utilizar o seu
equipamento.

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CAPÍTULO III- LEGISLAÇÃO SOBRE A HIGIENE E SEGURANÇA NA


REPÚBLICA DE ANGOLA
A República de Angola é membro da OIT e como tal, não está alheio no cumprimento dos
principios consignados nas suas convenções. Para tal, possui uma série de lesgilação atinente a
promoção da higiene, segurança e saúde no trabalho.

3.1-Decreto nº 53/05 de 15 de Agosto


Retrata o Regime Juridico Dos Acidentes De Trabalho e Doenças Profissionais.

Contém 13 capitulos e 61 artigos. Entretanto, realçamos os seguintes:

O artigo 1º (Âmbito de aplicação pessoal) diz que, é garantido o direito à reparação de danos
resulatantes de acidentes de trabalho e doenças profissionais aos trabalhadores por conta de outrem e
seus familiares, protegidos pelo sistema de protecção social obrigatório.

O artigo 3º (Conceito) diz no seu ponto 1 que, entende-se por acidente de trabalho o
acontecimento súbito que ocorre no exercício da actividade laboral ao serviço da empresa ou
instituição que provoque ao trabalhador lesão ou danos corporais de que resulte incapacidade parcial
ou total, temporária ou permanente para o trabalho, ou ainda a morte. Este artigo realça no seu ponto 2
que, são ainda considerados acidentes no trabalho os que ocorrem nas circustâncias seguintes:

a) Durante o trajecto normal ou habitual da ida ou regresso local de trabalho, qualquer que
seja o meio de transporte utilizado no percurso;
b) Durante os intervalos para descanso, ocorridos no local de trabalho;
c) Em actos de defesa da vida humana e da propriedade social nas instalações da empresa
ou instituição;
d) Durante a realização de actividades sociais, culturais e desportivas organizadas pela
empresa.

No Capitulo III (Doenças Profissionais), artigo 6º (Caracterização da eventualidade), retrata no


seu ponto 2 que são consideradas doenças profissionais para efeitos do presente diploma a alteração da
saúde patologicamente definida, gerada por razões da actividade laboral nos trabalhadores que de
forma habitual se expõem a factores que produzem doenças e que estão presentes no meio ambiente de
trabalho ou em determinadas profissões ou ocupações.

-Instituto Médio de Economia de Luanda 29


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No Capitulo IV (Obrigatoriedade de Seguro e dos Encargos), artigo 7º (Seguro), ponto 1, diz
que são obrigatoriamente segurados contra os riscos resultantes de acidentes de trabalho e de doenças
profissionais, caracterizados no presente diploma, todos os trabalhadores, aprendizes e estagiários,
após a efectivação do respectivo contrato de trabalho a celebrar entre a entidade empregadora e uma
empresa seguradora angolana.

O Capitulo VI (Classificação e Definição das Incapacidades), no seu artigo 17º (Classificação


das incapacidades), espelha que as incapacidades para o trabalho, segundo o resultado de acidente de
trabalho ou da doença profissional, classificam-se em:

a) Incapacidade permanente total para toda e qualquer actividade;


b) Incapacidade permanente total para o trabalho habitual;
c) Incapacidade permanente parcial;
d) Incapacidade temporária.

O Capitulo VII (Avaliação e Reparação das Incapacidades), no seu artigo 22º (Modalidades das
Prestações), diz que o direito à reparação dos acidentes de trabalho e das doenças profissionais
compreende as modalidades de prestações pecuniárias e em espécie.

No Capitulo XIII (Disposições Finais e Transitórias), artigo 54º (Acidente de trabalho e de


viação), o seu ponto 1 realça: se durante o horário de trabalho declarado oficialmente ocorrer um
acidente que seja simultaneamente qualificável como de viação e trabalho, é para efeitos do presente
diploma considerado como aciente de trabalho.

O seu artigo 56º (Aplicação de multas), retrata que as empresas que infringirem o disposto nos
Capitulos IV e V do presente decreto, serão punidas nos termos do artigo 28º do Decreto nº 11/03, de
11 de Março, que estabelece o regime de multas por contravenções à Lei Geral do Trabalho.

3.2-Decreto nº 31/94 de 5 de Agosto


Estabelece os Princípios que visam a Promoção da Segurança, Higiene e Saúde no Trabalho.

Contém 9 capitulos, 5 secções e 38 artigos dos quais destacamos:

No Capitulo 1 (Das disposições gerais), secção 1 (Objecto e âmbito de aplicação), artigo 1º


(Objecto), diz que o presente decreto estabelece os princípios que visam a promoção da segurança,
higiene e saúde no trabalho de acordo à Lei Constituicional.

-Instituto Médio de Economia de Luanda 30


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No seu artigo 2º (Âmbito de aplicação) retrata que, este decreto aplica-se às empresas estatais,
mistas, privadas e cooperativas.

No artigo 3º (Conceitos), o seu ponto 1 diz que para efeitos do presente diploma entende-se
por:

a) sistema de Segurança, Higiene e Saúde no Trabalho um conjunto de normas e


regulamentos que visam a melhoria das condições e do meio ambiente de trabalho, tendentes à
salvaguardar a saúde e integridade física do trabalhador, assim como a aplicação consciente dos
princípios, métodos e técnicas da organização do trabalho, conducentes à redução dos riscos
profissionais;
b) segurança no trabalho é um conjunto de actividades que permitem estudar, investigar,
projectar, controlar e aplicar os métodos e meios técnicos-organizativos que garantam condições
seguras, higiénicas e confortáveis no trabalho, como também, das disposições jurídico-normativas de
protecção no trabalho;
c) higiene no trabalho é um conjunto de métodos e técnicas não médicas tendentes a
preservar a vida e a saúde dos trabalhadores contra a agressividade dos agentes ambientais nos locais
de trabalho onde exercem as suas funções;
d) saúde no trabalho não é só a ausência de doença ou mal estar, abarca também os
elementos físicos e mentais que afectam a saúde, estando directamente relacionados com a segurança,
a higiene e a saúde no trabalho;
e) prevenção é o conjunto das disposições ou medidas tomadas ou previstas em todas as
fases da actividade da empresa, tendo em vista evitar ou diminuir os riscos profissionais;
f) risco é a combinação da probalidade e da gravidade de aquisição de uma lesão ou de um
dano para a saúde de acordo com a causa e o efeito, o momento e a circunstância da sua ocorrência;
g) acidente de trabalho é o acontecimento súbito que ocorre pelo exercício da actividade
laboral ao serviço da empresa e que provoque no trabalhador lesão ou danos corporais de que resulte
incapacidade parcial ou total temporária ou permanente para o trabalho ou a morte;
h) doença profissional é a alteração da saúde patologicamente definida, gerada por razões
da actividade laboral nos trabalhadores que de forma habitual se expõem à factores que
produzem doenças e que estão presentes no meio ambiente de trabalho ou em determinadas profissões
ou ocupações;

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i) incêndio é a reacção de combustão não controlada que se desenvolve num lugar e que
para a sua interrupção necessita de uma intervenção com substância e meios próprios, podendo
provocar, como consequência, perda de bens materiais ou de vidas humanas.

No Capitulo II (Obrigações do Estado), Secção I (Dos organismos intervenientes), o artigo 7º


(Organismos intervenientes principais), diz que em função de especialidade das suas funções caberá
dentre outros aos Ministérios da Saúde, do Interior e da Educação:

- definir medidas relacionadas com a medicina e saúde do trabalhador incluindo as que


visam o despiste precoce das doenças profissionais e a reabilitação dos trabalhadores;

- estudar, aplicar e fiscalizar as medidas tendentes a garantir condições seguras de trabalho


nos diferentes sectores de actividade, no domínio da prevenção de incêndios e explosões.

No Capitulo III (Obrigações dos Parceiros), Secção I (Das entidades empregadoras), o seu
artigo 9º (Competências) realça: as entidades empregadoras são obrigadas a tomar as medidas úteis e
necessárias para que o trabalho seja realizado em ambiente e condições que permitam o normal
desenvolvimento físico, mental e social dos trabalhadores que os proteja contra acidentes de trabalho e
doenças profissionais. Além disso devem:

a) conceber instalações e processos de trabalho onde os factores de riscos não estejam


presentes, sejam reduzidos ao mínimo ou identificados e limitados os seus efeitos sobre o homem;
b) integrar na gestão da empresa as actividades de segurança, higiene e saúde no trabalho
como uma componente do processo produtivo, adoptando oportunamente as medidas preventivas que
se imponham em função dos riscos existentes ou previsíveis;
c) cumprir e fazer cumprir todas as normas e disposições legais relativas à segurança,
higiene e saúde no trabalho;
d) criar a Comissão de Prevenção de Acidente de Trabalho e os serviços de segurança e
medicina do trabalho de acordo com o que for estabelecido sobre a matéria;
e) elaborar o regulamento específico de segurança, higiene e saúde no trabalho e o
programa de prevenção para efeito de sensibilização.

O artigo 11º (Informação e formação dos trabalhadores), diz que as entidades empregadoras
devem garantir que cada trabalhador receba informações e instrução simultaneamente suficiente e
adequada em matéria de segurança, higiene e saúde no trabalho.

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A Secção III (Dos trabalhadores), artigo 13º (Deveres), retrata que cada trabalhador deve cuidar
da sua segurança e saúde bem como das outras pessoas que possam ser afectadas pelas suas acções ou
omissões na execução das suas actividades.

O artigo 14º (Direitos), diz que os trabalhadores, relativamente à seguança, higiene e saúde no
trabalho, gozam dos seguintes direitos:

a) laborar um ambiente de trabalho seguro e higiênico;


b) receber gratuitamente os equipamentos de protecção colectiva ou individual de que
necessita o posto de trabalho que ocupa;
c) receber instruções iníciais e periódicas, assim como informações sobre lesgilação
relevante e outras informações gerais sobre segurança, higiene e saúde no trabalho.

O Capitulo IV (Condições de Segurança e Organização de Serviços), o artigo 17º (Condições


de segurança), no seu ponto 1 retrata que todos os trabalhadores têm direito à prestação de trabalho em
condições de segurança, de higiene e de protecção à saúde.

O ponto 2 diz que as entidades empregadoras tevem assegurar que o desenvolvimento


económico do País, vise promover a harmonização do trabalho em condições óptimas de segurança,
higiene e saúde, devendo este ser íntima e indissoluvelmente integrado na sua gestão económica.

O Capitulo V (Requisito dos Locais de Trabalho) artigo 19º (Das edificações), o ponto 1 diz
que as edificações deverão obedecer aos requisitos técnicos que garantam perfeita segurança ao que
nelas trabalhem.

O artigo 20º ( Sinalização de segurança), ponto 1, retrata que a sinalização de seguança deve
realizar-se com objectivo ou situação determinada, fornecer uma informação relativa à segurança, por
intermédio de uma cor ou de um sinal de segurança.

O artigo 22º (Da iluminação), o seu ponto 1 diz: em todos os locais de trabalho deverá haver
iluminação adequada, natural ou artificial, apropriada à natureza da actividade.

O Artigo 23º (Das instalações eléctricas), o seu ponto 1 retrata que as instalações eléctricas
devem ser projectadas e executadas de modo que seja possivel prevenir, por meios seguros, os perigos
de choque eléctricos e todos outros tipos de acidentes correlactos.

O Capitulo VI (Protecção da Saúde), artigo 24º (Movimentação manual de cargas), no seu


ponto 1 retrata: o peso máximo de carga que qualquer trabalhador transporta por sí só sem ajuda de

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meios mecânicos não pode exceder os 50 kg, (cinquenta quilogramas) ressalvadas as disposições
especiais relativas ao trabalho do menor e da mulher.

No artigo 25º (Equipamento de Protecção Individual), o seu ponto 1 diz que a entidade
empregadora é obrigada a fornecer aos trabalhadores, gratuitamente, equipamentos de protecção
individual adequados aos riscos e em perfeito estado de conservação e funcionamento, sempre que as
medidas de ordem geral não ofereçam completa protecção contra os riscos de acidentes e danos à
saúde dos trabalhadores.

O Capitulo VIII (Responsabilidade Disciplinar e Penal), o artigo 30º (Dos trabalhadores),


retrata que o não cumprimento pelos trabalhadores dos deveres previstos no ponto 2, alíneas a) e c) do
Artigo 13º, sempre que tenham recebido da entidade empregadora as instruções relativas aos
regulamentos ou normas de segurança, aos equipamentos de protecção colectiva e individual e outros
meios para segurança, constitui violação da disciplina laboral punivel nos termos da lei, sem prejuízo
de responsabilidade penal que lhe seja imputável.

O artigo 31º (Das entidades empregadoras), diz que sem prejuízo de outras medidas de
responsabilidade penal imputáveis, as entidades empregadoras que não cumprem com os deveres
previstos no presente decreto, serão punidas com multa até 10 vezes o salário médio praticado na
empresa em causa, por cada infracção registada.

3.3-Decreto executivo nº 6/96 de 2 de Fevereiro


Aprova o Regulamento Geral dos Serviços de Segurança e Higiene no Trabalho nas Empresas
(R.G.I).

Contém 5 capitulos e 23 artigos. Portanto, destacamos os seguintes:

O artigo 1º (Objecto), diz que o presente Regulamento Geral estabelece as normas que regerão
os Serviços de Segurança e Higiene no Trabalho nas empresas, conforme o nº 2 do artigo 18º do nº
31/94 de 5 de Agosto.

O artigo 2º (Âmbito de aplicação): este regulamento é aplicado às empresas, estabelecimentos


comerciais e industriais, mistas, privadas, públicas e cooperativas.

O artigo 3º (Conceito), ponto 1, retrata que os Serviços de Segurança e Higiene no Trabalho,


é um órgão investido de funções essencialmente preventivas e encarregue de aconselhar e assistir, de

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acordo com a legislalação vigente, à entidade empregadora, os trabalhadores e seus representantes na
empresa, para que:

a) as exigências requeridas e estabelecidas no domínio da Segurança, Saúde e Higiene no


Trabalho, mantenham harmonioso o desenvolvimento das condições técnicas que asseguram o meio
ambiente de trabalho são, salubre e limpo, com vista a favorecer uma saúde física e mental, óptima em
ralação ao trabalho;
b) a adaptação do trabalho as capacidades dos trabalhadores tendo em conta o seu estado
de saúde físico e mental.

No Capitulo II (Atribuições e organizações), artigo 12º (Encargos) realça: os encargos com a


organização e funcionamento dos Serviços e Higiene no Trabalho, incluindo as despesas com exames
médicos, avaliações das condições ambientais de trabalho, testes e demais acções realizadas para a
prevenção dos riscos profissionais e a vigilância da saúde ficam a cargo da entidade empregadora.

O Capitulo IV(Do registo dos técnicos de segurança do trabalho), artigo 19º (Relatório de
actividade), ponto 1, diz que a entidade empregadora elaborará anualmente um relatório da actividade
dos serviços de segurança e higiene no trabalho da sua empresa, até ao dia 30 de Dezembro do mesmo
ano e remetê-lo a Delegação do Ministério da Adiministração Pública, Emprego e Segurança Social
da área em que esteja situada a sede da empresa.

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CAPÍTULO IV- HIGIENE E SEGURANÇA NO INEA

3.1-Apresentação do INEA
O Instituto de Estradas de Angola está localizado no Talatona em Luanda tem serviços
provinciais em todo território nacional.

Tem como objecto social a fiscalizaçãao de obras, reabilitação e manutenção de estradas e pontes
metalicas.

É um instituto público de sector económico, dotado de autonomia administrativa, financeira e


patrimonial, que visa assegurar as funções de promoção e coordenação do desenvolvimento de infra-
estruturas rodoviárias correspondentes à rede nacional, bem como a sua gestão em particular e a sua
conservação e exploração.

Está sujeito à superitendência do Titular do Poder Executivo exercida pelo Ministro da


Construção.

A instituição tem 846 trabalhadores.

Actualmente é presidida por um Conselho Directivo.

A instituição é pertença do Ministério da Construção e, tutelada pelo mesmo Ministério.

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3.2-Organigrama

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3.3-Caracterização da amostra
O pessoal encontra-se distribuído em sexo masculino e feminino, sendo 87%, correspondente a 7
inquiridos são do sexo masculino e 13% equivalente a 1 inquirido são do sexo feminino. Para
compreendermos da melhor forma, o gráfico abaixo demonstra distribuição em percentagem do sexo
dos inquiridos.

Sexo dos Inquiridos

13%

Masculino
Feminino

88%

De acordo com a distribuição percentual, apresentada no gráfico, pode se constatar que a faixa
etária dos inquiridos varia dos 22 aos 55 anos de idade.

Sendo que entre os 22 aos 35 anos de idade corresponde a 25%, dos 36 aos 46 anos de idade
corresponde igualmente aos 25% e entre os 47 aos 55 anos de idade corresponde a 50%.

-Instituto Médio de Economia de Luanda 38


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Faixa Etária dos Inquiridos


50%

25% 25%

22 a 35 36 a 46 47 a 55

Identificamos o estado civil dos inquiridos e constatamos, em função do gráfico que a maior
parte dos trabalhadores são solteiros.

Dos 8 inquiridos, 6 (75%) são solteiros, 1 (12,5%) é casados e 1 (12,5%) é viúvo.

Estado Civil

12,5%

Solteiro
12,5% Casado
Viúvo

75%

No que conserne às habilitações literárias, existe uma grande diversidade entre o grau de ensino
do pessoal, ou seja, dos 8 inquiridos 12,5% têm a 5ª, 6ª e 10ª classe, 24,5% tem a 10ª classe e 38%
possui maior grau de ensino dos inquiridos, pois eles são técnicos médios.

-Instituto Médio de Economia de Luanda 39


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Habilitações Literárias 38%

24,5%

12,5% 12,5% 12.5%

5ª classe 6ª classe 8ª classe 10ª classe Técnico M...

3.4-Análise dos resultados obtidos no questionário


Uma das primeiras questões colocadas no questionário estava relacionada com a classificação do
ambiente de trabalho. O objectivo desta questão é saber se o tempo de trabalho na instituição
influência no modo como os trabalhadores classificam o seu ambiente de trabalho. Esta classificação
baseou-se nos seguintes pontos: iluminação, ruído e vibração.

Tempo de Iluminação Total


serviço na
empresa Boa Suficiente Insuficiente
De 1 a 4 anos 12,5% 12,5%
5 a 9 anos 12,5% 12,5%
10 a 14 anos 25% 25%
15/ mais anos 25% 25% 50%
Total 50% 25% 25% 100%
Relativamente ao primeiro ponto, a iluminação, constatou-se que 50% dos trabalhadores
inquiridos com mais tempo na instituição (15 ou mais anos), consideram a iluminação boa e suficiente,
pelo contrário, os com menos tempo na instituição (1 a 4 anos), com 12,5% apenas, consideram a
iluminação insuficiente.

-Instituto Médio de Economia de Luanda 40


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Quanto ao ruído, todos os inquiridos consideram que o ruído é fraco.

Tempo de Ruído
serviço na
Total
empresa Excessivo Forte Fraco Inexistente
De 1 a 4 anos 25% 25%
De 5 a 9 anos 12,5% 12,5%
De 10 a 14 25%
25%
anos
15 ou mais 37,5%
37,5%
anos
Total 100% 100%

As vibrações por seu turno, grande parte dos trabalhadores inquiridos (62,5%), de 5 a 9 anos e de
15 ou mais anos, consideram que a vibração é razoável.

Por outro lado, 37,5% também dos inquiridos que trabalham independentemente do tempo de
serviço na empresa, consideram que a vibração é boa.

Tempo de
Total
serviço na Vibração
empresa
Excelente Boa Razoável Má
De 1 a 4 anos 12,5% 12,5%
De 5 a 9 anos 12,5% 12,5%
De 10 a 14
12,5% 12,5%
anos
15 ou mais 50%
12,5% 62,5%
anos
Total 37,5% 62,5% 100%

Procurou-se também saber, a partir do questionário, que tipo de risco o trabalhador está mais
sujeito diariamente no seu local de trabalho e como faz para prevenir. Em função do gráfico, pode-se
verificar que os riscos químicos, ergonômicos e de acidentes são os riscos mais sujeitos no seu dia-a-
dia, representando cada 25%.

-Instituto Médio de Economia de Luanda 41


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Tipo de Riscos25%
25% 25%

12,5% 12,5%

Fisicos Quimicos Biológicos Ergonômicos Riscos de


Acidentes

Com relação à prevenção de tais verifica-se que 25% dos trabalhadores utilizam equipamentos
de protecção individual como forma de evitar os riscos que estão sujeitos. 12% prefere adquirir
formação e informação sobre riscos a que estão mais sujeitos, como técnica para evitaá-los. Ainda
assim, 38% adquirem informação sobre o modo de utilização dos equipamentos. Evitar bebidas
alcoólicas antes e durante o período de trabalho exerce aqui duas funções: ajuda a evitar acidentes no
trabalho e na prevenção dos riscos, sendo assim apenas 25% dos inquiridos utilizam esta prática.

Como faz para evitar os riscos? Frequência Percentagem (%)

Utiliza equipamentos de protecção individual 2 25

Adquire formação e informação sobre riscos a que está 1 12


sujeito.
Adquire informação sobre o modo de utilização dos 3 38
equipamentos
Evita bebidas alcoólicas antes e durante o período de 2 25
trabalho.

Total 8 100

-Instituto Médio de Economia de Luanda 42


Higiene e Segurança no Instituto de Estradas de 2015
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Perguntou-se se na instituição existe ou não regulamento interno sobre o uso de equipamentos de


HS, e a maioria, ou seja, 75% dos trabalhadores afirmam que a instituição possui. Em contrapartida
25% dos inquiridos afirmam o contrário, isto é, que a instituição não possui regulamento. Infelizmente,
não se conseguiu aferir a realidade.

Existência de regulamento

25%

Sim
Não

75%

Importa agora saber se os trabalhadores cumprem ou não com as normas de serviço


estabelecidas, comparecendo diariamente no seu posto de trabalho com o equipamento. Como se pode
constatar no gráfico que se segue, a maioria dos inquiridos cumprem com as normas estabelecidas
(75% ).

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Higiene e Segurança no Instituto de Estradas de 2015
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Cumprimento das Nomas de serviço estabelecido

25%
Sim
Não

75%

Resta verificar ainda dentro da questão do cumprimento das normas e procedimentos se as


habilitações literárias influenciam, em maior ou menor grau de comprimento das normas de HST.

Cumpre as normas de serviço estabelecidas,


comparecendo diariamente no seu posto de trabalho
Habilitações
com o equipamento?
literárias
Sim Não Total
5ª Classe 12,5% 12,5%

6ª Classe 12,5% 12,5%


8ª Classe 25% 25%

10ª Classe 12,5% 12,5%

Técnico Médio 25% 12,5% 37,5%

Total 75% 25% 100%


Da análise feita verifica-se que não existe uma relação entre o cumprimento das normas e
procedimentos e as habilitações literárias, uma vez que a grande maioria dos inquiridos (75%)
independentemente da habilitação literária, afirmam que cumprem com as normas e procedimentos,
isto é, comparecem com equipamentos de HS diariamente no seu posto de trabalho. Já 25% dos
inquiridos com habilitações literárias do 5ª classe e técnico médio afirmam que não cumprem com as
normas e procedimentos.

-Instituto Médio de Economia de Luanda 44


Higiene e Segurança no Instituto de Estradas de 2015
Angola
Em função do quadro abaixo, pode-se constatar que 100% dos inquiridos afirmam que as regras
e procedimentos em matéria de Segurança são necessários para que haja um bom desempenho. Isto
porque ajuda consideravelmente na eliminação de acidente no trabalho.

Acha que as regras e procedimentos em matéria de segurança Frequência Percentagem


são necessários para que haja um bom desempenho?
Sim 8 100%

Procurou-se saber se a categoria profissional influencia nas responsabilidades em termos de


segurança no trabalho, ou seja, se o cargo ocupado influencia no uso de equipamentos de protecção
individual, uso correcto dos equipamentos de trabalho, conservar e manter em bom estado, dar
informação as chefias da existência de alguma irregularidade, trocar impressões com os colegas sobre
os riscos.

De acordo o quadro abaixo, constata-se que, dos inquiridos independentemente do cargo que
ocupam dentro da instituição procuram de forma diferente assumir as suas responsabilidades em
termos de segurança. Quanto ao uso de EPI, 37,5% dos inquiridos, tanto o operacional não qualificado
como o operacional qualificado afirmam que as suas responsabilidades passam por esse item. Quanto
ao uso correcto dos equipamentos de trabalho no total dos inquiridos 25% independentemente da
categoria profissional utilizam esta prática como sendo as suas responsabilidades em termos de
segurança no trabalho.

Portanto, a categoria profissional não influencia nas responsabilidades em termos de segurança,


já que todos os trabalhadores inquiridos independentemente do cargo procuram ser responsáveis.

As suas responsabilidades em termos de segurança no trabalho passa pelo


(a):
Uso de Uso correcto Dar Conservar e Trocar Total
equipamento dos informação as manter em impressõe
Categoria de protecção equipamentos chefias da bom estado s com os
profissional individual de trabalho existência de de seus
alguma conservação colegas
irregularidade os sobre os
equipamentos riscos
de protecção
Operacional 12,5% 12,5% 12,5% 37,5%
não
qualificado
Operacional 25% 12,5% 37,5%
qualificado

-Instituto Médio de Economia de Luanda 45


Higiene e Segurança no Instituto de Estradas de 2015
Angola
Grupo técnico 12,5% 12,5% 25%%
Total 37,5% 25% 12,5% 12,5% 12,5% 100

Sabendo que a maioria dos inquiridos, independentemente da categoria profissional, procuram


utilizar equipamentos de protecção individual, convém saber quais os equipamentos de protecção
individual usados diariamente pelos trabalhadores.

Quanto ao uso de botas/sapatos de segurança verificou-se que uma parte significativa dos
trabalhadores inquiridos tem por hábito usá-lo diariamente, ocupando 28%. É importante o uso de
vestuário adequado, principalmente para evitar certos riscos; em função do gráfico verificou-se que
24% do total dos inquiridos adopta esta técnica para se proteger. O capacete de segurança é usado por
20% dos inquiridos para a protecção da cabeça.

Relativamente às luvas de protecção e máscaras de protecção, 12% dos inquiridos usam esses
equipamentos. Quanto aos óculos de protecção, pode-se dizer que este equipamento é muito pouco
usado diariamente pelos trabalhadores, sendo apenas 4%.

28%
EPI
24%
20%

12% 12%

4%

Procurou-se saber a opinião dos trabalhadores sobre a HS existente na instituição, e perante a


análise feita verificou-se que, 62% considera que a HS existente como razoável, ao passo que 13%
considera que a HS é má e 25% como muito boa.

-Instituto Médio de Economia de Luanda 46


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Opinião Sobre HST

25%

Razoável

Muito Boa

13% 63%

Questionou-se se os funcionários estão assegurados e foram unânimes em afirmar que não


possuem seguro de saúde.

São Assegurados ?

Não

100%

Questionou-se também se o posto médico do INEA funciona. Todos afirmaram que não funciona
há 3 anos conforme o gráfico abaixo diz.

-Instituto Médio de Economia de Luanda 47


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O Posto Médico está em Funcionamento?

Não

100%

-Instituto Médio de Economia de Luanda 48


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Angola

Conclusão
Identificado, seleccionado e estruturado o tema “Higiene e Segurança no INEA”, de acordo à
área de formação de Administração Pública e tendo em consideração os aspectos observados nos
quatro capítulos por um lado; por outro, algumas dificuldades verificadas na obtenção de informações
para a parte prática, pode-se concluir que:

-Higiene e Segurança são duas ciências que lutam para um único fim que é a manuteção do
bem estar do trabalhador, ou seja, a HST tem a função de educar os trabalhadores de modo a terem
medidas de prevenção;

-A higiene e segurança no trabalho constituem uma das bases para o total desenvolvimento da
capacidade dos trabalhadores ao garantir-se condições de higiene e segurança no cumprimento das
suas tarefas;

-A higiene e segurança no trabalho é o maior instrumento de evitar doenças profissionais que


possam causar danos psicológicos e físicos;

-Em função do que se deu a ver, o INEA não cumpre na totalidade a lesgilação relacionada com
a higiene, segurança e saúde no trabalho.

Entretanto, surgem algumas recomendações e sugestões:

-A instituição deve cumprir na íntigra com a lesgilação em vigor sobre higiene, segurança e
saúde no trabalho.

-O INEA deve voltar a pôr em funcionamento o seu posto médico, assegurar os seus
trabalhadores, colocar iluminação adequada na oficina.

-O INEA deve compreender a higiene e segurança como um desafio organizacional que


contribui para o aumento da produtividade;

-Instituto Médio de Economia de Luanda 49


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Bibliografia
1. Manual formação pme - Higiene e Segurança no Trabalho
2. www.angolauniformes.com-Saúde, Higiene e Segurança no Trabalho.
3. Diplomas legais- Decreto nº 53/05 de 15 de Agosto; Decreto nº 31/94 de 5 de Agosto e
o Decreto Executivo nº 6/96 de 2 de Fevereiro.

-Instituto Médio de Economia de Luanda 50

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