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A Problemática da Relação entre a Escola e a

Família no Processo de Ensino e Aprendizagem


INTRODUÇÃO

O trabalho em referência, faz uma abordagem sobre “A Problemática da Relação entre a


Escola e a Família no Processo de Ensino e Aprendizagem ”, na vertente estudo do
caso.

A aproximação entre a escola e a família tem sido alvo de muito critica perante a
sociedade, face atuação de muitos pais e encarregados de educação não colaborarem
directamente nos problemas que afligem essa relação, no sentido de se criar condições
para melhorar o processo de ensino e aprendizagem dos educandos.

A relação entre a escola e a família desde a antiguidade foi sempre uma relação
problemática, por motivos dos desencontros entre a escola e a família, onde a escola
marginalizou a família porque achava que a instituição escolar era a única que estava
preparada para exercer a prática educativa devido a sua especialização, sem a
intervenção da família.

Por outro lado, algumas famílias pensavam que a única responsável pela educação dos
filhos era a escola, provocando a ausência ou a fraca relação entre a família e a escola,
afectando o processo de ensino e aprendizagem e elaborou-se as seguintes questões de
partida:

 Quais são causas do fraco relacionamento entre a escola e a família na escola


2003?
 Como aprofundar a participação da família na escola 2003?

Hipóteses

 A falta de abertura da escola para a família faz com que esta se sinta marginalizada,
isto é, a família não participa.
 O baixo nível de formação académica de alguns pais e encarregados de educação, faz
com que haja pouca compreensão da linguagem da escola, dificultando a sua
participação.
 As condições sociais tais como a pobreza constitui um factor que impossibilita a
participação da família na escola.

Objectivo geral

 Compreender a relação entre a família e a escola e os problemas que afectam essa


relação para garantir a eficácia do processo de ensino e a aprendizagem na escola
2003.

Objectivos específicos

 Analisar a participação da família na escola e a abertura desta para a família;


 Explicar as causas da falta de acompanhamento da família no processo de
ensino-aprendizagem e o seu impacto no rendimento escolar dos alunos;
 Contribuir para a melhoria de uma parceria entre ambas as instituições.

A escolha deste tema deveu-se ao problema que vem inquietando a escola, pelo fraco
grau de participação dos pais e encarregados de educação, afectando negativamente o
processo de ensino e aprendizagem, principalmente no rendimento escolar dos alunos.

A metodologia a ser usada é a pesquisa qualitativa, quantitativa, estudo de caso, estudo


documental e bibliográfico, técnica (a observação) e Instrumento de pesquisa (a
entrevista e o questionário).

O estudo em abordagem visa reforçar a parceria escola-família através de efectiva


colaboração dos pais e outros membros da famíla nas actividades educativas de
aprendizagem de novas gerações. Pretendemos fazer uma reflexão sobre o trabalho
realizado pela escola e pela família na comunidade, no sentido de dar a nossa
contribuição com algumas sugestões a fim de melhorar a relação entre a escola e a
família.

CAPÍTULO I: RELAÇÃO ESCOLA - FAMILIA NO PROCESSO DE ENSINO E


APRENDIZAGEM
Neste capítulo foram abordados conceitos como escola, ensino, aprendizagem, família
por lado, por outro os principais temas que serviram para o desenvolvimento deste
estudo, foram enfatizados os seguintes: Caracterização da pareceria entre a escola e
família no processo de ensino e aprendizagem, o papel do professor como mediador na
aprendizagem do aluno.

1.1. Definição de Termos e Conceitos


Vários termos foram necessários para compreensão do tema em estudo como podemos
verificar a descriminação ao longo do trabalho.
1.1.1. Escola
Escola é um estabelecimento de ensino ordenado pelas autoridades reconhecidas da
nação, cujo acesso é para todo o povo, onde o estado é gestor em sua plenitude
(LAKATOS, 2006:310).
Escola é uma organização indispensável ao indivíduo dos tempos modernos como
forma de enriquecimento das experiências de socialização e da dinamica das relações
interpessoais (COLÔA, 1999:24).
1.1.2. Ensino
O ensino é uma acção deliberada e organizada. É a actividade pelo qual o professor,
através de métodos adequados, orienta a aprendizagem dos alunos (HAYDT, 2009: 12).
1.1.3. Aprendizagem
A palavra aprendizagem é derivada de aprender (lat., apprehendere), tomar
conhecimento de, reter. Aprendizagem é a acção de se aprender algo, de “tomar posse”
de algo ainda não incorporado ao comportamento do individuo (NÉRICI, 1992: 49).
Ou seja, aprendizagem é uma forma do conhecimento humano – relação cognitiva entre
aluno e matéria de estudo, desenvolvendo-se sob as condições específicas do processo
de ensino (LIBÂNEO, 1994: 91).
1.1.4. Aluno
Aluno é individuo que recebe formação de um ou vários professores para adquirir ou
ampliar os seus conhecimentos ( h.t.t.p: www.dicionárioinformal.com).
1.1.5. Família
Em sentido restrito, o termo família costuma designar, geralmente, o conjunto de
pessoas que vivem sob o mesmo tecto. No sentido lato, a família é entendida como o
conjunto das sucessivas gerações descentes dos mesmos antepassados (MAIA, et al.,
2002: 161).

1.2. Breve Historial da relação entre a família e a escola.


Até ao final da idade média, a aprendizagem das condutas e do saber necessário para a
integração social processava-se sobretudo no seio da família e da comunidade. Com o
início da idade moderna, a escola, enquanto espaço especializado de processos
educativos internacionais, passa a substituir gradualmente a família e a comunidade.
Numa primeira fase, a Igreja desempenhou um papel fundamental na criação e controlo
dos novos dispositivos de formação, que assumiram uma grande variedade de
configurações estruturais (NOVOA, 1987: 65).
Contudo, o Estado que durante o antigo regime desempenhou um papel secundário
neste processo, vai progressivamente assenhorar-se da educação formal, substituindo a
tutela da Igreja, deixando claro que a missão educativa era demasiado importante para
ficar dependente das orientações de instituições sobre as quais tinha um controlo muito
limitado (LIMA, 2002: 26).
Paralelamente ao processo de estatização da escola, verifica-se a progressiva afirmação
dos professores como profissionais, processo no qual a sua funcionalização
desempenhou um papel muito importante, libertando-os do controlo da Igreja e
colocando-os sob a alçada do Estado. Estabelece-se, assim, uma espécie de contrato
entre os professores e o estado, com direitos e deveres mútuos, que em última instância
resultou numa perda efectiva de influência por parte dos pais e na sua marginalização:
Num certo sentido, o aparelho escolar edificou-se contra as famílias e as comunidades
que foram marginalizadas, ora com o argumento político (a legitimidade do Estado para
decidir em matéria educativa), ora com o argumento profissional (a competência
especializada dos professores em matéria educativa) (NOVA, 1992, citado por LIMA,
2002: 27).
Desde há alguns anos que se multiplicam no mundo ocidental, os discursos e as análises
sobre as relações entre a família e a escola. Os meios políticos e universitários
consideram estas relações bastante importantes, os primeiros para propor leis ou
regulamentos, os segundos para desenvolver ensinamentos (PERRENOUD, 2001: 13-
14).
Para quem se interessa pelas relações entre a família e a escola a questão da sua origem,
das condições que permitiram a sua emergência, assume um interesse evidente. Saber
como nasceu este interesse pelas relações entre a família e a escola, torna-se
indispensável, se quiser compreender como é que as famílias e aqueles que trabalham
nas escolas vivem e pensam nos nossos dias, as suas relações e fazer uma ideia da
importância ou da necessidade dessas relações. (idem).
No início do nosso século, a maioria das famílias não se relacionava com a escola
pública, nem tinha meios para expressar ou fazer valer, enquanto grupos distintos, uma
atitude crítica. As autoridades escolares preocupavam-se pouco com as suas opiniões.
Os pais de grande parte dos alunos eram considerados ignorantes, que era preciso
educar. De uma maneira geral, as famílias privilegiadas tinham a possibilidade de
contratar um professor particular que se deslocava a casa ou, quando tal não acontecia,
matriculavam os filhos nas escolas que melhor respondiam as suas necessidades
(MANTADON e PERRENOUD, 2001: 13-14).
Para as famílias populares, quando as crianças iam a escola não havia escolha, como,
aliás, ainda, hoje acontece. Mais preocupados com os problemas materiais da existência
quotidiana, não podiam, e, provavelmente, não imaginavam que podiam intervir no
domínio escolar. Por vezes algumas vozes sindicais e outras, fizeram-se ouvir,
exprimindo, quer as suas suspeições e descontentamentos em relação à escola burguesa,
quer as esperanças que depositavam na instituição. Assim em geral os pais não eram
admitidos na esfera escolar e as relações família-escola, tal como as preconizamos
actualmente não existiam nas cidades. E, se é verdade, que no quadro de comunidades
mais pequenas como as vilas ou aldeias, o professor, principalmente o do primeiro Ciclo
desempenhava um papel mais alargado do que nas cidades e estabelecia relações com as
famílias, não podemos pensar que nas zonas rurais os pais tinham uma maior
intervenção no plano pedagógico do que nas cidades (idem).
Mudanças ocorridas no modo de vida das famílias na instituição escolar, e de uma
maneira geral, nas mentalidades, permitiram a evolução das relações entre as famílias e
a escola e a emergência de um discurso esclarecido sobre o assunto. As famílias e a
escola constituíram desde sempre as bases sociais de aprendizagem, as duas com papeis
diferentes mas que convergem. O que ambas as instituições têm em comum é o facto de
prepararem os membros jovens para a sua inserção futura na sociedade e para o
desempenho de funções que possibilitam a continuidade da vida social. Ambas
desempenham um papel importante na formação do individuo e do futuro cidadão
(SZYMANSK, 2011: 98).
São elas nos primeiros “espelhos” nos quais nos vemos e nos descobrimos. São elas
também os primeiros “mundos” em que habitamos, ensinam desde o que é homem e o
que é mulher até como devemos expressar os sentimentos. Aprendemos o que é belo e o
que é feio, aprendemos posturas, jeitos de olhar. Consideramos a família e a escola
instituições de extrema importância na sociedade, sempre estiveram inseridas na rede de
inter-relações com outras instituições.
1.3. Participação dos Pais na Escola
O direito à participação nasce precisamente da nossa condição de pessoas e de cidadãos.
Não é uma dádiva nem um favor, participar na comunidade educativa de forma activa,
directa e plena todos os membros que a integram. O que se passa na escola não interessa
somente aos que estão dentro dela, mas sim a todos os cidadãos (GUERRA, 2002: 7).
Consideremos duas vertentes a escola e o lar por um lado, e por outro duas dimensões
de actuação: a individual e a colectiva (Fig. 1).
Figura 1. Vertentes e dimensões da relação escola – família (LIMA, 2002:98).
A vertente escola inclui todas actividades levadas a cabo nas escolas, individuais
e colectivas, por incentivos dos professores, dos pais ou dos alunos. Exemplos são o
encontro de um docente com um pai de um determinado aluno ou uma reunião entre o
docente e os pais de uma determinada turma, ou uma reunião entre todos os professores
e todos os pais. Incluem-se aqui, ainda, a participação de encarregados de educação em
órgãos da escola ou reuniões da associação de pais. Estas actividades constituem a fase
mais visível da relação escola-família.
A vertente lar inclui todas actividades relacionadas com a escola e
desempenhadas em casa pelo aluno e / ou os pais. Incluem actividades como os
trabalhos de casa, outras actividades manifestas do estudo (e o apoio que lhes é, ou não,
dado pela familia), mas também todo tipo de iniciativa desenvolvida pela família com
vista a uma melhor escolaridade por parte do seu educando, e que são, amiúde,
invisíveis fora do lar (desde o simples incentivo ao arranjo de um espaço próprio para
estudo, de materiais especificos, etc.). Estas actividades são de difícil controlo por parte
da escola e que pode levar por exemplo, a uma má avaliação desta acerca do
envolvimento dos encarregados de educação no processo de escolarização dos seus
filhos (LIMA, 2002: 98).
A dimensão individual engloba as actividades levadas a cabo por cada pai ou
docente ou mesmo aluno, no âmbito da relação aqui em causa. É frequente a existência
de contactos individuais por parte de docentes e pais, quer através de notas escritas, de
telefonemas, pessoalmente ou oralmente através dos educandos. A actividade parental
individual é a mais frequente, por quanto se trata da defesa directa dos interesses dos
seus próprios filhos (idem).
A dimensão colectiva corresponde à dimensão da actuação organizada. Pode
produzir-se em manifestações tão distintas, como formas concertadas de actuação dos
docentes a nível da escola ou na actividade sindical nacional, por exemplo. Por parte
dos pais traduz-se normalmente em actividades ligadas às associações de pais ou à
integração de órgão das escolas, (ou outros enquanto representantes dos pais) (LIMA,
2002: 19)
A relação entre estas duas dimensões – individual e colectiva – pode ser de
complementaridade, mas também de tensão. Num caso estaremos perante a defesa de
interesses particulares e / ou cooperativos, no outro poderemos estar perante uma
actuação que vise o sistema como um todo. (LIMA, 2002: 97).
1.4. Acompanhamento e visitas de encarregados de educação à escola.
Em muitos aspectos, a escola desapossa os pais dos seus filhos. Priva-os da sua
presença, podendo ter várias implicações:
Por vezes é uma força de trabalho para a preparação das refeições, os trabalhos
demésticos ou as tarefas profissionais quando uma empresa familiar- agricola ou
comercial por exemplo- tem interesse em mobilizar toda a família. A este mobilee
tradicional junta-se tudo o que participa do sentimento da infância, nas sociedades
modernas. A criança é uma criação, uma expressão do casal, da família, se permanece
como possessão, é cada vez mais como força de produção ou garante da descendência, e
cada vez mais como fonte de prazer e de orgulho, objecto de amor e de preocupação,
razão de viver, forma de organização (KELLERCHLS e PASINI, 1976: 27). Isto não
exige a presença contínua da criança, mas a sua partida a horas fixas pode ser sentida
como um desapossamento, em particular para as mães que estão em casa.
A entrada na escola pode ser vivida como uma ruptura decisiva na relação entre
a mãe e o seu filho: pela primeira vez ele escapa-lhe para ser cuidado por outros adultos.
Esta separação nem sempre é vivida como frustração. Durante várias horas por dia a
escola alivia os pais da preocupação de vigiar a criança,de se ocupar dela. A sua
liberdade vê-se acrescida a sua responsabilidade aligeirada (MONTADON e
PERRENOUD, 2001: 84).
Vários autores não escondem as dificuldades encontradas em todos os tipos de
experiência de aproximação entre a família e a escola. Os investigadores que se têm
interessado por este problema (Lynch e Pimlott, 1976; Wolfendale, 1983) dizem que,
apesar de todos os discursos e investigações sobre esta matéria, os pais ainda estão
muito longe de serem reconhecidos como parceiros pela escola (idem).
Em França as apreciações não são mais positivas. As tentativas de abertura da
escola à família não mudaram quase nada e as autoridades escolares colocaram-se
sempre como únicos e legítimos detentores da definição das normas em matéria de
educação (Ballion, 1984, Cahiers Pédagogiques, 1985). Entre as razões que tornam
difícil o desenvolvimento de laços satisfatórios entre as famílias e a escola, podemos
destacar a grande diversidade de pontos de vista dos actores, seja por parte da própria
escola, dos professores ou dos pais. Podemos comçar por perguntar quais são
actualmente os pontos de vista que a escola poderá ter relativamente às questões
colocadas pelos pais (MONTADON e PERRENOUD, 2001: 22-23).
Com o contributo de Henripin (1976), podemos distinguir três grandes tipos de
atitudes das autoridades escolares assim como de alguns professores:
- Primeira atitude: Os pais são considerados como clientes, que não sabem nada
de pedagogia ou de gestão. Consequentemente, a única coisa a fazer é informá-los. A
informação prestada é, frequentemente, sobre assuntos relativamente pouco
importantes. Satisfaz alguns pais, mas deixa outros desapontados. Sem dúvida, apesar
de extraordinárias possibilidades técnicas em matéria de informação, a tarefa de bem
informar continua a ser um desafio para a maior parte das organizações. A informação
fornecida pela escola nem sempre passa e não conduz necessariamente a um processo
de comunicação;
- Segunda atitude: Os pais são considerados como uma caução; são consultados
para se obter um feedback, uma informação de retorno. Isto pode dar às autoridades
uma ideia do afastamento entre as suas políticas e as expetativas dos pais. É, por vezes,
uma forma de manter a consciência tranquila. Raramente as autoridades conseguem
dizer como é que as distâncias podem ser atenuadas, com efeito não é dada qualquer
garantia aos pais de que as suas ideias ou recomendações serão tidas em conta;
- Terceira atitude: As autoridades consideram os pais como um grupo de
pressão. Elas esperam as suas reivindicações para reagir. Isto coloca os pais em
situação de adversário. Alguns desmobilizam-se, nomeadamente os que desejam uma
participação concreta e construtiva. Outros são apanhados nas malhas do jogo e vão
desempenhar o seu papel de grupo de pressão até ao fim, suscitando frequentemente a
reacções negativas.
As autoridades poderiam, adoptando uma quarta atitude, considerar os pais
como verdadeiros parceiros. Os pais, sem pretenderem tornar-se profissionais do ensino
ou da gestão são, não só consultados, como participantes nas decisões. Esta concepção,
raramente concretizada, pressumpõe uma vontade política de modificar as relações
sociais no interior do sistema escolar (idem).
As autoridades escolares vêem frequentemente desvantagens na participação dos
pais, mesmo quando ela é limitada. A participação pode ser considerada como uma
perda de tempo e de eficácia, como uma ideia de difícil operacionalização. As
autoridades pensam que não podem permitir-se erros ou desperdícios na utilização dos
dinheiros públicos e que “desburocratizar” para colher os pais comporta o risco de
alguma arbitrariedade.
Os defensores da participação sublinham as vantagens que podem ser oferecidas
às autoridades. As atitudes dos professores, longe de serem uniformes, podem situar-se
num continuo um. Por um lado temos a pequena minoria dos que por razões
pedagógicas ou ideológicas crêem firmemente na participação activa dos pais na escola
ou mesmo na aula. Estes professores cultivam simultaneamente os encontros individuais
onde se trata de uma criança em particular e os contactos colectivos com os pais.
Encorajam não só os contributos dos pais e a troca de impressões reciprocas, mas ainda
uma verdadeira partilha de responsabilidades no que diz respeito à organização da vida
escolar ou extra-escolar e a organização do ensino que relava mais do domínio
pedagógico (idem).
Em nossa opinião existem pais que se contentam com um contacto individual
com o professore do seu filho e que apreciam este contacto pessoal centrado na criança
e no seu desenvolvimento. Se existir um problema, a propósito do seu filho ou
programa, eles não perspectivam a possibilidade de desenvolverem uma acção num
quadro colectivo; tentam a hierarquia escolar, procurando sempre os contactos
individuais ( com a direcção da escola). Existem pais que preferem estabelecer relações
através da comissão de pais. Para muitos é o meio de evitar os contactos com os
professores ou com as autoridades escolares. Estes são os pais que não gostam de tratar
com os professores de forma personalizada e que entram no quadro de uma acção
colectiva para conservar um certo anonimato.

1.5 - Causas do Fraco Relacionamento Entre a Escola e a Família.


As relações entre pais e professores sempre foram assunto polémico ao longo da
história do sistema educativo. Quer pela sua inexistência quer pelo seu carácter sensível
que assumem, quando se concretizam estas relações têm suscitado debates intensos e
apaixonados (LIMA, 2002: 97).
Nestas discussões, ora se culpam os pais por ignorarem positivamente ou
culpabilizarem injustamente os professores pelos problemas dos filhos, ora se acusam
os docentes de menosprezarem ou hostilizarem as perspectivam dos encarregados de
educação sobre a escolaridade dos seus filhos (idem).
Com as dificuldades sentidas na maior parte das experiências, em curso em
outros países, que visam o alargamento da participação formal dos pais nos órgãos de
gestão das escolas. Segundo Barroso (1996), estas dificuldades resultam essencialmente
dos seguintes factores:
- Conflito de competência entre os pais e os professores;
- Falta de condições que são dadas para a participação dos pais;
- Limitada representatividade de muitos dos pais eleitos;
- Formalismos das estruturas e processos de participação utilizados;
- Desinteresse que a maioria dos pais acaba por manifestar em relação as
modalidades de participação que lhe são propostas.
Pais trabalhadores, sua condição de família trabalhadora, dificulta um
acompanhamento mais próximo do trabalho académico das crianças, sua baixa
escolaridade também dificulta esse acompanhamento.
Nota-se, frequentemente, uma confusão quanto à quem cabe a educação das
crianças e quais aspectos são especifico para cada instituição. Alguns professores
queixam-se de que as famílias delegam a eles toda a educação dos filhos e, com razão,
sentem-se sobrecarregados e mesmo incapazes de realizar tal tarefa. Algumas vezes, as
famílias sentem – se desautorizados pelo professor que toma para se tarefas que são da
competência da família. (SZYMANSKI, 2011: 111).
Em nossa opinião, a relação dos pais com a escala deve ser feita de ambas partes
e de igual modo existem pais que não se interessam pela educação dos filhos não
cumprem a sua obrigação de cooperadores, não comparecem na escola quando são
convocados, apenas se preocupam com os filhos no final do ano, pressionando os
professores no sentido de facilitismo.

1.6 – Importância da relação entre a família e a escola no


Processo de ensino e aprendizagem.
Nos tempos mais recentes tem havido, a nível internacional, uma maior abertura
da escola ao exterior, através da multiplicação e diversificação das suas formas de
contacto com as famílias, desde a presença de representantes dos pais nos órgãos de
gestão dos estabelecimentos de ensino às sessões informativas, aulas abertas,
exposições, noites recreativas e, até, piqueniques. (LIMA, 2002: 133-134).
Pode-se participar na direcção e na gestão das escolas, no processo de
aprendizagem e na dimensão comunitária, que incumbe a escola. A presença dos
pais na comunidade escolar não deve ser vista, pelos professores, como uma ameaça.
Fernandez (1993), Jil Vilan (1995), Santos Guerra (1993), Martin Moreno,(2000). Esse
é um erro que prejudica fundamentalmente o professor. Não pode haver autêntica
educação em valores se a família e a escola caminham em direcções opostas. É
precisamente a colaboração entre ambas que vai fazer frutificar uma pretensão tão
completa (GUERRA, 2001:12).
Conforme o sentido piagetiano, a relação escola-família prevê o respeito mútuo,
o que significa tornar paralelos os papéis de pais e professores, para que os pais
garantam as possibilidades de exporem suas opiniões, ouvirem os professores sem
receio de serem avaliados, criticados, trocarem pontos de vista. Tal parceria implica em
colocar-se no lugar do outro, e não apenas enquanto troca de favores, mas a
cooperação, em seu sentido mais prodigioso: o de supor afectos, permitir as escolhas, os
desejos, o desenvolvimento moral como construção dos próprios sujeitos, um trabalho
constante com estruturas lógicas e as relações de confiança.
Uma ligação estreita e continuada entre os professores e os pais leva pois a muita
coisa mais que a uma informação mútua: este intercâmbio acaba resultando em ajuda
recíproca e, frequentemente, em aperfeiçoamento real dos métodos. Ao aproximar a
escola da vida ou das preocupações profissionais dos pais, e ao proporcionar,
reciprocamente, aos pais um interesse pelas coisas da escola; chega-se até mesmo a uma
divisão de responsabilidades ( PIAGET, 1972: 50)
O objectivo mais relevante desta proposta é conscientizar a escola do papel
que possui na construção dessa parceria: a intervenção pedagógica e estas questões,
devem ser no sentido de considerar a necessidade da família vivenciar reflexões que
lhes possibilitem a reconstrução da auto-estima, a fim de que se sintam primeiramente
compreendidos e não acusados, recepcionados e não rejeitados, pela instituição escolar,
além de que esta ultima possa fazê-los sentir-se reconhecidos e fortalecidos enquanto
parceria: nesta relação. Pois se toda pessoa tem direito a educação, é evidente que os
pais também possuem, o direito de serem se não educados, ao menos informados e
mesmo formados no tocante a melhor educação a ser proporcionada a seus filhos (
idem).

1.6.1 Modelos que permitem a participação da família na escola.


Paterman (1970) distingue três tipos de participação:
- Participação plena: partilha-se o poder real e individualmente;
- Participação parcial: pode-se influir nas decisões mas não tomá-las ou participar
nelas;
- Pseudo participação: as questões em que se participa já foram decididas previamente,
real ou formalmente.
Macbeth (1984) situando-se na realidade do sistema educativo faz uma
diferenciação em três formas de participar: decidir (que supõe exercer o
poder), controlar (que é ter responsabilidade sobre a forma com outro o
exerce) e comunicar (que consiste na explicação dada por quem exerce o poder)
(GUERRA, 2002: 12).
Bastiani (1987) faz uma classificação que poderíamos escalonar na ordem
inversa a que fazíamos nos dois casos anteriores. De menos para mais:
- A compensação: a intervenção autónoma da escola deve corrigir as
desigualdades e as deficiências, a corrigir as desigualdades e as deficiências;
- A comunicação: os professores como profissionais devem informar dos
propósitos educativos, a sociedade, os pais e os alunos;
- A prestação de contas: os professores devem responder perante a família e a
sociedade pelos resultados que os alunos conseguem;
- A participação: os três sectores devem partilhar as decisões e as
responsabilidades.
Gil-Villa, (1992) apresenta-se a participação a partir de três contextos diferentes:
- O político (a gestão da escola), o académico (referido ao processo de ensino e
aprendizagem), e o icomunitário (o que diz respeito as actividades extras-escolares)
(GUERRA, 2002: 12).
Lima distingue três patamares na vida da escola:

Envolvimento
dos pais

Mera recepção de
Informação

Presença nos órgãos da escola


Fig.
nº2. Patamares de envolvimento dos
Envolvimento significativo na vida da sala pais na vida da escola (LIMA,
de aula 2002:147).

No primeiro patamar, os pais são vistos enquanto meros receptores de


informação (geralmente enviada a distância) que recebem cartões (eventualmente
telefonemas) com mensagens dos professores e da escola, assinam fichas informativas
respectantes aos seus filhos, enventualmente acompanham-nos nos trabalhos de casa,
mas mantenhem-se a distância do estabelecimento escolar propriamente dito, a não ser
em visitas esporádicas normalmente em ocasiões festivas e com pouca relevância para
vida escolar dos filhos.
No segundo patamar, os pais são entendidos como parceiros menores da
administração escolar.
No terceiro patamar, os pais são encarrados como parceiros activos,
principalmente na concepção, planificação, execução e avaliação das áreas importantes
do curriculum, com um involvimento real e significativo na sala de aula, em áreas
consideradas relevantes, para este efeito por eles e pelos professores (LIMA, 2002:
447).
Dentro desses limites, todos os membros têm direito de intervir na determinação
do desenvolvimento da dinâmica da escola. Como modelos, dificilmente são
encontrados na sua forma pura, além de cada um apresentar vantagens e desvantagens,
dependendo do momento.
A participação contribui para desenvolver a responsabilidade e a capacidade de
dialogar, de planificar, de avaliar, aprender, e de trabalhar em equipa (GUERRA, 2002:
12).

1.7 - Relação Escola - Família no Contexto Angolano.


Trata-se de educação Angolana depois da independência, onde vamo-nos
debruçar nos mais variados aspectos da relação escola-familia, focando os problemas
que dificultam o relacionamento entre estas instituições, procurando soluções para
ultrapassar essa situação.
A Educação angolana significa para nós, compreendermos e analisarmos a
organização do sistema educacional como um processo que envolve questões não
meramente didáticas mas de concepção de homem do ideal politico e cultural de uma
geração. É um processo completo, pois envolvem questões que vão alem a sala de aula.
A escola é um aparelho do estado e está ao serviço dele, ela é o reflexo da política do
país, é o espaço propício do desenvolvimento da crítica social, política, ideológica,
cultural e de construção do saber necessário para o entendimento e convivência social
(NGULUVE, 2010: 14- 16).
Depois da independência Angola apresentava uma taxa elevada de
analfabetismo, calculado em 85% da população. Havia urgência em se tomar medidas
para a superação dessa situação que, em termos gerais, não contribua para a defesa de
direitos que, a nosso ver, requere determinado conhecimento formal para que possam
ser definidos (NGULUVE, 2010:64).
O Plano Nacional de Educação nos primeiros anos que se seguiram à
independência, procurou estimular as famílias a participarem nas actividades dos filhos
na luta pela redução do analfabetismo por meio de organização de salas de aulas, não
apenas nos espaços escolares, mas também nas fabricas, nos quarteis militares, em
cooperativas agrícolas e nos bairros para a alfabetização de adultos (NGULUVE, 2010:
62).
A cooperação entre a escola e os pais e encarregados de educação em Angola, é
uma relação frágil (problemática e polémica) porque até então essa relação não existiu.
Depois da independência, a partir da primeira reforma do sistema educativo (1976 /
2000), com o Plano Nacional de Educação foi instaurada a aproximação da escola com
a familia para incentivar a presença desta na escola e a redução do analfabetismo
(MENEZES, 2010: 57).
Participação das famílias no processo de ensino e aprendizagem secundarizada
com frequência, principalmente, porque as perspectivas dos professores e dos pais e
encarregados de educação na maior parte das vezes, infelizmente, são divergentes. A
colaboração entre a escola e a família situa-se quase, exclusivamente, no âmbito da
burocracia e não na aprendizagem dos alunos, pelo facto de existirem muitas
divergências e dúvidas em relação aos papeis e funções dos actores directamente
envolvidos (directores, professores e famílias) (idem).
Em Angola as possíveis causas da falta de diálogo entre a escola e a família não
difere das outras regiões do mundo.
Não há partilha de poder no sentido de gestão participada na escola (a maior
parte das organizações escolares opta pelos modelos burocráticos e centralizados), os
encarregados de educação têm uma expectativa em relação à escola problemática que
colocam em causa a ética e o profissionalismo dos docentes (corrupção, descriminação
dos aluno, etc). Existem factores culturais que influem no relacionamento entre a escola
e a família (não há uma cultura de participação em muitos casos há uma diferença entre
a cultura das famílias e a das escolas, etc). Muitos directores e professores não aceitam a
participação das famílias e consideram que se trata de uma intromissão num campo que
não lhes pertence, há problemas de incompatibilidades de horários, falta de meios de
transporte enfim, um conjunto de factores que impedem a aproximação da família à
escola, criando-se um abismo entre ambas as partes que em nada favorece o processo
escolar (MENEZES, 2010: 59).
Verificou-se que os professores reconhecem as vantagens do envolvimento da
família na escola, mas, na prática nada fazem para garantir que essas parcerias se
concretizem. Por outro lado há um traço comum a todos eles (uma postura crítica em
relação às famílias), tendo sido possível identificar nas perspectivas dos docentes as
seguintes atitudes: (1) Imagem negativa do papel parental (Os professores constituíram
a ideia de que os pais e os encarregados de educação não assumem as responsabilidades
enquanto educadores). (2) Relutância relativamente a participação dos pais na escola
(apesar das críticas que fazem aos pais e encarregados de educação por não participarem
na escola, quando isso acontece entendem que há intromissão); (3) Defesa do estatuto
profissional (acham que eles são profissionais habilitados e competentes e que os pais e
encarregados de educação são amadores) e (4) Preferência pelos pais da classe média
(Preferem o dialogo com os pais e encarregados de educação de classe social e culturas
semelhantes) (idem).
Continuando ainda Menezes diz que os contactos entre a escola e a familia são escassos
e quando existem, nomeadamente as reuniões com os pais e encarregados de educação e
outras envolver as famílias, regra geral, são de fraca qualidade, mal planeadas e sem
objectivos pedagógicos traçados. Estas investigações puseram em destaque haver
contradição entre as perspetivas dos professores e dos encarregados de educação. Os
primeiros ao afirmarem que os pais são desinteressados e estes a queixarem – se porque
diziam querer ajudar mas não sabiam como fazê-lo (MENEZES, 2010: 61).
Em nossa opinião a aprendizagem dos alunos é potenciada e realizada com
maior sucesso, quando existe um ambiente de colaboração entre os professores e os
encarregados de educação, assim está comprovada a importância do desenvolvimento
das famílias no processo de ensino e aprendizagem. A presença dos pais na escola
contribui para o rendimento escolar dos alunos.
No contexto angolano, para a participação da família na escola, foi
implementado um órgão que deve servir de elo de ligação entre a família e a escola
chamado Comissão de Pais e Encarregados de Educação.
A Comissão de Pais e Engarregados de Educação é o órgão representativo dos
Pais e Encarregados de Educação na escola e constitui a organização de base do núcleo
familiar no estabelecimento (ARTIGO 1º DO REGULAMENTO DAS COMISSÕES
DE PAIS E ENCARREGADOS DE EDUCACÃO, 2011: 2).
A Comissão de Pais e Encarregaos de Educação tem por finalidade prestar a
melor colaboração entre os pais e encarregados de educação,alunos, professores e corpo
directivo da respectiva instituição, visando a correcta formação dos seus
educandos(idem).

CAPITULO 2. METODOLOGIA
2.1. Tipos, técnicas e instrumentos de pesquisa.
A metodologia científica utilizada para o levantamento e análise dos dados
contidos no presente estudo, recai na abordagem quantitativa, qualitativa, esudo do
caso, estudo documental, bibliográfico e de observação. Os instrumentos usados foram
o questionário e a entrevista. Trabalhou-se com dados estatísticos para obtenção dos
resultados.
O estudo do caso constitui um método de investigação utilizado no âmbito das
ciências sociais que pressupõe uma apresentação rigorosa de dados empíricos, baseado
numa combinação de evidências quantitativas e qualitativas (BARANANO, 2008: 102).
E BERELSON (citado por MARCONI e LAKATOS, 2011: 283), define metodologia
quantitativacomo a descrição objectiva, sistemática e quantitativa do conteúdo
manifesto da comunicação. E qualitativa porque o pesquisador busca levantar
basicamente as opiniões, as crenças, os significados das coisas nas palavras dos
participantes da pesquisa (VIEIRA, 2009: 56).
Segundo GIL (2008: 51) estudo documental–consiste na exploração dos fontes
documentais, que são em grande número, baseados em documentos primários e
secundários. Primários não recebem qualquer tratamento analítico, tais como:
documentos oficiais, jornais, etc. Secundários são os documentos já analisados:
relatórios de pesquisa, de empresas, etc.
Para este estudo foi utilizado o Regulamento da Comissão de Pais e
Encarregados de Educação, fornecido pelo Ministério da Educação. A pertinência do
referido documento é de atribuir maior credibilidade ao trabalho e a obtenção de dados.
Segundo MARCONI e LAKATOS (2010: 166), foi feita a abordagem de toda a
bibliografia, já tomada ao público, em relação ao tema em estudo, desde as publicações
avulsas, boletins, jornais, revistas, livros, monografias, teses, material cartográfico, etc.
Este tipo de pesquisa (documental) foi utilizado para fornecer informação na
elaboração da fundamentação teórica e da metodologia do trabalho.
Segundo GIL (2008: 100) a observação constitui um elemento fundamental para
a pesquisa. Desde a formulação do problema passando pela construção de hipótese,
colecta, análise e interpretação dos dados, a observação desempenha um papel
imprescindível no processo de pesquisa.
Foi feita a observação ao campo de estudo com a finalidade de identificar vários
aspectos relacionados a este como: a situação geográfica da escola, número de
funcionários, docentes e não docentes, alunos e a estrutura física da escola.
A entrevista é um encontro entre duas ou mais pessoas a fim de que uma delas
obtenha informações a respeito de um determinado assunto, mediante uma conversa de
natureza profissional (GIL, 2012: 180).
A entrevista consiste no desenvolvimento de precisão, focalização fidedigna e
validade de um certo acto social comum à conversação (GOODE e HATT, 1969: 237
citado por MARCONI e LAKATOS, 2011: 279).
Foi efectuada uma entrevista estruturada ao director geral que continha 12
questões, com a duração de 25 minutos.
O questionário consiste em um conjunto de questões com relação a uma ou mais
variáveis a serem medidas (SAMPIERI e COLLADO, 2006:325). É um instrumento de
colecta de dados constituído por uma série ordenada de perguntas que devem ser
respondidas por escrito e sem presença do entrevistador (MARCON e LAKATOS,
2010: 184).
Aplicámos o questionário para os professores, alunos e pais e encarregados de
educação. O seu preenchimento iniciou-se pela caracterização dos professores, alunos,
pais e encarregados de educação, facilitando-nos na obtenção de informações a cerca do
género e da idade dos intervinientes da pesquisa. Após o seu preenchimento, para os
professores que leccionam no período da manhã foram levantados três horas depois e
para os professores que leccionam no periodo da tarde foram levantados no dia seguinte.
Para os alunos, foram levantados 4horas depois. A estratégia usada ao pais e
encarregados de educação foi de mandar os enqueritos com os alunos para casa, com o
fim de os pais fazerem o seu preenchimento, e todos foram preenchidos e trazidos no
dia seguinte.

2.2. Caracterização da Amostra.


A população abrangida pelo nosso trabalho é constituída da seguinte
forma: Director geral, professores, pais e encarregados de educação e alunos.
Trabalhamos com uma amostra de 39 interlocutores que foram escolhidos de forma
aleatória.
Segundo MARCONI E LAKATOS(2010:147), amostra é uma parcela
convencional selecionada do universo (população), ou seja, é o subconjunto do
universo. Amostragem não probabilística é aquela que é feita, mas dependendo do
critério do investigador para a sua selecção (idem).
Para os professores e pais e encarregados de educação foi usada a amostra
probabilística por serem adultos e responsáveis. Para os alunos foi selecionada a
amostra não probabilística, porque são, na sua maioria, menores de idade; por este
motivo participaram somente os alunos da 9ª classe.

Tabela nº1[1]. Caracteriza da população e amostra.


Amostra População Frequência %
Director 2 1 3
Professores 44 13 33
Pais e encarregados 1288 10 26
de educação
Alunos 2280 15 38
Total 3613 39 100%

Tabela nº 2[2]. Caracterização da Amostra por idade dos professores inqueridos.


Idade
Classe Frequência %
25 – 30 2 15,3
31 – 35 2 15,3
36- 40 3 23
41 – 45 5 38,4
46 -50 1 8
Total 13 100%
No que
refere a idade dos
professores,
constata-se que a faixa etária varia entre 25 a 50 anos, onde indivíduos de 41 – 45 anos
representam 38,4% que são a maioria.

Tabela nº 3[3]. Caracterização da amostra por género dos professores inqueridos.


Généro
Masculinino Feminio
Freq. % Freq. % Total
1 7,6 1 8 15,6
1 7,6 1 8 15,6
- - 3 23 23
1 7,6 4 31 39
1 7,6 - - 7,6
4 30% 9 70% 100%

Quanto ao género: 30% dos professores são do género masculino e 70% são do
género feminino que na maior parte são donas de casa e têm uma responsabilidade a
dobrar.

Tabela nº 4[4] Caracterização da amostra das habilitações literárias dos professores


inqueridos.
Habilitações Literárias
Nível Académico Frequência %
Técnico Médio 8 62
Bacharel 4 30
Licenciado 1 8
Total 13 100%

No que concerne ao
nível académico, 62% dos
professores são técnicos
médios, 30% são bacharéis e
8% são licenciados.

Tabela nº 5[5]. Caracterização da Amostra do tempo de serviço dos professores


inqueridos.
Tempo de serviço
Ano Frequência %
6 à 10 4 31
11 à 15 3 23
16 à 20 5 38
21 à 25 1 8
Total 13 100%

Quanto ao tempo de serviço 31% dos professores iqueridos têm de 6 – 10 anos


de serviço, 23% têm de 11 – 15 anos de serviço, 38% têm de 16 – 20 anos de serviço
que representam a maioria. Este grupo de professores têm o maior tempo de serviço o
que significa que a escola tem uma grande força motriz e com experiência de trabalho
para oriententar os professores com menos tempo de serviço. E por fim 8% têm de 21 –
25 que um total de 100%.

Tabela nº6[6]. Caracterização da amostra por idade dos pais e encarregados de educação
inqueridos.
Idade Freq. %
20-25 1 10
26-30 3 30
31-35 1 10
36-40 2 20
41-45 1 10
46-51 1 10
51-56
57-61 1 10
Total 10 100%

100% dos pais e encarregados de educação inqueridos têm a idade


compreendida entre os 20-57 anos, sendo que 30% estão na faixa etária dos 26 – 30
anos o que indica que a maior parte dos pais são jovens; 20% estão na faixa dos 36-40
anos, por último, 10% representa a menoria.

Tabela nº 7 Caracterização da amostra em género dos pais e encarregados de educação.


Género

Masculino Feminino
Freq. % Freq. %
1 10
3 30
1 10
1 10 1 10
1 10
1 10 1 10

Quanto ao género: 40% dos


pais e encarregados de educação
inqueridos são do género masculinos
e 60% são género femininos
(algumas são donas de casa e
conciliam o seu trabalho com o acompanhamento escolar dos filhos), com uma
percentagem de 100% no total.
Tabela nº 8[7]. Caracterização da amostra das habilitações literárias dos pais e
encarregados de educação inqueridos.
Habilitações Literárias
Nível Académico Freq. %
Ensino de Base 1 10
Técnico Médio 6 60
Bacharel 1 10
Licenciado 2 20
Total 10 100%

Nível académico: 10% dos encarregados têm o ensino de base, 60% são técnicos
médios, 10% são bacharéis e 20% são licenciados, num total de 100%.

Gráfico nº 9 Caracterização da amostra das profissões dos pais e encarregados de educação


inqueridos.
Profissões
Tipos de profissões Freq. %
Pintores 2 20
Educadora de Infância 1 10
Ferreiro 1 10
Enfermeira 1 10
Secretária 1 10
Gestores 1 10
Professores 3 30
Total 10 100%

Os pais e encarregados de educação têm


como profissão: 20% são pintores, 10% são
educadores de infância,10% são ferreiros, 10%
são gestores e 30% são professores.
Na nossa opinião, os pais e encarregados
de educação que têm como profissão
“professor” têm uma grande influência no acompanhamento de seus educandos na
escola porque estes têm conhecimentos de pedagogia, o que lhes permite melhorar a
relação da família com a escola.

Tabela nº 10[8]. Caracterização da amostra por idade dos alunos inqueridos.


Idade
Idade Freq. % Classse
11 à 15 10 67 9ª
16 à 20 5 33 9ª
Total 15 100

No que se refere a idade dos alunos inqueridos, 67% estão na faixa etária dos 11-
15 anso e 33% estão na faixa etária dos 16-20 anos.

Tabela nº 11 Caracterização da amostra por género dos alunos inqueridos.


Género
Masculino Feminino Classe
Freq. % Freq. %
4 27 6 40 9ª
2 13 3 20 9ª

Quanto ao género, 40% são do género masculino e 60% são do género feminino,
que fazem o total de 100% todos da 9ª classe.
Na nossa opinião, todos os alunos, de uma forma geral, necessitam do
acompanhamento dos pais e encarregados de educação porque melhora o rendimento
escolar do aluno, o processo de ensino e aprendizagem e também prepara-os para a sua
inserção na sociedade.

2.3. Caraterização do campo de estudo[9]


Neste item, pretende-se identificar vários aspectos relacionados com o campo
de estudo como: situação geográfica da escola, número de docentes, de alunos, de pais
e encarregados de educação, estrutura física e a data da inaugoração da escola. Fica
situada, no Municipio de Belas, Comuna de Camama, onde a Norte encontra-se a
Cidade Universitaria, à Sul o Condominio Jardin do Éden, à Oeste o Hospital Geral de
Luanda e à Este a Centralidade do Kilamba. A escola foi inaugurada em 22 de Janeiro
de 2010. Quanto à estrutura física, a escola dispõe de 15 salas de aulas, 8 WC, Gabinete
do Director Geral, Gabinete do Subdirector Pedagógico, Gabinete do Subdirector
Administrativo, Secretaria, Cantina, Campo desportivo, jardim, Guarita e pátio. A
escola funciona em dois turnos: um no período da manhã com o ensino primário e outro
no período da tarde com o primeiro Ciclo do ensino secundário.
A mesma escola tem Director geral, 1 subdirector administrativo, 44 professores,
2880 alunos, 6 guardas e 6 funcionárias de limpeza. Tem luz electrica e água canalizada
e todas as condições para um bom funcionamento.
A escola está localizada dentro de uma comunidade de boa convivência e
maioritariamente trabalhadora, que leva uma vida dinâmica atendendo as exigências
que a mesma lhes impõem. De nível social médio,é constituída por funcionários
públicos, privados e outros trabalham por conta própria.
Possui infra-estruturas como Bancos, Super Mercados, TPA, alguns mercados
informais pequenos, que oference oportunidade de trabalho, para todos os seus
membros e não só. Existem apenas quatro escolas públicas na comunidade, fazendo
com que haja uma grande demanda na população estudantil.
CAPITULO 3. ANÁLISE, INTERPRETAÇÃO E DISCUSSÃO DE
DADOS

3.1. A Relação entre a escola e a família no processo de ensino e


aprendizagem.

Tabela nº 12[10]. Relação entre a escola e a família no processo de ensino e aprendizagem.

Boa Má Regular Total


Freq. % Freq. % Freq. %
5 38,4 2 15,3 6 46,3 100%

46,3% dos professores disseram que a relação escola-família é regular, porque os


encarregados de educação não têm colaborado a cem por centos nas actividades dos
seus educandos, e a maior parte só vai à escola quando é convocada; analizando o
quadro vemos claramente que obtivemos uma boa colaboração ao responderem os
inqueridos. 38,4 dos professores dizem que a relação escola-família é boa, porque tem
havido uma comunicação aberta, e os pais têm sido prestáveis nas suas informações
relacionados aos seus filhos. Há um espírito de ajuda. Portanto existe um dinamismo no
processo de ensino e aprendizagem. 15,3% dos professores alegam haver má relação,
porque os pais e encarregados de educação não aparecem na escola e há falta de
diálogo.
A Directora geral da escola do ensino primário e do Iº Ciclo do ensino
secundário 2003, relatou que, “a relação escola-família é razoável porque sempre que
convocamos os encarregados, não aparecem todos. A escola está sempre disponível para
a família, a relação é bem vinda porque facilita o processo de ensino e aprendizagem. O
professor não pode fazer tudo, o bom pai é aquele que se preocupa com questões
académicas do filho”.
Na nossa opinião, a relação escola-familia deve ser fundamental, porque é
através do intercâmbio de experiências, que o encarregado poderá ajudar o educando
nas suas debilidades. A relação escola-família deve ser cultivada para se tirar dela o
maior proveito na aprendizagem do aluno.

3.2. Acompanhamento e visitas de encarregados de educação à escola.

Tabela nº13[11]. Acompanhamento da família no rendimento escolar do educando.


Sim Não As vezes Total
Freq % Freq. % Freq. %
2 15 0 0 11 8500% 100

Segundo os dados estatísticos da tabela, constatamos que 85% dos professores


inqueridos disseram que os pais e encarregados de educação têm acompanhado os filhos
no seu rendimento escolar às vezes, porque não há muita disponibilidade por parte dos
encarregados de educação. Normalmente, algumas famílias aparecem no final do
trimestre para assinarem os boletins de nota e as cadernetas. Nem todos os encarregados
estão interessados no rendimento do seu filho.15% dos professores disseram que os pais
têm acompanhado os filhos no seu rendimento escolar, porque as visitas à escola devem
ser feitas regularmente para o melhor acompanhamento ao comportamento e
aproveitamento escolar do aluno.
Sengundo a directora “ há pais que não acompanham os seus filhos e as crianças
precisam de alguém para lhes orientar, é necessário que o encarregado esteja em
primeiro lugar e em segundo lugar a escola. A família é o elo de ligação com a escola, a
mesma não pode trabalhar isoladamente, deve haver um intercâmbio mútuo”.
Na nossa opinião, o acompanhamento de visitas dos pais e encarregados de
educação é muito importante, porque é nas reuniões onde a família fica a saber do
rendimento e comportamento do educando, onde a família deseja saber e entender o
aproveitamento académico dos mesmos, visto que a escola tem-lhes apresentado
algumas preocupações em relação aos resultados. Sabe-se que a família é a célula
primaria para educação em diversas vertentes, também responsável para lapidação dos
hábitos e habilidades trazidas pelos alunos. Daí a importância das reuniões trimestrais,
onde deve-se abordar questões e situações vividas nas duas instituições. Existem pais
que nunca compareceram na escola, alegando que não têm tempo de participar nas
reuniões por motivos religiosos, de trabalho e outros; também há pais separados.
Tabela nº14[12]. Reuniões e encontros que a direcção convoca aos pais e encarregados de
educação.
Sim Não As vezes Total

Freq % Freq % Freq %


6 60% 0 0 4 40% 100

60% dos pais e encarregados de educação disse que tem participado às reuniões
e encontros que a direcção da escola convoca, porque os pais preocupam-se com os seus
educandos e com as actividades escolares dos mesmos. Ainda, os pais disseram que a
direcção necessita do seu contributo às reuniões.Por issso, ficam a saber do
comportamento e desenvolvimento dos seus educandos. Finalmente para poder ajudar o
desenvolvimento da escola e dos seus filhos, tendo em conta que têm uma
responsabilidade com eles, não deixando só com a escola. 40% dos pais e encarregados
de educação disse que tem participado às reuniões ou encontros que a direcção da escola
convoca, às vezes, por falta de disponibilidade, razões de trabalho, os filhos transmitem
muito tarde a convocatória. Existem encarregados que não comparecem às reuniões,
mais mandam outros membros da família.
Segundo a directora “a escola reúne com os pais três vezes ao ano, e as reuniões
têm uma agenda de trabalhos, onde abordam alguns pontos, tais como comportamento e
aproveitamento dos alunos”.
3.3. Participação dos pais na escola.
Tabela nº15[13]. O papel dos pais e encarregados de educação na participação das
actividades da escola.
Bom Mau Razoável
Total
Freq % Freq % Freq %
5 50 0 0 5 50 100%
50% dos pais e encarregados de educação disse que a sua participação é boa
porque dão o seu apoio, a fim de que as actividades da escola ocorram da melhor
maneira. O papel de um pai é de educar o seu filho, e esse tipo de actividade é bom para
o desenvolvimento da relação de pai para filho,para o bem da escola, dos alunos e do
ensino.
50% dos pais e encarregados de educação disse que o seu papel na participação
das actividades da escola é razoável porque vários pais e encarregados de educação não
participam e nem se preocupam com as actividades da escola. Segundo o
pronunciamento do inquerito nº 7 dos pais e encarregados de educação “nem sempre há
tempo para uma participação mais activa por estar ocupado com outras actividades de
maior responsabilidade”.
Segundo a directora da escola nº 2003, “a participação da família na escola não
possibilita a cooperação de ambas as instituições, porque ela só coopera na limpeza da
escola, não coopera para a melhoria da higiene corporal e no aproveitamento escolar dos
educandos. As actividades desenvolvidas pelos encarregados de educação têm
beneficiado a escola e os alunos em pequena escala. É pena que a comissão de pais não
funciona e impossibilita essa relação”.
Na nossa opinião o modelo de participação parcial apresentado pelo Paterman é
o que se adecua à escola 2003 na medida explica melhor a participação dos pais e
encarregados de educação na escola, pois estes emitem as suas opiniões as quais
influênciam na tomada de decisões. As decisões são formalmente tomadas pela escola.

3.4. Condições sociais como factor que influencia no relacionamento entre a


escola e a família.
Tabela nº16[14]. Condições sociais como factor que influência no relacionamento entre a
escola e a família.

Sim Não Total


Freq % Freq %

4 40% 6 60% 100


40% dos pais e encarregados disse que a falta de condições sociais adequadas é
um factor que influencia no relacionamento entre a escola e a família porque a escola e
a família possuem um conjunto de normas, regras e valores.
60% dos pais e encarregados de educação disseram que a falta de condições
sociais adequadas é factor que não influência no relacionamento entre a escola e a
familia, porque Deus nunca permite que isso aconteça, as condições sociais não
adequadas não pode terminar a relação entre a escola e a família.
Na nossa opinião a falta de condições sociais como: alimentação, vestuário,
material escolar, etc. são factores que não devem influênciar negativamente no
relacionamento da família com a escola.

3.5. Acesso dos alunos às reuniões que a escola realiza.

Tabela nº 17[15]. Acesso dos alunos às reuniões que a escola realiza.

Sim Não As vezes Total


Freq % Freq % Freq %
3 20 10 67 2 13 100

20% dos alunos disse que tem acesso às reuniões que a escola tem feito com a
família.
67% dos alunos disse que não tem acesso às reuniões que a escola tem feito com
a família porque é um dia em que os professores falam do seu comportamento para os
pais. Segundo o pronunciamento do inquerito nº 3 dos alunos “assim que eles chagam
em casa nós perguntamos e ficamos a saber o que se abordou na reunião”. Ainda outros
alunos disseram que “ a reunião é marcada somente para os encarregados de educação,
alguns encarregados não gostam que os filhos os acompanham às reuniões.
Normalmente não permitem, só se vier com o próprio encarregado”.
13% dos alunos disse que tem acesso às reuniões que a escola tem feito com as
famílias, às vezes, porque temos de ir às reuniões para ouvir que a directora ou o
professor querem nos transmitir.

Tabela nº18[16]. Encontro dos pais com os professores.


Alíneas Freq %
a) Vêem à escola? 9 60
b) Mandam bilhetes? 2 13
c) Contacto
telefónico? 4 27
Total 100

60% dos alunos disse que os pais vêm à escola porque vindo à escola é a maneira
de estar mais informado sobre o filho, é mais prático os pais irem à escola saberem dos
filhos e conhecerem os professores. O encarregado de educação deve contactar o
professor para saber das notas e do comportamento e saber se o seu filho é aplicado nos
estudos.
13% dos alunos disse que os pais mandam bilhete, porque não têm tempo
suficiente de irem à escola, trabalham de segunda-feira à sexta-feira, e sábado dizem
que estão cansados.
27% dos alunos disse que os pais contactam o professor por telefone porque têm
tido pouco tempo para ir à escola, o meio mais rápido é ligando. Eles acham que é o
melhor método e o mais rápido. Segundo o pronunciamento do inquerito nº 1 dos alunos
é importante que os pais acompanhem o desenvolvimento dos filhos dentro da escola
como o fazem dentro da família. Alguns alunos disseram que os pais não os
acompanham à escola para saberem das suas notas e do seu comportamento porque eles
trabalham e saem tarde do trabalho, são muito ocupados e não têm tempo, ou então
estão cansados.

3.6. Influência da relação entre a escola e a família no processo de ensino e


aprendizagem.
Tabela nº19[17]: Influência da relação entre a escola e a família no processo de
ensino e aprendizagem.
As
Sim Não vezes Total
Freq. % Freq. % Freq. %
1 6 4 27 10 67 100

6% dos alunos disseram que os pais e encarregados de educação ajudam nas


tarefas que a escola manda para casa. Segundo o pronunciamento do inquérito nº2 dos
aluno “os meus pais ajudam nas tarefas para que eu tenha boas notas. 27%
dos disseram que os pais não ajudam nas tarefas que a escola manda para casa. Alguns
pronunciamentos do inquérito dos alunos:
- os meus pais não têm tempo para me ajudar nas tarefas diárias porque chegam
muito tarde do trabalho.
- Alguns alunos disseram que não precisam da ajuda dos pais para fazerem as
tarefas.
67% dos alunos disseram que os pais ajudam nas tarefas que a escola manda
para casa, às vezes, porque nem sempre têm tempo, ajudam quando estão desocupados,
eles não têm tempo todos os dias; outros disseram que nem sempre pedem ajuda aos
pais. Segundo a Directora geral, “o fraco desempenho ou ausência dos pais e encarrega-
dos de educação afecta no rendimento escolar dos alunos porque ,em alguns casos, o
aluno apresenta um baixo rendimento escolar por alguns motivos como fome, doenças e
outros problemas que o professor desconhece; é necessária a presença dos pais na escola
para da-rem a conhecer ao professor”.

3.7. Opinião de alguns professores sobre a importância da cooperação entre


a família e a escola no processo de ensino e aprendizagem
Segundo os pronunciamentos do inquérito nº 6, dos professores, temos o
seguinte registo:
- A cooperação entre a família e a escola é muito importante, porque afamília
ajuda na resolução das dificuldades do aluno através do diálogo;
- A família, que coopera com a escola, consegue fazer o acompanhamento do seu
educando no processo de ensino e aprendizagem;
- Esta cooperação entre a família e aescola, no processo de ensino e aprendizagem,
faz com que o grau de rendimento cresça;
- Os alunos, cujas fmílias visitam a escola, têm o melhor rendimento escolar em
relação aos alunos cujas famílias, difilmente, visitam a escola;
- A importância da cooperação, entre a família e a escola, é para ambas as
instituições seguirem de perto a aprendizagem dos alunos;
- A cooperação entre a famíllia e a escola é importante porque, através desta,
podemos ajudar o educando nas suas actividades escolares;
- A importância dessa cooperação é de acompanhar os filhos na sua trajectória
educacional;
- A cooperação é importante porque motiva a acção de aprendizagem do aluno e
aumenta a responsabilidade do professor.
Segundo a Directora geral “a cooperação entre a família e aescola facilita e
melhora o processo de ensino e aprendizagem; a relação é bem vinda”.

CONCLUSÃO

A abordagem científica sobre a problemática da relação entre a família e a


escola no processo de ensino e aprendizagem, referente ao estudo em causa, foi
realizada no período de Julho-Agosto de 2013, na Escola Primária e do Iº Ciclo do
Ensino Secundário nº 2003, localizada na comuna do Camama em Luanda. Este
trabalho tem como objectivo compreender a relação entre a escola e a família e os
problemas que afectam essa relação para garantir a eficácia do processo de ensino e
aprendizagem. Foram as opiniões dos elementos que constituíram amostra da população
em alvo e estabelecer a comparação com os fundamentos científicos de vários autores,
através de dados obtidos pelo questionário e entrevista, tratados e analizados conforme
a descrição teórica deste estudo.
Os resultados obtidos na análise e interpretação de dados indicam que a relação
entre a escola e a família é razoável. Porque os pais e encarregados de educação, na sua
maioria, não compreendem os benefícios que a relação traz para a eficácia do processo
de ensino e aprendizagem.
Assim, o resultado dos dados obtidos não confirmam a primeira hipótese do
tema em estudo “a falta de abertura da escola para a familia faz com que esta se sinta
marginalizada, isto é, a família não participa”, pecebe-se que a escola está aberta para a
família a partir de reuniões, encontros para limpeza da escola e assinaturas de boletins.
Em relação a segunda hipótese “ o baixo nível de formação académica de
algumas famílias faz com que haja pouca compreensão da linguagem da escola
dificultando a sua participação”, não foi confirmada. Existe uma relatividade em alguns
casos, os pais e encarregados de educação com alto nível de formação académica não
participam na escola alegando falta de disponibilidade.
A terceira hipótese não foi confirmada “as condições sociais, tais como a
pobreza, constituem um factor que impossibilita a participação da família na escola”. Os
factores sociais não influenciam a participação da família na escola.
Chegou-se à conclusão de que a melhoria da qualidade do processo de ensino e
aprendizagem não depende apenas do professor nem da escola, mas da união da escola
com a família.
DIFICULDADES ENCONTRADAS.

O presente estudo apresenta limitações à medida em que começou a ser


elaborado em tão pouco tempo, aí num espaço de dois meses antes das provas dos
exames de 2012. Não foi possível colher mais dados, porque o tempo foi insuficiente.
Quanto ao questionário, só conseguimos trabalhar de verdade, quando mudamos
de orientador.
Quanto às dificuldades encontradas durante a realização do trabalho, pode-se
indicar algumas como:
- Dificuldade de se encontrar bibliografia concernente ao tema em estudo;
- Complexidade dos pais e dos alunos em responderem as questões;
- Dificuldade na execução do trabalho;
- Foi dificil a elaboração deste trabalho por ser a primeira experiência na área de
investigação científica.
Com todos os imprevistos citados, anteriormente, neste trabalho cometeu-se
possíveis lacunas que poderão ser superadas num próximo estudo.

SUGESTÕES

Todo trabalho científico exige uma contínua e sistemática pesquisa.


- Na nossa opinião a escola e a família devem desempenhar um papel crucial na
participação e tomada de decisões relativas as actividades com a escola, influenciando a
problemática do processo de ensino e aprendizagem dos educandos.
- Deve haver maior impacto no processo de ensino e aprendizagem dos
educandos, para uma boa ligação escola, família e comunidade.
- A escola deve dar oportunidade dos pais participarem na tomada das decisões
dentro da instituição, ser mais inclusíva possível, democrática e uma gestão mais
participativa.
- Para que haja eficácia no processo de ensino e aprendizagem na escola nº
2003, somos de opinão que os pais devem participar na tomada de decisões da escola.
BIBLIOGRAFIA.

BARAÑANO, Ana Maria. Metodos e técnicas de investigação em gestão: Manual


de apoio à realização de trabalho de investigação. 1ª edicção Lisboa : Síbabo,
2008.
BARROSO, João. Cultura de participação. Porto Editora 1996.
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Movi livros, 2009.
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S.A, 2002.
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Editora, 2002.
MARCONI, Maria de Andrade; LAKATOS, Eva Maria. Metodologia Cientifica.5ª
Edicção. S. Paulo: Atlas, 2011.
MARCONI, Maria de Andrade, LAKATOS, Eva Maria. Sociologia Geral. 7ª Edição. S.
Paulo: Atlas - 2006.
MENEZES, Azancot de. Reflexões Sobre Educação. Ed.Mayamba: Luanda, 2011
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ed.actual.de 1999.
MERICI, I.G. Didactica geral. 23ª ed. São Paulo: Editora Ética, 1992.
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Educativo. 1ª Edicção. S. Paulo: Biscalchim Editor, 2010.
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acção discreta da riqueza cultural. Revista brasileira de Educação. ANPEd, 1998.
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PILETTI, Claudino. Didática Geral. 24ºEd. São Paulo: Atica, 2010
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