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INSTITUTO SUPERIOR TÉCNICO DE ANGOLA – ISTA

________________________________________________________________
Criado pelo Decreto nº 24/07 do Conselho de Ministros, em 07 Maio de 2017
DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS SOCIAIS E HUMANAS
CURSO DE PSICOLOGIA

Disciplina :

INTRODUÇÃO AO ESTUDO DA ANATOMIA

GRUPO Nº 01
2º ANO
SALA: 02
PERÍODO: TARDE

O Docente
__________________

CAXITO-DEZEMBRO
2022/2023
INSTITUTO SUPERIOR TÉCNICO DE ANGOLA – ISTA
________________________________________________________________
Criado pelo Decreto nº 24/07 do Conselho de Ministros, em 07 Maio de 2017
DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS SOCIAIS E HUMANAS
CURSO DE PSICOLOGIA

INTRODUÇÃO AO ESTUDO DA ANATOMIA

Trabalho apresentado ao Instituto Superior Técnico de


Angola (ISTA) no curso de Psicologia, como requisito
parcial para avaliação na cadeira de:

Orientado pelo Prof.:

AUTORES DO GRUPO

1. Manuel João Caculo Bernardo


2. Maria António Domingos da Silva
3. Margarida Manuela Gonçalo António Prata
4. Paulo Francisco Muxito
5. Pedro Garcia Félix João
6. Domingos Lemos Dias dos Santos
7. Rodrigo Sacamboa Caumba
8. Ana Maria Cazequeza

CAXITO - DEZEMBRO
2022/2023
SÚMÁRIO

INTRODUÇÃO.........................................................................................................................1

1. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICO..........................................................................................2

1.1. Conceito de Anatomia..................................................................................................2

1.2. Normal e Variação Anatômica.....................................................................................3

1.3. Nomenclatura anatômica..............................................................................................3

1.4. Posição anatômica........................................................................................................3

1.5. Divisão do corpo humano.............................................................................................4

1.6. Planos de delimitação e secção do corpo humano...........................................................4

1.6.1. Termos de posição e direção.....................................................................................4

1.7. Sistema esquelético..........................................................................................................5

1.7.1. Classificação dos ossos..............................................................................................6

1.7.2. Periósteo....................................................................................................................7

1.7.3. Cartilagem.................................................................................................................7

1.7.4. Ligamentos................................................................................................................7

1.7.5. Articulações...............................................................................................................8

1.7.6. Articulações Fibrosas................................................................................................8

1.7.7. Articulações Cartilaginosas.......................................................................................9

1.7.8. Articulações Sinoviais...............................................................................................9

2. MOVIMENTOS DAS ARTICULAÇÕES SINOVIAIS......................................................10

2.1. Classificação funcional das articulações sinoviais.....................................................10

2.2. Classificação morfológica das articulações sinoviais.................................................11

2.3. Complexidade de organização....................................................................................11

2.3.1. Músculos..................................................................................................................12

2.3.2. Músculo-Esquelético...............................................................................................12

2.3.3. Classificação  morfológica dos músculos esqueléticos...........................................13


2.3.4. Classificação funcional dos músculos esqueléticos.................................................13

2.4. Sistema Circulatório.......................................................................................................14

2.4.1. Sistema circulatório sanguíneo................................................................................14

2.4.2. Coração....................................................................................................................15

2.5. Sistema Circulatório Linfático.......................................................................................15

2.5.1. Sistema Nervoso......................................................................................................15

2.5.2. Sistema nervoso central...........................................................................................16

2.5.3. Sistema Nervoso Periférico.....................................................................................16

2.5.4. Terminações nervosas e gânglios............................................................................17

2.5.5. Sistema Nervoso Autônomo....................................................................................17

2.5.6. Sistema Respiratório................................................................................................18

2.5.7. Órgãos do sistema respiratório................................................................................18

2.6. Inspiração e Expiração...................................................................................................19

3. CONSIDERAÇÕES FINAIS................................................................................................20

BIBLIOGRAFIA......................................................................................................................21
1

INTRODUÇÃO

A Anatomia Humana é uma das ciências médicas mais antigas, estudando estruturas e
funções do corpo humano. Mompeo e Perez consideram a anatomia como uma coluna
fundamental e de grande sustento para as ciências que formam profissionais da área da saúde
e afins, uma vez que seu entendimento é necessário a um bom proceder profissional.

Para tanto, ao se estabelecer a relação professor-aluno, é necessário ter a clareza de que esses
indivíduos precisam ser vistos como seres humanos que se inter-relacionam num mesmo
tempo e espaço a sala de aula. Nesse relacionamento, considerado longo e complexo, os
sujeitos se influenciam reciprocamente, e os resultados do ensino e da aprendizagem
dependerão das muitas possibilidades de diretrizes desse relacionamento.

Nessa perspectiva, percebemos, com base numa revisão bibliográfica, que o ensino da
Anatomia Humana ainda não apresenta mudanças significativas, mesmo em meio ao avanço
tecnológico e à evolução dos métodos didáticos. Autores como Stacciarini e Esperidião
afirmam que o conteúdo era e continua a ser apresentado de forma expositiva, gerando como
resposta a unilateralidade de comunicação e a restrição do raciocínio crítico do aluno. Para
descrever o corpo humano os primeiros anatomistas tiveram que padronizar suas descrições
para evitar a grande confusão de termos que surgiram. Uma mesma estrutura recebia vários
nomes o que tornava impossível a internacionalização da descrição anatômica.

Uma vez definida a posição anatômica, era necessário estabelecer os limites do corpo
através de planos tangentes ao mesmo. Os planos tangentes à cabeça, aos pés, ao ventre, ao
dorso, e os laterais delimitam, inscrevem ou contém o corpo e pôr isto são chamadas de
Planos de Inscrição ou Tangentes do corpo. A intersecção destes planos de inscrição forma a
figura geométrica de um paralelepípedo no qual está inscrito ou contido o corpo. Estes seis
planos de inscrição são: cranial ou superior, caudal, podal ou inferior; ventral ou anterior;
dorsal ou posterior e laterais direito e esquerdos. Assim, os principais objetivos deste estudo
foram investigar as percepções acadêmicas sobre introdução sobre estudo da Anatomia
Humana.
2

1. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICO

1.1. Conceito de Anatomia

No seu conceito mais amplo, a Anatomia é a ciência que estuda, macro e


microscopicamente, a constituição e o desenvolvimento do corpo humano. Anatomia é uma
palavra grega que significa cortar em partes, cortar separado sem destruir os elementos
componentes. O equivalente em português é dissecção. Anatomia é a parte da biologia que
estuda a morfologia ou estrutura dos seres vivos. (GERMAIN, 1991)

Etimologicamente, Anatomia significa cortar em partes. Entretanto esse termo tem um


significado muito mais amplo, pois a Anatomia estuda a forma e a estrutura de seres vivos ou
objetos e as relaciona com a função (PETRUCELLI, 1997). Duas frases muito citadas
definem bem a importância desta ciência: “A forma é a imagem plástica da função” e “A
Anatomia está para a Fisiologia, assim como a Geografia está para a História: o cenário dos
eventos”. (FREITAS, 2004, p. 32).

Uma definição assim tão ampla abrange vários níveis de observação como o
macroscópico (vista desarmada), mesoscópico (lupa), microscópico (microscópio de luz) e o
submicroscópico (microscópio eletrônico).No seu conceito mais amplo, a Anatomia é a
ciência que estuda, macro e microscopicamente, a constituição e o desenvolvimento dos seres
organizados. (GERMAIN, 1991, p. 89).

Um excelente e amplo conceito de Anatomia foi proposto em 1981 pela American


Association of Anatomists: "anatomia é a análise da estrutura biológica, sua correlação com a
função e com as modulações de estrutura em resposta a fatores temporais, genéticos e
ambientais. Tem como metas principais a compreensão dos princípios arquitetónicos da
construção dos organismos vivos, a descoberta da base estrutural do funcionamento das várias
partes e a compreensão dos mecanismos formativos envolvidos no desenvolvimento destas.
(GERMAIN, 1991)

A palavra Anatomia é derivada do grego anatome (ana = através de; tome = corte).
Dissecação deriva do latim (dis = separar; secare = cortar) e é equivalente etimologicamente a
3

anatomia. Contudo, atualmente, Anatomia é a ciência, enquanto dissecar é um dos métodos


desta ciência. (GERMAIN, 1991)

Seu estudo tem uma longa e interessante história, desde os primórdios da civilização
humana. Inicialmente limitada ao observável a olho nu e pela manipulação dos corpos,
expandiu-se, ao longo do tempo, graças a aquisição de tecnologias inovadoras. Actualmente, a
Anatomia pode ser subdividida em três grandes grupos: Anatomia macroscópica, Anatomia
microscópica e Anatomia do desenvolvimento. (GERMAIN, 1991)

1.2. Normal e Variação Anatômica

Normal, para o anatomista, é o estatisticamente mais comum, ou seja, o que é


encontrado na maioria dos casos. Variação anatômica é qualquer fuga do padrão sem prejuízo
da função. Assim, a artéria braquial mais comumente divide-se na fossa cubital. Este é o
padrão. Entretanto, em alguns indivíduos esta divisão ocorre ao nível da axila. Como não
existe perda funcional esta é uma variação. Quando ocorre prejuízo funcional trata-se de uma
anomalia e não de uma variação. Se a anomalia for tão acentuada que deforme profundamente
a construção do corpo, sendo, em geral, incompatível com a vida, é uma monstruosidade.
(CASTRO, 1985)

1.3. Nomenclatura anatômica

Como toda ciência, a Anatomia tem sua linguagem própria. Ao conjunto de termos
empregados para designar e descrever o organismo ou suas partes dá-se o nome de
Nomenclatura Anatômica. Com o extraordinário acúmulo de conhecimentos no final do
século passado, graças aos trabalhos de importantes “escolas anatômicas” (sobretudo na Itália,
França, Inglaterra e Alemanha), as mesmas estruturas do corpo humano recebiam
denominações diferentes nestes centros de estudos e pesquisas. Em razão desta falta de
metodologia e de inevitáveis arbitrariedades, mais de 20 000 termos anatômicos chegaram a
ser consignados (hoje reduzidos a poucos mais de 5 000). (CASTRO, 1985).

1.4. Posição anatômica

Para evitar o uso de termos diferentes nas descrições anatômicas, considerando-se que
a posição pode ser variável, optou-se por uma posição padrão, denominada posição de
descrição anatômica (posição anatômica). Deste modo, os anatomistas, quando escrevem seus
4

textos, referem-se ao objeto de descrição considerando o indivíduo como se estivesse sempre


na posição padronizada. (CASTRO, 1985)

Nela o indivíduo está em posição ereta (em pé, posição ortostática ou bípede), com a
face voltada para a frente, o olhar dirigido para o horizonte, membros superiores estendidos,
aplicados ao tronco e com as palmas voltadas para frente, membros inferiores unidos, com as
pontas dos pés dirigidas para frente. (CASTRO, 1985)

1.5. Divisão do corpo humano

O corpo humano divide-se em cabeça, pescoço, tronco e membros. A cabeça


corresponde à extremidade superior do corpo estando unida ao tronco por uma porção
estreitada, o pescoço. O tronco compreende o tórax e o abdome com as respectivas cavidades
torácicas e abdominal; a cavidade abdominal prolonga-se inferiormente na cavidade pélvica.
Dos membros, dois são superiores ou torácicos e dois inferiores ou pélvicos. Cada membro
apresenta uma raiz, pela qual está ligada ao tronco, e uma parte livre. (DÂNGELO, 2001, p.
56).

1.6. Planos de delimitação e secção do corpo humano

Na posição anatômica o corpo humano pode ser delimitado por planos tangentes à sua
superfície, os quais, com suas intersecções, determinam a formação de um sólido geométrico,
um paralelepípedo. (DÂNGELO, 2001)

Tem-se assim, para as faces desse sólido, os seguintes planos correspondentes: dois
planos verticais, um tangente ao ventre – plano ventral ou anterior – e outro  ao dorso – plano
dorsal ou posterior. Estes e outros a eles  paralelos são também designados como planos
frontais, por serem paralelos à “fronte”; dois planos verticais tangentes aos lados do corpo –
planos laterais direito e esquerdo  e, finalmente, dois planos horizontais, um tangente à cabeça –
plano cranial ou superior – e outro à planta dos pés – plano podálico – (de podos = pé) ou inferior.
(DÂNGELO, 2001)

O tronco isolado é limitado, inferiormente, pelo plano horizontal que tangencia o


vértice do cóccix, ou seja, o osso que no homem é o vestígio da cauda de outros animais. Por
esta razão, este plano é denominado caudal. (DÂNGELO, 2001)
5

1.6.1. Termos de posição e direção

A situação e a posição das estruturas anatômicas são indicadas em função dos planos
de delimitação e secção.

Assim, duas estruturas dispostas em um plano frontal serão chamadas de medial e


lateral conforme estejam, respectivamente, mais próxima ou mais distante do plano mediano
do corpo. Duas estruturas localizadas em um plano sagital serão chamadas de anterior (ou
ventral) e posterior (ou dorsal) conforme estejam, respectivamente, mais próxima ou mais
distante do plano anterior. (DÂNGELO, 2001)

Para estruturas dispostas longitudinalmente, os termos são superior (ou cranial) para a
mais próxima ao plano cranial e inferior (ou caudal) para a mais distante deste plano. Para
estruturas dispostas longitudinalmente nos membros emprega-se, comumente, os termos
proximal e distal referindo-se às estruturas respectivamente mais próxima e mais distante da
raiz do membro. Para o tubo digestivo emprega-se o termo oral e aboral, referindo-se às
estruturas respectivamente mais próxima e mais distante da boca. (GANONG, 1998.)

Uma terceira estrutura situada entre uma lateral e outra medial é chamada de
intermédia. Nos outros casos (terceira estrutura situada entre uma anterior e outra posterior,
ou entre uma superior e outra inferior, ou entre uma proximal e outra distal ou ainda uma oral
e outra aboral) é denominada de média. (GANONG, 1998.)

1.7. Sistema esquelético

O Sistema esquelético (ou esqueleto) humano consiste em um conjunto de ossos,


cartilagens e ligamentos que se interligam para formar o arcabouço do corpo e desempenhar
várias funções, tais como: proteção (para órgãos como o coração, pulmões e sistema nervoso
central); sustentação e conformação do corpo; local de armazenamento de cálcio e fósforo
(durante a gravidez a calcificação fetal se faz, em grande parte, pela reabsorção destes
elementos armazenados no organismo materno); sistema de alavancas que movimentadas
pelos músculos permitem os deslocamentos do corpo, no todo ou em parte e, finalmente, local
de produção de várias células do sangue. (GANONG, 1998.)

O sistema esquelético pode ser dividido em duas grandes porções: uma mediana,
formando o eixo do corpo, composta pelos ossos da cabeça, pescoço e tronco, o esqueleto
6

axial; outra, apensa a esta, forma os membros e constitui o esqueleto apendicular. A união
entre estas duas porções se faz por meio de cinturas: escapular (ou torácica), constituída pela
escápula e clavícula e pélvica constituída pelos ossos do quadril. (GANONG, 1998., p. 100)

1.7.1. Classificação dos ossos

Há várias maneiras de classificar os ossos. Uma delas é classificá-los por sua posição
topográfica, reconhecendo-se ossos axiais (que pertencem ao esqueleto axial) e apendiculares
(que fazem parte do esqueleto apendicular). Entretanto, a classificação mais difundida é
aquela que leva em consideração a forma dos ossos, classificando-os segundo a relação entre
suas dimensões lineares (comprimento, largura ou espessura), em ossos longos, curtos,
laminares e irregulares. (GARDNER, 1998, p. 91)

 Osso longo: seu comprimento  é consideravelmente maior que a largura e a espessura.


Consiste em um corpo ou diáfise e duas extremidades ou epífises. A diáfise apresenta,
em seu interior, uma cavidade, o canal medular, que aloja a medula óssea. Exemplos
típicos são os ossos do esqueleto apendicular: fêmur, úmero, rádio, ulna, tíbia, fíbula,
falanges.
 Osso laminar: seu comprimento e sua largura são equivalentes, predominando sobre a
espessura. Ossos do crânio, como o parietal, frontal, occipital e outros como a
escápula e o osso do quadril, são exemplos bem demonstrativos. São também chamados 
(impropriamente) de ossos planos.
 Osso curto: apresenta equivalência das três dimensões. Os ossos do carpo e do tarso
são excelentes exemplos.
 Osso irregular: apresenta uma morfologia complexa não encontrando
correspondência em formas geométricas conhecidas. As vértebras e osso temporal são
exemplos marcantes.
 Estas quatro categorias são as categorias principais de se classificar um osso quanto à
sua forma. Elas, contudo, podem ser complementadas por duas outras:
 Osso pneumático: apresenta uma ou mais cavidades, de volume variável, revestidas de
mucosa e contendo ar. Estas cavidades recebem o nome de sinus ou seio. Os ossos
pneumáticos estão situados no crânio: frontal, maxilar, temporal, etmóide e esfenoide.
7

Assim, estas duas categorias adjetivam as quatro principais: o osso frontal, por
exemplo, é um osso laminar, mas também pneumático; o maxilar é irregular, mas também
pneumático, a patela é um osso curto, mas é, também um sesamoide (por sinal, o maior
sesamoide do corpo). (GARDNER, 1998).

1.7.2. Periósteo

No vivente e no cadáver o osso se encontra sempre revestido por delicada membrana


conjuntiva, com exceção das superfícies articulares. Esta membrana é denominada periósteo e
apresenta dois folhetos: um superficial e outro profundo, este em contato direto com a
superfície óssea. A camada profunda é chamada osteogênica pelo fato de suas células se
transformarem em células ósseas, que são incorporadas à superfície do osso, promovendo
assim o seu espessamento. Os ossos são altamente vascularizados. As artérias do
periósteo penetram no osso, irrigando-o e distribuindo-se na medula óssea. Por esta razão,
desprovido do seu periósteo o osso deixa de ser nutrido e morre. (GOSS, 1988).

1.7.3. Cartilagem

A cartilagem é uma forma de tecido de suporte firme e resistente, mas não tanto como
o osso. Não tem vasos sanguíneos nem linfáticos e não recebe nervos. Três tipos são
conhecidos - cartilagem hialina, fibrocartilagem e cartilagem elástica.

 A cartilagem hialina tem uma aparência translúcida, branco-azulada. É o tipo de mais


larga distribuição e aparece no modelo cartilagíneo dos ossos em desenvolvimento.
Ela persiste, na vida adulta, como cartilagem articular, nas extremidades dos ossos;
como cartilagens costais, da traqueia, do nariz, septo nasal dos brônquios e como as
maiores cartilagens da laringe. Os representantes não-articulares da cartilagem hialina
têm tendência a se ossificar mais tarde na vida.
 A fibrocartilagem consiste em coleções densas de  fibras colágenas nas quais está
misturada uma matriz cartilagínea. Ela é menos homogênea que a cartilagem hialina,
porém é mais resistente e mais flexível. Ocorre nos discos intervertebrais e articulares e
nas orlas glenoidais de certas articulações. Está presente na sínfise púbica e cobre
tendões onde estes têm relação com ossos. (GOSS, 1988).
8

1.7.4. Ligamentos

Um ligamento é uma faixa ou corda bem definida de tecido fibroso unindo dois ossos.
A maioria dos ligamentos atua resistindo ao movimento de uma articulação em uma direção
específica. Existem aqueles que são espessamentos localizados da cápsula da articulação
(ligamentos capsulares), outros que são completamente isolados da cápsula da articulação
sobre a qual atuam (ligamentos extracapsulares) e outros, ainda, que estão situados dentro da
articulação (ligamentos intracapsulares). (GOSS, 1988)

Algumas estruturas, tais como o ligamento inguinal e o ligamento redondo do fígado,


que recebem a denominação de ligamentos não o são no sentido estrito do termo. Também
distantes deste sentido estrito, recebem o nome de ligamentos, algumas pregas do peritónio,
que contêm vasos sanguíneos e tecido conjuntivo e unem uma víscera a outra ou a parede do
corpo. (GOSS, 1988)

1.7.5. Articulações

Articulação ou juntura é a conexão entre duas ou mais peças esqueléticas (ossos ou


cartilagens). Essas uniões não só colocam as peças do esqueleto em contato, como também
permitem que o crescimento ósseo ocorra e que certas partes do esqueleto mudem de forma
durante o parto. Além disto, capacitam que partes do corpo se movimentem em resposta a
contração muscular. (GRAY, 1988)

Embora apresentem consideráveis variações entre elas, as articulações possuem certos


aspectos estruturais e funcionais em comum que permitem classificá-las em três grandes
grupos: fibrosas, cartilaginosas e sinoviais. O critério para esta divisão é o da natureza do
elemento que se interpõe às peças que se articulam. (GRAY, 1988)

1.7.6. Articulações Fibrosas

As articulações nas quais o elemento que se interpõe às peças que se articulam é o


tecido conjuntivo fibroso são ditas fibrosas (ou sinartroses). O grau de mobilidade delas,
sempre pequeno, depende do comprimento das fibras interpostas. Existem três tipos de
articulações fibrosas: sutura, sindesmose e gonfose.

As suturas, que são encontradas somente entre os ossos do crânio, são formadas por
várias camadas fibrosas, sendo a união suficientemente íntima de modo a limitar intensamente
9

os movimentos, embora confiram uma certa elasticidade  ao crânio. A maneira pela qual as
bordas dos ossos articulados entram em contato é variável, reconhecendo-se suturas planas
(união linear retilínea ou aproximadamente retilínea), suturas escamosas (união em bisel) e
suturas serreadas (união em linha “denteada”). No crânio, a articulação entre os ossos nasais é
uma sutura plana; entre os parietais, sutura denteada; entre o parietal e o temporal, escamosa.
(GRAY, 1988)

1.7.7. Articulações Cartilaginosas

Nas articulações cartilaginosas o tecido que se interpõe é a cartilagem. Quando se trata


de cartilagem hialina, temos as sincondroses; nas sínfises a cartilagem é fibrosa. Em ambas a
mobilidade é reduzida. As sincondroses são raras e o exemplo mais típico é a sincondrose
esfeno-occipital que pode ser visualizada na base do crânio. Exemplo de sínfise é a união, no
plano mediano, entre as porções púbicas dos ossos do quadril, constituindo a sínfise púbica.
Também as articulações que se fazem entre os corpos das vértebras podem ser consideradas
como sínfise, uma vez que se interpõe entre eles um disco de fibrocartilagem - o disco
intervertebral. (SOBOTTA, 2006.)

1.7.8. Articulações Sinoviais

A mobilidade exige livre deslizamento de uma superfície óssea contra outra e isto é
impossível quando entre elas interpõe-se um meio de ligação, seja fibroso ou cartilagíneo.
Para que haja o grau desejável de movimento, em muitas articulações, o elemento que se
interpõe às peças que se articulam é um líquido denominado sinóvia, ou líquido sinovial.
Além da presença deste líquido, as articulações sinoviais possuem três outras características
básicas: cartilagem articular, cápsula articular e cavidade articular. (HERLIHY, 2002, p. 56).

 A cartilagem articular é a cartilagem do tipo hialino que reveste as superfícies em


contato numa determinada articulação (superfícies articulares), ou seja, a
cartilagem articular é a porção do osso que não foi invadida pela ossificação. Em
virtude deste revestimento as superfícies articulares se apresentam lisas, polidas e
de cor esbranquiçada. A cartilagem articular é avascular e não possui também
inervação. Sua nutrição, portanto, principalmente nas áreas mais centrais, é
precária, o que torna a regeneração, em caso de lesões, mais difícil e lenta.
(HERLIHY, 2002)
10

Ligamentos e cápsula articular têm por finalidade manter a união entre os ossos, mas
além disto, impedem o movimento em planos indesejáveis e limitam a amplitude dos
movimentos considerados normais. (HERLIHY, 2002).

2. MOVIMENTOS DAS ARTICULAÇÕES SINOVIAIS

As articulações fibrosas e cartilagíneas tem um mínimo grau de mobilidade. Assim, a


verdadeira mobilidade articular é dada pelas articulações sinoviais. Estes movimentos
ocorrem, obrigatoriamente, em torno de um eixo, denominado eixo de movimento. A direção
destes eixos é ântero-posterior, látero-lateral e longitudinal (KENDALL, 1987). Na análise do
movimento realizado, a determinação do eixo de movimento é feita obedecendo a regra,
segundo a qual, a direção do eixo de movimento é sempre perpendicular ao plano no qual se
realiza o movimento em questão. Assim, todo movimento é realizado em um plano
determinado e o seu eixo de movimento é perpendicular àquele plano. Os movimentos
executados pelos segmentos do corpo recebem nomes específicos e aqui serão definidos, a
seguir, apenas os mais comuns:

 Flexão e extensão são movimentos angulares, ou seja, neles ocorre uma


diminuição ou um aumento do ângulo existente entre o segmento que se desloca e
aquele que permanece fixo. Quando ocorre a diminuição do ângulo diz-se que há
flexão;  quando ocorre o aumento, realizou-se a extensão, exceto para o pé. Neste
caso, não se usa a expressão extensão do pé: os movimentos são definidos como
flexão dorsal e flexão plantar do pé. Os movimentos angulares de flexão e
extensão ocorrem em plano sagital e, seguindo a regra, o eixo desses movimentos é
látero-lateral.
 Adução e abdução que são movimentos nos quais o segmento é deslocado,
respectivamente, em direção ao plano mediano ou em direção oposta, isto é,
afastando-se dele. Para os dedos prevalece o plano mediano do membro. Os
movimentos da adução e abdução desenvolvem-se em plano frontal e seu eixo de
movimento é ântero-posterior. (KENDALL, 1987)

2.1. Classificação funcional das articulações sinoviais


11

O movimento nas articulações depende, essencialmente, da forma das superfícies que


entram em contato e dos meios de união que podem limitá-lo. Na dependência destes fatores
as articulações podem realizar movimentos em torno de um, dois ou três eixos. Este é o
critério adotado para classificá-las funcionalmente. Quando uma articulação realiza
movimentos apenas em torno de um eixo, diz-se que é mono-axial ou que possui um só grau
de liberdade; será bi-axial a que os realiza em torno de dois eixos (dois graus de liberdade); e
tri-axial se eles forem realizados em torno de três eixos (três graus de liberdade).
(LATARJET, 1996)

Assim, as articulações que só permitem a flexão e extensão, como a do cotovelo, são


mono-axiais; aquelas que realizam extensão, flexão, adução e abdução, como a radio-cárpica
(articulação do punho), são bi-axiais; finalmente, as que além de flexão, extensão, abdução e
adução, permitem também a rotação, são ditas tri-axiais, cujos exemplos típicos são as
articulações do ombro e do quadril. (LATARJET, 1996)

2.2. Classificação morfológica das articulações sinoviais

O critério de base para a classificação morfológica das articulações sinoviais é a forma


das superfícies articulares. Contudo, às vezes é difícil fazer esta correlação. Além disto,
existem divergências entre anatomistas quanto não só a classificação de determinadas
articulações, mas também quanto à denominação dos tipos. De acordo com a nomenclatura
anatômica, os tipos morfológicos de articulações sinoviais são:

 Plana, na qual as superfícies articulares são planas ou ligeiramente curvas, permitindo


deslizamento de uma superfície sobre a outra em qualquer direção. A articulação
acromioclavicular (entre o acrômio da escápula e a clavícula) é um exemplo.
Deslizamento existe em todas as articulações sinoviais mas nas articulações planas ele
é discreto, fazendo com que a amplitude do movimento seja bastante reduzida.
Entretanto, deve-se ressaltar que pequenos deslizamentos entre vários ossos
articulados permitem apreciável variedade e amplitude de movimento. É isto que
ocorre, por exemplo, nas articulações entre os ossos curtos do carpo, do tarso e entre
os corpos das vértebras. (LATARJET, 1996)
 Gínglimo, ou dobradiça, sendo que os nomes referem-se muito mais ao movimento
(flexão e extensão) que elas realizam do que à forma das superfícies articulares. A
articulação do cotovelo é um bom exemplo de gínglimo e a simples observação mostra
12

como a superfície articular do úmero, que entra em contato com a ulna, apresenta-se
em forma de carretel. (LATARJET, 1996, p. 165).

2.3. Complexidade de organização

Quando apenas dois ossos entram em contato numa articulação sinovial diz-se que ela
é simples (por exemplo, a articulação do ombro); quando três ou mais ossos participam da
articulação ela é denominada composta (a articulação do cotovelo envolve três ossos: úmero,
ulna e rádio).

Inervação - As articulações sinoviais são muito inervadas. Os nervos são derivados dos que
suprem a pele adjacente ou os músculos que movem as articulações. As terminações nervosas
sensíveis a dor são numerosas na membrana fibrosa da cápsula e nos ligamentos e são
sensíveis ao estiramento e à torção destas estruturas. Contudo, o principal tipo de
sensibilidade é a propriocepção.

Das terminações proprioceptoras da cápsula - fusos neurotendinosos - partem impulsos


que interpretados no sistema nervoso central informam sobre a posição relativa dos ossos da
articulação, do grau e direção de movimento. As vezes, essas informações são inconscientes, e
atuam em nível de medula espinhal para controle dos músculos que agem sobre a articulação.
(LATARJET, 1996)

2.3.1. Músculos

A capacidade de reagir em resposta a uma modificação do meio ambiente constitui


uma das propriedades fundamentais do protoplasma animal. Assim, um ser unicelular em
contato com um agente irritante contrai-se no ponto de estímulo e emite um prolongamento
do citoplasma no ponto oposto àquele que foi estimulado. Diz-se que a célula contraiu-se ao
ser estimulada, distanciando-se do agente de estímulo; em suma, ocorreu um movimento.
Porém, sendo unicelular, ele deve realizar com uma única célula, um sem número de
atividades: respiração, absorção, excreção etc. Nos seres multicelulares, as células
diferenciam-se para realizar funções específicas: algumas são apropriadas à respiração, outras
à absorção, etc. (LATARJET, 1996)

2.3.2. Músculo-Esquelético
13

A célula muscular está normalmente sob o controle do sistema nervoso. Cada músculo
possui o seu nervo motor, o qual divide-se em muitos ramos para poder controlar todas as
células do músculo. As divisões mais delicadas, microscópicas, destes ramos terminam, em
cada célula muscular, num mecanismo especializado conhecido como placa motora. Quando o
impulso nervoso passa através do nervo, a placa motora transmite o impulso à célula muscular
determinando a sua contração. Se o impulso para a contração resulta de um ato de vontade
diz-se que o músculo é voluntário; se o impulso parte de uma porção do sistema nervoso
sobre o qual o indivíduo não tem controlo consciente, diz-se que o músculo é involuntário.
(LATARJET, 1996)

2.3.3. Classificação  morfológica dos músculos esqueléticos

Os músculos são classificados de várias formas. As mais comumente empregadas são


as que o fazem em relação à forma do músculo e ao arranjo de suas fibras e às extremidades e
ao ventre muscular. (MACHADO, 1991).

A função do músculo condiciona sua forma e arranjo de suas fibras. Como as funções
dos músculos são múltiplas e variadas, também o são sua morfologia e arranjo de suas fibras.
De um modo geral e amplo, os músculos têm as fibras dispostas paralelas ou  oblíquas à
direção de tração exercida pelo músculo. A disposição paralela das fibras pode ser encontrada
tanto em músculos nos quais predomina o comprimento - músculos longos-, quanto em
músculos nos quais comprimento e largura se equivalem - músculos largos. (MACHADO,
1991).

2.3.4. Classificação funcional dos músculos esqueléticos

Quando um músculo é o agente principal na execução de um movimento ele é um


agonista. Quando um músculo se opõe ao trabalho de um agonista, é um antagonista. Quando
atua no sentido de eliminar algum movimento indesejado que poderia ser produzido pelo
agonista é um sinergista. Assim, o músculo braquial quando se contrai é o agente ativo na
flexão do antebraço, sendo pois um agonista. (MACHADO, 1991)

O músculo tríceps braquial, que opõe-se a este movimento, retardando-o, para que ele
não ocorra bruscamente, atua como um antagonista. Na flexão dos dedos, os músculos
flexores dos dedos são os agonistas. Como os tendões de inserção destes músculos cruzam a
articulação do punho, a tendência natural é provocar também a flexão da mão. Isto não ocorre
14

porque outros músculos, como os extensores do carpo, se contraem e desta forma estabilizam
a articulação do punho, impedindo o movimento indesejado e atuando assim como sinergistas.
(MACHADO, 1991)

2.4. Sistema Circulatório

O sistema circulatório é dividido em sistema circulatório sanguíneo, com as funções de


levar oxigênio e nutrientes aos tecidos e deles trazer seus produtos, que serão redistribuídos a
outros órgãos e tecidos e seus resíduos, que serão eliminados (ver sistema urinário) e em
sistema circulatório linfático, que transporta para a circulação sanguínea o excesso de líquido
intersticial, bem como substâncias de grande tamanho, incapazes de passar diretamente dos
tecidos para aquela. Além disto ajuda na defesa do organismo contra o ataque de
microrganismos. (MOORE, 2001, p. 34)

Em síntese o sistema circulatório pode ser dividido em: sistema sanguíneo composto
por artérias, veias, capilares e coração e cujo fluido é o sangue e em sistema linfático,
formado por vasos linfáticos, linfonodos, tonsilas e órgãos hemopoiéticos e cujo fluido é a
linfa. (MOORE, 2001, p. 34)

2.4.1. Sistema circulatório sanguíneo

O sistema circulatório sanguíneo é formado por um circuito fechado de tubos (artérias,


capilares e veias) dentro dos quais circula o sangue e por um órgão central, o coração, que
atua como bomba aspirante-premente.

 Artérias- As artérias são os vasos que transportam o sangue centrifugamente ao


coração. Distribuem-se por praticamente todo o corpo, iniciando por grandes troncos
que vão se ramificando progressivamente. Estes ramos podem ser colaterais ou
terminais. Quando uma artéria dá ramos e deixa de existir por causa desta divisão, diz-
se que estes ramos são terminais.
 Capilares - As artérias se ramificam e se tornam, progressivamente, menos calibrosas e com
as paredes mais finas, até chegarem aos capilares, que são de dimensões microscópicas e cujas
paredes são uma simples camada de células (endotélio). Sua distribuição é quase universal no
corpo, sendo rara sua ausência, como ocorre na epiderme, na cartilagem hialina, na córnea e no
cristalino.
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 Veias- As veias são os vasos que transportam o sangue centripetamente ao coração.


Sua formação lembra a formação dos rios: afluentes vão confluindo no leito principal
e o caudal deste torna-se progressivamente mais volumoso. (THIBODEAU, 2002, p.
89).

2.4.2. Coração

O coração, localizado no mediastino torácico (porção mediana do tórax, compreendida


entre as cavidades pulmonares é um órgão muscular oco que funciona como uma bomba
contrátil-propulsora. O tecido muscular que forma o coração é de tipo especial, tecido
muscular estriado cardíaco, e constitui sua camada média, o miocárdio. Este é revestido
internamente por endotélio, o qual é contínuo com a camada íntima dos vasos que chegam ou
saem do coração. Esta camada interna é o endocárdio. Externamente ao miocárdio, há uma
serosa revestindo-o, denominada epicárdio. (NETTER, 2000)

A cavidade do coração é subdividida em quatro câmaras: duas à direita, o átrio e o


ventrículo direitos e duas à esquerda, o átrio e o ventrículo esquerdos. O átrio direito se
comunica com o ventrículo direito através do óstio atrioventricular direito, no qual existe um
dispositivo direcionador do fluxo, a valva tricúspide. (NETTER, 2000, p. 73).

 Pericárdio - Envolvendo o coração, separando-o dos outros órgãos do tórax e


limitando sua distensão existe um saco fibro-seroso, o pericárdio. Ele é constituído por
uma camada externa fibrosa, o pericárdio fibroso e por uma camada interna serosa, o
pericárdio seroso. (NETTER, 2000, p. 73).

2.5. Sistema Circulatório Linfático

O sistema linfático é formado por vasos linfáticos e linfonodos situados ao longo do


trajeto dos vasos. Estes atuam basicamente como um sistema auxiliar de drenagem, pois nem
todas as moléculas do líquido tecidual passam para os capilares sanguíneos, em especial as de
grande tamanho, que são recolhidas em capilares especiais, os capilares linfáticos, de fundo
cego, de onde a linfa segue para os vasos linfáticos e destes para os troncos linfáticos, os mais
volumosos, que por sua vez lançam a linfa em veias de médio ou grande calibre. Por serem
capazes de absorver estruturas de maior calibre, os capilares linfáticos podem captar também
restos de células normais ou inflamatórias e bactérias. (SACRAMENTO, 2001).
16

2.5.1. Sistema Nervoso

As funções orgânicas, bem como a integração ao meio ambiente estão na dependência


de um sistema especial denominado sistema nervoso. Isto significa que este sistema não só
controla e coordena as funções de todos os sistemas do organismo como também, ao receber
os devidos estímulos, é capaz de interpretá-los e desencadear respostas adequadas a eles.
Desta forma, muitas funções do sistema nervoso dependem da vontade (caminhar, por
exemplo, é um ato voluntário) e muitas outras ocorrem sem que se tenha consciência delas (a
secreção de saliva, por exemplo, ocorre independentemente da vontade). (SACRAMENTO,
2001)

O sistema nervoso é dividido em duas partes fundamentais que são o sistema nervoso
central (SNC) e o sistema nervoso periférico. O sistema nervoso central é a porção de
recepção de estímulos, de comando e desencadeadora de respostas, sendo formado pelo
encéfalo e pela medula espinhal. A porção periférica está constituída pelas vias que conduzem
os estímulos ao sistema nervoso central ou que levam até aos órgãos efetuadores as ordens
emanadas da porção central, sendo formado pelos nervos cranianos e espinhais, pelos
gânglios e pelas terminações nervosas. (SACRAMENTO, 2001).

2.5.2. Sistema nervoso central

O sistema nervoso central é formado pelo encéfalo e pela medula espinhal, protegidos,
respectivamente. Pelo crânio e pela coluna vertebral Esta proteção é reforçada pela presença
de lâminas de tecido conjuntivo, as meninges. Elas são, de fora para dentro: dura-máter,
aracnóide e pia-máter. A dura-máter é a mais espessa delas, sendo que no crânio está
associada ao periósteo da face interna dos ossos, enquanto entre ela e a coluna vertebral existe
um espaço, o espaço extradural (ou epidural).

O encéfalo é dividido em cérebro, cerebelo, mesencéfalo, ponte e bulbo, sendo estes


três últimos conhecidos em conjunto como tronco encefálico. A maior parte do encéfalo
corresponde ao cérebro, constituído por duas massas, os hemisférios cerebrais, unidos por
uma ponte de fibras nervosas, o corpo caloso e separados por uma lâmina de dura-máter, a
foice do cérebro. A medula espinhal é formada por trinta e um segmentos, cada um dos quais
dá origem a um par de nervos espinhais. Ela atua como um caminho pelo qual passam
impulsos que vão ou vem do encéfalo para várias partes do corpo. (SACRAMENTO, 2001)
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2.5.3. Sistema Nervoso Periférico

O sistema nervoso periférico é composto por terminações nervosas, gânglios e nervos.


Estes são cordões esbranquiçados formados por fibras nervosas unidas por tecido conjuntivo e
que têm por função levar (ou trazer) impulsos ao (do) SNC. As fibras que levam impulsos ao
SNC são chamadas de aferentes ou sensitivas, enquanto as que trazem impulsos do SNC são
as aferentes ou motoras. Os nervos são divididos em dois grupos: nervos cranianos e nervos
espinhais. (SACRAMENTO, 2001)

 Nervos Espinhais - O nervo espinhal é formado pela fusão de duas raízes: uma
ventral e outra dorsal. A raiz ventral possui apenas fibras motoras (eferentes), cujos
corpos celulares estão situados na coluna anterior da substância cinzenta da medula. A
raiz dorsal possui fibras sensitivas (aferentes) cujos corpos celulares estão no gânglio
sensitivo da raiz dorsal, que se apresenta como uma porção dilatada da própria raiz.
Como o nervo espinhal é formado pela fusão destas raízes, ele é sempre misto, ou seja
tem fibras aferentes e eferentes.
 Nervos cranianos - Os nervos cranianos são doze pares de nervos que fazem conexão com
o encéfalo. Os dois primeiros têm conexão com o cérebro e os demais com o tronco
encefálico. Os nervos cranianos são mais complexos que os espinhais, havendo acentuada
variação quanto aos seus componentes funcionais. (PETRUCELLI, 1997)

2.5.4. Terminações nervosas e gânglios

As terminações nervosas existem na extremidade de fibras sensitivas e motoras.


Nestas últimas, o exemplo mais típico é a placa motora. Nas primeiras, as terminações
nervosas são estruturas especializadas para receber estímulos físicos ou químicos na
superfície ou no interior do corpo. Assim, os cones e bastonetes da retina são estimulados
somente pelos raios luminosos; os receptores do ouvido apenas por ondas sonoras; os
gustativos por substâncias químicas capazes de determinar as sensações de doce, azedo,
amargo, etc.; na pele e nas mucosas existem receptores especializados para os agentes
causadores de calor, frio, pressão e tato, enquanto as sensações dolorosas são captadas por
terminações nervosas livres, isto é, não há uma estrutura especializada para este tipo de
estímulo. (FREITAS, 2004)
18

Enquanto acúmulos de neurônios dentro do SNC são chamados de núcleos, fora do SNC


são chamados de gânglios e se apresentam, em geral, como uma dilatação.

2.5.5. Sistema Nervoso Autônomo

Tanto o SN somático quanto o SN visceral possuem uma parte aferente e outra


eferente. Denomina-se sistema nervoso autônomo (SNA) a parte eferente do SN visceral. O
SNA por sua vez é dividido em duas partes: o sistema simpático e o sistema parassimpático.
O simpático estimula as atividades que ocorrem em situações de emergência ou tensão,
enquanto o parassimpático é mais ativo nas condições comuns da vida, estimulando atividades
que restauram e conservam a energia corporal.

O simpático tem origens nas regiões torácica e lombar da medula espinhal, enquanto o
parassimpático as tem porções no tronco encefálico e nos segmentos sacrais da medula
espinhal. Ambos possuem fibras pré-ganglionares que fazem conexões com gânglios
(acúmulo de neurônios fora do SNC) e dos quais partem fibras pós-ganglionares que vão até
os órgãos efetuadores; contudo as fibras pré-ganglionares simpáticas são curtas e as pós-
ganglionares são longas, enquanto no parassimpático ocorre o contrário. Existem várias outras
diferenças, como no tipo dos mediadores químicos, que fogem ao objectivo deste tópico.
(THIBODEAU, 2002)

2.5.6. Sistema Respiratório

O sistema respiratório contem os tubos que transportam o ar do meio externo aos


pulmões e vice-versa e os alvéolos dos pulmões, onde ocorrem as trocas gasosas. Respiração
é o processo pelo qual gases são trocados entre o meio ambiente e as células do corpo.

2.5.7. Órgãos do sistema respiratório

O nariz, formado por ossos e cartilagens, apresenta duas aberturas, as narinas, que
permitem a entrada do ar. A cavidade nasal é o espaço situado posteriormente ao nariz e é
dividida medianamente pelo septo nasal. As paredes laterais da cavidade nasal apresentam
saliências, as conchas nasais, que aumentam a superfície de contato entre o ar e a mucosa da
cavidade nasal. Esta mucosa filtra, aquece e umedifica o ar inspirado. (GARDNER, 1998)

Os seios paranasais são cavidades existentes em alguns ossos do crânio e que se abrem
na cavidade nasal. Seu revestimento é contínuo e idêntico ao da cavidade nasal. Além de
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reduzirem o peso do crânio, apresentam as mesmas funções da cavidade nasal. A faringe


apresenta três partes: naso, oro e laringofaringe. (GERMAIN, 1991)

2.6. Inspiração e Expiração

A inspiração (entrada do ar) e a expiração (saída do ar) são acompanhadas de


alterações dos diâmetros da caixa torácica.Para que a inspiração ocorra é necessário que o
tórax se expanda, reduzindo assim a pressão dentro dele, o que vai permitir a expansão dos
tecidos pulmonares e a sucção do ar do meio ambiente. Esta expansão do tórax ocorre no
diâmetro crânio-podálico as custas da contração e consequente abaixamento (em direção ao
abdome) do músculo diafragma, constituindo o principal movimento inspiratório.
(GRABOWSKI, 2002)

A expiração, ao contrário da inspiração, que sempre envolve gasto energético, quando


feita de forma tranquila, o que ocorre habitualmente, é passiva, sem gasto de energia, pois é
feita às custas da energia potencial acumulada nas fibras elásticas pulmonares, distendidas
durante a inspiração (como uma borracha estirada volta a seu tamanho original sem ser
preciso empregar energia). (GRABOWSKI, 2002).

3. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Adquirir o conhecimento proposto pela Anatomia Humana é compreender a essência


fundamental da arte da profissão em que o estudante se prepara para identificar e conhecer as
funções orgânicas, dimensionamento corporal e, posteriormente, as patologias de maneira
objetiva.

Percebemos, pelos discursos, que o ensino da Anatomia é repleto de obstáculos para a


aprendizagem efetiva dos estudantes. Os conteúdos apresentam grande número de estruturas,
com nomes incomuns e de intricada compreensão. Em vários momentos, essas dificuldades
despertam nos estudantes sentimentos de impotência e de desânimo, pois, segundo alguns dos
sujeitos do estudo, a Anatomia Humana não é uma disciplina para ser aprendida, mas
decorada concepção da qual discordamos, pois ela precisa ser apreendida, tendo em vista sua
relevância na atuação profissional tanto do biólogo quanto do enfermeiro.

Além dos aspectos morfológicos da disciplina e das infindáveis nomenclaturas que


apresenta, foram trazidas outras questões que dificultam a aprendizagem da disciplina. Uma
20

delas se refere à disponibilidade de tempo para estudos práticos, uma vez que o laboratório de
Anatomia na universidade estudada só dispõe de aula extra classe no período diurno. Este é
considerado um importante fator que dificulta aos acadêmicos utilizar essa possibilidade de
aprendizagem, pois a rotina de trabalho é uma característica dos alunos de nossa universidade
– a grande maioria trabalha durante o dia para financiar seus estudos.

BIBLIOGRAFIA

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 DÂNGELO, C. A. (2001). Anatomia Humana Sistêmica e Segmentar (Vol. 2ª). São
Paulo: Atheneu.
 FREITAS, V. (2004). Anatomia – Conceitos e Fundamentos. São Paulo: Artmed.
 GANONG, W. F. (1998.). Fisiologia Médica (Vol. 17ª). Guanabara Koogan.
 GARDNER, E. (1998). Anatomia: Estudo Regional do Corpo Humano (Vol. 4ª). Rio
de Janeiro: Guanabara Koogan.
 GERMAIN, B. C. (1991). Anatomia para o Movimento. Introdução à Análise das
Técnicas Corporais (Vol. V). (S. Guernet, Ed.) São Paulo: Blandine Calais - Germain.
 GOSS, C. M. (1988). Anatomia (Vol. 29ª). Rio de Janeiro:: Guanabara Koogan S.A.
 GRABOWSKI, J. R. (2002). Princípios de Anatomia e Fisiologia (Vol. 9). Rio de
Janeiro: Guanabara Koogan.
 GRAY, H. (1988). Anatomia (Vol. 29). Rio de Janeiro: Guanabara Koogan S.A.
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Enfermo (Vol. 1ª). São Paulo: Manole.
 KENDALL, E. K. (1987). Músculos – Provas e Funções (Vol. 3). Rio de Janeiro:
Guanabara Koogan.
 LATARJET, M. (1996). Anatomia Humana (Vol. 2). São Paulo: Pan-americana.
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Atheneu.
 MOORE, K. L. (2001). Anatomia Orientada para a Prática Clínica (Vol. 4). Rio de
Janeiro: Guanabara Koogan.
 NETTER, F. H. (2000). Atlas de Anatomia Humana (Vol. 2ª). Porto Alegre: Artmed.
 PETRUCELLI, L. J. (1997). História da Medicina. São Paulo: Manole.
 SACRAMENTO, L. &. (2001). Anatomia Básica Aplicada à Educação Física (Vol.
2). Canoas: Editora da Ulbra.
 SOBOTTA, J. (2006.). Atlas de Anatomia Humana (Vol. 22). Rio de Janeiro:
Guanabara Koogan.
 THIBODEAU, K. T. (2002). Estrutura e Funções do Corpo Humano (Vol. 11). São
Paulo: Manole.

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