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SISTEMA DE ENSINO PRESENCIAL CONECTADO

PEDAGOGIA

FÁBIA LANÚZIA PAIVA DE OLIVEIRA MIRANDA

FAMÍLIA, VÍNCULO DE FORTALECIMENTO NA EDUCAÇÃO ATUAL.


DIALOGANDO COM O PAPEL DA FAMÍLIA DENTRO DO CONTEXTO ESCOLAR
FÁBIA LANÚZIA PAIVA DE OLIVEIRA MIRANDA

Serrinha
2015
FAMÍLIA, VÍNCULO DE FORTALECIMENTO NA EDUCAÇÃO ATUAL.
DIALOGANDO COM O PAPEL DA FAMÍLIA DENTRO DO CONTEXTO ESCOLAR

Projeto de Ensino apresentado à Universidade Norte do


Paraná – UNOPAR, como requisito parcial para a
obtenção do título de Pedagogo.

Orientador: Professora Lilian Gavioli de Jesus

Serrinha
2015
PAIVA DE OLIVEIRA MIRANDA, Fábia Lanúzia. Família, vínculo de
fortalecimento na educação atual: dialogando com o papel da família dentro do
contexto escolar. 2015. 27 folhas. Projeto de Ensino Pedagogia – Centro de
Ciências Exatas e Tecnologia. Universidade Norte do Paraná, Serrinha, 2015.

RESUMO

Este trabalho apresenta referências que permeiam sobre a família e sua função
específica dentro do contexto educacional. Será contemplada, a gestão escolar
participativa e a interdependência existente entre a família e esse sistema. A partir
de revisão de literaturas, exploram-se concepções acerca desta relação, tornando
possível executar trabalhos que englobam a gestão democrática. Com o objetivo de
analisar a importância da participação da família no contexto escolar, as reflexões
desencadeadas pela revisão bibliográfica apontam uma relação marcada por
situações vinculadas a algum problema. Diante do panorama atual da relação
família-escola, é necessário envolver diretamente todos no processo de
planejamento, tomada de decisões e implementação de ações coletivas. A busca de
uma harmonia entre família e escola deve fazer parte de qualquer trabalho educativo
que tem como foco a formação de um indivíduo autônomo. Tradicionalmente, a
família tem sido apontada como parte fundamental do sucesso ou fracasso escolar,
portanto, abordaremos conteúdos sobre afetividade, limites, parcerias e
relacionamento familiar. As estratégias utilizadas serão: pesquisas, palestras,
atividades em grupo e construção de materiais lúdicos e pedagógicos. Usaremos
como recursos: livros, papéis, lápis, tesouras, cola, recurso áudio visual (projetor,
som, microfone), etc. A avaliação será contínua e intencional. Este Projeto de Ensino
apresenta conceitos relevantes sobre as concepções de educação, família, escola e
participação, tendo como base os teóricos: Durkheim (1978), Libâneo (2002),
Oliveira (2002), Paro (2006), Tiba (1996) e Vasconcellos (1994).

Palavras-chave: Educação, Família-escola, Gestão Democrática, Parceria.


SUMÁRIO

1. Introdução........................................................................................... 5
2. Revisão Bibliográfica.......................................................................... 7
3. Processo de Desenvolvimento do Projeto de Ensino.........................17
3.1 Tema e linha de pesquisa..................................................................
3.2 Justificativa.........................................................................................
3.3 Problematização.................................................................................
3.4 Objetivos.............................................................................................
3.5 Conteúdos...........................................................................................
3.6 Processo de desenvolvimento............................................................
3.7 Tempo para realização do projeto......................................................
3.8 Recursos humanos e materiais..........................................................
3.9 Avaliação............................................................................................
4. Considerações Finais..........................................................................23
5. Referências.........................................................................................25
6. Apêndices ------------------------------------------------------------------------------25
1 – INTRODUÇÃO

Construir um Projeto de Ensino, que de fato promova educação e


aprendizagem, requer uma gestão escolar comprometida com os trabalhos
pedagógicos, propostos pelos documentos que norteiam as práticas na sala de aula.
É por meio da participação conjunta dos pais, alunos e comunidade escolar, que as
ações necessárias são desenvolvidas, para garantir assim, os direitos plenos de
cada estudante.
A escola e a família, assim como outras instituições, vêm passando
por profundas transformações ao longo da história. Estas mudanças acabam por
interferir na estrutura familiar e na dinâmica escolar de forma que a família, em vista
das circunstâncias, entre elas o fato de as mães e/ou responsáveis terem de
trabalhar para ajudar no sustento da casa, tem transferido para a escola algumas
tarefas educativas que deveriam ser suas.
Ressaltamos que as práticas de educar e cuidar são indissociáveis,
se complementam, portanto, devemos articular o processo das práticas como um
único. Cuidar da criança é uma ação complexa que envolve diferentes fazeres,
gestos, precauções, atenção e olhares. Focalizando a educação, temos a escola,
como espaço significativo de aprendizagens e convivências, tentando articular e
facilitar esses processos diante das dificuldades e barreiras encontradas na prática
pedagógica.
A relevância da família e da escola como contextos privilegiados de
desenvolvimento humano está bastante consolidada em virtude dos estudos da
psicologia da família e da psicologia do desenvolvimento, contudo, os aspectos que
constituem e intervêm na relação entre estes dois contextos, sejam como barreiras à
colaboração ou contribuindo para a sua promoção, ainda não estão suficientemente
estabelecidos.
Este Projeto de Ensino surge como uma oportunidade para ampliar a
publicação sobre o tema da relação família-escola no contexto atual, somando-se às
já existentes contempladas aqui e tem como finalidade colaborar com a discussão e
reflexão sobre a necessidade de uma articulação permanente entre a instituição
educacional e a instituição familiar para que haja um desempenho significativo na
vida escolar da criança, pois, a estrutura familiar atual, tem deixado muito a desejar
nessa relação.
Contudo, é de suma importância apontar mais alguns caminhos,
haja vista a relevância do tema em questão, para o enfrentamento das dificuldades
encontradas nesse processo, ou seja, dificuldades de relacionamento entre a família
e a escola. Os papéis da escola foram ampliados para dar conta das novas
demandas da família e da sociedade. Negar este fato é agir fora da realidade, pois
as mudanças na família além de afetar a sociedade como um todo, afeta também a
educação dos filhos, refletindo indiscutivelmente sobre as atividades desenvolvidas
pela escola.
Com o objetivo de fortalecer os laços de aproximação entre a escola
e a família, almejamos uma parceria que crie uma atmosfera favorável ao
desenvolvimento e aprendizagem das crianças nesses dois ambientes
socializadores e educacionais, afinal, os processos educativos necessitam de uma
participação ativa dos pais para que as crianças sejam estimuladas e consigam
atingir o desenvolvimento apropriado para cada faixa etária.
É necessária uma união entre a escola e a família, então propomos
trabalhar com conteúdos que colaborem significativamente para melhoramentos
contínuos. Com foco na Gestão Escolar, foram desenvolvidos processos dentro e
fora da sala de aula, como: afetividade, construção da cidadania, limites, parceria e
referência familiar.
O desenvolvimento do Projeto de Ensino será pautado em métodos
que venham desenvolver a atenção, a formação de hábitos, comportamentos e os
valores éticos, através de pesquisas, palestras, atividades em grupo e construção de
materiais lúdicos e pedagógicos. Utilizaremos como recursos: livros, papéis, lápis,
tesouras, cola, recurso áudio visual (projetor, som, microfone), etc. A avaliação será
contínua e intencional levando em consideração os processos vivenciados pelas
partes envolvidas, sendo, instrumentos para reorganização de objetivos, conteúdos,
procedimentos e atividades, no sentido de acompanhar e conhecer cada criança e
sua família.
Com base nas leituras de vários autores, temos como norteadores
deste Projeto de Ensino, os teóricos: Durkheim (1978), Libâneo (2002), Oliveira
(2002), Paro (2006), Tiba (1996) e Vasconcellos (1994), que tem como conceitos a
formação do aprendizado e a família como fator importante nesse processo.
2 - REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

O homem nasceu para viver em grupo, busca sempre uma melhor


forma de relacionamento com os outros, é um ser que precisa do outro para viver. A
educação é de suma importância para a transformação da sociedade e um meio de
socialização para as novas gerações, a saber:
A educação é a ação exercida, pelas gerações adultas, sobre as
gerações que não se encontrem ainda preparadas para a vida social:
tem por objetivo suscitar e desenvolver, na criança, certo número de
estados físico, intelectuais e morais, reclamados pela sociedade
política, no seu conjunto e pelo meio especial a que a criança
particularmente se destine. (DURKHEIM, 1978, p. 41).

O conceito de educação também está citado na legislação brasileira,


na qual o objetivo principal é o desenvolvimento pleno do aluno:
Art 2º A educação dever da família e do Estado, inspirada nos
princípios de liberdade e nos ideais de solidariedade humana, tem
por finalidade o pleno desenvolvimento do educando, seu preparo
para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho.
(BRASIL, 1996, s.p)

Para ampliar a atuação do processo educacional em um contexto


multidisciplinar, torna-se necessário que os muros das escolas deixem de significar
barreiras e passem a existir como canal de aproximação da família. Para que isso
ocorra, é necessário entender o princípio de que a educação se constitui como
prática social, logo as relações entre a escola e a família devem estar em constante
articulação. Atualmente, é de suma importância refletir sobre as relações entre a
escola e família, sabendo que a participação efetiva da instituição familiar constitui-
se como elemento fundamental para o sucesso do processo ensino e aprendizagem,
fomentando a ideia de que a família tem que assumir a responsabilidade junto à
escola na formação acadêmica de seus filhos.
Em busca de apresentar a importância desta parceria, esta Pesquisa
de Ensino focaliza os aspectos fundamentais da relação entre a escola e a família.
Uma das perspectivas mais valorizadas nessa relação é a qualidade da escola,
tendo como resultado o fato de que os alunos são beneficiados por uma melhor
aprendizagem. Qual o papel da família dentro do contexto educacional? O objetivo
deste trabalho é reconhecer a importância das relações que a escola deve
desenvolver com a família em prol de uma educação de qualidade.
Apesar de diferentes formas de pensar sobre a educação, percebe-
se que educar é uma forma socialização e de produção de conhecimento, através da
qual o homem está sempre em busca de melhorias. Entra neste contexto a família,
que é uma instância importante no processo de socialização, bem como no
desenvolvimento da subjetividade autônoma, ensinando informalmente o que as
crianças devem fazer, dizer ou pensar. A educação dada pela família fornece solo a
partir do qual o individuo pode agir até para, em ultima instância, rebelar-se contra
os valores recebidos: contra esses valores, mas sempre a partir deles.
Segundo TIBA (1996) a falta do amparo familiar, mais precisamente
a carência afetiva durante a infância, pode conduzir a uma deterioração integral da
personalidade, e consequentemente do comportamento. Quando o relacionamento
familiar é precário, certamente irá influenciar nos relacionamentos sociais de seus
membros, principalmente dos filhos. A pobreza, violência doméstica, alcoolismo, à
desagregação dos casamentos, droga, ausência de valores, permissividade,
demissão dos pais da educação dos filhos, etc., são apontados como as principais
causas que minam o ambiente familiar.
Para VASCONCELLOS (1994) a família e a escola mudaram muito.
Cada vez mais os alunos vêm para a escola com menos limites trabalhados pela
família. Antes, a família era cúmplice da escola. Hoje, deposita suas funções e
delega suas responsabilidades a ela, porém a critica. A formação de identidade do
indivíduo perpassa pelos âmbitos espacial, temporal e sociocultural, a família e a
escola tem grandes responsabilidades nessa construção, pois o aspecto individual,
pessoal e cultural está diretamente associado a fatores que envolvem estas
instâncias.
A cultura da escola e a vida familiar deveriam continuar sendo uma
extensão em que ambas se influenciam mutuamente e convive de forma a
acrescentar de maneira específica seus valores, complementando-se em todas as
áreas de comportamento e aprendizagens.
A partir de sua localização na estrutura social, a família é
considerada a primeira instituição educacional do ser humano e é responsável,
principalmente, pela forma com que o sujeito se relaciona com o mundo, existem
muitas formas de entender o conceito de família, sendo que suas definições
tradicionais baseiam-se em diferentes critérios como, por exemplo, restrições
jurídicas e legais, aproximações genealógicas, perspectiva biológica de laços
sanguíneos e compartilhamento de uma casa com crianças (Petzold, 1996).
TIBA (1996) afirma que há pais que, por manter seus filhos na
escola, acham que esta é responsável pela educação dos mesmos. Quando a
escola reclama de comportamentos inadequados ou das indisciplinas por parte dos
alunos, os pais atribuem a responsabilidade à escola.
Através de pesquisa bibliográfica verificou-se que é necessário
haver união entre estas duas instituições sociais para superar os obstáculos
impostos pelo cotidiano. Juntas, a escola e a família conseguirão obter melhores
resultados no desenvolvimento da criança. Educação e escola têm uma relação
estreita, apesar de esta não configurar uma relação de dependência. De acordo com
Guzzo (1990), o sentido etimológico da palavra educar significa promover, assegurar
o desenvolvimento de capacidades físicas, intelectuais e morais, sendo que, de
forma geral, tal tarefa deve ser responsabilidade dos pais. Nesse mesmo sentido,
Oliveira (2002) resume a função da família dizendo que "a educação moral, ou seja,
a transmissão de costumes e valores de determinada época torna-se, nesta
perspectiva, seu principal objetivo" (p.16).
A escola é a instituição que tem como função a socialização do
saber sistematizado, ou seja, do conhecimento elaborado e da cultura erudita. De
acordo com Saviani (2005), a escola se relaciona com a ciência e não com o senso
comum, e existe para proporcionar a aquisição de instrumentos que possibilitam o
acesso ao saber elaborado (ciência) e aos rudimentos (bases) desse saber.
A tarefa principal de responsabilidade familiar junto às crianças é
orientar o desenvolvimento e aquisição de comportamentos considerados
adequados, em termos dos padrões sociais vigentes em determinada cultura e é
tradicionalmente chamada de educação primária. Segundo Bock, Furtado e Teixeira
(1999), o grupo familiar tem uma função social determinada a partir das
necessidades sociais, sendo que entre suas funções está, principalmente, o dever
de garantir o provimento das crianças para que possam exercer futuramente
atividades produtivas, bem como o dever de educá-las para que "tenham uma moral
e valores compatíveis com a cultura em que vivem" (p.238).
Embora não se possa supô-las como instituições completamente
independentes, família e escola têm suas especificidades e suas
complementariedades e não se pode perder de vista suas fronteiras institucionais,
ou seja, o domínio do objeto que as sustenta como instituições. Diante de todas as
mudanças sofridas pela primeira instituição social responsável pela educação
infantil, buscamos apontar a relevância da participação da família e da escola no
desenvolvimento das crianças.
A diferença entre escola e família na tarefa de ensinar está no fato
de que a primeira deve ampliar as possibilidades de convivência social, tendo a
função de favorecer a aprendizagem dos conhecimentos construídos socialmente
em determinado momento histórico, e, ainda, de legitimar uma ordem social,
enquanto a segunda tem a tarefa de incluir o aprendizado de padrões
comportamentais, atitudes e valores aceitos pela sociedade, promovendo a
socialização das crianças.
Para fortalecer o vínculo com a família, a escola deve sistematizar de forma
constante a presença e a participação dos pais na administração escolar, para que possam
contribuir nas decisões mais relevantes, como por exemplo, a construção do projeto político
pedagógico. A gestão escolar participativa vem se caracterizando a partir da consideração de
que um ambiente institucional escolar é formado, na realidade, por várias pessoas, que
precisam estar em sintonia para alcançar os objetivos educacionais. Não podemos
simplesmente terceirizar o processo de educação, a família precisa caminhar junto à escola,
participando ativamente de toda a construção do conhecimento da criança, para que ela sinta-
se fortalecida e capaz de resolver sozinha os seus problemas, transformando-se assim em
adultos criativos e conscientes do seu papel na sociedade.
Considerando as várias perspectivas e abordagens relativas ao
tema, os trabalhos e pesquisas sobre a temática da relação família-escola podem
ser organizados em dois grandes grupos, denominados enfoque sociológico e
enfoque psicológico (Oliveira, 2002).
De acordo com a sociologia, a relação escola-família, faz-se
necessária, para o bom funcionamento da escola, para tanto, é imprescindível que
as famílias adotem as mesmas estratégias de socialização por ela utilizada, pois, a
relação entre educação e classe social mostra um certo conflito entre as finalidades
socializadoras da escola (valores coletivos) e a educação doméstica (valores
individuais), ou seja, entre a organização da família e os objetivos da escola.
Para Oliveira (2002), há uma intenção que passa muitas vezes
despercebida nessa tentativa de aproximação e colaboração, que é a de promover
uma educação para as famílias tidas como "desestruturadas". Como forma de tentar
minimizar essa divergência, as estratégias de socialização das famílias passam a
ser a preocupação da escola, de forma que esta amplia seus âmbitos de ação,
tentando assumir ou tentando substituir a família em sua ampla missão
socializadora.
Enquanto no enfoque sociológico a família é responsabilizada pela
formação social e moral do indivíduo, no enfoque psicológico ela é responsabilizada
pela formação psicológica. O enfoque psicológico considera os determinantes
psicológicos presentes na estrutura familiar como os grandes responsáveis pelo
desencontro entre objetivos e valores nas duas instituições e diante disso, a escola
precisa considerar toda a bagagem de vida trazida pelos alunos, buscando sempre práticas
pedagógicas que deem prazer, fazendo com que esses alunos sintam vontade de ir para a
escola, de viver aquele momento novamente, pelo prazer promovido no ambiente, mesmo
com dificuldades na família, pois, atualmente, a escola é vista uma das instituições que têm
maior influência sobre as crianças.
Ainda não é fácil desenvolver essa parceria, mas a escola precisa se
incumbir da responsabilidade de promover essa aproximação entre a Escola e
Família. LIBÂNEO ressalta que: “Educação é o conjunto de ações, processos,
influências, estruturas que intervêm no desenvolvimento humano de indivíduos e
grupo na relação ativa com o ambiente natural e social, num determinado contexto
de relações entre grupos e classes sociais” (LIBANEO 2000 P. 22).
A família precisa caminhar junto à escola, não se pode
simplesmente terceirizar o processo de educação. É necessário que ela cumpra
suas obrigações, participando ativamente de toda a construção do conhecimento da
criança, para que ela sinta-se fortalecida e capaz de resolver sozinha os seus
problemas, transformando-se assim em adultos criativos e conscientes do seu papel
na sociedade.
Partindo desse contexto, espera-se que a articulação entre escola e
a família possibilite oportunizar aos pais, vivências significativas no processo de
escolarização dos seus filhos. Analisar a situação atual dos pais e suas dificuldades
em acompanhar o processo escolar dos filhos, assim como a sua postura em
relação à escola, torna-se viável à medida que, diante da coleta de dados, um novo
olhar esteja sendo construído, já que a escola e família são de suma importância
para a aprendizagem. 
A família é a instituição primaz no que se refere à educação, pois é
dela que se origina a base pedagógica do ato de aprender e da ação da educativa. É
primeiramente na família que o individuo vivencia, juntamente com os afetos e
cuidados, o saber aprender, que logo depois vivencia também nas instituições de
ensino. Neste sentido, o processo de educação escolar vem auxiliar e aliar-se ao
processo de educação iniciado no seio da familiar, de modo que juntas escola e
família resultam na garantia de uma prática educativa, que de fato promova ensino e
produza bons resultados na formação de cidadãos.
A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Básica (LDB) de 1996
reconhece que “A educação abrange os processos formativos que se desenvolvem
na vida familiar, na convivência humana (...) e nas movimentações culturais” (art. 1º
da Lei 9394/1996). Evidenciando assim, legalmente a base familiar. Porém, um dos
grandes desafios das instituições de ensino na atualidade no Brasil, refere-se
exatamente, a pouca participação da comunidade, e, sobretudo das famílias, na
gestão e nas etapas de ensino desenvolvidas nas escolas.
A relação gestão escolar e família têm perdido espaço, gerando com
isto alguns problemas pedagógicos, dificultando o processo de ensino e de
aprendizagem. Nas últimas décadas, tem se constatado que a família é muito
importante para o aprendizado das crianças na escola e que sua ausência
consequentemente gera problemas difíceis de serem sanados somente pela escola.
Para Libanêo (2004) a participação dos pais na escola se dá através
da inserção necessária dos mesmos, nos movimentos orgânicos e de legitimidade
legais da comunidade escolar, como os conselhos escolares ou associações de
pais.
A presença da comunidade na escola, especialmente dos pais, tem
várias implicações. Prioritariamente, os pais e outros representantes
participam do conselho de escola, da associação de pais e mestre
(ou organizações correlatas) para preparar o projeto pedagógico-
curricular e acompanhar e avaliar a qualidade dos serviços
prestados. (LIBÂNEO, 2004 pag. 144)
Observamos que Libâneo (idem) acrescenta outros elementos à discussão
acerca da participação familiar na escola para o autor além do suporte no auxilio e
desenvolvimento do ensino, os pais também são chamados a contribuírem na
construção de uma proposta pedagógica, no acompanhamento e na avaliação das
ações desenvolvidas na unidade escolar.
Iniciamos esta análise com os seguintes questionamentos: Qual o
lugar da Família? Qual o lugar da Escola? O lugar da família está em contribuir com
muito amor e desprendimento, a cada momento, na construção de um ser
independente, criativo, livre (capaz de fazer escolhas), justo e feliz, dando prioridade
à comunicação estabelecida na família através do diálogo que dá abertura aos
questionamentos e às mudanças.
O lugar da escola se encontra em educar para a democracia no
sentido da construção de um ser humano reflexivo, crítico, criativo, participativo,
comprometido socialmente e transformador da realidade, garantindo a
aprendizagem de certas habilidades e conhecimentos necessários para a vida em
sociedade, contribuindo no processo de inserção social das novas gerações.
Quando a família nega a sua função, coloca em risco a criança, que
passa a ser visto como cidadão marginalizado, trazendo consequências notáveis no
rendimento escolar. É necessário saber o que realmente se busca para acertar o
alvo, sabemos que a família é responsável pela socialização primária da criança,
que deve ser bem estruturada para que ela adquira equilíbrio emocional, segurança,
limites, respeito, liberdade com responsabilidade no relacionamento com as
pessoas. A continuidade dessa socialização é dada pela escolarização nos primeiros
anos e vai se expandindo à medida que a criança se desenvolve nos ambientes
sociais em que participa. Portanto, é a escola que vai suprir as defasagens da
socialização que não foi propiciada pela família.
Diante de todas essas afirmativas, os pais quase não se culpam pelo
baixo rendimento da criança e raramente apresentam atitudes positivas que facilitam
as mudanças. A influência da família no desenvolvimento da criança é um fato
indiscutível e retrata a expressão de um sistema familiar disfuncional quando não há
bons resultados. Sem a efetiva participação da família no processo não há êxito, daí
a importância dos pais, acompanhando os  filhos em suas atividades, conversando
com eles, dando-lhes atenção e motivando-os ao estudo.
É assim que começamos a estimular o desenvolvimento da pessoa,
e a prepará-la para os desafios da vida. Não é possível, portanto, prescindir da
presença dos pais no processo educativo, pois exercem uma função relevante e que
precisa sempre de apoio das demais instituições, que visam ao bem da pessoa
humana.
Ressalta-se neste Projeto de Ensino, a importância de refletir o
quanto a educação e os costumes transmitidos pela família, que influenciam, não
apenas no aprendizado, mas também na conduta e no comportamento apresentado
pelo indivíduo em qualquer local, independente da presença familiar. Na escola não
é diferente. Também nela, o aluno apresenta ou não os costumes e hábitos
aprendidos e vivenciados no ambiente familiar. O acompanhamento e a relação
desenvolvida em família são indispensáveis para que o aluno se insira no ambiente
escolar sem maiores problemas.
Para Tiba (1996, p.178) “É dentro de casa, na socialização familiar,
que um filho adquire, aprende e absorve a disciplina para, num futuro próximo, ter
saúde social...”. A família é uma instituição de suma importância para o
desenvolvimento e formação do sujeito, conforme descrito na Lei de Diretrizes e
Bases da Educação Nacional- LDB (Lei 9.394/96) afirma:
"A educação, dever da família e do Estado, inspirada nos princípios
de liberdade e nos ideais de solidariedade humana, tem por
finalidade o pleno desenvolvimento do educando, seu preparo para o
exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho”.
(LDB/1996. art. 2º).
A família deve acompanhar de perto o que acontece na sala de aula,
é imprescindível essa integração e interesse da família junto à escola do seu filho. O
sucesso ou insucesso no processo de ensino aprendizagem depende efetivamente
da integração da família, ela desempenha um papel decisivo na condução e
evolução do sujeito. É preciso que os pais se impliquem nos processos educativos
dos filhos no sentido de motivá-los afetivamente ao aprendizado. O aprendizado
formal ou a educação escolar, para ser bem-sucedida não depende apenas de uma
boa escola ou de bons educadores, mas, principalmente, de como a criança é
tratada em casa e dos estímulos que recebe para aprender.
É nesse contexto que se encontra a família e a escola, e este
processo atenta-se para a necessidade de buscar caminhos que interajam e
acompanhem esses dilemas atuais, que, inevitavelmente, exige uma revisão de
concepções e conceitos sobre a formação das crianças e dos jovens, fundamentado
em valores como autonomia, cooperação, respeito e tolerância, conscientes de seus
direitos e deveres, com o compromisso de contribuir para a transformação de suas
realidades.
Esse é o momento em que a família deve ser a grande parceira,
refletindo sobre as diferentes situações que transcorre todo o processo educativo.
Não se pode confundir papéis nessa relação, mas, fazer valer-se das diferentes
responsabilidades de cada uma, a questão é compartilhar responsabilidades e não
transferir.
Com as famílias cientes de seu importante papel na educação de
seus filhos, teremos uma sociedade livre dos males que nos cercam atualmente,
porém estamos longe desta consciência, porque muitos lares ainda não se
preocupam com o seu papel na educação de seus filhos, pensando que podem
transferir esta importante tarefa a terceiros.
Alguns autores entendem que toda atuação familiar é educativa.
Para exemplificar essa ideia, podemos usar o comportamento dos pais diante do
comportamento dos filhos. A forma como os pais reagem ou não, ensina à criança
as consequências de seu comportamento, mesmo que essa não seja a intenção. Os
pais tem muita importância na educação dos filhos, pois são responsáveis por
legitimar ou rechaçar conhecimentos e valores adquiridos pelas crianças no
processo civilizatório. Exercem, portanto, importante mediação na relação da criança
com o mundo.
Para FREIRE, é necessário repensar essa atuação, afinal, a
participação ativa no processo educacional indica esse interesse. 
"A mim me dá pena e preocupação quando convivo com famílias que
experimentam a “tirania da liberdade” em que as crianças podem
tudo: gritam, riscam paredes, ameaçam as visitas em face a
autoridade complacente dos pais que se pensam ainda campeões da
liberdade. (Paulo Freire).
A família deve e tem que ser o vínculo de fortalecimento dentro
desse processo, pois, um dos indicadores da falta de colaboração dos pais dentro
do contexto escolar é a desagregação familiar, que precisa urgentemente ser
validada em suas competências. A vida moderna, marcada por correrias, horários
desencontrados e interesses variados, acaba levando à dispersão desses atores. Os
tempos mudaram e a família também, porém, a escola, continua com a
responsabilidade de formar, integralmente, as crianças e os jovens, garantindo
efetiva aprendizagem, orientando-os e preparando-os para a vida produtiva e
cidadã.
No entanto, isso amplia a sua função, que em consequência da falta
de orientação e educação familiar, coloca sobre os largos ombros da escola, a culpa
da marginalização social. Perde a essência pedagógica e passa a ter vários papéis,
com os quais, precisa articular-se. E a família, que abre mão de sua missão
intransferível na educação dos filhos, educando-os sem limites, sem valores, sem
exemplos, em nome de uma falsa “educação moderna”, perdeu-se em suas
responsabilidades. É preciso, de forma assertiva convocar a família a repensar seu
papel de educadora, assumindo de novo seu dever, que não pode ser transferido
para outros espaços educativos.
Diariamente, percebemos e assistimos perplexos e horrorizados o
aumento da falta de valores éticos e morais nas atitudes e falas de adolescentes e
jovens, que mesmo tendo frequentado boas escolas e por serem de classes
favorecidas, envolvem-se em atos antissocias, em brigas, agressões, assassinatos e
no mundo das drogas. Falta-lhes, da mesma forma o que falta aos que não tiveram
oportunidades iguais, a orientação familiar, que compromete qualquer cidadão com
a moral e a ética necessária para se conviver em sociedade.
O que será feito para que a família assuma o seu papel sem deixar
que tudo seja resolvido na escola? Qual é o papel da família na educação? Percebe-
se dentro desse diálogo que o problema não é falta de aprendizagem, mas falta de
vontade, de expectativa, de objetivos, poucos possuem sonhos, poucas famílias tem
esperança de um futuro melhor. As famílias, quando chamadas na escola, dizem
que não podem com a vida dos filhos e se omitem da educação que deveriam ter a
obrigação de alicerçar.
A escola atual, faz muito mais do que lhe compete, faz-se
necessário pensar que os pais deveriam ser punidos pela irresponsabilidade dos
filhos, pela evasão e pela falta de estudo, pois, a omissão dos pais na educação dos
filhos repercute fortemente no trabalho do professor. Aquilo que os pais não
fizeram, os professores sentem-se obrigados a fazer. Se o professor tem o dever de
ser competente, de dominar o conhecimento que ensina e de ensinar bem, de tratar
os alunos como pessoas que merecem respeito, os pais têm o dever de educar bem
os filhos e de ensinar-lhes o respeito aos outros.
Pais e escola devem trabalhar de forma complementar na
educação dos filhos, garantindo sua felicidade atual e futura. O que os pais fazem a
favor da educação dos filhos ajudará a escola; o que a escola faz ajudará os pais.
Os resultados serão filhos e alunos realizados, confiantes, respeitosos, com cabeça
erguida na direção do futuro, com olhar brilhante perante novas oportunidades. A
sociedade terá gosto em abrir-lhes espaços.

3 - PROCESSO DE DESENVOLVIMENTO DO PROJETO DE ENSINO

3.1 - Tema e linha de pesquisa


Este trabalho acadêmico cujo Projeto de Ensino está focado na
Gestão Escolar, tem como tema: Família, vínculo de fortalecimento na educação
atual, ressalta a importância da relação família/escola, e terá como metodologia todo
um suporte teórico para a compreensão da temática escolhida, cujos autores serão
descritos na referência bibliográfica.
A linha de pesquisa é a pesquisa bibliográfica, onde foram
imprescindíveis para orientar na construção dos textos, considerando as teorias dos
autores renomados que discorrem sobre o tema, tendo como guia de estudo a
família, que é indispensável na orientação da construção da identidade de um
indivíduo e que deve promover junto com a escola uma parceria em prol de uma
educação de qualidade, a fim, de contribuir positivamente no desenvolvimento
integral da criança.
As temáticas abordadas no curso de pedagogia ressalta a
premissa de que devemos sempre enfatizar a importância da instituição escola
quanto articuladora no seu envolvimento com a comunidade onde está inserida, pois
com a participação das famílias nesse espaço, é possível conhecer melhor a
necessidade de cada sujeito, inovando sempre as práticas pedagógicas voltadas
para o comprometimento mútuo para o desenvolvimento de metas e do aprendizado.
Para a elaboração deste trabalho foram utilizados livros, revistas
e artigos como fontes primárias, além de pesquisas em bibliotecas e internet. A
contribuição desse Projeto aumenta as possibilidades de melhoramentos contínuos
dentro dos processos que visam dar qualidade às ações dentro e fora do contexto
escolar.
3.2 – Justificativa
São de extrema importância a participação e a colaboração da
família no ambiente escolar, pois quando ocorre essa integração o professor
participa efetivamente da vida do educando, conhecendo e percebendo melhor
todas as qualidades e as dificuldades específicas do mesmo, facilitando assim que o
educador elabore aulas mais significativas, que avalie de forma ampla sua práxis
pedagógica, possibilitando a promoção e o desenvolvimento no processo ensino-
aprendizagem, assim como, uma gestão participativa precisa responder às
exigências de qualidade e produtividade da escola pública. Todavia, a gestão da
educação deverá realizar-se plenamente em seu caráter mediador. PARO diz que:
Todavia, se sairmos das concepções cotidianas e nos aprofundarmos
na análise do real, perceberemos que o que a administração tem de
“essencial” é o fato de ser mediação na busca de objetivos.
Administração será, assim, como já defini anteriormente (PARO,
1986), a “utilização racional de recursos para a realização de
determinados fins.”

A família é o primeiro grupo social que possibilita o desenvolvimento


de uma criança, pois é no meio familiar que o indivíduo encontra afeto, carinho,
aprende sobre princípios, valores, respeito, cultura e ética. É advinda dos pais a
responsabilidade pela educação dos filhos, por isso é demasiadamente importante à
integração da família no ambiente escolar.
A instituição escolar é o segundo grupo social onde são oferecidos
todos os conceitos educacionais, culturais e formativos. No ambiente escolar,
ensinam-se também valores que são indispensáveis na vida das crianças, jovens ou
adultos, preparando assim todos os estudantes para que no futuro possam se tornar
cidadãos aptos para exercer seu papel na sociedade.

O envolvimento e a participação da família no ambiente escolar nos


dias atuais são considerados componentes importantes para o desempenho das
instituições de ensino. A escola exerce uma função importantíssima na vida dos
indivíduos; a função educadora. Por isso se faz necessário à participação da família
no desenvolvimento da criança em todo o seu processo de aprendizagem nos meios
sociais do qual ela faz parte, principalmente a escola. Içami Tiba (1996, p.140) nos
diz que:
“o ambiente escolar deve ser de uma instituição que complemente o
ambiente familiar do educando, os quais devem ser agradáveis e
geradores de afetos”.
Os papeis exercidos pelas instâncias escolares e familiar passam
por mudanças constantes, com isso, quanto Gestão Escolar, propomos buscar
diferenciadas formas e caminhos para alcançar êxito na formação de valores, pois
muitos dos valores considerados essenciais pela humanidade estão sendo
abalados.
Grande parte do trabalho do professor é facilitado quando o
estudante já vem para a escola predisposto para o estudo e quando, em casa, ele
dispõe da companhia de quem, convencido da importância da escolaridade, o
estimule a esforçar-se ao máximo para aprender.
É imprescindível a necessidade de garantir um lugar em que os
filhos e estudantes possam se sentir seguros e confiantes no seu próprio potencial e
a escola pode ser este ambiente quando estiver bem estruturado e apoiado pela
família. Ressalta-se neste Projeto, a importância de refletir o quanto a educação e os
costumes transmitidos pela família, influenciam, não apenas no aprendizado, mas
também na conduta e no comportamento apresentado pelo indivíduo em qualquer
local.

3.3 – Problematização

A aprendizagem de uma criança está relacionada diretamente aos


aspectos afetivos, na interação com o meio na qual ele está inserido e na relação
com outros sujeitos, assim ela vai aprendendo a criar vínculos primeiramente com
sua família e posteriormente com o mundo.
É por este motivo, que este Projeto de Ensino, levanta questões
pertinentes ao tema citado, levando em consideração as vivências da sala de aula,
que perpassam pela Gestão Escolar. Qual o papel da família dentro do contexto
educacional? Quais são as consequências da negação de participação familiar no
processo de ensino aprendizagem? O que pode ser feito para mudar a concepção
dos pais, em relação as suas competências na vida escolar dos seus filhos?
O problema estabelecido pelo presente Projeto consiste no seguinte
questionamento: Por que a família está ausente no processo de construção dos
saberes escolares de seus filhos na educação atual?
3.4 - Objetivos
A família precisa assumir seu papel na educação dos filhos em
parceria com a instituição escolar, afinal, nesse processo, somente a escola não
consegue dar conta de fornecer a educação básica e uma formação completa para
inserir futuros cidadãos na sociedade.
Com o objetivo geral de analisar a importância da participação da
família no contexto escolar, este Projeto de Ensino visa conscientizar a família sobre
a importância de ser a grande parceira que é essencial neste processo, contribuindo
com a construção dos saberes necessária a transformação do mundo com um todo.
Como objetivos específicos, buscou-se analisar a importância da
família na educação dos filhos; verificar como a família e os professores podem
contribuir na aprendizagem dos educandos; analisar o rendimento escolar dos
alunos cuja família não é participativa na escola e levantar o porquê de alguns pais
não acompanharem os estudos de seus filhos na escola.

3.5 - Conteúdos
Como forma de buscar uma aproximação com as famílias, enquanto
instituição educacional faz-se necessário promover atividades como: interação e
apoio com diversos profissionais como psicólogos, assistentes sociais e médicos;
fazer visitas aos familiares; reuniões de pais e mestre com maior frequência, bem
como a realização de oficinas com a participação dos familiares para que estes
possam conhecer os conteúdos que seus filhos estão desenvolvendo nas diversas
atividades curriculares, proporcionando ligação entre escola-família- professores.  

Dentro deste contexto, abordaremos os seguintes conteúdos


envolvidos nas áreas de conhecimento a seguir. Linguagem oral e escrita: livros
diversos para a contação de histórias na parada da leitura; Lógico-matemático:
montagem de gráficos e materiais de suporte; História e Geografia: linha do tempo,
comparação de fotos passadas e atuais da criança/ família.

3.6 – Processo de desenvolvimento


O projeto será trabalhado durante o bimestre, tendo como
responsável a gestora da escola, com o apoio dos professores e demais
funcionários. Serão ministrados 10 encontros de 60 minutos cada, sendo divididas
em palestras, oficinas, paradas de leitura e reuniões, onde serão desenvolvidas
diversas atividades que estão descritas no cronograma abaixo. Iniciaremos o projeto
sensibilizando a comunidade escolar quanto à importância em estabelecer parceria
com a família.
 No primeiro encontro, discutiremos sobre o tema nas diversas
turmas da escola, no pátio da escola, estando abertos aos diálogos e debates.
Faremos uma roda de conversa, onde haverá leituras de imagens pertinentes ao
tema (família, pais, filhos, alunos, professores, escola, etc.) e a exibição do filme
Procurando Nemo para concluir os trabalhos de abertura do projeto. Haverá a
pintura coletiva do desenho de um peixe.
 No segundo encontro, haverá uma palestra com a psicóloga com
o tema: Limites: relação pais x filhos, onde abordaremos sobre a autoestima e
limites, orientando os pais em como achar o equilíbrio certo entre a imposição, a
proteção e a liberdade, sem que isso atrapalhe o desenvolvimento dos filhos.
 No terceiro encontro realizaremos uma oficina envolvendo
afetividade. Nesta oficina faremos brincadeiras afetivas. Começaremos com a
confecção de um avião, onde os pais ensinarão seus filhos como fazer um
aviãozinho de papel, em seguida terão um tempo determinado para brincar entre si.
Depois será o momento da dinâmica do toque, onde os filhos taparão seus olhos e
escolherão onde querem receber carinho dos pais, havendo em seguida uma troca
de lugares. Finalizaremos com uma massagem corporal feita pelos pais nos filhos.
 No quarto encontro teremos a parada de leitura, onde os pais
estarão contando histórias para seus filhos. Neste dia, colocaremos uma caixa de
som com música clássica e livros nas árvores, no parque, nos corredores e no pátio,
onde haverá tapetes e cadeiras disponíveis para que todos possam ficar à vontade
no momento da contação das histórias. Os pais farão um desenho com seus filhos,
relacionado ao livro que foi lido por eles.
 No quinto encontro acontecerá uma reunião, onde vamos coletar
dados para a construção dos gráficos. Será respondido pelos pais, um questionário
com perguntas relacionadas ao acompanhamento escolar dos seus filhos, que irá
servir de parâmetro para as próximas ações desenvolvidas durante todo o período
letivo, dentro e fora do contexto escolar. Solicitaremos fotos antigas e atuais para
montar uma linha do tempo da família.
 No sexto encontro faremos novamente uma roda de conversa
sobre o tema e construiremos os gráficos de acompanhamento. Neste dia, os pais
irão construir os gráficos de acordo com os dados coletados e a linha do tempo
familiar.
 No sétimo encontro realizaremos uma mini gincana com
atividades lúdicas. Faremos atividade física com um pequeno circuito utilizando
materiais desportivos e em seguida, a mini gincana, com provas rápidas (prova dos
sentidos, dança da cadeira, estoura balões, cabra cega, etc.)
 No oitavo encontro, haverá novamente uma palestra com um
médico do programa saúde na família, com o tema: Consequenciais da rejeição e da
agressão, abordando comportamentos dentro da sala de aula.
 No nono encontro realizaremos um workshop sobre
acompanhamento da lição escolar. Haverá apresentação e explanação de slides por
parte da gestora escolar, com a participação de psicopedagogas e assistente
sociais, em seguida, será construído pelos pais e alunos, um jogo pedagógico para
ser levado para casa, como suporte no acompanhamento das tarefas escolares.
 No décimo encontro realizaremos a culminância com exposição
dos trabalhos feitos em parceria com os pais (pintura coletiva do peixe, aviãozinho
de papel, desenho do livro lido, gráfico de acompanhamento e jogo pedagógico) e
apresentações dos alunos e professores. Faremos uma apresentação teatral com a
equipe de professores e apresentação de uma música feita pelos alunos em
homenagem à participação dos pais.

PLANO DE AÇÃO/ CRONOGRAMA DAS ATIVIDADES


Período: 03/07 à 28/08
O QUE QUANDO QUEM ONDE COMO
Enviando convite; realizando roda de
Equipe conversa; exibindo o filme:
Sensibilização 03/07/15 Pátio escolar
Gestora Procurando Nemo; leitura de imagens
e pintura coletiva.
Convidando a psicóloga para abordar
Palestra 07/07/15 Psicóloga Pátio escolar
o tema: Limites: relação pais x filhos.
Confeccionando aviãozinho de papel,
Professores/
Oficina 10/07/15 Salas de aula dinâmica do toque e massagem
pais/ alunos
corporal.
Parada de 15/07/15 Professores/ Pátio escolar Distribuindo livros literários,
organizando espaço de leitura e
leitura pais/ alunos
fazendo desenho.
Equipe Enviando convites; respondendo ao
Reunião 23/07/15 Salas de aula
Gestora questionário e solicitando as fotos.
Montagem do
Construindo com os pais os gráficos
gráfico e da Equipe
27/07/15 Salas de aula de comportamento e a linha do tempo
linha do Gestora/ pais
familiar.
tempo
Professores/ Quadra Realizando atividades físicas e
Mini gincana 04/08/15
pais/ alunos escolar lúdicas
Convidando o médico para abordar o
Palestra 12/08/15 Médico Pátio escolar tema: Consequências da rejeição e
da agressão.
Equipe
Apresentando aos pais o processo:
Gestora/
Workshop 20/08/15 Salas de aula Eu curto lição de casa e produzindo
professores/
suporte pedagógico.
pais/ alunos
Festa com exposição dos trabalhos
feitos em parceria com os pais e
Comunidade
Culminância 28/08/15 Pátio escolar apresentações dos alunos e
escolar/ pais
professores.

3.7 - Tempo estimado: todo o bimestre.

3.8 – Recursos humanos e materiais: Pais, alunos, professores, estagiários.


Máquina fotográfica/filmadora; Datashow; material desportivo; materiais pedagógicos
diversos; caixa de som; microfone.

3.9 – Avaliação: Será através de registros, de acordo com a participação,


interesse e desenvolvimento de cada aluno, família e comunidade escolar,
individualmente e coletivamente. A avaliação acontecerá a todo o momento.

4 - CONSIDERAÇÕES FINAIS

Este Projeto de Ensino possibilitou uma maior compreensão a


respeito da necessidade de se criar mecanismos que efetivem a parceria entre a
família e a escola, entendendo a urgência de aproximar e envolver a família nas
atividades escolares.
Pode-se afirmar que a experiência suscitou novos olhares sobre a
problemática em questão, pois se percebeu como o segmento representado pela
família, assim como toda a escola se sensibilizaram quanto à situação que o
afastamento familiar gera no processo educativo como um todo. O objetivo de
fortalecer os laços da participação da família na escola foi contemplado, tendo
implicações diretas na formação cognitiva, social e emocional.
Para se alcançar tal objetivo, buscou-se a princípio discutir com a
equipe da escola quanto aos benefícios desta parceria no intuito de sensibilizá- los
para a importância dessa participação. Houve também, o momento de traçar
coletivamente as ações que viessem suprir a carência nessa participação, em
seguida trabalhamos diretamente com as famílias os resultados positivos desta
parceria. Portanto, a gestão escolar precisa apropriar-se destes mecanismos que
efetivam o fortalecimento entre estas instâncias.
Na medida em que essa relação se articula, cria-se condições mais
adequadas ao desenvolvimento das crianças, dessa forma, o debate sobre o olhar
das relações entre escola e família como meio de fortalecer o desenvolvimento da
criança deve ser estimulado entre os diversos segmentos da escola e principalmente
por parte da gestão, promovendo assim, a construção de alternativas viáveis para
concretização desse objetivo.
Conclui-se, portanto que, para estreitar ainda mais este vínculo,
ações precisam ser realizadas em regime de parceria, favorecendo a troca de
saberes onde a mudança seja contínua, tendo como pilares sustentadores, a
socialização, o respeito mútuo e a confiança, favorecendo a formação dos alunos
em cidadãos preparados para a sociedade, para o mercado de trabalho, garantindo-
lhes a ascensão profissional, a autonomia, a liberdade de expressão, com uma
prática educativa crítica, dialógica e libertadora.
Este vínculo representa um passo importante para a construção de
uma aprendizagem significativa e integral, visando o envolvimento e participação
ativa de todos no processo de aprendizagem da criança. A família e a escola
precisam continuar avançando na construção de uma identidade própria e coletiva,
tendo sempre o que transmitir e o que aprender, fazendo com que todos se sintam
envolvidos no processo e queiram junto com o professor alcançar o objetivo maior
que é o compromisso com a educação, uma educação de qualidade e para todos.

5 - REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
DEMO, Pedro. Participação é conquista: noções de política social. 5ª Ed. São
Paulo, SP: Cortez, 2001

FREIRE, Paulo. Pedagogia do Oprimido. São Paulo, Paz e Terra, 1987.

Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional- LDB ((Lei 9.394/96)

LIBÂNEO, José Carlos. Pedagogia e pedagogos, Para quê?. 3 ed. São Paulo:
Cortez,2000.

SZYMANSKI, H. A relação escola/família: desafios e perspectivas. 2ª Ed.Brasília,


DF, liber Editora, 2010.

TIBA, Içami. Disciplina, limite na medida certa. São Paulo: Gente, 1996.

VYGOTSKY L.S. A formação social da mente. São Paulo: Martins Fontes, 1984.

6 - APÊNDICES:

APÊNDICE A – Alfabeto móvel

APÊNDICE B – Construção coletiva pais e filhos

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