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REPÚBLICA DE ANGOLA

GOVERNO DA PROVÍNCIA DO BENGO


ESCOLA DE MAGISTÉRIO KIMAMUENHO

CURSO DE FORMAÇÃO DE PROFESSOR NA ESPECIALIDADE DE


INSTRUÇÃO PRIMÁRIA

A FRACA RELAÇÃO FAMÍLIA – ESCOLA NO PROCESSO DOCENTE


EDUCATIVO. ESTUDO DE CASO REALIZADO NA ESCOLA Nº 315 –
11 DE NOVEMBRO AÇUCAREIRA PROVÍNCIA DO BENGO

CAXITO – MARÇO
2023
ESCOLA DE MAGISTÉRIO KIMAMUENHO

CURSO DE FORMAÇÃO DE PROFESSOR NA ESPECIALIDADE DE


INSTRUÇÃO PRIMÁRIA

A FRACA RELAÇÃO FAMÍLIA – ESCOLA NO PROCESSO DOCENTE


EDUCATIVO. ESTUDO DE CASO REALIZADO NA ESCOLA Nº 315 –
11 DE NOVEMBRO AÇUCAREIRA PROVÍNCIA DO BENGO

Trabalho de fim do curso apresentado a Escola de


Magistério Kimamuenho no Curso de Educação na
Especialidade de Instrução Primária.

AUTORA:
ORIENTADOR:

CAXITO – MARÇO
2023
-------AUTORA

CURSO DE FORMAÇÃO DE PROFESSOR NA ESPECIALIDADE DE


INSTRUÇÃO PRIMÁRIA

A FRACA RELAÇÃO FAMÍLIA – ESCOLA NO PROCESSO DOCENTE


EDUCATIVO. ESTUDO DE CASO REALIZADO NA ESCOLA Nº 315 –
11 DE NOVEMBRO AÇUCAREIRA PROVÍNCIA DO BENGO

O JURI

Presidente_________________________________________________________________

1º Vogal __________________________________________________________________

2º Vogal___________________________________________________________________

Orientador_________________________________________________________________

O Secretário _____________________________________________________________

DATA DA DEFESA______/________________________________/______________
DEDICATÓRIA

A minha família por ter a oportunidade de acompanhar a


minha formação académica e por estar sempre do meu
lado, encorajando-me a conseguir os meus objectivos.
AGRADECIMENTOS

Primeiramente agradeço a Deus por tudo que ele tem feito na minha vida.

Agradeço também a minha família, amigos pelo apoio, aos professores pelos
ensinamentos e em especial ao meu orientador ________ pela dedicação e inspiração.

As minhas palavras de gratidão vão a todos os docentes do Kimamuenho em especial


da Especialidade Instrução Primária.
EPIGRAFE

… Os vossos filhos não são vossos.


São filhos do apelo que a vida faz a si própria.
Nascem através de vós mas não de vós.
E ainda que estejam convosco, não vos pertencem.
Podeis dar-lhes o vosso amor,
mas não os vossos pensamentos,
porque eles têm os seus próprios pensamentos..."
KHALIL GIBRAN
RESUMO

No enfoque sociológico a relação família- escola é vista em função de determinantes quer


sejam ambientais ou culturais. A relação entre a educação e a classe social mostra um certo
conflito entre as finalidades socializadoras da escola (valores coletivos) e a educação familiar
(valores individuais), ou seja, entre a organização da própria família com os objetivos da
escola.

Para este trabalho foram traçados objectivos como, a compreensão dos conceitos de escola,
relação e família. Apesar de a família e a escola serem os principais contextos de
desenvolvimento humano, poucos estudos científicos têm-se dedicado a compreender de
forma sistemática a relação existente entre ambas. O problema em estudo tenta dar algumas
respostas relativamente ao que se referiu em cima, onde se tenta oferecer propostas de um
sistema de acções que visa solucionar a fraca relação família – escola no processo docente
educativo na escola nº 315 – 11 de Novembro no Município do Dande. Foram efetuados
inquéritos por questionário aos encarregados de educação dos alunos da turma escolhida, e
ainda entrevista ao diretores de turma escolhidos aleatoriamente, tendo este turma de anos
diferentes, de modo a conseguirmos obter uma maior diversificação de resultados. Os
professores e a escola aparecem aqui como parceiros insubstituíveis no “transporte” de
responsabilidades, unindo esforços, partilhando objetivos, reconhecendo a existência de um
mesmo bem comum para os alunos, onde todos (professores, pais e alunos) têm a ganhar com
uma colaboração genuína e educada. Ajudar os pais e encarregados de educação a ultrapassar
alguns obstáculos, e ainda ajudando toda a comunidade educativa, acreditando nos benefícios
que esta envolvência trará à escola, tendo a responsabilidade de ajudar as autoridades
escolares a perceberem que esta é uma aliança fundamental e cada vez mais urgente sendo de
extrema importância criarem-se espaços para receber os pais/encarregados de educação,
pedindo colaboração de outros técnicos de educação.

Palavras – Chaves: Relação. Família. Escola


ABSTRACT
ÍNDICE DE TABELAS
LISTA DE SÍMBOLOS
INTRODUÇÃO

A intervenção dos pais na educação dos filhos é indiscutivelmente essencial. Dar apoio
e cuidados adequados ao filho é uma responsabilidade bastante exigente. Muitas vezes, os
pais estão preocupados/envolvidos com os outros problemas (profissionais, pessoais,
económicos, financeiros) que se esquecem de dar atenção aos seus filhos, o que leva muitas
vezes a um afastamento entre pais e filhos, e é precisamente isso que não se quer.
Consideramos fundamental nos dias de hoje, e com a constante evolução da sociedade que as
escolas devam acima de tudo ser promotoras de políticas/estratégias que promovam uma
maior aproximação dos pais à escola.

O trabalho em referência, faz uma abordagem sobre “A fraca Relação Família -Escola
no Processo docente educativo ”, na vertente estudo de caso realizado na escola nº 315 – 11
de Novembro.

A Família é considerada a instituição social básica a partir da qual todas as outras se


desenvolvem, a mais antiga e com um carácter universal, pois aparece em todas as sociedades,
embora as formas de vida familiar variem de sociedade para sociedade. A aproximação entre
a escola e a família tem sido alvo de muito critica perante a sociedade, face atuação de muitos
pais e encarregados de educação não colaborarem directamente nos problemas que afligem
essa relação, no sentido de se criar condições para melhorar o processo de ensino e
aprendizagem dos educandos.

A relação entre a escola e a família desde a antiguidade foi sempre uma relação
problemática, por motivos dos desencontros entre a escola e a família, onde a escola
marginalizou a família porque achava que a instituição escolar era a única que estava
preparada para exercer a prática educativa devido a sua especialização, sem a intervenção da
família.

Este estudo com o título “A fraca Relação entre a Família e a Escola – as suas
implicações no processo de ensino-aprendizagem”, insere-se numa temática muito falada, mas
ainda com grandes discrepâncias e lacunas por resolver. É fundamental que os pais se
integrem na vida escolar ativa dos seus educandos, de forma a conseguirem dar todo o apoio
que eles necessitam no seu crescimento escolar. A escola é um local onde os pais confiam a
educação dos seus filhos e encontram nela um tipo de apoio para as suas vidas, sendo mesmo
um elemento indispensável para os pais e encarregados de educação.

Formulação de problema

Actualmente, temos verificado na nossa comunidade, a falta de relação entre as


famílias das crianças que frequentam a mesma escola, os pais não se relacionam entre si fora
da escola e que mesmo os contactos que estabelecem sobre aspectos relacionados com a
escola são muito limitados.

Outrossim, temos notado na comunidade algumas crianças sentadas ao lado umas das
outras influênciando-se mutuamente quer na escola como fora dela; pais que não se conhecem
uns aos outros; crianças que passam grande parte do tempo fora da escola sós ou com outras
crianças, sem a supervisão dos adultos que são responsáveis por elas.

Sabemos que, as crianças beneficiam quando os adultos com quem se relacionam


partilham valores básicos sobre a educação, comunicam entre si e quando lhes proporcionam
apoio e orientação consistente. Naturalmente, “cada comunidade precisa cuidar da formação
dos indivíduos, auxiliar no desenvolvimento das suas capacidades físicas e espirituais,
prepará-los para a participação activa e transformadora nas várias instâncias da vida social”.

Claramente, nenhuma comunidade escapa-se da missão educativa, pois que, trata-se de


uma actividade sob responsabilidade de todos os agentes educativos, por ser uma exigência da
vida em comum. É pois, um processo de promover aos indivíduos conhecimentos,
habilidades, hábitos, atitudes, experiências e valores que os tornam aptos em actuar no meio
social, de formas a transformá-lo em função das necessidades económicas, sociais e políticas
da mesma comunidade. Razão pela qual, temos a seguinte questão científica do estudo:

Por outro lado, algumas famílias pensavam que a única responsável pela educação dos
filhos era a escola, provocando a ausência ou a fraca relação entre a família e a escola,
afectando o processo de ensino e aprendizagem e elaborou-se as seguintes questões de
partida:

1. Como resolver o fraco relacionamento entre a escola e a família na escola nº na


Escola nº 315 - 11 de Novembro no Município do Dande?

Formulação de Hipóteses
 A falta de abertura da escola para a família faz com que esta se sinta marginalizada,
isto é, a família não participa.
 O baixo nível de formação académica de alguns pais e encarregados de educação, faz
com que haja pouca compreensão da linguagem da escola, dificultando a sua
participação.
 As condições sociais tais como a pobreza constitui um factor que impossibilita a
participação da família na escola.

Objecto de Estudo

Processo de Ensino aprendizagem.

Objectivo geral

 Oferecer propostas de um sistema de acções que visa solucionar a fraca relação família
– escola no processo docente educativo na escola nº 315 – 11 de Novembro no
Município do Dande.

Objectivos específicos

 Fazer um estudo teórico para sistematizar os conhecimentos científicos sobre a fraca


relação Família – Escola.
 Identificar as causas do problema, em estudo.
 Explicar as causas da falta de acompanhamento da família no processo de ensino-
aprendizagem e o seu impacto no rendimento escolar dos alunos;
 Elaborar propostas e mecanismo de acções para resolver o problema da fraca relação
família – escola dos alunos da 6ª classe na escola nº 315, 11 de Novembro no
Município do Dande.

Justificativa

A escolha deste tema deveu-se ao problema que vem inquietando a escola, pelo fraco
grau de participação dos pais e encarregados de educação, afectando negativamente o
processo de ensino e aprendizagem, principalmente no rendimento escolar dos alunos.

Nos dias de hoje, a problemática do envolvimento parental é umas das mais


importantes temáticas neste momento, visto que o desenvolvimento das crianças na escola é
extremamente importante, porque se as crianças forem bem acompanhadas no seu processo
escolar em parceria com os pais, estas crianças serão com certeza uns cidadãos com uma
perspetiva de vida e também escolar muito melhor, sendo profissionalmente exemplares. O
ambiente familiar, a relação com a escola e a descontinuidade entre ambas são na minha
opinião aspetos fundamentais para a problemática da participação dos pais na escola.

A metodologia a ser usada é a pesquisa qualitativa, quantitativa, estudo de caso, estudo


documental e bibliográfico, técnica (a observação) e Instrumento de pesquisa (a entrevista e o
questionário).

O estudo em abordagem visa reforçar a parceria escola-família através de efectiva


colaboração dos pais e outros membros da família nas actividades educativas de
aprendizagem de novas gerações. Pretendemos fazer uma reflexão sobre o trabalho realizado
pela escola e pela família na comunidade, no sentido de dar a nossa contribuição com algumas
sugestões a fim de melhorar a relação entre a escola e a família.

Limitação e Delimitação

O estudo deste trabalho está limitado na Província do Bengo, Município do Dande,


Bairro Açucareira, quanto ao tempo corresponde o período de Dezembro de 2022 a Março de
2023 perfazendo um total de 4 meses. O estudo está delimitado sobre a fraca relação família –
escola dos alunos da 6ª classe da escola nº 315 - 11 de Novembro, província do Bengo.
CAPÍTULO I: A FRACA RELAÇÃO FAMÍLIA - ESCOLA NO PROCESSO
DOCENTE EDUCATIVO

Neste capítulo foram abordados conceitos como escola, ensino, aprendizagem, família
por lado, por outro os principais temas que serviram para o desenvolvimento deste estudo,
foram enfatizados os seguintes: Caracterização da pareceria entre a escola e família no
processo de ensino e aprendizagem, o papel do professor como mediador na aprendizagem do
aluno.

1.1. Definição de Termos e Conceitos

Vários termos foram necessários para compreensão do tema em estudo como podemos
verificar a descriminação ao longo do trabalho.

1.1.1. Relação

1.1.2. Família

Em sentido restrito, o termo família costuma designar, geralmente, o conjunto de


pessoas que vivem sob o mesmo tecto. No sentido lato, a família é entendida como o conjunto
das sucessivas gerações descentes dos mesmos antepassados (MAIA, et al., 2002, p. 161).

Segundo Leandro (2001, p.92), o termo família é derivado do latim famulus, que
significa “escravo doméstico”. Este termo foi criado na Roma Antiga para designar um novo
grupo social que surgiu entre as tribos latinas, ao serem introduzidas à agricultura e também
escravidão legalizada. No direito romano clássico a "família natural" cresce de importância,
esta família é baseada no casamento e no vínculo de sangue.

De acordo com Declaração Universal dos Direitos do Homem 1948, apud Leandro
(2001, p.15) “A família é o elemento natural e fundamental da sociedade e tem direito à
proteção desta e do Estado” Art.º 16, al. 3.

Para Diogo (1998, p.37), A família, espaço educativo por excelência, é vulgarmente
considerada o núcleo central do desenvolvimento moral, cognitivo e afetivo, no qual se
“criam” e “educam” as crianças, ao proporcionar os contextos educativos indispensáveis para
cimentar a tarefa de construção de uma existência própria. Lugar em que as pessoas se
encontram e convivem, a família é também o espaço histórico e simbólico do qual se
desenvolve a divisão do trabalho, dos espaços, das competências, dos valores, dos destinos
pessoais de homens e mulheres. A família revela-se, portanto, um espaço privilegiado de
construção social da realidade em que, através das relações entre os seus membros, os factos
do quotidiano individual recebem o seu significado.

A definição do Instituto Nacional de Estatística que define a família como o “conjunto


de indivíduos que residem no mesmo alojamento e que têm relações de parentesco (de direito
ou de facto) entre si, podendo ocupar a totalidade ou parte do alojamento”. Considera-se
também como família clássica qualquer pessoa independente que ocupa parte ou a totalidade
de uma unidade de alojamento.

1.1.3. Escola

Segundo LAKATOS, (2006, p. 310), escola é um estabelecimento de ensino ordenado


pelas autoridades reconhecidas da nação, cujo acesso é para todo o povo, onde o estado é
gestor em sua plenitude.

De acordo com COLÔA, (1999, p.24), escola é uma organização indispensável ao


indivíduo dos tempos modernos como forma de enriquecimento das experiências de
socialização e da dinâmica das relações interpessoais

Para Gadotti (2007, p. 11) a “escola é um lugar de esperança e de luta; um lugar bonito,
um lugar cheio de vida, seja ela uma escola com todas as condições de trabalho, seja ela uma
escola onde falta tudo; é um espaço de relações”.

Já para Piletti (2007, p. 17) a escola é “uma instituição de ensino que funciona e que
seja administrada adequadamente, que só conseguirá preencher essa função quando houver o
entrosamento dos pais com a escola e com a comunidade”.

1.2. BREVE HISTORIAL DA RELAÇÃO ENTRE A FAMÍLIA E A ESCOLA

Até ao final da idade média, a aprendizagem das condutas e do saber necessário para a
integração social processava-se sobretudo no seio da família e da comunidade. Com o início
da idade moderna, a escola, enquanto espaço especializado de processos educativos
internacionais, passa a substituir gradualmente a família e a comunidade. Numa primeira fase,
a Igreja desempenhou um papel fundamental na criação e controlo dos novos dispositivos de
formação, que assumiram uma grande variedade de configurações estruturais (NOVOA, 1987,
p. 65).

Contudo, o Estado que durante o antigo regime desempenhou um papel secundário


neste processo, vai progressivamente assenhorar-se da educação formal, substituindo a tutela
da Igreja, deixando claro que a missão educativa era demasiado importante para ficar
dependente das orientações de instituições sobre as quais tinha um controlo muito limitado
(LIMA, 2002, p. 26).

Paralelamente ao processo de estatização da escola, verifica-se a progressiva


afirmação dos professores como profissionais, processo no qual a sua funcionalização
desempenhou um papel muito importante, libertando-os do controlo da Igreja e colocando-os
sob a alçada do Estado. Estabelece-se, assim, uma espécie de contrato entre os professores e o
estado, com direitos e deveres mútuos, que em última instância resultou numa perda efectiva
de influência por parte dos pais e na sua marginalização: Num certo sentido, o aparelho
escolar edificou-se contra as famílias e as comunidades que foram marginalizadas, ora com o
argumento político (a legitimidade do Estado para decidir em matéria educativa), ora com o
argumento profissional (a competência especializada dos professores em matéria educativa)
(NOVA, 1992, citado por LIMA, 2002, p. 27).

Desde há alguns anos que se multiplicam no mundo ocidental, os discursos e as


análises sobre as relações entre a família e a escola. Os meios políticos e universitários
consideram estas relações bastante importantes, os primeiros para propor leis ou
regulamentos, os segundos para desenvolver ensinamentos (PERRENOUD, 2001, p. 13-14).

Para quem se interessa pelas relações entre a família e a escola a questão da sua
origem, das condições que permitiram a sua emergência, assume um interesse evidente. Saber
como nasceu este interesse pelas relações entre a família e a escola, torna-se indispensável, se
quiser compreender como é que as famílias e aqueles que trabalham nas escolas vivem e
pensam nos nossos dias, as suas relações e fazer uma ideia da importância ou da necessidade
dessas relações. (idem).

No início do nosso século, a maioria das famílias não se relacionava com a escola
pública, nem tinha meios para expressar ou fazer valer, enquanto grupos distintos, uma atitude
crítica. As autoridades escolares preocupavam-se pouco com as suas opiniões. Os pais de
grande parte dos alunos eram considerados ignorantes, que era preciso educar. De uma
maneira geral, as famílias privilegiadas tinham a possibilidade de contratar um professor
particular que se deslocava a casa ou, quando tal não acontecia, matriculavam os filhos nas
escolas que melhor respondiam as suas necessidades (MANTADON e PERRENOUD, 2001,
p. 13-14).

Para as famílias populares, quando as crianças iam a escola não havia escolha, como,
aliás, ainda, hoje acontece. Mais preocupados com os problemas materiais da existência
quotidiana, não podiam, e, provavelmente, não imaginavam que podiam intervir no domínio
escolar. Por vezes algumas vozes sindicais e outras, fizeram-se ouvir, exprimindo, quer as
suas suspeições e descontentamentos em relação à escola burguesa, quer as esperanças que
depositavam na instituição. (idem).

Mudanças ocorridas no modo de vida das famílias na instituição escolar, e de uma


maneira geral, nas mentalidades, permitiram a evolução das relações entre as famílias e a
escola e a emergência de um discurso esclarecido sobre o assunto. As famílias e a escola
constituíram desde sempre as bases sociais de aprendizagem, as duas com papéis diferentes
mas que convergem. (SZYMANSK, 2011, p. 98).

1.3. Relação Família - Escola “uma Aliança Fundamental”

Uma das profissões mas difíceis é de ser pai, e é a única para a qual não há formação
(cit. In Ausloos, 1996, p.153).

Quando se fala das escolas do passado, o modelo de referência é o que vigorou até às
vésperas do 25 de abril, modelo este marcado fortemente pela disciplina. Nas escolas desta
época, não era apenas a existência de um Reitor nomeado pelo poder central que garantia um
funcionamento sem grandes sobressaltos, era também um regime de ditadura que refletia o
estilo de vida daquele período.

Nesse tempo, havia padrões de comportamento para cada grupo que determinavam até
a maneira de vestir. Os estudantes não eram exceção. Formavam um grupo específico que se
desejava “uniformizado”. E essa uniformização passava, por exemplo, pelo uso obrigatório da
bata no caso das raparigas, pelo uso obrigatório de gravata no caso dos rapazes que
frequentavam o liceu, pela proibição absoluta de usar calças no caso das raparigas e de deixar
crescer o cabelo no caso dos rapazes.

A simples infração de regras tão superficiais como estas anteriores, podiam ter como
consequência o aluno ser suspenso ou até expulso. Reprimir radicalmente os desvios fazia
parte integrante do sistema educativo, onde raras eram as famílias que se atreviam a reclamar
mesmo contra castigos que considerassem despropositados ou excessivos. Desta forma, e
apesar de tudo não há nada nas escolas do regime que possamos aproveitar e transportar para
as escolas do século XXI, pois estas pretendem encontrar o modelo certo de gestão e
administração que assegure em simultâneo disciplina e liberdade, autoridade e cooperação,
exigência e tolerância, tradição e inovação, identidade histórica e multiculturalidade, tutela de
poder central e autonomia.

Estudos recentes mostram que em vários países, nas últimas décadas, que se os pais se
envolverem na educação dos filhos, eles por ora, obtêm melhor aproveitamento escolar. De
muitas variáveis que se estudaram, o envolvimento dos pais no processo educativo foi a que
obteve maior impacto, estado este impacto presente em todos os grupos sociais e culturais
(Marques, 2001). A comunicação entre professor e pais do aluno aparece como o primeiro,
constituindo a forma mais vulgar de colaboração.

Perrenoud (citado por Pereira, 2008, p.39), refere que a educação precisa de mudar e
que as mudanças podem ser negociadas entre os diferentes agentes educativos, cabendo à
escola o papel de as tornar mais visíveis e reais, ficando as famílias mais interessadas,
próximas e conscientes da sua importância.

Hoje em dia existe cada vez mais a necessidade de a escola estar em perfeita sintonia
com a família. A escola é uma instituição que complementa a família e juntas tornam-se
lugares agradáveis para a convivência de todos.

A educação constitui uma das componentes fundamentais do processo de socialização


de qualquer indivíduo, tendo em vista a integração plena no seu ambiente. A escola não
deveria viver sem a família nem a família deveria viver sem a escola. Uma depende da outra,
na tentativa de alcançar um maior objetivo, qualquer um que seja, porque um melhor futuro
para os alunos é, automaticamente, para toda a sociedade.

De acordo com Perrenoud & Montandon (citado por Diogo, 1998, p.47), “as famílias
preocupam-se, também cada vez mais com o desabrochar e a felicidade dos seus filhos,
esperando que a escola os discipline sem os anular e os instrua sem os privar da sua infância”.
Consequentemente, a Escola é, com frequência, atentamente vigiada pelos pais que lhe
confiam os seus filhos com uma mistura de confiança e de desconfiança. Para estes autores
que referem que o diálogo com a Escola não se instaura numa base de igualdade e que,
individualmente, os pais não se relacionam numa base de igualdade, facto que se acentua
ainda mais quando em presença dos lugares mais elevados na hierarquia escolar.
não deve ser só um lugar de aprendizagem, mas também um campo de ação no qual
haverá continuidade da vida afetiva que deverá existir a 100% em casa. É na escola que se
deve conscientizar a respeito dos problemas do planeta: destruição do meio ambiente,
desvalorização de grupos menos favorecidos economicamente, etc. Na escola deve-se falar
sobre amizade, sobre a importância do grupo social, sobre questões afetivas e respeito ao
próximo.

1.4. Ação educativa e relação educativa

Segundo ALARCÃO e ALARCÃO (2005, p. 146), o desenvolvimento e


aprendizagem passam através da dinâmica e a interação entre a estrutura do sujeito e a
estrutura da tarefa e acontece de um modo integrado, global, harmónico e progressivo no
contesto do processo educativa. A acção educativa, por conseguinte, pressupõe o
conhecimento da interação da estrutura do sujeito a educar e das tarefas de desenvolvimento e
aprendizagem a propor em cada estádio. Mas por detrás da seleção e estruturação das tarefas
para atingir os objectivos fixados estão sobre tudo os educadores. Entendemos aqui educador
no seu sentido mais amplo, incluindo professores, pedagogos, psicólogos, sociólogos,
planificadores, pensadores, pais, políticos etc.

Como podemos compreender, a relação entre todos os agentes educativos origina uma
complexa rede de relações que vão influenciar o relacionamento entre o educador e o
educando a que se chama, embora numa acepção mais ampla, relação educativa. Aqui
incidiremos sobre a relação entre professor – aluno o educador e o educando. ALARCÃO e
ALARCÃO (2005, p. 147).

Portanto a relação educativa nasce, acontece, fundamentalmente, na acção educativa


ou pedagógica. Por sua vez, a relação educativa reforça ou condiciona a própria acção
educativa ou pedagógica. ALARCÃO e ALARCÃO (2005, p. 147).

1.5. Participação dos Pais na Escola

O direito à participação nasce precisamente da nossa condição de pessoas e de


cidadãos. Não é uma dádiva nem um favor, participar na comunidade educativa de forma
activa, directa e plena todos os membros que a integram. O que se passa na escola não
interessa somente aos que estão dentro dela, mas sim a todos os cidadãos (GUERRA, 2002,
p.7).
A vertente escola inclui todas actividades levadas a cabo nas escolas, individuais e
colectivas, por incentivos dos professores, dos pais ou dos alunos. Exemplos são o encontro
de um docente com um pai de um determinado aluno ou uma reunião entre o docente e os pais
de uma determinada turma, ou uma reunião entre todos os professores e todos os pais.
Incluem-se aqui, ainda, a participação de encarregados de educação em órgãos da escola ou
reuniões da associação de pais. Estas actividades constituem a fase mais visível da relação
escola-família.

A vertente lar inclui todas actividades relacionadas com a escola e desempenhadas em


casa pelo aluno e / ou os pais. Incluem actividades como os trabalhos de casa, outras
actividades manifestas do estudo (e o apoio que lhes é, ou não, dado pela família), mas
também todo tipo de iniciativa desenvolvida pela família com vista a uma melhor
escolaridade por parte do seu educando, e que são, amiúde, invisíveis fora do lar (desde o
simples incentivo ao arranjo de um espaço próprio para estudo, de materiais específicos, etc.).
Estas actividades são de difícil controlo por parte da escola e que pode levar por exemplo, a
uma má avaliação desta acerca do envolvimento dos encarregados de educação no processo
de escolarização dos seus filhos (LIMA, 2002, p. 98).

A dimensão individual engloba as actividades levadas a cabo por cada pai ou docente
ou mesmo aluno, no âmbito da relação aqui em causa. É frequente a existência de contactos
individuais por parte de docentes e pais, quer através de notas escritas, de telefonemas,
pessoalmente ou oralmente através dos educandos. A actividade parental individual é a mais
frequente, por quanto se trata da defesa directa dos interesses dos seus próprios filhos (idem).

A dimensão colectiva corresponde à dimensão da actuação organizada. Pode produzir-


se em manifestações tão distintas, como formas concertadas de actuação dos docentes a nível
da escola ou na actividade sindical nacional, por exemplo. Por parte dos pais traduz-se
normalmente em actividades ligadas às associações de pais ou à integração de órgão das
escolas, (ou outros enquanto representantes dos pais) (LIMA, 2002: 19).

A relação entre estas duas dimensões individual e colectiva pode ser de


complementaridade, mas também de tensão. Num caso estaremos perante a defesa de
interesses particulares e / ou cooperativos, no outro poderemos estar perante uma actuação
que vise o sistema como um todo. (LIMA, 2002, p. 97).

1.6. Acompanhamento e visitas de encarregados de educação à escola


Em muitos aspectos, a escola desapossa os pais dos seus filhos. Priva-os da sua
presença, podendo ter várias implicações:

Por vezes é uma força de trabalho para a preparação das refeições, os trabalhos
domésticos ou as tarefas profissionais quando uma empresa familiar- agrícola ou comercial
por exemplo- tem interesse em mobilizar toda a família. A este mobile tradicional junta-se
tudo o que participa do sentimento da infância, nas sociedades modernas. A criança é uma
criação, uma expressão do casal, da família, se permanece como possessão, é cada vez mais
como força de produção ou garante da descendência, e cada vez mais como fonte de prazer e
de orgulho, objecto de amor e de preocupação, razão de viver, forma de organização
(KELLERCHLS e PASINI, 1976, p. 27). Isto não exige a presença contínua da criança, mas a
sua partida a horas fixas pode ser sentida como um desapossamento, em particular para as
mães que estão em casa.

A entrada na escola pode ser vivida como uma ruptura decisiva na relação entre a mãe
e o seu filho: pela primeira vez ele escapa-lhe para ser cuidado por outros adultos. Esta
separação nem sempre é vivida como frustração. Durante várias horas por dia a escola alivia
os pais da preocupação de vigiar a criança, de se ocupar dela. A sua liberdade vê-se acrescida
a sua responsabilidade aligeirada (MONTADON e PERRENOUD, 2001, p. 84).

Vários autores não escondem as dificuldades encontradas em todos os tipos de


experiência de aproximação entre a família e a escola. Os investigadores que se têm
interessado por este problema (Lynch e Pimlott, 1976; Wolfendale, 1983) dizem que, apesar
de todos os discursos e investigações sobre esta matéria, os pais ainda estão muito longe de
serem reconhecidos como parceiros pela escola (idem).

Em França as apreciações não são mais positivas. As tentativas de abertura da escola


à família não mudaram quase nada e as autoridades escolares colocaram-se sempre como
únicos e legítimos detentores da definição das normas em matéria de educação (Ballion, 1984,
Cahiers Pédagogiques, 1985). Entre as razões que tornam difícil o desenvolvimento de laços
satisfatórios entre as famílias e a escola, podemos destacar a grande diversidade de pontos de
vista dos actores, seja por parte da própria escola, dos professores ou dos pais. Podemos
começar por perguntar quais são actualmente os pontos de vista que a escola poderá ter
relativamente às questões colocadas pelos pais (MONTADON e PERRENOUD, 2001, p. 22-
23).
Com o contributo de Henripin (1976), podemos distinguir três grandes tipos de
atitudes das autoridades escolares assim como de alguns professores:

- Primeira atitude: Os pais são considerados como clientes, que não sabem nada de
pedagogia ou de gestão. Consequentemente, a única coisa a fazer é informá-los. A informação
prestada é, frequentemente, sobre assuntos relativamente pouco importantes. Satisfaz alguns
pais, mas deixa outros desapontados. Sem dúvida, apesar de extraordinárias possibilidades
técnicas em matéria de informação, a tarefa de bem informar continua a ser um desafio para a
maior parte das organizações. A informação fornecida pela escola nem sempre passa e não
conduz necessariamente a um processo de comunicação;

- Segunda atitude: Os pais são considerados como uma caução; são consultados para
se obter um feedback, uma informação de retorno. Isto pode dar às autoridades uma ideia do
afastamento entre as suas políticas e as expetativas dos pais. É, por vezes, uma forma de
manter a consciência tranquila. Raramente as autoridades conseguem dizer como é que as
distâncias podem ser atenuadas, com efeito não é dada qualquer garantia aos pais de que as
suas ideias ou recomendações serão tidas em conta;

- Terceira atitude: As autoridades consideram os pais como um grupo de pressão.


Elas esperam as suas reivindicações para reagir. Isto coloca os pais em situação de adversário.
Alguns desmobilizam-se, nomeadamente os que desejam uma participação concreta e
construtiva. Outros são apanhados nas malhas do jogo e vão desempenhar o seu papel de
grupo de pressão até ao fim, suscitando frequentemente a reacções negativas.

As autoridades poderiam, adoptada uma quarta atitude, considerar os pais como


verdadeiros parceiros. Os pais, sem pretenderem tornar-se profissionais do ensino ou da
gestão são, não só consultados, como participantes nas decisões. Esta concepção, raramente
concretizada, pressupõe uma vontade política de modificar as relações sociais no interior do
sistema escolar (idem).

As autoridades escolares vêem frequentemente desvantagens na participação dos pais,


mesmo quando ela é limitada. A participação pode ser considerada como uma perda de tempo
e de eficácia, como uma ideia de difícil operacionalização. As autoridades pensam que não
podem permitir-se erros ou desperdícios na utilização dos dinheiros públicos e que
“desburocratizar” para colher os pais comporta o risco de alguma arbitrariedade.
Os defensores da participação sublinham as vantagens que podem ser oferecidas às
autoridades. As atitudes dos professores, longe de serem uniformes, podem situar-se num
contínuo um. Por um lado temos a pequena minoria dos que por razões pedagógicas ou
ideológicas crêem firmemente na participação activa dos pais na escola ou mesmo na aula.
(idem).

Em nossa opinião existem pais que se contentam com um contacto individual com o
professore do seu filho e que apreciam este contacto pessoal centrado na criança e no seu
desenvolvimento. Se existir um problema, a propósito do seu filho ou programa, eles não
perspectivam a possibilidade de desenvolverem uma acção num quadro colectivo; tentam a
hierarquia escolar, procurando sempre os contactos individuais (com a direcção da escola).
Existem pais que preferem estabelecer relações através da comissão de pais.

1.7. Causas do Fraco Relacionamento Entre a Escola e a Família

As relações entre pais e professores sempre foram assunto polémico ao longo da


história do sistema educativo. Quer pela sua inexistência quer pelo seu carácter sensível que
assumem, quando se concretizam estas relações têm suscitado debates intensos e apaixonados
(LIMA, 2002: 97).

Nestas discussões, ora se culpam os pais por ignorarem positivamente ou


culpabilizarem injustamente os professores pelos problemas dos filhos, ora se acusam os
docentes de menosprezarem ou hostilizarem as perspectivam dos encarregados de educação
sobre a escolaridade dos seus filhos (idem).

Com as dificuldades sentidas na maior parte das experiências, em curso em outros


países, que visam o alargamento da participação formal dos pais nos órgãos de gestão das
escolas. Segundo Barroso (1996), estas dificuldades resultam essencialmente dos seguintes
factores:

 Conflito de competência entre os pais e os professores;


 Falta de condições que são dadas para a participação dos pais;
 Limitada representatividade de muitos dos pais eleitos;
 Formalismos das estruturas e processos de participação utilizados;
 Desinteresse que a maioria dos pais acaba por manifestar em relação as modalidades
de participação que lhe são propostas.
Pais trabalhadores, sua condição de família trabalhadora, dificulta um
acompanhamento mais próximo do trabalho académico das crianças, sua baixa escolaridade
também dificulta esse acompanhamento.

Nota-se, frequentemente, uma confusão quanto à quem cabe a educação das crianças e
quais aspectos são especifico para cada instituição. Alguns professores queixam-se de que as
famílias delegam a eles toda a educação dos filhos e, com razão, sentem-se sobrecarregados e
mesmo incapazes de realizar tal tarefa. Algumas vezes, as famílias sentem-se desautorizados
pelo professor que toma para se tarefas que são da competência da família. (SZYMANSKI,
2011: 111).

Em nossa opinião, a relação dos pais com a escala deve ser feita de ambas partes e de
igual modo existem pais que não se interessam pela educação dos filhos não cumprem a sua
obrigação de cooperadores, não comparecem na escola quando são convocados, apenas se
preocupam com os filhos no final do ano, pressionando os professores no sentido de
facilitismo.

1.8. Importância da relação entre a família e a escola no Processo docente educativo.

Nos tempos mais recentes tem havido, a nível internacional, uma maior abertura da
escola ao exterior, através da multiplicação e diversificação das suas formas de contacto com
as famílias, desde a presença de representantes dos pais nos órgãos de gestão dos
estabelecimentos de ensino às sessões informativas, aulas abertas, exposições, noites
recreativas e, até, piqueniques. (LIMA, 2002, p. 133-134).

Pode-se participar na direcção e na gestão das escolas, no processo de aprendizagem e


na dimensão comunitária, que incumbe a escola. A presença dos pais na comunidade escolar
não deve ser vista, pelos professores, como uma ameaça. Fernandez (1993), Jil Vilan (1995),
Santos Guerra (1993), Martin Moreno, (2000). Esse é um erro que prejudica
fundamentalmente o professor. Não pode haver autêntica educação em valores se a família e a
escola caminham em direcções opostas. É precisamente a colaboração entre ambas que vai
fazer frutificar uma pretensão tão completa (GUERRA, 2001, p. 12).

Conforme o sentido piagetiano, a relação escola-família prevê o respeito mútuo, o que


significa tornar paralelos os papéis de pais e professores, para que os pais garantam as
possibilidades de exporem suas opiniões, ouvirem os professores sem receio de serem
avaliados, criticados, trocarem pontos de vista. Tal parceria implica em colocar-se no lugar do
outro, e não apenas enquanto troca de favores, mas a cooperação, em seu sentido mais
prodigioso: o de supor afectos, permitir as escolhas, os desejos, o desenvolvimento moral
como construção dos próprios sujeitos, um trabalho constante com estruturas lógicas e as
relações de confiança.

Uma ligação estreita e continuada entre os professores e os pais leva pois a muita coisa
mais que a uma informação mútua: este intercâmbio acaba resultando em ajuda recíproca e,
frequentemente, em aperfeiçoamento real dos métodos. Ao aproximar a escola da vida ou das
preocupações profissionais dos pais, e ao proporcionar, reciprocamente, aos pais um interesse
pelas coisas da escola; chega-se até mesmo a uma divisão de responsabilidades (PIAGET,
1972, p. 50)

1.8.1. Modelos que permitem a participação da família na escola

Paterman (1970) distingue três tipos de participação:

 Participação plena: partilha-se o poder real e individualmente;


 Participação parcial: pode-se influir nas decisões mas não tomá-las ou participar nelas;
 Pseudo participação: as questões em que se participa já foram decididas previamente,
real ou formalmente.

Macbeth (1984) situando-se na realidade do sistema educativo faz uma diferenciação


em três formas de participar: decidir (que supõe exercer o poder), controlar (que é ter
responsabilidade sobre a forma com outro o exerce) e comunicar (que consiste na explicação
dada por quem exerce o poder) (GUERRA, 2002, p. 12).

Bastiani (1987) faz uma classificação que poderíamos escalonar na ordem inversa a
que fazíamos nos dois casos anteriores. De menos para mais:

 A compensação: a intervenção autónoma da escola deve corrigir as desigualdades e


as deficiências, a corrigir as desigualdades e as deficiências;
 A comunicação: os professores como profissionais devem informar dos propósitos
educativos, a sociedade, os pais e os alunos;
 A prestação de contas: os professores devem responder perante a família e a
sociedade pelos resultados que os alunos conseguem;
 A participação: os três sectores devem partilhar as decisões e as responsabilidades.

Gil-Villa, (1992) apresenta-se a participação a partir de três contextos diferentes:


O político (a gestão da escola), o académico (referido ao processo de ensino e
aprendizagem), e o icomunitário (o que diz respeito as actividades extras-escolares)
(GUERRA, 2002: 12).

Lima distingue três patamares na vida da escola:

        Envolvimento dos pais

Mera recepção de Informação

Presença nos órgãos da escola

Envolvimento significativo na vida da sala de aula

                 
Fig. nº 2.  Patamares de envolvimento dos pais na vida da escola (LIMA, 2002:147).
No primeiro patamar, os pais são vistos enquanto meros receptores de informação
(geralmente enviada a distância) que recebem cartões (eventualmente telefonemas) com
mensagens dos professores e da escola, assinam fichas informativas respeitantes aos seus
filhos, eventualmente acompanham-nos nos trabalhos de casa, mas mantenham-se a distância
do estabelecimento escolar propriamente dito, a não ser em visitas esporádicas normalmente
em ocasiões festivas e com pouca relevância para vida escolar dos filhos.

No segundo patamar, os pais são entendidos como parceiros menores da administração


escolar.

No terceiro patamar, os pais são encarrados como parceiros activos, principalmente na


concepção, planificação, execução e avaliação das áreas importantes do curriculum, com um
envolvimento real e significativo na sala de aula, em áreas consideradas relevantes, para este
efeito por eles e pelos professores (LIMA, 2002: 447).
Dentro desses limites, todos os membros têm direito de intervir na determinação do
desenvolvimento da dinâmica da escola. Como modelos, dificilmente são encontrados na sua
forma pura, além de cada um apresentar vantagens e desvantagens, dependendo do momento.

A participação contribui para desenvolver a responsabilidade e a capacidade de


dialogar, de planificar, de avaliar, aprender, e de trabalhar em equipa (GUERRA, 2002: 12).

1.9. Relação Escola - Família no Contexto Angolano

Trata-se de educação Angolana depois da independência, onde vamo-nos debruçar nos


mais variados aspectos da relação escola-família, focando os problemas que dificultam o
relacionamento entre estas instituições, procurando soluções para ultrapassar essa situação.

A Educação angolana significa para nós, compreendermos e analisarmos a


organização do sistema educacional como um processo que envolve questões não meramente
didáticas mas de concepção de homem do ideal politico e cultural de uma geração. É um
processo completo, pois envolvem questões que vão alem a sala de aula. A escola é um
aparelho do estado e está ao serviço dele, ela é o reflexo da política do país, é o espaço
propício do desenvolvimento da crítica social, política, ideológica, cultural e de construção do
saber necessário para o entendimento e convivência social (NGULUVE, 2010: 14- 16).

Depois da independência Angola apresentava uma taxa elevada de analfabetismo,


calculado em 85% da população. Havia urgência em se tomar medidas para a superação dessa
situação que, em termos gerais, não contribua para a defesa de direitos que, a nosso ver,
requere determinado conhecimento formal para que possam ser definidos (NGULUVE,
2010:64).

O Plano Nacional de Educação nos primeiros anos que se seguiram à independência, procurou
estimular as famílias a participarem nas actividades dos filhos na luta pela redução do
analfabetismo por meio de organização de salas de aulas, não apenas nos espaços escolares,
mas também nas fabricas, nos quarteis militares, em cooperativas agrícolas e nos bairros para
a alfabetização de adultos (NGULUVE, 2010: 62).

A cooperação entre a escola e os pais e encarregados de educação em Angola, é uma


relação frágil (problemática e polémica) porque até então essa relação não existiu. Depois da
independência, a partir da primeira reforma do sistema educativo (1976 / 2000), com o Plano
Nacional de Educação foi instaurada a aproximação da escola com a família para incentivar a
presença desta na escola e a redução do analfabetismo (MENEZES, 2010: 57).
Participação das famílias no processo de ensino e aprendizagem secundarizada com
frequência, principalmente, porque as perspectivas dos professores e dos pais e encarregados
de educação na maior parte das vezes, infelizmente, são divergentes. A colaboração entre a
escola e a família situa-se quase, exclusivamente, no âmbito da burocracia e não na
aprendizagem dos alunos, pelo facto de existirem muitas divergências e dúvidas em relação
aos papéis e funções dos actores directamente envolvidos (directores, professores e famílias)
(idem).

Em Angola as possíveis causas da falta de diálogo entre a escola e a família não difere
das outras regiões do mundo.

Não há partilha de poder no sentido de gestão participada na escola (a maior parte das
organizações escolares opta pelos modelos burocráticos e centralizados), os encarregados de
educação têm uma expectativa em relação à escola problemática que colocam em causa a
ética e o profissionalismo dos docentes (corrupção, descriminação dos aluno, etc). Existem
factores culturais que influem no relacionamento entre a escola e a família (não há uma
cultura de participação em muitos casos há uma diferença entre a cultura das famílias e a das
escolas, etc). Muitos directores e professores não aceitam a participação das famílias e
consideram que se trata de uma intromissão num campo que não lhes pertence, há problemas
de incompatibilidades de horários, falta de meios de transporte enfim, um conjunto de factores
que impedem a aproximação da família à escola, criando-se um abismo entre ambas as partes
que em nada favorece o processo escolar (MENEZES, 2010: 59).

Verificou-se que os professores reconhecem as vantagens do envolvimento da família


na escola, mas, na prática nada fazem para garantir que essas parcerias se concretizem. Por
outro lado há um traço comum a todos eles (uma postura crítica em relação às famílias), tendo
sido possível identificar nas perspectivas dos docentes as seguintes atitudes: (1) Imagem
negativa do papel parental (Os professores constituíram a ideia de que os pais e os
encarregados de educação não assumem as responsabilidades enquanto educadores). (2)
Relutância relativamente a participação dos pais na escola (apesar das críticas que fazem aos
pais e encarregados de educação por não participarem na escola, quando isso acontece
entendem que há intromissão); (3) Defesa do estatuto profissional (acham que eles são
profissionais habilitados e competentes e que os pais e encarregados de educação são
amadores) e (4) Preferência pelos pais da classe média (Preferem o dialogo com os pais e
encarregados de educação de classe social e culturas semelhantes) (idem).
Continuando ainda Menezes diz que os contactos entre a escola e a família são
escassos e quando existem, nomeadamente as reuniões com os pais e encarregados de
educação e outras envolver as famílias, regra geral, são de fraca qualidade, mal planeadas e
sem objectivos pedagógicos traçados. Estas investigações puseram em destaque haver
contradição entre as perspetivas dos professores e dos encarregados de educação. Os
primeiros ao afirmarem que os pais são desinteressados e estes a queixarem – se porque
diziam querer ajudar mas não sabiam como fazê-lo (MENEZES, 2010: 61).

Em nossa opinião a aprendizagem dos alunos é potenciada e realizada com maior


sucesso, quando existe um ambiente de colaboração entre os professores e os encarregados de
educação, assim está comprovada a importância do desenvolvimento das famílias no processo
de ensino e aprendizagem. A presença dos pais na escola contribui para o rendimento escolar
dos alunos.

No contexto angolano, para a participação da família na escola, foi implementado um


órgão que deve servir de elo de ligação entre a família e a escola chamado Comissão de Pais e
Encarregados de Educação.

A Comissão de Pais e Encarregados de Educação é o órgão representativo dos Pais e


Encarregados de Educação na escola e constitui a organização de base do núcleo familiar no
estabelecimento (ARTIGO 1º DO REGULAMENTO DAS COMISSÕES DE PAIS E
ENCARREGADOS DE EDUCACÃO, 2011, p. 2).

A Comissão de Pais e Encarregados de Educação tem por finalidade prestar a melhor


colaboração entre os pais e encarregados de educação, alunos, professores e corpo directivo
da respectiva instituição, visando a correcta formação dos seus educandos (idem).

1.10. A Relação Escola-Comunidade na actualidade

Actualmente, “um dos aspectos mais interessantes da investigação educacional é a


pesquisa qualitativa que envolve estudos sobre as parcerias entre a escola e a família” como
afirma (Menezes, 2010 p. 58).

Como vemos, é a família que representa a participação da comunidade no processo de


ensino-aprendizagem da criança.

Naturalmente, “a escola não é o único palco de produção de saberes. A casa, a rua, os


grupos existentes na comunidade são também contexto onde se produzem saberes necessário”
(Pessanha; Barros; Sampaio, 2013 p. 248).
Notamos aqui a necessidade da escola criar condições de abertura que promova a
participação da comunidade no serviço da formação do homem novo, que obviamente não se
dá de forma isolada entre os agentes educativos.

Certamente, uma escola que se perceba a si mesma como uma comunidade formada
pelos seus diferentes agentes educativos, mais do que como uma organização, tem mais
possibilidades de estimular as interacções sociais que conduzem à acumulação de capital
social, favorecendo a aprendizagem efectiva da criança.

CAPITULO 2. METODOLOGIA

2.1. Tipos, técnicas e instrumentos de pesquisa

A metodologia científica utilizada para o levantamento e análise dos dados contidos


no presente estudo, recai na abordagem quantitativa, qualitativa, estudo do caso, estudo
documental, bibliográfico e de observação. Os instrumentos usados foram o questionário e a
entrevista. Trabalhou-se com dados estatísticos para obtenção dos resultados.

O estudo do caso constitui um método de investigação utilizado no âmbito das


ciências sociais que pressupõe uma apresentação rigorosa de dados empíricos, baseado numa
combinação de evidências quantitativas e qualitativas (BARANANO, 2008: 102). E
BERELSON (citado por MARCONI e LAKATOS, 2011: 283), define metodologia
quantitativa como a descrição objectiva, sistemática e quantitativa do conteúdo manifesto da
comunicação. E qualitativa porque o pesquisador busca levantar basicamente as opiniões, as
crenças, os significados das coisas nas palavras dos participantes da pesquisa (VIEIRA, 2009:
56).
Segundo GIL (2008: 51) estudo documental – consiste na exploração das fontes
documentais, que são em grande número, baseados em documentos primários e secundários.
Primários não recebem qualquer tratamento analítico, tais como: documentos oficiais, jornais,
etc. Secundários são os documentos já analisados: relatórios de pesquisa, de empresas, etc.

Para este estudo foi utilizado o Regulamento da Comissão de Pais e Encarregados de


Educação, fornecido pelo Ministério da Educação. A pertinência do referido documento é de
atribuir maior credibilidade ao trabalho e a obtenção de dados.

Segundo MARCONI e LAKATOS (2010: 166), foi feita a abordagem de toda a


bibliografia, já tomada ao público, em relação ao tema em estudo, desde as publicações
avulsas, boletins, jornais, revistas, livros, monografias, teses, material cartográfico, etc.

Este tipo de pesquisa (documental) foi utilizado para fornecer informação na


elaboração da fundamentação teórica e da metodologia do trabalho.

Segundo GIL (2008: 100) a observação constitui um elemento fundamental para a


pesquisa. Desde a formulação do problema passando pela construção de hipótese, colecta,
análise e interpretação dos dados, a observação desempenha um papel imprescindível no
processo de pesquisa.

Foi feita a observação ao campo de estudo com a finalidade de identificar vários


aspectos relacionados a este como: a situação geográfica da escola, número de funcionários,
docentes e não docentes, alunos e a estrutura física da escola.

A entrevista é um encontro entre duas ou mais pessoas a fim de que uma delas obtenha
informações a respeito de um determinado assunto, mediante uma conversa de natureza
profissional (GIL, 2012: 180).

A entrevista consiste no desenvolvimento de precisão, focalização fidedigna e validade


de um certo acto social comum à conversação (GOODE e HATT, 1969: 237 citado por
MARCONI e LAKATOS, 2011: 279).

Foi efectuada uma entrevista estruturada ao director geral que continha 12 questões,
com a duração de 25 minutos.

O questionário consiste em um conjunto de questões com relação a uma ou mais


variáveis a serem medidas (SAMPIERI e COLLADO, 2006:325). É um instrumento de
colecta de dados constituído por uma série ordenada de perguntas que devem ser respondidas
por escrito e sem presença do entrevistador (MARCON e LAKATOS, 2010: 184).

Aplicámos o questionário para os professores, alunos e pais e encarregados de


educação. O seu preenchimento iniciou-se pela caracterização dos professores, alunos, pais e
encarregados de educação, facilitando-nos na obtenção de informações a cerca do género e da
idade dos intervenientes da pesquisa. Após o seu preenchimento, para os professores que
leccionam no período da manhã foram levantados três horas depois e para os professores que
leccionam no período da tarde foram levantados no dia seguinte. Para os alunos, foram
levantados 4horas depois. A estratégia usada ao pais e encarregados de educação foi de
mandar os inquéritos com os alunos para casa, com o fim de os pais fazerem o seu
preenchimento, e todos foram preenchidos e trazidos no dia seguinte.

2.2. Caracterização da Amostra

A população abrangida pelo nosso trabalho é constituída da seguinte forma: Director


geral, professor, pais e encarregados de educação e alunos. Trabalhamos com uma amostra de
39 interlocutores que foram escolhidos de forma aleatória.

Segundo MARCONI E LAKATOS (2010:147), amostra é uma parcela convencional


selecionada do universo (população), ou seja, é o subconjunto do universo. Amostragem não
probabilística é aquela que é feita, mas dependendo do critério do investigador para a sua
selecção (idem).

Para os professores e pais e encarregados de educação foi usada a amostra


probabilística por serem adultos e responsáveis. Para os alunos foi selecionada a amostra não
probabilística, porque são, na sua maioria, menores de idade; por este motivo participaram
somente os alunos da 9ª classe.

Tabela nº 1. Caracteriza da População e Amostra.

Amostra População Frequência %


Director 2 1 3
Professores 44 13 33
Pais e encarregados de educação 1288 10 26
Alunos 2280 15 38
Total 3613 39 100%
Tabela nº 2. Caracterização da Amostra por idade dos professores inqueridos
Idade
Classe Frequência %
25 – 30 2 15,3
31 – 35 2 15,3
36- 40 3 23
41 – 45 5 38,4
46 -50 1 8
Total 13 100%

No que refere a idade dos professores, constata-se que a faixa etária  varia entre 25 a 50 anos,
onde indivíduos de  41 – 45 anos representam 38,4% que são a maioria.

Tabela nº 3. Caracterização da amostra por género dos professores inqueridos


Género
Masculino Feminino
Freq. % Freq. % Total
1 7,6 1 8 15,6
1 7,6 1 8 15,6
- - 3 23 23
1 7,6 4 31 39
1 7,6 - - 7,6
4 30% 9 70% 100%

Quanto ao género: 30% dos professores são do género masculino e 70% são do género
feminino que na maior parte são donas de casa e têm uma responsabilidade a dobrar.
Tabela nº 4. Caracterização da amostra das habilitações literárias dos professores
inqueridos.
Habilitações Literárias
Nível Académico Frequência %
Técnico Médio 8 62
Bacharel 4 30
Licenciado 1 8
Total 13 100%

No que concerne ao nível académico, 62% dos professores são técnicos médios, 30%
são bacharéis e 8% são licenciados.
Tabela nº 5. Caracterização da Amostra  do tempo de serviço dos professores
inqueridos.
Tempo de serviço
Ano Frequência %
6 à 10 4 31
11 à 15 3 23
16  à 20 5 38
21 à 25 1 8
Total 13 100%

Quanto ao tempo de serviço 31% dos professores inqueridos têm de 6 – 10 anos de


serviço, 23% têm de 11 – 15 anos de serviço, 38% têm de 16 – 20 anos de serviço que
representam a maioria. Este grupo de professores têm o maior tempo de serviço o que
significa que a escola tem uma grande força motriz e com experiência de trabalho para
orientar os professores com menos tempo de serviço. E por fim 8% têm de 21 – 25 que um
total de 100%.

Tabela nº 6. Caracterização da amostra por idade dos pais e encarregados de educação


inqueridos.
Idade Freq. %
20-25 1 10
26-30 3 30
31-35 1 10
36-40 2 20
41-45 1 10
46-51 1 10
51-56
57-61 1 10
Total 10 100%

Tabela nº 7  Caracterização da amostra em género dos pais e encarregados de educação.


Género
Masculino Feminino
Freq. % Freq. %
1 10
3 30
1 10
1 10 1 10
1 10
1 10 1 10
           
Quanto ao género: 40% dos pais e encarregados de educação inqueridos são dos
géneros masculinos e 60% são género femininos (algumas são donas de casa e conciliam o
seu trabalho com o acompanhamento escolar dos filhos), com uma percentagem de 100% no
total.

Tabela nº 8. Caracterização da amostra das habilitações literárias dos pais e


encarregados de educação inqueridos.
Habilitações Literárias
Nível Académico Freq. %
Ensino de Base 1 10
Técnico Médio 6 60
Bacharel 1 10
Licenciado 2 20
Total 10 100%

Nível académico: 10% dos encarregados têm o ensino de base, 60% são técnicos
médios, 10% são bacharéis e 20% são licenciados, num total de 100%.

Gráfico nº 9 Caracterização da amostra das profissões dos pais e encarregados de


educação inqueridos.

Profissões
Tipos de profissões Freq. %
Pintores 2 20
Educadora de Infância 1 10
Ferreiro 1 10
Enfermeira 1 10
Secretária 1 10
Gestores 1 10
Professores 3 30
Total 10 100%

Os pais e encarregados de educação têm como profissão: 20% são pintores, 10% são
educadores de infância,10% são ferreiros, 10% são gestores e 30% são professores.

Na nossa opinião, os pais e encarregados de educação que têm como profissão


“professor” têm uma grande influência no acompanhamento de seus educandos na escola
porque estes têm conhecimentos de pedagogia, o que lhes permite melhorar a relação da
família com a escola.

Tabela nº 10.  Caracterização da amostra por idade dos alunos inqueridos.


Idade
Idade Freq. % Classe
11 à 15 10 67 9ª
16 à 20 5 33 9ª
Total 15 100
No que se refere a idade dos alunos inqueridos, 67% estão na faixa etária dos 11-15 anos e
33% estão na faixa etária dos 16-20 anos.
Tabela nº 11- Caracterização da amostra por género dos alunos inqueridos.
Género
Masculino Feminino Classe
Freq. % Freq. %
4 27 6 40 9ª
2 13 3 20 9ª

Quanto ao género, 40% são do género masculino e 60% são do género feminino, que fazem o
total de 100% todos da 9ª classe.

Na nossa opinião, todos os alunos, de uma forma geral, necessitam do acompanhamento dos
pais e encarregados de educação porque melhora o rendimento escolar do aluno, o processo
de ensino e aprendizagem e também prepara-os para a sua inserção na sociedade.

2.3. Caraterização do Campo de estudo

Neste item, pretende-se identificar vários aspectos relacionados com o campo de estudo
como: situação geográfica da escola, número de docentes, de alunos, de pais e encarregados
de educação, estrutura física e a data da inauguração da escola. Fica situada, no Município de
Belas, Comuna de Camama, onde a Norte encontra-se a Cidade Universitária, à Sul o
Condomínio Jardin do Éden, à Oeste o Hospital Geral de Luanda e à Este a Centralidade do
Kilamba. A escola foi inaugurada em 22 de Janeiro de 2010. Quanto à estrutura física, a
escola dispõe de 15 salas de aulas, 8 WC, Gabinete do Director Geral, Gabinete do
Subdirector Pedagógico, Gabinete do Subdirector Administrativo, Secretaria, Cantina, Campo
desportivo, jardim, Guarita e pátio. A escola funciona em dois turnos: um no período da
manhã com o ensino primário e outro no período da tarde com o primeiro Ciclo do ensino
secundário.

A mesma escola tem Director geral, 1 subdirector administrativo, 44 professores, 2880


alunos, 6 guardas e 6 funcionárias de limpeza. Tem luz elétrica e água canalizada e todas as
condições para um bom funcionamento.

A escola está localizada dentro de uma comunidade de boa convivência e maioritariamente


trabalhadora, que leva uma vida dinâmica atendendo as exigências que a mesma lhes impõem.
De nível social médio, é constituída por funcionários públicos, privados e outros trabalham
por conta própria.

Possui infraestruturas como____________________-, alguns mercados informais pequenos,


que oferece oportunidade de trabalho, para todos os seus membros e não só. Existem apenas
quatro escolas públicas na comunidade, fazendo com que haja uma grande demanda na
população estudantil.

CAPITULO 3. ANÁLISE, INTERPRETAÇÃO E DISCUSSÃO DE DADOS

3.1. A Relação entre a escola e a família no processo de ensino e aprendizagem.

Tabela nº 12. Relação entre a escola e a família no processo de ensino e aprendizagem.

Boa Má Regular Total


Freq. % Freq. % Freq. %
5 38,4 2 15,3 6 46,3 100%
46,3% dos professores disseram que a relação escola-família é regular, porque os
encarregados de educação não têm colaborado a cem por centos nas actividades dos seus
educandos, e a maior parte só vai à escola quando é convocada; analisando o quadro vemos
claramente que obtivemos uma boa colaboração ao responderem os inqueridos. 38,4 dos
professores dizem que a relação escola-família é boa, porque tem havido uma comunicação
aberta, e os pais têm sido prestáveis nas suas informações relacionados aos seus filhos. Há um
espírito de ajuda. Portanto existe um dinamismo no processo de ensino e aprendizagem.
15,3% dos professores alegam haver má relação, porque os pais e encarregados de educação
não aparecem na escola e há falta de diálogo.

O Director geral da escola do ensino primário e do Iº Ciclo do ensino secundário nº


315 -11 de Novembro, relatou que, “a relação escola-família é razoável porque sempre que
convocamos os encarregados, não aparecem todos. A escola está sempre disponível para a
família, a relação é bem-vinda porque facilita o processo de ensino e aprendizagem. O
professor não pode fazer tudo, o bom pai é aquele que se preocupa com questões académicas
do filho”.

Na nossa opinião, a relação escola-família deve ser fundamental, porque é através do


intercâmbio de experiências, que o encarregado poderá ajudar o educando nas suas
debilidades. A relação escola-família deve ser cultivada para se tirar dela o maior proveito na
aprendizagem do aluno.

3.2. Acompanhamento e visitas de encarregados de educação à escola.

Tabela nº13. Acompanhamento da família no rendimento escolar do educando.

Sim Não As vezes Total


Freq % Freq. % Freq. %
2 15 0 0 11 8500% 100

Segundo os dados estatísticos da tabela, constatamos que 85% dos professores


inqueridos disseram que os pais e encarregados de educação têm acompanhado os filhos no
seu rendimento escolar às vezes, porque não há muita disponibilidade por parte dos
encarregados de educação. Normalmente, algumas famílias aparecem no final do trimestre
para assinarem os boletins de nota e as cadernetas. Nem todos os encarregados estão
interessados no rendimento do seu filho.15% dos professores disseram que os pais têm
acompanhado os filhos no seu rendimento escolar, porque as visitas à escola devem ser feitas
regularmente para o melhor acompanhamento ao comportamento e aproveitamento escolar do
aluno.

Segundo o director da escola nº 315 -11 de Novembro “ há pais que não acompanham
os seus filhos e as crianças precisam de alguém para lhes orientar, é necessário que o
encarregado esteja em primeiro lugar e em segundo lugar a escola. A família é o elo de
ligação com a escola, a mesma não pode trabalhar isoladamente, deve haver um intercâmbio
mútuo”.

Na nossa opinião, o acompanhamento de visitas dos pais e encarregados de educação é


muito importante, porque é nas reuniões onde a família fica a saber do rendimento e
comportamento do educando, onde a família deseja saber e entender o aproveitamento
académico dos mesmos, visto que a escola tem-lhes apresentado algumas preocupações em
relação aos resultados. Sabe-se que a família é a célula primária para educação em diversas
vertentes, também responsável para lapidação dos hábitos e habilidades trazidas pelos alunos.
Daí a importância das reuniões trimestrais, onde deve-se abordar questões e situações vividas
nas duas instituições. Existem pais que nunca compareceram na escola, alegando que não têm
tempo de participar nas reuniões por motivos religiosos, de trabalho e outros; também há pais
separados.

Tabela nº14. Reuniões e encontros que a direcção convoca aos pais e encarregados de
educação.
Sim Não As vezes Total

Freq % Freq % Freq %


6 60% 0 0 4 40% 100

Portanto, 60% dos pais e encarregados de educação disse que tem participado às
reuniões e encontros que a direcção da escola convoca, porque os pais preocupam-se com os
seus educandos e com as actividades escolares dos mesmos. Ainda, os pais disseram que a
direcção necessita do seu contributo às reuniões. Por isso, ficam a saber do comportamento e
desenvolvimento dos seus educandos. Finalmente para poder ajudar o desenvolvimento da
escola e dos seus filhos, tendo em conta que têm uma responsabilidade com eles, não
deixando só com a escola. 40% dos pais e encarregados de educação disse que tem
participado às reuniões ou encontros que a direcção da escola convoca, às vezes, por falta de
disponibilidade, razões de trabalho, os filhos transmitem muito tarde a convocatória. Existem
encarregados que não comparecem às reuniões, mais mandam outros membros da família.

Segundo o director da escola nº 315 -11 de Novembro “a escola reúne com os pais três
vezes ao ano, e as reuniões têm uma agenda de trabalhos, onde abordam alguns pontos, tais
como comportamento e aproveitamento dos alunos”.

3.3. Participação dos pais na escola

Tabela nº 15. O papel dos pais e encarregados de educação na participação das


actividades da escola.

Bom Mau Razoável Total


Freq % Freq % Freq %
5 50 0 0 5 50 100%

50% dos pais e encarregados de educação disse que a sua participação é boa porque
dão o seu apoio, a fim de que as actividades da escola ocorram da melhor maneira. O papel de
um pai é de educar o seu filho, e esse tipo de actividade é bom para o desenvolvimento da
relação de pai para filho, para o bem da escola, dos alunos e do ensino.

50% dos pais e encarregados de educação disse que o seu papel na participação das
actividades da escola é razoável porque vários pais e encarregados de educação não
participam e nem se preocupam com as actividades da escola. Segundo o pronunciamento do
inquérito nº 7 dos pais e encarregados de educação “nem sempre há tempo para uma
participação mais activa por estar ocupado com outras actividades de maior
responsabilidade”.

Segundo o director da escola nº 315-11 de Novembro, “a participação da família na


escola não possibilita a cooperação de ambas as instituições, porque ela só coopera na limpeza
da escola, não coopera para a melhoria da higiene corporal e no aproveitamento escolar dos
educandos. As actividades desenvolvidas pelos encarregados de educação têm beneficiado a
escola e os alunos em pequena escala. É pena que a comissão de pais não funciona e
impossibilita essa relação”.

Na nossa opinião o modelo de participação parcial apresentado pelo Paterman é o que


se adequa à escola 2003 na medida explica melhor a participação dos pais e encarregados de
educação na escola, pois estes emitem as suas opiniões as quais influenciam na tomada de
decisões. As decisões são formalmente tomadas pela escola.

3.4. Condições sociais como factor que influencia no relacionamento entre a escola e a
família.

Tabela nº 16. Condições sociais como factor que influência no relacionamento entre a escola e
a família.

Sim Não Total


Freq % Freq %

4 40% 6 60% 100

40% dos pais e encarregados disse que a falta de condições sociais adequadas é um factor que
influencia no relacionamento entre a escola e a família porque a escola e a família possuem
um conjunto de normas, regras e valores.

60% dos pais e encarregados de educação disseram que a falta de condições sociais
adequadas é factor que não influência no relacionamento entre a escola e a família, porque
Deus nunca permite que isso aconteça, as condições sociais não adequadas não pode terminar
a relação entre a escola e a família.

Na nossa opinião a falta de condições sociais como: alimentação, vestuário, material escolar,
etc. são factores que não devem influenciar negativamente no relacionamento da família com
a escola.

3.5. Acesso dos alunos às reuniões que a escola realiza.


Tabela nº 17. Acesso dos alunos às reuniões que a escola realiza.
Sim Não As vezes Total
Freq % Freq % Freq %
3 20 10 67 2 13 100

20% dos alunos disse que tem acesso às reuniões que a escola tem feito com a família.

67% dos alunos disse que não tem acesso às reuniões que a escola tem feito com a família
porque é um dia em que os professores falam do seu comportamento para os pais. Segundo o
pronunciamento do inquérito nº 3 dos alunos “assim que eles chagam em casa nós
perguntamos e ficamos a saber o que se abordou na reunião”. Ainda outros alunos disseram
que “ a reunião é marcada somente para os encarregados de educação, alguns encarregados
não gostam que os filhos os acompanham às reuniões. Normalmente não permitem, só se vier
com o próprio encarregado”.

13% dos alunos disse que tem acesso às reuniões que a escola tem feito com as famílias, às
vezes, porque temos de ir às reuniões para ouvir que a directora ou o professor querem nos
transmitir.

Tabela nº18.  Encontro dos pais com os professores.


Alíneas Freq %
a) Vêem à escola? 9 60
b) Mandam bilhetes? 2 13
c) Contacto telefónico? 4 27
Total 100

60% dos alunos disse que os pais vêm à escola porque vindo à escola é a maneira de
estar mais informado sobre o filho, é mais prático os pais irem à escola saberem dos filhos e
conhecerem os professores. O encarregado de educação deve contactar o professor para saber
das notas e do comportamento e saber se o seu filho é aplicado nos estudos.

13% dos alunos disse que os pais mandam bilhete, porque não têm tempo suficiente de
irem à escola, trabalham de segunda-feira à sexta-feira, e sábado dizem que estão cansados.

27% dos alunos disse que os pais contactam o professor por telefone porque têm tido
pouco tempo para ir à escola, o meio mais rápido é ligando. Eles acham que é o melhor
método e o mais rápido. Segundo o pronunciamento do inquérito nº 1 dos alunos é importante
que os pais acompanhem o desenvolvimento dos filhos dentro da escola como o fazem dentro
da família. Alguns alunos disseram que os pais não os acompanham à escola para saberem das
suas notas e do seu comportamento porque eles trabalham e saem tarde do trabalho, são muito
ocupados e não têm tempo, ou então estão cansados.

3.6. Influência da relação entre a escola e a família no processo de ensino e


aprendizagem.
Tabela nº19: Influência da relação entre a escola e a família no processo de ensino e
aprendizagem.
Sim Não As vezes Total
Freq. % Freq. % Freq. %
1 6 4 27 10 67 100

6% dos alunos disseram que os pais e encarregados de educação ajudam nas tarefas que a
escola manda para casa. Segundo o pronunciamento do inquérito nº2 dos alunos “os meus
pais ajudam nas tarefas para que eu tenha boas notas. 27% dos disseram que os pais não
ajudam nas tarefas que a escola manda para casa. Alguns pronunciamentos do inquérito dos
alunos:

- os meus pais não têm tempo para me ajudar nas tarefas diárias porque chegam muito tarde
do trabalho.

- Alguns alunos disseram que não precisam da ajuda dos pais para fazerem as tarefas.

67% dos alunos disseram que os pais ajudam nas tarefas que a escola manda para casa, às
vezes, porque nem sempre têm tempo, ajudam quando estão desocupados, eles não têm tempo
todos os dias; outros disseram que nem sempre pedem ajuda aos pais. Segundo a Directora
geral, “o fraco desempenho ou ausência dos pais e encarregados de educação afecta no
rendimento escolar dos alunos porque, em alguns casos, o aluno apresenta um baixo
rendimento escolar por alguns motivos como fome, doenças e outros problemas que o
professor desconhece; é necessária a presença dos pais na escola para darem a conhecer ao
professor”.

3.7. Opinião de alguns professores sobre a importância da cooperação entre a família e a


escola no processo de ensino e aprendizagem

Segundo os pronunciamentos do inquérito nº 6, dos professores, temos o seguinte registo:

 A cooperação entre a família e a escola é muito importante, porque família ajuda na


resolução das dificuldades do aluno através do diálogo;
 A família, que coopera com a escola, consegue fazer o acompanhamento do seu
educando no processo de ensino e aprendizagem;
 Esta cooperação entre a família e a escola, no processo de ensino e aprendizagem, faz
com que o grau de rendimento cresça;
 Os alunos, cujas famílias visitam a escola, têm o melhor rendimento escolar em
relação aos alunos cujas famílias, debilmente, visitam a escola;
 A importância da cooperação, entre a família e a escola, é para ambas as instituições
seguirem de perto a aprendizagem dos alunos;
 A cooperação entre a família e a escola é importante porque, através desta, podemos
ajudar o educando nas suas actividades escolares;
 A importância dessa cooperação é de acompanhar os filhos nas suas trajectórias
educacionais;
 A cooperação é importante porque motiva a acção de aprendizagem do aluno e
aumenta a responsabilidade do professor.

Segundo o Director geral “a cooperação entre a família e a escola facilita e melhora o


processo de ensino e aprendizagem; a relação é bem-vinda”.
CONCLUSÃO

A abordagem científica sobre a problemática da relação entre a família e a escola no


processo de ensino e aprendizagem, referente ao estudo em causa, foi realizada no período de
Dezembro-Março de 2022/2023, na Escola Primária e do Iº Ciclo do Ensino Secundário nº
315- 11 de Novembro, localizada na comuna do Caxito Açucareira. Este trabalho tem como
objectivo compreender a relação entre a escola e a família e os problemas que afectam essa
relação para garantir a eficácia do processo de ensino e aprendizagem. Foram as opiniões dos
elementos que constituíram amostra da população em alvo e estabelecer a comparação com os
fundamentos científicos de vários autores, através de dados obtidos pelo questionário e
entrevista, tratados e analisados conforme a descrição teórica deste estudo.

Os resultados obtidos na análise e interpretação de dados indicam que a relação entre a


escola e a família é razoável. Porque os pais e encarregados de educação, na sua maioria, não
compreendem os benefícios que a relação traz para a eficácia do processo de ensino e
aprendizagem.

Assim, o resultado dos dados obtidos não confirmam a primeira hipótese do tema em
estudo “a falta de abertura da escola para a família faz com que esta se sinta marginalizada,
isto é, a família não participa”, percebe-se que a escola está aberta para a família a partir de
reuniões, encontros para limpeza da escola e assinaturas de boletins.

Em relação a segunda hipótese “ o baixo nível de formação académica de algumas


famílias faz com que haja pouca compreensão da linguagem da escola dificultando a sua
participação”, não foi confirmada. Existe uma relatividade em alguns casos, os pais e
encarregados de educação com alto nível de formação académica não participam na escola
alegando falta de disponibilidade.

A terceira hipótese não foi confirmada “as condições sociais, tais como a pobreza,
constituem um factor que impossibilita a participação da família na escola”. Os factores
sociais não influenciam a participação da família na escola.

Chegou-se à conclusão de que a melhoria da qualidade do processo de ensino e


aprendizagem não depende apenas do professor nem da escola, mas da união da escola com a
família.
DIFICULDADES ENCONTRADAS

O presente estudo apresenta limitações à medida que começou a ser elaborado em tão pouco
tempo, aí num espaço de dois meses antes das provas dos exames de 2012. Não foi possível
colher mais dados, porque o tempo foi insuficiente.

Quanto ao questionário, só conseguimos trabalhar de verdade, quando mudamos de


orientador.

Quanto às dificuldades encontradas durante a realização do trabalho, pode-se indicar algumas


como:

 Dificuldade de se encontrar bibliografia concernente ao tema em estudo;


 Complexidade dos pais e dos alunos em responderem as questões;
 Dificuldade na execução do trabalho;
 Foi difícil a elaboração deste trabalho por ser a primeira experiência na área de
investigação científica.

Com todos os imprevistos citados, anteriormente, neste trabalho cometeu-se possíveis lacunas
que poderão ser superadas num próximo estudo.
AMOSTRA

Minha sala tem 1 professor e 36 alunos no total são 37.

População, minha escola tem 1474 alunos um director e um director Pedagógico

CARACTERIZAÇÃO DO CAMPO DE ESTUDO.

A minha escola localiza-se a Norte pelo Hamburgueria Rua do Quissoma.

A Este pela Igreja Católica.

Oste pela Escola Superior Pedagógica do Bengo.

Sul pelo Hospital Municipal do Dande.

A escola tem 1 Directo Geral e 1 Pedagógico.

SUGESTÕES
Todo trabalho científico exige uma contínua e sistemática pesquisa.

 Na nossa opinião a escola e a família devem desempenhar um papel crucial na


participação e tomada de decisões relativas as actividades com a escola, influenciando
a problemática do processo de ensino e aprendizagem dos educandos.
 Deve haver maior impacto no processo de ensino e aprendizagem dos educandos, para
uma boa ligação escola, família e comunidade.
 A escola deve dar oportunidade dos pais participarem na tomada das decisões dentro
da instituição, ser mais inclusiva possível, democrática e uma gestão mais
participativa.
 Para que haja eficácia no processo de ensino e aprendizagem na escola nº 2003, somos
de opinião que os pais devem participar na tomada de decisões da escola.

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[2] Idem.

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